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Aula dia 19/09/2023

Temos direitos reais de gozo, garantia – assegura o cumprimento do crédito e aquisição-


direitos afetos a assegurar outro direito por incidir sobre uma coisa eu tem natureza real.
o livro III temos os direitos reais de gozo
Estão sujeitos ao princípio da tipicidade. os direito reais são direitos típicos, ou seja, só
existe aqueles que constam da lei. A tipicidade é a limitação às fontes de direito em vigor.
No cc estão 6 direitos reais de gozo- a posse, propriedade, usufruto, direito de superfície….
Estes direitos são reias de gozo pois atribuem ao titular o gozo da coisa que se caracteriza
pelo uso, fruição e disposição da coisa- material ou jurídica. como podem ser
diferenciados? na extensão do gozo. O direito de propriedade é o direito real maior, pelo
que, os restantes são menores face à propriedade. 1305º- o direito de propriedade é o
direito real de maior extensão pois confere ao proprietário o maior gozo da coisa. Os
outros titulares de gozo tem o direito sobre coisa alheia.
o art. 1311ºCC- tem a ação reivindicação
a propósito da propriedade temos um regime que não respeita só a ela mas a outros
direitos reais- o regime da propriedade contém uma larga parte do regime dos direitos
reais.
1306º consagra o princípio da tipicidade- a lei formula o princípio por ilusão à
propriedade todos os destinatários não podem constituir figuras parcelares a este direito-
ou seja os direitos reais menores- mas a todos os direitos reais. o princípio da tipicidade
tem sede neste artigo em todos os tipos de direitos reais. ou seja, existe um regime geral
apesar de não estar comtemplado à vista de parte geral- estando em larga parte no regime
do direito de propriedade tendo um largo alcance relativo a outros direitos reais.
os direitos reais chamam-se assim pois dizem respeito a coisas- rés = coisa- tem por objeto
as coisas corpóreas.
coisas corpóreas e não corpóreas- mota pinto considera que esta distinção está a ser
diluído de forma a abranger os direitos reias. O JAV não tem esse pensamento- do ponto
de vista técnico o direito de propriedade recai apenas sobre coisas corpórea- 1302º- este
preceito vale para todos os tipos de direitos reais.
Os direitos reais como ramos de direito e os direitos subjetivos reais que tenha por objeto
uma coisa corpórea é um direito real e nunca o contrário
direito real: ver teorias do manual-teoria clássica, moderna e mistas.
a clássica- descreve o poder real concreto e imediato sobre uma coisa, distingue-se do
direito de crédito. o direito real contorna sem a intervenção do devedor.
direito real: um direito subjetivo que confere ao titular o aproveitamento de uma coisa
corpórea. caracteriza-se por ter uma coisa corpórea e confere o aproveitamento sobre ela.

21/09/2023
Princípios dos direitos reais
1- Princípio da tipicidade: não são admitidos outros direitos reais além do que são
consagrados na lei. Este princípio diz-nos que o número de direitos reais é fechado,
mas este é apenas o primeiro sentido do princípio. Art.1306º- este artigo está
relacionado com uma doutrina do desmembramento. O legislador formula mal o
princípio da tipicidade no que diz respeito à propriedade. O direito de propriedade
era tido como um direito real superior, mas isto não é exato sob nenhum ponto de
vista. Esta teoria caiu, e em lisboa adotou-se a teoria da oneração.
Oneração: decorre da constituição de um direito real menor sob um direito real maior. O
direito maior não é sempre a propriedade pode ser outro. O direito onerado é sempre um
direito maior, mas nem sempre a propriedade.
quando um proprietário constitui um direito real menor. A constituição do usufruto sobre
a propriedade não retira o conteúdo.
1305º- máximo conteúdo de gozo que a lei confere a um direito real
como é que a lei resolve um conflito entre dois direitos reais admitidos? quando a lei
atribui ao usufrutuário o uso da coisa, o que acontece é que o proprietário não pode usar a
coisa enquanto o concurso permanece.
Quando é constituído um direito real menor não existe desmembramento desse direito,
apenas oneração.
A lei quando estabelece um tipo de direito real estabelece um tipo imperativo para ilustrar
que o conteúdo que a lei estabelece para cada direito real não pode ser mexido pelos
particulares.
quando a lei estabelece um direito real fá-lo com determinado conteúdo do direito da
coisa- 1439º cciv.
o direito português quando consagra a tipicidade engloba a alteração do conteúdo de
direitos reais.
existem direitos reais que dão alguma margem para estabelecer o conteúdo do direito real
em questão, ou seja, existe uma parte do direito imperativo que pode ser alterada.
Se as partes violarem o princípio da tipicidade- 1306º 2º parte cciv- a ineficácia do nj passa
de real para obrigacional- se das partes quiseram modificar um direito real o nj é nulo
enquanto eficácia real, mas vale como nj com eficácia obrigacional- conversão legal.

