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Posse
Prof. Diego Brainer de Souza André
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Descrição
Propósito
Preparação
Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos o seu vade mecum, especialmente o Código Civil (Lei 10.406,
de 10 de janeiro de 2002).
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Objetivos
Módulo 1
Teorias da posse
Módulo 2
Módulo 3
Efeitos da posse
Listar as principais perspectivas de efeitos da posse.
Introdução
A posse representa muito bem o Brasil real, e um grande desafio nacional continua sendo a falta de
acesso a bens essenciais, como a propriedade, garantidora da moradia, direito social previsto
expressamente na Constituição Federal.
Para evitar os custos associados à lavratura da escritura pública, bem como ao registro da escritura
no cartório de registro de imóveis, garantidores da propriedade, muitas pessoas optam,
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diuturnamente, por celebrar apenas o contrato de venda preliminar, assinar recibos ou papéis outros,
representativos de “cessão de posse”, sempre por meio de instrumento particular que não é levado
ao Cartório de Registro de Imóveis. No mesmo ato, a posse do imóvel é transferida para o promitente
comprador.
Tal prática cria uma cisão entre o mundo que consta oficialmente dos cartórios, geralmente
aproximado das classes mais abastadas, e o efetivo, em que a posse de bens imóveis é
normalmente transferida por meio de contratos privados, não guarnecidos das formalidades
necessárias.
Assim, as terras são ocupadas por pessoas que, quando muito, apenas têm como título de
titularidade um contrato particular assinado pelo anterior proprietário, que, por sua vez, apoderou-se
do bem por meio de contrato particular celebrado com o anterior proprietário.
Acrescente-se que parte da população brasileira não tem acesso à assistência jurídica e, por isso,
desconhece os procedimentos que devem ser cumpridos perante os cartórios para a efetivação da
venda de um imóvel.
Devido a esses fatores, foi criado um mercado imobiliário informal no Brasil, atuando à margem das
estruturas públicas oficiais. Razão outra não há pela importância salutar em conhecer e estudar o
regime da posse, aquele que, como dito, é o do Brasil real, altamente informal.
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1 - Teorias da posse
Ao fim do módulo, você será capaz de analisar teorias da posse, seu conceito legal e suas
classificações.
Noções Introdutórias
Muito do que se debate sobre posse parte das premissas doutrinárias de dois autores: Friedrich Karl Von
Savigny, que publicou o seu Das Recht des Besitzes (Tratado da Posse) em 1803; e Rudolf Von Ihering, que,
50 anos depois, também expôs sua visão sobre o tópico. Apesar disso, há notável discussão sobre a posse
até os tempos atuais, e o perfeito entendimento da disciplina imprescinde da exposição sumária das lições
desses dois doutrinadores. Sendo assim, vamos a eles.
1803
Entende que a natureza da posse é, a um só tempo, um fato e um direito: seria uma situação
fática em sua origem, que, em vista de suas consequências, assemelha-se a um direito.
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1853
A perspectiva de Savigny parece contemplada, nesse ponto, no Código Civil, sendo o que se extrai do art.
1.196, ao dispor que “considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de
algum dos poderes inerentes à propriedade”.
Logo, a posse, em si mesma considerada, deve ser vista como fato, mas, analisada em seus efeitos,
configura-se em direito, porquanto dela resultam prerrogativas como a usucapião e os interditos
possessórios, que independem de título dominial.
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Para ser possuidor, basta que haja o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade
constantes no art. 1.228 do CC: “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito
de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha”. São, portanto, atributos da
propriedade (GRUD): Gozar; Reaver; Usar; Dispor.
Desse modo, se a posse nasce como uma situação de fato, significa que independe de qualquer direito
prévio que a legitime. Com efeito, ocorre em relação:
A coisa
É exatamente por esse motivo que se diz que mesmo o ladrão, desprovido de qualquer título, pode valer-se
de ações possessórias para defender a sua posse das agressões de terceiros.
Se um sujeito, por circunstâncias da vida, adentra determinado terreno, sabendo que não lhe pertence, e
monta sua casa ali, em princípio, não tem direito nenhum, porém, a partir do momento em que passa a
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exercer atos inerentes ao domínio, nasce para ele um direito possessório que será protegido pelo
ordenamento jurídico.
Note-se que a proteção da posse se mostra viável sem que esteja fundada em um direito. Claro que na
maioria das vezes nasce de um título, como no caso do locatário que tem a posse advinda do contrato de
locação. Mas pode ser que não haja direito fundante algum e, mesmo assim, tenha a posse tutelada.
O legislador confere à posse tutela autônoma, capaz de se sobrepor, por vezes, até mesmo ao interesse do
proprietário, sendo, nesse sentido, o Enunciado 492 da V Jornada de Direito Civil, segundo o qual “[a] posse
constitui direito autônomo em relação à propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens para o
alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais merecedores de tutela”.
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Teorias da posse
O professor Diego Brainer discorrerá sobre as teorias da posse, suas características e distinções.
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Corpus
Elemento material que se traduz na possibilidade real e imediata de dispor fisicamente sobre a coisa
possuída.
Animus
Elemento intencional, que corresponde à vontade do possuidor de ter a coisa como sua.
Isto é, para essa linha, conjugam-se dois elementos para a configuração da posse, quais sejam a apreensão
física da coisa e o chamado animus domini. Perceba-se, aqui, o especial foco no elemento anímico, de
acordo com o qual não se verifica suficiente o animus tenendi (consciência de ter a coisa consigo), mas na
especial intenção que tem o possuidor de ser dono da coisa.
Por essa teoria, o locatário, o comodatário e o depositário não são possuidores, pois falta-lhes a intenção de
dono.
Saiba mais
Em virtude dos grandes prejuízos de ordem prática que essa concepção causaria, a teoria subjetiva não foi
adotada no Brasil no CC/16 nem no CC/02, sendo relevante apenas para fins de usucapião, no que tange ao
conceito de posse ad usucapionem.
Ihering, por sua vez, desenvolveu a chamada “teoria objetiva da posse”. De acordo com ele, afigura-se
irrelevante o animus domini, tal como compreendido por Savigny, notadamente ante a dificuldade de
distinguir a vontade de possuir em nome alheio (affectio tenendi) e a vontade de possuir como dono ou para
ser dono. Bastaria, pois, para a teoria objetiva, a exteriorização do domínio.
