Mod 9 - Inter Criminis

19/04/2023, 08:45 INTER CRIMINIS – HOTMART – Fórmula da Aprovação
IX. INTER CRIMINIS
Analise os gráficos abaixo e observe os aspectos mais cobrados nas provas de Concurso
Público sobre o tema: Inter Criminis oriente seus estudos por essa análise.
Áudio de Revisão
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Todo o crime quando praticado percorre um caminho até a sua finalização, esse percurso é
denominado de inter criminis que representa o conjunto de momentos que ocorrem de
forma cronológica e compõem o crime. Em outras palavras, o inter criminis estabelece o
conjunto de fases que se sucedem cronologicamente o desenvolvimento do delito.
https://formulapenal2022.club.hotmart.com/lesson/rRO9wP3KeP/inter-criminis 1/20
Esses momentos são subdivididos em:
1. Cogitação
A cogitação é a fase subjetiva, que acontece no psíquico do criminoso no momento que

elabora a ideia de cometer um delito, chamada de ideação criminosa. Cabe ressaltar que
nem sempre o agente que cogita a prática do delito, o prepara e o comete. Como essa fase
ocorre unicamente na mente do agente, não é punível pelo Direito Penal, uma vez que a
materialidade delitiva não chegou sequer a ocorrer. A cogitação é inatingível pelo Direito
Penal, pois pelo Princípio da Lesividade, não se pune o pensamento, vez que deve-se apenas
criminalizar a conduta que gera lesão ou perigo de lesão a bem jurídico. (QUESTÕES 763, 764,
765).
QUESTÕES 763, 764, 765
Essa fase pode ser dividida em três outras:
a) Idealização – é a intenção de realizar o crime;
b) Deliberação – é a análise das circunstâncias do fato típico;
c) Resolução – é a decisão final sobre o cometimento ou não do crime.

2. Atos Preparatórios
Os atos preparatórios representam a preparação do mundo externo com a finalidade de

realizar a conduta criminosa. Em outras palavras, o agente cria as condições favoráveis para
a execução delitiva. Na maioria dos crimes, essa fase não é punível pelo Direito Penal,
entretanto, existem alguns delitos em que a mera realização da conduta preparatória já
enseja a sanção penal, como no caso do crime de associação criminosa.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”

Lei 13.260/2016 Art. 5º: Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito
inequívoco de consumar tal delito:
Pena – a correspondente ao delito consumado, diminuída de um quarto até a metade.
3. Atos Executórios
Após a cogitação e prepação do crime, o agente parte para sua execução e inicia os atos que
terão por consequência a produção do resultado lesivo. Podemos afirmar que esses atos
traduzem a maneira pela qual o agente atua exteriormente para realizar o crime idealizado.
A partir dessa fase, o agente já pode ser punido pelo Direito Penal. Cumpre ressaltar que os
atos executórios devem ser idôneos e inequívocos, voltados para a produção concreta e real
do resultado.
A Doutrina estabelece algumas teorias que elucidam as diferenças entre atos preparatórios e
de execução, quais
sejam:
a) Teoria da Hostilidade ao Bem Jurídico ou Critério Material – adotada por Nelson Hungria,
essa Teoria afirma que os atos executórios são aqueles que ensejam um perigo concreto ao
bem jurídico.
b) Teoria Objetivo-Formal – conforme essa Teoria, os atos executórios, uma vez iniciados,
adequam a ação do agente a determinado tipo penal previsto na legislação. Essa Teoria foi
criada por Frederico Marques e proporciona a punição do agente quando ele estiver muito
próximo da consumação do delito. Nesse sentido, entende como ato executório aquele onde
se inicia a realização do núcleo do tipo.
c) Teoria Objetivo-Material – segundo essa Teoria, os atos imediatamente anteriores à