2- Princípio da consensualidade:
haver a celebração do contrato é suficiente para a constituição do direito real
408º/1 cciv- a hipoteca supõem o registo
954º cciv- doação
o contrato só por si desencadeia a eficácia para o comprador ainda que não haja entrega
da coisa. o direito real constitui-se com o contrato
a transmissão não depende do cumprimento das outras obrigações do contrato

28/09/2023
o princípio da consensualidade
quando há a celebração de um contrato com eficácia real ,o efeito é direto e automático
sem ter de ocorrer formalidades posteriores
o contrato desencadeia a eficácia real e desencadeia na mesma quando o mesmo é
concluído
954º a) c.civ- contratos translativos: compra e venda, doação- no modelo português a
transmissão do direito ocorre com a celebração do contrato.
408º/2- sendo uma coisa genérica é necessário algo que determine o objeto de venda. o
objeto de transmissão deve ser atual, certa ou determinada (princípio da especialidade)
O jav acrescenta ao princípio da especialidade o seguinte: além das cateterísticas
anteriores a coisa deve ser individualizada. Não existem direitos reais sobre um conjunto
de coisas.
Princípio da absolutidade
Os direitos reais são direitos absolutos, ou seja, é oponível erga omnes. quando nos direitos
reais se gozo se fala que são absolutos resulta da defesa que o direito português consagra
1315º- a ação de reivindicação vale para os outros direitos reais
esta ação no direitos reais de gozo permitem dizer que tem oponibilidade absoluta
este princípio realça a característica do regime jurídico que a tutela oferece aos direitos
reais.
Princípio da inerência
os direitos reais tem uma coisa corpórea por objeto, todos os direitos subjetivos que tem
por objeto uma coisa corpórea é direito real.
este princípio quer salientar que os direitos reais tem apenas coisas corpóreas por objeto.
O direito real é sempre respeitante a uma certa coisa, não podendo ser desassociado. Se a
coisa perecer os direitos reais extinguem-se pela perda da coisa, se existe transmissão da
coisa muda é o direito de propriedade sobre a coisa
Princípio da causalidade
contrapõe-se ao princípio da abstração.
A vende a propriedade a B. o contrato é inválido- os efeitos de declaração de invalidade
implicam a retroatividade do negócio, não produzindo efeitos e A continua a ser
proprietário.
supõe que o nj de transmissão de direito real seja válido- ordem jurídica portuguesa
Em Portugal não temos o princípio da abstração
o princípio da unidade- em pt o nj de transmissão é só um pq o princípio da
consensualidade é apenas um dos efeitos do contrato celebrado.

3/10/2023
O conhecimento da situação da coisa é relevante quando está em causa a constituição de
direitos sobre uma coisa.
Em Portugal existem organizações fragmentárias que dizem respeito a 4 modalidades,
veículos automóveis, prédios, aeronaves e navios.
No que diz respeito aos direitos reais existe alguma limitação no que toca à prova pública.
Prédios- registo predial
a publicidade é organizada pelo estado através de entes públicos que asseguram essa
publicação. todas elas tem à frente um conservador- o que está à frente de uma
conservatória.
a noção de coisa imóvel mais ampla que a definição de prédio
todos os prédios existentes constem do registo predial
inscrição descrição e averbamento

10/10/2023
Princípios do registo predial

Princípio da instância
A iniciativa do ato do registo está sempre nos interessados e nunca no conservador – artigo
41ºCRPredial.
São os interessados que têm legitimidade para registar, que promovem o ato do registo.
Quem tem legitimidade para registar? Artigo 36º CRPredial. A iniciativa é particular.

O registo é sempre feito com base num documento escrito, está sempre independente do
ato inquisitivo estar publicado sob forma escrita – artigo 43º/1 CRPredial.

Princípio do trato sucessivo

Obriga o conservador a não promover um ato de registo que não se funde …


Se n for cumprido o trato sucessivo o registo é nulo.

Princípio da legalidade - 62º CRPredial

O conservador tem de aferir a validade do facto...


Se o facto jurídico for nulo o conservador tem de dizer que não vai registar. - está aqui,
Soraia

Princípio da obrigatoriedade
Alguém fica incumbido de promover o ato do registo.