Desse modo, embora Ihering exija, em sua teoria, o elemento corpus, seu significado ganha nova vestidura:
não se trata apenas da apreensão física da coisa, com o contato do possuidor com a coisa. O elemento
material deixa de privilegiar excessivamente o poder direto e imediato sobre o bem para ser identificado a
partir de sinais exteriores pelos quais se ateste que o objeto, onde se encontre, cumpra sua destinação
econômica.
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O aspecto objetivo corpus, então, passa a ser lido como “aproveitamento econômico”,
levado a efeito por meio do exercício de um dos poderes inerentes ao domínio.
Na teoria do Ihering, não há o elemento subjetivo, não se devendo, pois, averiguar vontade, desejo, intenção.
Nada disso importa. A teoria do Ihering é objetiva porque, em atenção ao que é exposto para o mundo,
mostra-se suficiente a chamada affectio tenendis, que é o comportamento consciente de aproveitamento da
coisa, ou seja, o sujeito estar ciente de que age implementando um dos poderes inerentes à propriedade, em
nome próprio, extraindo dali um aproveitamento econômico da coisa.
Por exemplo, se virmos determinada pessoa morando em uma casa, não há como dizer, prima facie, se é um
locatário/comodatário ou o próprio proprietário. Isso, pois, ostensivamente, a posse parece uma
propriedade, exteriorizando-se por meio do exercício de um dos poderes inerentes ao domínio.
É óbvio que essa definição de Ihering aumenta o leque de possuidores. Veja: ao passo que o locatário, para
Savigny, não é possuidor, o é para Ihering, já que, segundo a sua “teoria objetiva”, detém o corpus, exercendo
os poderes inerentes ao domínio, em nome próprio, bem como retirando aproveitamento econômico da
coisa.
Exemplo
Se alguém invadir o apartamento em que o locatário está morando, ou se atrapalhar o uso pacífico daquela
coisa, vê-se possível ajuizar uma ação possessória para proteger a sua posse.
Sob o olhar de Ihering, apenas é detentor aquele que, embora exerça alguns dos poderes inerentes ao
domínio, não pode ser considerado assim, porque a lei o impede. Desse modo, para ele, a diferença entre
possuidor e detentor é uma questão legal, de sorte que se deve olhar para o regramento jurídico atinente.
No Brasil, adota-se, como regra, a teoria de Ihering, a permitir o chamado “desmembramento da posse” e a
facilitação da “tutela possessória” (na doutrina subjetivista, os locatários, comodatários e depositários, por
exemplo, apenas teriam proteção contra esbulho e turbação na posse se recorressem ao efetivo
proprietário, para que, na posição de único possuidor, tomasse as providências necessárias). E isso pode ser
facilmente extraído dos arts. 1.196 e 1.198, que não fazem qualquer referência à intenção na hora de definir
o possuidor e o detentor, respectivamente, conforme transcrito a seguir:
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Art. 1.196
Considera-se possuidor todo aquele que tem, de fato, o exercício, pleno ou não, de algum dos
poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.198
Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro,
conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Classificações da posse
A posse pode ser classificada de diversas formas:
Quando se fala que a posse é justa, há uma remissão natural ao que seria uma posse legítima, adquirida de
acordo com a ordem jurídica. Contudo, trata-se de uma alusão falsa. Cuidado, portanto, com a classificação
que diz respeito aos vícios objetivos. Segundo o artigo 1.200 do CC, “[é] justa a posse que não for violenta,
clandestina ou precária”.
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Dessa forma, posse justa é aquela sem vícios objetivos. A posse injusta, por sua vez, perfaz aquela que
apresenta, pelo menos, um dos três vícios objetivos:
Posse violenta
Obtida com violência física ou moral/psicológica (roubo da posse).
Posse clandestina
Obtida na “surdina”, na “calada da noite”, sorrateiramente, sem a possibilidade de defesa da outra parte
(furto da posse).
Posse precária
Obtida em abuso de confiança (estelionato ou apropriação indébita).
Na posse clandestina e na posse violenta, observa-se que o possuidor injusto não tinha contato prévio com
a coisa. Na posse precária, ademais, o sujeito já exercia atos em relação àquela coisa, findando, porém, por
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violar a confiança do legítimo possuidor, ao se insurgir contra as suas determinações. Pense-se naquele
que, havendo de restituir a coisa no lapso aprazado, deixa de fazê-lo no momento oportuno. Nessa
perspectiva, a origem da posse precária se afigura totalmente diversa da posse clandestina e da posse
violenta. Frise-se que:
Posse justa
É necessariamente uma situação que tem na sua origem uma clandestinidade, violência ou precariedade.
Posse injusta
É um tipo de posse que tem um vício na sua origem, sendo algum obstáculo, havido na lei, à aquisição da
posse.
Se alguém falsifica um título do registro de imóveis e vende a um terceiro, sob a perspectiva do adquirente,
essa é uma posse justa, porque tem um vício objetivo proveniente de um obstáculo na lei. Neste caso, ao
mesmo tempo em que não é um legítimo possuidor, não ocorre clandestinidade, violência ou precariedade.
Trata-se, ao fim e ao cabo, de uma posse justa, mas não legítima. Enfatize-se, com efeito, que posse justa
não é sinônimo de posse legítima, porquanto a posse justa é tomada sempre ao alvedrio da lei.
Para não esquecer: posse justa é posse ilegítima, pois possui vício na origem.
Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância, assim como não autorizam a sua aquisição
os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Outro adendo relevante diz respeito ao fato de quem tem posse injusta não tem ação possessória contra o
possuidor justo, apresentando tal prerrogativa apenas contra terceiro. Isso se deve em atenção ao caráter
relativo da posse. A posse é injusta somente em relação àquele que perdeu a apreensão física da coisa de
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forma violenta, clandestina ou precária para o atual possuidor. Isto é, em relação a terceiros, trata-se de
posse legítima, da qual vai nascer tutela jurídica.
