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EXAME DE ORDEM

Curso: Extensivo OAB FDS | Disciplina: Direito Penal


Aula: 03 |Data: 05/05/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

EMENTA

1. TIPICIDADE
2. DOLO
3. CULPA

_____________________________________________________________________________________

1. Tipicidade:
 Temos a tipicidade formal que é o enquadramento da conduta no tipo penal.
 *Também temos a tipicidade material que é a lesão ou ameaça de lesão ao bem juridicamente tutelado.

O princípio da insignificância ou bagatela exclui a tipicidade material desde que o agente tenha bons antecedentes.
Exemplo¹ Aplica-se esse princípio no furto quando o valor subtraído for de até 20% do salário mínimo.
Exemplo² Aplica-se esse princípio nos crimes tributários e previdenciários, de acordo com os tribunais superiores,
quando o valor sonegado for de até R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais).

Cuidado:
 Por outro lado não se aplica esse princípio no crime de roubo, por que, há emprego de violência ou grave
ameaça.
 Conforme sumula 599 STJ, não se aplica o princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública.
 Por fim não se aplica o princípio da insignificância no crime de moeda falsa, por que, o bem jurídico fé pública
é intangível.

2. Dolo – Artigo 18, I CP


“Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso.
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo;”

É a vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo.


Teorias adotadas:
I. Teoria da vontade: Dolo é querer o resultado (reflete o dolo direto)

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II. *Teoria do consentimento: Dolo é assumir o risco de produzir o resultado (reflete o dolo eventual).
Cuidado: Não confundir dolo eventual com culpa consciente. Em ambos o agente prevê o resultado, no
entanto, na culpa consciente o agente espera que o resultado não ocorra; Já no dolo eventual, o agente
não se importa que o resultado ocorra.

3. Culpa – Artigo 18, II CPP


Ocorre quando o agente da causa ao resultado, por imprudência, negligencia ou imperícia.
“Art. 18 - Diz-se o crime: Crime culposo.
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.”

Elementos do Fato típico culposo


I. Conduta voluntária;
II. Resultado involuntário;
III. Nexo causal;
IV. *Tipicidade – É a regra da excepcionalidade do crime culposo do artigo 18 parágrafo único, ou seja, tem que
ter expressa previsão legal, para ter crime culposo.
V. Previsibilidade objetiva do resultado – É a capacidade ou possibilidade de antever o resultado, segundo critério
de uma pessoa de mediana prudência e discernimento. Sendo o resultado objetivamente imprevisível o fato é
atípico
VI. Quebra do dever objetivo de cuidar que se manifesta pela imprudência, negligência ou imperícia.
Observação¹ Imprudência é a culpa de quem age, Exemplo Dirigir em excesso de velocidade.
Observação² Negligência é a culpa de quem se omiti, Exemplo Pneu careca.
Observação³ Imperícia é a culpa que se manifesta no desempenho de arte ou profissão, Exemplo Engenheiro
não fez os cálculos certo e o prédio cai.

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Aspectos finais
a) Culpa inconsciente – O agente não prevê o resultado de sua conduta, apesar de ser esse previsível.
Exemplo Individuo que atinge involuntariamente a pessoa que passava pela rua, por que, atirou um objeto pela
janela por acreditar que ninguém passaria naquele horário.
b) Não se fala em compensação de culpas no direito penal, assim sendo, a culpa da vítima não afasta a culpa do
autor. É logico que a culpa exclusiva da vítima afasta a culpa do autor.
c) Na concorrência de culpas, duas ou mais pessoas, agem de forma culposa dando causa ao resultado em
terceiro, hipótese em que ambos respondem pelo crime culposo.

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