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Direitos humanos; Meio

ambiente e ecologia
Políticas e tratados
internacionais do meio
ambiente
Aline Gonçalves, Camilla Boletta, Déborah Silva,
Melissa Bernardes e Vivian Novellino
Como surgiu a ideia do Meio Ambiente
relacionado aos Direitos Humanos
DIREITO AO MEIO AMBIENTE
EQUILIBRADO: direito humano?


"A idéia dos direitos humanos é, assim, tão antiga como a própria história das
civilizações, tendo logo se manifestado, em distintas culturas e em momentos
históricos sucessivos, na afirmação da dignidade da pessoa humana, na luta contra
todas as formas de dominação e exclusão e opressão, e em prol da salvaguarda


contra o despotismo e a arbitrariedade, e na asserção da participação na vida
comunitária e do princípio da legitimidade."

Augusto Cançado Trindade.


O meio ambiente
ecologicamente equilibrado
guarda estreita relação com
a saúde, o bem-estar da
população, o oferecimento
de recursos para o
incremento tecnológico, o
desenvolvimento
socioeconômico, com a
garantia a moradia em
locais adequados.
GARANTIR O MEIO AMBIENTE É
GARANTIR VIDA DIGNA
O MEIO AMBIENTE

Assim, o direito ao meio ambiente


É inegável que o direito ao meio
equilibrado exsurge, no âmbito dos
ambiente reveste-se da estatura de
direitos humanos, como um direito novo,
direito humano e serve a assegurar o
de terceira geração, vinculado ao
direito fundamental à vida
princípio da fraternidade e destinado ao
gênero humano como um todo
Reconhecimento do direito Ambiental
como direito fundamental
O direito fundamental à preservação do meio
ambiente e o direito à vida, a nível mundial, foi
reconhecido pela Declaração do Meio Ambiente,
adotada na Conferência das Nações Unidas, em
Estocolmo, em 1972.

O meio ambiente, passou, portanto, a ser considerado


essencial para que o ser humano possa gozar dos
direitos humanos fundamentais, dentre eles, o próprio
direito à vida.

A Declaração de Estocolmo influenciou à elaboração


do capítulo destinado ao meio ambiente na
Constituição Federal de 1988.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 foi a primeira a
tratar expressamente da questão ambiental, precisamente
no art.225. As Constituições anteriores à de 1988, não
tinham regras específicas sobre o meio ambiente. A
Constituição Federal de 1946 foi a única que trouxe
menção sobre o direito ambiental, estabelecendo a
competência para a União legislar sobre a proteção da
água, das florestas, da caça e pesca.

TODOS TÊM DIREITO AO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE


EQUILIBRADO, BEM DE USO COMUM DO POVO E ESSENCIAL À
SADIA QUALIDADE DE VIDA, IMPONDO-SE AO PODER PÚBLICO E
À COLETIVIDADE O DEVER DE DEFÊNDE-LO E PRESERVÀ-LO
PARA AS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES.
A proteção do meio ambiente como
pressuposto dos Direitos Humanos
Com a ascensão da questão ambiental no mundo
jurídico, o direito ao meio ambiente não escapou da
polêmica sobre sua inclusão ou não como direito humano.
A terceira dimensão (ou geração) são os direitos de
titularidade da comunidade (solidariedade e
fraternidade), que estão ligados à qualidade de vida e OS DIREITOS
solidariedade entre os seres humanos, abrangendo os
direitos relativos à paz, ao desenvolvimento, ao HUMANOS
patrimônio comum da humanidade e ao meio ambiente.

Os Direitos Humanos englobam


uma série de direitos, que vão
desde o direito à vida, liberdade,
igualdade, até temas como o
meio ambiente. Classificados em
três categorias, denominadas de
“dimensões” ou “gerações”, o meio
ambiente encontra-se na terceira
dimensão desses direitos.
OS DIREITOS
HUMANOS
A Declaração Universal dos Direitos
Humanos de 1948 diz que “todo ser humano
tem direito à vida”. Da mesma forma,
entende-se que todo ser humano tem direito
a ter qualidade de vida. Dentre os muitos
aspectos que contribuem para que se alcance
esse objetivo e esse direito, o meio ambiente
atua como uma peça fundamental, sem o
qual é impossível a vida humana.
O MEIO AMBIENTE GARANTE VIDA

É a partir do equilíbrio entre as variáveis


econômica, ecológica e social que se tem o
desenvolvimento sustentável, resultado
conjunto de ações de todas as esferas sociais e
cujos benefícios são sentidos não só pelas
gerações presentes, mas também pelas futuras
gerações.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Ministério do Meio Ambiente