Ademais, quem tem posse injusta não pode adquirir o bem por usucapião. No tocante aos vícios subjetivos,
a posse de boa-fé consta no art. 1.201 do CC, apresentado a seguir, in verbis:
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo
prova contrária, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Perceba que a boa-fé aludida no dispositivo é subjetiva, que diz respeito ao estado psicológico do sujeito.
Ainda à luz do ditame legal, a boa-fé é real quando o possuidor ignora obstáculo para a aquisição da
propriedade (caput) ou a boa-fé é presumida quando o possuidor tem um justo título (parágrafo único).
O justo título nada mais é que uma causa representativa que tenha fundamento no ordenamento jurídico,
referenciado no Enunciado 302 da IV Jornada de Direito Civil do CJF, como “o ato capaz de transmitir a
posse ad usucapionem, observado o disposto no art. 113, CC”, que trata da boa-fé objetiva (“Os negócios
jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”).
No mesmo sentido, do Enunciado 303 da IV Jornada de Direito Civil do CJF, extrai-se que:
Considera-se justo título, para a presunção relativa da boa-fé do possuidor, o justo motivo que lhe autoriza a
aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em instrumento público ou particular.
Compreensão na perspectiva da função social da posse.
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Por exemplo, um contrato válido e eficaz é justo título (locação, comodato, depósito e compromisso de
compra e venda de imóvel registrado ou não na matrícula), seja materializado por instrumento público ou
particular. Ressalta-se que o justo título traz uma presunção relativa ou iuris tantum da boa-fé, que admite,
portanto, prova contrária.
Na posse de má-fé, o possuidor não ignora obstáculo para a aquisição da propriedade e não tem o justo
título, como ocorre com o invasor do imóvel de terceiro, que tem posse injusta e de má-fé.
Atenção
Em regra, a posse justa equivale à posse de boa-fé e a posse injusta equivale à posse de má-fé, mas não
necessariamente. Excepcionalmente, a posse pode ser injusta e de boa-fé, como na situação em que um
bem é roubado e depois vendido para um terceiro que ignora o roubo. A posse desse terceiro é injusta e de
boa-fé.
De toda sorte, esta classificação não se confunde com a anterior, pois, naquela, os vícios são objetivos
(justa ou injusta); aqui os vícios são subjetivos (boa e má-fé). Ademais, esta classificação gera efeitos para
os frutos, as benfeitorias e responsabilidades pela coisa (por perda e deterioração da coisa).
A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou
real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse
contra o indireto.
Posse direta
Se faz presente quando a pessoa tem uma relação imediata e corpórea com a coisa (poder físico imediato),
como ocorre com o locatário, com o comodatário e com o depositário.
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Posse indireta
É aquela decorrente do exercício de um direito, como o de propriedade, sendo o caso do locador, do
comodante e do depositante. Note-se que a posse direta é havida de quem tem a posse indireta.
Em conformidade com o art. 1.197 do CC e também com o Enunciado 76 da I Jornada de Direito Civil, o
possuidor direto pode defender a sua posse contra o indireto (e vice-versa).
Como exemplo, menciona-se a situação na qual, vigente contrato de locação, o locatário viaja para o exterior
e, quando retorna, descobre que o imóvel foi invadido pelo locador. Ato contínuo, o locatário ingressa com
ação de reintegração de posse contra o locador, que alega em sua defesa ser proprietário do imóvel
(exceptio proprietatis).
Essa ação deve ser julgada procedente, pois, nas ações possessórias, não cabe a alegação de propriedade
ou de outro direito real sobre a coisa (art. 1.210, §2º, CC – “não obsta à manutenção ou reintegração na
posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa”).
No Direito Romano, não se admitia a pluralidade de possuidores in solidum, ou seja, cujas posses
incidissem, a um só tempo, sobre o mesmo objeto por inteiro. Dessa maneira, firmada nova posse, a antiga
se extinguia. Tal dificuldade, todavia, findou superada a partir da compreensão da posse como um dos
exercícios inerentes ao domínio, afinal, se a titularidade pode ser comum, igualmente a posse assim poderá
se manifestar.
Logo, no direito brasileiro, admite-se a composse, também chamada de “posse comum”, que se distingue da
posse exclusiva. Em suma, depreende-se na composse o exercício simultâneo da posse por mais de uma
pessoa, sem que nenhuma delas possa excluir a outra. Diferencia-se a composse do desdobramento da
posse:
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Composse
Todos podem utilizar a coisa diretamente. Exemplo: O casal morando em um apartamento que é
propriedade de apenas um deles.
Desdobramento da posse
Um dos possuidores fica privado da utilização imediata da coisa. Exemplo: Quando o proprietário quando
aluga seu imóvel, apenas o locatário utiliza a coisa.
Efeitos da posse
Posse ad usucapionem
Possibilita a aquisição da propriedade por usucapião, desde que preenchidos determinados requisitos.
Posse ad interdicta
Possibilita o ajuizamento de ações possessórias (interdito proibitório; manutenção ou reintegração de
posse).
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Veja que a posse ad usucapionem não está presente em toda e qualquer posse. Pense-se na hipótese de
desmembramento da posse ante a existência de contrato de comodato por 30 anos. Essa posse direta do
comodatário, por si só, não será capaz de fazer com que ele adquira a propriedade do imóvel, por
perfectibilizar tão somente posse ad interdicta.
Nessa perspectiva, quanto aos bens públicos, por expressa vedação constitucional da aquisição pela
usucapião, não há de se falar em posse ad usucapionem.
ius possidendi
Para se referir à posse titulada (fundada em contrato válido e eficaz, por exemplo). Não
pertence ao estudo da posse, e sim ao da propriedade.
ius possessionis
Para aludir à posse sem título, também chamada posse autônoma ou posse natural.
No que tange ao tempo da posse, considera-se nova quando apresenta-se com menos de “ano e dia”; e
velha quando apresenta-se com mais de “ano e dia”. Por fim, importante consignar a inteligência do art.
1.203, do CC, segundo o qual:
Salvo prova contrária, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
Nesse sentido, a modalidade pela qual a posse se apresenta, sendo legítima ou ilegítima, isenta ou não de
vícios, direta ou indireta, de boa-fé ou má-fé, a título de propriedade ou autorizada pelo titular do domínio, via
de regra, mantém o mesmo caráter. Logo, a posse adquirida de maneira violenta, clandestina ou precária,
guardará essas mesmas características, ressalvada da ocorrência da chamada “interversão da posse” ou
inversão do título da posse, fenômeno admitido em vista da literalidade do próprio art. 1.203 do CC, que
permite “prova contrária”.
Dessa forma, embora seja impossível alterar o caráter da posse por exclusiva vontade de
uma das partes, é viável que haja a mudança de seu fundamento.
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Suscita-se, por exemplo, da situação na qual o sujeito invadiu o terreno clandestinamente, mas,
posteriormente, resolve comprá-lo do legítimo proprietário, hipótese em que a posse passa a ser, para todos
os fins, legítima, ou seja, sem vícios de ordens objetiva ou subjetiva.
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Questão 1
Acerca dos direitos afetos à posse no vigente Direito Civil brasileiro, é CORRETO afirmar que:
A posse não possui proteção jurídica em face da alegação de propriedade, uma vez que
A a propriedade, ou outro direito real sobre a coisa, obsta manutenção ou reintegração na
posse.
A posse violenta pode ser considerada justa, desde que não seja clandestina ou
B
precária.
C Denomina-se posse de boa-fé aquela que não for violenta, clandestina ou precária.
A posse é autônoma em relação à propriedade, sequer sendo possível discutir propriedade em ação
possessória. Então, a posse tem, sim, proteção jurídica em face da propriedade; a posse é injusta
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quando violenta, clandestina ou precária (vícios objetivos); nas alternativas C e E, houve a troca do
conceito de posse justa e de boa-fé.
Questão 2
A teoria subjetiva, proposta por Savigny, diz que a posse é “o poder direto ou imediato que tem a pessoa
de dispor fisicamente de um bem com a intenção de tê-lo para si e de defendê-lo contra a intervenção
ou agressão de quem quer que seja”. É correto afirmar que:
Segundo esse entendimento, basta ter a coisa (corpus) para se tornar possuidor do
B
bem.
A posse não limita o direito de dispor, até porque, na hipótese de possuidor e locador da
D
coisa, este poderá receber os alugueres.
Posse justa é a que não se apresenta, cumulativamente, de forma violenta, clandestina; segundo esse
entendimento, há de se ter corpus e animus domini; a posse pode limitar o direito de dispor; existe
proteção à posse e ela também pode ser disponibilizada.
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Aquisição da posse
Definir o momento de aquisição da posse se mostra relevante para vários fins:
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Compulsando a legislação, verifica-se que o atual Código Civil adotou modelo aberto, à diferença do que
ocorria no CC/16. De fato, pelo sistema atual, a posse é obtida quando se adquire qualquer dos atributos da
propriedade. Isto é, nos termos do art. 1.204 do CC:
Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer
dos poderes inerentes à propriedade.
Exemplo
Apreensão da coisa; Exercício de direito; Tradição (entrega da coisa); Disposição da coisa.
Nos termos do art. 1.205 do CC, ademais, prevê-se que a posse pode ser adquirida pela própria pessoa, pelo
representante dessa pessoa ou por terceiro sem mandato:
A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - por terceiro
sem mandato, dependendo de ratificação.
Note-se que, no caso do terceiro sem contrato de mandato celebrado, chamado de “gestor de negócios”, é
necessária a ratificação pelo dono da coisa. Por cuidar de situação estritamente fática, a configuração da
posse pode ser sutil em determinadas situações em que não há tanta nitidez no exercício autônomo das
faculdades dominiais. O próprio CC traz normas auxiliares para tal fim.
Ao ressaltar, no bojo do art. 1.204, que a faculdade dominial deve ser exercida em nome
próprio, estremam-se as figuras da posse e da detenção, sendo este o sujeito que
cumpre ordens, como um caseiro.
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Na mesma linha, o próprio Código, no art. 1.208, impõe que atos de mera tolerância e permissão, fugazes e
precários per se, não atraem tutela possessória, o que se distingue de absoluto dos negócios jurídicos que
servem de título ao desmembramento possessório (em posse direta e indireta).
Da mesma intelecção do art. 1.208, extrai-se que não autorizam a aquisição da posse os atos violentos ou
clandestinos, senão depois de cessar a violência e a clandestinidade.
Sabe-se, pois, que a violência nada mais é do que a negação do exercício pacífico de qualquer das
faculdades do domínio, bem como que a clandestinidade impede que se visualize o exercício público e
inconteste de um dos poderes inerentes à propriedade.
Dessa forma, enquanto houver violência ou clandestinidade inexiste, por definição, aquisição de posse.
Findas tais situações, porém, manifesta-se a posse, evidentemente injusta por haver sido adquirida de meio
vicioso. Ainda de maneira auxiliar, o art. 1.209 estabelece que:
[a] posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.
Logo, não importa se o bem móvel se caracteriza como acessório ou pertença, pois a simples posse do
imóvel faz presumir, até prova contrária, a posse dos bens móveis nele contidos. Veja que a aquisição da
posse pode resultar da lei, do ato jurídico em sentido estrito, do negócio jurídico e mesmo do ato ilícito
(esbulho). A apreensão da coisa, representativa de ato lícito de conduta, cuida-se de ato jurídico em sentido
estrito, inconfundível com negócio jurídico. Sua validade, pois, não depende da capacidade de exercício do
agente.
Por esse motivo, até mesmo o incapaz pode adquirir, por si próprio, a posse, desde que possua consciência
natural de seu comportamento. Portanto, o menor de idade, mesmo que sem assistência ou representação
de seus responsáveis, pode adquirir posse de brinquedo mediante sua captação física.
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Por meio do negócio jurídico, todavia, visualiza-se a forma mais comum de aquisição da posse. Aqui, vale
dizer, a tradição ressai como a maneira mais tradicional de operar a aquisição da posse, seja de coisas
móveis ou imóveis. No tocante à traditio, na prática, sabe-se que pode ser:
há um ato representativo de transferência da coisa, como ocorre na traditio longa manu, quando a
coisa é disponibilizada para a outra parte com a entrega de chaves de um veículo.
Traditio brevi manu – a pessoa possuía em nome alheio, mas agora possui em nome próprio,
situação em que o locatário compra o bem.
Constituto possessório (cláusula constituti) – a pessoa possuía em nome próprio e agora possui
em nome alheio, como na hipótese de determinada instituição financeira alienar a agência
bancária e ficar no imóvel a título de locatário. O constituto possessório, que nada mais é que
disposição contratual específica, tem por efeito a aquisição da posse sem a apreensão material
da coisa.
Saiba mais
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Além da tradição, a aquisição pode se dar ope legis, ou seja, por força de lei. O próprio ordenamento jurídico
determina que, acontecido certo evento, dá-se a aquisição da posse para o novo possuidor, como no caso
da transmissão da posse para herdeiros quando da abertura da sucessão.
Originária
Quando há um contato direto entre a pessoa e a coisa.
Derivada
Quando há uma intermediação pessoal, sendo o principal exemplo a tradição (entrega da coisa – traditio).
A aquisição originária é a que se dá sem que a posse tenha sido transmitida pelo possuidor anterior, isto é,
sem que haja uma relação jurídica entre o possuidor anterior para o novo. Então, na aquisição originária, o
atual possuidor adquire por autoridade própria, em razão da prática de atos ostensivos independentes da
vontade do possuidor original. Para a aquisição originária, bastam a apreensão da coisa e o exercício de
uma das faculdades inerentes ao domínio, nenhum deles transmitidos pelo possuidor originário. Por
exemplo, o sujeito que toma posse com violência faz uma aquisição originária da posse; o sujeito que
invade um terreno idem.
A aquisição derivada se verifica quando há uma relação jurídica anterior entre o possuidor originário e o
novo. Aqui, a posse é transmitida de um para o outro, com quando fundada em contrato, por exemplo.
Hipótese de aquisição derivada ope legis, ademais, é o caso do art. 1.784 do CC, dispondo que:
Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
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Trata-se, aqui, do “direito de saisine”, que é uma ficção legal inspirada no Direito francês, de acordo com a
qual, no momento da abertura da sucessão, ocorrida com a morte da pessoa, os herdeiros se tornam
proprietários e possuidores de todos os bens da herança, independentemente de qualquer formalidade.
Dispõe, ainda, o art. 1.206 do CC que:
[a] posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Todo sucessor causa mortis recebe a posse no exato momento da abertura da sucessão, por força do
direito de saisine, com os mesmos atributos, inclusive vícios, que já havia nas mãos do de cujus.
Em continuidade, determina o art. 1.207 do CC que: “[o] sucessor universal continua de direito à posse do
seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais”. O
dispositivo retro difere duas situações:
Sucessor singular
Caso do legatário – disposição testamentária específica – tem-se a soma das posses de modo
facultativo.
close
Sucessor universal
Isto é, para o sucessor universal, entende o legislador que a posse do herdeiro é a mesma do de cujus,
tratando-as sem solução de continuidade. Para o sucessor singular, o ditame houve por apenas facultar – e
não obrigar – o novo possuidor a se valer da duração da posse do anterior. A acessão de posse (soma das
posses), todavia, é deveras relevante, sobretudo para fins de usucapião.
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Por fim, enfatiza-se que como forma de evitar fraudes, aprovou-se o Enunciado 494, na V Jornada de Direito
Civil do CJF, para o qual:
A faculdade conferida ao sucessor singular de somar ou não o tempo da posse de seu antecessor não
significa que, ao optar por nova contagem, estará livre do vício objetivo que maculava a posse anterior.
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Perda da posse
O professor Diego Brainer discorrerá sobre as formas de perda da posse. Vamos assistir!
O art. 520 do Código Civil de 1916, porém, elencava situações que ainda servem de exemplo hodiernamente:
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Assim, segundo acepção de Ihering, perde-se a posse quando se deixa de obter aproveitamento econômico
por meio do exercício de um dos poderes inerentes ao domínio, o que pode ocorrer pela perda da própria
coisa. Remete-se ao sujeito que tem um passarinho na gaiola, que acaba por fugir. Deixa-se, aqui, de ter
posse.
Outra situação dá-se com o abandono da coisa, quando descarto, voluntariamente, bem meu no lixo, por
exemplo.
Na hipótese de perda da própria coisa, isso ocorre contra a vontade do possuidor. Contudo, no abandono, a
vontade apresenta-se fundamental, ganhando a questão contornos mais complexos. Isso porque, dentre as
prerrogativas dominiais (usar, gozar e dispor) do proprietário, embora de forma limitada (pela função social
ou pelas normas do Estatuto da Cidade), existe a faculdade de não usar seu bem. Portanto, deve restar
patente essa intenção.
A terceira causa de perda da posse é a destruição da coisa, quando, por exemplo, o sujeito sofre um
acidente de carro e há perda total do veículo; o carro pega fogo e, por isso, perde-se a posse e a propriedade
dela; o cavalo morre e, diante disso, deixa-se de ter a propriedade e a posse sobre ele.
Outra forma de perda da posse é a tradição. A bem dizer, todas as formas de transmissão derivadas são, de
um lado, uma aquisição e, de outro, uma perda da posse. Isto é, em perspectiva fática, sempre alguém
ganha e perde. Então, irremediavelmente, a tradição da posse implica, em alguma medida, perda da posse
por aquele que está fazendo a tradição.
A quinta forma perfaz o chamado constituto possessório, em que o possuidor transmite sua posse plena e
passa a tê-la limitadamente. Por fim, também a posse de outrem enseja a perda da posse. Suscita-se a
situação de determinado sujeito adquirir bem da propriedade de outrem por usucapião.
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De muitas maneiras, então, o possuidor pode deixar de exercer o poder de fato sobre o bem, seja por
negligência ou desinteresse, seja por seu ímpeto de ceder a posse, pelo perecimento total do bem e por seu
extravio definitivo.
A causa mais sensível, porém, é a perda da posse pelo exercício do ius possessionis por
terceiro, o que pode deflagrar conflitos possessórios.
Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se
abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
O dispositivo epigrafado traz regra específica para a definição do momento da perda da posse quando o
possuidor não presencia o esbulho. Lembre-se, na posse clandestina, do exemplo do sujeito que viaja e o
vizinho, sorrateiramente, invade o seu terreno, do qual o proprietário apenas toma conhecimento do esbulho
depois de transcorrido um ano. Nesse caso, entende-se que o vizinho esbulhador não é possuidor, mas mero
detentor, visto que a posse era clandestina. Dessa forma, enquanto o proprietário não tem notícias da
invasão, não se considera que houve perda da posse.
Por certo, compatibilizando esse posicionamento com a dinâmica atual, em que a sociedade se encontra
altamente conectada e que há notável facilitação de comunicação, o início da posse, segundo o teor legal,
se dá quando o possuidor legítimo tinha possibilidade de conhecer aquela tomada da posse.
No exemplo dado, do indivíduo que estava viajando no momento do esbulho, vale frisar que se ele tomar
conhecimento da situação e retornar para recuperar a apreensão da coisa, conseguindo fazê-lo
imediatamente, considera-se que jamais houve perda da posse. Então, caso esse sujeito seja um simples
possuidor ad usucapionem, o fato de concluir que nunca houve perda efetiva da posse é importante para a
contagem do prazo de usucapião.
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31/05/2023, 14:00 Posse
O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o
faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou
restituição da posse.
Não obstante a regra do art. 1.224, prestigiar o proprietário em detrimento do possuidor, segundo parte da
doutrina, o ditame não pode ser interpretado de modo a descaracterizar o momento real do esbulho, isto é,
quando o esbulhador exterioriza as faculdades dominiais. O aludido preceito, limita-se, pois, a oferecer ao
legítimo possuidor, para todos os efeitos legais, a possibilidade de, encontrando-se ausente no momento em
que se deu o esbulho, retomar a sua posse como se nunca a houvesse perdido.
Resumindo
Preserva-se a estabilidade da situação possessória quando de controvérsias fugazes, que se dissipem
facilmente com a simples presença do proprietário.
Essa retomada, contudo, há de ser pacífica, afastada do desforço pessoal caracterizador da autotutela
permitida no art. 1.210, §1º, já transcrito. Como instrumento de legítima defesa, o desforço possessório só
pode se verificar em estritas situações que o legislador previu, o que não é este caso aqui, vez que já houve
tomada da posse há longa data. Decerto, no plano fático, a posse foi adquirida no momento em que o
sujeito passou a exercer atos inerentes ao domínio, e é naquela circunstância que o legítimo possuidor
poderia fazer o desforço possessório, inclusive com o uso da força.
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31/05/2023, 14:00 Posse
Questão 1
No que se refere ao instituto da posse no Direito Civil brasileiro, ocorre a tradição brevi manu no caso
em que:
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31/05/2023, 14:00 Posse
Apenas a alternativa E direciona para o conceito de traditio brevi manu. Embora, de fato, apartado do
enunciado, as alternativas A e D encontram-se corretas. A alternativa B diz respeito ao constituto
possessório.
Questão 2
Adquire-se a posse:
Pelo próprio interessado, seu representante ou procurador e por terceiro sem mandato
E
(dependendo de ratificação), apenas.
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31/05/2023, 14:00 Posse
A aquisição da posse pela gestão de negócios imprescinde de ratificação; a posse pode ser adquirida
por representante ou procurador e por terceiro sem mandato; só precisa de ratificação quando não há
contrato de mandato celebrado; o constituto possessório também é forma de aquisição da posse.
3 - Efeitos da posse
Ao fim do módulo, você será capaz de listar as principais perspectivas de efeitos da posse.
Efeitos da posse
A posse traduz situação fática que o ordenamento jurídico protege como direito subjetivo autônomo em
relação à propriedade, de sorte que a ela se reconhecem diversos efeitos jurídicos.
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A condução à usucapião
Tutela da posse
Um dos principais efeitos da posse (ao lado da condução à usucapião) é, sem dúvidas, a tutela da posse,
chamada proteção interdital, abrangendo as ações possessórias e a permissão de autotutela para a defesa
da posse, de que se podem valer qualquer possuidor, independentemente do caráter da posse.
Os interditos possessórios consistem, essencialmente, em meios processuais que o possuidor pode utilizar
para a defesa de sua posse. Nessas ações de juízo possessórios, distintas, pois, do juízo petitório, discute-
se apenas posse, e não a titularidade dominial, razão pela qual assevera-se no art. 1.210, §2º, CC, que:
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31/05/2023, 14:00 Posse
Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a
coisa.
É preciso diferenciar o juízo possessório (ius possessionis) e o juízo petitório (ius possidendi). Em ações
possessórias, está-se no âmbito do juízo possessório, em que se discute apenas o ius possessionis, nada
havendo se falar sobre o título jurídico que eventualmente possa ter originado aquela posse (vedação à
exceção de domínio). Isso porque eventual debate sobre título jurídico diz respeito ao ius possidendi, de
juízo petitório (ação reivindicatória).
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Ação de manutenção de posse
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Ação de reintegração de posse
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Interdito proibitório
Basta que haja turbação, esbulho e ameaça da posse, respectivamente, para que seja admitida a defesa da
posse. Frise-se que a ação de imissão na posse, não obstante tenha o condão de investir alguém na
qualidade de possuidor, de modo que antecede, a rigor, a posse, revela-se demanda de natureza petitória.
A ação de manutenção é utilizada para os casos de turbação, que nada mais é que o ato que embaraça o
livre exercício da posse, podendo ser intentada inclusive contra o proprietário da coisa. Neste ponto, o
indivíduo ainda exerce posse, mas não em sua plenitude, como outrora fazia, pois está sendo atrapalhado
por outrem. Nesse sentido, verifica-se aqui a dificuldade de praticar os atos que praticava anteriormente.
Por sua vez, a ação de reintegração é ajuizada quando o possuidor defronta-se com um esbulho, que é a
perda da posse.
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31/05/2023, 14:00 Posse
Fecha a tríade das clássicas ações possessórias o chamado interdito proibitório, manejado preventivamente
para impedir que venha a ocorrer a turbação ou o esbulho. Basta, aqui, a violência iminente e justo receio de
perturbação possessória.
Veja que, para a tutela contra a privação total da posse (esbulho), parcial (turbação) ou pelo simples receio
(ameaça), demanda-se que seja injusta.
Se o sujeito, por exemplo, não paga as prestações devidas em um negócio jurídico com garantia fiduciária,
não se pode utilizar uma ação de reintegração de posse para retomar a coisa, uma vez que a perda da posse
seria justa. Não é exagerado reafirmar, ainda, que mesmo quem tem posse injusta pode manejar tais ações.
Exemplo
A posse do ladrão é injusta em relação à vítima, mas é justa em relação ao resto da sociedade. Nessa
mesma perspectiva, ninguém mais pode ajuizar possessória ação contra o ladrão, a não ser a vítima, isso
em virtude da relatividade dos vícios possessórios.
Os interditos clássicos não são os únicos meios de defesa da posse. A ação de dano infecto, por exemplo,
decorrente sobretudo do direito de vizinhança, intenta que o vizinho não pratique atos que possam
atrapalhar sua posse.
Por exemplo, às vezes, o vizinho está fazendo uma obra que pode turbar a posse do outro; está podando
árvore de forma irregular, porque situada no terreno do vizinho. Então, a ação de dano infecto é uma
demanda que visa principalmente evitar que a atuação de um vizinho cause danos ao outro.
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31/05/2023, 14:00 Posse
Desforço possessório
A proteção da posse também pode ser perfectibilizada de forma extrajudicial, quando ocorre o desforço
possessório, o qual é a possibilidade de o possuidor esbulhado ou turbado tutelar, por si só, com sua própria
força, a sua posse, repelindo a agressão do esbulhador ou do turbador.
No art. 5º, XXXV, CRFB/88, há a inafastabilidade da atuação jurisdicional, de sorte que só quem tem o
monopólio da força no Estado Democrático de Direito é o Estado. A princípio, então, todas as controvérsias
devem ser submetidas ao Poder Judiciário. Se o devedor não entrega o objeto do contrato, o credor não
pode simplesmente entrar na casa do devedor, arrombar a porta dele e recuperar aquele bem. O Estado, por
outro lado, pode, desde que observadas as formalidades legais; mas não o particular.
Entretanto, existem algumas situações no nosso Código em que o legislador abre exceções a essa regra,
como a legítima defesa.
É o que ele faz no direito de retenção, por exemplo, ou aqui no desforço possessório, havendo sempre de ser
exercida no exato limite da necessidade para repelir a agressão. No art. 1.210, §1º, do CC, temos a
permissão do legislador, relativa à autotutela da posse, que é justamente esse instituto do desforço
possessório:
O possuidor turbado ou esbulhado poderá manter-se ou destituir-se por sua própria força, contanto que o
faça logo; os atos de defesa ou de desforço não podem ir além do indispensável à manutenção ou
restituição da posse.
Nesse viés, para que o possuidor tenha direito ao desforço possessório, devem se fazer presentes os
seguintes requisitos:
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31/05/2023, 14:00 Posse
No caso em que A invade a propriedade de B, mas A não tem forças para enfrentar aquela pessoa. A, então,
sai imediatamente para chamar um de seus vizinhos. Se isso ocorrer de pronto, não há qualquer problema, o
que não pode ocorrer é ele voltar dois dias depois.
Trata-se, aqui, do problema de um possuidor colher frutos e, posteriormente, o bem ser retomado por
outrem. Em síntese, o possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos e às despesas de produção e
custeio dos frutos pendentes, porém não faz jus aos frutos pendentes nem aos frutos colhidos por
antecipação, que devem ser restituídos. Já o possuidor de má-fé não tem direito a quaisquer frutos, mas tão
somente de ser indenizado pela produção e custeio dos frutos colhidos e percebidos, que devem ser
restituídos. Essa é a inteligência que se compreende dos arts. 1.214 e 1.216 do Código Civil, ambos
transcritos a seguir:
Art. 1.214
O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único.
Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de
deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos
colhidos com antecipação. (...)
Art. 1.216
O id d á fé d t d
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f t lhid bid b l 38/49
31/05/2023, 14:00 Posse
O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos
que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem
direito às despesas da produção e custeio.
Note-se, de fato, uma preocupação especial do legislador com o possuidor de boa-fé, para que não fique
sem qualquer resguardo legal, apesar de o vício que macula a sua posse, e com a vedação ao
enriquecimento sem causa.
Rememore-se, ainda, para a perfeita compreensão do assunto, que os frutos são tudo o que é produzido
pelo bem com periodicidade habitual, renovando-se tempo a tempo (diferentemente dos produtos, que se
esgotam), bem como que frutos percebidos são aqueles que já foram colhidos no momento correto; frutos
pendentes são aqueles que ainda não estão no momento de serem colhidos; e os frutos colhidos por
antecipação o foram feitos antes da hora.
Exemplo
Isso significa, por exemplo, que se João colheu frutos de boa-fé, não tem que devolver ao Caio nem
indenizá-lo, conservando com ele aqueles frutos. Todavia, quando cessa a sua boa-fé, se ele colher, tem que
devolver. Se não puder mais devolver, porque já consumiu ou vendeu, terá que indenizar.
Modalidade de benfeitoria
Necessária, útil ou voluptuária.
Caráter da posse
Se de boa-fé ou de má-fé.
Trata-se, aqui, do problema de perquirir se o possuidor será indenizado ou não por benfeitorias que haja
realizado antes da retomada do bem por outrem. Pense na hipótese do sujeito que, antes de ter ciência da
ação judicial, fez várias obras em determinado imóvel.
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31/05/2023, 14:00 Posse
Em suma, o possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, podendo
exercer o direito de retenção. Quanto às benfeitorias necessárias, o possuidor de boa-fé tem o direito de
levantá-las, quando puder fazê-lo, sem detrimento da coisa. O possuidor de má-fé, ademais, somente tem
direito de ressarcimento pelas benfeitorias necessárias, não lhe assistindo direito de retenção da coisa, nem
o direito de levantar as benfeitorias voluptuárias.
Essa é a intelecção dos arts. 1.219, 1.220 e 1.222, ora apresentados, in verbis:
Art. 1.219
O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem
como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias
necessárias e úteis.
Art. 1.220
Art. 1.222
Necessárias
São imprescindíveis para a conservação da coisa; que são indispensáveis para evitar a ruína da coisa.
Úteis
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31/05/2023, 14:00 Posse
Trazem apenas uma maior utilidade para o bem, ou seja, um melhor aproveitamento da coisa.
Voluptuárias
Tem o objetivo de melhorar a recreação do bem ou enfeitá-lo; trata-se de uma estética de criação.
O devedor responde por culpa apenas, logo, se acontecer algum dano à coisa que ele tem que entregar ao
credor decorrente de caso fortuito ou força maior, ele se exime, e não responde. Vale, pois, proceder à leitura
dos dispositivos legais atinentes, ipsis litteris:
Art. 1.217
O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der
causa.
Art. 1.218
O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais,
salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
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31/05/2023, 14:00 Posse
Usucapião
O professor Diego Brainer discorrerá sobre a aquisição da propriedade por usucapião, seu conceito e suas
espécies.
Usucapião extraordinária;
Usucapião ordinária;
Usucapião tabular
Usucapião especialíssima (que é a familiar);
Usucapião rural;
Usucapião urbana;
Usucapião especial.
Aqui, cumpre ressaltar os requisitos gerais, relacionados diretamente à posse. Há dois gerais, que
configuram a posse ad usucapionem, aplicáveis para qualquer modalidade:
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31/05/2023, 14:00 Posse
A posse contínua, mansa e pacífica não pode ter sido objeto de contestação levada a
cabo pelo proprietário contra o qual se deseja usucapir.
Dessa maneira, o primeiro requisito para a aquisição da propriedade por usucapião consiste no exercício
possessório. O animus domini, se dispensável para a configuração da posse, segundo concepção
predominante de Ihering, que se caracteriza pelo simples exercício de fato de alguma das faculdades
inerentes ao domínio, torna-se indispensável para a deflagrar a prescrição aquisitiva (cf. construção de
Savigny).
Nesse viés, mostra-se absolutamente insuficiente o animus tenendi para a configuração da usucapião,
sendo necessária a intenção de domínio, de apropriação da coisa. Contudo, a usucapião, a rigor, não é efeito
exclusivo da posse. Na realidade, a posse é apenas um dos seus elementos integrativos, ao lado do tempo,
do justo título e da boa-fé, dentre outros requisitos específicos.
Usucapião Especial Rural (art. 5 anos; não proprietário de outro imóvel; 50 hectares; trabalho +
1239, CC/02) moradia.
Usucapião Especial Urbana 2 anos + moradia + abandono de lar pelo coproprietário; sem
por Abandono de Lar (art. oposição + exclusividade; 250m²; independente de título e boa-fé;
1240-A, CC/02) não proprietário de outro imóvel.
Usucapião Coletivo: (art. 10 e Áreas urbanas com mais de 250m²; população de baixa renda +
ss. do Estatuto da Cidade) utiliza para moradia; 5 anos; impossível identificar os terrenos
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31/05/2023, 14:00 Posse
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Questão 1
Aquele que detiver a posse injustamente não poderá se utilizar dos interditos
C
possessórios, mesmo em face de terceiros que não tenham posse.
O dono da posse deve indenizar as benfeitorias necessárias pelo seu valor atual, mesmo
D
ao possuidor de má-fé, sob pena de enriquecimento sem causa.
O possuidor de boa-fé não responde pela perda da coisa, mas responde por sua
E
deterioração, ainda que não lhe dê causa.
As benfeitorias necessárias são sempre ressarcidas, seja o possuidor de boa-fé ou má-fé; aquele que
detiver a posse injustamente poderá manejar interditos em face de terceiros; não precisa indenizar pelo
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31/05/2023, 14:00 Posse
valor atual se estiver de má-fé (art. 1.222 do CC); responde por uma e por outra.
Questão 2
Caso mais de uma pessoa se diga possuidora, será mantida provisoriamente no imóvel
E
a que comprovar a posse de boa-fé.
Trocou-se posse justa por posse de boa-fé; a boa-fé não é essencial para possessórias; é possível sua
aquisição por representante; melhor posse não necessariamente é de boa-fé.
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Considerações finais
A posse tem importância nodal no mercado imobiliário informal. Viu-se de que forma consta positivada em
nosso ordenamento as formas de aquisição da posse, extraída a partir do exercício de um dos poderes
dominiais, suas formas de transmissão, voluntárias e ope legis, para, ao fim e ao cabo, analisar os efeitos da
posse, em diversos planos.
Coadunando os tópicos, verificou-se que o legislador houve por amplamente beneficiar o estado de
lealdade: o prazo para aquisição da propriedade por usucapião é deveras menor quando o possuidor está de
boa-fé; existe disciplina bastante diferente no que tange à percepção de frutos, considerando a boa ou má-fé
do possuidor; da mesma forma, o regramento das benfeitorias realizadas na coisa varia se de boa-fé faço
uma benfeitoria na coisa.
Desse modo, para verificar se o sujeito se encontra de boa-fé ou não, deve-se buscar padrões de conduta
objetivos, em detrimento do estado anímico subjetivo, a partir do comportamento concreto manifestado,
sempre levando em consideração não o sujeito abstrato, mas em vista das circunstâncias socioculturais
daquela pessoa. Isto é, deve-se partir de uma análise subjetiva, porém objetivada para extrair um modelo de
conduta esperado de uma pessoa que se enquadre naquelas características. E se essa pessoa concreta,
embora ignore efetivamente o vício, se desviou do padrão de conduta adequado, caracteriza-se a má-fé.
Em uma palavra final, urge o aprofundamento do estudo da posse, tão relevante para o acesso a bens
essenciais, como, inclusive, a moradia.
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Agora, o professor Diego Brainer discorre sobre o que é a posse, como adquiri-la e seus efeitos.
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31/05/2023, 14:00 Posse
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Sugere-se a leitura de dois textos atuais sobre o tema:
Posse no Direito Brasileiro: Para além do animus e do corpus, por Paulo Lobo. (Genjurídico)
Referências
AZEVEDO. A. V. Comentários ao Novo Código Civil. V. 7. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
GOMES, O. Direitos Reais. 1909-1988, atualizado por Luiz Edson Fachin. 21. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2012.
MONTEIRO FILHO, C. E. do R.; RENTERIA, P.; TEPEDINO, G. Fundamentos do Direito Civil. V. 5. Rio de Janeiro:
Forense, 2020.
SCHREIBER, A. Manual de Direito Civil Contemporâneo. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
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