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recipientes com água ou vaporizadores nos quartos de dormir e evitar a vidades sicas e exposição ao
sol forte, principalmente no horário mais crí co, até às 16h;
CONSIDERANDO que a população em situação de rua, por razões óbvias ligadas às suas
circunstâncias, não possuem meios e condições para seguir e concre zar as orientações da Defesa Civil;
CONSIDERANDO que a população em situação de rua é o grupo de pessoas mais
vulnerável à onda de calor, diante da precariedade de meios para subsis r;
CONSIDERANDO que a Lei Distrital nº 6.691/2020 estabeleceu o respeito à dignidade da
pessoa humana, a valorização e o respeito à vida e à cidadania, bem como o atendimento humanizado e
universalizado como princípios da Polí ca Distrital para a População em Situação de Rua;
CONSIDERANDO a Lei Distrital nº 4.085/2008 que dispõe que a segurança alimentar e
nutricional consiste na garan a do acesso de todos, de forma regular e permanente, a alimentos de
qualidade, em quan dade suficiente, com base em prá cas alimentares promotoras de saúde que
respeitem a diversidade cultural e sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis
CONSIDERANDO o inciso V, do ar go 3º, da Lei Distrital nº 4085/2008, que prevê que é
obje vo da polí ca de segurança alimentar e nutricional o atendimento suplementar e emergencial a
indivíduos ou grupos populacionais em situação de vulnerabilidade;
CONSIDERANDO que o fornecimento gratuito de água potável, bem como de alimentos
frescos podem ajudar a população em situação de rua a se hidratar e a suportar os efeitos climá cos
apontados como graves pelas autoridades públicas;
CONSIDERANDO que a não há como falar em direito à vida digna sem água potável e sem
alimentação de qualidade;
CONSIDERANDO que não há como garan r a saúde das pessoas sem acesso à água potável
e sem acesso à alimentos;
CONSIDERANDO que não há há como garan r a segurança sanitária sem um
abastecimento adequado de água potável à população (REsp nº 1376199/SP – DJe – 07/11/2016 – 2ª
Turma – Relator: Ministro Herman Benjamin);
CONSIDERANDO que cabe à Defensoria Pública a expedição de recomendações, visando a
melhoria dos serviços de relevância pública, bem como o respeito aos interesses, direitos e bens cuja
defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis;
RESOLVE:
Art. 1º RECOMENDAR que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDES)
ar cule com a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) a organização e a
promoção de distribuição urgente de água potável para a população em situação de rua no prazo de 24
(vinte e quatro) horas.
Art. 2º RECOMENDAR que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDES)
empreenda esforços juntamente com a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
(CAESB) para organizar a distribuição de água potável em lugares com notória circulação de pessoas deste
grupo vulnerável, fora dos pontos de referência de assistência social, em espaços públicos abertos, como
praças, calçadas e ruas, mas com sombra e arejados, viabilizando a instalação de estruturas provisórias,
caso necessário.
Art. 3º RECOMENDAR que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDES)
envide esforços para organizar a distribuição de alimentação fresca em lugares com notória circulação de
pessoas deste grupo vulnerável, fora dos pontos de referência de assistência social.
Art. 4º RECOMENDAR que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDES)
instale estruturas provisórias dotadas de equipamento clima zador evapora vo industrial no Setor
Comercial Sul e em Tagua nga Centro.
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JUSTIFICATIVA:
As medidas elencadas acima são, essencialmente, urgentes e emergenciais, pois visam
proteger, acima de tudo, a saúde da população em situação de rua.
Frise-se que, embora a Defensoria Pública tenha plena ciência de que existe fornecimento
de água potável, bem como de alimentos nos pontos de assistência social des nados às pessoas em
situação de rua (CENTRO POP), para se deslocar até esses centros, as pessoas que pertencem a este
grupo vulnerável precisam, invariavelmente, andar distâncias consideráveis à pé, sob forte exposição
solar, sem qualquer po de proteção.
Nessa esteira, diante do aviso de risco de morte (hipertermia) decorrente da "onda de
calor" que está afligindo a região centro-oeste do país, mostra-se desarrazoado e desumano obrigar o
mencionado grupo a buscar os centros de acolhimento para a sa sfação de direito tão basilar como o
acesso a água.
Portanto, urge que o Poder Público adote as recomendações e orientações expostas no
presente documento para que seja garan da a dignidade, a saúde e a vida dos cidadãos.
Ressaltamos que a presente RECOMENDAÇÃO busca solucionar a demanda sem
judicialização, e baseia-se no comando legal destes órgãos de "promover, prioritariamente, a solução
extrajudicial dos li gios, visando à composição entre as pessoas em conflito de interesses, por meio de
mediação conciliação, arbitragem e demais técnicas de composição e administração de conflitos", nos
termos do ar go 4º, II, da Lei Complementar 80/94.
CLÉLIA BRITO SILVEIRA ANTÔNIO DE MAIA E PADUA
Defensora Pública Defensor Público Federal
SIA Trecho 17, Rua 7, Lote 45, 2º Andar, Sala T 15 - Bairro Zona Industrial Guará - CEP 71200-219 - DF
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