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DIREITO AMBIENTAL

P R O F. K A R L A A N D R A D E

AULA 1
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS NORMAS
AMBIENTAIS NO BRASIL
• SÉCULO XX – após a 2ª guerra mundial
– Preocupação com os danos causados no meio ambiente
– Aquecimento Global
– Conferência Mundial de Estocolmo ( 1972): Primeira tentativa de aproximação entre
os direitos humanos e o meio ambiente, integrando as discussões políticas na agenda
das nações. – Resultou na Declaração de Estocolmo.

• POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE – Lei 6.938/81


– Proteção de Direitos Fundamentais
– Primeira lei no Brasil que abordou o meio ambiente com uma ideia de
desenvolvimento sustentável.

• CONSTITUIÇÃO DE 1988
– 3ª Geração/Dimensão – direitos difusos e coletivos/ transindividuais
Gerações/Dimensões de Direitos
Fundamentais
• Os direitos fundamentais de primeira geração (ou dimensão) são aqueles
relacionados a direitos do próprio indivíduo como tal, ou seja: direitos que
limitam a atuação do Estado na liberdade individual.
• Os direitos de segunda geração (ou dimensão) surgem a partir da
necessidade do Estado garantir direitos de oportunidade iguais a todos os
cidadãos, através de políticas públicas como acesso básico à
saúde, educação, habitação, trabalho, lazer, entre outros. Assim, a segunda
geração está ligada ao conceito de igualdade e mais preocupada com o
poder de exigir do Estado a garantia dos direitos sociais, econômicos e
culturais, todos imprescindíveis à possibilidade de uma vida digna. Exige-
se, assim, uma ação positiva por parte do Estado.
• Os direitos fundamentais de terceira geração surgem como direitos de
fraternidade ou solidariedade, objetivando tutelar a qualidade de vida e a
solidariedade entre os homens. Desse modo, os direitos de terceira geração
passam a se caracterizar em função da sua transindividualidade, ou seja:
caracterizam-se como direitos de titularidade coletiva ou difusa, cujos
• Na área ambiental há duas concepções éticas das relações do homem com o
meio ambiente: o antropocentrismo e o biocentrismo.
• Antropocentrismo (proteção do meio ambiente pela necessidade do
homem) X Biocentrismo (proteção do meio ambiente pela preservação da
biodiversidade)
– A corrente biocêntrica entende que o meio ambiente e seus elementos possuem uma
importância fundada em sua própria existência, de tal forma que todos os seres vivos
merecem ser protegidos independentemente de trazerem (ou não) benefícios ao
homem. É uma corrente ética que busca reconhecer um valor inerente a todo ser vivo.
– Já a corrente antropocêntrica possui uma visão utilitarista em benefício do ser
humano, de tal forma que os demais seres vivos possuem relevância (e merecem
proteção jurídica) na medida em que representam alguma utilidade para os homens.
Assim, não lhes é reconhecido qualquer valor intrínseco, mas puramente o valor de
uso, em especial do uso econômico.
O QUE É MEIO AMBIENTE?
• Conceito: Lei n.. 6938/81
– Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas;

• Classificação:
– MEIO AMBIENTE NATURAL:
• É aquele composto pelos seres vivos e o meio físico em que se inserem. Abrange o solo, a
água, o ar atmosférico, a flora, a fauna e toda a biodiversidade. O meio ambiente se constitui
pela interação dos seres vivos e seu meio.
– MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL:
• É constituído pelo conjunto de edificações, equipamentos, rodovias e demais elementos que
formam o espaço urbano construído pelo homem; ou seja, é aquele decorrente da atividade
humana a qual transforma o espaço físico, com o objetivo de viabilizar as ações sociais.
– MEIO AMBIENTE CULTURAL:
• É uma espécie de meio ambiente artificial, resultante da atividade humana. Contudo, a ele
agrega-se um valor cultural, o qual o diferencia das demais espécies de meio ambiente. O
meio ambiente cultural também possui implicação na proteção da vida, eis que o lazer e a
cultura são meios eficazes para a melhoria da qualidade de vida da população. O meio
ambiente cultural constitui-se pelo patrimônio artístico, arqueológico, histórico, paisagístico
e turístico.

