Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
e-mail: ilan_presser@hotmail.com
TRF4
2016 - 8 questões
2014 - 6 questões
2012 - 9 questões
TRF2
2014 - 7 questões
2013 - 9 questões
MPF Grupo 2
1. Meio ambiente
Redundância
1
Resolução CONAMA 306/2002
ANEXO I
- Cultural art. 216 e ss. da Constituição, Decreto Lei 25/37, lei da biodiversidade
(conhecimento tradicional associado) especial significância
- Do Trabalho
prova oral TRF2 - Qual o conceito de meio ambiente e qual as suas espécies?
Art. 72. A natureza ou Pachamama onde se reproduz e se realiza a vida, tem direito a
que se respeite integralmente sua existência e a manutenção e regeneração de seus
ciclos vitais, estruturas, funções e processos evolutivos. Toda pessoa, comunidade,
povoado, nacionalidade poderá exigir da autoridade pública o cumprimento dos
direitos da natureza. Para aplicar e interpretar estes direitos se observarão os
princípios estabelecidos na Constituição no que for pertinente. O Estado incentivará as
pessoas naturais e jurídicas e os entes coletivos para que protejam a natureza e
promovam o respeito a todos os elementos que formam um ecossistema.
Antropocentrismo
“não se pode salvar a criatura (os homens) do pecado e da miséria sem salvar também
a criação (a natureza)”.
2
TRF5 - prova oral - "Fala-se em preservacionismo (corrente doutrinária mais clássica),
de um lado, e ambientalismo social, de outro. Como se pode conceituar o direito
ambiental nesse contexto?"
- Bem de uso comum do povo para a Constituição. Mas não significa bem público. Bem
difuso (classificação Barbosa Moreira). Poder público não é titular.
Prova oral TRF2 - A função social da propriedade pode ser considerada no que se
refere à proteção ao meio ambiente? Então poderia se invocar na defesa da
propriedade a função social no que se refere à proteção ambiental?
- Não ver questão ambiental como passivo; mas sim como ativo
Cultura
Reafirmando que a cultura deve ser considerada como o conjunto dos traços
distintivos espirituais e materiais, intelectuais e afetivos que caracterizam uma
sociedade ou um grupo social e que abrange, além das artes e das letras, os modos de
vida, as maneiras de viver juntos, os sistemas de valores, as tradições e as crenças
(Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural)
3
- Poder Judiciário e neoonstitucionalismo. Proteção às minorias
Brexit, desglobalização
29º MPF/2017
7. Assinale a alternativa incorreta:
a) No plano ético-substantivo, uma sociedade constituída por uma pluralidade de
visões de mundo conterá um dissenso persistente sobre questões difíceis.
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes
gerais:
4
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da
sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;
(...)
§ 2o Até que seja possível efetuar o reassentamento de que trata este artigo, serão
estabelecidas normas e ações específicas destinadas a compatibilizar a presença das
populações tradicionais residentes com os objetivos da unidade, sem prejuízo dos
modos de vida, das fontes de subsistência e dos locais de moradia destas populações,
assegurando-se a sua participação na elaboração das referidas normas e ações.
5
Populações tradicionais podem ser aliados na preservação da biodiversidade.
Negociação à criação/gestão compartilhada. Não só reassentamento compulsório.
CDB
Preâmbulo
Artigo 16
3. Sempre que for possível, esses povos deverão ter o direito de voltar a suas
terras tradicionais assim que deixarem de existir as causas que motivaram seu
translado e reassentamento.
4. Quando o retorno não for possível, conforme for determinado por acordo ou,
na ausência de tais acordos, mediante procedimento adequado, esses povos deverão
receber, em todos os casos em que for possível, terras cuja qualidade e cujo estatuto
jurídico sejam pelo menos iguais aqueles das terras que ocupavam anteriormente, e
que lhes permitam cobrir suas necessidades e garantir seu desenvolvimento
futuro. Quando os povos interessados prefiram receber indenização em dinheiro ou
em bens, essa indenização deverá ser concedida com as garantias apropriadas.
6
Deborah Duprat “O Estado pluriétnico”
Art. 216, Par 1º defende aplicação analógica dos indígenas aos demais grupos.
312 UCs em 2012. 4ª CCR analisou 133. Em 37% povos e comunidades tradicionais
(23% US e 14% UPI). (parecer técnico 4ª CCR 175/2011)
MPF 29º/2017
37. A sobreposição de unidades de conservação da natureza e territórios ocupados por
populações tradicionais é um fato: dados de 2011 apontam a presença de povos e
comunidades tradicionais em 37% das unidades de conservação federais, sendo 14%
em unidades de conservação de proteção integral.
7
Discrimen: ver extensão do dano (impacto sobre o meio ambiente) e caráter de
subsistência (impacto sobre o indivíduo). Conflito entre os 2 valores
Combate indireto à atividade ilegal dentro de UC. Atuar sobre a cadeia produtiva.
Instar empresas a não adquirir ou comercializar produtos com origem em áreas no
interior de UCs sob pena de responsabilidade objetiva e solidária pelos danos
ambientais pela pecuária ilegal. Ex. Carne Legal. Pecuária sustentável.
8
2013/0381169-0, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento:
25/02/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/03/2014)
Artigo 8
Conservação In-Situ
Diversidade sociocultural
Mapa das UCs está no parecer técnico 138/2012 e parecer técnico 86/2013 - 4ª CCR
Identificação
Custo socioambiental
9
Brasil 312 UCs 10% território nacional (de cada 100 m2, 23 são ocupados de forma
irregular). Fonte Valor
2013: TCU: apenas 4% das florestas protegidas tem “alto grau” de gestão
“Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e divulgada nesta
quarta-feira, 20, aponta que somente 4% das unidades de conservação florestal do
país têm “alto grau” de implementação e gestão.” Valor Econômico 20/11/2013
TRF1 2015
“Na CF, são previstos diversos meios para a proteção do meio ambiente, entre os quais
se incluem a imposição de direitos e deveres fundamentais, a utilização de princípios,
como o da função ecológica da propriedade, o estabelecimento de objetivos públicos
vinculantes, a previsão de programas públicos abertos e a utilização de instrumentos
tais como a criação de biomas e de áreas especialmente protegidas.” (certo)
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade. (tempero biocêntrico)
“Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida
inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos,
fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade
de técnicos habilitados.”
- O particular que, por mais de vinte anos, manteve adequadamente, sem indício de
maus-tratos, duas aves silvestres em ambiente doméstico pode permanecer na posse
dos animais.
11
instrumentos, lavrando-se os respectivos autos") não geraria efetiva proteção dos
animais.
- No âmbito criminal, o art. 29, § 2º, da Lei 9.605/1998 expressamente prevê que "no
caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção,
pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena". (perdão judicial
ex. receptação culposa, homicídio culposo)
Perdão judicial
O particular que, por mais de vinte anos, manteve adequadamente, sem indício de
maus-tratos, duas aves silvestres em ambiente doméstico pode permanecer na posse
dos animais. Nesse caso específico, aplicar o art. 1º da Lei 5.197/1967 ("Os animais de
quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem
naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos,
abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua
utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha") e o art. 25 da Lei 9.605/1998
("Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se
os respectivos autos") equivaleria à negação da sua finalidade, que não é decorrência
do princípio da legalidade, mas uma inerência dele. A legislação deve buscar a efetiva
proteção dos animais. Assim, seria desarrazoado determinar a apreensão dos animais
para duvidosa reintegração ao seu habitat e seria difícil identificar qualquer vantagem
em transferir a posse para um órgão da Administração Pública. Ademais, no âmbito
criminal, o art. 29, § 2º, da Lei 9.605/1998 expressamente prevê que "no caso de
guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o
juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena". Precedente citado: REsp
1.084.347-RS, Segunda Turma, DJe 30/9/2010. REsp 1.425.943-RN, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 2/9/2014.
12
Resolução CONAMA 457/2003. Regulamenta posse de animais silvestres
Por ofensa ao art. 225, § 1º, VII, da CF, que veda práticas que submetam os animais a
crueldade, o Plenário declarou a inconstitucionalidade da Lei fluminense 2.895/98, que
autorizava a criação e a realização de exposições e competições entre aves das raças
combatentes (fauna não silvestre).
- STF e a vaquejada. ADI 4893. PGR questiona lei cearense. 6 a 5 (informativos 794, 828
e 842 do stf)
13
ADI e “vaquejada” – 1
ADI e “vaquejada” - 2
O relator aduziu que o autor teria juntado laudos técnicos que demonstrariam as
consequências nocivas à saúde dos bovinos decorrentes da tração forçada no rabo,
seguida da derrubada, como fraturas nas patas, ruptura de ligamentos e de vasos
sanguíneos, traumatismos e deslocamento da articulação do rabo ou até o
arrancamento deste, resultando no comprometimento da medula espinhal e dos
nervos espinhais, dores físicas e sofrimento mental. Ante os dados empíricos
evidenciados pelas pesquisas, seria indiscutível o tratamento cruel dispensado às
espécies animais envolvidas, a implicar descompasso com o que preconizado no art.
225, § 1º, VII, da CF. A par de questões morais relacionadas ao entretenimento à custa
do sofrimento dos animais, a crueldade intrínseca à “vaquejada” não permitiria a
prevalência do valor cultural como resultado desejado pelo sistema de direitos
fundamentais da Constituição. O sentido da expressão “crueldade” constante da parte
final do inciso VII do § 1º do art. 225 da CF alcançaria, sem sombra de dúvida, a tortura
e os maus-tratos infligidos aos bovinos durante a prática impugnada, de modo a tornar
14
intolerável a conduta humana autorizada pela norma estadual atacada.
ADI 4983/CE, rel. Min. Marco Aurélio, 12.8.2015. (ADI-4983)
ADI e “vaquejada” - 3
ADI e “vaquejada” - 4
15
infligido e inerente à sua prática. Concluiu que manifestações culturais, com
características de entretenimento, que submetem animais a crueldade, são
incompatíveis com a Constituição, quando for impossível sua regulamentação de modo
suficiente para evitar práticas cruéis sem que a própria atividade seja descaracterizada.
A Ministra Rosa Weber frisou que, muito embora o Estado garanta e incentive
manifestações culturais, ele também não tolera crueldade contra animais. Assim, são
vedadas manifestações culturais em que haja práticas cruéis contra animais. Entendeu
que a violência contra o animal é ínsita à vaquejada, de modo que a prática não é
protegida pela Constituição. O Ministro Celso de Mello sublinhou que o respeito pela
fauna em geral atua como condição inafastável de preservação do meio ambiente.
Além disso, tem igual relevância a subsistência do gênero humano em um meio
ambiente ecologicamente equilibrado. Assim, a prática de comportamentos
predatórios e lesivos à fauna tem impacto altamente negativo para a incolumidade do
patrimônio ambiental dos seres humanos. Enfatizou que a “vaquejada” é dotada de
crueldade inerente à sua prática. Não se pode qualificá-la como atividade desportiva,
prática cultural ou expressão folclórica, pois é crime (Lei 9.605/1998, art. 32).
ADI 4983/CE, rel. Min. Marco Aurélio, 2.6.2016. (ADI-4983)
ADI e “vaquejada” - 5
TÍTULO
ADI e “vaquejada” – 6 (informativo 842 stf)
ARTIGO
O Plenário, em conclusão e por maioria, julgou procedente ação direta para declarar a
inconstitucionalidade da Lei 15.299/2013 do Estado do Ceará, que regulamenta a
atividade de “vaquejada”, em que uma dupla de vaqueiros montados em cavalos
distintos busca derrubar um touro dentro de uma área demarcada — v. Informativos
16
794 e 828. Na espécie, o requerente sustentava a ocorrência de exposição dos animais
a maus-tratos e crueldade, ao passo que o governador do Estado-membro defendia a
constitucionalidade da norma, por versar patrimônio cultural do povo nordestino.
Haveria, portanto, conflito de normas constitucionais sobre direitos fundamentais —
de um lado, o art. 225, § 1º, VII; de outro, o art. 215. O requerente alegava que o art.
225 da CF consagraria a proteção da fauna e da flora como modo de assegurar o
direito ao meio ambiente sadio e equilibrado. Seria, portanto, direito fundamental de
terceira geração, fundado na solidariedade, de caráter coletivo ou difuso, dotado de
altíssimo teor de humanismo e universalidade. Tal manutenção do ecossistema
beneficiaria as gerações do presente e do futuro, visto que o indivíduo é considerado
titular do direito e, ao mesmo tempo, destinatário dos deveres de proteção (“direito
dever” fundamental). Sustentava que o STF, ao constatar conflito entre normas de
direitos fundamentais, ainda que presente a manifestação cultural, conferiria
interpretação mais favorável à proteção ao meio ambiente, sobretudo quando
verificada situação de inequívoca crueldade contra animais. Tudo isso demonstra
preocupação maior com a manutenção, em prol dos cidadãos de hoje e de amanhã,
das condições ecologicamente equilibradas para uma vida mais saudável e segura. O
Tribunal asseverou ter o autor juntado laudos técnicos comprobatórios das
consequências nocivas à saúde dos bovinos, tais como fraturas nas patas, ruptura dos
ligamentos e dos vasos sanguíneos, traumatismos e deslocamento da articulação do
rabo e até seu arrancamento, das quais resultariam comprometimento da medula
espinhal e dos nervos espinhais, dores físicas e sofrimento mental. Ante os dados
empíricos evidenciados pelas pesquisas, é indiscutível o tratamento cruel dispensado
às espécies animais envolvidas, em descompasso com o preconizado no art. 225, § 1º,
VII, da CF. À parte das questões morais relacionadas ao entretenimento à custa do
sofrimento dos animais, a crueldade intrínseca à “vaquejada” não permite a
prevalência do valor cultural como resultado desejado pelo sistema de direitos
fundamentais da Constituição. Portanto, o sentido da expressão “crueldade” constante
da parte final do inciso VII do § 1º do art. 225 da CF alcança a tortura e os maus-tratos
infligidos aos bovinos durante a prática impugnada, de modo a tornar intolerável a
conduta humana autorizada pela norma estadual atacada. Vencidos os ministros Edson
Fachin, Gilmar Mendes, Teori Zavascki, Luiz Fux e Dias Toffoli, que julgavam o pedido
improcedente. ADI 4983/CE, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 6-10-2016.
REPERCUSSÃO GERAL
17
Art. 1o Esta Lei eleva o Rodeio, a Vaquejada, bem como as respectivas expressões
artístico-culturais, à condição de manifestações da cultura nacional e de patrimônio
cultural imaterial.
Art. 2o O Rodeio, a Vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-
culturais, passam a ser considerados manifestações da cultura nacional.
Art. 3o Consideram-se patrimônio cultural imaterial do Brasil o Rodeio, a
Vaquejada e expressões decorrentes, como:
I - montarias;
II - provas de laço;
III - apartação;
IV - bulldog;
V - provas de rédeas;
VI - provas dos Três Tambores, Team Penning e Work Penning;
VII - paleteadas; e
VIII - outras provas típicas, tais como Queima do Alho e concurso do berrante, bem
como apresentações folclóricas e de músicas de raiz.
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Redação
Art. 1º. O art. 225 da Constituição passa a vigorar acrescido do seguinte § 7º.
“Art.225....................................................................................................
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se
consideram cruéis as manifestações culturais previstas no § 1º do art. 215 e
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
brasileiro, desde que regulamentadas em lei específica que assegure o bem-estar dos
animais envolvidos.” (NR)
Art. 2º. Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
MS 34.518-MC/DF*
18
EXERCÍCIO. MANDADO DE SEGURANÇA CONHECIDO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO
ART. 60, § 4º, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. CONTROLE PREVENTIVO DE
CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DE PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO.
DIÁLOGO LEGISLATIVO QUE BUSCA EQUACIONAR A REALIZAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES
CULTURAIS E O BEM-ESTAR ANIMAL. LIMITES INSCULPIDOS NO ART. 60, CRFB/88.
INOCORRÊNCIA DE FLAGRANTE VIOLAÇÃO ÀS CLÁUSULAS SUPERCONSTITUCIONAIS
QUE PODERIAM IMPEDIR A DELIBERAÇÃO PARLAMENTAR DO TEMA. PREMATURA
INTERVENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA
NÃO CONFIGURADOS. MEDIDA LIMINAR INDEFERIDA.
- Abate humanitário.
“Art.155. .....................................................................................................................
...............
19
“Receptação de animal
- Chimpanzé e HC
TRF2/2017
Em relação à Política Nacional sobre Mudança do Clima, instituída pela Lei n°
12.187/09, é correto afirmar que:
21
Art. 6o São instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima:
(Regulamento)
(...)
(...)
22
IX - as dotações específicas para ações em mudança do clima no orçamento da
União;
- Brasil possui potencial de gerar energia solar fotovoltaica em 200 vezes a capacidade
hoje instalada de toda a matriz energética. (hoje 0,02% da matriz. Em 2030 há previsão
de 8%)
Encíclica “Laudato Si” Os países pobres precisam produzir energia renovável. Quem
cresceu à custa da atual poluição deve colaborar mais”
23
- COP 21. Descarbonização da economia? 195 países concordaram em (a) buscar
elevação menor que 2 graus com esforços para limitar em 1,5 graus (em relação à era
pré industrial); (b) mecanismos de revisão a cada 5 anos a partir de 2020 (c) repasse de
100 bilhões de dólares dos países ricos para os periféricos. Metas para inglês ver?
- Trump revoga por decreto o Plano de Energia Limpa de Obama que estava suspenso
(03/2017)
"O regresso é sobre a relação entre Homem e o mundo natural, um mundo em que
nós, coletivamente, sentimos em 2015 como o ano mais quente já registrado. A
Produção do nosso filme precisou se mudar para a parte sul deste planeta apenas para
conseguir encontrar um pouco de neve. As mudanças climáticas são reais e estão
acontecendo neste momento. É a ameaça mais urgente que nossa espécie enfrenta, e
nós precisamos que o mundo, coletivamente, pare de procrastinar. Nós precisamos
apoiar os líderes em todo o mundo, apoiar aqueles que não falam pelos grandes
poluidores ou pelas grandes corporações, mas os que falam por toda a Humanidade,
pelos povos indígenas do mundo, pelas bilhões de pessoas sem privilégios que serão as
mais afetadas por isso, pelas crianças das nossas crianças, e pelas pessoas que tiveram
suas vozes afogadas pela ganância. Eu agradeço a todos por esse incrível prêmio. Não
vamos considerar que nosso planeta já está garantido. Eu não considerei este prêmio
como garantido. Muito obrigado."
24
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no
País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança
nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
(fins abstratos)
25
- Resolução Nº 201 do CNJ de 03/03/2015
”Dispõe sobre a criação e competências das unidades ou núcleos socioambientais nos
órgãos e conselhos do Poder Judiciário e implantação do respectivo Plano de Logística
Sustentável (PLS-PJ)”
Desenvolvimento sustentável
- ex. evitar obsolescência programada (ex. lixo eletrônico - função social da empresa)
Edital TRF1 2015 e ponto 2 da Prova oral do TRF5 em 07/2016 “O direito ambiental
como direito econômico. A natureza econômica das normas de direito ambiental”
TRF2 prova oral "É possível aceitar o direito ambiental como direito econômico?"
26
Paralisação de atividade econômica e meio ambiente
Ex. Direito Tributário. Sanções premiais. Ex. ICMS Ecológico, AES Eletropaulo ”Recicle
mais, pague menos”. Isenção de ITR para quem instituir Reserva Particular do
Patrimônio Natural. Programa Palmas Solar (desconto no IPTU de até 80% para quem
gerar energia solar). Desestimular uso de combustíveis fósseis pela taxação. Estímulo
ao redirecionamento de investimentos para energia limpa.
- Constituição 1988
27
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios:
II - propriedade privada;
Art.. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e
futuras gerações.
STF ADI 3540 “desenvolvimento sustentável como justo equilíbrio entre as exigências
da economia e ecologia. Bem de uso comum do povo a ser resguardado em favor de
presentes e futuras gerações”
28
TRF5/2005 CESPE
Ética solidária.
Prevenção e precaução
Idênticos ou distintos?
CESPE diferencia
Prevenção e precaução
TRF1 - prova oral - O MP entrou com ACP para provocar um obstáculo judicial à
produção de sementes transgênicas com parecer favorável pela CTNBio no que tange à
dispensa de licença ambiental. Em que termos este licenciamento ambiental é
preconizado na CF, em que princípio o MP estaria alicerçado para pedir provimento
jurisdicional para paralisar aquela atividade que foi autorizada pela CTNBio, com
relação à dispensabilidade da licença ambiental?
- Alicerce do EIA
Precaução
29
“Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser
amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando
houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica
absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas
economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.”
- STJ inversão do ônus da prova (em prol da sociedade). Incerteza científica milita em
favor do meio ambiente. Resp 972902/RS Inversão do ônus da prova pela precaução e
pelo diálogo de fontes. Interdisciplinaridade entre direito ambiental e consumidor
(caráter público e coletivo do bem jurídico tutelado).
Jurisprudência em teses
"A essas regras, soma-se o princípio da precaução. Esse preceitua que o meio
ambiente deve ter em seu favor o benefício da dúvida no caso de incerteza (por falta
de provas cientificamente relevantes) sobre o nexo causal entre determinada atividade
e um efeito ambiental nocivo. Assim, ao interpretar o art. 6º, VIII, da Lei n. 8.078/1990
c/c o art. 21 da Lei n. 7.347/1985, conjugado com o princípio da precaução, justifica-se
a inversão do ônus da prova, transferindo para o empreendedor da atividade
potencialmente lesiva o ônus de demonstrar a segurança do empreendimento."
Precedente citado : REsp 1.049.822-RS , DJe 18/5/2009. REsp 972.902-RS, Rel. Min.
Eliana Calmon, julgado em 25/8/2009.
30
Lei da Biossegurança (11.105/2005) – menção expressa. Artigo 1º
- Encíclica do Papa Francisco "Laudato Si'". Junho de 2015. Visava à COP de Paris.
Acordo aprovado por 195 países. Visa a mundo neutro de carbono. Ex. Agricultura de
baixo carbono.
31
- A globalização da crise ambiental põe em xeque o capitalismo? Marcelo Leite. “O
historiador Luiz Marques e a filósofa Isabelle Stengers seguem a trilha de Naomi Klein e
predizem derrocada do capitalismo pela mudança climática e pelo caos ambiental
planetário. Seus livros alimentam o ceticismo quanto à Conferência de Paris”
32
Princípio da precaução e campo eletromagnético - 2
33
todo o território nacional os limites estabelecidos pela Comissão Internacional de
Proteção Contra Radiação Não Ionizante (ICNIRP) em respeito às recomendações da
OMS. Salientou que o acórdão do tribunal de origem apontara que, conforme as
medições feitas, em momento algum teria se observado violação aos parâmetros
legais estabelecidos pela ICNIRP. Ainda assim, a despeito de as medições estarem no
nível legalmente estabelecido, o órgão julgador do acórdão recorrido, com base no
princípio da precaução, obrigara a ré a adotar parâmetro suíço, abaixo do fixado na
legislação pátria. Aparentemente, não existiriam provas ou mesmo indícios de que o
avanço científico na Suíça ou em outros países que não adotam os padrões da OMS
esteja além do da maioria dos países que compõem a União Europeia ou do de outros
países do mundo que adotam os limites estabelecidos pela OMS e ICNIRP. Na situação
dos autos, tratou-se de uma opção legislativa e administrativa.
RE 627189/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 8.6.2016. (RE-627189)
Vencidos os Ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Marco Aurélio e Celso de Mello, que
negavam provimento ao recurso. O Ministro Edson Fachin destacava que o acórdão
recorrido teria partido da dúvida da comunidade científica acerca dos efeitos danosos
à saúde com base nos princípios da precaução, da proteção ao meio ambiente e da
saúde. Segundo a Ministra Rosa Weber, os artigos 5º, “caput” e inciso II, ou 224 da
34
Constituição não teriam sido afrontados. Para o Ministro Marco Aurélio, o embate
dos autos estaria desequilibrado porque se teria o poder econômico de um lado e, de
outro, a população. Entendia que, ao apreciar o recurso extraordinário, o STF não
atuaria no âmbito da competência originária. Salientava que, ao assentar a
transgressão, ou não, à Constituição, a Corte partiria de moldura fática delineada
pelo tribunal de origem, que julgara com base em perícias técnicas. O Ministro Celso
de Mello advertia que sempre que houvesse probabilidade de que o dano se
concretizasse como consequência de atividade identificada por sua potencialidade
lesiva, o postulado da precaução seria imposto ao Estado, que deveria adotar
medidas de índole cautelar para preservar a incolumidade do meio ambiente e para
proteger a integridade da vida e da saúde humanas. O princípio da precaução seria
resultante do exercício ativo da dúvida, que se realizaria frente ao perigo de dano
grave e irreversível e diante da falta de certeza científica ou da ausência de
informação. Nesse contexto, as decisões judiciais, especialmente nos países que
compõe a União Europeia, cuja tendência os tribunais pátrios estariam a
acompanhar, orientar-se-iam pela precaução na defesa da integridade do meio
ambiente e na proteção à saúde. Por sua vez, as normas jurídicas destinadas à
proteção da população em geral abrangeriam tanto o Direito Internacional quanto o
Direito comunitário e o próprio Direito interno de diversos países. Consignava que,
embora o desenvolvimento econômico, o direito de propriedade e a iniciativa
privada estivessem protegidos pela Constituição, não poderiam primar sobre o
direito fundamental à saúde. Apontava que o acórdão recorrido dera concretude a
direito impregnado de fundamentalidade indiscutível: o direito de caráter
transindividual ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Concluía que por via
dessa tutela se estaria a proteger um valor maior, vale dizer, a própria qualidade da
vida.
RE 627189/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 8.6.2016. (RE-627189)
- CTN Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene,
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)
36
TRF2 - 2013 Determinada associação de moradores ajuizou ação civil pública contra
concessionária de energia elétrica, demandando a adoção de medidas para a redução
do campo eletromagnético de linha de transmissão a ser instalada sobre seu bairro,
sob o argumento de que, na intensidade prevista na licença de instalação, havia
estudos denunciadores da possibilidade de aumento do risco de câncer nas pessoas
expostas por longos períodos à radiação liberada. A associação requereu ainda medida
liminar para que, durante o curso do processo, fosse observado padrão de segurança
dos níveis de radiação adotado em certo país estrangeiro, sob pena de multa.
b) Como a autora provou a existência de estudos que indicam aumento dos riscos
de câncer, caberá à ré comprovar a segurança quanto aos níveis de radiação a serem
emitidos pela citada linha de transmissão. (correta) mera possibilidade. empresa deve
comprovar a segurança da radiação. inversão do ônus da prova pela possibilidade de
danos graves, sérios e irreversíveis.
37
Art. 13 da LACP. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado
reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de
que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da
comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.
Poluidor-pagador
38
CESPE/AGU/2015 “Os efeitos do empreendimento irregular que prejudicam o bem-
estar da comunidade e sua atividade econômica de pesca enquadram-se na definição
de degradação ambiental, de modo a ensejar a responsabilização civil ambiental.”
Certa
39
MPF 29º/2017
- Função corretiva ao imputar ao poluidor o custo social da poluição por ele gerada. Ex.
COP21 e subsídios de 700 bilhões de dólares/ano. Descarbonizar a economia exige
taxar a energia suja e dar mais valor à energia limpa.
- Não se limita a tolerar a poluição por um preço nem a compensar danos. Objetiva
evitar o dano ambiental (consequencialismo e caráter pedagógico).
40
“poluiu, então deve suportar os danos” e não “pagou e pode poluir”. Não se compra
direito de poluir.
TRF1 - prova oral 1) O que é o princípio do poluidor pagador, já que este princípio tem
muito que ver com a responsabilidade ambiental?
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
41
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
6938/81 PNMA
- Princípio do protetor-recebedor
- Justiça ambiental por compensação. Ex. mantém reserva legal acima do limite legal,
subsídios, redução de tributos, programa Eletropaulo de reciclagem. Instalação de GNV
nos veículos e desconto no IPVA.
- Tributação verde.
Princípio do usuário-pagador
42
- Lei 9.433/97 água tem valor econômico
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade.
43
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo
este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. (Fiscalização.
Incentivos fiscais. Sanções administrativas). LC 140/2011
- Dever da sociedade
Ex, conselhos, comitês, audiências públicas, iniciativa popular, “amicus curiae”, ação
popular, direito de petição, representação
LC 140/11
Princípio da informação
44
- Princípio 10 da Declaração do Rio de 92
CF. art. 5º
Procurador Federal CESPE 2007 “O EIA e o RIMA são documentos técnicos de caráter
sigiloso, de forma a impedir danos às empresas concorrentes da obra pública em
estudo” errado
TRF1 - prova oral - O EIA pode ser sigiloso para evitar especulação imobiliária?
Art. 170 e Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
45
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
- Informativo 531 STJ. Não há dano moral decorrente se não for concedida autorização
para a realização de desmatamento e queimada.”
“Não gera dano moral a conduta do Ibama de, após alguns anos concedendo
autorizações para desmatamento e queimada em determinado terreno com a
finalidade de preparar o solo para atividade agrícola, deixar de fazê-lo ao constatar
que o referido terreno integra área de preservação ambiental.”
Diante das inúmeras implicações negativas que o uso do fogo traz ao meio ambiente
em geral, não se pode considerar que atenda à função social a exploração da terra que
provoque danos à saúde, empobrecimento gradual do solo, perda de biodiversidade,
danos à rede de transmissão elétrica, entre outros, pois essas “externalidades” não
preenchem as exigências do art. 186, I e II, da CF. Com efeito, o atendimento pleno da
função social da propriedade requer que a propriedade seja aproveitada de modo
racional e adequado, os recursos naturais disponíveis sejam adequadamente utilizados
e a preservação do meio ambiente seja observada. Desse modo, o art. 186 está
perfeitamente harmonizado com os arts. 5º, XXII, e 225 da CF, pelos quais o agricultor
não se escusa do dever de preservar o meio ambiente a pretexto de exercer seu direito
constitucional de propriedade. REsp 1.287.068-RR, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 10/9/2013.
TRF5 2015 No que se refere à tutela do meio ambiente segundo a CF, assinale a opção
correta.
a) A União pode desapropriar, por interesse social, para reforma agrária, imóvel rural
de proprietário que não respeite as regras referentes a APP e reserva legal. (certo)
CF/Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e
justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor
46
real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e
cuja utilização será definida em lei.
Lei 7.347/85 (Lei da ação civil pública) Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei,
sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e
patrimoniais causados: (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011).
l - ao meio-ambiente;
47
TRF5 2011 CESPE
CF Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a
programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no
art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais
de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente
destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e
medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência
do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em
benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de
viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle,
prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
Ex. chuva ácida, gases estufa que geram aquecimento global (COP21), buraco na
camada de ozônio, (Protocolo Montreal. Substituição do uso do CFC) crise hídrica e
conflito federativo (SP, RJ, MG e rio Paraíba do Sul. Acordo no STF em 11/2014)
48
9605 capítulo VII “Cooperação internacional à preservação do meio ambiente”
5. Repartição de competências
II - desapropriação;
IV - águas, energia,
49
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; (Recursos minerais são bens
da União. Art. 20, IX)
Em regra a competência privativa para legislar não significa que só à União caiba a
fiscalização.
- ADI 1575, informativo 581, rel. Min. Joaquim Barbosa, 7.4.2010. Na competência para
legislar se inclui a de fiscalizar atividades nucleares (especialidade)
“O Tribunal, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo
Governador do Estado de São Paulo para declarar a inconstitucionalidade da Lei paulista
6.263/88, que prevê medidas de polícia sanitária para o setor de energia nuclear no território
da referida unidade federada. Entendeu-se que a norma estadual invade a competência da
União para legislar sobre atividades nucleares (CF, art. 22, XXVI), na qual se inclui a
competência para fiscalizar a execução dessas atividades e legislar sobre essa fiscalização.”
“Vencidos os Ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e Ayres Britto que julgavam o
pleito improcedente, por considerar que a lei impugnada não incidiria na esfera da
competência federal, limitando-se a viabilizar, no âmbito do Estado de São Paulo,
medidas que tornassem efetiva a proteção do meio ambiente e a defesa da saúde,
matérias em relação às quais haveria situação de condomínio legislativo entre a União
e os Estados-membros.”
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=1575&cla
sse=ADI&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
50
Juiz Federal. TRF5 2011 CESPE “É competência comum da U, E, D, M registrar,
acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos
minerais em seus territórios bem como legislar sobre jazidas, minas, outros recursos
minerais e metalurgia” errado o final. Art. 22, XII – competência legislativa privativa da
União
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição. (competência legislativa remanescente ou reservada) ex. transporte
intermunicipal
51
- competência privativa e exclusiva. Alguns diferenciam pela possibilidade de
delegação.
TRF2 - prova oral - "Os municípios podem legislar sobre matéria ambiental?"
Informativo 776, rel. Min. Luiz Fux, 5.3.2015. RE-586224. Plenário. Julgamento com
repercussão geral. STF limita a competência municipal ao tratar da legislação sobre
meio ambiente. (RE como instrumento de controle concentrado de
constitucionalidade)
- Não pode o município legislar sobre meio ambiente e editar lei com conteúdo diverso
do que disposto em legislação estadual.
“No mérito, o Plenário destacou que a questão em análise, diante de seu caráter
eclético e multidisciplinar, envolveria questões sociais, econômicas e políticas —
possibilidade de crise social, geração de desemprego, contaminação do meio ambiente
em razão do emprego de máquinas, impossibilidade de mecanização em determinados
terrenos e existência de proposta federal de redução gradativa do uso da queima —,
52
em conformidade com informações colhidas em audiência pública realizada sobre o
tema”
TJDFT 2015 CESPE “Lei municipal que proíba a queima de palha de cana-de-açúcar e o
uso do fogo em atividades agrícolas em seu território será constitucional mesmo que
exista lei estadual versando de forma distinta, pois prevalece a regulamentação
municipal no tratamento de temas de interesse local. (errada)”
53
DE RESERVA EXTRATIVISTA EM ÁREA QUE COMPREENDE TERRAS PÚBLICAS
PERTENCENTES A UM ESTADO- -MEMBRO DA FEDERAÇÃO – EXISTÊNCIA DE
POTENCIAL CONFLITO FEDERATIVO – INSTAURAÇÃO DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COMO TRIBUNAL DA FEDERAÇÃO – PRECEDENTES –
DESAPROPRIAÇÃO, PELA UNIÃO FEDERAL, DE BENS INTEGRANTES DO PATRIMÔNIO
PÚBLICO ESTADUAL – A QUESTÃO DA PRIMAZIA EXPROPRIATÓRIA – POSSIBILIDADE
DO ATO EXPROPRIATÓRIO, SUJEITO, NO ENTANTO, QUANTO À SUA EFETIVAÇÃO, À
PRÉVIA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA DO CONGRESSO NACIONAL (DL Nº 3.365/41, ART.
2º, § 2º) – CONTROLE POLÍTICO, PELO PODER LEGISLATIVO DA UNIÃO, DO ATO
EXCEPCIONAL DE EXPROPRIAÇÃO FEDERAL DE BENS INTEGRANTES DO PATRIMÔNIO
IMOBILIÁRIO ESTADUAL – DOUTRINA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO REGULAR
PROCEDIMENTO EXPROPRIATÓRIO, INCLUSIVE COM O RECONHECIMENTO DO DEVER
DA UNIÃO FEDERAL DE INDENIZAR O ESTADO-MEMBRO – PRECEDENTES DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL – CONFLITO ENTRE A UNIÃO FEDERAL E AS DEMAIS UNIDADES
FEDERADAS NO EXERCÍCIO, EM TEMA AMBIENTAL, DE SUA COMPETÊNCIA MATERIAL
COMUM – CRITÉRIOS DE SUPERAÇÃO DESSE CONFLITO: CRITÉRIO DA
PREPONDERÂNCIA DO INTERESSE E CRITÉRIO DA COLABORAÇÃO ENTRE AS PESSOAS
POLÍTICAS – RECONHECIMENTO, NA ESPÉCIE, EM JUÍZO DE DELIBAÇÃO, DO CARÁTER
MAIS ABRANGENTE DO INTERESSE DA UNIÃO FEDERAL – INOCORRÊNCIA, AINDA, DE
SITUAÇÃO DE IRREVERSIBILIDADE DECORRENTE DA CONSULTA PÚBLICA CONVOCADA
PELO IBAMA – AUSÊNCIA, NA ESPÉCIE, DOS PRESSUPOSTOS DA PLAUSIBILIDADE
JURÍDICA (“FUMUS BONI JURIS”), DE UM LADO, E DA POSSIBILIDADE DE LESÃO
IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO (“PERICULUM IN MORA”), DE OUTRO –
MEDIDA LIMINAR INDEFERIDA – INTERPOSIÇÃO DE RECURSO DE AGRAVO – RECURSO
DE AGRAVO IMPROVIDO – NÃO COMPROVAÇÃO DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO
PRINCIPAL – ART. 796 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – VÍNCULO DE ACESSORIEDADE
E DE DEPENDÊNCIA DO PROCESSO CAUTELAR EM RELAÇÃO À CAUSA PRINCIPAL –
CONSEQUENTE EXTINÇÃO ANÔMALA DO PROCESSO CAUTELAR SEM RESOLUÇÃO DE
MÉRITO.
- Condomínio legislativo
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
54
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
TRF4 2016
STJ Resp 1.306.093/RJ, informativo 525, 11.09.2013, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 28/5/2013.
55
“o inciso II do art. 12 da Lei 9.433/1997 condiciona a extração de água do subterrâneo
à respectiva outorga, o que se justifica pela notória escassez do bem, considerado
como recurso limitado, de domínio público e de expressivo valor econômico. Nesse
contexto, apesar de o art. 45 da Lei 11.445/2007 admitir soluções individuais de
abastecimento de água, a interpretação sistemática do dispositivo não afasta o poder
normativo e de polícia dos estados no que diz respeito ao acesso às fontes de
abastecimento de água e à determinação de conexão obrigatória à rede pública.”
TRF2/2017
Assinale a opção correta:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios: [...] XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios”.
56
d) Apenas mediante autorização prevista em Lei Complementar, o Estado membro
pode disciplinar o uso de águas subterrâneas.
57
STF Caso do amianto crisotila – julgamento iniciado (informativos 686 e 848 –
novembro/2016)
58
normas específicas, que não retirariam do querer legislativo da União seu fundamento
de validade. A relação destas com as normas gerais seria, portanto, de simples
compatibilidade, e não de subordinação.
ADI 3357/RS, rel. Min. Ayres Britto, 31.10.2012. (ADI-3357)
ADI 3937/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 31.10.2012. (ADI-3937)
59
Amianto e competência legislativa concorrente - 5
Apontou que, na espécie, a União editara a Lei 9.055/95, cujo objeto seria a extração,
utilização, comercialização e transporte de asbesto/amianto e dos produtos que o
contivessem, mas em contradição. Ocorre que, enquanto veiculada clara vedação ao
uso do material, ele deveria ser extraído, utilizado e comercializado em consonância
com as disposições legais. Estes comandos, entretanto, manteriam a validade de
normas constantes de outros diplomas legais que liberariam a utilização de
asbesto/amianto. Assim, a lei federal remetera a normação da matéria para outras leis,
de que não se teria notícia nos autos. Lembrou que a Convenção 162 da Organização
Internacional do Trabalho - OIT — que trataria de medidas para prevenir riscos à saúde
decorrentes da exposição ao amianto —, ao dispor sobre proteção da saúde dos
trabalhadores, teria status de norma supralegal. Deduziu que tratados internacionais
não seriam lei ou emenda constitucional, mas apenas teriam força de lei ou emenda,
conforme o caso. Ademais, os que versariam sobre direitos humanos teriam primazia
na ordem jurídica interna, mesmo os não aprovados em cada Casa do Congresso
Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros. Neste caso, a
supralegalidade decorreria da prevalência conferida aos direitos humanos no art. 4º, II,
da CF.
ADI 3357/RS, rel. Min. Ayres Britto, 31.10.2012. (ADI-3357)
ADI 3937/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 31.10.2012. (ADI-3937)
60
Amianto e competência legislativa concorrente - 7
O Min. Marco Aurélio, relator da ADI 3937/SP, por sua vez, julgou os pleitos
procedentes. Primeiramente, realçou que, nos termos do art. 103, § 3º, da CF, a única
atribuição do Advogado-Geral da União - AGU seria a de atuar como curador do ato
normativo envolvido em ação direta, e não se confundiria com a do Procurador-Geral
da República, que poderia se manifestar tanto no sentido da procedência quanto no da
improcedência do pedido formulado. Observou que, no caso, o AGU não teria
defendido, como lhe incumbiria, o ato impugnado, mas o atacara. Anotou que a Corte
não referendara liminar deferida para suspender a eficácia da norma paulista, tendo
em vista que a Lei 9.055/95 seria potencialmente inconstitucional, bem assim
afrontaria o art. 196 da CF e a Convenção 162 da OIT. Rememorou, por outro lado,
entendimento anterior pela inconstitucionalidade das normas estaduais a vedar o uso
e comércio do amianto. Revelou que eventual declaração de invalidade da legislação
federal sobre o tema importaria em vácuo normativo, de forma que os estados-
membros teriam plena competência legislativa a respeito. Entretanto, se o STF viesse a
proclamar a constitucionalidade da Lei 9.055/95, o resultado seria a observância da
jurisprudência assentada sobre a temática: de que a existência de legislação federal
impediria o exercício da competência legislativa concorrente pelo estado da federação.
Salientou as características do amianto, sua aplicação prática e importância
econômica. Delimitou que, de um lado, estariam os princípios da proteção ao meio
ambiente, à saúde em geral e do trabalhador. De outro, os postulados da separação de
poderes e da democracia, tendo em vista contexto de incerteza científica, assim como
a busca pelo desenvolvimento nacional.
ADI 3357/RS, rel. Min. Ayres Britto, 31.10.2012. (ADI-3357)
ADI 3937/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 31.10.2012. (ADI-3937)
61
origem, utilizadas para o mesmo fim, serão extraídas, industrializadas, utilizadas e
comercializadas em consonância com as disposições desta Lei. Parágrafo único. Para os
efeitos desta Lei, consideram-se fibras naturais e artificiais as comprovadamente
nocivas à saúde humana”], o qual supostamente extrapolaria o campo das normas
gerais, ao ingressar em particularidades que deveriam ser disciplinadas pelos estados-
membros. Asseverou que o constituinte pretendera conferir à União atribuição geral
para regulamentar o comércio de materiais perigosos (CF, art. 24, V). Indicou que ela
gozaria de preferência para cuidar de tais matérias, tendo em conta o art. 22, XII, XXI e
XXVI, da CF. Versou que a disciplina do uso e comércio do amianto não seria tema
afeto ao interesse particular dos estados-membros. Assim, autorizar a mercancia
alusiva a determinado produto em certo território seria questão a ser submetida ao
princípio federativo somente de modo tangencial. Ademais, sua proibição poderia
fomentar nova guerra federativa, mediante embate por incremento arrecadatório,
com prejuízo ao interesse público. Pronunciou, ainda, que a tese de prevalência da
norma mais benéfica não poderia ser acolhida, por subverter o condomínio legislativo
e implicar insegurança jurídica. Teceu considerações sobre a Convenção 162 da OIT e
deduziu não haver, no diploma, exigência ao banimento do uso da fibra de amianto.
Preceituar-se-ia a implementação de técnicas modernas para reduzir o risco de sua
inalação e de eventuais danos à saúde. Impor-se-ia a adoção de sistema estatal a
fiscalizar o uso de forma suficiente e adequada, objetivo compatível com os ditames da
Lei 9.055/95. Consignou inexistir decisão do Poder Público no sentido de substituir o
amianto por outro produto. Afirmou que a autoridade competente para isso seria o
Legislativo e, eventualmente, as agências reguladoras de caráter técnico. Na mesma
linha, a Convenção prescreveria que a lei nacional deveria passar por revisão periódica,
obrigação apenas dirigida aos órgãos técnico-burocráticos e ao legislador, não ao STF.
Não vislumbrou incompatibilidade entre os dispositivos da Convenção sobre asbestos
e a Lei 9.055/95, de forma que a tese sobre o caráter supralegal da Convenção sequer
precisaria ser analisada.
ADI 3357/RS, rel. Min. Ayres Britto, 31.10.2012. (ADI-3357)
ADI 3937/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 31.10.2012. (ADI-3937)
62
privada apenas porque o Poder Público — ao descumprir os deveres da Convenção 162
da OIT — não conseguiria fiscalizá-la devidamente, mesmo porque haveria pessoas a
atender às prescrições legais, e a consequência prática de eventual vedação seria puni-
las em razão de conduta imprópria de outros agentes. Reputou irrazoável a proibição
de determinado produto por seu uso indevido. A mera inação da Administração
Pública no exercício do poder de polícia não poderia fundar decisão da Corte.
ADI 3357/RS, rel. Min. Ayres Britto, 31.10.2012. (ADI-3357)
ADI 3937/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 31.10.2012. (ADI-3937)
Interpretou o art. 225, § 1º, V, da CF, a determinar o controle, e não o banimento, das
atividades a por em risco a vida e o meio ambiente. Obtemperou a importância do
direito ao meio ambiente, de valor inestimável. Apontou a inexistência de estudos
suficientes acerca do impacto da crisotila sobre fauna e flora. Não se poderia, assim,
invocar o princípio da precaução em virtude de prejuízos ainda indeterminados para o
meio ambiente no futuro. A regulação estatal deveria gerenciar riscos, sem permitir
regresso a um estado anterior de tecnologia e civilização. Entretreviu que a sociedade
brasileira não iria abandonar o uso do fibrocimento e dos demais produtos derivados
do amianto. Ademais, os materiais apresentados como potenciais substitutos não
teriam sido endossados pela medicina, havendo troca de riscos. Nada impediria,
entretanto, que o Estado adotasse padrões ainda mais elevados de proteção ao
trabalhador, ao meio ambiente e à população. O simples banimento retiraria, em
caráter sumário, agentes econômicos relevantes do mercado e poderia maximizar os
riscos com o uso de produtos ainda pouco testados, de disponibilidade limitada e com
63
impactos acentuados. Por sua vez, a implementação de medidas de segurança
existentes hoje em relação ao amianto levariam a crer que os riscos seriam
gerenciáveis. Analisou que o banimento do amianto com base no potencial
carcinogênico do produto poderia conduzir à proibição de outras substâncias, como
tabaco, álcool, pílula anticoncepcional, combustíveis fósseis e outros.
ADI 3357/RS, rel. Min. Ayres Britto, 31.10.2012. (ADI-3357)
ADI 3937/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 31.10.2012. (ADI-3937)
64
federalismo cooperativo inaugurado expressamente pela Constituição de 1988, não
se satisfaz apenas com o princípio informador da predominância de interesses.
Diante da existência de situações como a dos presentes autos, a regra de
circunscrever-se à territorialidade não resolve de forma plena a solução do conflito
existente entre normas, pois é preciso eleger, entre os entes envolvidos, qual
circunscrição prevalecerá.
65
proporcionalidade nesses termos, seria possível, então, superar o conteúdo
meramente formal do princípio e reconhecer um aspecto material, consubstanciado
numa presunção de autonomia em favor dos entes menores (“presumption against
pre-emption”), para a edição de leis que resguardem seus interesses.
Tendo isso em conta, observou que, nos casos analisados, os Estados teriam
legislado no exercício de sua competência concorrente de proteção e defesa da
saúde. O Município de São Paulo, por sua vez, mediante uma escolha política ínsita
à ambiência municipal, por definir e delimitar como se daria o seu desenvolvimento
econômico no campo da construção civil, teria agido à luz do nítido interesse local e
da suplementação da legislação federal de regência. Acrescentou que o Município,
ao defender a constitucionalidade da lei, evocou o princípio da precaução e o
66
disposto no art. 225, § 3º, da Constituição Federal, e afirmou que o Poder Público
deve agir com extrema cautela sempre que a saúde pública e a qualidade ambiental
puderem ser afetadas por obra, empreendimento ou produto nocivo ao meio
ambiente.
Em suma, por não existir afastamento claro da competência legislativa dos entes
menores pela legislação federal que rege a matéria, seriam constitucionais as leis
estaduais e a lei municipal impugnadas que, em matéria de competência
concorrente (art. 24, XII, da Constituição Federal) e em matéria de competência
local, comum e suplementar (art. 30, I e II, da Constituição Federal),
respectivamente, regulamentam de forma mais restritiva a norma geral diante do
âmbito de atuação permitido por ela.
Por fim, rejeitou, de igual modo, a assertiva no sentido de não existir risco à saúde e
de bastar, para a proteção dos trabalhadores que utilizam o amianto/asbesto, a
exigência do uso de equipamentos de segurança no trabalho, conforme
determinação da OIT. Observou que essa solução contrariaria o princípio da
precaução, de fundamental importância para a ordem constitucional.
67
TRF5 2011 “Se determinado Estado da Federação editar lei instituindo Código Florestal
a referida lei deverá ser considerada inconstitucional, visto que cabe à União, em
caráter privativo, legislar sobre a matéria” errado
TRF5 2009 “A CF atribui competência privativa à União para legislar sobre conservação
da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
controle da poluição. Todavia, essa competência é passível de delegação aos Estados e
ao DF” errada. Competência concorrente
AGU/CESPE/2015
TCFA é constitucional
Lei 6938/81 Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental –
TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA para
controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de
recursos naturais." (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) (Vide Medida
Provisória nº 687, de 2015)
68
AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. TAXA DE FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL. EXAÇÕES
COBRADAS PELA UNIÃO E PELO ÓRGÃO ESTADUAL. BITRIBUTAÇÃO
DESCARACTERIZADA. CONFISCO. RAZÕES RECURSAIS INSUFICIENTES PARA CONCLUIR
PELA DESPROPORCIONALIDADE OU PELA IRRAZOABILIDADE DA COBRANÇA. É condição
constitucional para a cobrança de taxa pelo exercício de poder de polícia a
competência do ente tributante para exercer a fiscalização da atividade específica do
contribuinte (art. 145, II da Constituição). Por não serem mutuamente exclusivas, as
atividades de fiscalização ambiental exercidas pela União e pelo estado não se
sobrepõem e, portanto, não ocorre bitributação. Ao não trazer à discussão o texto da
lei estadual que institui um dos tributos, as razões recursais impedem que se examine
a acumulação da carga tributária e, com isso, prejudica o exame de eventual efeito
confiscatório da múltipla cobrança. Agravo regimental ao qual se nega provimento.
(RE 602089 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
24/04/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-099 DIVULG 21-05-2012 PUBLIC 22-05-2012)
69
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
controle da poluição. Todavia, essa competência é passível de delegação aos estados e
ao DF. (Errado)
comum 23, VI
- proteção ambiental
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
“Essa lei foi declarada inconstitucional porque a competência comum para proteger os
sítios arqueológicos não pode ser afastada do Estado e da União.”
70
confere aos Municípios em que se localizam a proteção, a guarda e a responsabilidade
pelos sítios arqueológicos e seus acervos, no Estado, o que vale por excluir, a propósito
de tais bens do patrimônio cultural brasileiro (CF, art. 216, V), o dever de proteção e
guarda e a consequente responsabilidade não apenas do Estado, mas também da
própria União, incluídas na competência comum dos entes da Federação, que
substantiva incumbência de natureza qualificadamente irrenunciável. A inclusão de
determinada função administrativa no âmbito da competência comum não impõe que
cada tarefa compreendida no seu domínio, por menos expressiva que seja, haja de ser
objeto de ações simultâneas das três entidades federativas: donde, a previsão, no
parágrafo único do art. 23, CF, de lei complementar que fixe normas de cooperação (v.
sobre monumentos arqueológicos e pré-históricos, a Lei 3.924/1961), cuja edição,
porém, é da competência da União e, de qualquer modo, não abrange o poder de
demitirem-se a União ou os Estados dos encargos constitucionais de proteção dos
bens de valor arqueológico para descarregá-los ilimitadamente sobre os Municípios."
(ADI 2.544, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 28-6-2006, Plenário, DJ de
17-11-2006.)
STJ - 2a Turma
71
gerações. AgRg no REsp 958.766-MS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
16/3/2010.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União
e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
Federalismo cooperativo.
72
FEDERAL. INOCORRÊNCIA, AINDA, DE SITUAÇÃO DE IRREVERSIBILIDADE DECORRENTE
DA CONSULTA PÚBLICA CONVOCADA PELO IBAMA. MEDIDA LIMINAR INDEFERIDA.
LC 140/11
“Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art.
23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da
competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção
do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à
preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei n o 6.938, de 31 de agosto
de 1981.”
MPF 22º concurso “Por serem bens da União, a competência legislativa para regular os
recursos minerais e seu aproveitamento é federal, muito embora, no que concerne à
competência material, a Carta de 1988 tenha-a conferido aos outros níveis de
Governo” certo. 22 XIII e 23 XI
MPF 14º concurso “Compete privativamente à União legislar sobre águas e energia,
bem como o controle da poluição visando conservar a natureza e proteger o meio
ambiente” errado. Competência legislativa sobre águas e energia é privativa da União
mas 23, VI é competência comum
Exclusiva
73
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios
de outorga de direitos de seu uso; (Regulamento)
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins
pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
74
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DISTRITAL N. 3.460.
INSTITUIÇÃO DO PROGRAMA DE INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO DE VEÍCULOS EM USO NO
ÂMBITO DO DISTRITO FEDERAL. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NO ARTIGO
22, INCISO XI, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. INOCORRÊNCIA. 1. O ato normativo
impugnado não dispõe sobre trânsito ao criar serviços públicos necessários à proteção
do meio ambiente por meio do controle de gases poluentes emitidos pela frota de
veículos do Distrito Federal. A alegação do requerente de afronta ao disposto no artigo
22, XI, da Constituição do Brasil não procede. 2. A lei distrital apenas regula como o
Distrito Federal cumprirá o dever-poder que lhe incumbe --- proteção ao meio
ambiente. 3. O DF possui competência para implementar medidas de proteção ao
meio ambiente, fazendo-o nos termos do disposto no artigo 23, VI, da CB/88. 4. Ação
Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente.
75
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente.
Desenvolvimento sustentável
STJ Informativo 526, 2a Turma, REsp 1.328.753-MG, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 28/5/2013.
76
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. CUMULAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE
RECOMPOSIÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DE COMPENSAÇÃO POR DANO MORAL
COLETIVO.
77
- princípio da reparação integral do dano ambiental permite a cumulação de
obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar. Embora o art. 3º da Lei 7.347/1985
disponha que "a ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer", é certo que a conjunção "ou" -
contida na citada norma, bem como nos arts. 4º, VII, e 14, § 1º, da Lei 6.938/1981 -
opera com valor aditivo.
STJ Informativo 450, REsp 1.181.820-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
7/10/2010.
TRF4 2014
TRF5 2011 “As diretrizes da PNMA, dispostas na Lei n.º 6.938/1981, orientam a ação
do governo federal no que se refere à qualidade ambiental e à manutenção do
equilíbrio ecológico, cabendo aos estados, ao DF e aos municípios, no exercício de sua
autonomia político-legislativa, estabelecer livremente as normas e os planos
ambientais por meio de leis próprias.” Errado. Norma geral
Conceitos
78
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio
ambiente;
- estrutura administrativa. I a VI
STF ADPF 101. É constitucional proibir importação pneus usados. Em obter dictum
constitucional poder normativo do CONAMA.
79
§ 1o Integram também o Plenário do CONAMA, na condição de Conselheiros
Convidados, sem direito a voto: (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
TRF5 2009 “Cabe ao IBAMA, como órgão central do SISNAMA, prover os serviços de
apoio técnico e administrativo do CONAMA” errada
TRF3 2013 “A Marinha do Brasil não tem poder de polícia em matéria ambiental, que é
exercida exclusivamente pelo IBAMA, no âmbito da Administração Pública Federal.”
(errada)
80
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: (instrumento
administrativos com papel preventivo)
O conceito de zoneamento sustentável está no art. 2º, do Decreto 4297/2002 "O ZEE,
instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na
implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelece medidas e
padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos
recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o
desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população."
U – nacional ou regional
E – estadual
M – Plano Diretor
Lei 9.478/97. Dispõe sobre a política energética nacional. Art. 1º, IV - um dos objetivos
da política nacional é a proteção ao meio ambiente. Assim, da conformação entre
meio ambiente e atividade econômica nasce o conceito de desenvolvimento
sustentável
81
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e
municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos
inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os
transgressores:
82
Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade
civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da
perda, restrição ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou
financeira que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento, cumprindo
resolução do CONAMA.
§ 1º A pena e aumentada até o dobro se: (Redação dada pela Lei nº 7.804, de
1989)
83
§ 2º Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de promover as
medidas tendentes a impedir a prática das condutas acima descritas. (Redação dada
pela Lei nº 7.804, de 1989)
Agrotóxicos
- Quem vende precisa de recibo que deve ser guardado por 2 anos.
I - agrotóxicos e afins:
84
bem como a organização de uma estrutura que possa realmente implementar a
política ambiental. A respeito desse tema, assinale a opção correta.
Resposta E
O zoneamento ambiental
7. AIA e licenciamento
85
Exame sistemático de impactos ambientais, alternativas, medidas de proteção,
mitigadoras, compensatórias, monitoramento...
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma
atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença
requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental,
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de
recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.
86
- Decreto 8437/2015 define atividades com licenciamento da União.
EIA
TJDFT 2015 “Será constitucional lei municipal ou estadual que dispense a elaboração
de estudo prévio de impacto ambiental para obras de infraestrutura.” (errada)
A O estudo de impacto ambiental exigido por órgão ambiental competente pode ser
objeto de reforma judicial.
87
C - Comparado à avaliação de impacto ambiental, o estudo de impacto ambiental tem
abrangência restrita. (correta)
Procurador Federal 2006 CESPE “A exigência pelo Poder Público da realização do EIA é
exercício do poder discricionário do Estado no processo de licenciamento ambiental”
(errado – vinculado)
TRF2 2014
- Audiências públicas após EIA/RIMA (órgão ambiental competente, entidade civil, MP,
50 ou mais cidadãos). Resolução CONAMA 9/1987
88
TRF5 2015
“Entre outras hipóteses, a audiência pública para análise e discussão de EIA-RIMA será
realizada quando houver solicitação de 50 ou mais cidadãos” certa
- Licenciamento e licença decorre do poder de polícia. Ato do Poder Executivo (STF ADI
3252 e 1505). Não se pode submeter à aprovação do Legislativo.
AGU 2012 “Lei estadual pode dispensar e realização de EIA se restar comprovado, por
perícia, que determinada obra não apresenta potencial poluidor” (errado). Normas
gerais são de competência da União. CONAMA traz rol exemplificativo.
C- O EIA deve ser realizado por equipe multidisciplinar habilitada, que, não vinculada
direta ou indiretamente ao proponente do projeto, será a responsável técnica pelos
resultados apresentados.
89
TRF1 2009 Assinale a opção correta acerca do EIA.
A O EIA deve ser um processo sequencial, que comece com a descrição da atividade
proposta, prossiga com a análise das medidas mitigadoras e termine com a
apresentação das consequências negativas do empreendimento, de forma a servir de
base à tomada de decisão, que é política, sobre o projeto.
B O EIA contribui para informar de maneira completa e exaustiva acerca de todos os
desdobramentos de determinado projeto, permitindo que as organizações não
governamentais possam tomar mais corretamente posição em relação a ele, de forma
a eliminar a influência das elites científicas sobre a mídia.
C O principal aspecto a ser considerado no EIA é o diagnóstico da área de influência
indireta do projeto, que deve ser analisado a partir das alternativas locacionais
determinadas pelo CONAMA e, ainda, determinar se a disposição final de resíduos, o
tratamento de efluentes e as fontes de energia serão incluídas no empreendimento.
D As informações técnicas constantes no EIA, o qual reflete as conclusões do órgão
ambiental competente para o licenciamento, devem ser expressas em linguagem
acessível ao público, ilustradas por mapas com escalas adequadas, quadros, gráficos e
outras técnicas de comunicação visual, de modo que se facilite o entendimento das
consequências ambientais do projeto e suas alternativas e se comparem as vantagens
e desvantagens de cada uma delas. (RIMA)
E Exige-se o EIA para a realização de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, sendo, por isso, necessário determinar os
limites geográficos da área que será direta ou indiretamente afetada pelos impactos
decorrentes da implementação do projeto. (CERTO)
TRF1 2013
Licenciamento
90
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e
as normas técnicas aplicáveis ao caso.
91
- Termo de referência (documento do licenciador), publicidade, análise e pedido de
estudos suplementares (pode exigir 1 vez sem se afastar do limite imposto no TR). Não
é absoluto. Diretriz sob pena de legitimar dano ambiental.
- critério era magnitude dos impactos (Resolução CONAMA 237/1997). LC 140/11 traz
rol.
92
LC 140/11 Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados,
ambientalmente, por um único ente federativo, em conformidade com as atribuições
estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.
M- Art. ART. 9º, XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas
nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou
empreendimentos:
93
Art. 9o São ações administrativas dos Municípios:
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou
empreendimentos:
TRF2/2017
a) À União, ao Estado e ao município onde estiver localizada a atividade, pois, pelo art.
23, VI, da Constituição Federal, a competência para proteção do meio ambiente é
comum e o múltiplo licenciamento é mais apto a proteger o bioma.
94
Decreto 8437/15
Art. 2º
XXIX - recurso não convencional de petróleo e gás natural - recurso cuja produção não
atinge taxas de fluxo econômico viável ou que não produzem volumes econômicos de
petróleo e gás sem a ajuda de tratamentos de estimulação maciça ou de tecnologias e
processos especiais de recuperação, como as areias betuminosas - oilsands, o gás e o
óleo de folhelho - shale-gas e shale-oil, o metano em camadas de carvão - coalbed
methane, os hidratos de metano e os arenitos de baixa permeabilidade -
tightsandstones;
Art. 3º Sem prejuízo das disposições contidas no art. 7º, caput, inciso XIV,
alíneas “a” a “g”, da Lei Complementar nº 140, de 2011, serão licenciados pelo órgão
ambiental federal competente os seguintes empreendimentos ou atividades:
I - rodovias federais:
a) implantação;
II - ferrovias federais:
a) implantação;
b) ampliação de capacidade; e
a) implantação; e
95
(...)
e) À União e ao Estado onde estiver localizada a atividade, por força do artigo 10 da Lei
6.938/81 I (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente)
Lei 6938/81
TRF2 - 2014
96
(Conama) e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da
atividade ou empreendimento. Regulamento
97
TRF1 - prova oral - É possível, é legítima ter licenciamentos múltiplos?
Resp 588022 entendeu que podem existir várias espécies de licenciamento sobre um
mesmo empreendimento, e neste caso não haveria ilegitimidade.
1. Existem atividades e obras que terão importância ao mesmo tempo para a Nação
e para os Estados e, nesse caso, pode até haver duplicidade de licenciamento.
3. Não merece relevo a discussão sobre ser o Rio Itajaí-Açu estadual ou federal. A
conservação do meio ambiente não se prende a situações geográficas ou referências
históricas, extrapolando os limites impostos pelo homem. A natureza desconhece
fronteiras políticas. Os bens ambientais são transnacionais. A preocupação que motiva
a presente causa não é unicamente o rio, mas, principalmente, o mar territorial
afetado. O impacto será considerável sobre o ecossistema marinho, o qual receberá
milhões de toneladas de detritos.
4. Está diretamente afetada pelas obras de dragagem do Rio Itajaí-Açu toda a zona
costeira e o mar territorial, impondo-se a participação do IBAMA e a necessidade de
prévios EIA/RIMA. A atividade do órgão estadual, in casu, a FATMA, é supletiva.
Somente o estudo e o acompanhamento aprofundado da questão, através dos órgãos
ambientais públicos e privados, poderá aferir quais os contornos do impacto causado
pelas dragagens no rio, pelo depósito dos detritos no mar, bem como, sobre as
correntes marítimas, sobre a orla litorânea, sobre os mangues, sobre as praias, e,
enfim, sobre o homem que vive e depende do rio, do mar e do mangue nessa região.
Hoje não é possível por força do Art. 13. LC 140/11 Os empreendimentos e atividades
são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente federativo, em
conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações
administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:
98
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou
no Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou
distritais até a sua criação;
TRF1 2015
- Competência subsidiária. O ente tem estrutura mas se sente incapaz. Ente menor
pede ajuda do maior. Pedida, provocada pelo ente.
99
AGU Procurador Federal 2013 “No âmbito da cooperação entre os entes da Federação,
a competência para a atividade administrativa de licenciamento ambiental pertence a
um único ente federativo, sem prejuízo da possibilidade de delegação dessa
competência, desde que o ente delegado disponha de órgão ambiental capacitado e
de conselho de meio ambiente” correto (LC 140/11)
Lei 9433/97
8. Recursos hídricos
- a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
- a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação
do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
- Prazo de 35 anos renovável. Exceção: concomitante. Pode ser mais extenso. Ex.
hidrelétrica por 50 anos.
100
- Natureza jurídica precária. (em escassez priorizado o c humano e dessedentação de
animais). Há ações de indenização de empresas. ANA. Improcedentes. Outorga é
precária. Pode revogar.
- Outorga preventiva. Garante lançamento por até 3 anos. Depois da preventiva busca
licença prévia.
Recursos hídricos
STJ “A jurisprudência desta Corte firmou entendimento no sentido de que "o inciso II
do art. 12 da Lei n. 9.433/97 é claro ao determinar a necessidade de outorga para a
extração de água do subterrâneo. Restrição essa justificada pela problemática mundial
de escassez da água e que se coaduna com o advento da Constituição de 1988, que
passou a considerar a água um recurso limitado, de domínio público e de expressivo
valor econômico". (AgRg no AgRg no REsp 1185670/RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
Primeira Turma, DJe 6.9.2011).
Precedentes. Súmula 83/STJ. Agravo regimental improvido. AgRg no AREsp 324232 /
RS, 18/06/2013
101
- Valores da outorga destinados a programas ou obras do PNRH ou manutenção dos
órgãos administrativos que compõem PNRH
Informativo 525 do STJ (já citado) REsp 1.306.093-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 28/5/2013.
A A água é bem de domínio público, além de ser recurso natural limitado, dotado de
valor econômico. (certo)
B A outorga de direito de uso, instrumento de gestão dos recursos hídricos, pode ser
concedida por prazo não superior a 35 anos, renovável com alienação parcial das
águas.
(Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas
o simples direito de seu uso.)
C Em caso de interrupção do abastecimento de água por mais de 72 horas, o poder
público local poderá multar a empresa concessionária em decorrência da infração por
ela praticada. (não é infração. Art. 49)
D A bacia hidrográfica é a unidade territorial para a implementação do Sistema
Nacional de Irrigação. (SNGRH)
E O objetivo da PNRH é implementar os meios necessários para a cobrança pelo uso e
pelo consumo de água no Brasil. (errado. Art. 2º)
STJ – julgamento pelo art. 543-C. É legítima a cobrança de tarifa de água por sistema
progressivo.
102
TRF4 2016
c)O Poder Executivo Federal não poderá delegar a competência para conceder outorga
de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União.
Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Executivo
Federal, dos Estados ou do Distrito Federal.
§ 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal
competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio
da União.
103
88 TRF2/2017
Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Executivo
Federal, dos Estados ou do Distrito Federal.
b) Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos deve ser destinado
ao consumo humano e à dessedentação de animais e, em seguida, às prioridades de
uso estabelecidas no Plano de Recursos Hídricos aplicável a cada corpo hídrico.
(correto)
c) A outorga só será suspensa nos casos de não cumprimento, pelo outorgado, dos
termos estabelecidos ou de necessidade premente de água para atender a situações
de calamidade, sempre mediante processo administrativo em que se assegure ampla
defesa.
Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial
ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias:
104
d) A outorga deverá observar o uso específico para o qual o corpo hídrico tiver sido
destinado, vedado o seu uso múltiplo.
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
e) Desde que respeite a classe em que o corpo de água estiver enquadrado, a outorga
não fica condicionada às prioridades de uso.
Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos
Planos de Recursos Hídricos [...].
Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso
múltiplo destes.
MPF 28º
art. 1º da 9433/97
Lei nº 9.433/97, Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são
inalienáveis, mas o simples direito de seu uso.
c) Embora limitado e com seu uso sujeito a outorga, a água e um recurso inalienável,
insuscetível de valoração econômica.
Lei nº 9.433/97, Art. 1º, II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor
econômico.
105
O desenvolvimento sustentável é um dos objetivos da Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, conforme consta no art. 1º, I,
da Lei nº 11.959/2009:
O silêncio do legislador sobre outros usos foi eloqüente? Ou quis colocar essas
hipóteses no consumo humano
Tendo em vista as normas que regem os recursos hídricos nacionais, assinale a opção
correta.
d) As águas públicas podem ser de uso comum ou dominicais, sendo que apenas as
últimas podem ser objeto de outorga.
106
e) A lei que regulamenta a Política Nacional de Recursos Hídricos instituiu o direito de
venda das águas como forma de conscientizar a coletividade acerca da importância de
sua preservação.
TRF4 2014
a outorga do uso da água terá prazo de até 35 anos, renovável, podendo ser onerosa,
ficando condicionada às prioridades de uso estabelecidos nos planos de recursos
hídricos.
Ademais, quanto à competência para outorgar o uso da água: " se a água for bem da
União, competirá à ANA outorgar o seus uso, mediante autorização, cabendo
delegação aos estados e ao DF. CAso a água seja estadual ou distrital, a estes entes
caberá exercer essa competência."
c) A outorga deve ser emitida pelo Comitê de Bacia Hidrográfica nos casos de rios e
corpos de água situados nas fronteiras internacionais.
Lei Federal 9.984/2000, que dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas -
ANA, preceitua no art. 3º, inciso IV, que compete à ANA " outorgar, por intermédio de
autorização, o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da
União”.
Lei 9984
107
IV – outorgar, por intermédio de autorização, o direito de uso de recursos hídricos em
corpos de água de domínio da União, observado o disposto nos arts. 5o, 6o, 7o e 8o;
108
interesse comum, a integração municipal do serviço de saneamento básico pode
ocorrer tanto voluntariamente, por meio de gestão associada, empregando convênios
de cooperação ou consórcios públicos, consoante o arts. 3º, II, e 24 da Lei Federal
11.445/2007 e o art. 241 da Constituição Federal, como compulsoriamente, nos
termos em que prevista na lei complementar estadual que institui as aglomerações
urbanas. A instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas ou
microrregiões pode vincular a participação de municípios limítrofes, com o objetivo de
executar e planejar a função pública do saneamento básico, seja para atender
adequadamente às exigências de higiene e saúde pública, seja para dar viabilidade
econômica e técnica aos municípios menos favorecidos. Repita-se que este caráter
compulsório da integração metropolitana não esvazia a autonomia municipal. 5.
Inconstitucionalidade da transferência ao estado-membro do poder concedente de
funções e serviços públicos de interesse comum. O estabelecimento de região
metropolitana não significa simples transferência de competências para o estado. O
interesse comum é muito mais que a soma de cada interesse local envolvido, pois a má
condução da função de saneamento básico por apenas um município pode colocar em
risco todo o esforço do conjunto, além das consequências para a saúde pública de toda
a região. O parâmetro para aferição da constitucionalidade reside no respeito à divisão
de responsabilidades entre municípios e estado. É necessário evitar que o poder
decisório e o poder concedente se concentrem nas mãos de um único ente para
preservação do autogoverno e da autoadministração dos municípios. Reconhecimento
do poder concedente e da titularidade do serviço ao colegiado formado pelos
municípios e pelo estado federado. A participação dos entes nesse colegiado não
necessita de ser paritária, desde que apta a prevenir a concentração do poder
decisório no âmbito de um único ente. A participação de cada Município e do Estado
deve ser estipulada em cada região metropolitana de acordo com suas
particularidades, sem que se permita que um ente tenha predomínio absoluto. Ação
julgada parcialmente procedente para declarar a inconstitucionalidade da expressão “a
ser submetido à Assembleia Legislativa” constante do art. 5º, I; e do § 2º do art. 4º; do
parágrafo único do art. 5º; dos incisos I, II, IV e V do art. 6º; do art. 7º; do art. 10; e do
§ 2º do art. 11 da Lei Complementar n. 87/1997 do Estado do Rio de Janeiro, bem
como dos arts. 11 a 21 da Lei n. 2.869/1997 do Estado do Rio de Janeiro. 6. Modulação
de efeitos da declaração de inconstitucionalidade. Em razão da necessidade de
continuidade da prestação da função de saneamento básico, há excepcional interesse
social para vigência excepcional das leis impugnadas, nos termos do art. 27 da Lei n.
9868/1998, pelo prazo de 24 meses, a contar da data de conclusão do julgamento,
lapso temporal razoável dentro do qual o legislador estadual deverá reapreciar o tema,
constituindo modelo de prestação de saneamento básico nas áreas de integração
metropolitana, dirigido por órgão colegiado com participação dos municípios
pertinentes e do próprio Estado do Rio de Janeiro, sem que haja concentração do
poder decisório nas mãos de qualquer ente.
Alternativa: D
109
- Poluição e navios.
TRF 3 2013
“ A Lei n.° 9.666, de 28 de abril de 2000 - que dispõe sobre prevenção e controle e
fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas
ou perigosas em águas de jurisdição nacional - aplicar-se-á quando ausentes os
pressupostos para aplicação da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição
Causada por Navios (MARPOL 73/78).” certo
Lei 9966/2000
Lei 9966/2000
“Alijamento pode ser entendido como: i) todo despejo deliberado, no mar, de resíduos
e outras substancias, efetuados por embarcações, aeronaves, plataformas ou outras
construções no mar; ii) todo afundamento deliberado, no mar, de embarcações,
aeronaves, plataformas ou outras construções.”
110
- Lei 13.233/2015 dá nova obrigação aos fabricantes de equipamentos e produtos de
limpeza que usem água. Nas embalagens e nos rótulos dos produtos deve estar escrito
“Água: pode faltar. Não desperdice.”
TRF2 - 2013
Tendo em vista as normas que regem os recursos hídricos nacionais, assinale a opção
correta.
Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de
recursos hídricos:
§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica estará subordinada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na
forma do disposto no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da
legislação setorial específica.
Art. 49. Constitui infração das normas de utilização de recursos hídricos superficiais ou
subterrâneos: V - perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los sem
a devida autorização.
d) As águas públicas podem ser de uso comum ou dominicais, sendo que apenas as
últimas podem ser objeto de outorga.
111
9. Responsabilidade administrativa ambiental
TRF1 - prova oral - Art. 70, Lei 9605 cumulada com o art. 46 desta lei. Recente
jurisprudência do STJ. Remete a uma norma administrativa em branco o art. 70.
Considera-se inválida esta penalidade administrativa em decorrência do princípio da
legalidade estrita quando uma autoridade administrativa autua um empreendimento
com base no art. 46 da Lei 9605? As penalidades administrativas ambientais são
transmissíveis aos sucessores?
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha,
carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do
vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá
acompanhar o produto até final beneficiamento:
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em
depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem
vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento,
outorgada pela autoridade competente.
- Lei 9605 e Decreto 6514 (art. 139 e ss.) dispõem sobre conversão de Multa Simples
em Serviços de Preservação, Melhoria e Recuperação da Qualidade do Meio Ambiente
Exemplos
112
Não será concedida a conversão quando não se caracterizar dano direto ao meio
ambiente e a recuperação da área degradada puder ser realizada pela simples
regeneração natural.
Art. 148. A conversão da multa não poderá ser concedida novamente ao mesmo
infrator durante o período de cinco anos, contados da data da assinatura do termo de
compromisso .
113
- 2 questões TRF1/2015 sobre Decreto 6514/2008
114
Lei 9605/98
I - advertência;
II - multa simples;
(...)
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:
AGU/CESPE/2015
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir em consonância com
as normas ambientais e a jurisprudência pertinente.
115
“Configurada infração ambiental grave, é possível a aplicação da pena de multa sem a
necessidade de prévia imposição da pena de advertência (art. 72 da Lei 9.605/1998).”
“a penalidade de advertência a que alude o art. 72, § 3º, I, da Lei 9.605/1998 tem
aplicação tão somente nas infrações de menor potencial ofensivo, justamente porque
ostenta caráter preventivo e pedagógico. Assim, na hipótese de infração de pequena
intensidade, perfaz-se acertado o emprego de advertência e, caso não cessada e não
sanada a violação, passa a ser cabível a aplicação de multa. Porém, no caso de
transgressão grave, a aplicação de simples penalidade de advertência atentaria contra
os princípios informadores do ato sancionador, quais sejam, a proporcionalidade e a
razoabilidade.” REsp 1.318.051-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
17/3/2015, DJe 12/5/2015.
116
sendo necessário, para sua validade, a prévia imputação de advertência, na medida em
que, conforme exposto, a infração ambiental foi grave.
4. Recurso especial conhecido e não provido.
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam
os Ministros da PRIMEIRA Turma do Superior Tribunal de Justiça renovando o
julgamento, por maioria, vencidos os Srs. Ministros Regina Helena Costa e Napoleão
Nunes Maia Filho,conhecer do recurso especial, mas negar-lhe provimento, nos termos
do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Sérgio Kukina e Marga Tessler (Juíza
Federal convocada do TRF 4ª Região) votaram com o Sr. Ministro Relator.
CESPE/AGU/2015
Conforme jurisprudência do STJ, ao contrário da responsabilidade administrativa
ambiental, em que se exige pessoalidade da conduta, a responsabilidade civil
ambiental pode ser exigida do novo proprietário do empreendimento, que deverá
promover a recomposição da área de preservação permanente ilegalmente ocupada.
(certa)
Resp 1251697
EMENTA
1. Trata-se, na origem, de embargos à execução fiscal ajuizado pelo ora recorrente por
figurar no polo passivo de feito executivo levado a cabo pelo Ibama para cobrar multa
aplicada por infração ambiental .
2. Explica o recorrente - e faz isto desde a inicial do agravo de instrumento e das razões
de apelação que resultou no acórdão ora impugnado - que o crédito executado diz
respeito à violação dos arts. 37 do Decreto n. 3.179/99, 50 c/c 25 da Lei n. 9.605/98 e
117
14 da Lei n. 6.938/81, mas que o auto de infração foi lavrado em face de seu pai, que, à
época, era o dono da propriedade .
3. A instância ordinária, contudo, entendeu que o caráter propter rem e solidário das
obrigações ambientais seria suficiente para justificar que, mesmo a infração tendo sido
cometida e lançada em face de seu pai, o ora recorrente arcasse com seu pagamento
em execução fiscal.
4. Nas razões do especial, sustenta a parte recorrente ter havido violação aos arts. 3º e
568, inc. I, do Código de Processo Civil (CPC) e 3º, inc. IV, e 14 da Lei n. 6.938/81, ao
argumento de que lhe falece legitimidade passiva na execução fiscal levada a cabo
pelo Ibama a fim de ver quitada multa aplicada em razão de infração ambiental.
8. Pelo princípio da intranscendência das penas (art. 5º, inc. XLV, CR88), aplicável não
só ao âmbito penal, mas também a todo o Direito Sancionador, não é possível ajuizar
execução fiscal em face do recorrente para cobrar multa aplicada em face de condutas
imputáveis a seu pai.
10. A diferença entre os dois âmbitos de punição e suas consequências fica bem
estampada da leitura do art. 14, 1º, da Lei n. 6.938/81, segundo o qual "[s]em obstar a
aplicação das penalidades previstas neste artigo [entre elas, frise-se, a multa], é o
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa , a indenizar ou reparar
os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade".
11. O art. 14, caput , também é claro: "[s]em prejuízo das penalidades definidas pela
legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à
preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da
qualidade ambiental sujeitará os transgressores : [...]".
118
ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de
degradação ambiental" (art. 3º, inc. V, do mesmo diploma normativo).
13. Note-se que nem seria necessária toda a construção doutrinária e jurisprudencial
no sentido de que a obrigação civil de reparar o dano ambiental é do tipo propter rem ,
porque, na verdade, a própria lei já define como poluidor todo aquele que seja
responsável pela degradação ambiental - e aquele que, adquirindo a propriedade, não
reverte o dano ambiental, ainda que não causado por ele, já seria um responsável
indireto por degradação ambiental (poluidor, pois).
14. Mas fato é que o uso do vocábulo "transgressores" no caput do art. 14, comparado
à utilização da palavra "poluidor" no 1º do mesmo dispositivo, deixa a entender aquilo
que já se podia inferir da vigência do princípio da intranscendência das penas: a
responsabilidade civil por dano ambiental é subjetivamente mais abrangente do que as
responsabilidades administrativa e penal, não admitindo estas últimas que terceiros
respondam a título objetivo por ofensa ambientais praticadas por outrem.
ACÓRDAO
Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na
conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento:
"A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr.
Ministro-Relator, sem destaque."
Os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha, Castro Meira, Humberto Martins e Herman
Benjamin (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator.
119
a multa é sanção; teoria da culpabilidade,
princípio da intranscendência das penas previsto no art. 5º, XLV, da CF, aplicável ao
Direito Sancionador
Resp 1251697
I - advertência;
II - multa simples;
X – (VETADO)
XI - restritiva de direitos.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:
120
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos
Portos, do Ministério da Marinha.
Discursiva
“Tendo em vista que, na atualidade, inúmeras ações judiciais têm sido impetradas
contra autarquias federais, visando à liberação de bens apreendidos por estarem
sendo utilizados em infrações ambientais, como, por exemplo, caminhões utilizados no
transporte de madeira ilegalmente extraída; gaiolas e malas utilizadas no transporte
de animais silvestres; e tratores utilizados para desmatamento ou parcelamento
irregular, redija um texto dissertativo a respeito da apreensão de bens utilizados na
prática de infrações administrativas ambientais.” Ao elaborar seu texto, aborde,
necessariamente, os seguintes pontos:
121
- momentos de aplicação da apreensão;
Resposta: Apreensão pode ser considerada cautelar (art. 25 da lei 9.605/98) ou sanção
administrativa (70 e 72 IV da lei 9605/98).
CAPÍTULO III
122
§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,
garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem. (Renumerando do §4º
para §5º pela Lei nº 13.052, de 2014)
Art. 17 da LC 140/11
123
- Quem licencia fiscaliza. Mas há o parágrafo 3º. Atribuição comum. Parágrafo desdiz.
Prevalece auto de infração de quem possui competência.
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos
da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e
atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais
com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental
lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se
refere o caput.
- ADI 4757 pede deferimento parcial da liminar. Todos devem ter a possibilidade de
licenciar. Parecer do MPF defende a inconstitucionalidade parcial sem redução de
texto (Duprat). Atribuição comum para fiscalizar. Não tem votos
“Dessa forma, o parecer da PGR é pelo deferimento parcial do pedido liminar, “tão só
para que se confira interpretação conforme a Constituição ao art. 17, § 3º, da LC
140/2011, de tal modo que a cláusula final, 'prevalecendo o auto de infração
ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou
autorização a que se refere o caput', opere quando idônea para impedir ou fazer
cessar o dano ambiental. E também para que se entenda que a LC 140/2011, em tudo
aquilo que diga respeito à atividade de fiscalização, rege-se pelos princípios da
subsidiariedade e da proibição de proteção deficiente”.
TRF2/2017
87 Em relação à competência para o licenciamento ambiental é correto afirmar que:
a) O ente que não tem competência para licenciar a atividade tampouco poderá aplicar
medidas de polícia sobre ela. (Par. 3º do art. 17)
124
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do
Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas,
conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
c) Atividades que captem água de rios federais serão sempre licenciadas pela União.
Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou
Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.
Uma sanção imposta pelos estados, municípios ou pelo Distrito Federal substitui a
multa imposta pela União em relação ao mesmo fato, mas a multa estabelecida pela
União não impossibilita a imposição de multa por município.
Com base nesse entendimento, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
decidiu que a Petrobras terá de pagar R$ 10 milhões de multa ao município de Angra
dos Reis (RJ), em razão do dano ambiental ocasionado pelo derramamento de óleo na
Baía de Ilha Grande, em maio de 2002, mesmo já havendo multa aplicada pela União,
no valor de R$ 150 mil. O julgamento foi concluído em dezembro, mas o acórdão só
será publicado depois do recesso do Judiciário
O recurso foi apresentado no STJ pelo município de Angra dos Reis, inconformado com
a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) favorável à Petrobras. A
empresa havia alegado que o município não poderia ter aplicado a multa, pois a
125
Capitania dos Portos, que seria o órgão federal competente para tanto, já havia
tomado providências nesse sentido. Sustentou, ainda, que a multa da União
substituiria a multa municipal.
O TJRJ confirmou a sentença que desconstituiu a multa imposta pelo município, sob o
fundamento de que a sanção aplicada em momento anterior pela Capitania dos
Portos, e já recolhida pela empresa, substitui eventual penalidade pela mesma
conduta por parte dos demais entes federativos.
Competência inafastável
Predominância
Benjamin citou o artigo 76 da Lei 9.605/98, no qual afirma ter-se baseado o tribunal
fluminense para anular a multa imposta pelo município. De acordo com o relator,
“embora passível de questionamento, o fato é que, no âmbito infraconstitucional,
houve uniforme e expressa opção no sentido de que, em relação ao mesmo fato, a
sanção imposta por estados, municípios, Distrito Federal e territórios predomina sobre
a multa de natureza federal”.
Atenção. Repetitivo
EMENTA
Os atos de polícia são executados pela própria autoridade administrativa,
independentemente de autorização judicial.Se, todavia, o ato de polícia tiver como
objeto a demolição de uma casa habitada, a respectiva execução deve ser autorizada
judicialmente e acompanhada por oficiais de justiça.
Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 1217234/PB, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA SEÇÃO,
Julgado em 14/08/2013, DJE 21/08/2013)
127
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
- ACPS do Ibama. Falta interesse de agir? STJ ainda que haja discussão sobre
autoexecutoriedade há inafastabilidade (mesmo com autoexecutoriedade). Judiciário
pode imputar ao Réu obrigação de fazer
- Prazo prescricional
128
EMENTA
1. O Ibama lavrou auto de infração contra o recorrido, aplicando-lhe multa no valor de
R$ 3.628,80 (três mil e seiscentos e vinte e oito reais e oitenta centavos), por
contrariedade às regras de defesa do meio ambiente. O ato infracional foi cometido no
ano de 2000 e, nesse mesmo ano, precisamente em 18.10.00, foi o crédito inscrito em
Dívida Ativa,tendo sido a execução proposta em 21.5.07.
2. A questão debatida nos autos é, apenas em parte, coincidente com a veiculada no
REsp 1.112.577/SP, também de minha relatoria e já julgado sob o regime do art. 543-C
do CPC e da Resolução STJ n.º 08/2008. Neste caso particular, a multa foi aplicada pelo
Ibama, entidade federal de fiscalização e controle do meio ambiente, sendo possível
discutir a incidência da Lei 9.873, de 23 de novembro de 1999, com os acréscimos da
Lei 11.941, de 27 de maio de 2009. No outro processo anterior, a multa decorria do
poder de polícia ambiental exercido por entidade vinculada
ao Estado de São Paulo, em que não seria pertinente a discussão sobre essas duas leis
federais.
3. A jurisprudência desta Corte preconiza que o prazo para a cobrança da multa
aplicada em virtude de infração administrativa ao meio ambiente é de cinco anos, nos
termos do Decreto n.º 20.910/32, aplicável por isonomia por falta de regra específica
para regular esse prazo prescricional.
4. Embora esteja sedimentada a orientação de que o prazo prescricional do art. 1° do
Decreto 20.910/32 - e não os do Código Civil - aplicam-se às relações regidas pelo
Direito Público, o caso dos autos comporta exame à luz das disposições contidas na Lei
9.873, de 23 de novembro de1999, com os acréscimos da Lei 11.941, de 27 de maio de
2009.
5. A Lei 9.873/99, no art. 1º, estabeleceu prazo de cinco anos para que a Administração
Pública Federal, direta ou indireta, no exercício do Poder de Polícia, apure o
cometimento de infração à legislação em vigor,prazo que deve ser contado da data da
prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver
cessado a infração.
6. Esse dispositivo estabeleceu, em verdade, prazo para a constituição do crédito, e
não para a cobrança judicial do crédito inadimplido. Com efeito, a Lei 11.941, de 27 de
maio de 2009, acrescentou o art. 1º-A à Lei 9.873/99, prevendo, expressamente, prazo
de cinco anos para a cobrança do crédito decorrente de infração à legislação em vigor,
a pardo prazo também quinquenal previsto no art. 1º desta Lei para a apuração da
infração e constituição do respectivo crédito.
7. Antes da Medida Provisória 1.708, de 30 de junho de 1998,posteriormente
convertida na Lei 9.873/99, não existia prazo decadencial para o exercício do poder de
polícia por parte da Administração Pública Federal. Assim, a penalidade acaso aplicada
sujeitava-se apenas ao prazo prescricional de cinco anos, segundo a jurisprudência
desta Corte, em face da aplicação analógica do art. 1º do Decreto 20.910/32.
8. A infração em exame foi cometida no ano de 2000, quando já em vigor a Lei
9.873/99, devendo ser aplicado o art. 1º, o qual fixa prazo à Administração Pública
Federal para, no exercício do poder de polícia,apurar a infração à legislação em vigor e
constituir o crédito decorrente da multa aplicada, o que foi feito, já que o crédito foi
inscrito em Dívida Ativa em 18 de outubro de 2000.
9. A partir da constituição definitiva do crédito, ocorrida no próprio
129
ano de 2000, computam-se mais cinco anos para sua cobrança judicial.Esse prazo,
portanto, venceu no ano de 2005, mas a execução foi proposta apenas em 21 de maio
de 2007, quando já operada a prescrição. Deve,pois, ser mantido o acórdão
impugnado, ainda que por fundamentos diversos.
(REsp 1115078/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 24/03/2010, DJe 06/04/2010)
Prazo prescricional para a cobrança de multa administrativa por infração à legislação
do meio ambiente aplicada por órgão ou entidade da Administração Pública Federal,
direta ou indireta: se quinquenal, nos termos do art. 1º do Decreto 20.910/32, ou
vintenária, segundo o art. 177 do Código Civil de 1916, na hipótese em que a multa
decorra do poder de polícia ambiental exercido por entidade
estadual. (Temas: 146, 147)
EMENTA
1. A Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental de São Paulo-CETESB aplicou
multa à ora recorrente pelo fato de ter promovido a "queima da
palha de cana-de-açúcar ao ar livre, no sítio São José, Município de Itapuí, em área
localizada a menos de 1 Km do perímetro urbano, causando inconvenientes ao bem-
estar público, por emissão de fumaça e fuligem"(fl. 28).
2. A jurisprudência desta Corte tem reconhecido que é de cinco anos o prazo para a
cobrança da multa aplicada ante infração administrativa ao meio ambiente, nos
termos do Decreto n.º 20.910/32, o qual que deve ser aplicado por isonomia, à falta de
regra específica para regular esse prazo prescricional.
3. Não obstante seja aplicável a prescrição quinquenal, com base no Decreto
20.910/32, há um segundo ponto a ser examinado no recurso especial - termoinicial da
prescrição - que torna correta a tese acolhida no acórdão recorrido.
4. A Corte de origem considerou como termo inicial do prazo a data do encerramento
do processo administrativo que culminou com a aplicação da multa por infração à
legislação do meio ambiente. A recorrente defende que o termo a quo é a data do ato
infracional, ou seja, data da ocorrência da infração.
5. O termo inicial da prescrição coincide com o momento da ocorrência da lesão ao
direito, consagração do princípio universal da actio nata.Nesses termos, em se
tratando de multa administrativa, a prescrição da ação de cobrança somente tem
início com o vencimento do crédito sem pagamento, quando se torna inadimplente o
administrado infrator. Antes disso, e enquanto não se encerrar o processo
administrativo de imposição da penalidade, não corre prazo prescricional, porque o
crédito ainda nãoestá definitivamente constituído e simplesmente não pode ser
cobrado.
6. No caso, o procedimento administrativo encerrou-se apenas em 24 de março de
1999, nada obstante tenha ocorrido a infração em 08 de agosto de 1997. A execução
fiscal foi proposta em 31 de julho de 2002,portanto, pouco mais de três anos a contar
da constituição definitiva do crédito.
7. Nesses termos, embora esteja incorreto o acórdão recorrido quanto à aplicação do
art. 205 do novo Código Civil para reger o prazo de prescrição de crédito de natureza
pública, deve ser mantido por seu segundo fundamento, pois o termo inicial da
prescrição quinquenal deve ser o dia imediato ao vencimento do crédito decorrente da
multa aplicada e não a data da própria infração, quando ainda não era exigível a
130
dívida.(REsp 1112577/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
09/12/2009, DJe 08/02/2010)
- Competência de juízo (art. 100, IV do CPC de 1973 vai na mesma linha do art. 53, III
do NCPC)
- Princípio do poluidor-pagador
- Solidariedade
131
STJ 2a Turma DANO AMBIENTAL. BREJO. LITISCONSÓRCIO.
Foi ajuizada ação civil pública contra a usina ora recorrida, pois se constatou que ela
promovia a drenagem de um reservatório natural (brejo). Por sua vez, as instâncias
ordinárias consideraram improcedente o pedido ao fundamento de que a usina só deu
continuidade ao que o próprio Poder Público começou. Nesse panorama, afastou-se,
preliminarmente, a necessidade de o órgão federal, também reputado degradador,
integrar a lide; pois, mesmo havendo vários agentes poluidores, a jurisprudência do
STJ é firme quanto a não ser obrigatória a formação de litisconsórcio, visto que a
responsabilidade de reparação integral do dano ambiental é solidária (permite
demandar qualquer um ou todos eles). Pela mesma razão, a jurisprudência deste
Superior Tribunal entende que os envolvidos não podem alegar que não
contribuíram de forma direta e própria para o dano ambiental, como forma de
afastar a responsabilidade de reparar. Estão assentadas, no acórdão e na sentença, a
premissa de que a usina continuou as atividades degradantes iniciadas pelo Poder
Público, o que aumentou a lesão ao meio ambiente, e a de que sua atividade
preservaria uma rodovia construída sobre aterro contíguo ao brejeiro. Contudo, não há
dúvidas de que houve dano ambiental e contribuição da usina para tanto, mesmo que
reconhecido pelas instâncias ordinárias ser o Poder Público, também, degradador.
Assim, aplicam-se os arts. 3º, IV, e 4º, VII, da Lei n. 6.938/1981. Anote-se que a usina
poderá, em outra ação, cobrar de quem considere cabível parte das despesas de
recuperação. REsp 880.160-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
4/5/2010.
132
qualquer um deles, isoladamente ou em conjunto, pelo todo" (REsp 880.160/RJ, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 27.5.2010). No mesmo
sentido: EDcl no REsp 843.978/SP, Rel. Ministro Heman Benjamin, Segunda Turma, DJe
26.6.2013. REsp 843.978/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe
9.3.2012; REsp 1.358.112/SC, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe
28.6.2013. 3. Agravo Regimental não provido. (STJ - AgRg no AREsp: 432409 RJ
2013/0381169-0, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento:
25/02/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/03/2014)
Na verdade teoria da "deep pocket". Bolso profundo. Paga aquele que mais tiver
condições.
- imóveis que não possuem cobertura vegetal tem valor de mercado maior. Mesmo
sem madeira. Do contrário valeria a pena adquirir área desmatada. Lógica econômica.
Há legitimidade para pedir indenização por dano ambiental que resultou na redução
da pesca, com o registro de pescador profissional e a habilitação ao seguro-
desemprego, durante o período de defeso, que, somados a outros elementos de
prova, são idôneos à sua comprovação.
133
Responsabilidade por dano ambiental é objetiva pela teoria do risco integral. Quem
explora atividade econômica se coloca na posição de garantidor da preservação
ambiental.
Inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo
imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo.
(Dano moral individual não tem caráter punitivo).
Foi afetado, por cerca de seis meses, o volume pescado e a renda dos pescadores na
região afetada -, sem que tenha sido dado amparo pela poluidora para mitigação dos
danos morais experimentados e demonstrados por aqueles que extraem o sustento da
134
pesca profissional. Não se justifica, em sede de recurso especial, a revisão do quantum
arbitrado, a título de compensação por danos morais, em R$ 3.000,00 (não há função
punitiva)
O dano material somente é indenizável mediante prova efetiva de sua ocorrência, não
havendo falar em indenização por lucros cessantes dissociada do dano. Assim, durante
o período de "defeso" não há indenização por lucros cessantes.
e) É objetiva, integral, solidária, com nexo diluído (ou mesmo apagado) e sem
excludente, em razão do princípio da responsabilidade comum e indiferenciada.
TRF2 - 2013 - Um pescador artesanal profissional ajuizou ação indenizatória por danos
materiais e morais contra empresa exploradora de petróleo, alegando prejuízos
decorrentes de vazamento de óleo combustível em águas marinhas onde pescava.
Provou-se que o rompimento do oleoduto fora causado por deslizamentos de terra
decorrentes de chuvas torrenciais. Essas mesmas chuvas causaram o rompimento das
barreiras de contenção instaladas pela empresa ao tentar remediar o problema. O
vazamento de óleo resultou na mortandade da fauna aquática e na imediata proibição
de pesca na região, imposta pelo IBAMA, com duração de seis meses. Na fase de
provas, restou cabalmente comprovada a regularidade das instalações da empresa
segundo as melhores tecnologias disponíveis e a idoneidade dos esforços para
reparação do problema.
a) por ter natureza punitiva, a condenação por danos morais será inviável se, no caso,
for reconhecida a ausência de dolo ou culpa do réu, ou seja, ausência de ilícito a ser
punido.
135
b) a força maior implica necessariamente ausência de culpa e, por isso, se for
reconhecida processualmente, afastará a obrigação de indenizar.
Pescador deve provar o dano moral mas não é obrigado a quantificar. Compensação.
Lenitivo. No dano moral in re ipsa (ex. inscrição indevida em cadastros restritivos) nem
o an debeatur precisa ser provado
136
Informativo 574 (12/2015)
Quarta Turma
DIREITO AMBIENTAL E CIVIL. DANOS MATERIAIS OCASIONADOS POR CONSTRUÇÃO DE
HIDRELÉTRICA.
O pescador profissional artesanal que exerça a sua atividade em rio que sofreu
alteração da fauna aquática após a regular instalação de hidrelétrica (ato lícito) tem
direito de ser indenizado, pela concessionária de serviço público responsável, em
razão dos prejuízos materiais decorrentes da diminuição ou desaparecimento de
peixes de espécies comercialmente lucrativas paralelamente ao surgimento de
outros de espécies de menor valor de mercado, circunstância a impor a captura de
maior volume de pescado para a manutenção de sua renda próxima à auferida antes
da modificação da ictiofauna. Não há dúvida de que mesmo atos lícitos podem dar
causa à obrigação de indenizar. Segundo a doutrina, "Tratando-se de um benefício à
coletividade, desde que o ato administrativo lícito atende ao interesse geral, o
pagamento da indenização redistribui o encargo, que, de outro modo, seria apenas
suportado pelo titular do direito. [...] Não é, porém, absoluto, nem geral. A
compensação é limitada ao dano especial e anormal gerado pela atividade
administrativa. Generalizar a noção a todo e qualquer prejuízo, decorrente do
funcionamento do serviço, seria a própria denegação da supremacia do interesse
público e da destinação social da propriedade. A atividade discricionária da
administração condiciona, legitimamente, o exercício de direitos individuais, podendo
atingi-los em seu valor econômico, sem obrigação de indenizar". Nesse contexto,
convém distinguir os conceitos de direito subjetivo e interesse legítimo, contrapondo-
os ao de mero interesse econômico. Segundo a doutrina, "[...] a tutela jurídica,
concretizada na possibilidade da coação, [é] o critério de distinção e caracterização do
direito subjetivo: onde este exista, não pode faltar a garantia do direito objetivo e a
garantia dada pela ação, mercê da qual o particular faz valer em juízo coativamente a
faculdade que tem desde que alguém a desconheça ou a conteste. E, vice-versa, onde
falta a garantia poderá haver um simples interesse mas não um direito subjetivo. Isto
não significa no entanto que o direito objetivo não reconheça todo o interesse que não
seja garantido por ação, mas apenas que entre os vários interesses que têm os
caracteres supra-referidos há alguns que são elevados à categoria de direitos
subjetivos, visto estarem protegidos por uma ação, ao passo que outros não são por
ela tutelados. Entre os vários e infinitos interesses, há alguns que se distinguem de
todos os outros porque são protegidos, mas não da mesma forma e com a mesma
intensidade com a qual se tutelam os direitos subjetivos. Devem assim distinguir-se os
interesses puros ou simples, privados de tutela, e os interesses legítimos que tem
proteção, não na ação judiciária, mas no recurso aos órgãos da justiça administrativa".
Certamente, no caso em análise, o pescador artesanal não tem direito subjetivo a
exigir de alguém que lhe assegure a pesca nas mesmas condições anteriores à
construção da barragem. Contudo, deve-se verificar se ele está amparado por
"situação juridicamente protegida", suscetível de configurar um "interesse legítimo",
protegido pelo ordenamento jurídico brasileiro, em face do fato qualificado como
danoso. Nesse sentido, importa destacar que a profissão de pescador é regulamentada
pela Lei n. 11.959/2009, a qual dispõe sobre a "Política Nacional de Desenvolvimento
Sustentável da Aquicultura e da Pesca". De fato, o caput do art. 3º dessa Lei estabelece
137
que "Compete ao Poder Público a regulamentação da Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável da Atividade Pesqueira, conciliando o equilíbrio entre o
princípio da sustentabilidade dos recursos pesqueiros e a obtenção de melhores
resultados econômicos e sociais", para o que, entre outras providências, cabe-lhe
estabelecer os "períodos de defeso". No § 1º desse mesmo artigo, está previsto que o
"ordenamento pesqueiro deve considerar as peculiaridades e as necessidades dos
pescadores artesanais, de subsistência e da aquicultura familiar, visando a garantir sua
permanência e sua continuidade". Por sua vez, a Lei n. 10.779/2003, com a redação
dada pela MP n. 665/2014, dispõe sobre a concessão do benefício de seguro
desemprego, durante o período de defeso, ao pescador profissional que exerce a
atividade pesqueira de forma artesanal. Ciente disso, observa-se que, embora não haja
direito subjetivo à pesca de determinada quantidade ou qualidade de peixes, o
ordenamento jurídico confere especial proteção aos pescadores artesanais,
garantindo-lhes as condições mínimas de subsistência na época defeso, bem como
uma Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável que leve em conta suas
peculiaridades e necessidades. Desse modo, tratando-se de pescadores artesanais, há
interesse legítimo, situação juridicamente protegida, a ensejar compensação
pecuniária em caso de comprovado prejuízo patrimonial, em que houve redução de
renda em decorrência do ato lícito de construção da barragem. Com efeito, se a
restrição de pesca na época do defeso enseja o benefício previsto na Lei n.
10.779/2003, não há dúvida de que a diminuição do valor comercial do pescado
causada pelo ato lícito da concessionária enseja dano a legítimo interesse, passível de
indenização. Diversamente, em relação à pesca industrial e à pesca amadora,
atividades privadas lícitas e regulamentadas em lei, em princípio, não há senão
interesse simples de natureza puramente econômica, desprovido de especial proteção
que assegure a seus praticantes renda mínima na atividade pesqueira, a qual fora
alterada em decorrência de atividade também lícita da administração ao dar adequada
destinação a bem público em prol da coletividade. REsp 1.371.834-PR, Rel. Min. Maria
Isabel Gallotti, julgado em 5/11/2015, DJe 14/12/2015.
Informativo 574
Quarta Turma
DIREITO AMBIENTAL E CIVIL. INOCORRÊNCIA DE DANOS MORAIS EM CASO DE
CONSTRUÇÃO DE HIDRELÉTRICA.
O pescador profissional artesanal que exerça a sua atividade em rio que sofreu
alteração da fauna aquática após a regular instalação de hidrelétrica (ato lícito) -
adotadas todas as providências mitigatórias de impacto ambiental para a realização
da obra, bem como realizado EIA/RIMA - não tem direito a ser compensado por
alegados danos morais decorrentes da diminuição ou desaparecimento de peixes de
espécies comercialmente lucrativas paralelamente ao surgimento de outros de
espécies de menor valor de mercado, circunstância que, embora não tenha
ocasionado a suspensão da pesca, imporia a captura de maior volume de pescado
para manutenção de sua renda próxima à auferida antes da modificação da
ictiofauna. Tratando-se de ato lícito, a indenização em análise não teria por base o
princípio da responsabilidade. Sua justificativa seria compensar o sacrifício do direito
ou legítimo interesse individual em prol da vantagem conferida à coletividade, não
138
tendo como escopo desestimular o comportamento do agente causador do fato
danoso. Além disso, é óbvio que a atividade administrativa presume-se pautada pelo
interesse público, preponderante sobre o particular, e, portanto, não deve ser
desencorajada. Diversamente, em se tratando de ato ilícito, como é o caso de acidente
ambiental causador de poluição, a condenação do poluidor não apenas ao pagamento
de indenização plena pelos danos materiais, incluídos os lucros cessantes, mas
também de indenização por dano moral, atende à finalidade preventiva de incentivar
no futuro comportamento mais cuidadoso do agente. Segundo a doutrina, "no caso da
compensação de danos morais decorrentes de dano ambiental, a função preventiva
essencial da responsabilidade civil é a eliminação de fatores capazes de produzir riscos
intoleráveis". Na hipótese em foco, não há possibilidade de eliminação dos fatores que
invariavelmente levam à alteração do estoque pesqueiro do reservatório formado em
decorrência da barragem. Isso porque a alteração da fauna aquática é inerente à
construção de usinas hidrelétricas. Necessariamente, com o represamento do rio, as
condições ambientais passam a ser propícias a espécies de peixes sedentárias ou de
pouca movimentação, de médio e pequeno porte, e desfavoráveis às espécies
tipicamente migradoras, de maior porte. Ademais, na hipótese em análise, a
regularidade e o interesse público da atuação da concessionária não é alvo de
questionamento, tendo em vista que a concessionária providenciou o EIA/RIMA e
cumpriu satisfatoriamente todas as condicionantes, inclusive propiciando a
recomposição do meio ambiente com a introdução de espécies de peixes mais
adaptadas à vida no lago da hidrelétrica. Além disso, não houve suspensão, em
momento algum, da atividade pesqueira, ao contrário do que ocorre em situações de
poluição causada por desastre ambiental, durante o período necessário à recuperação
do meio ambiente. A simples necessidade de adaptação às novas condições da
atividade pesqueira - composto o dano patrimonial - não gera dano moral autônomo
indenizável. Convém assinalar que a alteração do meio ambiente não se enquadra, por
si só, como poluição (Lei n. 6.938/1981, art. 3º, III). Tratar como poluição qualquer
alteração ambiental que afete a biota implicaria, na prática, por exemplo, o
impedimento à atividade produtiva agropecuária e inviabilizaria a construção de
hidrelétricas, por maiores e mais eficazes que fossem as condicionantes ambientais e
os benefícios ao interesse público. Desse modo, nestas circunstâncias, estabelecer a
condenação por dano moral, a qual, em última análise, onerará o contrato de
concessão, com reflexos nos custos do empreendimento, a ser arcado indiretamente
por toda a sociedade, representaria negar a supremacia do interesse público e da
destinação social da propriedade. REsp 1.371.834-PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti,
julgado em 5/11/2015, DJe 14/12/2015.
O particular que deposite resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto,
em local onde, apesar da existência de cerca e de placas de sinalização informando a
139
presença de material orgânico, o acesso de outros particulares seja fácil, consentido e
costumeiro, responde objetivamente pelos danos sofridos por pessoa que, por
conduta não dolosa, tenha sofrido, ao entrar na propriedade, graves queimaduras
decorrentes de contato com os resíduos.
A responsabilidade civil por danos ambientais, seja por lesão ao meio ambiente
propriamente dito (dano ambiental público), seja por ofensa a direitos individuais
(dano ambiental privado), é objetiva, fundada na teoria do risco integral, em face do
disposto no art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981, que consagra o princípio do poluidor-
pagador. A responsabilidade objetiva fundamenta-se na noção de risco social, que está
implícito em determinadas atividades, como a indústria, os meios de transporte de
massa, as fontes de energia.
TJDFT CESPE 2015 Antônio depositou, a céu aberto, resíduos tóxicos em terreno de sua
propriedade. Embora a área fosse cercada e houvesse placas de sinalização
informando a presença de material tóxico, o acesso ao terreno era fácil, consentido e
costumeiro. Joaquim, um morador que não conhecia bem a vizinhança, passou pelo
local e sofreu, por conduta não dolosa, graves queimaduras decorrentes do contato
com os resíduos tóxicos, pois, ao ver esse material, ficou curioso, se aproximou e o
tocou.
a) Aplica-se ao caso a teoria do risco integral, de modo que Antônio deverá responder
pelos danos sofridos por Joaquim, a menos que fique comprovada a culpa exclusiva da
vítima ou a ocorrência de caso fortuito ou força maior.
b) Não é aplicável ao caso a teoria do risco integral, uma vez que Joaquim era um
estranho que não tinha qualquer relação jurídico-contratual com Antônio, a lesão foi
cometida a indivíduo e não ao meio ambiente e foram colocadas placas de sinalização
indicando a presença de material tóxico.
140
d) A conduta de Antônio enquadra-se no conceito de dano ambiental e a ela devem ser
aplicados o princípio do poluidor-pagador e a responsabilidade objetiva por risco
integral. (certa)
TRF1 - prova oral - Se o meu empreendimento for atingido por um terremoto, eu sou
responsável, se for uma empresa que envolva riscos radioativos?
- pelo acidente são devidos danos materiais e morais. Para este é preciso moderação,
atentar ao grau de culpa, ao nível socioeconômico dos autores, e, ainda, ao porte da
empresa. Razoabilidade, bom senso.
141
nem todo ato desconforme com o ordenamento jurídico enseja indenização por dano
moral. O importante é que o ato ilícito seja capaz de irradiar-se para a esfera da
dignidade da pessoa, ofendendo-a de forma relativamente significante, sendo certo
que determinadas ofensas geram dano moral in re ipsa”
"Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil: a) a responsabilidade por dano
ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de
causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato,
sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de
excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar; b) em
decorrência do acidente, a empresa deve recompor os danos materiais e morais
causados; c) na fixação da indenização por danos morais,recomendável que o
arbitramento seja feito caso a caso e com moderação,proporcionalmente ao grau de
culpa, ao nível socioeconômico do autor, e,ainda, ao porte da empresa, orientando-se
o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, com razoabilidade,
valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à realidade da vida e às
peculiaridades de cada caso, de modo que, de um lado, não haja enriquecimento sem
causa de quem recebe a indenização e, de outro, haja efetiva compensação pelos
danos morais experimentados por aquele que fora lesado.
2. No caso concreto, recurso especial a que se nega provimento.
(REsp 1374284/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 27/08/2014, DJe 05/09/2014)
Terceira Turma
142
fato, de um lado, constitui fato do produto (art. 12), em face das substâncias químicas
utilizadas, e, de outro lado, apresenta-se também como fato do serviço (art. 14), pois o
tratamento dos postes de luz liga-se ao serviço de distribuição de energia elétrica.
Consequentemente, a prescrição é regulada pela norma do art. 27 do CDC, que
estabelece um prazo de cinco anos, flexibilizando o seu termo inicial. Precedente
citado: REsp 1.346.489-RS, Terceira Turma, DJe 26/8/2013. AgRg no REsp 1.365.277-
RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 20/2/2014.
22/06/2016
Por maioria de votos, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que
a competência para julgar processos que envolvem a empresa Samarco Mineração no
caso do rompimento da barragem do Fundão é da 12ª Vara da Justiça Federal de
Minas Gerais, em Belo Horizonte.
A relatora entendeu que, com base no inciso I do artigo 109 da Constituição Federal, a
competência para processar e julgar as ações é da Justiça Federal, uma vez que o
acidente envolveu atividade de mineração, de competência da União; afetou um rio
federal, pertencente à União; e provocou danos em territórios de dois estados da
Federação.
Pessoas atingidas
A relatora também entendeu que a Justiça estadual deve ficar responsável apenas pelo
julgamento de ações locais e pontuais, como forma de facilitar o acesso à Justiça das
pessoas atingidas pelo desastre ambiental.
A ação civil pública que gerou o conflito de competência exige que a empresa
monitore as condições da água do rio Doce, preste atendimento às pessoas atingidas
pelo evento e apresente um plano de recuperação dos danos causados pelo desastre
ambiental.
143
parte da costa do Estado do Espírito Santo, deixando um rastro de 19 mortos. Os
rejeitos atingiram mais de 40 cidades de Minas Gerais e do estado capixaba.
Suspensão dos acordos dos Governos Estadual, Federal e Municipal com a Samarco
por decisão monocrática (RCL 31935)
Decisão
A decisão da Primeira Seção ratificou uma liminar concedida pela ministra Laurita Vaz,
vice-presidente do STJ, proferida no dia 11 de janeiro. Segundo Diva Malerbi, a
homologação do acordo “desrespeitou decisão proferida” pelo STJ.
144
Além disso, para a ministra, diante da extensão dos danos causados pelo rompimento
da barragem, seria “recomendável o mais amplo debate” para a solução do problema
causado, com a realização de audiências públicas, com a participação dos cidadãos, da
sociedade civil organizada, da comunidade científica e de representantes locais.
(09/2016) O Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, vai passar a julgar empresas e
dirigentes políticos responsáveis por danos graves ao meio ambiente.
COP21 em Paris
Notícia de 02/2017
Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-02/tribunal-
penal-internacional-reconhece-ecocidio-como-crime-contra
145
- catástrofes como a da barragem de Mariana no Brasil passam a ser também da
jurisdição da Corte de Haia. Esse avanço surpreendente acontece logo após a ONU
anunciar que o assassinato de ativistas ambientais atingiu níveis epidêmicos. O Brasil é
o país mais violento do mundo para os ambientalistas.
Segundo Esquivel (Nobel da Paz) a destruição da natureza constitui um delito tão grave
quanto os genocídios ou os assassinatos cometidos pelas ditaduras. “Qual a diferença
entre o assassinato de milhares de civis em um ataque no Afeganistão e a morte de
milhares de pessoas por contaminação da água?”, indaga.
De acordo com o relatório da ONG britânica Global Witness, pelo menos 185
ambientalistas foram assassinados em 2015 no mundo. Esse é o maior número de
mortes de pessoas defendendo suas terras ou o meio ambiente já registrado pela
entidade.
Pela quinta vez consecutiva, o Brasil lidera esse triste ranking. No último ano, foram
registrados 50 atentados contra ativistas ambientais no país. A maioria dos
assassinatos estaria relacionada a conflitos por posse de terra, plantações
agroindustriais em grande escala e desmatamento, que geralmente está associado aos
madeireiros ilegais que entraram em áreas protegidas ou territórios indígenas.
Os estados brasileiros mais violentos são Rondônia e Pará, onde ocorreram 90% dos
casos. Nem todos os crimes são notificados, o que leva a crer que o número real de
assassinatos possa ser bem maior.
STJ Incêndio iniciado na área de propriedade que atinge o imóvel rural de outrem.
Danos ambientais individuais ou reflexos (por ricochete). Aplicação do disposto no
artigo 14, § 1º, da Lei nº 6.938/81, e em virtude da violação a direitos de vizinhança -
Reconhecimento do dever de indenizar imputável ao proprietário do imóvel.
146
- Responsabilidade objetiva e solidária do proprietário do imóvel lindeiro pelos danos
decorrentes do incêndio, ainda que praticado por terceiro (arrendatário ou gestor de
negócios). O conceito de dano ambiental engloba, além dos prejuízos causados ao
meio ambiente, em sentido amplo, os danos individuais, operados por intermédio
deste, também denominados danos ambientais por ricochete
- artigo 14, parágrafo 1º: “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste
artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar
ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade. [...]”
TRF5 2015
A FUNAI ajuizou ação contra o proprietário de imóvel rural lindeiro ao seu com a
intenção de ser indenizada pelos danos decorrentes de incêndio iniciado nessa
propriedade vizinha,ocasionado pela prática de queimada de palha de cana-de-
açúcar.A FUNAI demonstrou que o fogo alcançou instalações de uma fazenda que ela
utilizava para proporcionar qualificação em trabalho rural e extrativismo aos indígenas.
Por sua vez, o MP, em razão desses fatos, ajuizou ACP em que objetivava a
recomposição das áreas de reserva legal e o pagamento de indenização pelo dano
ambiental. O réu alegou ilegitimidade passiva porque o fogo fora ateado por
arrendatário de sua fazenda e, no mérito, alegou, ainda,ausência de dolo ou culpa de
sua parte e que detinha autorização,pelo órgão competente, para efetivar a queimada
da palha.Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
147
C) Na ACP, haverá responsabilização objetiva, o que não ocorre com a ação ajuizada
pela FUNAI.
- Área objeto da agressão pode ser maior que a referida na inicial sem julgamento ultra
ou extra petita (não há ofensa ao art. 492 do CPC de 2015)
In casu, o recorrente alega violação do disposto nos arts. 128, 459, parágrafo único, e
460 do CPC, em razão de o tribunal a quo ter mantido a sentença do juízo singular a
qual, segundo o recorrente, excedeu o pedido articulado na exordial, visto que a ação
se refere à degradação da área de 180m² nos limites do Parque Estadual da Serra do
Mar e aquele juízo, alicerçado nas informações da perícia, decidiu que a área objeto
de degradação atingia 650m², sendo que o pedido inicial não se referiu às construções
indicadas na sentença. Ocorre, porém, que a tutela ambiental é de natureza fungível,
de modo que a área objeto da agressão ambiental pode ser de extensão maior do
que a referida na inicial e, uma vez que verificada pelo conjunto probatório, não
148
importa julgamento ultra ou extra petita. A decisão extra petita é aquela
inaproveitável por conferir à parte providência diversa da ansiada, em virtude do
deferimento de pedido diverso ou fundamentado em causa petendi não eleita.
Consequentemente, não há tal decisão quando o juiz analisa o pedido e aplica o
direito com fundamentos diversos dos expostos na inicial ou mesmo na apelação,
desde que baseados em fatos ligados ao fato base. Na espécie, o juiz decidiu
a quaestio iurisdentro dos limites postos pelas partes, pois a ação tratava de
ocupação e supressão de vegetação nativa e construção de diversas edificações
irregulares em área menor que a constatada pela perícia, sem aprovação dos órgãos
competentes do município e do estado. Assim, a análise do pedido dentro dos limites
postos pela parte não incide no vício in procedendo do julgamento ultra ou extra
petita, afastando, portanto, a suposta ofensa aos arts. 460 e 461 do CPC. Com esses
fundamentos, a Turma negou provimento ao recurso. Precedentes citados: AgRg no
REsp 1.164.488-DF, DJe 7/6/2010; RMS 26.276-SP, DJe 19/10/2009; AgRg no AgRg no
REsp 825.954-PR, DJe 15/12/2008; AgRg no Ag 1.038.295-RS, DJe 3/12/2008, e AgRg
no Ag 668.909-SP, DJ 20/11/2006. REsp 1.107.219-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
2/9/2010.
- Alcança pessoas públicas. (Informativo 427 STJ - art. 225 e 23, VI) Alguns dizem que
apena sociedade.
"o dano ambiental inclui-se dentre os direitos indisponíveis e como tal está dentre os
poucos acobertados pelo manto da imprescritibilidade a ação que visa reparar o dano
ambiental." (REsp 1120117/AC, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,
julgado em 10/11/2009, DJe 19/11/2009)
TRF1 - prova oral - Qual a diferença entre a teoria do risco integral e a do risco criado,
e qual delas o ordenamento adotou?
- Dano moral coletivo STJ negava. (Sociedade não pode sentir dor). Hoje aceita. Dor
não é conteúdo do dano moral. Reflexo acidental. Dano moral é violação a direito da
personalidade. (direito de personalidade da coletividade)
149
(...) Segundo a jurisprudência do STJ, a logicidade hermenêutica do art. 3º da Lei
7.347/1985 permite a cumulação das condenações em obrigações de fazer ou não
fazer e indenização pecuniária em sede de ação civil pública, a fim de possibilitar a
concreta e cabal reparação do dano ambiental pretérito, já consumado. Microssistema
de tutela coletiva.
(...)
O dano moral coletivo ambiental atinge direitos de personalidade do grupo
massificado, sendo desnecessária a demonstração de que a coletividade sinta a dor, a
repulsa, a indignação, tal qual fosse um indivíduo isolado. (...)
(REsp 1269494/MG, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 24/09/2013)
TRF4 - 2016
- STJ: Não há dano moral se não for concedida autorização para desmatamento e
queimada
“Não gera dano moral a conduta do Ibama de, após alguns anos concedendo
autorizações para desmatamento e queimada em determinado terreno com a
finalidade de preparar o solo para atividade agrícola, deixar de fazê-lo ao constatar
que o referido terreno integra área de preservação ambiental.”
150
“a eliminação dos fatores de agressão ao meio ambiente, muito antes de obstar a
exploração agrícola ou mesmo reduzir sua produtividade, objetiva, justamente,
garantir a existência de condições futuras para a continuidade do desenvolvimento da
atividade de campo.”
STJ - 2a Turma
- O causador do dano ambiental responde não apenas por sua reparação, como
também por todas as despesas dele decorrentes, inclusive as de contenção da
poluição. AgRg no REsp 1391259 / SP, j. 16/12/2014
9605/98 Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do
meio ambiente.
151
STJ – Resp 1.071.741 – Informativo 388 – Dano ambiental em razão de invasão e
construção de particular em UC. Responsabilidade solidária do Estado. Omissão ilícita.
Contribui indiretamente para o dano. Deve o Estado buscar ação regressiva.
Tese 8
STJ entendia ser responsabilidade subjetiva, cf. REsp. 647493 – 2007 – precisa de culpa
pois é omissivo
152
A responsabilidade civil do Estado, por dano ambiental, em caso de omissão de
cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar, será
153
efeito necessario da omissão da autoridade pública que o acórdão recorrido teve como
causa da fuga dele, mas resultou de concausas, como a formação da quadrilha, e o
assalto ocorrido cerca de vinte e um meses após a evasão. Recurso extraordinário
conhecido e provido.
- 3 teorias. Teoria da Equivalência das condições (conditio sine qua non). Teoria da
Causalidade Adequada. Teoria Do Dano Direto e Imediato (interrupção do nexo
causal).
Áreas de Uso Restrito – art. 10 e 11 – CAPÍTULO III Novo Código Florestal - Pantanal e
planícies pantaneiras
CAPÍTULO III
CAPÍTULO III-A
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
DO USO ECOLOGICAMENTE SUSTENTÁVEL
DOS APICUNS E SALGADOS
Art. 11-A. A Zona Costeira é patrimônio nacional, nos termos do § 4o do art. 225 da
Constituição Federal, devendo sua ocupação e exploração dar-se de modo
ecologicamente sustentável. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
§ 1o Os apicuns e salgados podem ser utilizados em atividades de carcinicultura e
salinas, desde que observados os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 12.727,
de 2012).
154
CF: Art. 225. [...] § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do
Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação
do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
Proteção de biodiversidade
Antecedentes
Yellowstone (1872)
155
Prova oral TRF5 - 2012 - O que se entende por unidade de conservação e qual sua
natureza jurídica? Quais os requisitos necessários para a implementação das unidades
de conservação? É necessária a consulta pública?
TRF1 2009 O SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais,
estaduais e municipais. Os objetivos do SNUC incluem
Art. 6o O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:
156
Parágrafo único. Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do
Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para
atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não
possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e
cujas características permitam, em relação a estas, uma clara distinção.
Admitem uso direto e indireto (pode envolver consumo, coleta ou um dano tolerável.
Regime de manejo sustentável observado o zoneamento)
- Nas UPI EEREBIPANA tem posse e domínio públicos. (MONAREVIS não. Pode ser
constituído por áreas particulares se houver compatibilidade. Se não existir há
desapropriação)
- Nas USU Floresta Nacional e Reserva de Fauna tem posse e domínio públicos. A
Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem domínio público
com concessão de uso.
Art. 23. A posse e o uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais nas Reservas
Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável serão regulados por contrato,
conforme se dispuser no regulamento desta Lei.
157
- lei 12.512/2011 – cria a Bolsa Verde para famílias pobres que desenvolvam extração
nas reservas extrativistas.
- Nas de Uso Sustentável RPPN não tem Conselho Consultivo. REXTRA e REDESUS tem
conselho deliberativo (art. 18 e 20). ARIE e REFA tem conselho com criação facultativa.
APA tem Conselho
TRF4 2008 “Nas áreas de conservação de uso indireto, é permitida a exploração dos
recursos naturais” errada. Na UPI não envolve consumo, coleta, dano ou destruição
- 3 entes podem criar (LC 140/11 e 9985/00 Art. 3o O Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza - SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de
conservação federais, estaduais e municipais, de acordo com o disposto nesta Lei.)
- Herman Benjamin. Judiciário pode por ACP constranger Poder Público a criar UC. Há
uma em Brasília criada por ordem judicial (ativismo judicial).
158
- Consulta pública. Não é plebiscitária. Subsídios à definição da localização, dimensão e
limites adequados. (STF MS 25.347, Informativo 579).
- STJ possibilidade de o Estado fixar requisitos e formas próprias. Ex. não precisa de
consultas públicas.
- Possível criação de limitação provisória por 7 meses art. 22 A. Proíbe atividades salvo
agropecuária e já licenciadas. Evita desnaturar razão de ser da UC. Poderá proibir
atividades ambientalmente danosas
TRF1 - prova oral - Pode o poder público extinguir APA’s, por exemplo, através de
decreto? A supressão somente mediante lei, aprovada pelo parlamento. Art. 225, §1º,
III da CF.
- Alteração benéfica não precisa (alteração que deve ser prejudicial). CF e art. 22, caput
e Parágrafo 6º e 7º da 9.985/00)
159
Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder
Público.(Regulamento)
TRF2 - 2014
- APA disciplina o uso do solo. DF. Garantir ocupação que não gere prejuízo aos bens
ambientais
Art. 7º da LC 140/11
160
Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada
com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica.
(Regulamento)
I - a pesquisa científica;
III - (VETADO)
- Institutos paralelos
Informativo 526 do STJ, AgRg no REsp 1.373.302-CE, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 11/6/2013.
“O MPF possui legitimidade para propor, na Justiça Federal, ação civil pública que vise
à proteção de zona de amortecimento de parque nacional, ainda que a referida área
não seja de domínio da União.”
TRF1 2013 O MP, alegando iminente degradação ambiental, ajuizou ACP, visando
obstar a construção de um empreendimento comercial composto por dois
restaurantes, uma lanchonete e uma loja de conveniência em zona de amortecimento
de parque nacional federal, gerido pelo IBAMA. A ação foi ajuizada contra os
empreendedores e contra o estado que instaurou o procedimento de licenciamento.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
161
A) O parque nacional é uma unidade de conservação de uso sustentável, na qual
permitem-se recreação em contato com a natureza e turismo ecológico, o que legitima
a intenção de dotar a zona de amortecimento com a infraestrutura apresentada.
B) A edição de lei específica será necessária caso o poder público, para resolver o
impasse, decida ampliar o parque nacional sem modificar seus limites originais, apenas
estendendo-os para abranger a área do pretendido empreendimento.
TRF5 2015 Determinada lei federal criou um refúgio de vida silvestre que abrange
áreas particulares repletas de nascentes e lagos.Decorridos seis anos, os proprietários
das áreas abrangidas ajuizaram ação de indenização por desapropriação indireta. O
poder público apresentou contestação em que alegou prescrição e o descabimento de
indenização, uma vez que a criação da unidade de conservação não impôs gravames
adicionais além dos que já incidiam por força de leis anteriores, como o Código
Florestal. O poder público aduziu, ainda, que não promovera o desapossamento das
terras. Com relação a essa situação hipotética e considerando a legislação de regência
e a jurisprudência do STJ, assinale a opção correta.
162
STJ Informativo 508 de 2012
Segunda Turma
B) Há APPs na área objeto da lide, mas isso é irrelevante para o deslinde da causa.
D) No caso em apreço, a prescrição foi consumada, uma vez que é quinquenal o prazo
para se obter indenização da fazenda pública em decorrência de desapropriação
indireta.
“A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que, após a entrada em
vigor do Código Civil de 2002, é de dez anos o prazo de prescrição aplicável nas ações
de desapropriação indireta. A Turma entendeu que incide nessas hipóteses o mesmo
163
prazo previsto para o usucapião extraordinário por posse-trabalho, previsto no
parágrafo único do artigo 1.238 do Código, observadas as regras de transição prevista
no artigo 2.028 da Lei.”
TRF2 - 2013
164
STJ e prescrição
Desapropriação Indireta CC/16 20 anos (súmula 119 do STJ. ação real) CC/02 10 anos
"A jurisprudência desta Corte é pacífica em considerar que o prazo prescricional, para
a ação de desapropriação indireta, de natureza real, é de 20 (vinte) anos (prazo da
prescrição aquisitiva previsto Código Civil de 1916), orientação essa consolidada na
antiga Súmula 119, publicada pela Primeira Seção em 8.11.1994." (REsp 944351 de
15/04/2013)
STJ – 2013 "A criação de áreas especiais de proteção ambiental - salvo quando tratar-
se de algumas unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável em
que a lei impõe que o domínio seja público – configura limitação administrativa, que se
distingue da desapropriação. Nesta, há transferência da propriedade individual para o
domínio do expropriante com integral indenização; naquela, há apenas restrição ao
uso da propriedade imposta genericamente a todos os proprietários, sem qualquer
indenização. 2. Se a restrição ao uso da propriedade esvaziar o seu valor econômico,
deixará de ser limitação para ser interdição de uso da propriedade, e, neste caso, o
Poder Público ficará obrigado a indenizar a restrição que aniquilou o direito dominial e
suprimiu o valor econômico do bem. (Hely Lopes Meirelles. Direito Administrativo
Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2009. 35ª ed., págs. 645/646.) 3. Esta indenização,
todavia, não se fundará na existência de desapropriação indireta, pois, para que esta
ocorra é necessário que haja o efetivo apossamento da propriedade pelo Poder
Público. Desse modo, as restrições ao direito de propriedade, impostas por normas
ambientais, ainda que esvaziem o conteúdo econômico, não se constituem
desapropriação indireta. 4. Assim, ainda que ocorrido danos aos agravados, em face de
eventual esvaziamento econômico de propriedade, tais devem ser indenizados pelo
Estado, por meio de ação de direito pessoal fundada na responsabilidade aquiliana,
cujo prazo prescricional é de 5 anos, nos termos do art. 10, parágrafo único, do
Decreto-Lei n. 3.365/41.
165
- Mosaico de Ucs. Ministro MA declara. Visa a proteção comum de todas as áreas para
melhor gerir
- corredor ecológico
Plano de Manejo
- Licenciamento e UC. Se tiver EIA/RIMA empreendedor tem que pagar para fomentar
uma uc de proteção integral. A compensação é constitucional. Admite-se antecipação
da responsabilidade civil. ADI 3378. Responsabilidade civil independe do ato ilícito.
Reparação por compensação
STF
Compartilhamento-compensação é constitucional. Órgão licenciador fixa valor de
acordo com impacto ambiental. Densifica usuário-pagador. Inconstitucional a
expressão de que o valor não pode ser inferior a 0,5% dos custos do empreendimento.
A proporção é do impacto ambiental após estudo com contraditório
Decreto 4340 -
“Art. 31-A. O Valor da Compensação Ambiental - CA será calculado pelo produto do
Grau de Impacto - GI com o Valor de Referência - VR, de acordo com a fórmula a
seguir:
CA = VR x GI, onde:
CA = Valor da Compensação Ambiental;
VR = somatório dos investimentos necessários para implantação do empreendimento,
não incluídos os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos
no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos causados
pelo empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o
financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com
apólices e prêmios de seguros pessoais e reais;
166
- Se houver dano a UC no empreendimento com EIA/RIMA o licenciamento precisa
também da autorização do ICMbio
- Lei 9985/00 Art. 24. O subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na
estabilidade do ecossistema, integram os limites das unidades de conservação.
APA
TRF2 - 2014
a) São unidades de conservação de proteção integral que têm como objetivo básico a
preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica, possibilitando a
realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e
interpretação ambiental e de recreação e turismo ecológico.
Art. 11.O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas
naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de
pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação
ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
b) São unidades de conservação que admitem o uso residencial, mas que são
incompatíveis com o exercício de qualquer atividade econômica.
c) São espaços especialmente protegidos cuja criação deve ser precedida da devida
desapropriação, sendo vedado o exercício de atividade econômica, excetuada aquela
conduzida pela população tradicional.
d) São unidades de conservação de uso sustentável nas quais são permitidas apenas a
visitação pública e as atividades de ecoturismo.
167
Art. 15.A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau
de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações
humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o
processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos
naturais.(Regulamento)
TRF4 2016
168
órgão executivo, que, para as Unidades de Conservação Federais, pode ser o
Instituto Chico Mendes ou o Ibama. (certa)
Art. 6o O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:
I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama,
com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema;
II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o
Sistema; e
III - órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os
órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as
propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e
municipais, nas respectivas esferas de atuação."
Precisa de autorização
169
84 TRF2/2017
Lei 9.985/2000
170
Art. 31. É proibida a introdução nas unidades de conservação de espécies não
autóctones.
- Marcos legais Lei 12651/12 (norma geral - não se autointitula de código florestal) e
11284/06
- Definições. Art. 3º
IV - área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente
a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris,
admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio;
CESPE/AGU/2015
86 A regularidade da reserva legal envolve a conservação de sua vegetação nativa, de
modo que a exploração econômica dessa área deve ser feita mediante plano de
manejo sustentável previamente aprovado pelo órgão ambiental competente do
SISNAMA, sem prejuízo da observância das demais normas ambientais pertinentes.
Certa
171
Limitações restritivas ao direito de propriedade (APP e RL)
STJ dispensa prova de nexo causal e culpa para o dever de manter APP e RL "(...) A
jurisprudência desta Corte está firmada no sentido de que os deveres associados às
APPs e à Reserva Legal têm natureza de obrigação propter rem, isto é, aderem ao
título de domínio ou posse, independente do fato de ter sido ou não o proprietário o
autor da degradação ambiental. Casos em que não há falar em culpa ou nexo causal
como determinantes do dever de recuperar a área de preservação permanente. (...).
(AgRg no AREsp 327.687/SP, 2ªT, j. 15/08/2013)
Resp1179316
A recomposição é ditada por lei e incide sobre a propriedade, sendo por isso um
“dever jurídico que se transfere automaticamente com a transferência do domínio”.
Essa responsabilidade, segundo o STJ, independe de culpa do novo proprietário.
Na origem, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) ajuizou ação civil pública
ambiental contra a Agropecuária Iracema, dona de fazenda naquele estado, que
deixou de destinar 20% da área da propriedade à reserva legal, conforme prevê o
Código Florestal. As terras, na quase totalidade da extensão, estavam ocupadas com
plantações de cana-de-açúcar.
172
O MPSP pediu a condenação da empresa a instituir, medir, demarcar e averbar, de
imediato, a reserva florestal de no mínimo 20% da propriedade; a deixar de explorar a
área destinada à reserva ambiental; a recompor a cobertura florestal; a pagar
indenização relativa aos danos ambientais considerados irrecuperáveis; e a deixar de
receber benefícios ou incentivos fiscais.
Prazo legal
“O direito adquirido não pode ser invocado para mitigar a salvaguarda ambiental, não
servindo para justificar o desmatamento da flora nativa, a ocupação de espaços
especialmente protegidos pela legislação, tampouco para autorizar a continuidade de
conduta potencialmente lesiva ao meio ambiente”, afirmou a relatora do caso,
desembargadora convocada Diva Malerbi.
Ela explicou que, nesse caso, a lei não pode retroagir, porque a obrigação de instituir a
área de reserva legal e de recompor a cobertura florestal e as áreas de preservação
permanente foi estabelecida após a vigência das leis que regem a matéria.
Conservar
Por fim, ela esclareceu que a existência da área de reserva legal no âmbito das
propriedades rurais caracteriza-se como limitação administrativa necessária à proteção
173
do meio ambiente para as presentes e futuras gerações e se encontra em harmonia
com a função ecológica da propriedade.
Art. 3º
Ex. Cursos d´água de 30 a 500 m. Largura era com o nível de cheia. O atual afirma que
é contada do leito regular do rio (nível regular de água). (reduziu limites de proteção
ambiental). Olho dágua 50 m. Encostas (45º ou mais) manguezais e alturas acima de
1800 m. Entorno de reservatórios lagoas e lagos. Dunas e vegetação fixadora.
Não só a vegetação fixadora de dunas está sujeita à proteção ambiental, pois é certo
que as próprias dunas, ao cabo, estão acolhidas no objetivo protetor da legislação.
Destaque-se que é objetiva a responsabilidade decorrente dos danos ambientais.
Precedentes citados: AgRg no Ag 928.652-RS, DJe 13/11/2009; REsp 115.599-RS, DJ
2/9/2002, e REsp 948.921-SP, DJe 11/11/2009. REsp 1.069.155-SC, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 7/12/2010.
174
III - proteger várzeas;
(...)
175
Art. 9o É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação
Permanente para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto
ambiental.
- STF ADI 3540. Lei dá requisitos para intervenção e supressão. Ato administrativo pode
decidir sobre obras e atividades nas APPS.
Utilidade pública (energia ex. energia eólica, transportes, mineração, defesa civil)
IX - interesse social:
176
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados
predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas,
observadas as condições estabelecidas na Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009;
177
j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar,
incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não
descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a função
ambiental da área;
22 MPF. Subjetiva “Em que circunstância pode dar-se a supressão de vegetação das
áreas consideradas de preservação permanente?”
Desapropriação
STJ “Na linha dos precedentes desta Corte, a cobertura vegetal somente deve ser
avaliada e indenizada, em separado, quando demonstrada a efetiva exploração
econômica dos recursos vegetais”
REsp 1107884 / SP, 23/11/2010
STF diferente
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESAPROPRIAÇÃO. ÁREA
SUJEITA À PRESERVAÇÃO PERMANENTE. INDENIZAÇÃO DEVIDA. 1. A área de cobertura
vegetal sujeita à limitação legal e, conseqüentemente à vedação de atividade
extrativista não elimina o valor econômico das matas protegidas. Agravo regimental a
que se nega provimento” (AI nº 677.647/AP-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro
Eros Grau, DJ de 6/6/08).
AGU 2012 “Se tiver ocorrido, antes da transferência de propriedade de imóvel rural,
supressão parcial da vegetação situada em APP, o adquirente desse imóvel,
comprovada sua boa-fé, não será parte legítima para responder a ação cível com
pedido de restauração da área deteriorada” errada
178
Reserva legal
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade,
bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;
- Estado-membro define a área de reserva legal. Ex. pode criar corredor ecológico para
fauna e flora transitar. Comunicar com uc, app. Evitar áreas mortas.
Art. 19. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei
municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva
Legal, que só será extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo
para fins urbanos aprovado segundo a legislação específica e consoante as diretrizes
do plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da Constituição Federal.
179
Constituição Federal. (Ano: 2016 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: Promotor de
Justiça - Vespertina) certa
Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de
Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público eletrônico de âmbito
nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as
informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados
para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao
desmatamento.
Sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), a Lei n. 12.651/12 estabelece que a inscrição
do imóvel rural no CAR deverá ser feita, preferencialmente, no IBAMA (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que, nos termos do
regulamento, exigirá do proprietário ou possuidor rural, entre outras questões, a
identificação do proprietário ou possuidor rural e a comprovação da propriedade ou
posse. (Ano: 2016 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: Promotor de Justiça -
Vespertina) errada
- Reserva legal e usucapião (informativo 561 do STJ). Para registrar precisa averbar RL.
REsp 1.356.207-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 28/4/2015, DJe
7/5/2015.
“Para que a sentença declaratória de usucapião de imóvel rural sem matrícula seja
registrada no Cartório de Registro de Imóveis, é necessário o prévio registro da reserva
legal no Cadastro Ambiental Rural (CAR).”
180
(REsp 831.212-MG, Terceira Turma, DJe 22/9/2009; RMS 18.301-MG, Segunda Turma,
DJ 3/10/2005).
TRF2 2014
- Exploração por PMFS. Ex. retirar madeira. Livre exploração de recursos que não sejam
madeireiros. Ex. coleta. Reserva legal menos restritiva que APP
181
- Reserva legal é espécie de limitação administrativa. Não dá ensejo à indenização
IV - área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente
a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris,
admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio;
IV – A reserva legal constitui um mínimo ecológico do imóvel rural, sendo imposta pelo
Poder Público de forma geral e gratuita, mas, em caso de desapropriação, o
proprietário tem direito a indenização referente à cobertura florística nela existente,
desde que fiquem demonstradas a existência de aproveitamento econômico da
vegetação da reserva legal, autorização ambiental e regular plano de manejo aprovado
pelo órgão competente.
182
APP X RL
APP RL
Conceito legal. Art. 3º II APP: área protegida, III - RL: área localizada no
coberta ou não por interior de uma
vegetação nativa, com a propriedade ou posse
função ambiental de rural, delimitada nos
preservar os recursos termos do art. 12, com a
hídricos, a paisagem, a função de assegurar o uso
estabilidade geológica e a econômico de modo
biodiversidade, facilitar o sustentável dos recursos
fluxo gênico de fauna e naturais do imóvel rural,
flora, proteger o solo e auxiliar a conservação e a
assegurar o bem-estar das reabilitação dos processos
populações humanas; ecológicos e promover a
conservação da
biodiversidade, bem como
o abrigo e a proteção de
fauna silvestre e da flora
nativa;
183
Preservação Permanente sustentável da vegetação
de que tratam os incisos VI florestal da Reserva Legal,
e VII do caput do art. 4o serão adotadas práticas de
poderá ser autorizada, exploração seletiva nas
excepcionalmente, em modalidades de manejo
locais onde a função sustentável sem propósito
ecológica do manguezal comercial para consumo
esteja comprometida, para na propriedade e manejo
execução de obras sustentável para
habitacionais e de exploração florestal com
urbanização, inseridas em propósito comercial.
projetos de regularização
fundiária de interesse
social, em áreas urbanas
consolidadas ocupadas por
população de baixa renda.
§ 3o É dispensada a
autorização do órgão
ambiental competente
para a execução, em
caráter de urgência, de
atividades de segurança
nacional e obras de
interesse da defesa civil
destinadas à prevenção e
mitigação de acidentes em
áreas urbanas.
§ 4o Não haverá, em
qualquer hipótese, direito
à regularização de futuras
intervenções ou
supressões de vegetação
nativa, além das previstas
nesta Lei.
Incide IPTU
184
CESPE/AGU/2015 87 A reserva legal de propriedade ou posse rural define-se como
área protegida com a principal função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem e a estabilidade geológica no imóvel. Errada
(…);
III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade,
bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;
TRF2 - 2014 (nessa prova uma questão de RL e uma de APP) Em relação às áreas de
preservação permanente “APPs”, assinale a opção correta:
a)São áreas protegidas, previstas no chamado novo Código Florestal, cobertas ou não
por vegetação nativa, cuja função ambiental inclui a preservação dos recursos hídricos
e da paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade e a proteção do solo.
(correto)
e) São áreas previstas no novo Código Florestal cuja vegetação só pode ser alterada
nos casos de utilidade pública relevante.
185
Art. 8o A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação
Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social
ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.
186
TRF4 - 2016 - Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
Corretas II e III
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, estende-se o tratamento dispensado aos
imóveis a que se refere o inciso V deste artigo às propriedades e posses rurais com até
4 (quatro) módulos fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris, bem como às
terras indígenas demarcadas e às demais áreas tituladas de povos e comunidades
tradicionais que façam uso coletivo do seu território.
187
Raposo (Desembargador Convocado do TJ/PE), julgado em 17/9/2015, DJe
1º/10/2015.
DILMA ROUSSEFF
Izabella Mônica Vieira Teixeira
188
II - concessão de uso, por meio de projetos de assentamento florestal, de
desenvolvimento sustentável, agroextrativistas ou outros similares, nos termos do art.
189 da Constituição Federal e das diretrizes do Programa Nacional de Reforma Agrária;
§ 1o A destinação de que trata o caput deste artigo será feita de forma não onerosa
para o beneficiário e efetuada em ato administrativo próprio, conforme previsto em
legislação específica.
Art. 13. As licitações para concessão florestal observarão os termos desta Lei e,
supletivamente, da legislação própria, respeitados os princípios da legalidade,
moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da
vinculação ao instrumento convocatório.
189
TRF1 2011 Com base na legislação vigente a respeito da proteção às florestas, assinale
a opção correta.
C) A fiscalização ambiental das atividades florestais deve ser realizada pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em caráter
exclusivo, quando se tratar de florestas públicas.
TRF1 2013 No que concerne a proteção florestal e gestão de florestas, assinale a opção
correta.
190
Lei n.º 11.284/06 (Gestão de Florestas Públicas):
[...]
[...]
Art. 54. Fica criado, na estrutura básica do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço
Florestal Brasileiro – SFB.
Art. 55. O SFB atua exclusivamente na gestão das florestas públicas e tem por
competência:
I – exercer a função de órgão gestor prevista no art. 53 desta Lei, no âmbito federal,
bem como de órgão gestor do FNDF;
[...]
Art. 53. Caberá aos órgãos gestores federal, estaduais e municipais, no âmbito de suas
competências:
[...]
[...]
Art. 18. A licença prévia para uso sustentável da unidade de manejo será requerida
pelo órgão gestor, mediante a apresentação de relatório ambiental preliminar ao
191
órgão ambiental competente integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente –
SISNAMA.
LEI do SNUC
IV - Reserva Extrativista;
V - Reserva de Fauna;
[...]
Art. 17. A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável
dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para
exploração sustentável de florestas nativas.
192
13. Meio ambiente artificial
- Escola, Presídio
STF
PLENÁRIO
193
dessas medidas.
ADPF 347 MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 27.8.2015. (ADPF-347)
O Ministro Marco Aurélio registrou que a responsabilidade por essa situação não
poderia ser atribuída a um único e exclusivo poder, mas aos três — Legislativo,
Executivo e Judiciário —, e não só os da União, como também os dos Estados-
194
Membros e do Distrito Federal. Ponderou que haveria problemas tanto de formulação
e implementação de políticas públicas, quanto de interpretação e aplicação da lei
penal. Além disso, faltaria coordenação institucional. A ausência de medidas
legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representaria falha estrutural a
gerar tanto a violação sistemática dos direitos, quanto a perpetuação e o agravamento
da situação. O Poder Judiciário também seria responsável, já que aproximadamente
41% dos presos estariam sob custódia provisória e pesquisas demonstrariam que,
quando julgados, a maioria alcançaria a absolvição ou a condenação a penas
alternativas. Ademais, a manutenção de elevado número de presos para além do
tempo de pena fixado evidenciaria a inadequada assistência judiciária. A violação de
direitos fundamentais alcançaria a transgressão à dignidade da pessoa humana e ao
próprio mínimo existencial e justificaria a atuação mais assertiva do STF. Assim, caberia
à Corte o papel de retirar os demais poderes da inércia, catalisar os debates e novas
políticas públicas, coordenar as ações e monitorar os resultados. A intervenção judicial
seria reclamada ante a incapacidade demonstrada pelas instituições legislativas e
administrativas. Todavia, não se autorizaria o STF a substituir-se ao Legislativo e ao
Executivo na consecução de tarefas próprias. O Tribunal deveria superar bloqueios
políticos e institucionais sem afastar esses poderes dos processos de formulação e
implementação das soluções necessárias. Deveria agir em diálogo com os outros
poderes e com a sociedade. Não lhe incumbira, no entanto, definir o conteúdo próprio
dessas políticas, os detalhes dos meios a serem empregados. Em vez de desprezar as
capacidades institucionais dos outros poderes, deveria coordená-las, a fim de afastar o
estado de inércia e deficiência estatal permanente. Não se trataria de substituição aos
demais poderes, e sim de oferecimento de incentivos, parâmetros e objetivos
indispensáveis à atuação de cada qual, deixando-lhes o estabelecimento das minúcias
para se alcançar o equilíbrio entre respostas efetivas às violações de direitos e as
limitações institucionais reveladas. Em seguida, o julgamento foi suspenso.
ADPF 347 MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 27.8.2015. (ADPF-347)
195
motivação expressa pela qual não se aplicam medidas cautelares alternativas à
privação de liberdade, estabelecidas no art. 319 do CPP; b) que, observados os artigos
9.3 do Pacto dos Direitos Civis e Políticos e 7.5 da Convenção Interamericana de
Direitos Humanos, realizem, em até 90 dias, audiências de custódia, viabilizando o
comparecimento do preso perante a autoridade judiciária no prazo máximo de 24
horas, contadas do momento da prisão; c) que considerem, fundamentadamente, o
quadro dramático do sistema penitenciário brasileiro no momento de implemento de
cautelares penais, na aplicação da pena e durante o processo de execução penal; d)
que estabeleçam, quando possível, penas alternativas à prisão, ante a circunstância de
a reclusão ser sistematicamente cumprida em condições muito mais severas do que as
admitidas pelo arcabouço normativo; e) que venham a abrandar os requisitos
temporais para a fruição de benefícios e direitos dos presos, como a progressão de
regime, o livramento condicional e a suspensão condicional da pena, quando reveladas
as condições de cumprimento da pena mais severas do que as previstas na ordem
jurídica em razão do quadro do sistema carcerário, preservando-se, assim, a
proporcionalidade da sanção; e f) que se abata da pena o tempo de prisão, se
constatado que as condições de efetivo cumprimento são significativamente mais
severas do que as previstas na ordem jurídica, de forma a compensar o ilícito estatal.
Postula-se, finalmente, que seja determinado: g) ao CNJ que coordene mutirão
carcerário a fim de revisar todos os processos de execução penal, em curso no País,
que envolvam a aplicação de pena privativa de liberdade, visando a adequá-los às
medidas pleiteadas nas letras “e” e “f”; e h) à União que libere as verbas do Fundo
Penitenciário Nacional – Funpen, abstendo-se de realizar novos contingenciamentos —
v. Informativo 796.
ADPF 347 MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 3.9.2015. (ADPF-347)
O Ministro Edson Fachin concedeu a cautelar requerida nas letras: “b”; “g”, em parte,
para determinar ao CNJ que coordenasse mutirões carcerários, de modo a viabilizar a
pronta revisão de todos os processos de execução penal em curso no País que
envolvessem a aplicação de pena privativa, mas afastada a necessidade de adequação
aos pedidos contidos nos itens “e” e “f”; e “h”, em parte, para acolher a determinação
do descontingenciamento das verbas existentes no Funpen, devendo a União
providenciar a devida adequação para o cumprimento desta decisão, fixando o prazo
de até 60 dias a contar da sua publicação. Deixou, porém, de conceder a cautelar em
relação aos pleitos contidos nas letras “a”, “c”, “d”, “e” e “f”, que propôs fossem
analisadas por ocasião do julgamento do mérito da ação. Já o Ministro Roberto
Barroso concedeu a medida cautelar requerida nas letras: “b”; “g”, estendendo,
contudo, a condução dos mutirões carcerários aos tribunais de justiça estaduais; “h”;
e, por fim, concedeu cautelar de ofício para determinar ao Governo Federal que
encaminhasse ao STF, no prazo de um ano, diagnóstico da situação do sistema
penitenciário e propostas de solução dos problemas, em harmonia com os Estados-
196
Membros. Quanto à medida acauteladora de ofício, foi acompanhado pelo Ministro
Marco Aurélio (relator). Ressaltou que as medidas cautelares que não deferiu —
sobretudo, as mencionadas nas letras “a”, “d” e “e” — não significaria propriamente a
negativa do fundamento que elas trariam em si, e sim uma concordância com os
pedidos, porém na firme convicção que eles já decorreriam do sistema jurídico. O
Ministro Teori Zavascki concedeu a medida cautelar requerida nas letras: “b”,
determinando que o prazo para a realização das audiências de custódia fosse
regulamentado pelo CNJ, e “h”. Indeferiu-a relativamente às letras “a”, “c”, “d”, “e” e
“f”, porquanto se trataria de medidas que já comporiam o sistema normativo e haveria
mecanismos próprios de correção, quais sejam, os recursos ordinários. Julgou
prejudicada a cautelar requerida na letra “g”. Em seguida, o julgamento foi suspenso.
ADPF 347 MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 3.9.2015. (ADPF-347)
197
compensar o ilícito estatal. Requeria-se, finalmente, que fosse determinado: g) ao CNJ
que coordenasse mutirão carcerário a fim de revisar todos os processos de execução
penal, em curso no País, que envolvessem a aplicação de pena privativa de liberdade,
visando a adequá-los às medidas pleiteadas nas alíneas “e” e “f”; e h) à União que
liberasse as verbas do Fundo Penitenciário Nacional – Funpen, abstendo-se de realizar
novos contingenciamentos — v. Informativos 796 e 797.
ADPF 347 MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.9.2015. (ADPF-347)
198
de Direitos Humanos) e normas infraconstitucionais como a LEP e a LC 79/1994, que
criara o Funpen, teriam sido transgredidas. Em relação ao Funpen, os recursos
estariam sendo contingenciados pela União, o que impediria a formulação de novas
políticas públicas ou a melhoria das existentes e contribuiria para o agravamento do
quadro. Destacou que a forte violação dos direitos fundamentais dos presos
repercutiria além das respectivas situações subjetivas e produziria mais violência
contra a própria sociedade. Os cárceres brasileiros, além de não servirem à
ressocialização dos presos, fomentariam o aumento da criminalidade, pois
transformariam pequenos delinquentes em “monstros do crime”. A prova da
ineficiência do sistema como política de segurança pública estaria nas altas taxas de
reincidência. E o reincidente passaria a cometer crimes ainda mais graves.
Consignou que a situação seria assustadora: dentro dos presídios, violações
sistemáticas de direitos humanos; fora deles, aumento da criminalidade e da
insegurança social. Registrou que a responsabilidade por essa situação não poderia
ser atribuída a um único e exclusivo poder, mas aos três — Legislativo, Executivo e
Judiciário —, e não só os da União, como também os dos Estados-Membros e do
Distrito Federal. Ponderou que haveria problemas tanto de formulação e
implementação de políticas públicas, quanto de interpretação e aplicação da lei
penal. Além disso, faltaria coordenação institucional. A ausência de medidas
legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representaria falha estrutural
a gerar tanto a ofensa reiterada dos direitos, quanto a perpetuação e o
agravamento da situação. O Poder Judiciário também seria responsável, já que
aproximadamente 41% dos presos estariam sob custódia provisória e pesquisas
demonstrariam que, quando julgados, a maioria alcançaria a absolvição ou a
condenação a penas alternativas. Ademais, a manutenção de elevado número de
presos para além do tempo de pena fixado evidenciaria a inadequada assistência
judiciária. A violação de direitos fundamentais alcançaria a transgressão à dignidade
da pessoa humana e ao próprio mínimo existencial e justificaria a atuação mais
assertiva do STF. Assim, caberia à Corte o papel de retirar os demais poderes da
inércia, catalisar os debates e novas políticas públicas, coordenar as ações e
monitorar os resultados. A intervenção judicial seria reclamada ante a incapacidade
demonstrada pelas instituições legislativas e administrativas. Todavia, não se
autorizaria o STF a substituir-se ao Legislativo e ao Executivo na consecução de
tarefas próprias. O Tribunal deveria superar bloqueios políticos e institucionais sem
afastar esses poderes dos processos de formulação e implementação das soluções
necessárias. Deveria agir em diálogo com os outros poderes e com a sociedade. Não
lhe incumbira, no entanto, definir o conteúdo próprio dessas políticas, os detalhes
dos meios a serem empregados. Em vez de desprezar as capacidades institucionais
dos outros poderes, deveria coordená-las, a fim de afastar o estado de inércia e
deficiência estatal permanente. Não se trataria de substituição aos demais poderes,
e sim de oferecimento de incentivos, parâmetros e objetivos indispensáveis à
atuação de cada qual, deixando-lhes o estabelecimento das minúcias para se
alcançar o equilíbrio entre respostas efetivas às violações de direitos e as limitações
institucionais reveladas. O Tribunal, no que se refere às alíneas “a”, “c” e “d”,
ponderou se tratar de pedidos que traduziriam mandamentos legais já impostos aos
juízes. As medidas poderiam ser positivas como reforço ou incentivo, mas, no caso
da alínea “a”, por exemplo, a inserção desse capítulo nas decisões representaria
199
medida genérica e não necessariamente capaz de permitir a análise do caso
concreto. Como resultado, aumentaria o número de reclamações dirigidas ao STF.
Seria mais recomendável atuar na formação do magistrado, para reduzir a cultura
do encarceramento. No tocante à cautelar de ofício proposta pelo Ministro Roberto
Barroso, o Colegiado frisou que o Estado de São Paulo, apesar de conter o maior
número de presos atualmente, não teria fornecido informações a respeito da
situação carcerária na unidade federada. De toda forma, seria imprescindível um
panorama nacional sobre o assunto, para que a Corte tivesse elementos para
construir uma solução para o problema.
ADPF 347 MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.9.2015. (ADPF-347)
Informativo 819 (03/2016) STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
30/3/2016. Com repercussão geral
MPF 29º/2017
200
INFORMATIVO 829 (05/2016)
PLENÁRIO
201
participação no sistema de ensino e na vida em comunidade, bem como, de outro
lado, a necessária disponibilização do ensino primário gratuito e compulsório, é
igualmente certo inexistir qualquer limitação da educação das pessoas com deficiência
somente a estabelecimentos públicos ou privados que prestem o serviço público
educacional. A Lei 13.146/2015 estabelece a obrigatoriedade de as escolas privadas
promoverem a inserção das pessoas com deficiência no ensino regular e prover as
medidas de adaptação necessárias sem que o ônus financeiro seja repassado às
mensalidades, anuidades e matrículas.
ADI 5357 MC-Referendo/DF, rel. Min. Edson Fachin, 9.6.2016. (ADI-5357)
O Tribunal entendeu inferir-se que, por meio da lei impugnada, o Brasil atendera ao
compromisso constitucional e internacional de proteção e ampliação progressiva
dos direitos das pessoas com deficiência. Não obstante o serviço público de
educação ser livre à iniciativa privada, isso não significa que os agentes econômicos
que o prestam possam fazê-lo ilimitadamente ou sem responsabilidade. É
necessária a sua autorização e avaliação de qualidade pelo Estado, bem como o
cumprimento das normas gerais de educação nacional. De igual modo, os
estabelecimentos privados não podem eximir-se dos deveres de estatura
constitucional impostos ao sistema educacional do País. À escola não é dado
escolher, segregar, separar, mas é dever ensinar, incluir, conviver. A vivência
cotidiana, o convívio com o diferente, são valores educacionais em si mesmos, e
têm riqueza própria, pois desenvolvem o acolhimento, a tolerância e a ética.
Portanto, o ensino inclusivo milita em favor da dialógica implementação dos
objetivos esquadrinhados pela Constituição. É somente com a efetivação desses
valores que pode haver a construção de uma sociedade livre, justa e solidária,
voltada para o bem de todos. Assim, o ensino inclusivo é política pública estável.
Se as instituições privadas de ensino exercem atividade econômica, devem se
adaptar para acolher as pessoas com deficiência, prestando serviços educacionais
que não enfoquem a deficiência apenas sob a perspectiva médica, mas também
ambiental. Ou seja, os espaços devem ser isentos de barreiras, as verdadeiras
deficiências da sociedade. Esses deveres devem se aplicar a todos os agentes
econômicos, e entendimento diverso implica privilégio odioso, porque oficializa a
discriminação. Vencido o Ministro Marco Aurélio, que julgava o pedido
parcialmente procedente. Considerava que a intervenção estatal no mercado
deveria ser minimalista e que a obrigação principal, em se tratando de educação, é
do Estado. Asseverava ser constitucional a interpretação dos artigos atacados no
que encerram planejamento quanto à iniciativa privada, sendo inconstitucional a
interpretação que leve a ter-se como obrigatórias as múltiplas providências
202
determinadas pela lei.
ADI 5357 MC-Referendo/DF, rel. Min. Edson Fachin, 9.6.2016. (ADI-5357)
Informativo
STJ 594
PROCESSO
RAMO DO
DIREITO CIVIL
DIREITO
Debate-se nos autos, se o autor do projeto arquitetônico faz jus ao ressarcimento por
danos de ordem material e moral em virtude da reprodução, com fins comerciais, da
imagem da fachada da respectiva construção, situada em logradouro público, por
fabricante de tintas (mediante autorização do proprietário da casa e o correlato
pagamento a este). Prevê o art. 37 da Lei n. 9.610/1998 que ao adquirente de uma
obra, no caso arquitetônica (que, como visto, abrange o projeto e o esboço
confeccionados por profissional legalmente habilitado, como a obra em si,
materializada na construção edificada), não é transmitido nenhum dos direitos do
autor, salvo expressa disposição em contrário. Releva assentar, no ponto, que a
aquisição, em si, de uma obra intelectual, não transfere automaticamente os direitos
autorais, salvo disposição expressa em contrário e ressalvado, naturalmente, o modo
de utilização intrínseco à finalidade da aquisição. Nessa linha, se o modo de utilização
da obra for inerente à finalidade de sua aquisição, o adquirente poderá dele se valer
sem necessitar de qualquer autorização do autor. Do contrário, o direito é do autor
intelectual e, como tal, outras modalidades de utilização da obra que não intrínsecas à
finalidade de aquisição dependerão, necessariamente, de sua autorização. Ante o
silêncio do contrato, o proprietário da casa, adquirente da obra arquitetônica, não
203
incorpora em seu patrimônio jurídico o direito autoral de representá-la por meio de
fotografias, com fins comerciais, tampouco o de cedê-lo a outrem, já que, em regra, a
forma não lhe pertence e o aludido modo de utilização refoge da finalidade de
aquisição. Por sua vez, dispõe o art. 48 da Lei n. 9.610/98 que “as obras situadas
permanentemente em logradouros públicos podem ser representadas livremente, por
meio de pinturas, desenhos, fotografias e procedimentos audiovisuais”. Em razão de as
obras situadas permanentemente em logradouros públicos integrarem de modo
indissociável o meio ambiente, a compor a paisagem como um todo, sua
representação (por meio de pinturas, desenhos, fotografias e procedimentos
audiovisuais), por qualquer observador, não configura, em princípio, violação ao
direito autoral. A hipótese dos autos, todavia, não é de mera representação da
paisagem, em que inserida a obra arquitetônica, mas sim de representação
unicamente da obra arquitetônica, com finalidade lucrativa. Refoge, em absoluto, do
âmbito de aplicação do dispositivo legal sob comento a representação por terceiro de
obra arquitetônica com finalidade comercial, que consubstancia direito exclusivo de
seu autor.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às
fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.
204
V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
48, de 2005)
I - as formas de expressão;
205
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou
ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil; Incluído
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
206
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a
cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
207
só podem ser tombados os bens de natureza material, móveis ou imóveis, cabendo
aos bens de natureza imaterial o registro (regimaterial)
Há doutrina mais restritiva.
III - Como regra geral, o tombamento de um bem revestido de valor histórico é
instituído de forma gratuita, mas se houver o esvaziamento de seu conteúdo
econômico em decorrência das restrições impostas pelo Poder Público, configurar-se-á
desapropriação indireta, gerando para o particular direito a indenização.
“se o ato administrativo de tombamento de bem imóvel, com o fim de preservar a sua
expressão cultural e ambiental, esvaziar-se, economicamente, de modo total,
transforma-se, por si só, de simples servidão administrativa em desapropriação, pelo
que a indenização deve corresponder ao valor que o imóvel tem no mercado” (STJ
REsp 220.983).
Art. 18. A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas
tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na
agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como
objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar
o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.(Regulamento)
208
§ 6o São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou
profissional.
Responda, agora:
a) ( ) Apenas os itens I e III estão corretos.
b) ( ) Apenas o item II está errado.
c) ( ) Apenas os itens III e IV estão corretos.
d) ( ) Apenas o item III está correto.
Alternativa C
Alternativa D
209
Cultura é dinâmica. Sociedade molda e é moldada.
- Meio @mbiente digit@l (ONU: internet é direito básico do ser humano)
Art. 225, Parágrafo 1º, inciso II. Dever de “preservar a diversidade e a integridade do
patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético”
TRF5 2015
- Lei trata acesso ao patrimônio genético como bem de uso comum do povo. Protege
bens
210
- Protege ainda o conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético se
relevante à conservação da diversidade biológica, à integridade do patrimônio
genético do País e à utilização de seus componentes.
211
- Lei protege os conhecimentos tradicionais associados ao patrimônio genético de
populações indígenas, de comunidade tradicional ou de agricultor tradicional contra a
utilização e exploração ilícita.
b) transferência de tecnologias;
212
- Sujeita à repartição de benefícios exclusivamente o fabricante do produto acabado
ou o produtor do material reprodutivo, independentemente de quem tenha realizado
o acesso anteriormente. (semelhante à substituição tributária).
Lei diz que repartição entre usuário e provedor será negociada de forma justa e
equitativa entre as partes, atendendo a parâmetros de clareza, lealdade e
transparência nas cláusulas pactuadas, que deverão indicar condições, obrigações,
tipos e duração dos benefícios de curto, médio e longo prazo.
- art. 38. Regularização para quem exerceu as atividades em desacordo com a MP.
Prazo de 1 (um) ano, contado da data da disponibilização do cadastro pelo CGen. Exige
celebração de Termo de Compromisso será firmado entre o usuário e a União,
representada pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente. (Salvo em acesso ao
patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado unicamente para fins
de pesquisa científica. Art. 28, Parágrafo 2º)
Art. 20. Sem prejuízo da aplicação das penas previstas nesta Lei, os responsáveis
pelos danos ao meio ambiente e a terceiros responderão, solidariamente, por sua
indenização ou reparação integral, independentemente da existência de culpa.
Art. 21. Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão que viole as
normas previstas nesta Lei e demais disposições legais pertinentes.
213
Parágrafo único. As infrações administrativas serão punidas na forma estabelecida no
regulamento desta Lei, independentemente das medidas cautelares de apreensão de
produtos, suspensão de venda de produto e embargos de atividades, com as seguintes
sanções:
I – advertência;
II – multa;
V – embargo da atividade;
XI – intervenção no estabelecimento;
TJDFT 2015 “Uma infração contra o patrimônio genético sujeitará o agente a sanções
administrativas, como o embargo da atividade e a proibição de contratar com a
administração pública por até cinco anos, que independem de eventuais sanções
judiciais de natureza cível.” (certa)
TRF3 2011
214
a competência pode ser do CONSELHO NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA e não da
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança.
Lei 11105/05
§ 1o Compete ao CNBS:
ART. 8º
§ 2o Os órgãos e entidades fiscalizadores da administração pública federal poderão
celebrar convênios com os Estados, Distrito Federal e Municípios, para a execução de
serviços relacionados à atividade de fiscalização prevista nesta Lei e poderão repassar-
lhes parcela da receita obtida com a aplicação de multas.
art. 231
§ 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em
215
caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a
sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus
bens.
alternativa. C
11.105/05
Art. 2º. Sem prejuízo da aplicação das penas previstas nesta Lei, os responsáveis pelos
danos ao meio ambiente e a terceiros responderão, solidariamente, por sua
indenização ou reparação integral, independentemente da existência de culpa.
13213/15 importante
216
Art. 1º
Art.10
Quanto à lei 11.105/05 lembrar da ADI 3510, em que STF julgou constitucional o art.
5º, que permite pesquisas com células tronco embrionárias
218
filosófica e eticamente sensível como a da biotecnologia na área da medicina e da
genética humana. Trata-se de um conjunto normativo que parte do pressuposto da
intrínseca dignidade de toda forma de vida humana, ou que tenha potencialidade para
tanto. A Lei de Biossegurança não conceitua as categorias mentais ou entidades
biomédicas a que se refere, mas nem por isso impede a facilitada exegese dos seus
textos, pois é de se presumir que recepcionou tais categorias e as que lhe são
correlatas com o significado que elas portam no âmbito das ciências médicas e
biológicas. IX - IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO. Afasta-se o uso da técnica de
"interpretação conforme" para a feitura de sentença de caráter aditivo que tencione
conferir à Lei de Biossegurança exuberância regratória, ou restrições tendentes a
inviabilizar as pesquisas com células-tronco embrionárias. Inexistência dos
pressupostos para a aplicação da técnica da "interpretação conforme a Constituição",
porquanto a norma impugnada não padece de polissemia ou de plurissignificatidade.
Ação direta de inconstitucionalidade julgada totalmente improcedente.
(ADI 3510, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 29/05/2008,
DJe-096 DIVULG 27-05-2010 PUBLIC 28-05-2010 EMENT VOL-02403-01 PP-00134 RTJ
VOL-00214- PP-00043)
(TJSC-2013) (MPSC-2016)
Estabelece a Lei n. 11.105/05 (Biossegurança), que ela não se aplica, mesmo quando
impliquem a utilização de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) como
receptor ou doador, quando a modificação genética for obtida por meio das seguintes
técnicas: mutagênese; formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal
e fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser
produzida mediante métodos tradicionais de cultivo. (Ano: 2016 Banca: MPE-SC Órgão:
MPE-SC Prova: Promotor de Justiça - Vespertina)
Art. 4o Esta Lei não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio
das seguintes técnicas, desde que não impliquem a utilização de OGM como receptor
ou doador:
I – mutagênese;
III – fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser
produzida mediante métodos tradicionais de cultivo;
219
somáticas de hibridoma animal; fusão nuclear (inclusive a de protoplasma) de células
vegetais, que possa ser produzida mediante métodos tradicionais de cultivo; e
autoclonagem de organismos não-patogênicos que se processe de maneira natural.
Art. 4º e 5º
Art. 4o Esta Lei não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio das
seguintes técnicas, desde que não impliquem a utilização de OGM como receptor ou
doador:
I – mutagênese;
III – fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser
produzida mediante métodos tradicionais de cultivo;
220
15. Crimes ambientais
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública
incondicionada.
- Responsabilidade penal da pessoa jurídica. STF e STJ admitem com base na teoria da
realidade ou personalidade real
Teoria da Ficção jurídica de Savigny não é acolhida. Para esta Teoria, a PJ é abstração
jurídica. Não comete crime pois não tem dolo e culpa (não adotada)
221
STF – Informativo 714 – possível condenar pessoa jurídica por crime ambiental, com
absolvição das pessoas físicas da ação penal. 1ª Turma. 3 x 2. RE 548181/PR, Rel. Min.
Rosa Weber, julgado em 6/8/2013
“No mérito, anotou-se que a tese do STJ, no sentido de que a persecução penal dos
entes morais somente se poderia ocorrer se houvesse, concomitantemente, a
descrição e imputação de uma ação humana individual, sem o que não seria admissível
a responsabilização da pessoa jurídica, afrontaria o art. 225, § 3º, da CF. Sublinhou-se
que, ao se condicionar a imputabilidade da pessoa jurídica à da pessoa humana, estar-
se-ia quase que a subordinar a responsabilização jurídico-criminal do ente moral à
efetiva condenação da pessoa física.”
Para o Min. Luiz Fux, a mencionada regra constitucional, ao afirmar que os ilícitos
ambientais sujeitariam “os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas”, teria apenas imposto sanções administrativas às pessoas jurídicas.
Discorria, ainda, que o art. 5º, XLV, da CF teria trazido o princípio da pessoalidade da
pena, o que vedaria qualquer exegese a implicar a responsabilidade penal da pessoa
jurídica. Por fim, reputava que a pena visaria à ressocialização, o que tornaria
impossível o seu alcance em relação às pessoas jurídicas.
Informativo 639, STF, 1ª Turma, RE 628582 AgR/RS rel. Min. Dias Toffoli, 6.9.2011
“É possível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que
haja absolvição da pessoa física relativamente ao mesmo delito.”
222
“A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o prosseguimento
da ação penal em que a Petrobras é acusada de crime ambiental supostamente
cometido durante a implantação do trecho marítimo do gasoduto do projeto Manati,
em agosto de 2005. Os ministros afastaram a tese de que a pessoa jurídica não poderia
responder sozinha pelo delito sem que a pessoa física que a representa fosse
responsabilizada de forma solidária.”
Informativo 566
Quinta Turma
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. DESNECESSIDADE DE DUPLA IMPUTAÇÃO EM
CRIMES AMBIENTAIS.
RHC N. 125.566-PR
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI
EMENTA: Recurso ordinário em habeas corpus. Pesca em período proibido. Crime
ambiental tipificado no art. 34, parágrafo único, inciso I, da Lei nº 9.605/98.
Proteção criminal decorrente de mandamento constitucional (CF, art. 225, § 3º).
Interesse manifesto do estado na repreensão às condutas delituosas que venham a
colocar em situação de risco o meio ambiente ou lhe causar danos. Pretendida
aplicação da insignificância. Impossibilidade. Conduta revestida de intenso grau de
reprovabilidade. Crime de perigo que se consuma com a simples colocação ou
exposição do bem jurídico tutelado a perigo de dano. Entendimento doutrinário.
Recurso não provido.
1. A proteção, em termos criminais, ao meio ambiente decorre de mandamento
constitucional, conforme prescreve o § 3º do art. 225: “[a]s condutas e atividades
223
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados”.
2. Em razão da sua relevância constitucional, é latente, portanto, o interesse do
estado na repreensão às condutas delituosas que possam colocar o meio ambiente
em situação de perigo ou lhe causar danos, consoante a Lei nº 9.605/98.
3. Essa proteção constitucional, entretanto, não afasta a possibilidade de se
reconhecer, em tese, o princípio da insignificância quando há a satisfação
concomitante de certos pressupostos, tais como: a) mínima ofensividade da
conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) reduzidíssimo grau
de reprovabilidade do comportamento; e d) inexpressividade da lesão jurídica
provocada (RHC nº 122.464/BA-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de
Mello, DJe de 12/8/14).
4. A conduta praticada pode ser considerada como um crime de perigo, que se
consuma com a mera possibilidade do dano.
5. O comportamento do recorrente é dotado de intenso grau de reprovabilidade,
pois ele agiu com liberalidade ao pescar em pleno defeso utilizando-se de redes de
pesca de aproximadamente 70 (setenta) metros, o que é um indicativo da prática
para fins econômicos e não artesanais, afastando, assim, já que não demonstrada
nos autos, a incidência do inciso I do art. 37 da Lei Ambiental, que torna atípica a
conduta quando praticada em estado de necessidade, para saciar a fome do agente
ou de sua família.
6. Nesse contexto, não há como afastar a tipicidade material da conduta, tendo em
vista que a reprovabilidade que recai sobre ela está consubstanciada no fato de o
recorrente ter pescado em período proibido utilizando-se de método capaz de
colocar em risco a reprodução dos peixes, o que remonta, indiscutivelmente, à
preservação e ao equilíbrio do ecossistema aquático.
7. Recurso ordinário ao qual se nega provimento.
*noticiado no Informativo 845
STF não admite pois tutela liberdade de locomoção. STJ admite em litisconsórcio com
pessoa física
- Modelo precursor da reforma do CPP Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre
que possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.
I - multa;
II - restritivas de direitos;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios,
subvenções ou doações.
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:
225
TRF2/2017
AGU CESPE 2009 “As pessoas físicas e as jurídicas estão sujeitas às mesmas sanções
penais decorrentes da prática de crime ambiental, quais sejam: penas privativas de
liberdade, restritivas de direito e multas.” Errado
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.
226
conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na
restauração desta, se possível.
Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem
obedecendo às prescrições legais.
TRF5 - prova oral - Justiça competente para as infrações penais contra o meio
ambiente.
STF RE 454740/AL crime de descarte de resíduos tóxicos em rio que corta mais de um
Estado
STJ
227
CC 89811 Crime em zona de amortecimento de UC federal. (âmbito cível informativo
526 do STJ. Legitimidade do MPF)
228
expressamente e sem ressalva, prevê o inciso IX do art. 20 da CF/1988. Ademais, o art.
176, caput, da mesma Constituição dispõe serem as jazidas, em lavra ou não, e os
demais recursos minerais propriedade distinta da do solo para efeito de exploração ou
aproveitamento e pertencerem à União, garantida ao concessionário a propriedade do
produto da lavra. Por essa razão, assevera só se poder concluir que os delitos relativos
aos recursos minerais, por estes serem bens da União, são da competência da Justiça
Federal. Precedentes citados do STF: AgRg no RE 140.254-SP, DJ 6/6/1997; do STJ: HC
23.286-SP, DJ 19/12/2003; CC 33.377-RJ, DJ 24/2/2003; CC 29.975-MG, DJ 20/11/2000;
CC 30.042-MG, DJ 27/11/2000; CC 7.673-RJ, DJ 13/6/1994; CC 4.167-RJ, DJ
22/11/1993, e CC 99.294-RO, DJe 21/8/2009. CC 116.447-MT, Rel. Min. Maria Thereza
de Assis Moura, julgado em 25/5/2011.
A Seção decidiu que compete ao juizado especial federal processar e julgar crime
ambiental (art. 39 da Lei n. 9.605/1998) decorrente do corte de árvores (palmito) em
floresta de preservação permanente sem autorização do IBAMA, que administra o
Parque Nacional de Itatiaia, por ser área particular vizinha à unidade de conservação
(art. 9º da Lei n. 4.771/1965). Precedente citado: CC 89.811-SC, DJe 3/4/2008. CC
92.722-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 24/3/2010.
CESPE AGU 2007 “Crime de pesca realizado em rio interestadual deve ser julgado no
juízo federal competente, ao passo que crime de pesca realizado em rio estadual deve
ser objeto de denúncia de membro do MPE” certo
- É da Justiça Estadual
Apreensão de espécies de fauna silvestre sem licença. Mero fato de IBAMA autuar não
atrai competência da JF CC 113.345. j. 22/8/2012
229
estadual, já que não há ofensa de bem, serviço ou interesse da União, de suas
entidades autárquicas ou empresas públicas. Correta. Cancelada a Súmula 91.
Mas atenção aos casos “em que há expresso interesse da União, v.g., 'introdução de
espécime exótica animal', ou contrabando de animais silvestres, ou mesmo de animais
em extinção, dentre outros”
O Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar o Recurso Extraordinário com Agravo (ARE)
737977, no qual se discute a competência da Justiça Federal para processar e julgar
crimes ambientais transnacionais. O caso trata de exportação ilegal de animais
silvestres, e a questão a ser discutida pelo STF versa sobre o limite da competência
entre as Justiças Federal e Estadual. A matéria teve repercussão geral reconhecida pelo
Plenário Virtual da Corte.
Para o ministro Fux, o recurso merece ter a repercussão geral reconhecida porque o
tema constitucional tratado é relevante do ponto de vista econômico. “A cada
operação clandestina de animais para o exterior, o país deixa de fiscalizar o destino e
emprego de sua fauna nativa, além de não arrecadar tributos”, explicou. “Tem ainda
230
repercussão social, pois os direitos fundamentais de terceira, quiçá quarta geração
asseguram a todos um meio ambiente saudável e equilibrado”.
A tese aprovada por unanimidade diz que “compete à Justiça Federal processar e
julgar o crime ambiental de caráter transnacional que envolva animais silvestres,
ameaçados de extinção, espécimes exóticas, ou protegidos por compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil”.
Ressaltou que a Carta Magna dispõe que “todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (CF/1988, art. 225, “caput”),
incumbindo ao Poder Público “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade” (CF/1988, art. 225, § 1º, VII).
231
direitos humanos; ou ainda e) guardarem conexão ou continência com outro crime de
competência federal, ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral,
conforme previsão expressa da Constituição.
Inserção de dados falsos no SISFLORA. Sistema mantido pelo Estado. STJ RHC 35.551, j.
11/06/2013
- Súmula 140 STJ. Crime com índios só é Federal se envolver disputa sobre direitos
indígenas
- Direito Penal é última ratio. Nexo causal tem de ser fortalecido. 2 casos
232
propriedade; c) o paciente substituíra o mandiocal por gramíneas; d) o dano não
adviera do plantio de gramíneas, mas da supressão da vegetação para o plantio
daqueles tubérculos; e e) a área em questão seria pouco significativa. Destacou-se que,
por restringir-se a imputação ao delito de dano, não se verificaria nexo de causalidade
entre a conduta imputada ao paciente e o malefício ambiental por ele supostamente
causado. Frisou-se que o laudo técnico apontara para a regeneração natural da área,
com indicação de medidas simples para o afastamento do dano, que poderiam ser
obtidas pelas vias administrativas e cíveis. Reajustou o voto o Min. Ayres Britto,
relator. Vencida a Min. Ellen Gracie, que denegava a ordem.
HC 95154/SP, rel. Min. Ayres Britto, 27.3.2012. (HC-95154)
233
vertente. Portanto, seria imperioso assentar a atipicidade material da conduta, pela
completa ausência de ofensividade ao bem jurídico tutelado pela norma penal. O
acusado estaria em pequena embarcação quando teria sido surpreendido em contexto
de pesca rústica, com vara de pescar, linha e anzol. Não estaria em barco grande,
munido de redes, arrasto nem com instrumentos de maior potencialidade lesiva ao
meio ambiente. Em seguida, após os votos dos Ministros Teori Zavascki e Gilmar
Mendes, que acompanharam a relatora, pediu vista o Ministro Dias Toffoli.
Inq 3788/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 23.6.2015. (Inq-3788)
234
- Para crime de poluição precisa de perícia para verificar o risco de dano à saúde
(válvula de escape). Informativo 571 STJ
Sexta Turma
DIREITO AMBIENTAL, PENAL E PROCESSUAL PENAL. PROVA DO CRIME DO ART. 54 DA
LEI 9.605/1998.
235
STF
A Turma indeferiu habeas corpus em que denunciado pela suposta prática dos crimes
previstos nos artigos 2º da Lei 8.176/91 e 55 da Lei 9.605/98 alegava conflito aparente
de normas, ao argumento de que o mesmo fato — extrair minério sem a competente
autorização ou licença — teria sido tipificado por dois dispositivos. Assentou-se que as
assertivas da impetração não mereceriam prosperar, na medida em que os artigos 2º
da Lei 8.176/91 e 55 da Lei 9.605/98 tutelariam bens jurídicos distintos, porquanto o
primeiro teria por objetivo resguardar o patrimônio da União e o segundo o meio
ambiente (Lei 8.176/91, art. 2º: “Constitui crime contra o patrimônio, na modalidade
de usurpação, produzir bens ou explorar matéria-prima pertencentes à União, sem
autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo título
autorizativo.”. Lei 9.605/98, art. 55: “Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos
minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em
desacordo com a obtida:”). HC 89878/SP, rel. Min. Eros Grau, 20.4.2010.
HC 89878/SP, rel. Min. Eros Grau, 20.4.2010.
236
Agravantes e atenuantes
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
237
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
AGU CESPE 2012 “É circunstância agravante da pena o fato de o agente ter cometido
crime ambiental no interior de espaço territorial especialmente protegido, salvo
quando a referida localização constituir ou qualificar o crime.”
certo
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser
aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três
anos.
AGU CESPE 2009 “A Lei de Crimes Ambientais prevê a suspensão condicional da pena
nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.”
Certo
238
Procurador Federal/CESPE/2007
Questão Discursiva
Situação I: Carlos abate uma anta para dar alimento a sua família.
Lei 12.305/2010
Política global (várias leis com política nacional. 8171/91 – política agrícola nacional;
9433/97 PNRH; 9795/99 PNEA; 11445/2007 PN de Saneamento Básico; SNUC)
239
Art. 3º
XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de
atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos
de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de
resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à
saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos
termos desta Lei; medidas mitigadoras
XII - logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação
final ambientalmente adequada;
Há densificação do poluidor-pagador. Internaliza custo do impacto ambiental causado
pelo resíduo.
Visa a mitigar os efeitos da obsolescência planejada
Contato com o Direito do Consumidor
Resp 984.106/SC, j. 04/10/2012
"8. Com efeito, em se tratando de vício oculto não decorrente do desgaste natural
gerado pela fruição ordinária do produto, mas da própria fabricação, e relativo a
projeto, cálculo estrutural,resistência de materiais, entre outros, o prazo para reclamar
pela reparação se inicia no momento em que ficar evidenciado o defeito,não obstante
tenha isso ocorrido depois de expirado o prazo contratual de garantia, devendo ter-se
sempre em vista o critério da vida útil do bem.
9. Ademais, independentemente de prazo contratual de garantia, a venda de um bem
tido por durável com vida útil inferior àquela que legitimamente se esperava, além de
configurar um defeito de adequação (art. 18 do CDC), evidencia uma quebra da boa-fé
objetiva,que deve nortear as relações contratuais, sejam de consumo, sejam de direito
comum. Constitui, em outras palavras,descumprimento do dever de informação e a
não realização do próprio objeto do contrato, que era a compra de um bem cujo ciclo
vital se esperava,de forma legítima e razoável, fosse mais longo."
240
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
Art. 16. A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, nos termos previstos por
esta Lei, é condição para os Estados terem acesso a recursos da União, ou por ela
controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de
resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de
entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. (Vigência)
Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, nos
termos previstos por esta Lei, é condição para o Distrito Federal e os Municípios terem
acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e
serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem
beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou
fomento para tal finalidade. (Vigência)
Art. 55. O disposto nos arts. 16 e 18 entra em vigor 2 (dois) anos após a data de
publicação desta Lei.
Discussão sobre a ampliação do prazo.
241
Parágrafo único. Observado o disposto no Capítulo IV deste Título, serão
estabelecidas por regulamento exigências específicas relativas ao plano de
gerenciamento de resíduos perigosos.
Art. 24. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos é parte integrante do
processo de licenciamento ambiental do empreendimento ou atividade pelo órgão
competente do Sisnama.
§ 1o Nos empreendimentos e atividades não sujeitos a licenciamento ambiental, a
aprovação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos cabe à autoridade municipal
competente.
§ 2o No processo de licenciamento ambiental referido no § 1o a cargo de órgão
federal ou estadual do Sisnama, será assegurada oitiva do órgão municipal
competente, em especial quanto à disposição final ambientalmente adequada de
rejeitos.
PNRS
Art. 9o Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte
ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos
resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
TRF2/2017
b) A ordem de prioridade é reciclagem, não geração e, por fim, uso como fonte de
energia.
242
17. Direito indígena
- Papel contramajoritário
- Estatuto do Índio x CF, Convenção 169 OIT e Declaração ONU sobre diretos dos povos
indígenas
CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus
bens.
TRF5 2015
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum"
do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua
população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por
objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a
243
exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes,
ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei
complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações
contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação
de boa fé.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para
ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério
Público em todos os atos do processo.
Art. 109, CF/88: Aos juízes federais compete processar e julgar:XI - a disputa sobre
direitos indígenas.
SÚMULA 140, STF: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que
o indígena figure como autor ou vítima.
- Índio e testemunha
§ 5º - É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum"
do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua
população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
244
O Supremo Tribunal Federal já decidiu que a intimação de indígenas para prestar
depoimento, na condição de testemunha, fora de suas terras, constrange a sua
liberdade de locomoção, por força de dispositivo constitucional que veda a remoção
dos grupos indígenas de suas terras (Ano: 2013 Banca: PGR Órgão: PGR Prova:
Procurador da República – 27º concurso) Errada. STF não vedou se for por ato de
vontade
245
2. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS PROCESSUAIS NA AÇÃO POPULAR. 2.1. Nulidade dos atos,
ainda que formais, tendo por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras
situadas na área indígena Raposa Serra do Sol. Pretensos titulares privados que não
são partes na presente ação popular. Ação que se destina à proteção do patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe (inciso LXXIII do artigo 5º da
Constituição Federal), e não à defesa de interesses particulares. 2.2. Ilegitimidade
passiva do Estado de Roraima, que não foi acusado de praticar ato lesivo ao tipo de
bem jurídico para cuja proteção se preordena a ação popular. Impossibilidade de
ingresso do Estado-membro na condição de autor, tendo em vista que a legitimidade
ativa da ação popular é tão-somente do cidadão. 2.3. Ingresso do Estado de Roraima e
de outros interessados, inclusive de representantes das comunidades indígenas,
exclusivamente como assistentes simples. 2.4. Regular atuação do Ministério Público.
246
são um bem público federal (inciso XI do art. 20 da CF), o que não significa dizer que o
ato em si da demarcação extinga ou amesquinhe qualquer unidade federada. Primeiro,
porque as unidades federadas pós-Constituição de 1988 já nascem com seu território
jungido ao regime constitucional de preexistência dos direitos originários dos índios
sobre as terras por eles "tradicionalmente ocupadas". Segundo, porque a titularidade
de bens não se confunde com o senhorio de um território político. Nenhuma terra
indígena se eleva ao patamar de território político, assim como nenhuma etnia ou
comunidade indígena se constitui em unidade federada. Cuida-se, cada etnia indígena,
de realidade sócio-cultural, e não de natureza político-territorial.
247
91 da CF), especialmente se as terras indígenas a demarcar coincidirem com faixa de
fronteira. As competências deferidas ao Congresso Nacional, com efeito concreto ou
sem densidade normativa, exaurem-se nos fazeres a que se referem o inciso XVI do
art. 49 e o § 5º do art. 231, ambos da Constituição Federal.
248
se revelarem "necessárias à reprodução física e cultural" de cada qual das
comunidades étnico-indígenas, "segundo seus usos, costumes e tradições" (usos,
costumes e tradições deles, indígenas, e não usos, costumes e tradições dos não-
índios). Terra indígena, no imaginário coletivo aborígine, não é um simples objeto de
direito, mas ganha a dimensão de verdadeiro ente ou ser que resume em si toda
ancestralidade, toda coetaneidade e toda posteridade de uma etnia. Donde a
proibição constitucional de se remover os índios das terras por eles tradicionalmente
ocupadas, assim como o reconhecimento do direito a uma posse permanente e
usufruto exclusivo, de parelha com a regra de que todas essas terras "são inalienáveis
e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis" (§ 4º do art. 231 da
Constituição Federal). O que termina por fazer desse tipo tradicional de posse um
heterodoxo instituto de Direito Constitucional, e não uma ortodoxa figura de Direito
Civil. Donde a clara intelecção de que OS ARTIGOS 231 E 232 DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL CONSTITUEM UM COMPLETO ESTATUTO JURÍDICO DA CAUSA INDÍGENA.
11.4. O março do conceito fundiariamente extensivo do chamado "princípio da
proporcionalidade". A Constituição de 1988 faz dos usos, costumes e tradições
indígenas o engate lógico para a compreensão, entre outras, das semânticas da posse,
da permanência, da habitação, da produção econômica e da reprodução física e
cultural das etnias nativas. O próprio conceito do chamado "princípio da
proporcionalidade", quando aplicado ao tema da demarcação das terras indígenas,
ganha um conteúdo peculiarmente extensivo. 12. DIREITOS "ORIGINÁRIOS". Os
direitos dos índios sobre as terras que tradicionalmente ocupam foram
constitucionalmente "reconhecidos", e não simplesmente outorgados, com o que o
ato de demarcação se orna de natureza declaratória, e não propriamente constitutiva.
Ato declaratório de uma situação jurídica ativa preexistente. Essa a razão de a Carta
Magna havê-los chamado de "originários", a traduzir um direito mais antigo do que
qualquer outro, de maneira a preponderar sobre pretensos direitos adquiridos, mesmo
os materializados em escrituras públicas ou títulos de legitimação de posse em favor
de não-índios. Atos, estes, que a própria Constituição declarou como "nulos e extintos"
(§ 6º do art. 231 da CF). 13. O MODELO PECULIARMENTE CONTÍNUO DE DEMARCAÇÃO
DAS TERRAS INDÍGENAS. O modelo de demarcação das terras indígenas é orientado
pela ideia de continuidade. Demarcação por fronteiras vivas ou abertas em seu
interior, para que se forme um perfil coletivo e se afirme a auto-suficiência econômica
de toda uma comunidade usufrutuária. Modelo bem mais serviente da ideia cultural e
econômica de abertura de horizontes do que de fechamento em "bolsões", "ilhas",
"blocos" ou "clusters", a evitar que se dizime o espírito pela eliminação progressiva dos
elementos de uma dada cultura (etnocídio). 14. A CONCILIAÇÃO ENTRE TERRAS
INDÍGENAS E A VISITA DE NÃO-ÍNDIOS, TANTO QUANTO COM A ABERTURA DE VIAS DE
COMUNICAÇÃO E A MONTAGEM DE BASES FÍSICAS PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
PÚBLICOS OU DE RELEVÂNCIA PÚBLICA. A exclusividade de usufruto das riquezas do
solo, dos rios e dos lagos nas terras indígenas é conciliável com a eventual presença de
não-índios, bem assim com a instalação de equipamentos públicos, a abertura de
estradas e outras vias de comunicação, a montagem ou construção de bases físicas
para a prestação de serviços públicos ou de relevância pública, desde que tudo se
processe sob a liderança institucional da União, controle do Ministério Público e
atuação coadjuvante de entidades tanto da Administração Federal quanto
representativas dos próprios indígenas. O que já impede os próprios índios e suas
249
comunidades, por exemplo, de interditar ou bloquear estradas, cobrar pedágio pelo
uso delas e inibir o regular funcionamento das repartições públicas. 15. A RELAÇÃO DE
PERTINÊNCIA ENTRE TERRAS INDÍGENAS E MEIO AMBIENTE. Há perfeita
compatibilidade entre meio ambiente e terras indígenas, ainda que estas envolvam
áreas de "conservação" e "preservação" ambiental. Essa compatibilidade é que
autoriza a dupla afetação, sob a administração do competente órgão de defesa
ambiental. 16. A DEMARCAÇÃO NECESSARIAMENTE ENDÓGENA OU INTRAÉTNICA.
Cada etnia autóctone tem para si, com exclusividade, uma porção de terra compatível
com sua peculiar forma de organização social. Daí o modelo contínuo de demarcação,
que é monoétnico, excluindo-se os intervalados espaços fundiários entre uma etnia e
outra. Modelo intraétnico que subsiste mesmo nos casos de etnias lindeiras, salvo se
as prolongadas relações amistosas entre etnias aborígines venham a gerar, como no
caso da Raposa Serra do Sol, uma condivisão empírica de espaços que impossibilite
uma precisa fixação de fronteiras interétnicas. Sendo assim, se essa mais entranhada
aproximação física ocorrer no plano dos fatos, como efetivamente se deu na Terra
Indígena Raposa Serra do Sol, não há como falar de demarcação intraétnica, menos
ainda de espaços intervalados para legítima ocupação por não-índios, caracterização
de terras estaduais devolutas, ou implantação de Municípios. 17. COMPATIBILIDADE
ENTRE FAIXA DE FRONTEIRA E TERRAS INDÍGENAS. Há compatibilidade entre o
usufruto de terras indígenas e faixa de fronteira. Longe de se pôr como um ponto de
fragilidade estrutural das faixas de fronteira, a permanente alocação indígena nesses
estratégicos espaços em muito facilita e até obriga que as instituições de Estado
(Forças Armadas e Polícia Federal, principalmente) se façam também presentes com
seus postos de vigilância, equipamentos, batalhões, companhias e agentes. Sem
precisar de licença de quem quer que seja para fazê-lo. Mecanismos, esses, a serem
aproveitados como oportunidade ímpar para conscientizar ainda mais os nossos
indígenas, instruí-los (a partir dos conscritos), alertá-los contra a influência
eventualmente malsã de certas organizações não-governamentais estrangeiras,
mobilizá-los em defesa da soberania nacional e reforçar neles o inato sentimento de
brasilidade. Missão favorecida pelo fato de serem os nossos índios as primeiras
pessoas a revelar devoção pelo nosso País (eles, os índios, que em toda nossa história
contribuíram decisivamente para a defesa e integridade do território nacional) e até
hoje dar mostras de conhecerem o seu interior e as suas bordas mais que ninguém. 18.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS E SALVAGUARDAS INSTITUCIONAIS QUE SE
COMPLEMENTAM. Voto do relator que faz agregar aos respectivos fundamentos
salvaguardas institucionais ditadas pela superlativa importância histórico-cultural da
causa. Salvaguardas ampliadas a partir de voto-vista do Ministro Menezes Direito e
deslocadas, por iniciativa deste, para a parte dispositiva da decisão. Técnica de
decidibilidade que se adota para conferir maior teor de operacionalidade ao acórdão.
250
Estatuto do Índio - artigo 44
"As riquezas do solo, nas áreas indígenas, somente pelos silvícolas podem ser
exploradas, cabendo-lhes com exclusividade o exercício da garimpagem, faiscação
(faiscar, extrair minério) e cata das referidas áreas".
CF
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
231
251
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações
e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou
parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
No julgamento do mérito da Pet 3388, o pleno do STF entendeu que "o usufruto dos
índios não alcança a pesquisa e a lavra das riquezas minerais, que sempre dependerão
de autorização do Congresso Nacional, assegurando-se-lhes a participação nos
resultados da lavra, tudo de acordo com a Constituição e a lei;"
“o usufruto dos índios não lhes confere o direito exclusivo de explorar recursos
minerais nas terras indígenas. Para fazê-lo, quais pessoas devem contar com
autorização da União, nos termos de lei específica (CF/88, arts. 176, 1º, e 231, 3º). De
toda forma, não se pode confundir a mineração, como atividade econômica, com as
formas tradicionais de extrativismo, praticadas imemorialmente, nas quais a coleta
constitui uma expressão cultural ou um elemento do modo de vida de determinadas
comunidades indígenas. No primeiro caso, não há como afastarem-se as exigências
previstas nos arts. 176, 1º, e 231, 3º, da Constituição.”
Nas causas em que forem discutidos direitos e interesses dos índios, de suas
comunidades ou organizações, será obrigatória a intervenção do MP estadual. (Ano:
2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal Substituto)
errado
Art. 129, V
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes
legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses,
intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.
MPF LC 75/93
As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são de seu domínio coletivo, sendo
inalienáveis e indisponíveis, de modo que cabe a eles o usufruto das riquezas do solo,
252
dos rios e dos lagos nelas existentes. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto) errado
Art. 231 § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse
permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos
lagos nelas existentes.
PET 3388
STF
2014
STF
RMS 29542 / df
253
provido. Relator(a): min. Cármen lúcia
julgamento: 30/09/2014 órgão julgador: segunda turma
STJ:
Terra indígena Wassu-Cocal, demarcada antes de 1988, não pode ser ampliada
STJ. 1ª Seção. MS 21.572-AL, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 10/6/2015 (Info 564).
Informativo 571
Segunda Turma
DIREITO ADMINISTRATIVO. LEVANTAMENTO DA ÁREA A SER DEMARCADA EM
PROCEDIMENTO DE DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS.
18. Mineração
TRF2/2017
TRF3/2016
255
II – O prazo de validade da autorização de pesquisa não será inferior a um ano, nem
superior a três anos, a critério do DNPM - Departamento Nacional da Produção
Mineral, consideradas as características especiais da situação da área e da pesquisa
mineral objetivada.
a) I, II e III.
c) I e IV.
d) III e IV.
256
IV - Art. 27, V, VI e VII, Dec. 27/67 e art. 176, §2o, CF.
Art. 22. A autorização de pesquisa será conferida nas seguintes condições, além
das demais constantes deste Código: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
III - o prazo de validade da autorização não será inferior a um ano, nem superior a
três anos, a critério do DNPM, consideradas as características especiais da situação da
área e da pesquisa mineral objetivada, admitida a sua prorrogação, sob as seguintes
condições: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
CF
257
A realização de pesquisa mineral feita por empresa privada depende de autorização
expressa do órgão federal competente e é etapa necessária ao início do procedimento
de concessão de lavra. (Ano: 2014 Banca: TRF - 4ª REGIÃO Órgão: TRF - 4ª REGIÃO
Prova: Juiz Federal Substituto)
Decreto-lei 227/67
258
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações
e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou
parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
259
II - as condições de contratação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto
no art. 150,III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
260
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o
meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
CF 225 § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei.
TRF4/2016
Assinale a alternativa correta.
Acerca do regime jurídico brasileiro de exploração dos recursos minerais:
a)
O Código de Minas (Decreto-Lei nº 227, de 1967) estabelece um sistema de
normalização, outorga e fiscalização das concessões baseado em procedimentos
burocráticos e centralizadores, e a outorga da concessão é um ato discricionário no
qual os direitos minerários são obtidos pelo cumprimento dos requisitos burocráticos,
cabendo ao poder concedente exercer o julgamento da conveniência técnica e do
interesse da sociedade naquela concessão.
Decreto-lei 227/67
Art. 15. A autorização de pesquisa será outorgada pelo DNPM a brasileiros, pessoa
natural, firma individual ou empresas legalmente habilitadas, mediante requerimento
do interessado.
b)
261
A exploração mineral é integrada por três tipos de procedimentos: pesquisa,
concessão de lavra e permissão de lavra garimpeira. A intervenção do poder público
fica restrita à fase de outorga dos títulos minerários.
Em todas as etapas o DNPM participa
c)
A simples pesquisa mineral com vista à definição de uma jazida e ao estudo da sua
viabilidade econômica é corolário da livre iniciativa e independe de autorização do
poder público federal, desde que corra por conta e risco do interessado e não cause
dano ambiental. Em caso de êxito nas prospecções, poderá o interessado requerer ao
poder público a concessão de lavra, apresentando o resultado da pesquisa.
d)
A realização de pesquisa mineral feita por empresa privada depende de autorização
expressa do órgão federal competente e é etapa necessária ao início do procedimento
de concessão de lavra. (correta)
e)
Os recursos minerais, inclusive aqueles existentes no subsolo, pertencem à União, a ela
cabendo o monopólio estatal sobre pesquisa, lavra, industrialização e comércio.
(...)
- art. 20, IX - recursos minerais são bens da União. Titularidade dos bens pela U não
significa monopólio. Podem ser também explorados por concessionários do direito de
lavra. Daí detém o produto da exploração.
- Projeto “Volta Grande”. Mineração de ouro próxima à barragem de Belo Monte pela
“Belo Sun”. Município de Senador José Porfírio (PA)
262