execução do delito também integram os atos executórios.
d) Teoria Objetivo-Individual – fundada por Eugênio Raúl Zaffaroni, essa teoria é a adotada
pelo ordenamento jurídico brasileiro e reconhecida pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Conforme previsto, são atos executórios todos aqueles que foram cogitados e preparados
pelo agente, ainda que ocorram antes do inicio da execução. Em outras palavras,
consideram-se atos executórios aqueles que, de acordo com o plano do agente, ocorrem no
período imediatamente anterior ao começo da realização do núcleo.
4. Consumação
A consumação é a última fase do inter criminis, na qual todos os elementos do tipo são
realizados. Cabe ressaltar que existem crimes que não percorrem todas as fases do inter
criminis, podendo o delito ser tentado ou consumado, vejamos (QUESTÃO 766, 767):
QUESTÕES 766, 767
QUESTÃO VUNESP
Durante as festividades de Natal de 2013, o motorista “A” dirigia o seu veículo pela
Rodovia Presidente Dutra na velocidade de 90 km/h, num trecho em que a velocidade
máxima permitida era de 110 km/h. Ao transitar por uma curva, veio a perder o
controle de seu veículo, atropelando “B” e “C” que se encontravam num ponto de
ônibus no acesso à cidade de Arujá. “B” faleceu no local e “C” foi socorrido em estado
grave, permanecendo internado no hospital da cidade. Nesse caso, há possibilidade de
“A” ser responsabilizado, penalmente, por crime culposo consumado.
CORRETO
4.1. Crime Consumado
Nos termos do art. 14, inc. I do Código Penal, diz-se consumado o crime quando nele se
reúnem todos os elementos de sua definição legal. Nesse caso, a conduta praticada pelo
agente se amolda totalmente à definição legal (QUESTÃO 768).
QUESTÃO 768
Pode ser classificado em:
a) Crime Material ou de Resultado – para a realização desse delito, o agente deve produzir
um resultado naturalístico no mundo externo, modificando-o em conformidade com o
tipo penal. Nesse caso, o tipo penal descreve conduta + resultado naturalístico (que é
indispensável para a consumação). Ex: homicídio (QUESTÃO 769).
QUESTÃO 769
Homicídio (art. 121, CPB) –se consuma no momento da morte da vítima e somente com a
ocorrência desse resultado.
b) Crime Formal ou de Consumação Antecipada – é aquele crime que se consuma no

momento da sua ação, sem necessidade da produção do resultado naturalístico. Nesse caso,
a consumação ocorre com a prática da conduta (QUESTÃO 770).
QUESTÃO 770

Crime de extorsão (art. 158, CPB) – se consuma com o constrangimento ilegal, dispensando a
obtenção da vantagem econômica.
c) Crime de Mera Conduta – é aquele em que não é necessário a ocorrência de um resultado

naturalístico para a sua consumação, uma vez que ocorre simplesmente com a prática da
conduta;(QUESTÃO 2801)

Violação de domicílio (art. 150, CPB) – se consuma com a simples invasão ao domicílio, ainda
que não exista nenhum resultado naturalístico.
d) Crime Permanente – a consumação desse tipo de delito se propaga no decorrer do tempo

(QUESTÃO 771);
QUESTÃO 771

Crime de sequestro e cárcere privado (art.148, do CPB) – a consumação desse crime ocorre
após decorrido um lapso temporal significativo no qual a liberdade da vítima seja suprimida.
e) Crime Habitual – é aquele que ocorre diversas vezes, de modo reiterado pelo criminoso.
Em outras palavras, a sua consumação exige a reiteração da conduta típica. Nesse caso, um
ato é fato atípico, dois ou mais atos é crime consumado, não admitindo tentativa;
O delito de curandeirismo (art. 284, CPB) – o agente não consuma tal crime uma única vez,
pois o mantém como um hábito.
ATENÇÃO
CRIME CONSUMADO NÃO SE CONFUNDE COM CRIME EXAURIDO!
f) Crime Qualificado pelo Resultado – a consumação ocorre com a produção do resultado e

esse resultado é uma circunstância que qualifica a pena a ser aplicada;
Lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3°, CPB) – nesse caso, o próprio tipo penal prevê
um resultado que aumenta a pena do delito.
g) Crime Omissivo Próprio – é aquele que necessita apenas da omissão por parte de quem
deveria ter tido o dever de cuidado, não sendo necessário que a sua ação cause um
resultado naturalístico;