O Poder Executivo brasileiro é composto por


ministérios, cada qual responsável por uma área
específica e liderado por um ministro. A
preservação e a defesa do meio ambiente,
conforme o comando do art. 225 da Constituição
Federal, são atribuições do Poder Público, o que
justifica a existência de um ministério voltado
para este assunto.
Ministério do Meio Ambiente

Criado em 1992, o Ministério do Meio Ambiente


(MMA) tem como missão promover a adoção de
princípios e estratégias para o conhecimento, a
proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso
sustentável dos recursos naturais, a valorização
dos serviços ambientais e a inserção do
desenvolvimento sustentável na formulação e na
implementação de políticas públicas, em todos os
níveis e instâncias de governo e sociedade.
Ministério do Meio Ambiente

A Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e
dos ministérios, constituiu como área de competência do Ministério do Meio Ambiente os seguintes
assuntos:

1. política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos;


2. política de preservação, conservação e utilização sustentável de ecossistemas, e biodiversidade e
florestas;
3. proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos econômicos e sociais para a melhoria da
qualidade ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais;
4. políticas para a integração do meio ambiente e produção;
5. políticas e programas ambientais para a Amazônia Legal;
6. zoneamento ecológico-econômico.
Ministério do Meio Ambiente

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é um


órgão colegiado consultivo e deliberativo de políticas do
meio ambiente, subordinado ao MMA. Em situação
diferente estão a Agência Nacional de Águas (ANA); o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto de
Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) são
autarquias com poderes de execução das políticas
ambientais. Estão vinculadas, mas não subordinadas.
MINISTRO DO MEIO AMBIENTE
Ricardo Salles

Ricardo de Alquino Salles é um


advogado, administrador e político
brasileiro, e é o atual Ministro do meio
ambiente do Brasil.
Foi secretário particular do governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin de 2013 a
2014 e Secretário do Meio Ambiente de
São Paulo de 2016 a 2017.
Em 9 de dezembro de 2018 foi anunciado
como ministro do Meio Ambiente do
governo do atual presidente Jair
Bolsonaro.
Ricardo Salles
Salles foi constantemente criticado por
pesquisadores e ambientalistas por tomar
decisões sem levar em consideração
aspectos técnico-científicos.
Em novembro, quando o nome de Salles
surgiu como potencial indicação para o
MMA, a Associação dos Pesquisadores
Científicos do Estado de São Paulo
(APqC), que representa 19 institutos
públicos de pesquisa do Estado, emitiu
comunicado dizendo que a escolha do
advogado seria uma decisão “catastrófica”
e colocaria em risco as políticas
ambientais no Brasil.
Ricardo Salles

“Trata-se de alguém incapaz de entender


a importância da ciência para o
desenvolvimento nacional e que já
provou ter ligações com representantes de
setores que não têm qualquer
compromisso com a educação ambiental,
a bioecologia e a conservação da
natureza”, disse a Instituição.
Ricardo Salles

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,


recebeu o “Prêmio de Exterminador do Futuro”.
O protesto foi feito por Ian Cloelho, 17 anos, dos
Jovens Pelo Clima, durante sessão da Comissão
de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável na Câmara. Os seguranças tiraram
o rapaz da sessão. O troféu é um boneco em que
uma representação do ministro está em cima de
um tronco de árvore cortado. Para os jovens,
Salles é um dos maiores responsáveis pela crise
ambiental que o país enfrenta.
Ricardo Salles

O ministro estava participando da comissão


para explicar os problemas que sua gestão tem
enfrentado no Ministério do Meio Ambiente.
Durante toda sessão, o Ricardo Salles
culpabilizou governos anteriores, não respondeu
a alguns questionamentos e foi embora antes
da sessão ser encerrada.
Tratados Internacionais
do Meio Ambiente

“ ...os direitos do homem nascem como


direitos naturais universais, desenvolvem-se
como direitos positivos particulares, para
finalmente encontrarem sua plena
realização como direitos positivos universais

Noberto Bobbio
Tratados Internacionais do Meio Ambiente

O plano internacional sempre esteve em estreita relação com


o direito ambiental. Inicialmente figurou como motor a que os
Estados incorporassem o tema nos ordenamentos pátrios,
ocasião em que o direito ambiental se esgotava no campo da
jurisdição estatal. Posteriormente, o titular do direito
ambiental passou a ser a comunidade internacional, através
da celebração de inúmeras convenções internacionais
referentes ao meio ambiente.
Tratados Internacionais do Meio Ambiente