12/10/2023
Efeito atributivo do registo predial- aquisição tabular
O princípio da consensualidade
O efeito padrão do registo predial é o efeito consolidativo- o registo predial existe para nos dar
as informações sobre determinado prédio.
Atualmente o registo é obrigatório- art.8º CRPredial
Um terceiro que confia que o registo foi feito, qual é a segurança daquele que tinha obrigação
de realizar o registo não o fizer?- o prédio x está registado a favor de A, como adquirente da
propriedade tem legitimidade para vender B, não registou. se o registo falha o a continua A
configurasse como proprietário, mas do ponto de vista da ordem jurídica portuguesa é o B. O A
vende a C, se o C for ao registo predial vai constar que A é proprietário, e o nj dá-se
normalmente e C regista. O prédio está com B-
Do ponto de vista do direito civil- 1º contrato válido, 2º contrato- venda a non dominus- 893º é
nula por falta de legitimidade do vendedor
B é proprietário e C adquiriu fundado na situação anterior- quem deve prevalecer?
Onde vigora o princípio da consensualidade, o princípio é da tutela da propriedade, pelo que o
proprietário é B- mas pode justificar-se uma proteção de terceiro concreto
Art.5º CRPredial- esta fórmula é interpretada como valendo apenas para uma situação de
terceiros de boa-fé e que tenha adquirido de forma onerosa- se formos ao art.17/2, 22º e 271º
todas estas situações exigem a boa-fé e o caráter oneroso. Por força do ponderação sistemática
de outros preceitos o terceiro tem de estar de boa-fé e aquisição onerosa. A boa fé objetiva ética:
ignorância desculpável não culposa.
Este artigo protege um terceiro e afasta a solução civil, desde que os requisitos estejam
cumpridos. Se estiverem verificados, o art. 5º/1 atribui a coisa a C- aquisição tabular- é com o
registo que C fica protegido
Se C não fizesse o registo, o proprietário seria o B porque não tinha proteção do registo.
O que acontece ao direito de B ? O MC- diz que o direito de B não se extingue e sugere uma
propriedade natural- extingue-se em todas as situações?
O a vendeu a propriedade a c, mas em relação a c foi uma superfície- o direito adquirido
tabularmente foi a superfície e não a propriedade, o direito de B não se extingue, mas fica
onerado com o direito de superfície de C.
Quem pode ser considerado para efeitos do registo predial?
5º/4 CRPredial- é aquele que adquire de autor comum- conceção restrita de terceiro
Este esquema é de dupla disposição- art.5º/1
Art.17º/2 CRPredial – casos de nulidade registal de acordo com o art.16-subaquiação com
nulidade registal
Art.16º CRPredial – situações em que o regime é nulo- o A é proprietário de um prédio x e este
é omisso na conservatória, B consegue forja uma escritura de cv em que A lhe vende o prédio, e
este regista a seu favor.
Quem consta do registo consegue dispor a seu prazer
B vende a C- de acordo com 17º/2 o registo foi feito com base num registo falso- sendo o
registo nulo 16/1 a)- o terceiro está de boa-fé adquiriu a título oneroso e registou- o que
acontece à posição jurídica de C?
Quando a lei protege um terceiro está a desproteger o titular verdadeiro-
Segundo o 17/2- o terceiro que adquire com base num registo nulo, e que esteja de boa-fé e que
tenha adquirido de forma onerosa, e que o registou anteriormente é propriedade.-
Existe uma hipótese de defender A se ele beneficiar o usucapião-
Efeito enunciativo: diz respeito às hipótese do art.5º/2- o registo não tem nenhum efeito –
usucapião- defende o adquirente contra tudo e todos- a aquisição tabular não pode ser oponível
a quem esteja protegido de usucapião.
291º cc- A vendeu a B este registou, b vendeu a C este registou. o primeiro é declarado nulo, o
proprietário é A. Se c tiver adquirido de boa fé e título oneroso e tiver registado o título antes da
declaração de nulidade C fica protegido. O nº2 vem estabelecer um prazo dentro do qual o
terceiro não fica protegido- 3 anos.
Aula dia 24/10/2023
O direito de propriedade não torna o uso exclusivo de uma coisa- o comproprietário não pode
vender, constituir ónus e hipoteca- pois quando a coisa está em compropriedade a coisa é
comum logo poder tem der ajustado para a situação de compropriedade.
O comunheiro tem a disposição da quota- esta disposição é infeliz pois não se dispõe da quota,
mas sim do direito
Temos um prédio X em compropriedade de A, B, C- cada um é proprietário da coisa em relação
à sua quota- isto seria o ideal- mas se isto acontece não havia compropriedade. Na
compropriedade todos são comproprietários da coisa, não tenho uma adesão quantificada da
coisa. Mesmo por exemplo, se o C ATIVESSE 20% tinha o uso da coisa em igual medida a
leuem com maior quota
1408º/1- cada um dos comunheiros pode dispor do seu direito na coisa comum- se o A quiser
vender a D o seu direito pode fazer, mas quando faz onera o seu direito que incide sobre a o
posição da coisa indivisa. Desta forma, D tem um direito que está em concorrência com os
outros comproprietários.
Não pode cada comproprietário dispor de cada uma das suas partes da coisa. O A detém 40% da
coisa não pode dispor ao E- a lei veda ao comproprietário que implique uma parte da coisa a
terceiro- o direito de cada comproprietário é o direito sobre coisa comum- cada um pode dispor
do seu direito, mas não pode dispor de um direito de uma coisa comum, não podendo atuar
sobre uma parte da coisa.
1408/2º- isto remete para o art. 892º- é nula a venda feita sem legitimidade-
1412º- cada um não tem de ficar na comunhão podendo fazer a divisão da coisa comum- a não
ser que haja um determinado prazo na lei que fixe a comunhão.
Se os comproprietários estiverem de acordo não é necessário ir para divisão de coisa comum.