Omissão de socorro (art. 135, CPB) – Art. 135: Deixar de prestar assistência, quando possível
fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou
ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro
da autoridade pública […]
h) Crime Omissivo Impróprio ou Comissivo por Omissão – é necessário a ocorrência de um

resultado naturalístico que tenha nexo causal com a omissão perpetrada pelo agente
garantidor (QUESTÃO 772);
QUESTÃO 772
O médico que deixa de aplicar uma medicação a um paciente com o objetivo de provocar a
sua morte, responde dolosamente pelo crime de homicídio, pois ele tinha o dever de
cuidado com o ofendido.
4.2. Da Tentativa
Conforme prevê o artigo 14, inc. II do Código Penal Brasileiro, “considera-se tentado o crime
quando o agente inicia a execução, porém, não consegue consumá-lo por circunstâncias
alheias à sua vontade.” Como vimos, em nosso ordenamento jurídico só é possível a punição
do agente que deu início a execução delitiva, de modo que a tentativa terá sua pena reduzida
de 1/3 a 2/3. Insta salientar o entendimento consolidado atualmente de que a progressão do
inter criminis definirá a diminuição ou o aumento da fração da pena cominada, ou seja,
quanto mais perto da consumação do delito, menor será a fração de diminuição da pena
(QUESTÕES 773, 774, 775, 776).
QUESTÕES 773, 774, 775, 776
O crime tentado apresenta como elementos:
a) Início dos atos executórios do delito;

b) Não consumação em decorrência de circunstâncias alheias à vontade do agente;
c) Dolo de consumação;
d) Resultado possível (QUESTÃO 777);
QUESTÃO 777
Quanto à punição do delito, há várias as teorias, dentre as quais:
a) Teoria Subjetiva, Voluntarística ou Monista – defende que a pena para o crime tentado
deve ser equivalente a do crime consumado, pois o dolo do agente em consumar o delito
estaria completamente preenchido. Nesse caso, ocorre uma análise do delito levando-se em
consideração os aspectos subjetivos e, dessa forma, a tentativa deveria ter a mesma pena da
consumação (QUESTÃO 778).
QUESTÃO 778
ATENÇÃO
Cabe salientar, ainda, que nos delitos denominados de crimes de atentado ou

empreendimento, a punição da tentativa e da consumação são equivalentes, adotando,
desse modo, a teoria subjetiva. Ex: evadir-se ou tentar evadir-se o preso – art. 352 CP.
(QUESTÕES 783, 784, 785, 786)
QUESTÕES 783, 784, 785, 786
b) Teoria Sintomática – segundo essa teoria, o delito tentado deve ser punido conforme o
grau de periculosidade do criminoso (QUESTÃO 779);
QUESTÃO 779
c) Teoria Objetiva ou Realística – é a teoria que leva em consideração os aspectos objetivos

do delito. Em regra, é a teoria adotada pelo nosso Código Penal e prevê que a pena do crime
tentato deve ser menor do que a do crime consumado, uma vez o resultado do delito não foi
alcançado (QUESTÕES 780, 781, 782);
QUESTÕES 780, 781, 782
d) Teoria da Impressão ou Objetivo-Subjetiva – segundo essa teoria, o crime tentado deveria

ser punido a partir do momento em que a ação ou omissão do agente viola a norma penal
FICA A DICA: Existem alguns crimes nos quais o CP prevê sanções apenas para a tentativa,
mesmo sem haver previsão de crime na forma consumada.
EX: tentar desmembrar parte do território nacional para constituir um país independente.
Pena: reclusão, de 4 a 12 anos. (art. 11 da Lei n° 7.170/83).
ATENÇÃO
Lei n. 7170/83 – Crimes de Lesa Pátria

