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Introdução
no decorrer deste trabalho serão feitas análises quanto a posse, suas teorias com
destaque especial à teoria sociológica da posse pouco difundida, mas largamente
utilizada em nossos meios jurídicos
Dificuldades conceituais
De modo assaz simplista podemos dizer que posse é a coisa possuída por pessoa
(física ou jurídica) cujo instituto se encontra no art.1.196 do Código Civil, como
segue:
LOGO Ninguém sabe o que é Posse, diante dessa declaração formal além de que
posse é um fato que o direito regula e, como, quando ninguém sabe o que é algo,
surgem as teorias.
É sabido que ao longo da história a posse assumiu diversos
conceitos distintos. Porém, a doutrina atualmente define a posse
como sendo uma situação fática, de caráter potestativo, decorrente
de uma relação sócio-econômica entre o sujeito e a coisa, e que gera
efeitos no mundo jurídico (FIUZA, 2003).
Já para o Supremo Tribunal Federal não existe conceito definitivo de posse no
direito brasileiro, eis que conhecemos apenas as características de posse trazidas
por Savigny e Ihering, sendo que conceito de posse muitas vezes é confundido com
o conceito de possuidor.
Poderes de proprietário
Tomamos, então, como ponto de partida para que possamos entender o que é
posse, o significado formal de “poderes inerentes à propriedade” citado no artigo em
tela. Para tanto nos remetemos ao art. 1.228 Caput, §1° do CC
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor
da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que
injustamente a possua ou detenha.
Portanto, Usar, gozar, dispor e reaver são direitos do proprietário como expresso no
Caput do artigo acima, logo é certo afirmar que a pessoa que exercer tais ações
sobre a coisa pode ser considerado possuidor, porém ainda é muito vaga tal
afirmação então surgiram as diversas teorias intuindo clarificar o assunto .
A Constituição Federal de 1988, no inciso XXIII, do art. 5º, consagra a função social
da propriedade: “a propriedade atenderá a sua função social”.
Visando adaptar o nosso Código Civil à Teoria Sociológica, bem como aos
conceitos de função social da posse e da propriedade presentes na Constituição
Federal e legislações esparsas, ainda em 2002, quando foi publicada a Lei
10.406/2002, apresentou-se na Câmara dos Deputados, por iniciativa do então
Deputado Ricardo Fiúza, o Projeto de Lei de n.º 6.960/2002, que propõe esta
redação ao artigo 1.196 do Código Civil:
“Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem poder fático
de ingerência sócio-econômica, absoluto ou relativo, direto ou
indireto, sobre determinado bem da vida, que se manifesta através
do exercício ou possibilidade de exercício inerente à propriedade ou
outro direito real suscetível de posse.”
Conclusão
Conclui-se que, caso aprovado o PL6.960/2002, por fim, que o Código Civil de 2002
adotaria a tese da posse-social, sustentada por Perozzi, Saleilles e Gil, mas foi
arquivado em 2008, contudo, muitos decisões ainda conferem grande importância
aos valores apregoados por essa teoria, principalmente nos casos de usucapião.
REFERENCIAS
FIUZA, Ricardo. Novo Código Civil Comentado. São Paulo: Saraiva, 2003