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Resumo N3 - Direito Penal

CONCURSO DE CRIMES

Concurso Material
Mais de uma ação ou omissão, com dois ou mais crimes.
Pena calculada individualmente. Posteriormente, somam-se as penas.
Homogêneo: dois crimes iguais
Heterogêneos: dois crimes diferentes

Concurso Formal
Uma só ação ou omissão, com dois ou mais crimes
Dividido em:

1) Concurso formal próprio/perfeito:


O agente pratica uma só conduta típica, que produz dois ou mais resultados (iguais ou
diferentes), SEM vontade.
Aplicação da pena: critério de EXASPERAÇÃO.
Utilizar a pena de um dos crimes em aumentá-la de ⅙ até ½
OBS: em caso de dois crimes diferentes, utiliza-se o mais grave.
Mais benéfico ao réu.
Às vezes, o critério da exasperação fica PIOR para o réu (ou seja, a pena fica maior).
Quando isso ocorrer, somam-se as penas dos dois crimes (concurso material benéfico).

2) Concurso formal impróprio/imperfeito:


O agente pratica uma só conduta típica, que produz dois ou mais resultados (iguais ou
diferentes), COM vontade/dolo.
Aplicação da pena: sistema do cúmulo material (somam-se as penas).

Crime Continuado
O agente pratica mais de uma ação ou omissão, produzindo dois ou mais crimes da mesma
espécie.
E pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro (elo de continuidade).
EXASPERAÇÃO.
1) Crimes da mesma espécie:
Para a jurisprudência: aqueles que possuem o mesmo tipo penal (mesmo art).
Para a doutrina: mesmo bem jurídico atingido (ex: crimes que atinjam patrimônio).

2) Crimes cometidos pelas mesmas condições de tempo:


Jurisprudência: crime continuado entre infrações praticadas em intervalo de tempo não
superior a trinta dias.

3) Crimes cometidos com identidade de lugar:


Mesma rua, mesmo bairro, mesma cidade, ou até em cidades vizinhas se forem limítrofes.

4) Crimes cometidos com o mesmo modo de execução:


Identidade quanto ao modus operandi do agente ou grupo.

5) Crimes subsequentes sejam tidos como continuação do primeiro:


As ações subsequentes devem ser tidas como desdobramento lógico da primeira,
demonstrando a exigência de unidade de desígnios.

MULTA

Art. 72: “No concurso de crimes , as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.”

ERRO NA EXECUÇÃO

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código.

"Aberratio ictus" ou erro na execução é o desvio no ataque, quanto à “ pessoa-objeto” do


crime, em que o agente acaba atingindo pessoa diversa da pretendida.

Em lugar de atingir a pessoa visada, o agente alcança pessoa diversa, porque a agressão
esquivou-se do alvo original.
Não se altera, no entanto, a denominação do crime
(Ex. se o agente atira em A para matar, atingindo fatalmente B, termina por cometer
homicídio consumado), pois a alteração da vítima não abala a natureza do fato.

Diferente de ERRO SOBRE A PESSOA: Agente confunde a pessoa que queria atingir com
pessoa diversa (art. 20, § 3º do CP). Consequências jurídicas são as mesmas.

Existem duas formas de erro na execução:

a) Aberratio ictus com unidade simples,ou com resultado único: quando outra pessoa que
não a visada pelo agente vem a sofrer o resultado morte ou lesão corporal.

Exemplo: o agente dispara contra A e erra o alvo, acertando B, que vem a morrer ou sofrer
lesão corporal.
Segundo o disposto no art. 73 do Código Penal, existe um só delito, doloso, pois a tentativa
contra a vítima virtual resta absorvida pelo crime consumado contra a vítima efetiva.

b) Aberratio ictus com unidade complexa, ou resultado duplo: que ocorre quando o agente
vem a atingir a vítima virtual e também a vítima efetiva.

Na realidade, nesses casos, existem dois crimes: um homicídio doloso (tentado ou


consumado) em relação à vítima que pretendia atingir e um homicídio culposo ou lesão
corporal culposa em relação ao terceiro.

Nessa hipótese, o Código Penal adota a unidade de conduta criminosa, aplicando a regra
do concurso formal - art. 70.

RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO

"Aberratio criminis" ou "Aberratio delicti" ocorre quando o agente, pretendendo atingir um


bem jurídico, atinge outro diverso.

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do
crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é
previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do
art. 70 deste Código.

Espécies:
a) Com unidade simples ou com resultado único:
Ex. “A”, visando a danificar uma vitrine, atira uma pedra e atinge uma pessoa, causando-lhe
lesões corporais. “A” responderá por lesões corporais culposas (art. 74, CP).

b) Com unidade complexa ou resultado duplo:


Ex. Se “A” , com uma pedra, pretende danificar uma vitrine e causar o dano, atingindo a
balconista “B” , responderá por crime de dano em concurso formal com crime de lesão
corporal culposa (quando há previsão da modalidade culposa).

LIMITE DAS PENAS


Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a
40 (quarenta) anos.

§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja
superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo
deste artigo.

§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á


nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.

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