SÓ SE PUNE A TENTATIVA, SENDO A CONSUMAÇÃO UM FATO ATÍPICO! Art. 11 e art.17 da Lei
7.170/83
Costuma a doutrina apontar a seguinte classificação da tentativa:
a) Quanto ao Iter Criminis Percorrido
– Tentativa Imperfeita ou Inacabada ou Crime Falho – nessa espécie, o agente inicia os atos
executórios, porém, não consegue esgotá-los sofrendo algumas intervenções externas. Em
outras palavras, o agente é impedido de prosseguir com seu intento, deixando de praticar
atos executórios que estão à sua disposição (QUESTÕES 787, 788, 789, 790).
QUESTÕES 787, 788, 789, 790
– Tentativa Perfeita ou Acabada ou Crime Falho ou Crime Frustrado – nessa espécie, o agente
pratica todos os atos de execução do crime, porém, mesmo assim não chega a consumação
delitiva devido a circunstâncias externas à sua vontade (QUESTÕES 791, 792, 793, 794).
QUESTÕES 791, 792, 793, 794
Um agente possui 5 projéteis de arma de fogo e decide assassinar seu vizinho. Ao disparar o
primeiro projétil, ele é desarmado por um policial. Nesse caso, temos uma tentativa
imperfeita, pois ele tinha a sua disposição mais de quatro projéteis, porém, foi impedido de
usá-los. Caso esse agente disparasse as cinco vezes e, ao ir para o hospital, a vítima fosse
socorrida pelo médico sobrevivendo, teríamos uma tentativa perfeita!
b) Quanto ao Resultado Produzido na Vítima:
– Tentativa Branca ou Incruenta – é aquela em que houve a agressão contra a vítima, porém,
ela não chega a ser atingida (QUESTÕES 795, 796);
QUESTÕES 795, 796
– Tentativa Vermelha ou Cruenta – nesse caso, a vítima é efetivamente lesionada;
Se o agente tenta matar a vítima com uma faca, mas ela consegue dominá-lo no momento
exato do golpe a ponto de escapar dele, este será um exemplo de tentativa branca. Caso
ocorram lesões em decorrência das facadas, configurará tentativa cruenta ou vermelha.
c) Quanto à Possibilidade de Alcançar o Resultado:
(i) Tentativa Idônea – é aquela na qual o agente não chega a consumação do crime por
circunstâncias alheias à sua vontade, porém, o resultado era possível de ser alcançado;
(ii) Tentativa Inidônea – nesse caso, o agente não consegue atingir a consumação do delito
em decorrência de absoluta ineficácia do meio empregado ou por absoluta impropriedade
do objeto material. Trata-se do denominado crime impossível, previsto no artigo 17 do
Código Penal Brasileiro.
4.2.1. Infrações Penais Que Não Admitem Tentativa
a) Nos Crimes Culposos – como no crime culposo o agente não deseja obter o resultado, não
há que se falar em não atingir a consumação por circunstâncias alheias à sua vontade. Sendo
assim, a tentativa é impunível. Mas ATENÇÃO! No crime em razão da culpa imprópria existe
dolo de consumação, sendo possível a tentativa (QUESTÃO 797).
QUESTÃO 797
b) Nos Crimes Preterdolosos – conforme estudado, nesse tipo de crime o resultado mais
grave surge proveniente da culpa, sendo também incompatível com a punição dada aos
crimes tentados. Entretanto, é possível a tentativa quando a parte frustrada é a esfera dolosa
do crime preterdoloso. Ex: crime de aborto qualificado pela morte da gestante.
c) Nos crimes unissubsistentes – nesse caso, a consumação ocorre em decorrência de um

único ato do agente, sendo impossível o fracionamento do delito;
d) Nas Contravenções Penais – A Lei de Contravenções Penais prevê em seu art. 4º: “Não é
punível a tentativa de contravenção.”
e) Nos Crimes de Atentado – nesse tipo de crime, o próprio tipo penal traz a tentativa como
conduta, uma vez que as penas da forma tentada e da forma consumada são iguais. Nesse
caso, cabe chamarmos atenção ao fato de que os crimes de atentado não admitem a
redução da pena em face da tentativa.
f) Nos Crimes Habituais – o crime habitual é aquele que ocorre com a prática de condutas
reiteradas que, uma vez praticadas, resta consumado o crime, impedindo a tentativa;
g) Nos Crimes Omissivos Próprios – nesse caso, o crime se consuma com a simples omissão.
Não se admite o fracionamento da omissão.
h) Nos Crimes Condicionados ao implemento de um resultado – só serão puníveis se o

evento descrito na norma efetivamente ocorrer. Ex: art. 122 CP.
Prof. os crimes que ocorrem mediante dolo eventual, admitem tentativa?
De acordo com o CP, existe vontade no dolo direto e no dolo eventual. Logo, as duas formas
de dolo admitem a tentativa.
5. Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz
A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são institutos penais previstos no art.