Os acordos internacionais de meio ambiente, em face da


crescente complexidade e dependência técnica do tema,
apresentam características formais peculiares. As regras
ambientais tangenciam temas como crescimento econômico,
desenvolvimento social, tecnologia, comércio, e são
positivadas em tratados em que predominam outros tantos
objetos protegidos. Assim, as normas internacionais de direito
ambiental tem institucionalização deveras difusa.
Tratados Internacionais do Meio Ambiente

Crescimento Econômico
Comércio

Regras
Tecnologia Ambientais que
tangenciam os
temas
Desenvolvimento Social
Tratados Internacionais do Meio Ambiente
Os primeiros ajustes internacionais sobre o tema estavam
revestidos de um viés eminentemente econômico ou
desenvolvimentista. Ou seja, a preocupação com o meio
ambiente era um meio com vistas à garantia de algum
recurso ou atividade econômica. Nesse contexto,
vislumbram-se diversos ajustes com enfoque na atividade
pesqueira e na poluição, tais quais a Convenção sobre Pesca
no Atlântico Norte (1959) e a Convenção Internacional sobre
Responsabilidade Civil por Danos Causados por Poluição por
Óleo (1969), respectivamente.
Tratados Internacionais do Meio Ambiente

A Conferência de Estocolmo (1972), convocada pela


Organização das Nações Unidas, figurou como o primeiro
evento com enfoque predominantemente ambiental e
estabeleceu um marco no alerta da sociedade global aos
problemas enfrentados pelo meio ambiente e gerados pela
atividade humana. Como resultado da Conferência, foi
firmada a Convenção da Declaração sobre o Meio Ambiente
Humano.
Tratativas de outros ajustes na esfera internacional

A Conferência de Estocolmo Convenção sobre Comércio Convenção sobre Poluição


(1972) Internacional de Espécies de Flora e Transfronteiriça (1979)
Fauna Selvagens em Perigo de
Extinção – CITES (1973)

Protocolo de Montreal sobre as Convenção sobre Controle de


Convenção de Viena para a Movimentos Transfronteiriços
Proteção da Camada de Substâncias que Esgotam a
Camada de Ozônio (1987) de Resíduos Perigosos
Ozônio (1985) (Convenção da Basiléia, 1989)
CHERNOBYL
BRASILEIRO
Um dos episódios mais preocupantes do mundo envolvendo
radioatividade se passou no interior do Brasil
CHERNOBYL BRASILEIRO

O acidente com o césio-137 em Goiânia foi considerado de nível 5 na Escala Internacional de Acidentes
Nucleares, que vai de 1 até 7, sendo que Chernobyl é classificada no valor máximo e Fukushima
apresentou nível 6. De acordo com essa escala, o nível 5 apresenta “liberação de quantidade limitada de
materiais radioativos com várias mortes ou grande quantidade dentro de uma instalação.”

Tudo aconteceu há pouco mais de 30 anos, em setembro de


1987, apenas um ano e cinco meses após o acidente da
Usina Nuclear de Chernobyl. Em Goiânia, capital do
estado de Goiás, um instituto de radiologia havia sido
fechado e abandonou no prédio onde funcionava um
aparelho usado para realizar radioterapia, uma
modalidade de tratamento para eliminar tumores
cancerígenos.

Parte do lixo radioativo causado pelo acidente nuclear em Goiânia


Ferro-velho onde o césio-137 foi obtido no
desmanche do aparelho de radioterapia
Mais de

112 mil pessoas


foram levadas pelo Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) para o
Estádio Olímpico de Goiânia e foram testadas em busca de níveis de radiação.

271
apresentaram contaminação pelo césio-137

1600
foram afetadas diretamente com a radiação

104
óbitos foram registrados
Hoje, Odesson Alves Ferreira, irmão de
Devair, é presidente da Associação de
Vítimas do Césio-137 (AVCésio), formada
para defender os direitos das vítimas da
contaminação. Ele tinha 32 anos na época
do acidente e foi gravemente afetado. “Eu
me contaminei e acabei virando uma fonte
radioativa. As pessoas que passaram por
mim foram irradiadas por mim, inclusive a
minha família”, disse Ferreira para a BBC
em uma entrevista em 2011.
As consequências da irresponsabilidade de um funcionário do instituto de
radioterapia, ou de um seus diretores redundou na:

Demolição de todas as casas de


Isso fez com que surgisse uma 4 ruas próximas ao local da
montanha artificial, hoje contaminação.
pertencente ao município
Abadia de Goiás. Lá deve ficar
o lixo atômico, pelo menos por
180 anos ou até que algum
incauto vá fazer uma
escavação no local e abra os Produção 13.500 toneladas de
invólucros radioativos. lixo atômico que foram
colocados dentro de 1200 caixas
e depois introduzidos em 2900
tambores, os quais, por sua vez,
foram acondicionados em 14
contêineres os quais foram
lacrados e enterrados no Parque
Estadual Telma Ortegal, em
covas fundas revestidas de
paredes de 1 metro de espessura
de concreto e chumbo.
Responsabilidade Estatal pelo acidente radioativo
A simples exposição ao material radioativo, direta ou indiretamente, por si só, já se consubstancia no nexo causal
suficiente à condenar o Estado ao auxílio total às vítimas, inclusive como uma responsabilidade intergeracional.
Primeiro porque o auxílio (responsabilidade) pleiteado pelos vitimados, não se resume a uma resposta pecuniária
(indenização). É necessário o restabelecimento da saúde eivada.

O tratamento fornecido pelo Sistema Único de Saúde - SUS, não é suficientemente adequado para tratamentos tão
específicos e que ainda requerem muitos estudos e pesquisas.

No entanto, ainda que se consiga afastar a incidência da responsabilidade objetiva e o nexo causal dos danos
sofridos pelas vítimas do Césio - até o momento não ressarcidas, cujas doenças manifestaram-se em datas posteriores
ao acidente radioativo - a responsabilidade subjetiva do Estado, baseada na teoria da culpa administrativa,
restaria configurada por dois fatos relevantes:

1. A ineficácia da contenção de danos do acidente (falha do serviço), fato que provocou contaminação indireta de
inúmeras pessoas;

2. Perda da oportunidade de aprendizado, desde o momento do evento, até os dias atuais. Não esquecendo que o
episódio foi considerado por especialistas como o pior acidente radiológico do mundo, pelo fato de ter tido seres
humanos vivos com o maior índice de contaminação radiológica já visto.
Responsabilidade Estatal pelo acidente radioativo
Tendo o Estado (CNEN) a responsabilidade de fiscalização e manuseio de rejeito radioativo, a ineficácia para
conter a disseminação radiológica ficou patente no lastro de contaminação. O fato foi ocultado de outros órgãos
públicos e de profissionais que trabalhavam no local sem nenhum preparo ou suporte técnico a contento, suficientes
para evitar a própria contaminação e a de terceiros.

A falta do serviço de pesquisa, pelo Estado (União Federal) com as vítimas ainda vivas, poderiam ser utilizados
para impedir novos casos de doenças posteriores, como vem ocorrendo, ou, comprovar teorias de mutação genética
e intergeracional tão latentes.

O momento do acidente foi extremamente oportuno para desenvolver pesquisas sobre como a radiação atua no
corpo humano e no meio ambiente, evitando futuros danos, doenças graves e crianças que nascem de segunda ou
terceira geração, portadoras de deformidades genéticas, com grande probabilidade de serem decorrentes de contato
indireto com o material Césio.

Ocorreu, ainda, descaso e irresponsabilidade com o meio ambiente e todos os seres vivos da terra, pois os estudos
poderiam servir de prevenção à novos acidentes e evitar inúmeras mortes, não só para o país, mas para toda a
humanidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://jus.com.br/artigos/19556/tratados-internacionais-de-meio-ambiente-estatura-no-ordenamento-juridico-brasileiro

https://www.tecmundo.com.br/ciencia/142265-chernobyl-brasileiro-goias-teve-piores-acidentes-nucleares.htm

https://jus.com.br/artigos/61291/a-protecao-do-meio-ambiente-como-pressuposto-dos-direitos-humanos.

https://www.ritimo.org/Direito-Humano-ao-Meio-Ambiente

https://g1.globo.com/goias/noticia/cesio-30-anos-serie-do-g1-goias-reconta-o-maior-acidente-radiologico-do-mundo.ghtml

https://jus.com.br/artigos/37636/do-cesio-137-a-real-responsabilidade-civil-por-dano-ambiental-privado

http://investidura.com.br/biblioteca-juridica/artigos/direito-ambiental/9874-a-responsabilidade-estatal-pelo-dano-ambiental-e-o
-acidente-radioativo-com-o-material-cesio-137

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