– MEIO AMBIENTE DO TRABALHO:


• Corresponde ao ambiente no qual o empregado exerce sua atividade laboral. Um conjunto
de fatores físicos, climáticos ou de quaisquer outros que, interligados, ou não, estão
presentes e envolvem o local de trabalho do indivíduo. Assim, observa-se que tal
modalidade encontra-se relacionada à proteção da salubridade do ambiente de trabalho, de
modo a proteger a saúde do trabalhador.
ARTIGO 3º - lei 6.938/81
• II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características
do meio ambiente;
• III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades
que direta ou indiretamente:

• a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

• b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

• c) afetem desfavoravelmente a biota;

• d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;


ARTIGO 3º - lei 6.938/81

• IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,


responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de
degradação ambiental;

• V - recursos ambientais, a atmosfera, as águas interiores, superficiais e


subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os
elementos da biosfera.

• V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e


subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos
da biosfera, a fauna e a flora.
Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento – ECO-92
• Representou um marco nas discussões sobre a preservação ambiental e o
desenvolvimento sustentável.
• Estabeleceu de forma definitiva o conceito de desenvolvimento sustentável
e abordou questões fundamentais para que se possa alcançá-lo, levando em
consideração as esferas social e econômica.
– Declaração do Rio – 27 princípios universais
– Agenda 21: objetivos a serem alcançados pelos países signatários no século XXI. –
DIRERIZES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
– Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima;
– Convenção sobre Diversidade Biológica;
– Declaração de Princípios sobre Floresta.
• RIO +5 (1997)
– Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas.
– Foi elaborado o PROTOCOLO DE KYOTO em Tóquio.

• RIO + 10 (2002)
– Em Johanesburgo, África do Sul
– Foi realizada a Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento Sustentável.
• RIO +20 (2012)
– Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável
– No Rio de Janeiro, Brasil.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
• QUAL FOI A CIDADE QUE SEDIOU A PRIMEIRA CONFERÊNCIA
DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO E MEIO
AMBIENTE HUMANO?
• O QUE A IMPORTANCIA DA LEI DE POLÍTICA NACIONAL DO
MEIO AMBIENTE – LEI 6.938/81?
• O QUE É A VISÃO ANTROPOCENTRISTA DO MEIO AMBIENTE?
• O QUE É A VISÃO BIOCENTRISTA DO MEIO AMBIENTE?
• O QUE É DIREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO/DIMENSÃO?
FONTES DO DIREITO AMBIENTAL
• MATERIAIS
– MOVIMENTOS POPULARES
– DESCOBERTAS CIENTÍFICAS
– DOUTRINA JURÍDICA

• FORMAIS
– CONSTITUIÇÃO
– LEIS
– TRATADOS INTERNACIONAIS
– NORMAS ADMINISTRATIVAS DE ÓRGÃOS COMPETENTES
– JURISPRUDÊNCIA
PRINCIPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
• O QUE É PRINCÍPIO?
– Mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce deste, disposição
fundamental que se irradia sobre diferentes normas comparando-lhes o espírito e
servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir
a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá
sentido harmônico.
• CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELO
– Princípio jurídico quer dizer um postulado que se irradia por todo o sistema de
normas, fornecendo um padrão de interpretação, integração, conhecimento e aplicação
do direito positivo, estabelecendo uma meta maior a seguir.
• GUILHERME SOUZA NUCCI
• PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
– ART. 170 CF (DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO)
– ART. 225 CF ( PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE)
– ART. 6º CF ( RELAÇÕES SOCIAIS)
– Consiste no uso racional e equilibrado dos recursos naturais, de forma a atender às
necessidades das gerações presentes, sem prejudicar o seu emprego pelas gerações
futuras .

• PRINCÍPIO DO DIREITO A SADIA QUALIDADE DE VIDA


– Princípio do Ambiente Ecologicamente Equilibrado e Sadia Qualidade de Vida Foi o
primeiro princípio previsto na declaração de Estocolmo e proclama que “o homem tem
o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida
adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida
digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio
ambiente para as gerações presentes e futuras.
• PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR
– RIO -92 ( RECONSTRUÇÃO DA DEGRADAÇÃO CAUSADA NO MEIO
AMBIENTE)
– ART 225, § 3º, CF
– O princípio do poluidor pagador baseia-se na teoria segundo a qual os agentes
econômicos devem levar em consideração o custo resultante dos danos ambientais no
momento de se elaborar os custos da produção. Deste modo, tal princípio visa impedir
que a sociedade arque com os custos (financeiros e ambientais) decorrentes da
exploração ambiental realizada por um poluidor identificável, que auferiu lucros com
a atividade econômica por ele exercida
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO X PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
• “O princípio da precaução vincula-se, diretamente, aos conceitos de
necessidade de afastamento de perigo e necessidade de dotar-se de
segurança os procedimentos adotados para garantia das gerações futuras,
tornando-se efetiva a sustentabilidade ambiental das ações humanas. Esse
princípio torna efetiva a busca constante de proteção da existência humana,
seja tanto pela proteção do meio ambiente como pela garantia das
condições de respeito à sua saúde e integridade física, considerando-se o
indivíduo e a sociedade em sua inteireza. Daí porque não se faz necessário
comprovar risco atual, iminente e comprovado de danos que podem
sobrevir pelo desempenho de uma atividade para que se imponha a adoção
de medidas de precaução ambiental. Há de se considerar e precaver contra
riscos futuros, possíveis, que podem decorrer de desempenhos humanos.
Pelo princípio da prevenção, previnem-se contra danos possíveis de serem
previstos. Pelo princípio da precaução, previnem-se contra riscos de danos
que não se tem certeza que não vão ocorrer.”
• O princípio da prevenção, tem o objetivo de evitar ou mitigar a
• PRINCÍPIO DO LIMITE OU CONTROLE
– cuida-se do dever estatal de editar e efetivar normas jurídicas que instituam padrões
máximos de poluição, a fim de mantê-la dentro de bons níveis para não afetar o
equilíbrio ambiental e a saúde pública. Realmente, o estabelecimento de padrões de
qualidade ambiental é um dos instrumentos para a execução da Política Nacional do
Meio Ambiente, conforme determinado pelo artigo 9º, I, da Lei n. 6.938/1981.

• PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR


– O princípio do usuário-pagador deriva do fato de que, em razão dos recursos
ambientais serem escassos, a apropriação deles, por parte de determinada(s) pessoa(s)
– física(s) ou jurídica(s) - gera o dever de oferecer à coletividade o direito a uma
compensação. Isto ocorre porque a produção e o consumo desses recursos podem
gerar sua degradação ou escassez e a utilização gratuita de tais recursos ambientais
proporciona um enriquecimento ilícito para aquele usuário.
A repartição das competências constitucionais
em matéria ambiental
• Federalismo de Cooperação: autônomos, dividem entre si os bens ,
competências e atribuições.
– Esfera Federal
– Esfera Estadual
– Esfera Municipal

• Princípio da Predominância do Interesse


– União: matéria de interesse geral ou nacional
– Estados: matéria de predominante interesse regional
– Municípios: matéria de interesse local
• Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
• Competência Material/ Administrativa – fazer, proteger,
fiscalizar.
– Competência material ou administrativa: é o dever-poder de pôr
em prática os comandos e as prerrogativas previstos nas normas
constitucionais e infraconstitucionais, através de um conjunto de
ações concretas destinadas à satisfação do interesse público, ex.:
políticas públicas.

• Competência Legislativa – legislar


– Competência legislativa: é a capacidade de editar leis e atos
normativos primários (aqueles diplomas normativos que extraem
sua legitimidade diretamente da Constituição Federal, ex.: art.
59: emendas constitucionais, leis ordinárias etc).
Classificação das Competências
• a) Competência exclusiva (art.21): quando atribuída apenas a determinado ente e
sem a possibilidade de delegação (p. ex., as competências materiais da União do
art. 21 da CF. Imagine se fosse possível delegar a função de “declarar guerra e
celebrar a paz”).
• b) Competência privativa: quando atribuída apenas a determinado ente, mas cabe
delegação (p. ex., competências legislativas da União do art. 22 da CF).
• Dica: o parágrafo único do art. 22 da CF permite expressamente que a União
autorize os Estados a legislar sobre questões específicas atribuídas privativamente
ao ente central. Alguns cuidados que você deve ter:
– I) essa autorização deve ser feita por meio de lei complementar (quórum de aprovação maior:
maioria absoluta – art. 69 da CF);
– II) não se pode delegar a totalidade da matéria (p. ex., não se pode autorizar os Estados a legislar
sobre “direito do trabalho”), mas apenas tópicos específicos (p. ex. piso salarial de acordo com
as peculiaridades regionais);
– III) quando se fala em Estados, inclui-se o Distrito Federal também;
– IV) tendo em vista a irrenunciabilidade de competência constitucional, a União não perde a
Classificação das Competências
• c) Competência concorrente (art. 24): quando atribuída a mais de um ente e com
predeterminação sobre a esfera de atuação de cada um.
• Dica: o art. 24 da CF traz hipóteses de competências concorrentes. Veja algumas
orientações:
– I) cabe à União, relativamente aos tópicos de competência concorrente, legislar apenas
sobre normas gerais;
– II) sem contrariar as regras gerais, cabe aos Estados e ao DF preencher as lacunas para
atender peculiaridades regionais;
– III) ausente lei federal sobre as normas gerais, os Estados e o DF podem
legislar plenamente sobre o assunto (perceba que a omissão federal, no que se refere às
competências privativas, não autoriza os Estados e o DF a suprirem a falta de regulamentação);
– IV) surgindo lei federal geral, suspende-se a norma estadual apenas no que for contrário (repare
que não há revogação, porquanto o ente federativo que produziu as normas não é o mesmo –
União versus Estados/DF –, o que evidencia a ausência de hierarquia entre os entes da
Federação);
– V) Municípios não possuem competência concorrente, não podendo, portanto, legislar
plenamente em caso de omissão federal (mas podem suplementar lei federal e estadual já
existentes, para cuidar de interesse local, por força do art. 30, II, da CF).
Classificação das Competências
• d) Competência comum (art. 23): quando atribuída igualmente a mais de um ente,
deixando-se o âmbito de atuação de cada um a ser definido pela preponderância do
interesse.
• e) Competência residual (reservada ou remanescente): quando atribuída a
determinados entes por exclusão do que foi direcionado aos outros (competência dos
Estados, em regra).
• f) Competência suplementar (art. 24) : quando atribuída a determinados entes a
capacidade de complementar regras gerais previamente estabelecidas (Estados/DF na
competência concorrente e Municípios em interesse local).
Competência Legislativa Ambiental
• Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
– IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
– XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
– XIV - populações indígenas;
Competência Legislativa Ambiental
• No que se refere à competência concorrente na área ambiental, nossa
Constituição em seu art. 24 permitiu à União, Estados e Distrito Federal
legislarem sobre:
– I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
– VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
– VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
– VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
Competência Legislativa Ambiental
• § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais.
• § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados e DF.
• § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
• § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Da Competência Legislativa dos Municípios
na área Ambiental
• Não obstante o disposto no art. 24 da CRFB, têm-se entendido que o
município possui competência legislativa suplementar na área ambiental,
caso esteja caracterizado o interesse local. Contudo, tal competência deve
ser exercida de forma suplementar e nos limites do referido interesse local,
em harmonia com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados
acerca do tema. (Entendimento do STJ e STF)
Art. 30. Compete aos Municípios:
-I - legislar sobre assuntos de interesse local;
-II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Competência Material Ambiental
• A competência material comum vem expressamente prevista nos incisos
III, IV, VI e VII do art. 23 da Constituição.
– Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
– III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
– IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros
bens de valor histórico, artístico ou cultural;
– VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
– VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 8 DE
DEZEMBRO DE 2011
• Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo
único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas
decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das
paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à
poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da
fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981
Competência Material Ambiental
• A competência exclusiva da União encontra-se prevista no art. 21.
– IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de
desenvolvimento econômico e social;
– XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir
critérios de outorga de direitos de seu uso;
– XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos;
– XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados...

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