15 do CPB, vejamos:
Art. 15 – O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou

impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. (QUESTÃO
2802, 2803, 2804, 2805, 2806, 2807, 2808, 2809, 2810)
Nesse sentido, o agente possui os meios adequados para efetivar a consumação do delito,
porém, desiste de prosseguir com o seu intento e atua de modo a impedir a produção do
resultado (QUESTÃO 798).
QUESTÃO 798
QUESTÃO CESPE
Configura-se a desistência voluntária ainda que não tenha partido espontaneamente

do agente a ideia de abandonar o propósito criminoso, com o resultado de deixar de
prosseguir na execução do crime.
CORRETO
De acordo com a doutrina majoritária, a previsão legal do art. 15 traz uma CAUSA DE
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DA TENTATIVA, respondendo o agente pelos atos já praticados.
ATENÇÃO
Existe uma discussão doutrinária a respeito da natureza jurídica desses institutos, uma vez
que parte da doutrina entende que esses se incluem como causa de exclusão da tipicidade e,
para outros, são causa extintiva da punibilidade. Prevalece a corrente que entende que trata-
se de extinção da punibilidade
FICA A DICA: O agente que tenha desistido voluntariamente de prosseguir na execução ou,
mesmo depois de tê-la esgotado, atue no sentido de evitar a produção do resultado, não
poderá ser beneficiado com os institutos da desistência voluntária e do arrependimento
eficaz caso o resultado vier a ocorrer (QUESTÃO 799).
QUESTÃO 799
Na modalidade de desistência voluntária, o agente deixa de prosseguir na execução do

crime espontaneamente, por vontade própria, abandonando o seu dolo inicial e
interrompendo os atos executórios. Em outras palavras, na desistência voluntária o agente
pode prosseguir, mas não o faz. Nos termos do art. 15, 1º parte, o agente só vai responder
pelos atos já praticados (QUESTÕES 800, 801, 802, 803, 804, 805, 806, 807, 808, 809, 810, 811,
812, 813, 2811, 2812, 2813).
QUESTÕES 800, 801, 802, 803, 804, 805, 806, 807, 808, 809, 810, 811, 812, 813

O agente PP, com vontade de matar seu inimigo BB, agride-o com uma faca e nele causa
várias lesões corporais. A vítima foge e, na perseguição, cai prostrada em razão dos
ferimentos. Prestes a receber o golpe mortal, a vítima suplica pela vida. Sensibilizado, o
agente se afasta do local. A vítima é socorrida e levada a um hospital onde se restabelece.
Temos aqui um exemplo de desistência voluntaria, pois o agente poderia prosseguir, mas
não o fez.
FICA A DICA: A desistência deve ser voluntária, não precisando ser necessariamente
espontânea!
Não configura desistência voluntária a influência objetiva externa. Ex: alarmes, sirenes,
luzes, etc.
TENTATIVA SIMPLES
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
Art. 14, II CP
Art. 15, 1ª parte, CP
O agente inicia a execução
O agente inicia a execução
O resultado não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente
O resultado não ocorre por circunstâncias inerentes à vontade do agente
Pune o crime tentado com pena diminuída
Extingue a punibilidade da tentativa, punido o agente pelos atos já praticados
O agente quer prosseguir mas não pode
O agente pode prosseguir, mas não quer
QUESTÃO CESPE
É admissível a incidência do arrependimento eficaz nos crimes perpetrados com

violência ou grave ameaça.
CORRETO
Arrependimento eficaz
Essa modalidade ocorre quando o agente, após ter iniciado a execução do crime, volta
atrás impedindo a produção do resultado. Destaca-se que para que o agente seja
beneficiado com esse instituto, além da espontaneidade em sua conduta, é necessária a
eficácia de sua ação, uma vez que o resultado deve ser impedido por completo (QUESTÕES
814, 815, 816, 817, 818, 819, 820, 821, 822, 823, 824, 2814, 2815, 2816, 2817).
QUESTÕES 814, 815, 816, 817, 818, 819, 820, 821, 822, 823, 824
Popo ao tentar matar um ilustre adversário, coloca veneno na água que supostamente seria
bebida pela vítima. Após esta beber um pouco do líquido, ele se arrepende e da um antídoto
pra ela.
ATENÇÃO
O arrependimento eficaz só tem cabimento nos crimes materiais.
6. Arrependimento Posterior
Trata-se do instituto previsto no art. 16 do CPB, vejamos:
Art. 16 – Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o
dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Nesse sentido, o arrependimento posterior representa uma causa de diminuição da pena