As ações reais:
O direito real a ser violado não torna a ação numa ação real- se eu partir o computador de
alguém, estou a violar o direito dessa pessoa. Essa pessoa poem uma ação de indemnização,
sendo essa uma ação pessoal que tem por base um direito real.
As ações destinadas a obter a devolução da coisa de quem a tem indevidamente é uma ação real
As ações destinadas À constituição, transmissão de direito real são reais pois visam determinar a
situação rela de uma coisa
É real a ação que tiver como objetivo definir o objeto real
Na lei só temos como qualificada a ação de reivindicação, do ponto de vista doutrinário temos a
confessória e negatória
Toda e qualquer ação que envolva a limitação de uma coisa é uma ação real.
Discute-se se o os conflitos entre os titulares de coisas reias sobre coisas vizinhas é uma ação
real? O jav tem dúvidas, pois é uma ação relativa à eficácia do direito real
Esta categoria de ações reais está um bocado mal definida - Art.1311 e 1315- segue o regime
das ações declarativas comuns em processo ordinário
1311º-
A ação de reivindicação estende-se a todos os direitos reais de gozo e apenas a eles- sendo uma
ação de defesa de um direito real de gozo- este visa possibilitar a condenação de uma pessoa
que tem uma coisa que não lhe pertence. O proprietário foi furtado, este pode demandar e obter
a entrega judicial da coisa. Esta ação é a mais forte que os direitos reais consagram devido à
oponibilidade perante terceiro.
Aquele que é proprietária pode mover uma açã de reivindicação
Esta ação tem três pressupostos:
- o fundamento é o direito real de gozo
- invoca o facto aquisitivo desse direito
- o pedido da condenação do reu na entrega da coisa deve ser segundo o JAV apenas um- o
pires de lima não pensa o mesmo- considera 2 pedidos. O jav remonta à realidade história do
instituto, sendo que o que leva a ação tem de provar o direito, mas não pretende a respetiva
declaração do direito podendo pedir ao tribunal a condenação do reu na entrega da coisa

Para que o juiz possa deferir a ação de reivindicação não se pode verificar:
-O reu tem de ter a coisa consigo: esta ação só legalmente possível se o reu tiver a coisa consigo
para entregar ao autor
- é necessário que o reu não tenha um direito a ter coisa consigo: se or reu é arrendatário de uma
arrendamento válido, o reu não tem a obrigação de entregar a coisa.
Aula 31/10/2023

Posse
Parte especial dos direitos reais
A posse está numa relação diversa com os direitos reais
Nós temos a ideia de que se trata de um sinonimo de propriedade- isto é um dado da linguagem
corrente, porém em direitos reais isso não acontece. São dois direitos distintos.
A evolução da posse leva a considerar normal a coincidência da propriedade com a posse- tenho
um telemóvel, esta coisa é objeto do direito de propriedade. Alem de ser proprietário, sou
possuidor.
A posse apresenta a apreensão material de uma coisa nos termos do direito. o titular do direito
real de gozo para exercer o seu direito tem de ter a coisa consigo e por isso normalmente, para
além do direito tem em relação à coisa a posse dela.
A posse reporta-se ao direito real que o possuir exterioriza.
Quando existe um direito que permita a atuação da própria coisa e que a esse direito acresça
uma posse reportada a ele por isso, não se deve confundir pessoalmente

Existem dois elementos


Ao longo da história foram desenvolvidas duas conceções sobre o direito da posse
- teoria subjetivista: concebe a posse com base em dois elementos: corpus e animus (vontade)-
o corpus representa o domínio material sobre uma coisa. Isto é o elemento comum a qualquer
teoria da posse por isso a posse carateriza-se por ter o controlo material sobre alguma coisa. O
animus- aquele que tem o controlo da coisa tem de ter a vontade de ter a coisa consigo.
- doutrina objetivista: existe posse exceto se existir alguma indicação legal que descaracterize
a posse em mera detenção.

1251º cc: a ei define a posse


O jav afasta-se destas duas teses, embora seja objetivista.
1253º: detentor e possuído precário significam o mesmo. O jav afasta a definição de possuidor
precário
No sistema juridocs português a
Pode ser possuidor ou um mero detentor- o detentor não tem nada apenas tem a coisa consigo,
mas não detém nenhum direito sobre ela. Não beneficiando nenhum efeito jurídico da posse.
O cc segue o raciocínio de tese objetivista, pois faz uma distinção entre possuidor e detentor.
Não existe nenhum referência ao animus- mas na doutrina portuguesa afirma-se que o cc é
subjetivista pois existe o animus possuidor- 1253º a) – a doutrina apoia-se neste artigo.
Posse vs. detenção
- A posse é constituída pelo corpus (está em poder do consumidor). O corpus possessório não
basta para que exista a posse- um caseiro que trabalhe numa herdade não detém o estatuto de
possuidor- falta lhe a exteriorização do direito.
1252/1- a lei portuguesa faculta que a posse seja atuada através de outra pessoa- o corpus
possessório pode ser exercido por outra pessoa- carro da empresa.
Para o direito alguém pode ser possuidor e detentor ao mesmo tempo

Aula 2/11/2023
O proprietário é só possuidor. O titular de um direito real menor ou que tenha a coisa consigo
tem um dupla disposição que diz apenas respeito à posse e a detenção de um direito real menor
Quem é que tem a coisa quando o usufruto está constituído? Quem tem a coisa materialmente
consigo é o usufrutuário- quem é possuidor? São ambos- 1252º
Factos de aquisição da posse
1- Apossamento :Tomada de controle matéria da coisa por quem não é possuidor. Como a
posse não consiste num corpus possessório da coisa, portanto o Apossamento refere-se á
tomada material da coisa com a exclusão da anterior. 1263 a)
2- Tradição: a entrega da coisa pelo possuidor a alguém. Pode ser real- entrega da própria
coisa em si, ou pode ser simbólica: a entrega de outra coisa que simboliza a entrega da
coisa.
Posse causal: posse que coincide com a titularidade de direito real.
O regime jurídico não diferencia a posse forma da posse causal, são iguais. A posse tem uma
certa excentricidade no regime jurídico.
Posse titulada ou não titulada- 1259º- a titulada prevalecem caso de conflito de posse-1278º/3

7/11/2023
A boa fé tem vários efeitos favoráveis- benfeitorias. A BF interfere nos prazos para usucapião.
Princípio da posse vale título
Posse pacifica ou posse violenta- posse pacifica-1271º a violência é só exercida sobre o
possuidor. Pode ser violência física ou psicológica . a posse violenta está associada a caracteres
associáveis- se a posse for violenta os prazos para usucapião não conta.
O momento em que se afere os caracteres da posse é o momento da aquisição da posse.
Posse pública ou oculta- 1272º: refere-se ao momento do exercício da posse- o critério de
cognssabilidade- tenho uma casa, e alguém se instala lá sem eu saber- a posse é pública a partir
do momento em que possa ter conhecimento. Se eu não for a casa, não sei que fui esbulhado-
mas a posse é pública pois do ponto de vista da lei podia ter conhecimento.
A lei fala em interessados: que são os possuidores
A posse oculta é aquela que se exerce de modo a não poder ser conhecida pelos interessados- eu
tenho um carro na rua, e durante a noite levam-me o carro. Eu não se para onde foi. A posse será
oculta
Este juízo é relativo- é feito em relação ao proprietário
A posse é oculta pois não dá ao proprietário a possibilidade de saber onde é que a coisa se
encontra.
A posse oculta é a verdadeira posse no sistema jurídico português- um possuidor oculto
beneficia da tutela sucessória
A, proprietário, do carro X é esbulhado por B e este por C- A tem posse oculta, quando B sofre
o esbulho o que pode fazer?
Este é possuidor perante C e por isso pode intentar uma ação de restituição de coisa.
A não perde a posse enquanto a de B for oculta -1267 d)
Os factos constitutivos e translativos da posse
Temos 2 factos constitutivos de posse: apossamento e inversão do título de posse
No apossamento trata-se de atuação de alguém que se investe no controlo material de alguma
coisa- a lie toma a atuação como geradora de posse. Presente no 1263 a)
No caso dos imóveis o mero contacto material não chega- a atuação que gera o apossamento é
mais intensa- mas pode dar-se nos mesmos termos- a circunstância de alguém tomar o poder
sobre alguma coisa e mantê-la no seu controlo gera o corpus possessório.
O apossamento é um facto aquisitivo da posse e não do direito real de propriedade.
O critério da reiteração não é adequado pois existem determinados atos que podem ser únicos e
que permitem a aquisição da posse sem uma reiteração.

Inversão do título da posse:


1265: A proprietário do prédio y e B superficiário. B revela-se contra o A e não deixa A atuar
sobre o prédio.
A lei confere o estatuto de possuidor nos termos da superfície e detentor em relação à
propriedade
A inversão é feita em relação ao detentor contra o possuidor até ai. Se el tiver o controlo
material da coisa a exteriozação de um novo
VER MANUAL

14/11/2023
1267: perda da posse
Quando nós temos um computador que é furtado por B- ação de furto é apossamento que irá
gerar a posse de B.
Se b se apossa do computador- o possuído esbulhado não perde a posse pois a lei no 1267 d)
outorga a posse através de uma ação de reivindicação. Durante uma nos estão a decorrer duas
posses que coexistem- uma posse de facto e uma posse não efetiva ou jurídica (distinção do prof
MC).
Se b tbm fosse esbulhado teríamos três posses a coexistir num espaço de 1 ano.
POSSE E NÃO PROPRIEDADE
A aquisição da posse pode ser feita através de facto ilícito
Efeitos da posse
A posse é o direito real de acordo com o JAV. A corrente maioritária considera que é apenas uma
situação de facto.
Qual é o conteúdo da posse?
1. Confere presunção da titularidade de um direito- quem tem a posse em seu poder
não tem de provar que é titular de um direito- 1268º-aquele que prova a posse não tem
de provar a presunção a que a posse se destina
2. Outorga o uso da coisa e a fruição da coisa: a posse outorga o poder de aquisição do
possuidor.
3. Benfeitorias
A ações possessórias vem reguladas desde o art.1276 a 1278 cc -Ação de prevenção, restituição
e manutenção
Esbulho violento permite que o esbulhado com violência intente um processo cautelar para ser
restituído a coisa automaticamente
Embarque de terceiro: penhora, arresto
Ação de restituição: o autor da ação é possuidor e que tenha sido desapossado da coisa e que a
coisa se encontra com o reu.
Ação de manutenção: supõe uma tentativa de esbulho que não é consumada. É qualificada por
manutenção dado que o esbulhado não perde a posse- a posse foi apenas perturbada.
1278º/1
Aula 16/11/2023
1278º/2: havendo conflito de posses, é resolvido pela melhor posse
- Posse titulada
- posse mais antiga
- posse atual prevalece
IMPORTANTE PARA FREQUÊNCIA
A usucapião
É um facto jurídico fundado na posse. Uma posse com determinados caracteres mantida
durante uma prazo legal, permite ao possuidor adquirir um direito a que a posse se reporta. Quer
a posse formal, quer a posse causal é suscetível de usucapião.

O possuidor causal tbm pode invocar a usucapião- a propósito da ação de reivindicação, irá
fazê-lo por meio da prova que adquirir o direito nos termos que tal reivindica.

requisitos legais
- posse: A posse boa para usucapião: a lei só permite usucapião se a posses for pública e
pacifica- art.1297º- a lei proíbe a contagem de prazo para usucapião se a posse for violenta ou
oculta. Para coisas móveis- 1300º

- prazo: imóveis: 1294º e 1296º.


1294º: a lei tanto permite o possuído r de boa e má fé a usucapião, mas difere no prazo. A posse
de boa-fé tem um prazo menor. Este prazo não se conta da data da posse, mas da data do registo
1296º- não existe registo- o prazo é menor se houver registo e de boa fé

-invocação da usucapião do possuidor: a usucapião não automática o decurso do prazo não


determina a usucapião, tendo de ser invocada pelo possuidor.
1292º- aplica o regime da prescrição presente nos 302º, 303º 305º .

Quando o possuidor invoca a usucapião- 1287º


A usucapião beneficia apenas os possuidores nos termos dos direitos reais de gozo

A usucapião é retroativa- a eficácia da aquisição do direito é do início da posse- 1288º

Aula 21/11/2023

Propriedade

A propriedade é um direito real de gozo (uso, fruição e transformação) e dispor de direito.


Os direitos reais tem uma serie de factos jurídicos constitutivos que são comuns a todos os
outros.
Cada direito real ode ter factos constitutivos específicos, e podem ser factos jurídicos extintivos
que não coincidam. No entanto existem factos comuns- usucapião, contrato e negócio jurídico
unilateral

Problema da renúncia- a lei portuguesa ao contrário do que faz para os outros direitos de gozo,
não tem uma extensão normativa para o direito de propriedade, não consagrando nenhum modo
de extinção de propriedade.

O que se discute mais tem a ver com a possibilidade de o proprietário renunciar à propriedade-
Isto é importante pois na vigência do cc e na ausência de disposição houveram determinados
autores que desenvolveram a tese de que a propriedade não era renunciável- o jav sempre teve
dúvidas. Existem dois tipos de renuncia:

-Renuncia abdicativa: implica a contrapartida do não cumprimento de uma obrigação


estabelecida na lei
-Renuncia simples: direcionado sempre à extinção de um direito. O AV estabelece que os bens
imóveis tem de ser sempre dono e por isso se o proprietário renunciasse a coisa não pertencia a
ninguém. No nosso direito, os imóveis que não tem dono consigo, são propriedade do estado-
1345º.

A renuncia sendo um nj respeitante a imóveis deve respeitar o requisito da escritura pública,


desrespeitando a forma é juridicamente ineficaz.
Modos aquisitivos específicos da propriedade
1317º: factos aquisitivos da propriedade

Ocupação
Respeita apenas a coisa móveis sem dono. Traduz a circunstância de alguém se apossar de uma
coisa sem dono que não era sua.
Ex: do cão do JAV

1318º: a referência a coisas escondidas é incorretas pq não pode haver ocupação a coisas
escondidas- 1323º- achamento: não gera a aquisição da propriedade pq a coisa escondida e
perdida tem dono
O achamento implica que quem ache a coisa deve procurar que o proprietário possa conhecer
quem tem a coisa de forma a recuperar, e só após passar o prazo (1 ano) é que o achador se
torna proprietário.

Acessão
Representa o facto de duas coisas ou mais coisas pertencentes a donos diferentes se fundirem e
não houver possibilidade de separação material das coisas sem dano para uma delas.
Da natureza: natural ou do homem: industrial.
Dois sacos de farinha, um meu e outro de outra pessoa, e para fabricar o pão juntamos as
farinhas- não sei de quem é farinha

Acessão industrial: são unidas coisas que pertencem a duas pessoas diferentes
Acessão natural advém das forças da natureza: vento, água, terra e fogo-1327 a 1332º

Dentro da acessão industrial temos de distinguir a imobiliária e mobiliária- respeita a natureza


das coisas que são unidas no momento da acessão.

Na lei temos várias hipóteses de acessão


Hipótese de acessão industrial imobiliária: A dono do prédio X (50.000) e ao lado existe outro
prédio que pertence a B e que constrói um armazém (1050.000)- a boa e má fé é muito
importante pois variar o regime jurídico. 1340 e 1341º.
1340º/1:
Se estiver de boa-fé e o valor for superior ao que a lei tinha o autor dá ao direito- a lei estabelece
que como aumento o seu valor, existe a possibilidade de quem interfere com o terreno adquirir a
propriedade do prédio X. a acessão faculta a um dos proprietário a possibilidade de adquirir a
propriedade- direito protestativo- A está nas mãos de B de exercer o direito de acessão
Está em causa que a acessão supõe o pagamento da indemnização pelo valor da coisa.
AV: tinham a interpretação que é automática, mas no direito português é que a acessão não é
automática , mas sim potestativa só operando quando a indemnização é totalmente paga- OA
A redação deste preceito é aparentemente equivoca- o valor da obra trouxer à titularidade do
prédio tinha antes, não sendo qualquer aumento que conta- a sei só faculta o direito à acessão se
o aumento for mais do dobro daquele que tinha

Aula dia 23/11/2023


Propriedade Horizontal
Art.1414º (CC)
A propriedade horizontal contrapõem-se à propriedade vertical. Quando a propriedade
horizontal está constituída, o proprietário o edifício vende cada uma das frações autónomas.
Logo a propriedade horizontal representa a divisão de um edifício em frações autónomas
deixando de haver propriedade sobre o edifício per si para haver várias propriedades.
Títulos constitutivos (contrato, NJ, usucapião, decisão judicial). Quando é constituída por NJ é
necessário escritura pública onde são individualizadas as frações (fração A, fração B, etc) no
qual cada uma passa a constituir no ponto de vista jurídica numa coisa (OA falava em direito de
coisa, JAV não concorda, esta é uma coisa imóvel, independente).
Art.1415º (CC): um sótão não pode se ruma fração autónoma. Para que a fração autónoma possa
valer como tal tem que fazer parte do edifício com saída para uma parte comum do edifício ou
para a via pública.
Uma fração autónoma pode também ser um lugar de garagem como também as arrecadações.
A fração autónoma tem um fim específico, tem de ser definida para um fim específico
(habitação, comércio, exercício para profissão liberal, etc) se nada diz pode de ser afeto tanto
para algo lícito como para ilícito. Esta questão é importante. A questão da fração autónoma deve
ser respeitada sob a possibilidade de qualquer condómino denunciar, sob forma de ação judicial
(ex: se é para habitação não pode ser um escritório para o exercício da advocacia).
A quota:
• Serve para o exercício de voto para a assembleia dos condóminos
• Medida dos encargos que cada condómino tem
• Serve para aferir o direito aos frutos que sejam gerados pelas partes
As receitas da propriedade horizontal são distribuídas pelos condóminos tendo em conta a quota
que cada um destes dispõe ao abrigo da fração autónoma.
Art.1418º (CC)
Aqui temos de distinguir:
• Requisitos imperativos
• Exigências facultativas que o legislador deixa ao arbítrio do proprietário (ex:
regulamento dado em condomínios de luxo)
O que acontece se faltar os requisitos legais (imperativos) do art.1418º?
Passa o prédio a estar sujeito ao regime de compropriedade, sendo assim os comproprietários os
condóminos (perdem o direito à fração e passam a possuir um direito de compropriedade sobre
todo o edifício de acordo com a quota que possuíam).
De acordo com OA (JAV segue esta ideia), esta é uma propriedade especial sujeita a regras
especiais (há autores que não defendem isto).
Não confundir quem pode ser proprietário com o regime da propriedade horizontal
Na verdade, quando a propriedade horizontal é constituída, o proprietário que toma a decisão
tem de individualizar em frações autónomas. Contudo existem as escadas, elevadores,
passagens comuns, paredes são partes comuns que não se integram na fração autónoma.
Logo quem adquire um direito de propriedade sobre a fração autónoma adquire
simultaneamente a compropriedade sobre as partes comuns (trazendo para o condómino um
duplo estatuto: proprietário da fração e comproprietário das partes comuns).
Nas partes comuns aplica-se o regime da compropriedade, pois estas tem de ser administradas
no qual a lei estabelece dois órgãos: assembleia de condóminos e administração de condomínio
(órgãos da propriedade horizontal – não são pessoa coletiva, apenas forma de administração das
partes comuns).
É necessário separar as partes imperativas comuns e as partes supletivamente comuns: na lei
portuguesa há um preceito que dispõe as pares do edifício que ficam necessariamente em
compropriedade e parte no edifício que podem ser afetas no titulo constitutivo tanto como parte
comum ou fração autónoma (ex: terraços, elevador que apenas usufrui uma fração).
Se por mero acaso quem constitui a propriedade horizontal afeta uma parte imperativamente
comum, há a sujeição do edifício ao regime de compropriedade.
Partes imperativamente comuns (art.1421º/1): solo, telhados, terraço de cobertura, entradas,
paredes mestras. Ainda se presume os pátios, ascensores, casa do porteiro (isto se não for parte
supletivamente comum, pois nestes casos a lei faculta ao proprietário).
Mesmo que se encontre dentro da fração autónoma (ex: parede de fachada, parede mestra) não
deixam de ser partes comuns (art.1421º/a, CC)

28/11/2023
Propriedade horizontal

JAV não concorda com a visão de OA


Quando a propriedade horizontal é constituída aquilo que até aí era uma coisa unitária, passam a
existir tantas coisas conforme as frações autónomas existentes.
Quem define as frações? Os proprietários horizontais.
O proprietário tem de ter a licença de construção do edifício, e respeitar o disposto no 1318º,
saída para a via própria e comum

Como é que sabemos se temos ou não propriedade horizontal- escritura pública


Título constitutivo: fim da fração, se nada disser qualquer fim lícito é permitido.
Pode haver frações comerciais e habitacionais
A fração autónoma recebe um valor pelo proprietário.
Poder de voto, direito as frutos ao rendimento da coisa, valor das despesas ou encargos
relativamente à fração- estes são as consequências do valor da fração

Temos partes comuns e partes supletivamente comuns- estabelecido no 1421º/1- partes


imperativamente comuns: o proprietário não pode integrar em fração autónoma. As
supletivamente comuns: o proprietário pode integrar frações autónomas 1421/2 a).

A gestão do condomínio
O condomínio tem 2 órgãos: o administrador e a assembleia de condóminos- tem a função de
administrar as partes comuns.
O que diz respeito a cada fração autónoma não diz respeito aos órgãos do condomínio, sendo
feitas, são nulas por serem contrárias à lei.
1345º e ss- relação entre os proprietários- não tem nada a ver com o condomínio

Assembleia de condóminos:
Tem de ser convocadas pelo administrador e as deliberações são podem ser tomadas no que toca
aos pontos da convocatória- qualquer deliberação ,sem estes termos, que seja tomada é
anulável-
A deliberação é tomada por maioria, tendo em conta o quórum estabelecido na lei

Usufruto
É um direito real menor- o titular de um direito real de gozo menos aproveita apenas na medida
que o seu direito permite, ainda que o proprietário não o faça.
A noção de direito real presente no cc representa o tipo legal e o conteúdo positivo que esse
direito detém
1439º- o usufruto é um direito sobre coisa alheia, o gozo já não é total pois tem de preservar o a
sua forma e substância. É um direito temporário, não é suscetível de mortis causa.
Pode ser vitalício
Tem de respeitar o fim a que coisa se encontra afeta
O poder de destruição que o proprietário, o usufrutuário não detém
A lei pt- 1446º e 1450º - fala no respeito pela forma e substância, mas tbm pelo destino
económico: quais são os limites negativos do direito do usufruto?
Existe quem defenda que são dois requisitos e não um. JAV diz que apenas temos um.
Quem define o fim económico da coisa é o proprietário

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