que é aplicada ao crimes praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa, desde que seja
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou queixa, de modo a
restaurar o bem jurídico ofendido. Importante ressaltar que essa ação do agente em reparar
o dano deve ser voluntária e, quanto mais rápida for, maior será a diminuição da pena, que
pode variar de 1/3 a 2/3 (QUESTÃO 825, 826, 827, 828, 829, 830, 831, 2818, 2819, 2820, 2821,
2822, 2823, 2824, 2825, 2826, 2827).
QUESTÕES 825, 826, 827, 828, 829, 830, 831
FICA A DICA: No crime de lesão corporal culposa, pode ocorrer o arrependimento posterior
(QUESTÕES 832, 833).
QUESTÕES 832, 833
ATENÇÃO
Prof. a reparação do dano pode ser parcial?
Sim, desde que a vítima concorde expressamente com a aplicação do benefício do

arrependimento eficaz.
Prof. a reparação do dano se comunica ao corréu?
1ª Corrente: a reparação é circunstância objetiva comunicável

2ª Corrente: a reparação é circunstância subjetiva incomunicável
Prevalece a 1ª corrente!
FICA A DICA:
Súmula n° 554 do STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o
recebimento da denúncia, não obsta o prosseguimento da ação penal. (QUESTÃO 2828,
2829, 2830)
7. Crime Impossível
O crime impossível é aquele no qual a conduta do agente jamais poderia levar à

consumação, em decorrência da ineficácia absoluta do meio empregado ou da
impropriedade absoluta do objeto. Desse modo, a conduta praticada pelo agente é
considerada um fato atípico (QUESTÕES 834, 835, 836, 837, 838, 839, 2831, 2832, 2833, 2834,
2835).
QUESTÕES 834, 835, 836, 837, 838, 839
Há algumas teorias que buscam explicar o crime impossível:
a) Teoria Sintomática – segundo essa Teoria, o agente deve ser punido nos casos de crimes
impossíveis, uma vez que a sua periculosidade resta consubstanciada.
b) Teoria Subjetiva – o agente deve ser punido com a pena prevista para a tentativa;
c) Teoria Objetiva – conforme essa teoria, todo crime para que enseje a punição do agente
deve ter por consequência um resultado, ou seja, uma lesão a um bem jurídico. Se a conduta
do agente não trouxe perigo ao bem jurídico, o crime será impossível, uma vez que a
consumação é inidônea. Essa teoria é dividida em:
– Teoria Objetiva Pura – não há punição do agente por meio da tentativa, pois não ocorre
lesão ao bem jurídico;
QUESTÃO CESPE
O crime é dito impossível quando não há, em razão da ineficácia do meio empregado,
violação, tampouco perigo de violação, do bem jurídico tutelado pelo tipo penal.
CORRETO
– Teoria Objetiva Temperada ou Intermediária – É a teoria adotada pelo Código Penal

Brasileiro, segundo a qual para o agente não ser punido a ineficácia do meio ou a
impropriedade do objeto devem ser absolutas. Se, por sua vez, forem relativas, a conduta
será punível na forma de tentativa.
Como vimos, para que se verifique o crime impossível, então, faz-se necessário a
existência de um dos elementos constantes no art. 17:
a) Ineficácia Absoluta do Meio – o meio empregado para a prática do crime é

absolutamente inidôneo, ou seja, não é eficaz para produzir o resultado lesivo;
Mateus deseja matar a sua esposa Diana. Para tanto, aproveita que ela está de costas
cozinhando e lhe arremessa um travesseiro de plumas. Nesse caso, o meio utilizado é
totalmente ineficaz para promover o resultado desejado.
b) Impropriedade Absoluta do Objeto – o objeto material do crime é absolutamente inidôneo.

Essa impropriedade do objeto ocorre em decorrência das circunstâncias em que se encontra
o objeto ou em razão de sua própria inexistência;
Pedrinho deseja matar um amigo de sua namorada que já está morto. Como assim prof? Isso
mesmo! Nesse caso, é impossível matar um cadáver, sendo o crime impossível em
decorrência da impropriedade absoluta do objeto.
QUADRO-RESUMO
Crime Consumado
Nos termos do art. 14, inc. I do Código Penal, diz-se consumado o crime quando nele se
reúnem todos os elementos de sua definição legal. Nesse caso, a conduta praticada pelo
agente se amolda totalmente à definição legal.
Crime Tentado
Conforme prevê o artigo 14, inc. II do Código Penal Brasileiro, considera-se tentado o
crime quando o agente inicia a execução, porém, não consegue consumá-lo por
circunstâncias alheias à sua vontade.
Teoria Objetiva
Teoria Objetiva ou Realística – Em regra, é a teoria adotada pelo nosso Código Penal e
prevê que a pena do crime tentato deve ser menor do que a dada ao crime consumado,
uma vez o resultado do delito não foi finalizado por circunstâncias alheias à vontade do
agente.
Cabe salientar que o legislador estabelece que a punição da tentativa e da consumação

são equivalentes, adotando, desse modo, a teoria subjetiva. Esses crimes são
denominados crimes de atentado ou empreendimento
Desistência
Voluntária
Nessa modalidade, o agente deixa de prosseguir na execução do crime espontaneamente,

por vontade própria, abandonando o seu dolo inicial e interrompendo os atos executórios.
Em outras palavras, na desistência voluntária o agente pode prosseguir, mas não o faz.
Nos termos do art. 15, 1º parte, nesse caso o agente só vai responder pelos atos já
praticados.
Arrependimento
Eficaz
Essa modalidade ocorre quando o agente, após ter iniciado a execução do crime, volta
atrás impedindo a produção do resultado. Para que o agente seja beneficiado com esse
instituto, além da espontaneidade em sua conduta, é necessária a eficácia de sua ação,
uma vez que o resultado deve ser impedido por completo.
FRASES PODEROSAS
RESPONDE A % DAS QUESTÕES DE PROVA
A cogitação é a fase subjetiva que acontece no psíquico do criminoso no momento que ele
elabora a ideia de cometer um delito, chamada de ideação criminosa. Cabe ressaltar que
nem sempre o agente que cogita a prática do delito, o prepara e o comete.
3%
Conforme prevê o artigo 14, inc. II do Código Penal Brasileiro, considera-se tentado o
crime quando o agente inicia a execução, porém, não consegue consumá-lo por
circunstâncias alheias à sua vontade. Como vimos, em nosso ordenamento jurídico só é
possível a punição do agente que deu início a execução delitiva, de modo que a tentativa
terá sua pena reduzida de 1/3 a 2/3.
30%
Teoria Objetiva ou Realística: Em regra, é a teoria adotada pelo nosso Código Penal e
prevê que a pena do crime tentato deve ser menor do que a dada ao crime consumado,
uma vez o resultado do delito não foi finalizado por circunstâncias alheias à vontade do
agente. Cabe salientar que o legislador estabelece que em alguns delitos a punição da
tentativa e da consumação são equivalentes, adotando, desse modo, a teoria subjetiva.
Esses crimes são denominados crimes de atentado ou empreendimento.
10%
Tentativa Perfeita ou Acabada ou Crime Falho ou Crime Frustrado: nessa espécie, o agente
pratica todos os atos de execução do crime, porém, mesmo assim não chega a
consumação delitiva por circunstâncias externas à sua vontade.
7%
O arrependimento posterior representa uma causa de diminuição da pena que é aplicada

aos crimes praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa, desde que seja reparado
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou queixa, de modo a
restaurar o bem jurídico ofendido. Importante ressaltar que essa ação do agente em
reparar o dano deve ser voluntária e quanto mais rápida for maior será a diminuição da
pena, que pode variar de 1/3 a 2/3.
15%
Art. 15 – O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede

que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
10%
TOTAL
75%
FLASHCARDS
 Quais são os requisitos do arrependimento eficaz?
Essa modalidade ocorre quando o agente, após ter iniciado a execução do crime, volta atrás
impedindo a produção do resultado. Para que o agente seja beneficiado com esse instituto,
além da espontaneidade em sua conduta, é necessária a eficácia de sua ação, uma vez que o
resultado deve ser impedido por completo.
 O que significa crime impossível?
O crime impossível é aquele no qual a conduta do agente jamais poderia levar à consumação,
em decorrência da ineficácia absoluta do meio empregado ou da impropriedade absoluta do
objeto. Desse modo, a conduta praticada pelo agente é considerada um fato atípico.
 Quais os requisitos do arrependimento posterior?
Trata-se do instituto previsto no art. 16 do CPB, vejamos:

Art. 16 – Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano
ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Nesse sentido, o arrependimento posterior representa uma causa de diminuição da pena que é
aplicada aos crimes praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa, desde que seja
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou queixa, de modo a
restaurar o bem jurídico ofendido. Importante ressaltar que essa ação do agente em reparar o
dano, deve ser voluntária e, quanto mais rápida for, maior será a diminuição da pena, que pode
variar de 1/3 a 2/3.
 Qual é a Teoria adotada pelo Código Penal quanto à punição do delito?
Teoria da Impressão ou Objetivo-Subjetiva: segundo essa teoria, o crime tentado deverá ser
punido a partir do momento em que a ação ou omissão do agente afetar o ordenamento
jurídico vigente, violando a norma penal.

Mod 9 - Inter Criminis

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19/04/2023, 08:45 INTER CRIMINIS – HOTMART – Fórmula da Aprovação

IX. INTER CRIMINIS

Esses momentos são subdivididos em:

A cogitação é a fase subjetiva, que acontece no psíquico do criminoso no momento que

QUESTÕES 763, 764, 765

Essa fase pode ser dividida em três outras:

a) Idealização – é a intenção de realizar o crime;

b) Deliberação – é a análise das circunstâncias do fato típico;

c) Resolução – é a decisão final sobre o cometimento ou não do crime.

Os atos preparatórios representam a preparação do mundo externo com a finalidade de

“Como assim prof.?”

Pena – a correspondente ao delito consumado, diminuída de um quarto até a metade.

c) Teoria Objetivo-Material – segundo essa Teoria, os atos imediatamente anteriores à

QUESTÕES 766, 767

4.1. Crime Consumado

Pode ser classificado em:

“Como assim prof.?”

b) Crime Formal ou de Consumação Antecipada – é aquele crime que se consuma no

“Como assim prof.?”

c) Crime de Mera Conduta – é aquele em que não é necessário a ocorrência de um resultado

“Como assim prof.?”

d) Crime Permanente – a consumação desse tipo de delito se propaga no decorrer do tempo

“Como assim prof.?”

“Como assim prof.?”

f) Crime Qualificado pelo Resultado – a consumação ocorre com a produção do resultado e

“Como assim prof.?”

“Como assim prof.?”

h) Crime Omissivo Impróprio ou Comissivo por Omissão – é necessário a ocorrência de um

“Como assim prof.?”

QUESTÕES 773, 774, 775, 776

O crime tentado apresenta como elementos:

a) Início dos atos executórios do delito;

Quanto à punição do delito, há várias as teorias, dentre as quais:

Cabe salientar, ainda, que nos delitos denominados de crimes de atentado ou

QUESTÕES 783, 784, 785, 786

c) Teoria Objetiva ou Realística – é a teoria que leva em consideração os aspectos objetivos

QUESTÕES 780, 781, 782

d) Teoria da Impressão ou Objetivo-Subjetiva – segundo essa teoria, o crime tentado deveria

Lei n. 7170/83 – Crimes de Lesa Pátria

Costuma a doutrina apontar a seguinte classificação da tentativa:

a) Quanto ao Iter Criminis Percorrido

QUESTÕES 787, 788, 789, 790

QUESTÕES 791, 792, 793, 794

“Como assim prof.?”

b) Quanto ao Resultado Produzido na Vítima:

QUESTÕES 795, 796

– Tentativa Vermelha ou Cruenta – nesse caso, a vítima é efetivamente lesionada;

“Como assim prof.?”

c) Quanto à Possibilidade de Alcançar o Resultado:

4.2.1. Infrações Penais Que Não Admitem Tentativa

c) Nos crimes unissubsistentes – nesse caso, a consumação ocorre em decorrência de um

h) Nos Crimes Condicionados ao implemento de um resultado – só serão puníveis se o

Prof. os crimes que ocorrem mediante dolo eventual, admitem tentativa?

5. Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz

A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são institutos penais previstos no art.

Art. 15 – O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou

Configura-se a desistência voluntária ainda que não tenha partido espontaneamente

Na modalidade de desistência voluntária, o agente deixa de prosseguir na execução do

“Como assim prof.?”

Art. 15, 1ª parte, CP

O agente inicia a execução

O agente inicia a execução

O resultado não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente