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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES

Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 1

ROTEIRO DE AULA

 PANORAMA GERAL DAS QUESTÕES AMBIENTAIS


 Reformulação dos valores referentes ao meio ambiente
o Crescente conscientização da necessidade de sua preservação.
o Constatação da impossibilidade de um uso inconsequente dos recursos ambientais
o Reflexos jurídicos

 CONTEXTO NACIONAL
o No Brasil, podemos dividir a produção legislativa em três fases (ANTONIO HERMAN DE
VASCONCELOS BENJAMIN):
 1ª fase - Descobrimento do Brasil (1500) até́ segunda metade do Século XX (exploração
desregrada)
 2ª fase - Segunda metade do Século XX a 1980 (sistema fragmentário)
 3ª fase - de 1981 aos dias atuais (fase holística)

o 1ª fase - EXPLORAÇÃO DESREGRADA


 Possui como base:
 Ordenações Afonsinas
 Ordenações Manuelinas
 Ordenações Filipinas

 Interesses tutelados ligados à Coroa (a preocupação era a Coroa e não os recursos em si)
 Preservação de alguns recursos naturais preciosos em processo de exaurimento

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 Inexistência de patrimônio ambiental coletivo
 PERÍODO COLONIAL, IMPERIAL E REPUBLICANO
 QUESTÃO AMBIENTAL DEIXADA À MARGEM

o 2ª fase – SISTEMA FRAGMENTÁRIO


 Proteção esparsa.
 Tutela com caráter meramente econômico.
 Diplomas jurídicos sem política ambiental
 Não reconhece natureza difusa do meio ambiente.
 Normas cuidando de recursos ambientais (mas a preocupação não era a proteção, mas
sim a exploração econômica)
 Código de Águas (Decreto nº 24.643/34).
 Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/64);
 Código Florestal (Lei nº 4.771/65);
 Lei de Proteção à fauna (Lei nº 5.197/67);
 Código de Pesca (Decreto-Lei nº221/67);
 Código de Mineração (Decreto-Lei nº 227/67).

o 3ª fase – FASE HOLÍSTICA


 Meio ambiente tutelado no seu todo.
 Ambiente passa a ser protegido de maneira integral, como sistema integrado.
 Foi concebida a partir da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81).
 QUATRO IMPORTANTES MARCOS
 Lei nº 6.938/81: previu conceitos, princípios, SISNAMA, responsabilidade civil
ambiental
 Lei nº 7.347/85: disciplinou ação civil pública para defesa do meio ambiente
 CF/88: capítulo destinado ao meio ambiente
 Lei nº 9.605/98: sanções penais e administrativas aplicáveis às condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente

 CONTEXTO MUNDIAL
o Marco: Conferência das Nações Unidas para o meio ambiente, realizada em Estocolmo, em junho
de 1972;
o Deu origem à Declaração do Meio Ambiente com 26 princípios norteadores dos princípios
fundamentais do Direito Ambiental.
 Oposição Hemisfério Norte e Hemisfério Sul

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 (Preservacionista) X (Desenvolvimentistas)
 Preservacionistas eram os países desenvolvidos e que viviam os malefícios
ambientais trazidos pelo desenvolvimento
 Os desenvolvimentistas buscavam o crescimento

o Resultado desta Conferência, em dezembro de 1972:


 PNUMA (Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente): agência do Sistema das
Nações Unidas (ONU) responsável pela conservação do meio ambiente e o uso eficiente
de recursos para o desenvolvimento sustentável.

o RELATÓRIO BRUNDTLAND (NOSSO FUTURO COMUM) DE 1987


 Trouxe o conceito de desenvolvimento sustentável pela primeira vez
 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias
necessidades”.

o Em 1992, foi realizada no Rio de Janeiro:


 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, chamada de
ECO-92 ou Rio 92:
 Declaração do Rio: 27 princípios ambientais
 A palavra “desenvolvimento sustentável” aparece por diversas vezes

 Agenda 21: caráter não vinculante


 Metas mundiais para redução da poluição e para o desenvolvimento
sustentável.

o Em 2002, foi realizada em Joanesburgo:


 Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável
 Finalidade: avaliar a implementação da Agenda 21 e demais acordos da Rio 92

 Gerou:
 1. Declaração de Joanesburgo em Desenvolvimento Sustentável e
 2. Plano de implementação (PI): metas para erradicação da pobreza, alteração
padrões de consumo e proteção recursos naturais.

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o Em 2012, foi realizada no Rio de Janeiro:
 Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20)
 Reafirmados os princípios da Declaração do Rio, inclusive a responsabilidade
comum, mas diferenciada (cabe aos países desenvolvidos maior
responsabilidade na busca do desenvolvimento sustentável)
 Desafios da sustentabilidade: erradicação da pobreza e promoção de
modalidades sustentáveis de produção e consumo

 OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL E CONCEITO DE MEIO AMBIENTE


 OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL
o Visa à proteção do meio ambiente para garantir sadia qualidade de vida para as presentes e
futuras gerações. (Proteção qualificada)
o NORMA MATRIZ
 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

o ANTROPOCÊNTRICO
 Culturalmente, o Direito é voltado ao homem.
 Homem é a razão da tutela do meio ambiente (art. 225, caput da CF).
 Meio ambiente: instrumento
 Não é titular de direito.

 Tutela: satisfação das necessidades humanas.


 JOSÉ RUBENS MORATO LEITE
 ECONOMICOCENTRISMO: bem ambiental é valor da ordem econômica; (essa
concepção não prevalece mais)
 ANTROPOCENTRISMO ALARGADO: preservação ambiental como garantia da
dignidade do ser humano

o BIOCENTRISMO
 Considera todas as espécies com vida (fauna, flora e o homem) como objeto de tutela do
meio ambiente.
 TEM FUNDAMENTO NA CF?
 Art. 225, §1º, VII CF

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 VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam
os animais a crueldade.

o ECOCENTRISMO
 Objeto da tutela do meio ambiente: elementos com vida (bióticos) e sem vida (abióticos)
 Veja que difere do biocentrismo, já que esse é voltado, apenas, para a tutela dos
seres bióticos

 Equilíbrio do planeta é a preocupação maior.


 Tutela em detrimento dos interesses do próprio ser humano

o CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988


 Adota o antropocentrismo alargado, com viés biocêntrico.

 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE NA CF/88


o ART. 225 CAPUT CF
o BEM DE USO COMUM DO POVO
+
o ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA
+
o DIREITO DAS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES.

o Meio ambiente é bem de uso comum do povo


 Bem - objeto da relação jurídica.
 Uso - limitado pelo cumprimento socioambiental da propriedade.
 Veja que não são todos os poderes atinentes à propriedade
 Não se pode, por exemplo, dispor do meio ambiente
 Além da limitação mencionada, da função social da propriedade

 Exemplo de cumprimento da função socioambiental da propriedade


 Manutenção de APP (área de preservação permanente) ao longo das margens do
rio (art. 4º, I da Lei nº 12.651/2012)
 Manutenção de 20% da vegetação nativa a título de Reserva Legal na
propriedade rural (art. 12 da Lei nº 12.651/2012)

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o Essencial à sadia qualidade de vida.
 Essencial – Fundamental.
 Sadia qualidade de vida - elemento integrante da dignidade da pessoa humana.
 É direito fundamental do homem (art. 1º, III, da CF).

o Direito das presentes e futuras gerações.


 DIREITO INTERGERACIONAL
 Garantia às futuras gerações.
 Dever de tutela às presentes gerações.
 Não pode haver retrocesso na proteção ambiental.
 Solidariedade entre as gerações:
 sincrônica (presentes gerações) e
 diacrônica (futuras gerações)
 Mnemônico: dia crônico = dia de = amanhã/futuro

o CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS
 CONSTRUÇÃO DO BROCARDO “IN DUBIO PRO NATURA”
 Em caso de dúvida, a decisão tomada deve ser em favor da proteção ambiental

 NÃO HÁ DIREITO DE POLUIR.


 INEXISTE DIREITO ADQUIRIDO EM DETRIMENTO DA PROTEÇÃO AMBIENTAL (STJ – RESP.
948.921)
 2. Inexiste direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente. O tempo é
incapaz de curar ilegalidades ambientais de natureza permanente, pois parte dos
sujeitos tutelados – as gerações futuras – carece de voz e de representantes que
falem ou se omitam em seu nome. 3. Décadas de uso ilícito da propriedade rural
não dão salvo-conduto ao proprietário ou posseiro para a continuidade de atos
proibidos ou tornam legais práticas vedadas pelo legislador, sobretudo no âmbito
de direitos indisponíveis, que a todos aproveita, inclusive às gerações futuras,
como é o caso da proteção do meio ambiente”

 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE NA LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE


o LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (LEI Nº 6.938/81) – ART. 3, I.
 Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - meio ambiente, o conjunto de
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas;

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o Conceito abstrato
o Conceito macro de meio ambiente.
o Meio ambiente é um bem uno, comum, geral, difuso, indivisível, indisponível e impenhorável.

 CLASSIFICAÇÃO - Doutrina (José Afonso da Silva)


o MEIO AMBIENTE NATURAL
o MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL
o MEIO AMBIENTE CULTURAL
o MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
o O STF reconheceu a classificação do meio ambiente em seus quatro aspectos (ADI 3540/MC de
09/2005).
 “A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses
empresariais nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica,
ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a disciplina
constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que
privilegia a "defesa do meio ambiente" (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e
abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio
ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral. Doutrina”.

o MEIO AMBIENTE NATURAL


 FUNDAMENTO - art. 225 CF
 Constituído por recursos naturais, tais como ar, água, solo, fauna e flora.
 recursos bióticos (fauna, flora)
 recursos abióticos (ar, agua, solo).
 Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: V - recursos ambientais:
a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar
territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
 Atenção para a diferenciação exposta pelo professor ÉDIS MILARE

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o MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL
 FUNDAMENTO - art. 182 CF: A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar
de seus habitantes.
 Constituído pelo espaço urbano construído pelo homem.
 Produto da interação do homem com o meio ambiente natural.
 Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001)
 Exemplos: as vias públicas, os parques, os prédios, como edifícios comerciais, shoppings,
biblioteca.

o MEIO AMBIENTE CULTURAL


 FUNDAMENTO - art. 216 CF
 Constituído pelo patrimônio cultural, descrito como os bens materiais e imateriais que
identificam um grupo, tais como as formas de viver, criar e fazer; as formas de expressão;
as obras artísticas, dentre outras.
 Exemplo de patrimônio cultural material: Obras de arte, centros históricos como de
Ouro Preto, de Olinda, Pelourinho.
 Exemplo de patrimônio cultural imaterial: caipirinha, frevo, samba, capoeira, carnaval.
 “Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira,
nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.”

 Como é feita a tutela do patrimônio cultural brasileiro?


 “Art. 216, § 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e
protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento
e preservação.”

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 REGISTRO - tutela do patrimônio cultural imaterial brasileiro. Ex: samba.
 DECRETO 3.551/2000 INSTITUIU O REGISTRO DE BENS CULTURAIS DE
NATUREZA IMATERIAL.

 INVENTÁRIO - tutela através da identificação e descrição do bem cultural, com


catalogação de suas principais características físicas, e culturais bem como seu
estado de conservação.
 VIGILÂNCIA - decorre do poder de polícia e consiste no exercício de vigilância
permanente dos bens culturais.

o MEIO AMBIENTE LABORAL


 FUNDAMENTO - art. 200, VIII CF
 Constituído pelo complexo máquina-trabalho, envolvendo o local de trabalho, as
condições do ambiente do trabalhador, os equipamentos de proteção, entre outros.
 Exemplo: luminosidade, conforto térmico, os equipamentos de segurança, o próprio local
de trabalho, etc.
 Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da
lei: VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho

 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE CONSTRUÍDO COM BASE EM DOIS CONCEITOS:

o CONCEITO DE POLUIÇÃO
 III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta
ou indiretamente:
 prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
 criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
 afetem desfavoravelmente a biota;
 afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
 lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;

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 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (PNMA) LEI Nº 6.938/81
 Sistematizou o Direito Ambiental.
o Previu objetivos, princípios, metas de ação, conceitos, instrumentos e responsabilidade civil
ambiental objetiva
o Criou o SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente), integrado por alguns órgãos, dentre
estes o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

 OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE


o A Lei nº 6.938/81 estabeleceu:
 objetivo geral (art. 2º);
 objetivos específicos (art. 4º)
 instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (art. 9º).

o OBJETIVO GERAL (art. 2º)


 A preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, a fim
de assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico (desenvolvimento
sustentável), aos interesses da segurança nacional (regime militar à época) e à proteção
da dignidade da vida humana (princípio da República Federativa do Brasil: art. 1º, III CF)

o PRINCÍPIOS (METAS DE AÇÃO)


 Obs. veja que na letra da Lei está escrito princípios
 Entretanto, a doutrina aduz que se tratam, em verdade, de metas de ação e que
os princípios estão no art. 9º
 Atente-se em questão objetiva que peça letra de lei
 Se aparecer, em prova, a palavra princípio, trata-se do art. 2º
 obs. os princípios, de fato, estão no art. 4º (questões para
refletir/desenvolver)

 I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio


ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo;
 Patrimônio público?
 Interesse de toda a coletividade e não bem da pessoa jurídica.

 Observação
 art. 20 CF/88: bens da União = geridos pela União no interesse de toda a
coletividade.

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 II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
 Os recursos naturais são finitos.
 Sustentabilidade: utilização sem esgotamento do bem.
 Exemplo de racionalização do uso da água: Cobrança pelo uso da água (arts. 19 e
20 da Lei nº 9.433/97

 III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;


 Toda a atividade que utiliza recursos ambientais deve se submeter ao controle
do Poder Público.
 Exemplos de fiscalização:
 EPIA/RIMA (art. 225, §1º, IV - exigir, na forma da lei, para instalação de
obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação
do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;)
 Licenciamento ambiental (art. 10 da Lei 6.938/81 - A construção,
instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental.)

 IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;


 Precursor da criação dos espaços territoriais especialmente protegidos.

 V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;


 Zoneamento é procedimento urbanístico com objetivo de regular o uso do solo.
 Aloca-se cada atividade em lugar adequado.

 VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a


proteção dos recursos ambientais;
 A melhoria da qualidade de vida é alcançada com incremento da pesquisa
científica.

 VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental


 Importa monitoramento do meio ambiente, trazendo melhor gestão ambiental.

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 VIII - recuperação de áreas degradadas;
 fundamento constitucional: compromisso de garantir às presentes e futuras
gerações sadia qualidade de vida.
 art. 225, §1º, I da CF: dever do Poder Público de restaurar os processos
ecológicos.
 art. 225, § 2º da CF: exploração recursos minerais – obrigação de recuperação do
meio ambiente

 IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;


 Caráter preventivo.
 Fundamento constitucional: compromisso de garantir às presentes e futuras
gerações sadia qualidade de vida.

 X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da


comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente.
 Disposição precursora de um dos princípios constitucionais ambientais (princípio
da educação ambiental): art. 225, §1º, VI da CF.
 Política Nacional da Educação Ambiental (Lei nº 9.597/99).

o OBJETIVOS ESPECÍFICOS (art. 4º)


 FINALIDADE garantir o objetivo geral
 à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
 à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao
equilíbrio ecológico;
 ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas
ao uso e manejo de recursos ambientais;
 ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso
racional de recursos ambientais;
 à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e
informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade
de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
 à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional
e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico
propício à vida;

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 à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os
danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com
fins econômicos.

o INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (art. 9º)


 FINALIDADE viabilizar a consecução dos objetivos da PNMA
 1) O ESTABELECIMENTO DE PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL
 Poder Público fixa padrões ambientais compatíveis com meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
 Controle de poluição do ar, poluição sonora, poluição das águas.
 Exemplos: Resoluções do CONAMA.
 Estados e Municípios também estabelecem padrões.

 2) ZONEAMENTO AMBIENTAL
 Regulamentado pelo Decreto nº 4.297/2002.
 Zoneamento ecológico-econômico (ZEE)
 Objetivo: regulamentar o uso e a ocupação do solo.
 Divisão das áreas econômicas das áreas de proteção ambiental.

 3) AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS


 Qualquer estudo ambiental.
 Gênero
 Espécies:
 EPIA/RIMA,
 RAP (relatório ambiental preliminar),
 Relatório de viabilidade ambiental (RVA),
 EIV (estudo de impacto de vizinhança).

 OBSERVAÇÃO:
 Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) aplicável à hipótese de políticas,
planos e programas;
 Destina-se à avaliação de vários empreendimentos.
 Inclui várias obras e não uma única.

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 4) LICENCIAMENTO E A REVISÃO DE ATIVIDADES EFETIVA OU POTENCIALMENTE
POLUIDORAS
 Instrumento de controle do Poder Público de atividades que utilizam recursos
ambientais.

 5) OS INCENTIVOS À PRODUÇÃO E INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E A CRIAÇÃO OU


ABSORÇÃO DE TECNOLOGIA, VOLTADOS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE
AMBIENTAL;
 Certificação de empresas responsáveis ambientalmente com programas de
gestão ambiental como ISO 14001;
 Emprego de tecnologias limpas;
 Selo ambiental em relação à madeira certificada.

 6) A CRIAÇÃO DE ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS PELO PODER


PÚBLICO FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL, TAIS COMO ÁREAS DE PROTEÇÃO
AMBIENTAL, DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO E RESERVAS EXTRATIVISTAS
 Previsto na Lei nº 9.985/00 (SNUC).

 7) SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE O MEIO AMBIENTE


 SINIMA.
 Base de dados de âmbito federal previsto no art. 11, II e III do Decreto nº
99.274/90.

 8) CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATIVIDADES E INSTRUMENTO DE DEFESA


AMBIENTAL; (ART. 17, I DA LEI Nº 6.938/81).
 Para profissionais que se dedicam a estudos ambientais, à consultoria ou venda
de equipamentos de controle ambiental.
 Renovação a cada dois anos.

 9) AS PENALIDADES DISCIPLINARES OU COMPENSATÓRIAS NÃO CUMPRIMENTO DAS


MEDIDAS NECESSÁRIAS À PRESERVAÇÃO OU CORREÇÃO DA DEGRADAÇÃO
AMBIENTAL.
 Fundamento: poder de polícia ambiental.
 Instrumento de repressão às condutas consideradas lesivas ao meio ambiente.
 art. 225, §3º da CF.

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 10) A INSTITUIÇÃO DO RELATÓRIO DE QUALIDADE DO MEIO AMBIENTE, A SER
DIVULGADO ANUALMENTE PELO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E
RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA;
 Até hoje não foi implementado

 11) A GARANTIA DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES RELATIVAS AO MEIO AMBIENTE,


OBRIGANDO-SE O PODER PÚBLICO A PRODUZI-LAS, QUANDO INEXISTENTES;
 Princípio da informação ambiental.
 Direito de acesso às informações (art. 5º, inc XXXIII CF).
 Lei nº 10.650/03 (art. 2º) - garante o acesso a estudos, dados e informações
ambientais.
 Se não existir a informação?
 Dever do Poder Público de produzir a informação.

 12) CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATIVIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS


E/OU UTILIZADORAS DOS RECURSOS AMBIENTAIS.
 Identifica as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos
ambientais.
 Poder de polícia: cobrança pelo IBAMA.
 Taxa de controle e fiscalização ambiental (art. 17-B da Lei nº 6.938/81)

 13) INSTRUMENTOS ECONÔMICOS, COMO CONCESSÃO FLORESTAL, SERVIDÃO


AMBIENTAL, SEGURO AMBIENTAL E OUTROS.
 Incentivos de proteção ambiental
 Concessão florestal (Lei nº 11.284/06) - Concede exploração de uma floresta
pública através de licitação para explorar os produtos e serviços florestais.
 Servidão ambiental (art. 9-A, 9-B e 9-C) – Consiste na renúncia espontânea à
utilização de recursos ambientais de sua propriedade.
 Pode ser total ou parcial
 Vantagem: isenção de ITR, CRA (cota de reserva ambiental) em bolsa de
valores

 Seguro ambiental - Não está regulamentado

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 Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)
o É o conjunto de órgãos e instituições que, nos níveis federal, estadual e municipal, são
encarregados da proteção do meio ambiente.
o FINALIDADE
 estabelecer uma rede de agências governamentais, nos diversos níveis da Federação,
visando assegurar mecanismos capazes de implementar a Política Nacional do Meio
Ambiente.

o COMPOSIÇÃO
 A) CONSELHO DE GOVERNO: órgão superior, com a função de assessorar o Presidente da
República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio
ambiente e os recursos ambientais;

 B) CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA), órgão consultivo e


deliberativo, com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo,
diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e
deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o
meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.
 PODER REGULAMENTAR ÂMBITO FEDERAL

 C) MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, órgão central, com a finalidade de planejar,


coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
 Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República - Ministério do Meio
Ambiente (Lei nº 8.490/92)

 D) INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS


RENOVÁVEIS - IBAMA, autarquia federal, órgão executor, com a finalidade de executar
e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para
o meio ambiente
 PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL: Licenciamento ambiental

 E) INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DE BIODIVERSIDADE, autarquia


federal, órgão executor, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão
federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; atuação nas
Unidades de Conservação federais.

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 F) ÓRGÃOS SECCIONAIS, que são órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela
execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de
provocar a degradação ambiental;

 g) ÓRGÃOS LOCAIS, que são órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle
e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.

o Não tem personalidade jurídica.


o Atribuições são dos órgãos, entidades e instituições que o integram.
o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão mais atuante do Sistema
 Funções estão previstas no art. 8 da Lei nº 6.938/81.
 Os Estados e os Municípios deverão elaborar normas supletivas e complementares,
patamares mínimos CONAMA.

 QUESTÕES DE CONCURSO
 Prova: Juiz substituto. Ano: 2019. Banca: CESPE. Órgão: TJ-BA
o De acordo com a jurisprudência do STF, o conceito de meio ambiente inclui as noções de meio
ambiente1
o A) artificial, histórico, natural e do trabalho.
o B) cultural, artificial, natural e do trabalho.
o C) natural, histórico e biológico.
o D) natural, histórico, artificial e do trabalho.
o E) cultural, natural e biológico

 Prova: Promotor de Justiça substituto. Ano: 2019. Banca: MPE-SP.


o A servidão ambiental constitui a limitação total ou parcial da propriedade, instituída pelo
proprietário ou possuidor por instrumento público ou particular ou por termo administrativo,
objetivando a preservação, conservação ou recuperação dos recursos ambientais existentes. É
correto afirmar que a servidão ambiental2
o a) é aplicável às áreas de preservação permanente.
o b) poderá ser alienada, cedida ou transferida, total ou parcialmente.
o c) deverá ser perpétua.
o d) poderá abranger a reserva legal mínima exigida.
o e) prescinde de averbação na matrícula do imóvel.

1
Resposta B
2
Resposta B

19
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 Prova: Juiz substituto. Ano: 2019. Banca: CESPE. Órgão: TJ-PR
o Os princípios expressos na Lei n.º 6.938/1981 — Política Nacional do Meio Ambiente — incluem3
o a) o estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso
e manejo de recursos ambientais.
o b) a racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar e a recuperação de áreas
degradadas.
o c) o desenvolvimento sustentável e o poluidor pagador.
o d) o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de
recursos ambientais.

 Prova: Juiz substituto. Ano: 2018. Banca: CONSUPLAN. Órgão: TJ-MG


o O meio ambiente ecologicamente equilibrado, como prevê o Art. 225 da Constituição da
República Federativa do Brasil, pressupõe4
o A) a proteção somente da flora.
o B) a proteção somente da fauna.
o C) limitação da propriedade privada.
o D) a proteção exclusiva de alguns grupos sociais.

 Prova: Juiz substituto. Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: TJ-PR


o Com relação à tutela constitucional ao meio ambiente e à PNMA, assinale a opção correta.5
o a) Compete aos municípios, por intermédio do plano diretor, instituir diretrizes para o
desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos.
o b) Embora não seja classificada como recurso ambiental devido a sua natureza incompatível com
a apropriação, a atmosfera é protegida pelo direito ambiental, assim como a água, o solo e o
subsolo.
o c) São metas da PNMA o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental e o incentivo à
criação de tecnologia voltada para a melhoria da qualidade ambiental.
o d) A recuperação de áreas degradadas é exigida das mineradoras por previsão constitucional
expressa e, sob aspectos gerais, é prevista na lei como um dos princípios da PNMA.

3
Resposta B
4
Resposta C
5
Resposta D

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 Prova: Juiz substituto. Ano: 2014. Órgão: TJ-SP
o Não é objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA):6
o a) desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional dos
recursos ambientais.
o b) promoção da proteção do patrimônio cultural local, observada a ação fiscalizadora municipal
e estadual.
o c) a compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico.
o d) definição das áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios.

 Prova: Juiz substituto. Ano: 2014. Órgão: TJ-SC


o O Meio Ambiente, bem de uso comum do povo, consistente no equilíbrio ecológico e na higidez
do meio e dos recursos naturais, é bem7
o a) individual homogênio, indivisível, indisponível e impenhorável.
o b) tangível, disponível e impenhorável.
o c) coletivo, divisível e indisponível.
o d) comum, geral, difuso, indivisível, indisponível e impenhorável.
o e) difuso, divisível, indisponível e impenhorável

 Prova: Juiz substituto. Ano: 2011. Órgão: TJ-PR


o Sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, considere a resposta CORRETA: 8
o I. O objeto do Direito Ambiental é a qualidade do meio ambiente propício à vida, o que se
evidencia pela perseguição do equilíbrio ecológico.
o II. O meio ambiente, conceituado como “o conjunto de condições, leis influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” pelo
artigo 3º, I, da Lei 6.938/81, caracteriza-se como macro – bem, e, sendo assim, integra um tertium
genus oponível ao público e ao privado.
o III. O componente do SISNAMA com função deliberativa e consultiva é o CONAMA, enquanto que
o IBAMA exerce função executora da Política Nacional do Meio Ambiente.
o a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
o b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
o c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

6
Resposta B
7
Resposta D
8
Resposta D

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o d) Todas as afirmativas são verdadeiras

 Prova: Juiz substituto. Ano: 2012. Órgão: TJ-CE


o Considerando os diversos aspectos que envolvem o conceito de meio ambiente, particularmente
o cultural e o do trabalho, assinale a opção correta.9
o a) Considera-se meio ambiente cultural o ambiente integrado pelos equipamentos urbanos e
edifícios comunitários, como as bibliotecas, pinacotecas, museus e instalações científicas ou
similares.
o b) O meio ambiente é um bem público classificado pela CF como de uso comum do povo, razão
pela qual não se admite que o seu uso seja oneroso ou imponha a necessidade de qualquer
contraprestação de ordem pecuniária.
o c) Ao estabelecer a tutela do meio ambiente, a CF dispõe que a proteção do meio ambiente, nele
compreendido o meio ambiente do trabalho, constitui um dos objetivos do Sistema Único de
Saúde.
o d) A todos os entes federativos compete a proteção de documentos, obras e outros bens de valor
histórico, artístico, cultural e paisagístico, mas a competência para legislar sobre esses temas
pertence, privativamente, à União.
o e) A definição legal de recursos ambientais compreende a fauna e a flora, as águas superficiais e
subterrâneas, o solo e o subsolo, mas não o mar territorial e os demais elementos da biosfera

 Prova: Juiz substituto. Ano: 2015. Órgão: TJ-MS


o Assinale a alternativa com um dos documentos votados na Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, em junho de 1972.10
o a) Declaração de Princípios Sobre Florestas.
o b) Protocolo de Quioto.
o c) Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB).
o d) Criação do PNUMA.
o e) Agenda 21.

9
Resposta C
10
Resposta D

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 Prova: Juiz substituto. Ano: 2014. Órgão: TJ-CE
o A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar no País11
o a) o aparelhamento do Estado no controle das atividades poluidoras e degradadoras,
principalmente do bioma amazônico.
o b) condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à
proteção da dignidade da vida humana.
o c) a estabilidade agrícola.
o d) a permanência de espécies ameaçadas de extinção.
o e) a livre concorrência sustentável.

 Prova: Promotor de Justiça Substituto. Ano: 2014. Órgão: MPE-GO


o A Lei 6938/81 inaugura a fase holística do direito ambiental, consagrando:12
o a) A proteção do recurso natural para efeito exclusivamente de estoque de reserva para o
comércio;
o b) A responsabilidade civil subjetiva por dano causado ao Meio Ambiente pelas Instituições de
Fomento
o c) O monopólio do exercício do Poder de Polícia pelos Estados, excluindo a atuação supletiva do
IBAMA.
o d) A articulação de todos os entes da federação no SISNAMA na fiscalização das normas de
proteção do Meio Ambiente.

11
Resposta B
12
Resposta D

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Direito Ambiental
Vanessa Ferrari
Aula 2

ROTEIRO DE AULA

• PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL

➢ Princípios como premissas fundamentais que darão norte para a solução de problemas ambientais

➢ Não existe uniformidade na Doutrina.

o O conteúdo e a lógica são iguais


o Entretanto, muitas vezes o nome utilizado não é o mesmo

➢ Algumas leis ambientais elencam princípios (e conceitos).

o Exemplos:
▪ Lei nº 11.428/06 (art. 6º, par. único) – princípio da função socioambiental da propriedade; da equidade
intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da transparência das informações e atos, da
gestão democrática.
▪ Lei nº 12.305/10 (art.6º) – princípios da prevenção e da precaução; o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; o
desenvolvimento sustentável

➢ PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

o Compatibilização do direito ao progresso e do direito à preservação do meio ambiente (garantia para as presentes
gerações –com o ônus de não comprometer para o futuro- e para as futuras gerações)

1
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o PREMISSAS
▪ Necessidades humanas são ilimitadas (capitalismo traz essa concepção –“sempre se quer mais”)
▪ Recursos naturais são finitos;
▪ Desenvolvimento e progresso são direitos fundamentais do homem;
▪ Preservação ambiental é direito fundamental do homem;
▪ Necessidade de equilíbrio entre desenvolvimento e proteção ambiental para utilização sustentável, ou seja, de
modo a garantir a continuidade do recurso.

o OBJETIVO
▪ Busca compatibilizar desenvolvimento econômico-social com preservação ambiental, a fim de obter melhor
qualidade de vida.
▪ Garante-se o desenvolvimento econômico, mas de forma planejada, pensada, sustentada
▪ Defesa do meio ambiente é princípio informador da ordem econômica (art. 170, VI CF).
▪ Note que se trata de um desenvolvimento qualificado (pela ideia/qualidade de sustentabilidade/planejamento)
▪ Lembre-se que o meio ambiente se trata de bem de uso comum do povo, ou seja, as pessoas estão mais como
usufrutuários do que de proprietários (os poderes são limitados) – usar, mas mantendo a essência do bem

o RELATÓRIO BRUNDTLAND (NOSSO FUTURO COMUM) DE 1987


▪ Desenvolvimento sustentável é “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer
a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.
▪ Nesse primeiro momento, o foco era mais em desenvolvimento do que na preservação ambiental (por isso, mais
a frente surgem agregações como da equalização do consumo, fim da pobreza, dentre outras preocupações, à ideia
de desenvolvimento sustentável)

o PREVISÃO LEGAL
▪ Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e
do equilíbrio ecológico; (art. 4º, I da Lei nº 6.938/81)

o PRINCÍPIOS DA DECLARAÇÃO DO RIO-92


▪ Princípio 1 - Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm
direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.
▪ Princípio 3 - O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas
equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes e futuras.
▪ Princípio 4 - Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte integrante do
processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste.

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o Relação com o princípio da ubiquidade (toda medida tomada deve ser considerada a questão ambiental). Por
isso se nota a presença em tantas disposições, muitas vezes no mesmo diploma

o Questão da compatibilidade do desenvolvimento econômico com a preservação ambiental

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL
▪ art. 225, caput CF + art. 170, VI e VII CF
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

o PRINCÍPIOS INFORMADORES DA ORDEM ECONÔMICA


▪ Defesa do meio ambiente
▪ Redução das desigualdades
▪ Desenvolvimento Sustentável tem acepção social: justa repartição das riquezas
▪ Busca-se, através do equilíbrio econômico, de proteção, também colocar questões sociais
▪ Note a qualificação do desenvolvimento sustentável para além de apenas a compatibilidade entre
desenvolvimento e preservação do meio ambiente por si só

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o O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?

▪ Compatibilização/equilíbrio de meio ambiente, desenvolvimento econômico e equidade social – note o


envolvimento dos próprios direitos sociais (trabalho, saúde, educação, dentre outros exemplos)
▪ Quando algum desses aspectos está sobrecarregado ou deficiente, não poderá falar em desenvolvimento
sustentável

o Lei nº 13.186/15 - Política de Educação para o Consumo Sustentável


▪ Objetivo: estimular a adoção de práticas de consumo e de técnicas de produção ecologicamente sustentáveis.
▪ Consumo sustentável: uso dos recursos naturais de forma a proporcionar qualidade de vida para a geração
presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras.

o ADI 3.540 – MC (Rel. Min. Celso de Mello)


▪ A QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL (CF, ART. 3º, II) E A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DA
INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE (CF, ART. 225): O PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO
FATOR DE OBTENÇÃO DO JUSTO EQUILÍBRIO ENTRE AS EXIGÊNCIAS DA ECONOMIA E AS DA ECOLOGIA.
O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter eminentemente constitucional,
encontra suporte legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator
de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a
invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma
condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais
significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da
generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações.

o Importação de pneus (STF - RE: 628821 RJ, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 12/12/2011)
▪ ... esta Corte Suprema reconheceu a plena validade constitucional dos atos normativos que vedaram a importação,
pelo Brasil, de pneus usados destinados à reciclagem, em razão de exigências ditadas por princípios constitucionais

4
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que asseguram, em favor de todos, a integridade do direito à saúde e a incolumidade do direito à preservação de
um meio ambiente ecologicamente equilibrado...
4. Princípios constitucionais (art. 225) a) do desenvolvimento sustentável e b) da equidade e responsabilidade
intergeracional. Meio ambiente ecologicamente equilibrado: preservação para a geração atual e para as gerações
futuras. Desenvolvimento sustentável: crescimento econômico com garantia paralela e superiormente respeitada
da saúde da população, cujos direitos devem ser observados em face das necessidades atuais e daquelas previsíveis
e a serem prevenidas para garantia e respeito às gerações futuras.

➢ PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR

o CONTEÚDO
▪ Quem utiliza um recurso ambiental pode ser compelido ao pagamento pelo uso.
▪ Usuário é aquele que utiliza um recurso ambiental e não causa degradação, diferente do poluidor, que é quem,
direta ou indiretamente, causa degradação.
▪ Todos possuem direito ao meio ambiente equilibrado (bem comum) – há o direito de utilizar, sendo lógica uma
contraprestação pelo uso de um bem que é comum de todos

o FUNDAMENTO
▪ Bem de uso comum
▪ Quem utiliza um recurso ambiental deve arcar com os custos para a contínua utilização deste bem
▪ Presentes e futuras gerações usufruí-lo.

o PREVISÃO LEGAL: art. 4º, VII da Lei nº 6.938/81


▪ Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao
usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

o OBJETIVOS
▪ Racionalizar uso
▪ Arrecadar recursos a serem revertidos ao ambiente
▪ Medida educativa
▪ Quantificar o recurso natural para evitar escassez.
▪ Evitar custo zero.
▪ Evitar uso abusivo.
▪ Note a força que o efeito econômico traz (educacional; restritivo; racionalização; compensação, dentre outros
exemplos)

5
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o EXEMPLO
▪ Cobrança pelo uso da água (Lei nº 9.433/97: arts. 19/20)
Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:
I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;
II - incentivar a racionalização do uso da água;
III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de
recursos hídricos.
Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta Lei

o ADI 3.378, de 09.04.2008


▪ “3. O art. 36 da Lei nº 9.985/2000 densifica o princípio usuário-pagador, este a significar um mecanismo de
assunção partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica. “

➢ PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR

o Poluidor é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por
atividade causadora de degradação ambiental (art. 3º, IV da Lei nº 6.938/81).
▪ Deve arcar com os custos sociais que a sua atividade impactante causar (externalidades negativas).
▪ Transfere ao poluidor, o dever de reduzir os impactos ambientais aos níveis considerados aceitáveis pelo Poder
Público.
▪ Viver em sociedade, por si só, já traz impactos ambientais. Por isso surgem concepções sobre a poluição –níveis
adequados- lícita ou ilícita
▪ Poluição lícita: em níveis toleráveis
▪ Poluição ilícita: foge do tolerável
▪ NÃO EXISTE O DIREITO DE POLUIR.
▪ Busca-se evitar/prevenir os danos (não se paga para poder poluir)
▪ Há um custo para minimizar os danos ambientais
▪ Veja que se trata de usuário, mas um usuário qualificado pela possibilidade de dano
▪ Lembre-se que os princípios ambientais se comunicam; nesse caso do poluidor pagador, deve-se atentar para a
relação do desenvolvimento sustentável

o FUNDAMENTO
▪ Dever de solidariedade intergeracional (dever frente às futuras gerações)
▪ Garantia de meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações.

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o PREVISÃO CONSTITUCIONAL - art. 225, § 3º da CF – tríplice responsabilidade ambiental
▪ Art. 225, §3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causado.

o PREVISÃO LEGAL: art. 4º, VII da Lei nº 6.938/81


▪ Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao
usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

o PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO DO RIO-92


▪ Princípio 16 - As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos ambientais e o
uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar
com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos
investimentos internacionais.

o EXEMPLOS
▪ i) Instalação de filtros em uma empresa (filtragem de dejetos industriais em rios ou no ar, por exemplo)
▪ ii) Sistema de logística reversa - art. 33 da Lei nº 10.305/2010
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos
após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua
resíduo perigoso;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
§ 4º - Os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores.
§ 5º Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores.
§ 6º Os fabricantes e os importadores darão destinação ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens
reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada.
▪ obs. note a responsabilidade compartilhada – cada um possui a sua forma/parte- (exceção para a
responsabilidade solidária)

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o DUAS VERTENTES
▪ 1- de caráter preventivo: com o intuito de minimizar os impactos ambientais;
▪ 2- de caráter reparatório: com o intuito de reparar o dano causado.
▪ OBSERVAÇÃO:
- Dever de reparar o dano ambiental: responsabilidade civil.
- Parte da Doutrina (ALEXANDRA ARAGÃO e GOMES CANOTILHO) começa a fazer distinção:
- Caráter preventivo: Princípio do poluidor-pagador
- Caráter repressivo: Princípio da Responsabilidade.

➢ PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO

o CONTEÚDO
▪ Estabelece o dever de prevenção dos impactos ambientais, pois os danos ambientais, como regra, são irreversíveis
ou reversíveis a longo prazo (dificuldade em retornar ao “status quo ante”.
▪ Prevenção é agir de forma antecipada. (possibilidade de antever)
▪ Aplica-se ao risco conhecido, certeza científica

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL: art. 225, caput CF


▪ Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.

o INSTRUMENTOS
▪ EIA/RIMA ou EPIA/RIMA
-EIA/RIMA - Resolução CONAMA nº 01/86.: Art. 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e
respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente,
e do IBAMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: ...
- EPIA/RIMA - art. 225, §1º, IV, da CF: IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
- EIA ou EPIA é o estudo multidisciplinar realizado por profissionais das mais diferentes áreas (equipe
multidisciplinar), com o objetivo de identificar os aspectos positivos e negativos de um empreendimento, indicando
os métodos disponíveis para mitigação dos impactos ambientais.
- ex. ao realizar o EIA ou EPIA (lembre-se, correspondem ao mesmo instrumento), notam-se três traçados
diferentes: 1- prejuízo para determinada espécie; 2- desapropriação de imóveis; 3- afetará a comida de
determinada espécie → veja a possibilidade de se antecipar, sabendo as opções para a realização da melhor

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escolha, podendo compatibilizar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental (desenvolvimento
sustentável e prevenção se comunicando)

▪ LICENCIAMENTO AMBIENTAL
- Consiste em um procedimento administrativo no qual o órgão ambiental competente para o licenciamento
licencia a localização (licença prévia – LP), a instalação (licença de instalação – LI) e a operação (licença de operação
– LO) de atividades que utilizam recursos naturais.

➢ PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO

o FUNDAMENTO
▪ Estabelece-se na ideia de incerteza científica, exigindo a adoção de cautelas.
▪ Aplica-se na hipótese de:
- Informação científica insuficiente, inconclusiva ou incerta (dúvida)
- Com potencial perigo ao meio ambiente e à saúde humana.
- obs. são duas condições que devem estar presentes simultaneamente

o OBJETIVO
▪ Impõe o dever de cautela, de prudência diante de uma atividade cujos efeitos, riscos não sejam conhecidos
▪ A incerteza científica deve ser aplicada em favor da proteção ambiental (in dubio pro natura)
▪ A medida a ser adotada deve ser:
- Proporcional ao risco (da interdição –risco grande- à informação –risco pequeno)
- Coerente (com medidas já tomadas em situação similar)
- Precária (passível de reanálise)

o obs. Portanto, a marca do princípio da precaução é a incerteza, sendo que sua aplicação pede uma potencialidade
de perigo de dano para o meio ambiente e para a saúde humana

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL - sem referência expressa, mas implícito no art. 225, §1º, V da CF
▪ V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

o PREVISÃO
▪ Convenção sobre Mudança do Clima (art. 3º, item 03)
▪ Convenção da Biodiversidade (nos “observando”)
▪ Princípio 15 da Declaração do RIO-92

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▪ Lei nº 9.605/98 – art. 54, §3º
▪ Lei nº 11.105/05 - art. 1º
▪ Lei nº 11.428/06 - Art. 6º, par. único

o PREVISÃO LEGAL: Art. 54, §3º, da Lei nº 9.605/98


▪ Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde
humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a
autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

o PREVISÃO LEGAL: Art. 1º da Lei nº 11.105/05


▪ Art. 1 - Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a
produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa,
a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente
modificados OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança
e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução
para a proteção do meio ambiente.

o PREVISÃO LEGAL: Art. 6º, par. único da Lei nº 11.428/06:


▪ Parágrafo único. Na proteção e na utilização do Bioma Mata Atlântica, serão observados os princípios da função
socioambiental da propriedade, da eqüidade intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da
transparência das informações e atos, da gestão democrática, da celeridade procedimental, da gratuidade dos
serviços administrativos prestados ao pequeno produtor rural e às populações tradicionais e do respeito ao direito
de propriedade.

o PRINCÍPIO DA DECLARAÇÃO DO RIO-92:


▪ Princípio 15 - Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente observado
pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a
ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas
economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.

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o PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO X PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
▪ DIFERENÇA
- PREVISIBILIDADE DO DANO.

▪ EXEMPLO
- Instalação de antena de celular.
- ... III- Em matéria de meio ambiente, as decisões judiciais devem privilegiar os princípios da precaução e da
prevenção, com o objetivo de evitarem-se os danos acarretados pela emissão de radiação a partir das estações
rádio-base, instaladas ou a serem edificadas, sem prévia licença municipal. ...
(STJ - REsp: 1344363 GO 2012/0194683-6, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Publicação: DJ
28/10/2014)

o INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


▪ Princípio da precaução autoriza essa inversão
▪ Transfere ao empreendedor o dever de provar que sua atividade não causa danos ao meio ambiente.
▪ REsp 1.060.753/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 14.12.2009.
II - Inversão do ônus da prova: O entendimento do Tribunal de origem encontra-se em consonância com a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, porquanto, evidenciado o risco de dano ambiental (in casu,
potencialidade do risco ambiental derivado de construção de hidrelétrica) decidiu, com base no princípio da
precaução, inverter o ônus probatório, transferindo-o para a concessionária de serviço público. (e-STJ, fls. 270/273).
6. Como corolário do princípio “in dubio pro natura" Justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo para o
empreendedor da atividade potencialmente perigosa o ônus de demonstrar a segurança do empreendimento, a
partir da interpretação do art. 6º, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princípio
Ambiental da Precaução"(REsp 972.902/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 14.9.2009), técnica que
sujeita aquele que supostamente gerou o dano ambiental a comprovar "que não o causou ou que a substância
lançada ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva"
▪ Súmula 618 do STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental.

➢ PRINCÍPIO DO PROTETOR-RECEBEDOR

o CONTEÚDO
▪ Estabelece a concessão de benefícios econômicos, fiscais e tributários àqueles que tutelam o meio ambiente.
▪ Prevê compensação econômica decorrente da proteção ambiental.

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▪ Incentivo e ganho pela boa prática ambiental

o PREVISÃO LEGAL
▪ art. 6º, II da Lei nº 12.305/10: Art. 6º São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos: II - o poluidor-
pagador e o protetor-recebedor;

o EXEMPLOS
▪ Programa de apoio e incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente (art. 41 da Lei nº 12.651/12):
- Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legislação ambiental,
programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas
práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais, como forma
de promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável, observados sempre os critérios de progressividade,
abrangendo as seguintes categorias e linhas de ação:
I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação
e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais;
II - compensação pelas medidas de conservação ambiental necessárias para o cumprimento dos objetivos desta Lei;
III - incentivos para comercialização, inovação e aceleração das ações de recuperação, conservação e uso
sustentável das florestas e demais formas de vegetação nativa;

▪ ICMS ecológico – mecanismo de incentivo aos municípios para criar ou defender a criação de mais áreas
protegidas e a melhorar a qualidade das áreas já protegidas com o intuito de aumentar a arrecadação.

▪ Isenção de ITR – Aplicável nas hipóteses de RPPN, Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente (APP)
conforme art. 10 §1º da Lei nº 9.393/96.

o Importância em valorizar as boas práticas ambientais, sendo que o incentivo serve para que continuem a existir e
atraia a atenção para que outros passem a realizar – novamente, note a importância da questão
econômica/financeira na proteção do meio ambiente

➢ PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO

o CONTEÚDO
▪ Visa a garantir o direito à informação, permitindo o acesso de todos aos estudos e dados ambientais.

o PREVISÃO
▪ Art. 5º, inc. XXXIII da CF

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▪ Art. 4º, V da Lei nº 6.938/81
▪ Princípio 10 da Declaração Do Rio-92
▪ Art. 2º, § 1º da Lei nº 10.650/03
▪ Art. 40 da Lei nº 11.105/05
▪ Art. 6, inciso X da Lei nº 12.305/10

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL: art. 5º, inc. XXXIII da CF


▪ XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

o PREVISÃO LEGAL: Art. 4º, V da Lei nº 6.938/81


▪ Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à
formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio
ecológico;

o PREVISÃO LEGAL: Art. 2º, § 1º da Lei nº 10.650/2003


▪ §1º - Qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse específico, terá acesso às
informações de que trata esta Lei, mediante requerimento escrito, no qual assumirá a obrigação de não utilizar as
informações colhidas para fins comerciais, sob as penas da lei civil, penal, de direito autoral e de propriedade
industrial, assim como de citar as fontes, caso, por qualquer meio, venha a divulgar os aludidos dados.

o PREVISÃO LEGAL: Art. 40 da Lei nº 11.105/05


▪ Art. 40. Os alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou
sejam produzidos a partir de OGM ou derivados deverão conter informação nesse sentido em seus rótulos, conforme
regulamento.

o PREVISÃO LEGAL: Art. 6º, X da Lei nº 12.305/10


▪ Art. 6º São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;

o DECLARAÇÃO DO RIO-92
▪ Princípio 10 - A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado,
de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas
ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades

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perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão
facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando as informações à disposição de todos.
Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à
compensação e reparação de danos.

➢ PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO OU PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO

o CONTEÚDO
▪ A proteção do meio ambiente é um dever constitucional (não moral)
▪ Estabelece que a defesa do meio ambiente deve ser feita pelo Poder Público e pela coletividade.
▪ Por Poder Público: União, Distrito Federal, Estados e Municípios.
▪ Por coletividade: toda a pessoa física ou jurídica de direito público ou privado
▪ As atividades econômicas do setor privado (empresários e empreendedores) devem ser realizadas em “parceria”
com o Poder Público no que tange a proteção ao meio ambiente
▪ Veja a relação com os princípios que incentivam essa proteção, principalmente no caráter econômico (protetor
recebedor, por exemplo)
▪ Bem como se relaciona com o princípio da informação e educação (necessário informar/educar para participar)
▪ ex. CETESB de portas abertas
▪ Todos trabalhando em conjunto para achar melhores soluções na proteção do meio ambiente
▪ Pressupõe o direito à informação para que a coletividade possa participar da defesa do meio ambiente.

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL: art. 225, caput da CF


▪ Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.

o DECLARAÇÃO DO RIO-92
▪ Princípio 10 - A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado,
de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas
ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades
perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão
facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando as informações à disposição de todos.
Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à
compensação e reparação de danos.

o FORMAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR

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▪ Medidas legislativas: plebiscito (art. 14, I CF), referendo (art.14, II CF) e iniciativa popular (art.14, III CF)
▪ Medidas administrativas: direito de informação (art. 5º, XXXIII CF), direito de petição (art. 5º, XXXIV CF)
▪ Medidas processuais: ação popular (art. 5º, LXXIII CF), ação civil pública (art.129, III CF)

➢ PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

o CONTEÚDO
▪ Possui grande proximidade com o princípio da participação e informação
▪ Estabelece ao Poder Público dois mandamentos:
- 1) garantir educação ambiental em todos os níveis de ensino.
- 2) conscientizar a população sobre a necessidade de preservação do meio ambiente.

▪ Foi instituída a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99).


- art. 10, §1º não exige a implantação de uma matéria específica,
- Prática integrada, contínua e permanente.

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL: art. 225, §1º, VI da CF


▪ VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação
do meio ambiente;

o PREVISÃO LEGAL: Art. 4º, V da Lei nº 6.938/81


▪ Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à
formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio
ecológico;

➢ PRINCÍPIO DO DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL

o PRINCÍPIO DO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO COMO DIREITO FUNDAMENTAL DA PESSOA HUMANA


o CONTEÚDO
▪ Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental do homem, pois tutela não só a
vida, mas a sadia qualidade de vida.
▪ Vida com qualidade e dignidade pressupõe um meio ambiente equilibrado
▪ Influências que o meio ambiente traz, em todas as suas vertentes, para o direito à vida, dignidade e na
concretização de outros direitos fundamentais

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o Rol do art. 5º da CF não é taxativo
▪ § 2º permite o reconhecimento de outros direitos decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL: art. 225, caput da CF


▪ Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.

o DECLARAÇÃO DO MEIO AMBIENTE DE ESTOCOLMO


▪ Princípio 1 - O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida
adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar,
tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. A este
respeito, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão
colonial e outras formas de opressão e de dominação estrangeira são condenadas e devem ser eliminadas.

o DECLARAÇÃO DO RIO-92
▪ Princípio 1 - Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito
a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.

➢ PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO

o CONTEÚDO
▪ Cooperar é agir em conjunto.
▪ Impactos ambientais ultrapassam as divisas territoriais, por isso a necessidade de ação em conjunto para a
preservação do meio ambiente.
▪ ex. poluição é um desafio que, para sua solução, necessita de uma ação em conjunto, principalmente dos
poluidores (trata-se de fenômeno que não se restringe à um âmbito só, gerando danos difusos –nacionais e
internacionais)

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL: art. 4º, IX CF


▪ Art. 4º - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

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o PREVISÃO LEGAL: Art. 77 da Lei nº 9.605/1998
▪ Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Governo brasileiro prestará,
no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado
para:

o Aplicável ao aspecto interno?


▪ Sim
▪ Fundamento: federalismo-cooperativo (art. 23, inc. VI, da CF).
▪ “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;”
▪ obs. o parágrafo único do art. 23 estabelece que normas de cooperação serão firmadas através de LC (LC 140/11
– essa lei estabelece o que cabe a cada ente federado realizar em relação a determinadas matérias)
- Entretanto, há a ideia do federalismo-cooperativo que mostra a aplicação do princípio da cooperação nas relações
externas e internas
- “art. 23, Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
nacional. “

➢ PRINCÍPIO DO LIMITE ou CONTROLE

o CONTEÚDO
▪ Poder Público estabelece padrões ambientais compatíveis com o meio ambiente equilibrado
▪ Cabe ao Poder Público definir o limite do que se considera socialmente tolerável (atente-se que essa definição se
relaciona com o princípio do poluidor pagador –padrões de qualidade ambiental e poluição lícita e ilícita)
▪ Resoluções do CONAMA: padrões relativos à qualidade da água, à emissão de ruídos, à emissão de gases
poluentes.
▪ CONAMA:
- Órgão com função deliberativa e consultiva
- Assessora o Governo e
- Delibera estabelecendo resoluções
- Essas resoluções que estabelecem os padrões de compatibilidade para um meio ambiente equilibrado

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL: art. 225, §1º, V da CF


▪ V - Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

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➢ PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL OU EQUIDADE

o CONTEÚDO
▪ Estabelece o dever de preservação e defesa do meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
▪ Dever de utilização dos recursos naturais de forma a permitir o uso adequado destes recursos pelas futuras
gerações.
▪ Solidariedade sincrônica (presentes gerações)
▪ Solidariedade diacrônica (futuras gerações)
▪ DICA: “DIA DE” – do futuro – por isso relacionado às futuras gerações

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL: art. 225, caput da CF


▪ Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.

o DECLARAÇÃO DO RIO-92
▪ Princípio 3 - O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas
equitativamente as necessidades ambientais e de desenvolvimento de gerações presentes e futuras.

➢ PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE

o CONTEÚDO
▪ Expansão da função social para outros setores (viés da tutela ambiental)
▪ Social voltado ao bem-estar comum: Por isso surge o viés da tutela ambiental, já que esta está atada ao bem
comum
▪ Exige o dever de exercer o direito de propriedade, respeitando o bem-estar da coletividade e o meio ambiente
(equilíbrio do bem-estar comum e ambiental).
▪ Propriedade como direito limitado (feixe de poderes com limitações em deveres): Não é absoluto

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL
▪ art. 5º, XXII e XXIII: O direito de propriedade é condicionado ao cumprimento da função social da propriedade
(art. 5º, XXII e XXIII da CF).

▪ art. 170, III: A ordem econômica é regida pelo cumprimento da função social da propriedade (Art. 170, III CF).

▪ art. 182, § 2º- função social da propriedade no meio urbano (relacionada ao plano diretor)

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- Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.

▪ art. 186 - função social da propriedade no meio rural


- Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

o PREVISÃO LEGAL – art. 1228, §1º do CC


▪ Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de
quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de
modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.

o EXEMPLOS:
▪ Área de Preservação Permanente
- todos que possuem uma propriedade com APP, não podem utilizá-la da forma que bem entenderem
- obrigação legal de preservação
- ex. mata ciliar
- limitação que recai sobre todos (não é indenizável)
- possui diversas funções ambientais
- cuida do bem estar da coletividade e do equilíbrio ambiental

▪ Reserva Legal
- voltada para a propriedade rural
- reserva de área de vegetação nativa (de preferência)
- possui diversas funções ambientais
- limitação geral
- o percentual varia conforme a região (em regra, não sendo Amazônia legal, será de 20%; se estiver na Amazônia
legal, deve-se verificar o bioma: floresta (80%), cerrado (35%), demais (20%)
- obs. note que o exercício de propriedade está limitado à deveres (tanto na APP quanto na RL)

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▪ JULGADO STJ: Resp 1.240.122 de 28.06.11
“1. Inexiste direito ilimitado ou absoluto de utilização das potencialidades econômicas de imóvel, pois antes até "da
promulgação da Constituição vigente, o legislador já cuidava de impor algumas restrições ao uso da propriedade
com o escopo de preservar o meio ambiente" (EREsp 628.588/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Seção, DJe
9.2.2009), tarefa essa que, no regime constitucional de 1988, fundamenta-se na função ecológica do domínio e
posse.”

o Portanto, cumprimento da função socioambiental da propriedade: são deveres que recaem sobre aquele que é
proprietário:
▪ são deveres que cabem à todos
▪ não são indenizáveis
▪ buscam o bem estar e proteção ambiental

➢ PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DE ATUAÇÃO ESTATAL

o PRINCÍPIO DA NATUREZA PÚBLICA DA PROTEÇÃO AMBIENTAL


o CONTEÚDO
▪ Estabelece caber ao Poder Público o dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado
para as presentes e futuras gerações
▪ Atuação obrigatória do Poder Público
▪ Natureza indisponível do meio ambiente
▪ Cooperação entre os entes e com a coletividade (comunicação entre os princípios – informação; cooperação;
participação)

o PREVISÃO CONSTITUCIONAL: art. 225, caput da CF


▪ Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.

➢ PRINCÍPIO DA UBIQUIDADE

o CONTEÚDO
▪ Todas as vezes que se tomam decisões ou medidas, haverá reflexos ambientais
▪ A proteção do meio ambiente deve ser levada em consideração sempre que uma medida social tiver que ser
desenvolvida
▪ Não há como dissociar o meio ambiente do ser humano

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▪ Toda medida de caráter social deve ser repensada em relação aos efeitos ambientais, questionando-se os
impactos que serão gerados na vida das pessoas. (Celso Antônio Pacheco Fiorillo)
▪ Relação com o antropocentrismo ou com o biocentrismo
▪ Integração do homem e meio ambiente

➢ PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO RETROCESSO

o CONTEÚDO
▪ Voltado em especial ao Poder Legislativo.
▪ Impede a diminuição dos padrões de proteção ambiental.
▪ obs. Apresenta dificuldades de implementação em razão da problemática em identificar o que caracterizaria
retrocesso (subjetivismo sobre se algo integra ou não o retrocesso)

o FUNDAMENTO
▪ Meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental.
▪ JULGADO STJ – Resp 302.906 de 26.08.2010
11. O exercício do ius variandi, para flexibilizar restrições urbanístico-ambientais contratuais, haverá de respeitar o
ato jurídico perfeito e o licenciamento do empreendimento, pressuposto geral que, no Direito Urbanístico, como no
Direito Ambiental, é decorrência da crescente escassez de espaços verdes e dilapidação da qualidade de vida nas
cidades. Por isso mesmo, submete-se ao princípio da não-regressão (ou, por outra terminologia, princípio da
proibição de retrocesso), garantia de que os avanços urbanístico-ambientais conquistados no passado não serão
diluídos, destruídos ou negados pela geração atual ou pelas seguintes.

➢ QUESTÕES DE CONCURSO

o Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: MPE-MT Prova: FCC - 2019 - MPE-MT - Promotor de Justiça Substituto1
o No Direito Ambiental, o dever de recompor o meio ambiente lesado ou de indenizar pelos danos causados refere-
se ao princípio
a) do poluidor-pagador.
b) do desenvolvimento sustentável.
c) do equilíbrio.
d) do limite.
e) da prevenção.

1
Resposta A

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o Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-SC Prova: CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto
o Uma associação de moradores de um bairro de determinado município da Federação propôs uma ação civil
pública (ACP) em desfavor da concessionária de energia local, para que seja determinada a redução do campo
eletromagnético em linhas de transmissão de energia elétrica localizadas nas proximidades das residências dos
moradores do bairro, alegando eventuais efeitos nocivos à saúde humana em decorrência desse campo
eletromagnético. Apesar de estudos desenvolvidos pela Organização Mundial da Saúde afirmarem a inexistência
de evidências científicas convincentes que confirmem a relação entre a exposição humana a valores de campos
eletromagnéticos acima dos limites estabelecidos e efeitos adversos à saúde, a entidade defende que há incertezas
científicas sobre a possibilidade de esse serviço desequilibrar o meio ambiente ou atingir a saúde humana, o que
exige análise dos riscos.
Nessa situação hipotética, o pedido da associação feito na referida ACP se pauta no princípio ambiental2
a) da precaução.
b) da proporcionalidade.
c) da equidade.
d) do poluidor-pagador.
e) do desenvolvimento sustentável

o Ano: 2019 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Vespertina
o O princípio ambiental da prevenção não se confunde com o princípio ambiental da precaução. O princípio da
prevenção se aplica quando existem elementos seguros para afirmar que uma determinada atividade é perigosa,
sendo que têm por objetivo impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, por meio da imposição de medidas
acautelatórias antes da implantação de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras. 3
a) Certo b) Errado

o Ano: 2014 - Banca: MPE-SC - Órgão: MPE-SC - Prova: Promotor de Justiça


o Admitindo-se a existência de distinção entre os princípios da precaução e da prevenção, pode-se afirmar que uma
Ação Civil Pública visando a proibição do comércio de determinado produto transgênico, sobre o qual ainda paira
incerteza científica a respeito das conseqüências de seu uso à saúde humana e ao equilíbrio do meio ambiente,
estaria fundamentada no princípio da prevenção. 4
( ) Certo
( ) Errado

2
Resposta A
3
Resposta: Certo
4
Resposta: Errado

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o Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto
o A responsabilidade civil do poluidor-pagador5
a) é de natureza subjetiva.
b) é de natureza objetiva.
c) nunca exige demonstração do dano causado.
d) nunca exige demonstração do nexo causal

o Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-MT Prova: Juiz Substituto6


o A internalização do custo ambiental, transformando a externalidade negativa, ou custo social, num custo privado,
visa impedir a socialização do prejuízo e a privatização dos lucros. Este é o objetivo do princípio
a) do poluidor-pagador.
b) da função social da propriedade.
c) da prevenção.
d)da precaução.
e) da cooperação.

o Ano: 2018, Banca: Órgão: MPE-MS, Prova: Promotor de Justiça7


Considere as assertivas a seguir:
I. Uma das facetas do princípio do poluidor-pagador é evitar as externalidades negativas.
II. Para a maioria da doutrina que faz a diferenciação entre estes dois princípios, o princípio da precaução é aplicável
aos casos em que os impactos ambientais são conhecidos e devem ser evitados ou mitigados, enquanto o princípio
da prevenção é aplicável aos casos em que não há certeza científica sobre os riscos e os impactos ambientais da
atividade a ser exercida.
III. As Resoluções do CONAMA que tratam de padrões máximos de emissão de poluentes têm por fundamento o
princípio do limite ou controle.
IV. O princípio da Ubiquidade é aquele segundo o qual as presentes gerações não podem utilizar os recursos
ambientais de maneira irracional, de modo a privar as gerações futuras de um ambiente ecologicamente
equilibrado.
V. A cobrança pelo uso da água prevista na Lei de Recursos Hídricos e a compensação ambiental prevista na Lei do
Sistema Nacional de Unidades de Conservação são exemplos de aplicação prática do princípio do usuário-pagador.
o Em atenção aos princípios do Direito Ambiental, assinale a alternativa correta:
A) Todas as assertivas estão corretas.
B) Somente as assertivas I, III e V estão corretas.
C) Somente as assertivas I, II, IV e V estão corretas.

5
Resposta B
6
Resposta A
7
Resposta B

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D) Somente as assertivas II, III, IV e V estão corretas.
E) Somente as assertivas II, III e IV estão corretas.

o Ano: 2017, Banca: VUNESP, Órgão: TJ-SP, Prova: Juiz Substituto8


o Em relação ao princípio da precaução, é correto afirmar:
a) implica a ideia de um conhecimento completo sob os efeitos de determinada técnica – domínio científico – sobre
causas e efeitos de seu uso e, em razão do potencial lesivo já diagnosticado, impõe que se evite a ocorrência desses
danos já conhecidos.
b) o uso de técnicas e pesquisas de organismos geneticamente modificáveis não deve ser regulado pelo princípio
da precaução e sim pelo princípio da prevenção.
c) foi aceito pela doutrina e jurisprudência brasileiras com o advento da Lei n° 11.105/2005 quando foi explicitado
no ordenamento jurídico.
d) objetiva regular o uso de técnicas sob as quais não há um domínio seguro de seus efeitos.

o Ano: 2017, Banca: FCC, Órgão: TJ-SC, Prova: Juiz Substituto9


o O pagamento por serviços ambientais − PSA tem por fundamento
a) a legislação estrangeira, não encontrando base no ordenamento jurídico brasileiro.
b) o princípio da solidariedade intergeracional.
c) o princípio do protetor-recebedor.
d) o princípio do usuário-pagador.
e) o princípio do poluidor-pagador.

o Ano: 2013 - Banca: FGV - Órgão: TJ-AM - Prova: Juiz10


o A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, em acórdão unânime relatado pelo Ministro Antonio Herman
Benjamin, asseverou que "Não mais se admite, nem se justifica, que para produzir ferro e aço a indústria brasileira
condene as gerações futuras a uma herança de externalidades ambientais negativas, rastros ecologicamente
perversos de uma atividade empresarial que, por infeliz escolha própria, mancha sua reputação e memória, ao
exportar qualidade, apropriar-se dos benefícios econômicos e, em contrapartida, literalmente queimar, nos seus
fornos, nossas florestas e bosques, que, nas fagulhas expelidas pelas chaminés, se vão irreversivelmente.“
o Assinale a alternativa que indica o princípio geral do direito ambiental violado no trecho transcrito.
a) Desenvolvimento sustentável
b) Poluidor-pagador
c) Informação

8
Resposta D
9
Resposta C
10
Resposta A

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d) Participação
e) Precaução.

o 2017, TRF - 5ª REGIÃO, Prova: Juiz Federal Substituto11


o A Lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei n.º 9.985/2000), em seu art.
36, estabelece a seguinte modalidade de compensação ambiental: nos casos de licenciamento ambiental de
empreendimentos de significativo impacto ambiental, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e a
manutenção de unidade de conservação do grupo de proteção integral.
o Considerando essa informação, assinale a opção que apresenta o princípio que embasa tal previsão legal,
conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).
a) função social da propriedade
b) usuário-pagador
c) preponderância do interesse público
d)solidariedade intergeracional
e) Precaução

o Ano: 2014 - Banca: VUNESP - Órgão: TJ-PA - Prova: Juiz de Direito Substituto12
o É correto afirmar que
a) o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa e o direito de reavê-la do poder de quem quer
que injustamente a possua ou detenha desde que esse possuidor/detentor não esteja respeitando o princípio da
função socioambiental do bem.
b) o conceito de função socioambiental da propriedade é aplicável especificamente à propriedade privada, em zona
urbana ou rural, sendo inseparável do requisito obrigatório do uso racional da propriedade e dos recursos naturais
que lhe são integrantes.
c) a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem reconhecendo que a função socioambiental da propriedade
é princípio constitucional e, no caso da propriedade rural, engloba exclusivamente a utilização adequada dos
recursos naturais e a exploração favorável ao bem-estar dos proprietários e trabalhadores.
d) o descumprimento da função socioambiental da propriedade, por não ser contrário ao fixado no art. 225 da
Constituição Federal de 1988, autoriza o esvaziamento do conteúdo mínimo do direito de propriedade sem a
exigência de pagamento de indenização.
e) o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de
modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, entre outros bens ambientais,
a flora, a fauna e as belezas naturais, em atendimento ao princípio da função socioambiental da propriedade.

11
Resposta B
12
Resposta E

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o Ano: 2014 - Banca: VUNESP - Órgão: TJ-SP - Prova: Juiz13
o Novamente quanto ao tema dos princípios do Direito Ambiental, o que determina que aquele que se utiliza ou
usufrui de algum recurso natural deve arcar com os custos necessários para possibilitar tal uso configura o princípio
a) do usuário-pagador.
b) da função socioambiental da propriedade.
c) do poluidor-pagador.
d) do desenvolvimento sustentável.

o Ano: 2011 - Banca: VUNESP - Órgão: TJ-SP - Prova: Juiz14


Leia atentamente as assertivas que seguem e, depois, proceda à sua vinculação com os princípios enunciados, na
correta ordem sequencial.
I. Manter as bases vitais da produção e reprodução do homem e de suas atividades, e igualmente garantir uma
relação satisfatória entre os homens e destes com o seu ambiente, para que as futuras gerações também tenham
oportunidade de desfrutar os mesmos recursos que temos hoje à nossa disposição.
II. Assegurar a solidariedade da presente geração em relação às futuras, para que também estas possam usufruir,
de forma sustentável, dos recursos naturais.
III. Impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, por meio da imposição de medidas acautelatórias, antes da
implantação do empreendimento e atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras.
IV. Instituir procedimentos capazes de embasar uma decisão racional na fase de incertezas e controvérsias, de
forma a diminuir os custos da experimentação.
V. Internalizar os custos resultantes dos danos ambientais, ou seja, levá-los em conta na elaboração dos custos de
produção e, consequentemente, assumi-los.
VI. Evitar que o “custo zero” dos serviços e recursos naturais acabe por conduzir o sistema de mercado à
hiperexploração do meio ambiente
Assinale a alternativa correta.
a) Desenvolvimento sustentável, solidariedade intergeracional, prevenção, precaução, poluidor-pagador, usuário
pagador.
b) Desenvolvimento sustentável, solidariedade intergeracional, precaução, prevenção, poluidor-pagador, usuário
pagador.
c) Solidariedade intergeracional, desenvolvimento sustentável, precaução, prevenção, usuário pagador, poluidor-
pagador.
d) Solidariedade intergeracional, desenvolvimento sustentável, prevenção, precaução, poluidor-pagador, usuário
pagador.

13
Resposta A
14
Resposta D

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e) Desenvolvimento sustentável, solidariedade intergeracional, prevenção, precaução, usuário pagador, poluidor-
pagador.

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 3

ROTEIRO DE AULA

• O DIREITO AMBIENTAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA AMBIENTAL

➢ REFERÊNCIAS EXPLÍCITAS AO MEIO AMBIENTE NA CF/88

o Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
▪ Lembre-se que o conceito de meio ambiente, do ponto de vista doutrinário, engloba o conceito de meio ambiente
cultural

o Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

o Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;

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o Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para
a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
▪ obs. O MP é o órgão com maior representação na propositura de ACP

o Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI -
defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos
e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
▪ Lembre-se da importância da relação entre ordem econômica, meio ambiente e relações sociais
▪ Concepção ligada ao conceito de desenvolvimento sustentável

o Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: II - utilização adequada dos recursos naturais
disponíveis e preservação do meio ambiente;
▪ Lembre-se que o Estatuto da Terra já fazia menção ao cumprimento da função social ambiental da propriedade
rural, sendo essa concepção levada para a CF/88

o Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: VIII - colaborar na
proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
▪ O meio ambiente laboral está fundamentando nesse inciso (informação que suporta o conceito doutrinário de
meio ambiente, trazendo como espécie do gênero)

o Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 3º Compete à lei federal:
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou
programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos,
práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

o Art. 5º, LXXIII – Ação Popular


o Art. 23, inc. VI e art. 24, inc. VI e VIII – Repartição de Competências Ambientais
o Art. 129, III – Função institucional do MP
o Art. 170, VI – Princípio do Ordem Econômica
o Art. 186, II – Cumprimento da função social da propriedade rural
o Art. 200, VIII – Atribuição do SUS
o Art. 220, §3º, II - Comunicação social

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➢ A ANÁLISE DO ART. 225 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

o CF/88 - capítulo ao meio ambiente.


▪ a CF/88 foi a primeira a destinar um capítulo para a proteção do meio ambiente

o O art. 225 da CF/88:


▪ Caput – norma-matriz
▪ §1º - atribuições do Poder Público
▪ §2º a §7º - determinações relacionadas a objetos e setores.

o Norma-matriz: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
▪ “TODOS TÊM DIREITO”:
- Brasileiros natos, naturalizados e estrangeiros residentes no País (destinatários do art. 5º da CF).
- Direito oponível contra todos.
-Visão antropocêntrica x visão biocêntrica
- Atente-se que o caput é antropocêntrico, pois coloca o meio ambiente como objeto da relação jurídica (trata-se
de bem de uso comum) – homem no centro dos interesses da defesa do direito ambiental
- Lembre-se que há passagens, tanto na CF/88 quanto nas legislações infraconstitucionais, que possuem um viés
biocêntrico (Ex. proteção dos animais - §1º, VII do art. 225; conceito de meio ambiente, no art. 3º, I da Lei 6.938/81,
baseado em elementos da natureza)

▪ MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO


- Meio ambiente salubre, sem poluição.
- Direito fundamental do homem:
i) Indisponível.
ii) Direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão)

- RELEMBRANDO:

- Obs. o caput do art. 225 se refere a uma visão macro de bem ambiental (equilíbrio sistêmico)

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▪ BEM DE USO COMUM DO POVO E ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA:
- Bem de natureza difusa/coletiva
- Poder Público é gestor do meio ambiente.
- Não é propriedade do Poder Público.
- A concepção de uso comum do povo traz a ideia de função socioambiental da propriedade
- Não é um bem ilimitado (há limites na utilização)
- Deveres que recaem sobre todos em prol de um meio ambiente equilibrado

▪ IMPONDO-SE AO PODER PÚBLICO E À COLETIVIDADE O DEVER DE DEFENDÊ-LO E PRESERVÁ-LO:


- Dever constitucional de tutela do meio ambiente (não é um dever moral)
- Comprometimento de todos
- Cidadão também tem dever: Não é mero destinatário.

▪ PARA AS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES:


- Solidariedade intergeracional.
- Direito reconhecido para pessoas que ainda não existem (futuras gerações).
- “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Trata-se de um típico direito de terceira geração
(ou de novíssima dimensão), que assiste a todo o gênero humano (RTJ 158/205-206). Incumbe, ao Estado e à própria
coletividade, a especial obrigação de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras gerações, esse
direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual (RTJ 164/158-161). O adimplemento desse encargo, que
é irrenunciável, representa a garantia de que não se instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos
intergeneracionais marcados pelo desrespeito ao dever de solidariedade, que a todos se impõe, na proteção desse
bem essencial de uso comum das pessoas em geral. Doutrina. “ (STF - ADI-MC: 3540 DF, Relator: CELSO DE MELLO,
01/09/2005, Tribunal Pleno)

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o ATRIBUIÇÕES DO PODER PÚBLICO
▪ “§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:”
▪ Satisfação do direito consagrado no caput;
▪ Deveres aos entes federados (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).
▪ Observância dos artigos 21 a 25 e no artigo 30, todos da Constituição Federal. (A interpretação desses deveres
deve ocorrer conforme a distribuição de competências desses artigos)

▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos
ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
- Preservar e restaurar têm significados distintos:

- Obs. Portanto, preservar é manter


- Obs. 2. Restaurar é trabalhar com a ideia de que houve um dano e, por isso, deve-se voltar ao mais próximo
possível da situação anterior

- PROCESSOS ECOLÓGICOS ESSENCIAIS:


i) Não há conceito jurídico.
ii) Garantem a vida, alimentos, saúde, manutenção das espécies e ecossistemas.
iii) “aqueles que garantem o funcionamento dos ecossistemas e contribuem para a salubridade e higidez do meio
ambiente” (Édis Milaré)
iv) “governados, sustentados ou intensamente afetados pelos ecossistemas, sendo indispensáveis à produção de
alimentos, à saúde e a outros aspectos da sobrevivência humana e do desenvolvimento sustentado (José Afonso da
Silva)

- PROVER O MANEJO ECOLÓGICO DAS ESPÉCIES E ECOSSISTEMAS:


i) Obrigação de gestão ambiental, conservando-as e recuperando-as, com a utilização de recursos sem afetar suas
características essenciais.
ii) “VIII - manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos
ecossistemas;” (art. 2º, inc. VIII da Lei nº 9.985/00)

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iii) manejo é gestão; uma forma de administrar
iv) ideia de manter o que se tem, utilizando-se sem deixar de realizar a manutenção

-Resumo do inciso I

- Veja, portanto, que nesse inciso há uma proteção voltada para o meio ambiente natural

▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: II - preservar a diversidade e a
integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;
- Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país
i) Veja a palavra preservar constando novamente
ii) Biodiversidade - diversidade de espécies vivas na Terra.
iii) Biodiversidade é “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os
ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.” (Art. 2º, III da Lei
9.9985/00)
iv) Art. 2º, I da Lei nº 13.123/2015 “I - patrimônio genético - informação de origem genética de espécies vegetais,
animais, microbianas ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres
vivos;”
v) Emprego na biotecnologia e na engenharia genética.
vi) Atividades e obras que extingam espécies são inconstitucionais.
vii) Preservação da diversidade e do patrimônio genético
viii) Sempre visando o meio ambiente equilibrado

- FISCALIZAR AS ENTIDADES DEDICADAS À PESQUISA E MANIPULAÇÃO DE MATERIAL GENÉTICO;


i) A Lei 11.105/05 dispõe sobre organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados
ii) Diretrizes:
ii.1) estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia,

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ii.2) a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal,
ii.3) a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente (art. 1º da Lei nº 11.105/2005).
iii) Lembre-se que essa Lei foi a primeira norma que trouxe o princípio da precaução de forma expressa – o princípio
trata do campo das incertezas científicas
iv) “§2º As atividades e projetos de que trata este artigo são vedados a pessoas físicas em atuação autônoma e
independente, ainda que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas.” (art. 2º, §2º
da Lei nº 11.105/2005).
v) A LC 140/11 (art. 7º, XIX): ação administrativa da União controlar a exportação de componentes da biodiversidade
brasileira na forma de espécimes silvestres da flora, micro-organismos e da fauna, partes ou produtos deles
derivados.

▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: III - definir, em todas as unidades da
federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção;
- Espaços territoriais especialmente protegidos:
i) Instrumento de tutela do meio ambiente ecologicamente equilibrado;
ii) Áreas com potencial ecológico e características especiais;
iii) Preservação de sua biodiversidade.
iv) “VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal,
tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas” (art. 9º, VI da Lei
nº 6.938/81).
v) Trata-se de conceito gênero: abrange uma série de espaços que merecem proteção especial
vi) O que são espaços territoriais especialmente protegidos? R- São espaços geográficos, públicos ou privados,
dotados de atributos ambientais relevantes, que, por desempenharem papel estratégico na proteção da
diversidade biológica existente no território nacional, requerem sua sujeição, pela lei, a um regime de interesse
público, através da limitação ou vedação do uso dos recursos ambientais da natureza pelas atividades econômicas.
(Édis Milaré)
vii) Disposição constitucional não se limita a nomenclaturas de espaço territorial.
viii) Qualquer espaço que tenha atributos relevantes aptos a ser especialmente protegido (art. 225, §1º, III CF)
ix) STF ADI 3.540:
a) Rol meramente exemplificativo (que, inclusive, não está adstrito ao meio ambiente natural- ex. bem tombado é
um bem ambiental cultural que é especialmente tutelado)
b) Espaços territoriais especialmente protegidos incluem as Áreas de -Preservação Permanente, a Reserva Legal e
as Unidades de Conservação

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- SENDO A ALTERAÇÃO E A SUPRESSÃO PEMRITIDAS SOMENTE ATRAVÉS DE LEI, VEDADA QUALQUER UTILIZAÇÃO
QUE COMPROMETA A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS QUE JUSTIFIQUEM SUA PROTEÇÃO;
i) Exemplo: Unidade de conservação criada por decreto.
obs. Redução ou extinção (desafetação) através de lei específica
ii) “Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público. [...] § 7o A desafetação ou redução
dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica.”
iii) Portanto, qualquer espaço territorial especialmente protegido somente pode deixar de existir ou ter seu espaço
diminuído através de lei
iv) No caso das UC (espécie de espaço territorial especialmente protegido) há, ainda, outra especificidade: necessita
de lei ESPECÍFICA

▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV - exigir, na forma da lei, para
instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
- Espécie de AIA (instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente – art. 9º, III da Lei nº 6.938/81)
- Instrumento do princípio da prevenção.

- ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL:


i) estudo multidisciplinar,
ii) realizado por equipe multidisciplinar,
iii) indica os pontos favoráveis e desfavoráveis de um determinado empreendimento,
sugere medidas cabíveis à mitigação dos impactos ambientais.
iv) Quando é exigido? R- Para toda obra ou atividade potencialmente acusadora de significativa degradação
ambiental (sempre para atividade que ainda não existe ou foi construída)

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v) Pode uma lei dispensar o EPIA/RIMA? R- Não – STF:
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 182, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SANTA
CATARINA. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL. CONTRAIEDADE AO ARTIGO 225, § 1º, IV, DA CARTA DA REPUBLICA.
A norma impugnada, ao dispensar a elaboração de estudo prévio de impacto ambiental no caso de áreas de
florestamento ou reflorestamento para fins empresariais, cria exceção incompatível com o disposto no mencionado
inciso IV do § 1º do artigo 225 da Constituição Federal. Ação julgada procedente, para declarar a
inconstitucionalidade do dispositivo constitucional catarinense sob enfoque.” (STF - ADI: 1086 SC, Relator: ILMAR
GALVÃO, 10/08/2001)

▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: V- controlar a produção, a
comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade
de vida e o meio ambiente;
- Fundamenta: princípio do limite e princípio da precaução
- Fala-se em risco, por isso fundamenta o princípio da precaução
- Fala-se, ainda, em controle, por essa razão fundamenta o princípio do limite (estabelecimento de padrões)
- Deve controlar atividades que comportem risco para a vida, para a qualidade de vida e para o meio ambiente.
- Observe que basta o risco para a qualidade de vida, não necessitando se falar em dano
- Exemplos: energia nuclear, comercialização de agrotóxicos, emprego de biotecnologia, manipulação genética.
- Lei nº 7.802/1989 - rege a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino
final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos,
seus componentes e afins (art. 1º).
- Lei nº 11.105/2005 - estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre organismos
geneticamente modificados – OGM e seus derivados
- Lei nº 12.305/2010 - institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e
instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos,
incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos
aplicáveis.

▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VI - promover a educação ambiental
em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
- Princípio da educação ambiental
- Efetivada mediante a informação ambiental, servindo ao processo de educação do indivíduo e da sociedade.
- Objetivo - desenvolver a consciência ecológica da sociedade.
- Duas obrigações do Poder Público:
i) promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino (educação ambiental) e

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ii) desenvolver a consciência ecológica da sociedade (informação ambiental).

▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VII - proteger a fauna e a flora,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade
- Inspiração biocêntrica ao proteger as espécies da fauna e da flora.
- Três vedações :
1ª) práticas que coloquem em risco sua função ecológica;
2ª) práticas que provoquem a extinção de espécies e
3ª) práticas que submetam os animais a crueldade

- Veja que, na primeira vedação, é mencionado, novamente, o risco (bastando esse) e não, necessariamente o
prejuízo

- Caça profissional (Lei nº 5.197/67)- Art. 2º É proibido o exercício da caça profissional

- Pesca clandestina (Lei nº 9.605/98)- Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante;
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.

- Lei nº 9.605/98 - Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença
expedida por autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

- Decreto nº 6.514/08 - Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o
processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências.
Art. 38. Importar ou exportar quaisquer espécies aquáticas, em qualquer estágio de desenvolvimento, bem como
introduzir espécies nativas, exóticas ou não autóctones em águas jurisdicionais brasileiras, sem autorização ou
licença do órgão competente, ou em desacordo com a obtida:
Multa de R$ 3.000,00 a R$ 50.000,00, com acréscimo de R$ 20,00 por quilo ou fração do produto da pescaria, ou
por espécime quando se tratar de espécies aquáticas, oriundas de produto de pesca para ornamentação.
§ 1º Incorre na mesma multa quem introduzir espécies nativas ou exóticas em águas jurisdicionais brasileiras, sem
autorização do órgão competente, ou em desacordo com a obtida.

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- art. 225, §7º - Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as
práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215
desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.“ (EC
96/17)

- do §7º se extrai que não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que:
i) manifestações culturais;
ii) registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro e
iii) regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos

- OBJETIVO DA EC 96/17:
i) Contrapor-se à decisão do STF (ADI 4983/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 06/10/2016)
ii) atividade da “vaquejada” inconstitucional: tratamento cruel dispensado aos animais.
iii) Vaquejada: prática cultural comum nos Estados do nordeste do Brasil (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Alagoas e Bahia).

- CONFLITO DE NORMAS CONSTITUCIONAIS SOBRE DIREITOS FUNDAMENTAIS:


i) CF/88 proíbe as práticas que submetam os animais a crueldade (art. 225, § 1º, VII);
ii) CF/88 garante o pleno exercício dos direitos culturais, das manifestações culturais e determina que o Estado
proteja as manifestações das culturas populares (art. 215, caput e § 1º).

- SUBMISSÃO DOS ANIMAIS A CRUELDADE


i) Inconstitucionalidade:
ii) Prática cultural do Estado de Santa Catarina da farra do boi;
iii) Leis estaduais que autorizaram a realização das brigas e rinhas de galo,
iv) “COSTUME - MANIFESTAÇÃO CULTURAL - ESTÍMULO - RAZOABILIDADE- PRESERVAÇÃO DA FAUNA E DA FLORA -
ANIMAIS - CRUELDADE. A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando
a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância da norma do inciso VII do artigo 225 da
Constituição Federal, no que veda prática que acabe por submeter os animais à crueldade. Procedimento
discrepante da norma constitucional denominado "farra do boi".” (STF - RE: 153531 SC , Relator: Min. FRANCISCO
REZEK, 03/06/1997)

-Note que o preceito de tutela das manifestações culturais não afasta o respeito ao preceito da vedação de práticas
cruéis contra os animais
- Portanto, observa-se um limite para essa tutela das práticas culturais relacionadas com animais

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- Inconstitucionalidade da vaquejada.
i) Crueldade contra os animais.
ii) Proibição da crueldade prevalece sobre a proteção cultural
iii) Tortura e os maus-tratos sofridos pelos bovinos durante a prática da vaquejada.
iv) Mesmo na condição de manifestação cultural regional, a atividade não está imune aos outros valores
constitucionais, em especial à proteção ao meio ambiente.
v) ADI 5.772 – questiona a constitucionalidade da EC 96/17 (ADI ainda não julgada)

o obs. Daqui para baixo tratará dos parágrafos do art. 225, que abordam setores de atividades específicas

o § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
▪ Observe que o constituinte, ao considerar que a atividade é realmente impactante, menciona a recuperação:
- Diferencia de outras passagens que mencionam, por exemplo, o risco
- Aqui, trabalha-se diretamente com a ideia do dano

▪ A exploração de recursos minerais é de grande relevância para a economia, por isso se busca o menor dano
possível nessas atividades
▪ Atividade de grande impacto ambiental;
▪ Obrigação de recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público
competente;
▪ Conciliação do desenvolvimento econômico-social com a preservação do meio ambiente;
▪ Princípio do Desenvolvimento Sustentável.

o § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
▪ TRÍPLICE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL:
- Responsabilidade civil
- Responsabilidade penal
- Responsabilidade administrativa

▪ RESPONSABILIDADE CIVIL - objetiva


- Não há necessidade da demonstração do elemento subjetivo (bastando o dano)
- Observe que abarca os danos ao meio ambiente e aos terceiros afetados pela atividade (ex. pescador que não
pode mais pescar em rio poluído)

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- Art. 14, §1º da Lei nº 6.938/81: § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente
e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor
ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.

▪ RESPONSABILIDADE PENAL - subjetiva


- Possibilidade de punição penal da pessoa jurídica (legitimidade a Lei nº 9.605/98).
- Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta
Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou
partícipes do mesmo fato.
- Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento
de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

▪ RESPONSABILIDADE ADMINISTRATRIVA – objetiva ou subjetiva?? Discussão doutrina e jurisprudência


- A tendência é considerar como subjetiva
- Lei nº 9.605/98 – art. 72, §3º, I e II
“§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão
competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.”

- Posições sobre a responsabilidade administrativa:

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- 1ª Seção do STJ: em julgado recente adotou a posição da responsabilidade subjetiva em razão da natureza
repressiva (Resp. 1.318.051):
i) 1ª Seção: exige demonstração de conduta praticada pelo transgressor
ii) Nexo causal entre conduta e dano
iii) “a responsabilidade civil por dano ambiental é subjetivamente mais abrangente do que as responsabilidades
administrativa e penal, não admitindo estas últimas que terceiros respondam a título objetivo por ofensas
ambientais praticadas por outrem” (Ministro Mauro Campbell Marques)

▪ Resumo da tríplice responsabilidade:

o § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato Grossense e a Zona
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
▪ Proteção dos biomas:
- Floresta Amazônica brasileira
- Mata Atlântica
- Serra do Mar
- Pantanal Mato-Grossense e
- Zona Costeira
- Mnemônico: FMSP e o Z no final

▪ NÃO SÃO PATRIMÔNIO NACIONAL:


- Cerrado
- Caatinga e
- Campos sulinos (pampas)

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▪ O que significa ser “patrimônio nacional”?
- Relevância nacional
- Não transforma em bem público ou bem federal
- Não converte nenhuma propriedade existente nestes biomas em bens públicos e não impede a utilização (apenas
exige respeito às prescrições legais quanto ao uso).
- “o preceito consubstanciado no Art. 225, par.4., da Carta da Republica, além de não haver convertido em bens
públicos os imóveis particulares abrangidos pelas florestas e pelas matas nele referidas (Mata Atlântica, Serra do
Mar, Floresta Amazônica brasileira), também não impede a utilização, pelos próprios particulares, dos recursos
naturais existentes naquelas áreas que estejam sujeitas ao domínio privado, desde que observadas as prescrições
legais e respeitadas as condições necessárias a preservação ambiental”. (STF - RE: 134297 SP , Relator: Min. CELSO
DE MELLO, 13/06/1995)
- “Artigo 225, § 4º, da Constituição Federal . - Não é a Mata Atlântica, que integra o patrimônio nacional a que alude
o artigo 225, § 4º, da Constituição Federal, bem da União.” (STF - RE: 300244 SC, Relator: MOREIRA ALVES,
20/11/2001, Primeira Turma)

o §5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais.
▪ Terra devoluta - não está destinada a uso público e não integra qualquer patrimônio particular.
▪ Não são todas as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, indisponíveis.
▪ SOMENTE as necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
▪ INDISPONIBILIDADE INDEPENDE DA AÇÃO DISCRIMINATÓRIA
▪ É determinada em razão da origem do seu domínio e da finalidade a que se destina.
▪ As terras devolutas, ainda não arrecadadas ou arrecadadas por processo discriminatório ou em processo de
arrecadação, são indisponíveis, desde que necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

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o § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não
poderão ser instaladas.
▪ Atividade nuclear será admitida para fins pacíficos e a responsabilidade civil por danos nuclear
independentemente da existência de culpa (art. 21, XXIII, ‘a’ e ‘d’ CF)
▪ A instalação de usina nuclear exige a definição da sua localização por meio de lei federal.
▪ Com a definição do local: licenciamento ambiental

➢ COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA AMBIENTAL

o CF/88 - Capítulo destinado à defesa do meio ambiente.


o Relação direta com as atribuições expostas no art. 225 (e exploradas acima), que deverão ser analisadas com base
nesses artigos
o A repartição de competências fundamentada nos arts. 21 a 25 e no art. 30.
o Competência administrativa (material ou executiva)
o Competência legislativa
o Tutela mais ampla, mas com conflitos de competência.

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o COMPETÊNCIA MATERIAL EXCLUSIVA DA UNIÃO
▪ O art. 21, em seus incs. IX, XVIII, XIX, XX e XXIII determinou exclusivamente à União:
▪ IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico
e social;
▪ XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
▪ XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de
seu uso;
- Lei º 9.433/97 – Politica Nacional dos Recursos Hídricos

▪ XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;
- Lei nº 11.977/09 (Programa minha casa, minha vida)
- Lei nº 11.455/07 (Lei de Saneamento Básico)

▪ XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza.


▪ Observe que alguns temas são intuitivamente da União (calamidades, secas, inundações, saneamento, dentre
outros exemplos; possível utilizar esse raciocínio para o âmbito estadual e municipal também)

o COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO


▪ O art. 22 da CF previu a competência legislativa privativa da União Federal em relação:
a) a águas e energia (inc. IV):
b) a diretrizes da política nacional de transportes (inc. IX);
c) ao regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial (inc. X);
d) ao trânsito e transporte (inc. XI);
e) a jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia (inc. XII);
f) atividades nucleares de qualquer natureza (inc. XXVI).
▪ Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas
neste artigo.

o COMPETÊNCIA MATERIAL COMUM (art. 23 CF)


▪ Federalismo cooperativo: comum aos entes federados
▪ Pretende-se que todos os níveis de Governo unam-se em defesa do meio ambiente.
▪ III - para proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos,
as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

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▪ IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural;
▪ V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
▪ VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
▪ VII - preservar as florestas, a fauna e a flora.
▪ Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.
▪ Objetivo: equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
▪ LC 140/11 - Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição
Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas
decorrentes do exercício da competência comum.
▪ Objetivos:
I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão
descentralizada, democrática e eficiente;
II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a
dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais;
III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes
federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente;
IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e locais.

▪ INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO (art. 4º da LC 140/11) – veja que são instrumentos referidos no art. 4º como
instrumentos de cooperação de um ente em relação ao outro:
I - consórcios públicos;
II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder
Público;
III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal;
IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos;
V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro;
VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro.

o COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE (art. 24 da CF)


▪ observe que o Município não participa do rol do art. 24
▪ O art. 24 da CF estabeleceu competir à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

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VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;

▪ UNIÃO - competência para estabelecer as normas gerais – piso mínimo de proteção ambiental
▪ ESTADOS E DISTRITO FEDERAL - legislar de forma complementar:
- Inexistindo norma federal - os Estados e o Distrito Federal poderão exercer a competência legislativa plena.
- Superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

▪ Observação:
- Município - competência legislativa ambiental (art. 30, I e II da CF):
- Assuntos de interesse local
- Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber
- Veja que essa atuação pode existir mesmo que o Município não conste no art. 24

▪ Como interpretar se há conflito ou não em relação à norma federal?


- Não há conflito se a lei estadual for mais restritiva, trouxer maior proteção ambiental,
- Desde que não impeça a atividade (ex. a norma federal autoriza e a norma estadual veda determinada prática –
situação que não pode ocorrer)

▪ FIQUEM ATENTOS
- Amianto/asbesto (Lei 9.055/95): Art. 2º O asbesto/amianto da variedade crisotila (asbesto branco), do grupo dos
minerais das serpentinas, e as demais fibras, naturais e artificiais de qualquer origem, utilizadas para o mesmo fim,
serão extraídas, industrializadas, utilizadas e comercializadas em consonância com as disposições desta Lei.
- JULGAMENTO ADI 3937/SP – 24.08.2017
i) improcedente a ação direta (portanto correta a vedação),
ii) com a declaração incidental de inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 9.055/1995,
iii) vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Luiz Fux, que julgavam procedente a ação, e vencido
parcialmente o Ministro Alexandre de Moraes, que julgava improcedente a ação, sem declaração incidental de
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 9.055/95.

- POR QUE AS LEIS ESTADUAIS QUE PROIBIRAM O EMPREGO DE AMIANTO SÃO CONSTITUCIONAIS?
i) Lei nº 9.055/95 não é compatível com a CF/88
ii) Crisotila (espécie de amianto autorizada pelo art. 2º da Lei nº 9.055/95) é altamente cancerígena. Não existe uso
seguro.
iii) Contaminação do meio ambiente

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iv) Convenção 162 da OIT (Decreto nº 126/91) – determina a substituição do amianto por material menos danoso
ou banimento

- CONCLUSÃO
i) Antes o art. 2º da Lei nº 9.055/95 era considerado constitucional
ii) Atualmente, incompatível com a CF/88:
ii.1) ofensa à saúde do trabalhador;
ii.2) dever do Poder Público de redução dos riscos inerentes ao trabalho e
ii.3) ofensa ao meio ambiente.
iii) ADI 3937/SP – julgou constitucionais as leis estaduais e inconstitucional o art. 2º da Lei nº 9.055/95

o COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS (art. 30 CF)


▪ Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal
e estadual.

▪ DIREITO CONSTITUCIONAL E AMBIENTAL. PLANEJAMENTO URBANO. MEIO AMBIENTE E PAISAGEM URBANA.


PUBLICIDADE E PROPAGANDA EXTERNA. POLUIÇÃO VISUAL. INTERPRETAÇÃO DA LEI MUNICIPAL PAULISTA
14.223/2006. COMPETÊNCIA MUNICIPAL PARA LEGISLAR SOBRE ASSUNTOS DE INTERESSE LOCAL. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMNETO. SÚMULAS 282 E 356/STF. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 15.6.2009. (STF - AI:
799690 SP, Relator: Min. ROSA WEBER, Data de Julgamento: 10/12/2013)

o COMPETÊNCIA ESTADUAL (ART. 25 CF)


▪ Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.

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➢ QUESTÕES DE CONCURSO

o Ano: 2019, Banca: VUNESP, Órgão: TJ-RO, Prova: Juiz1


O artigo 225 da Constituição Federal constitui inovação no direito constitucional nacional, uma vez que, utilizando-
se de instrumentos existentes na Lei n° 6.938/81 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente), elevou ao plano da
Constituição a temática ambiental. (Maria Luiza Machado Granziera, Direito Ambiental, 5ª edição ver. e atual.,
editora Foco, 2019, p. 71)
Sobre Constituição e o Meio Ambiente, é correto afirmar que:
a) quanto à propriedade urbana, a Constituição Federal remete ao Plano de Desenvolvimento Urbano Setorial a
indicação de regras e exigências fundamentais de ordenação da cidade.
b) a propriedade, sob o viés da função social, passa a ter sentido jurídico quando submetida a valores sociais baseados
em uma ordem pública fundada em princípios que preservam o seu exercício (a propriedade) com caráter absoluto.
c) a expressão “bem de uso comum do povo”, que define o meio ambiente na Constituição, refere-se muito mais a
interesse, ou necessidade, do que a propriedade ou domínio.
d)sendo o meio ambiente um objeto do interesse de todos, está contido no rol dos bens sujeitos ao poder de polícia
indelegável da coletividade.
e) a noção de função social empregada à propriedade, extraída da Constituição Federal, associa-se à autonomia da
vontade.

o Ano: 2019, Banca: FCC, Órgão: TJ-AL, Prova: Juiz 2


A disciplina constitucionalmente estabelecida para a proteção do meio ambiente introduziu, como obrigação do
poder público, a definição dos espaços territoriais a serem especialmente protegidos,
A) definidos na própria Constituição Federal, podendo o constituinte estadual, por simetria, definir os espaços
localizados no respectivo território passíveis do mesmo nível de proteção máxima.
B) trazendo a necessidade de definição, por lei complementar federal, dos requisitos mínimos para que Estados e
Municípios possam instituir as limitações e medidas protetivas próprias de tal instituto.
C) conferindo à União, em caráter privativo, a prerrogativa de identificar, em cada unidade da federação, as áreas
passíveis de receber esse grau máximo de proteção ambiental.
D) impondo tal obrigação a todas as unidades da federação, sem, contudo, estabelecer um conceito único de espaço
territorial especialmente protegido, podendo tal proteção alcançar áreas públicas ou privadas.
E) os quais devem integrar o domínio público, impondo, assim, a necessidade de desapropriação quando a área que
contemple os atributos passíveis de tal grau de proteção pertença a particular.

1
Resposta C
2
Resposta D

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o Ano: 2015, Banca: VUNESP, Órgão: TJ-SP, Prova: Juiz3
A Constituição federal previu que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, estabelecendo
incumbências ao poder público para assegurar a efetividade desse direito. Dentre essas incumbências arroladas no
art. 225, não está a seguinte:
a) fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético.
b) definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos.
c) preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais.
d) exigir para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente a recuperação do meio ambiente degradado.

o Ano: 2017, TRF – 2ª Região, Prova: Juiz4


Quanto à relação entre mineração e direito ambiental é correto afirmar que:
a) A autorização de pesquisa mineral pressupõe o licenciamento ambiental da outorga de lavra.
b) A evidência de que a exploração de recursos minerais possa causar degradação ao meio ambiente não impede o
licenciamento, por si, já que a própria Constituição Federal refere que, nesta atividade, o meio ambiente degradado
será posteriormente recuperado, conforme a solução técnica exigida pelo órgão ambiental.
c) Na competência do Estado para registrar as concessões de direitos de pesquisa e lavra não se inclui a fiscalização
de tais atividades.
d) A emissão da outorga de lavra gera direito do empreendedor à obtenção da licença ambiental, ainda que com
condicionantes, exceto se a lavra se localizar em unidades de conservação.
e) O licenciamento ambiental de uma lavra não autoriza a realização de atividades que causem impacto ambiental
direto.

o 2015, Banca: FCC, Órgão: TJ-SC, Prova: Juiz5


Determinado Estado da Federação possui uma legislação sobre flora. A União, após intenso debate legislativo, trouxe
em lei federal normas gerais sobre a mesma matéria tratada na lei estadual. A lei estadual
a) fica revogada no que for contrário à legislação federal superveniente.
b) está automaticamente revogada.
c) pode ser revogada pelo Poder Legislativo Estadual
d) continua em vigor, mesmo os dispositivos que sejam contrários ao texto da lei federal.
e) fica com a eficácia suspensa no que for contrário à legislação federal superveniente.

3
Resposta D
4
Resposta B
5
Resposta E

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o Ano: 2014, Banca: MPE-SC, Órgão: MPE-SC, Prova: Promotor de Justiça6
A Mata Atlântica é considerada, pela Constituição Federal de 1988, patrimônio da União.
Certo
Errado

6
Resposta: ERRADO

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 4

ROTEIRO DE AULA

• ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL


➢ CONCEITO
o Estudo multidisciplinar,
o realizado por equipe multidisciplinar,
o indica os pontos favoráveis e desfavoráveis de um determinado empreendimento,
o sugere medidas cabíveis à mitigação dos impactos ambientais.
o ex. construção do novo autódromo do RJ; foi realizado o EIA; avaliando-se a área e o que será atingido; se é ou
não possível o empreendimento; quais possibilidades que devem ou podem ser adotadas para mitigar os impactos
ambientais;
o ex. construção de rodovia; qual traçado a ser escolhido; o estudo irá dizer se determinado traçado irá atingir uma
área específica; verificar a necessidade de desapropriação ou não; verificar se a área atinge espécies que necessitam
de proteção; dentre outras análises que o EIA abrange; sempre buscando as melhores soluções

➢ HISTÓRICO
o Lei de Zoneamento Industrial (art.10, §3º da Lei nº 6.803/80)
▪ Primeiro instrumento jurídico semelhante
▪ Aprovação das zonas componentes do zoneamento urbano
▪ “art. 10, §3º - Além dos estudos normalmente exigíveis para o estabelecimento de zoneamento urbano, a
aprovação das zonas a que se refere o parágrafo anterior, será precedida de estudos especiais de alternativas e de
avaliações de impacto, que permitam estabelecer a confiabilidade da solução a ser adotada.”

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o Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81, art. 9º, III)
▪ Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
▪ Instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente
▪ AIA é todo e qualquer estudo de avaliação de eventuais impactos ambientais. (Res. Conama 237/97)
▪ Não houve qualquer disposição sobre um conteúdo mínimo e sobre as hipóteses de cabimento (na PNMA)

o Resolução CONAMA nº 001/86 (art. 2º)


▪ 5 anos após a PNMA
▪ Nos CONSIDERANDOS da norma foi feita menção à AIA.
▪ Menção expressa (art. 2º) ao EIA
▪ Exemplificou situações.
▪ “Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental
- RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o
licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:”
▪ Art. 1º, III da Res. Conama 237/97 “III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento,
apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de
controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação
de área degradada e análise preliminar de risco.”
▪ Veja que o art. 1 º, III, acima, apresenta um rol exemplificativo
▪ Todo e qualquer estudo ambiental é um AIA
▪ AIA é gênero
▪ O EIA (EPIA) é espécie de AIA

o Espécies de AIA (art. 1º, III da Res. Conama 237/97):


▪ Análise preliminar de risco;
▪ Plano e projeto de controle ambiental;
▪ Diagnóstico ambiental;
▪ Plano de manejo;
▪ Plano de recuperação de área degradada;
▪ RAP (Relatório ambiental preliminar) e RAS (Relatório ambiental simplificado);
▪ EIV (Estudo de impacto de vizinhança) – art. 36 a 38 da Lei nº 10.257/01
▪ EPIA/RIMA

o CONSTITUIÇÃO FEDERAL: ART. 225, §1º, IV


▪ Traz o instrumento previsto expressamente

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▪ Status constitucional
▪ Acrescentou a palavra “prévio”
▪ Obrigatório:
- para a instalação de obra ou atividade
- potencialmente causadora de
- significativa degradação do meio ambiente.
- obs. potencialmente e significativa são dois conceitos jurídicos indeterminados (deve-se avaliar o que caracteriza
essas adjetivações)
- obs. a PNMA, no art. 3º, traz o conceito de degradação do meio ambiente

➢ Regulamentado pela Res. Conama 01/86


➢ Instrumento do princípio da prevenção. (O instrumento tem sua primeira razão de ser nesse princípio)
➢ Instrumento do princípio da precaução. (Também abrange situações de incertezas científicas)

➢ EXIGÊNCIA
o Obras ou atividades potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente.
o Degradação da qualidade ambiental: alteração adversa das características do meio ambiente (art. 3º, II da Lei nº
6.938/81).
o Conceitos jurídicos indeterminados: ‘significativa’ e ‘potencialmente’
o A CF trouxe a ideia de “prévio”, indicando que o estudo valeria para novas atividades, sendo um estudo anterior
o A CF determinou o cabimento
o Já existia, na Resolução CONAMA 001/86, um rol de situações em que seria exigido o EIA
o HIPÓTESES DE PRESUNÇÃO LEGAL DE SIGNIFICATIVA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
▪ Resolução CONAMA nº 001/86 (art. 2º)
▪ Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental
- RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o
licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
II - Ferrovias;
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; (atente-se para esse valor em prova objetiva)

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VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de
10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de
cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; (atente-se para esse valor em
prova objetiva)
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração;
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;
XI - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW; (atente-se
para esse valor em prova objetiva)
XII -Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de
álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir
áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da
SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes;
XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia.

o CÓDIGO FLORESTAL – ART.11-A, §3º


▪ §3º - São sujeitos à apresentação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e Relatório de Impacto Ambiental
- RIMA os novos empreendimentos:
I - com área superior a 50 (cinquenta) hectares, vedada a fragmentação do projeto para ocultar ou camuflar seu
porte;
II - com área de até 50 (cinquenta) hectares, se potencialmente causadores de significativa degradação do meio
ambiente; ou
III - localizados em região com adensamento de empreendimentos de carcinicultura ou salinas cujo impacto afete
áreas comuns.

o A exigência do EIA está na CF


o Resolução CONAMA nº 01/86 aplicável no que não seja incompatível com a CF/88
o Rol exemplificativo (“tais como”)

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o Rol tem caráter obrigatório?
▪ Há obrigatoriedade em realizar o EIA nas situações da Resolução, existindo divisão quanto a ser absoluta ou
relativa:

o Se houver dúvida sobre a potencialidade de significativa degradação ambiental da obra?


▪ In dubio pro natura.
▪ na dúvida, a decisão deve ser tomada em prol do meio ambiente
▪ Importância constitucional da tutela do meio ambiente. (bem de uso comum do povo, essencial para a sadia
qualidade de vida e deve ser preservado para a presente e futuras gerações)

o Pode uma lei dispensar o EPIA/RIMA?


▪ Não pode a lei ou Constituição estadual trazer dispensa geral de EPIA/RIMA
▪ A previsão é constitucional, por isso esses atos normativos infraconstitucionais não podem dispor de forma
contrária
▪ Lembre-se que a própria Resolução CONAMA citada deve ser interpretada em conformidade com a CF
▪ O STF já julgou como inconstitucional preceito de CE afastando a realização de EIA (já que cabe análise no caso
concreto de ser ou não potencialmente causadora de significativa degradação ambiental)

➢ MOMENTO DA REALIZAÇÃO
o Caráter preventivo
o Antes da decisão administrativa de outorga da licença prévia

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➢ EPIA e RIMA – diferenciação

o Note que o EPIA é a parte mais técnica do estudo


o Sendo que o relatório favorece o esclarecimento para o público
o A publicidade é voltada ao relatório, diante da acessibilidade deste

➢ EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
o Responsável pelo EPIA/RIMA
o Profissionais de diferentes áreas
o Cadastrados no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (art. 17, I da Lei nº
6.938/81) – qualquer profissional pode realizar desde que inscrito nesse cadastro (que é um dos instrumentos da
PNMA)
o Expensas do empreendedor (art. 11 da Res. Conama 237/97)
▪ Revogou o art. 7º da Res. Conama 01/86

o Responsáveis pelas informações apresentadas (sanções administrativas, civis e penais)


o RESPONSABILIDADE CIVIL
▪ A responsabilidade direta é do empreendedor, mas...
▪ A equipe multidisciplinar responde solidariamente com empreendedor (entendimento decorrente do conceito de
poluidor)
▪ Responsabilidade objetiva (art.14, §1º da Lei nº 6.938/81).
▪ Ação regressiva do empreendedor contra
- equipe multidisciplinar e
- órgão público que outorgou a licença

o RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
▪ Responderão perante os Conselhos Profissionais de sua respectiva categoria
▪ Responderão perante o IBAMA (Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental)
▪ Empreendedor: sanções estabelecidas no art. 72 da Lei nº 9.605/98

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o RESPONSABILIDADE PENAL
▪ Pessoas físicas e jurídicas
▪ Tipo penal específico
▪ “Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento
administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por
omissão:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em
decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa.”

➢ AUDIÊNCIA PÚBLICA
o Instrumento de participação popular
o Deve ser realizada em local acessível (a licença pode ser anulada se a audiência pública não preencher esse
requisito; obs. tudo que aparecer depois da audiência que não for realizada de forma adequada, será considerado
viciado)
o Não tem cunho obrigatório
o Pode ser convocada em quatro hipóteses
o Se convocada, passa a ser obrigatória
o Fundamento: princípio da informação e princípio da participação.
o Objetivo: expor as informações do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e recolher críticas e sugestões em
relação à instalação da atividade pretendida pelo empreendedor.
o HIPÓTESES PARA CONVOCAÇÃO:
▪ quando o órgão competente para a concessão da licença julgar necessário;
▪ por solicitação de entidade civil;
▪ a pedido de 50 ou mais cidadãos ou (atenção para o número)
▪ por solicitação do Ministério Público.

o Aspectos procedimentais relacionados à audiência pública estão dispostos nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e
nº 009/87

➢ CONTEÚDO MÍNIMO (art. 6º da Res. Conama 01/86)


o Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, completa descrição e análise dos recursos ambientais e
suas interações;

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o Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas;
o Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos;
o Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos).
o O EIA/RIMA deve ser público (em regra, devendo o sigilo ser fundamentado)
▪ Ressalvada a hipótese de sigilo industrial
▪ Empreendedor deve demonstrar a necessidade de adoção do sigilo.
▪ Uma forma de equilibrar a questão do sigilo com a publicidade, é dar publicidade apenas ao RIMA (não dando
publicidade para todo o EIA)
▪ CF, art. 225, §1º, “IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; “
▪ Art. 11 – “Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA será acessível
ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros de documentação ou bibliotecas
da SEMA e do estadual de controle ambiental correspondente, inclusive o período de análise técnica.” (Res.
Conama 01/86)
▪ Art. 2º, §2º da Lei nº 10.650/2003: “§ 2º É assegurado o sigilo comercial, industrial, financeiro ou qualquer outro
sigilo protegido por lei, bem como o relativo às comunicações internas dos órgãos e entidades governamentais.”

➢ Decisão do órgão ambiental é vinculada ao EIA/RIMA?


o Não está vinculada.
o Fundamento legal: art. 4º, VII da Lei 10.650/2003
o Em prova objetiva adotar a não vinculação
o obs. Em prova dissertativa é possível expandir a argumentação, já que se trata de decisão discricionária
(conveniência e oportunidade do administrador); em situações muito extremadas, em que o impacto seja de grande
lesão ou que não se justifique, caberia questionar a decisão do administrador (o desenvolvimento sustentável se
baseia nos pilares econômico, social e ambiental, sendo suporte para a decisão do administrador) – trata-se de
questão nebulosa, nunca tendo algo 100% positivo ou negativo na decisão do administrador
o É possível decidir de forma diversa da sugerida pelo EIA/RIMA, desde que devidamente motivada, sendo passível
de controle judicial.
o “Art. 4º - Deverão ser publicados em Diário Oficial e ficar disponíveis, no respectivo órgão, em local de fácil acesso
ao público, listagens e relações contendo os dados referentes aos seguintes assuntos: VII – registro de apresentação
de estudos de impacto ambiental e sua aprovação ou rejeição.”

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• LICENCIAMENTO AMBIENTAL
➢ Toda atividade humana que modifique as condições ambientais submete-se ao controle do Estado.
➢ Licenciamento ambiental é uma forma de controle. Decorre do poder de polícia (STF – ADIn 1.505/ES).1
➢ Os diplomas que cuidam do licenciamento ambiental são:
o Resolução CONAMA nº 237/1997
o LC nº 140/2011 (art. 23, parágrafo único, da CF).
o obs. há um PL que busca tratar do tema; ainda não foi aprovado; está tramitando

➢ INSTRUMENTO PREVENTIVO (art. 9º, inc. IV, da Lei nº 6.938/1981)


➢ OBSERVAÇÃO
o Resolução CONAMA 237/97 - Licenciamento ambiental ordinário
o Empreendimentos dotados de características específicas, pelo porte, pela natureza, localização - procedimentos
de licenciamento ambiental especial.
▪ Resolução CONAMA nº 06/88 - Controle de Resíduos industriais;
▪ Resolução CONAMA nº 273/00 - Revenda de combustíveis;
▪ Resolução CONAMA nº 305/02 - Atividades utilizadoras de Organismos Geneticamente Modificados;

1
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 187 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO ESPÍRITO
SANTO. RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL. APROVAÇÃO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. VÍCIO MATERIAL.
AFRONTA AOS ARTIGOS 58, § 2º, E 225, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. É inconstitucional preceito da Constituição
do Estado do Espírito Santo que submete o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA - ao crivo de comissão permanente e específica da
Assembléia Legislativa. 2. A concessão de autorização para desenvolvimento de atividade potencialmente danosa ao meio ambiente
consubstancia ato do Poder de Polícia --- ato da Administração Pública --- entenda-se ato do Poder Executivo. 3. Ação julgada
procedente para declarar inconstitucional o trecho final do artigo § 3º do artigo 187 da Constituição do Estado do Espírito Santo.

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➢ CONCEITO
o RES. CONAMA 237/97 (ART. 1º, I)
▪ Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a
localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis
ao caso.

o LEI COMPLEMENTAR Nº 140/11 (ART. 2º, I)


▪ Licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental.

o Procedimento administrativo no qual o órgão ambiental competente para o licenciamento licencia:


▪ Localização (licença prévia – LP),
▪ Instalação (licença de instalação – LI) e
▪ Operação (licença de operação – LO)
▪ de atividades que utilizam recursos naturais.
▪ conjunto de atos (procedimento administrativo)

➢ Fundamento (do licenciamento ambiental): Art. 10 da Lei nº 6.938/81


o Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental.
o NÃO CONFUNDIR: Fundamento do EIA/RIMA (art. 225, §1º, IV CF)

➢ DIFERENÇA ENTRE LICENCIAMENTO AMBIENTAL E LICENÇA AMBIENTAL


o Licenciamento ambiental = procedimento (conjunto de atos).
o Licença ambiental = um ato (art. 1º II da Res. Conama 237/97)
▪ Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições,
restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou
jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental.

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➢ ESPÉCIES DE LICENÇA AMBIENTAL
1) LICENÇA PRÉVIA (LP): Tem por objetivo aprovar a localização e atestar a viabilidade ambiental, estabelecendo os
requisitos para as próximas fases. Prazo de validade é de até 5 (cinco) anos, passível de renovação respeitado o limite
de 5 (cinco) anos.
▪ Meio ambiente em suas variadas espécies – cultural, do trabalho, natural, etc.
▪ ex. transposição do Rio São Francisco- deve-se pensar nos trabalhadores levados, escolas para as crianças, saúde,
moradia, dentre outros exemplos que devem ser levados em conta (abrangência da viabilidade ambiental)

2) LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI): tem por objetivo autorizar a instalação do empreendimento, uma vez cumprida as
condições estabelecidas. Prazo é de até 6 (seis) anos, podendo ser renovado desde que não extrapole este prazo.

3) LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO): tem por objeto a autorização do funcionamento do empreendimento, desde que
cumpridas as condições anteriores.
▪ Prazo mínimo de 4 anos
▪ Prazo máximo de 10 anos.
▪ Pode ser sempre renovada – desde que o pedido seja realizado com 120 dias de antecedência (se o pedido for
feito dentro desse prazo, não sendo julgada a renovação da licença, será automaticamente renovada – única
situação em que há a validade de licença por omissão do órgão ambiental)
▪ “§ 4o A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias
da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até
a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.” (art. 14, § 4º da LC 140/11)

➢ PRAZO PARA ANÁLISE DO PEDIDO DE LICENÇA AMBIENTAL


o O órgão ambiental tem prazo para análise do pedido (art. 14 da Res. Conama 237/97)
o Prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou
indeferimento.
o Casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública: o prazo será de até 12 (doze) meses.
o Veja que não se fala em emissão tácita (como existe no caso mencionado acima na LO)
o “§ 3o O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica emissão tácita
nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva referida no art.
15.” (art. 14, § 3º da LC 140/11)

➢ REVISÃO DA LICENÇA AMBIENTAL


o A licença ambiental concedida assegura ao titular permissão para a atividade desde que opere suas atividades
segundo as condições estabelecidas e que não haja alteração destas condições.
o CLÁUSULA REBUS SIC STANTIBUS

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o Se for descoberto que o empreendimento é nocivo ao meio ambiente, o órgão ambiental competente poderá,
mediante decisão motivada, modificar, suspender ou cancelar a licença expedida.
o SÃO TRÊS AS HIPÓTESES (ART. 19 DA RES. CONAMA 237/97) para a revisão:
▪ quando ocorrer a violação ou inadequação de quaisquer condições ou normas legais: hipótese de cassação da
licença;
▪ quando houver omissão ou falsa descrição de informações relevantes para a expedição da licença: hipótese de
anulação da licença; (ex. no caso de Brumadinho se falava na possibilidade de omissão de informações para uma
decisão na emissão de licença, fator que poderia favorecer o desastre ambiental)
▪ superveniência de graves riscos ambientais e a saúde: hipótese de revogação da licença.

➢ COMPETÊNCIA DA UNIÃO PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL (art. 7º, XIV, da LC nº 140/2011)


o IBAMA
▪ localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
▪ localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva;
▪ localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
▪ localizados ou desenvolvidos em unidades de conservações federais, exceto em Áreas de Proteção Ambiental
(APAs); (obs. UC do estado será competência do estado; UC do município, será competência do município; sempre
com a ressalva das APAS)
▪ localizados ou desenvolvidos em dois ou mais Estados;
▪ de caráter militar, excetuando-se os previstos no preparo e emprego das forças armadas, conforme LC nº
97/1999;
▪ que envolvam material radioativo e energia nuclear mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear;
▪ que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite
Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e
considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;

o obs. note que são todos temas tipicamente federais

➢ COMPETÊNCIA DOS ESTADOS PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL (art. 8º, XIV E XV da LC nº 140/2011)
o ÓRGÃO AMBIENTAL ESTADUAL
▪ empreendimentos ou atividades que não forem de competência da União ou Município.
▪ empreendimentos ou atividades nas unidades de conservação estaduais, exceto em Áreas de Proteção Ambiental
(APAs).

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➢ COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL (art. 9º, XIV da LC nº 140/2011)
o ÓRGÃO AMBIENTAL MUNICIPAL
▪ que causem ou possam causar impacto ambiental local, conforme tipologia definida pelos Conselhos Estaduais
de Meio Ambiente, conforme porte, potencial poluidor e natureza da atividade;
▪ nas unidades de conservação municipais, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs).

➢ COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL


o OBSERVAÇÃO
▪ REGRA: ente que instituiu a UC é responsável pelo licenciamento
▪ EXCEÇÃO: categoria APA

o EM ÂMBITO FEDERAL: Instituto Chico Mendes licenciará empreendimentos ou atividades nas Áreas de Proteção
Ambiental (APAs):
i. localizados ou desenvolvidos no Brasil e em país limítrofe;
ii. localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva;
iii. localizados ou desenvolvidos em dois ou mais Estados;
iv. de caráter militar; e
v. que atendam a tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo a partir de proposição da Comissão Tripartite
Nacional.
▪ OBSERVAÇÃO
- REPETE A REGRA GERAL DA UNIÃO
- EXCLUINDO:
a) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
b) que envolvam material radioativo e energia nuclear mediante parecer da Comissão Nacional de Energia
Nuclear;

o EM ÂMBITO ESTADUAL
▪ O órgão ambiental estadual competente licenciará empreendimentos ou atividades nas Áreas de Proteção
Ambiental (APAs) que não forem de competência da União e do Município.

o EM ÂMBITO MUNICIPAL
▪ O órgão ambiental municipal competente licenciará empreendimentos ou atividades nas Áreas de Proteção
Ambiental (APAs) que causem ou possam causar impacto ambiental local, conforme tipologia definida pelos
Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, conforme porte, potencial poluidor e natureza da atividade.

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➢ ATUAÇÃO SUPLETIVA (art. 15 da LC nº 140/11)
o A atuação supletiva é a ação do ente federativo que se substitui ao ente federativo originariamente detentor da
competência para licenciar.
o Isto ocorrerá quando inexistir:
▪ órgão ambiental capacitado ou
▪ inexistir Conselho de Meio Ambiente (é obrigatório, para que o ente cuide do licenciamento ambiental, que esse
órgão exista)
▪ Faltando ao Município - Estado licencia
▪ Faltando ao Estado - União licencia.

➢ ATUAÇÃO SUBSIDIÁRIA (art. 16 da LC nº 140/11)


o A atuação subsidiária é a atuação do ente federativo que visa a auxiliar o licenciamento ambiental quando
solicitado pelo ente federativo originariamente detentor da competência.
▪ Auxílio: por meio de apoio técnico, científico, administrativo, financeiro, entre outras.

o Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, científico,
administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação.
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos
desta Lei Complementar.

➢ OBSERVAÇÃO
o Licenciamento será feito por um único ente federativo em conformidade com a divisão de atribuições;
o Os entes federativos interessados poderão se manifestar ao órgão de maneira não vinculante (art. 13 da LC nº
140/11).
o Veja que a competência para licenciar é de um único ente federativo

➢ AUTO DE INFRAÇÃO E PROCESSO ADMINISTRATIVO


o ex. IBAMA está licenciando um empreendimento; um funcionário da secretaria estadual de meio ambiente lavra
um auto de infração ao identificar um problema nesse mesmo empreendimento
o Quem tem competência para licenciar, tem competência para fiscalizar.
o Art. 23, inc. VI, da CF: qualquer ente federativo pode lavrar o auto de infração.
o Ente que lavrou o auto deverá comunicar imediatamente o órgão ambiental competente para o licenciamento.
(no exemplo acima: a secretaria estadual de meio ambiente deve comunicar o IBAMA sobre o auto de infração)
o Se o ente competente pelo licenciamento também lavrar auto de infração, prevalecerá o seu auto de infração por
ser o órgão competente para o licenciamento (art. 17 da LC nº 140/2011). (no exemplo acima: se o IBAMA, ao ser

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comunicado, ao verificar que realmente há a infração ambiental citada pelo órgão estadual, também lavra um auto
de infração; irá prevalecer o auto de infração lavrado pelo IBAMA)

• RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL


➢ Aplicação do princípio do poluidor-pagador, no aspecto reparatório.
➢ Aplicação do princípio da responsabilidade integral, no aspecto preventivo (por estar diante de um dano)
➢ Dever de reparar o dano ambiental.
➢ Responsabilidade ambiental objetiva (art. 14, §1º da Lei nº 6.938/81) – (prescinde culpa)
➢ Art. 225, § 3º: as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão seus infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independente da obrigação de reparar os danos causados.
➢ POLUIDOR pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental (art. 3º, inc. IV da Lei nº 6.938/1981)
o poluidor direto
o poluidor indireto (ex. instituições financeiras que financiam obras)

➢ SOLIDARIEDADE em razão da indivisibilidade do dano ambiental.


o art. 942 do CC: “Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à
reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932“.
o Não há litisconsórcio necessário.
o IMPOSSIBILIDADE DE SEPARAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DOS AGENTES NO TEMPO PARA FINS DE
CONDENAÇÃO EM OBRIGAÇÃO DE FAZER (REPARAÇÃO DO NICHO). ABRANGÊNCIA DO CONCEITO DE "POLUIDOR"
ADOTADO PELA LEI N. 6.938/81. DIVISÃO DOS CUSTOS ENTRE OS POLUIDORES QUE DEVE SER APURADO EM OUTRA
SEDE. 2. ... é pacífica a jurisprudência desta Corte Superior no sentido de que, mesmo na existência de múltiplos
agentes poluidores, não existe obrigatoriedade na formação do litisconsórcio, uma vez que a responsabilidade entre
eles é solidária pela reparação integral do dano ambiental (possibilidade se demandar de qualquer um deles,
isoladamente ou em conjunto, pelo todo). Precedente. 3. Também é remansosa a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça pela impossibilidade de que qualquer dos envolvidos alegue, como forma de se isentar do dever de
reparação, a não-contribuição direta e própria para o dano ambiental, considerando justamente que a degradação
ambiental impõe, entre aqueles que para ela concorrem, a solidariedade da reparação integral do dano. STJ - REsp:
880160 RJ 2006/0182866-7, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 04/05/2010, T2 - SEGUNDA TURMA

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➢ DANO AMBIENTAL
o Dano ao meio ambiente
o Lei não define
o Conceito construído

o obs. biota é o conjunto da fauna e flora


o obs. as letras “a”, “b” e “d”, expostas acima, não necessariamente são ligadas ao meio ambiente natural; tratam-
se de temas que abrangem as diversas espécies de meio ambiente (artificial, laboral, etc.)

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o Poluição é degradação ambiental decorrente de atividade humana.
▪ Poluição lícita
- impacto dentro de padrões toleráveis/razoáveis
- lembre-se que toda atividade gera poluição
-ex. obras licenciadas

▪ Poluição ilícita
- extrapolação dos níveis toleráveis/autorizados

o Outra distinção - impacto e dano:


▪ impacto: tudo aquilo que impacta o meio ambiente, mas não gera o comprometimento do equilíbrio ambiental
▪ dano: traz o prejuízo ao equilíbrio ambiental

➢ Responsabilidade Objetiva - art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/1981.


o Aplicável também aos danos causados a terceiros.
o “§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente
da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e
criminal, por danos causados ao meio ambiente.”

o Foi adotada a modalidade do risco integral para a responsabilidade civil ambiental (posição majoritária do STJ)
o “DIREITO AMBIENTAL E PROCESSUAL CIVIL. DANO AMBIENTAL. LUCROS CESSANTES AMBIENTAL.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA INTEGRAL. DILAÇÃO PROBATÓRIA. INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO. CABIMENTO.
1. A legislação de regência e os princípios jurídicos que devem nortear o raciocínio jurídico do julgador para a solução

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da lide encontram-se insculpidos não no códice civilista brasileiro, mas sim no art. 225, § 3º, da CF e na Lei 6.938/81,
art. 14, § 1º, que adotou a teoria do risco integral, impondo ao poluidor ambiental responsabilidade objetiva
integral. Isso implica o dever de reparar independentemente de a poluição causada ter-se dado em decorrência de
ato ilícito ou não, não incidindo, nessa situação, nenhuma excludente de responsabilidade. Precedentes.” (STJ -
AgRg no REsp: 1412664 SP 2011/0305364-9, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 11/02/2014, T4 -
QUARTA TURMA)
o Cuidado, tecnicamente, ao falar que essa modalidade não admite excludentes (ex. a lei que cuida da energia
nuclear, no art. 8º, traz excludentes de responsabilidade) – em prova objetiva deve considerar como correta
(modalidade de risco integral não admite excludentes)
o Excludentes do direito tradicional não serão aplicadas.
▪ Caso fortuito e força maior
▪ Fato de terceiro
▪ Licitude da conduta
▪ “AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MATERIAIS E MORAIS A PESCADORES CAUSADOS POR POLUIÇÃO AMBIENTAL
POR VAZAMENTO DE NAFTA, EM DECORRÊNCIA DE COLISÃO DO NAVIO N-T NORMA NO PORTO DE PARANAGUÁ -
b) LEGITIMIDADE DE PARTE DA PROPRIETÁRIA DO NAVIO TRANSPORTADOR DE CARGA PERIGOSA, DEVIDO A
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR; c) INADMISSÍVEL A EXCLUSÃO DE
RESPONSABILIDADE POR FATO DE TERCEIRO; d) DANOS MORAL E MATERIAL CARACTERIZADOS; ... 3)
IMPROVIMENTO DO RECURSO, COM OBSERVAÇÃO. ...” JULGADO: (STJ - REsp: 1114398 PR Relator: Ministro SIDNEI
BENETI, Data de Julgamento: 08/02/2012)

➢ NEXO DE CAUSALIDADE NO DANO AMBIENTAL


o Diante da pluralidade de agente e causas que tendem a agir nas situações de dano ambiental, o nexo causal passa
a ser mais jurídico (fator que traz maior abrangência para esse nexo)
o a dificuldade está, justamente, em estabelecer a quebra de até que que momento o nexo vai
o PRECEDENTE DO STJ: admissão de responsabilidade civil ambiental independente de nexo de causalidade (Resp.
1.056.540)
o Segundo o Superior Tribunal de Justiça (Resp.650.728), para o fim de apuração do nexo de causalidade no dano
ambiental, equiparam-se:
▪ quem faz; (poluidor direto)
▪ quem não faz quando deveria fazer; (dever legal; omissão do poluidor direto)
▪ quem deixa fazer; (poluidor direto)
▪ quem não se importa que façam; (poluidor indireto)
▪ quem financia para que façam, e (poluidor indireto)
▪ quem se beneficia quando outros fazem. (poluidor indireto)

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o JULGADO: “PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL AÇÃO CIVIL PÚBLICA DANO AMBIENTAL CONSTRUÇÃO DE
HIDRELÉTRICA RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA ARTS. 3º, INC. IV, E 14, § 1º, DA LEI 6.398/1981
IRRETROATIVIDADE DA LEI PREQUESTIONAMENTO AUSENTE: SÚMULA 282/STF PRESCRIÇÃO DEFICIÊNCIA NA
FUNDAMENTAÇÃO: SÚMULA 284/STF INADMISSIBILIDADE. 1. A responsabilidade por danos ambientais é objetiva e,
como tal, não exige a comprovação de culpa, bastando a constatação do dano e do nexo de causalidade. 2. Excetuam-
se à regra, dispensando a prova do nexo de causalidade, a responsabilidade de adquirente de imóvel já danificado
porque, independentemente de ter sido ele ou o dono anterior o real causador dos estragos, imputa-se ao novo
proprietário a responsabilidade pelos danos. Precedentes do STJ. 3. A solidariedade nessa hipótese decorre da
dicção dos arts. 3º, inc. IV, e 14, § 1º, da Lei 6.398/1981 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente). 4. Se possível
identificar o real causador do desastre ambiental, a ele cabe a responsabilidade de reparar o dano, ainda que
solidariamente com o atual proprietário do imóvel danificado. 5. Comprovado que a empresa Furnas foi responsável
pelo ato lesivo ao meio ambiente a ela cabe a reparação, apesar de o imóvel já ser de propriedade de outra pessoa
jurídica. ... 8. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido.” (STJ - REsp: 1056540 GO 2008/0102625-1,
Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 25/08/2009, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação:
DJe 14/09/2009)
▪ Note que o atual proprietário sempre responderá

➢ RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL DO ESTADO

o STJ – 2ª TURMA REsp: 1.071.741 SP Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN


▪ “AMBIENTAL. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL (LEI 9.985/00). OCUPAÇÃO E CONSTRUÇÃO
ILEGAL POR PARTICULAR NO PARQUE ESTADUAL DE JACUPIRANGA. TURBAÇÃO E ESBULHO DE BEM PÚBLICO

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DEVER-PODER DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL DO ESTADO. OMISSÃO. ART. 70, § 1º, DA LEI 9.605/1998.
DESFORÇO IMEDIATO. ART. 1.210, § 1º, DO CÓDIGO CIVIL. ARTIGOS 2º, I E V, 3º, IV, 6º E 14, § 1º, DA LEI 6.938/1981
(LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE). CONCEITO DE POLUIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
DE NATUREZA SOLIDÁRIA, OBJETIVA, ILIMITADA E DE EXECUÇÃO SUBSIDIÁRIA. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO.
5. Ordinariamente, a responsabilidade civil do Estado, por omissão, é subjetiva ou por culpa, regime comum ou
geral esse que, assentado no art. 37 da Constituição Federal, enfrenta duas exceções principais. Primeiro, quando
a responsabilização objetiva do ente público decorrer de expressa previsão legal, em microssistema especial, como
na proteção do meio ambiente (Lei 6.938/1981, art. 3º, IV, c/c o art. 14, § 1º). Segundo, quando as circunstâncias
indicarem a presença de um standard ou dever de ação estatal mais rigoroso do que aquele que jorra, consoante
a construção doutrinária e jurisprudencial, do texto constitucional. “

o Veja que a situação ambiental se adequa às hipóteses mencionadas no julgado


▪ há o microssistema ambiental: PNMA
▪ há o dever estatal mais rigoroso, já que se trata de um bem fundamental necessário para a sadia qualidade de
vida e direito das presentes e futuras gerações
▪ coloca-se o Estado no mesmo patamar do poluidor

➢ FORMAS DE REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL


o i) reparação in natura:
a) reparação específica (incêndio florestal= reflorestamento da mata) – é mais difícil, mais demorada e geralmente
não se consegue retornar ao “status quo ante”
b) Compensação ecológica (na impossibilidade da reparação específica)

o ii) reparação em pecúnia.


o Fundamentos
▪ art. 225, caput CF
▪ Obrigação de recuperação e restauração das áreas degradadas

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o PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL

▪ s. 629 STJ acumulação das obrigações reparações: “Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu
à obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de indenizar”
▪ Há essa possibilidade de acumular as reparações visto que o que rege a responsabilidade civil é a reparação
integral
▪ Entre a ocorrência de um dano ao meio ambiente, ainda que consiga o retorno ao status quo ante, há um lapso
de tempo. Durante esse lapso é necessário compensar, não sendo possível realizar essa compensação
diretamente/naturalmente
▪ Por isso se fala em reparação integral
▪ Através do reconhecimento desse preceito constitucional de que não se pode aceitar que o dano ambiental se
perpetue, há a não admissão da teoria do fato consumado em matéria ambiental

o SÚMULA 613/STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental
▪ Premissas para a construção da TEORIA DO FATO CONSUMADO
- Ocupação da área
- Construção irregular
- Decurso do tempo
- Tolerância do Estado ou autorização liminar do Poder Judiciário

▪ POR QUE NÃO APLICA A TEORIA DO FATO CONSUMADO AO DIREITO AMBIENTAL?


- ... equivale a perpetuar, a perenizar um suposto direito de poluir que vai de encontro, no entanto, ao postulado
do meio ambiente equilibrado como bem de uso comum do povo essencial à sadia qualidade de vida, assim como
é repelido pela nossa jurisprudência e pela da mais alta Corte do país...
- AGRG NO RECURSO ESPECIAL Nº 1.497.346 - MS (2014/0300286-0)

➢ PRESCRIÇÃO
o Não existe previsão legal relativa ao prazo.

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o Dano ambiental é imprescritível (RE 654833)2
o Prescritibilidade do dano ambiental = impedimento ao cumprimento deste preceito constitucional.(art.225 da CF)
o o dano que não prescreve é o dano ao meio ambiente (gênero); não se aplica para o dano patrimonial (este dano
prescreve, conforme as regras do CC)
▪ ex. pescador que foi atingido por atividade poluidora e que ficou impossibilitado de desenvolver a pesca para seu
sustento; este dano prescreve

➢ DANO MORAL AMBIENTAL COLETIVO

o Ao se falar na sadia qualidade de vida na esfera coletiva, há a compatibilidade com o dano moral pela ofensa de
direitos da personalidade (esfera extrapatrimonial)
o Direitos da personalidade em uma esfera coletiva

• INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS (responsabilidade administrativa)


➢ Previstas na lei 9.605/81
➢ Instrumento da PNMA (art. 9º, IX da Lei nº 6.938/81).
➢ Função repressiva
➢ Instrumentos de proteção do meio ambiente
➢ Poder de polícia ambiental.

2
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 999. CONSTITUCIONAL. DANO AMBIENTAL.
REPARAÇÃO. IMPRESCRITIBILIDADE. 1. Debate-se nestes autos se deve prevalecer o princípio da segurança jurídica, que
beneficia o autor do dano ambiental diante da inércia do Poder Público; ou se devem prevalecer os princípios constitucionais de proteção,
preservação e reparação do meio ambiente, que beneficiam toda a coletividade. 2. Em nosso ordenamento jurídico, a regra é a prescrição
da pretensão reparatória. A imprescritibilidade, por sua vez, é exceção. Depende, portanto, de fatores externos, que o ordenamento
jurídico reputa inderrogáveis pelo tempo. 3. Embora a Constituição e as leis ordinárias não disponham acerca do prazo prescricional
para a reparação de danos civis ambientais, sendo regra a estipulação de prazo para pretensão ressarcitória, a tutela constitucional a
determinados valores impõe o reconhecimento de pretensões imprescritíveis. 4. O meio ambiente deve ser considerado patrimônio
comum de toda humanidade, para a garantia de sua integral proteção, especialmente em relação às gerações futuras. Todas as condutas
do Poder Público estatal devem ser direcionadas no sentido de integral proteção legislativa interna e de adesão aos pactos e tratados
internacionais protetivos desse direito humano fundamental de 3ª geração, para evitar prejuízo da coletividade em face de uma afetação
de certo bem (recurso natural) a uma finalidade individual. 5. A reparação do dano ao meio ambiente é direito fundamental indisponível,
sendo imperativo o reconhecimento da imprescritibilidade no que toca à recomposição dos danos ambientais. 6. Extinção do processo,
com julgamento de mérito, em relação ao Espólio de Orleir Messias Cameli e a Marmud Cameli Ltda, com base no art. 487, III, b do
Código de Processo Civil de 2015, ficando prejudicado o Recurso Extraordinário. Afirmação de tese segundo a qual É imprescritível a
pretensão de reparação civil de dano ambiental.

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➢ Fundamento:
o Artigo 225 § 3º CF
o Lei nº 9.605/98 (art. 70 a 76) - antes artigo 14 da Lei nº 6.938/81
o Decreto 6.514/08 (revogou o Dec. 3.179/99)

➢ Conceito de infração administrativa (art. 70 da Lei nº 9.605/98)


o “Toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio
ambiente”
o Conceito abrangente - não caracteriza qualquer ilegalidade.
o Violação de preceito inserto em lei ou em normas regulamentares
o Auto de infração ambiental deverá indicar a regra jurídica violada (respeito ao Princípio da Legalidade)
o Veja que é mais amplo do que um tipo penal, por exemplo

➢ Procedimento (regras gerais art. 71 da Lei nº 9.605/98)


o Qualquer pessoa poderá dirigir representação às autoridades competentes
o A autoridade ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, sob pena de corresponsabilidade.
o Processo administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório (Decreto nº 6.514/2008,
art. 113 a 133)
o Inicia-se com a lavratura de auto de infração
o Prazo de vinte dias para o oferecimento de defesa.
o Autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo:
i. os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados
para as atividades de fiscalização;
ii. agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.

o 30 dias para o julgamento do auto de infração.


o Cabe recurso para a própria autoridade.
o Se não houver reconsideração, os autos serão encaminhados à autoridade imediatamente superior para
julgamento.

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➢ RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
o Natureza jurídica: depende da demonstração de culpa do agente?
▪ Há discussão na Doutrina (subjetiva ou objetiva)
▪ Jurisprudência – STJ passou a considerar responsabilidade subjetiva (é essencial a demonstração da culpa diante
da natureza de infração; necessário o nexo causal entre a conduta do agente infrator e o resultado danoso ao meio
ambiental)

▪ STJ – 2ª TURMA REsp: 1.401.500 SP Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN


“5. Sendo assim, o STJ possui jurisprudência no sentido de que, "tratando-se de responsabilidade administrativa
ambiental, o terceiro, proprietário da carga, por não ser o efetivo causador do dano ambiental, responde
subjetivamente pela degradação ambiental causada pelo transportador" (AgRg no AREsp 62.584/RJ, Rel. Ministro
Sérgio Kukina, Rel. p/ acórdão Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, DJe 7.10.2015).
6. "Isso porque a aplicação de penalidades administrativas não obedece à lógica da responsabilidade objetiva da
esfera cível (para reparação dos danos causados), mas deve obedecer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou

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seja, a conduta deve ser cometida pelo alegado transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo, e com
demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano". (REsp 1.251.697/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, DJe 17.4.2012).

➢ SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
o Art. 72 da Lei nº 9.605/98
o 10 sanções
o ADVERTÊNCIA
▪ Infrações mais leves (multa máxima não superior a R$ 1.000,00)
▪ Pode ser cumulada com outra sanção.
▪ Índole pedagógica e preventiva
▪ Vedada aplicação de nova advertência no período de três anos.
▪ Caso a infração se repita, dentro desse período, demonstra-se a ineficiência da sanção, diante de seu caráter
pedagógico

o MULTA SIMPLES
▪ por negligência ou dolo (elemento subjetivo; atente-se que NÃO se fala em culpa)
- não sanar as irregularidades no prazo
- ou opuser embaraço à fiscalização.

▪ Sistema da responsabilidade subjetiva.3


▪ Base: a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente.
▪ Poderá ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.
▪ A reincidência é considerada no lapso de cinco anos
- Multa duplicada - infrator reincidente genérico
- Multa triplicada - infrator reincidente específico (infração idêntica)

▪ A multa simples será suspensa se o infrator realizar medidas para fazer cessar ou corrigir a degradação do meio
ambiente.

3
obs. a parte da doutrina que diz que a responsabilidade objetiva explica: a regra é a responsabilidade objetiva pois quando o
legislador quis a responsabilidade subjetiva, ele mencionou expressamente (como no caso desse tópico, no qual é mencionado a
negligência ou dolo)

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▪ O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal
na mesma hipótese de incidência. (atenção ao art. 17,§3º da LC 140/11)4 (multas lavradas pela mesma razão e por
entes distintos)

o MULTA DIÁRIA
▪ Cometimento da infração se prolonga no tempo.
- a operação de atividade sem a licença ambiental exigível
- o funcionamento de uma atividade sem os meios adequados para evitar a emissão de poluentes.

▪ Suspensa se o infrator obrigar-se a realizar medidas para fazer cessar ou corrigir a degradação do meio ambiente

o APREENSÃO DOS ANIMAIS, PRODUTOS E SUBPRODUTOS DA FAUNA E FLORA, INSTRUMENTOS, PETRECHOS,


EQUIPAMENTOS OU VEÍCULOS DE QUALQUER NATUREZA UTILIZADOS NA INFRAÇÃO E DESTRUIÇÃO OU
INUTILIZAÇÃO DO PRODUTO
▪ Art. 25 da Lei nº 9.605/98.
▪ Produtos e instrumentos serão apreendidos
▪ Produtos perecíveis ou madeiras: avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais ou outras com
fins beneficentes.
▪ Produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a instituições científicas, culturais
ou educacionais.
▪ Instrumentos serão vendidos, devendo ser descaracterizados mediante reciclagem.
▪ Os animais serão libertados em seu "habitat" ou entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades
assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados.

o SUSPENSÃO DE VENDA E FABRICAÇÃO DO PRODUTO


▪ Evita a colocação no mercado de produtos e subprodutos oriundos de infração administrativa
▪ Interrompe o uso contínuo de matéria-prima e subprodutos de origem ilegal (Art. 109 do Decreto 6.514/2008).

o EMBARGO DE OBRA OU ATIVIDADE;


▪ Impede o prosseguimento da obra
▪ Imposto nas hipóteses de edificação sem a devida licença.

4
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade,
lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas
pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização da
conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a
legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de
licenciamento ou autorização a que se refere o caput.

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▪ No tocante à atividade, o embargo = suspensão de atividades.

o DEMOLIÇÃO DE OBRA
▪ Aplica-se a obras embargadas ou a construções concluídas.
▪ Medida extrema: só deve ser tomada no caso de irregularidade insanável ou de perigo à saúde pública ou de
grave dano ambiental.
▪ Não se aplica a edificações residenciais (art. 112, §3º do Decreto 6.514/2008):” § 3º A demolição de que trata o
caput não será realizada em edificações residenciais”

o SUSPENSÃO PARCIAL OU TOTAL DE ATIVIDADES


▪ Perigo iminente para a saúde pública ou grave risco de dano ambiental.
▪ A suspensão parcial pode ser aplicada em relação a determinadas máquinas ou equipamentos poluidores, não
implicando o fechamento do estabelecimento.

o RESTRITIVA DE DIREITOS
I. suspensão de registro, licença ou autorização;
II. cancelamento de registro, licença ou autorização;
III. perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV. perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
V. proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.
VI. Possuem caráter acessório, devendo estar atreladas a uma pena principal.

➢ Critérios para a determinação da sanção administrativa


o obs. a natureza da infração é o primeiro critério
o a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública e para o
meio ambiente;
o os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental e, no caso de multa,
sua situação econômica.
o Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, as sanções serão cumulativas.

➢ PRESCRIÇÃO
o Regra: 5 anos (art. 1º da Lei nº 9.873/99 e Súmula 467 do STJ)
▪ Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública
de promover a execução da multa por infração ambiental.

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o Exceção:
▪ Prescrição intercorrente – processo administrativo inerte por mais de três anos, sem despacho ou julgamento
(art. 1º, §1º da Lei nº 9.873/99)
▪ Se a conduta é crime – segue o prazo prescricional previsto para o crime (art. 1º, §2º da Lei nº 9.873/99)

• QUESTÕES DE CONCURSOS
➢ Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: TJ-MS - Juiz de Direito Substituto 5
A audiência pública no processo de licenciamento ambiental
A) é obrigatória, independentemente do grau de impacto do empreendimento ou da atividade licenciada.
B) deve ser realizada no início do processo de licenciamento ambiental para colheita de críticas e sugestões e, ao
final do processo, para a respectiva devolutiva.
C) será realizada na sede do órgão ambiental responsável pelo licenciamento ambiental.
D) não obriga o órgão responsável pelo licenciamento ambiental a acolher as contribuições dela decorrentes,
desde que apresente justificativa.
E) ocorre em momento anterior à elaboração do EIA-RIMA.

➢ Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RO - Juiz de Direito Substituto 6


Segundo o artigo 225, § 3° , da Constituição Federal, as condutas e atividades consideradas lesivas ao Meio
Ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas e jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Acerca da tríplice responsabilidade ambiental,
assinale a alternativa correta.
A) A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidou o entendimento de que a responsabilidade
administrativa ambiental é subjetiva.
b) A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidou o entendimento de que a responsabilidade
administrativa ambiental é objetiva.
c) A responsabilidade civil não admite a condenação simultânea e cumulativa das obrigações de fazer, de não fazer
e de indenizar na reparação integral do meio ambiente.
d) Segundo o entendimento atualizado do STF, a responsabilidade penal da pessoa jurídica por crimes ambientais é
condicionada à simultânea persecução penal da pessoa física, em tese, responsável no âmbito da empresa.
e) Os responsáveis pela degradação ambiental são coobrigados solidários, formando-se, em regra, nas ações civis
públicas ou coletivas, litisconsórcio necessário.

5
Alternativa D
6
Alternativa A

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➢ Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto7
Por equívoco de um de seus empregados, uma empresa alimentícia deixou vazar acidentalmente parte de seu
insumo em um rio, o que causou a morte de 5t de peixes. Nessa situação hipotética, relativamente à
responsabilidade civil ambiental, a empresa
A) não responderá pelo dano ambiental, por ser uma pessoa jurídica.
B) não responderá pelo dano, visto que não houve dolo na morte dos peixes.
C) c) responderá pelo dano, uma vez que a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco
administrativo, não sendo admitida a responsabilização do empregado para responder culposamente pelo dano.
D) d) responderá pelo dano, porque a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco
integral.
E) e) responderá pelo dano, pois a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco
administrativo, admitindo-se, ainda, a responsabilização do empregado para responder culposamente pelo dano.

➢ Ano: 2018, Banca: VUNESP, Órgão: TJ-SP8


A descontaminação de um terreno de propriedade particular é de responsabilidade
A) solidária entre o poder público e o causador do dano ambiental, ainda que não mais seja o proprietário do
imóvel.
B) exclusiva do poder público.
C) exclusiva do causador do dano ambiental, ainda que não mais seja o proprietário do imóvel.
D) do atual proprietário do imóvel.

➢ Ano: 2018, Banca: IBFC, Órgão: TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto 9
No âmbito do Direito Ambiental, é correto afirmar que:
a) o princípio da segurança jurídica impede a demolição de edificação em área de preservação permanente.
b) a licença ambiental, por si só, afasta a responsabilidade pela reparação do dano causado em área de preservação
permanente devido à edificação na região.
c) é admitida a teoria do fato consumado em caso de residências familiares em área de proteção ambiental.
d) não se admite a aplicação da teoria do fato consumado.
e) a estabilidade das relações sociais não autoriza o retomo da situação fática ao status quo ante, em havendo
construções em área de preservação permanente.

7
Alternativa D
8
Alternativa D
9
Alternativa D

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➢ Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RS Prova: Juiz de Direito Substituto 10
Quanto ao licenciamento ambiental, assinale a alternativa correta.
a) O prazo de validade da Licença Prévia (LP) não pode ser superior a 3 (três) anos.
b) A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com
antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva
licença.
c) Considera-se Impacto Ambiental Regional todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (a área de
influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Municípios
d) O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a apresentação de novo requerimento de licença,
ficando isento de novo pagamento de custo de análise.
e) O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser o estabelecido pelo cronograma de instalação do
empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos.

➢ Ano: 2017, Banca: VUNESP, Órgão: TJ-SP11


Considerando-se que o artigo 942 do Código Civil estabelece a possibilidade de responsabilidade civil solidária e,
ainda, o disposto no artigo 3° , inciso IV, da lei n° 6.938/81, tem-se que no âmbito do direito ambiental:
a) haverá solidariedade entre os causadores do dano sem necessidade da mensuração da ação ou omissão de cada
um, no nexo de causalidade, sendo exigível, todavia, a unidade do elemento subjetivo.
b) haverá a regra de solidariedade, mas a indenização poderá ser mitigada ante a prova da ação de outros sujeitos
ativos que sejam danosas ao meio ambiente, para além daquela provocada pelos agentes poluidores
responsabilizados.
c) havendo mais de um causador de um dano ambiental, todos respondem solidariamente, na medida de sua
contribuição para o nexo causal plúrimo.
d) havendo mais de um causador do dano, todos respondem solidariamente, não sendo relevante a discussão sobre
a mensuração subjetiva de cada um no nexo de causalidade plúrimo.

➢ Ano: 2017 Banca: FCC, Órgão: TJ-SC, Prova: Juiz12


Os apontamentos levantados em audiência pública
a) não vinculam o órgão licenciador, que tem o dever, por outro lado, de justificar tecnicamente o não acolhimento
das sugestões.
b) vinculam o órgão licenciador, que tem o dever, portanto, de acolher as sugestões.
c) são votados e vinculam o órgão licenciador os que obtiverem maioria simples.
d) são votados e vinculam o órgão licenciador os que obtiverem maioria absoluta.

10
Alternativa B
11
Alternativa D
12
Alternativa A

30
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e) são votados e vinculam o órgão licenciador os que obtiverem quórum de 2/3.

➢ Ano: 2014 Banca: PUC-PR Órgão: TJ-PR 13


Acerca do Licenciamento Ambiental, do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto ao Meio
Ambiente (RIMA), é CORRETO afirmar que:
a) A elaboração do EIA e do RIMA é realizada pela equipe técnica multidisciplinar do órgão ambiental competente,
correndo por conta do empreendedor todas as despesas e custos respectivos.
b) Pode ser dispensada a realização do EIA no processo de licenciamento caso o órgão ambiental considere
inexistente o risco de significativa degradação ambiental, vez que se trata de ato discricionário não sujeito a controle
judicial.
c) Sendo indisponível o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e em razão do princípio da publicidade,
é obrigatória a realização de audiência pública no processo de licenciamento ambiental.
d) As conclusões do EIA não vinculam a decisão do órgão ambiental competente, que pode conceder a licença de
operação mesmo em caso de EIA/RIMA desfavorável (no todo ou em parte).

➢ Ano: 2016, Banca: VUNESP, Órgão: TJ-RJ14


A responsabilidade civil do Estado, por dano ambiental, em caso de omissão de cumprimento adequado do seu dever
de fiscalizar, será
a) subsidiária, se a omissão for determinante para concretização ou agravamento do dano, pois a responsabilidade
é subjetiva.
b) solidária, se a omissão for determinante para concretização ou agravamento do dano, porém de execução
subsidiária.
c) subsidiária, independentemente da omissão ser determinante para concretização ou agravamento do dano.
d) solidária, independentemente da omissão ser determinante para concretização ou agravamento do dano, pois a
responsabilidade é subjetiva.
e) solidária, ainda que a omissão não seja determinante para concretização ou agravamento do dano.

13
Alternativa D
14
Alternativa B

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 5

ROTEIRO DE AULA

• ESPAÇOS TERRITORIAS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS


➢ FUNDAMENTO
o art. 225, § 1º, III, da CF
▪ “§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;”

o art. 9º, VI, da Lei nº 6.938/1981. (Instrumento da PNMA)


▪ “Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: VI - a criação de espaços territoriais
especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental,
de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; “

➢ Instrumento de proteção de tutela do meio ambiente.


o Vai garantir o meio ambiente ecologicamente equilibrado

➢ Gênero que comporta uma série de espécies


➢ Não se limita ao ambiente natural
o Ex. um bem tombado integra um espaço especialmente protegido (meio ambiente cultural)

1
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➢ São espécies:
o Unidades de Conservação;
o Áreas de Preservação Permanente (APP)
o Reserva Legal

ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS

ÁREAS DE
ÁREAS DE USO APICUNS E
UNIDADES DE PRESERVAÇÃO RESERVA LEGAL
RESTRITO SALGADOS
CONSERVAÇÃO PERMANENTE art. 12 da Lei nº
arts. 10 e 11 da Lei art. 11-A da Lei nº
Lei nº 9.985/00 art. 4º e art. 6º da 12.651/12
nº 12.651/12 12.651/12
Lei nº 12.651/12

➢ Unidades de Conservação (Lei 9.985/00 e Decreto nº 4.340/02)


o Objetivo:
▪ Conservar os sistemas ecológicos,
▪ Os bancos genéticos e
▪ A qualidade ambiental.

o A Lei nº 9.985/00 instituiu o SNUC.


▪ Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
▪ Não cria as unidades de conservação.
▪ Estabeleceu um sistema nacional com regras para a criação, indicando as categorias.
▪ Art. 3o “O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é constituído pelo conjunto das
unidades de conservação federais, estaduais e municipais, de acordo com o disposto nesta Lei.”
▪ “manual de instruções”

o GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO


I – ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO:
- CONAMA - acompanha a implementação do Sistema;

II - ÓRGÃO CENTRAL:
- Ministério do Meio Ambiente - coordena o Sistema; e

III - ÓRGÃOS EXECUTORES:


- Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais - implementa o SNUC,
subsidia as propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais.

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o obs. veja que a gestão é bem parecida com a do SISNAMA (art. 6º da PNMA)
o CONCEITO
▪ Art. 2o “Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - unidade de conservação: espaço territorial e seus
recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao
qual se aplicam garantias adequadas de proteção;”
▪ espaço territorial especialmente protegido e seus recursos naturais,
▪ com características naturais relevantes (não é qualquer espaço territorial; deve ter razão de ser especialmente
protegido),
▪ instituído pelo Poder Público (sem essa característica não é uma UC),
▪ com o objetivo de conservação,
▪ com limites definidos1 e
▪ sob regime especial de administração.

o ESPÉCIES
▪ UNIDADE DE PROTEÇÃO INTEGRAL (UPI)
- Destina-se à preservação da natureza, admitindo apenas o uso indireto dos recursos naturais. (preservação é
diferente de conservação; preservação não permite o uso, sendo uma manutenção)
- Uso indireto é o que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição.
- É possível a cobrança pela visitação (forma de uso indireto)
- ex. Noronha (é composta por APA –com pousadas, etc- sendo espécie de UUS; e por Parque –essa que se
submete ao regime mais protetivo da UPI) e Foz do Iguaçu;

▪ UNIDADE DE USO SUSTENTÁVEL (UUS)


- Destinada a compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parte de seus recursos.
(conservação permite o uso)
- A ideia é de conservação, admitindo o uso sustentável, o qual permite a continuidade dos recursos naturais.

o REGRAS PARA A CRIAÇÃO, EXTINÇÃO, REDUÇÃO E DESAFETAÇÃO


▪ Pode ser instituído por qualquer ente federativo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

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Em relação ao subsolo e seus limites:
. Para as Unidades de Proteção Integral: no ato da criação deve ser delimitado
. Para Unidades de proteção sustentável pode ser no ato de criação ou no plano de manejo

. Decreto 4.340/02, Art. 6º “Os limites da unidade de conservação, em relação ao subsolo, são estabelecidos:
I - no ato de sua criação, no caso de Unidade de Conservação de Proteção Integral; e
II - no ato de sua criação ou no Plano de Manejo, no caso de Unidade de Conservação de Uso Sustentável.”

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▪ É criada por ato do Poder Público, por meio de Decreto ou Lei (art. 22 da Lei nº 9.985/2000).
- Obs. RPPN (reserva particular do patrimônio natural) PODE SER CRIADA POR ATO DO IBAMA Art. 2º Decreto
5746/06
- “Art. 2º As RPPNs poderão ser criadas pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza - SNUC, sendo que, no âmbito federal, serão declaradas instituídas mediante portaria do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.”

▪ A ampliação dos limites pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico que criou a
unidade (§ 6º do art. 22 da Lei nº 9.985/2000).
- (ex. criado por decreto – ampliação pode ser por decreto do mesmo nível hierárquico [estadual por estadual,
por ex.]; criado por lei – ampliação pode ser por lei)

▪ A alteração de uma unidade de uso sustentável em unidade de proteção integral pode ser feita por instrumento
normativo do mesmo nível hierárquico (§ 5º do art. 22 da Lei nº 9.985/2000).
- (note que a alteração para melhor proteção; uma que permite o uso para uma mais restritiva)

▪ A redução dos limites ou a desafetação (supressão) só poderá ser feita por lei específica (§ 7º do art. 22 da Lei
nº 9.985/2000 e o § 1º, inc. III do art. 225 da CF).
- (note que a proteção piora)

▪ E alteração de uma unidade de proteção integral em uma unidade de uso sustentável?


- Não está expressamente prevista no art. 22 da Lei nº 9.985/2000.
- Aplica-se o art. 225, § 1º, III, da CF, a qual determina a edição de lei para validade desta alteração.
- (note que a alteração gera uma piora na proteção; uma que não permite o uso para uma que permite)

▪ obs. além das regras acima, é exigência a realização de estudos técnicos (sempre exigidos) e de consulta pública
(para esta última, atente-se para as exceções em duas espécies de UPI)

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▪ REALIZAÇÃO DE ESTUDO TÉCNICOS - com a finalidade de atestar a qualidade ambiental e indicar a categoria
aplicável;(indica o potencial e características ecológicas que justificam a categoria de proteção)
▪ REALIZAÇÃO DE CONSULTA PÚBLICA - Na criação da Estação Ecológica e da Reserva Biológica NÃO é obrigatória
a realização de consulta pública.
-Consulta pública não vincula o Poder Público.
-Busca esclarecer sobre a UC para a população
-Não é consulta popular
-EXIGIDAS consulta pública e estudos técnicos para transformação das unidades (para todas as espécies).
❖ Nesse caso abrange, inclusive, a Estação Ecológica e a Reserva Biológica

▪ TODA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DEVE TER ZONA DE AMORTECIMENTO


- Conceito:
❖ Área no entorno da unidade de conservação com a finalidade de minimizar os impactos negativos
decorrentes das atividades humanas.
❖ obs. veja que não é uma espécie de UC (não tem o mesmo regramento da UC)
❖ funciona como área de transição

- EXCEÇÃO: Não exigem zona de amortecimento


❖ APA (Noronha – parte das pousadas e restaurantes) e RPPN (instituída em área totalmente privada)
❖ São unidades de uso sustentável
❖ Art. 25. “As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do
Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores
ecológicos.”

- Distância fixada no plano de manejo


❖ O plano de manejo é o documento técnico que estabelece o zoneamento da unidade e as normas de uso
e manejo dos recursos naturais (“manual de instruções” da UC)
❖ É a lei interna da unidade de conservação
❖ Prazo 5 (cinco) anos a contar da sua criação

- A zona de amortecimento NÃO engloba a unidade de conservação (repito: não é UC)


- Nas categorias de unidade de proteção integral é zona rural (art. 49 da Lei nº 9.985/2000).
❖ Não se sujeita ao parcelamento e ao uso do solo urbano
❖ toda zona de amortecimento nas UPI são consideradas zona rural
❖ “Art. 49. A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral é considerada zona rural,
para os efeitos legais.

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Parágrafo único. A zona de amortecimento das unidades de conservação de que trata este artigo, uma vez
definida formalmente, não pode ser transformada em zona urbana.”

▪ CORREDORES ECOLÓGICOS
- São porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre
elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas
degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão
maior do que aquela das unidades individuais.
- Objetivo: promover a conectividade entre fragmentos de áreas naturais.
- Não são obrigatórios.
- São recomendados.
- Só devem ser mantidos quando convenientes (sempre que possível é interessante sua existência)

o CATEGORIAS DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL (5 categorias)


1) ESTAÇÃO ECOLÓGICA
2) RESERVA BIOLÓGICA
3) PARQUE NACIONAL
4) MONUMENTO NATURAL
5) REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE

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- Atente-se para a diferença entre as categorias acima: 3% da área para a pesquisa na estação e 100% na reserva
- Atente-se para a necessidade de autorização prévia para a pesquisa em todas as categorias

- Beleza cênica: beleza da cena;

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- O monumento e o refúgio são as únicas espécies, dentro de UPI, que permitem área particular (e desde que haja
compatibilidade)
- obs. As UPI são mais cobradas em prova e em menor quantidade; por isso, aconselha-se decorar mais sobre
estas

o CATEGORIAS DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL (7 categorias)


1) ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) (ex. Jericoacoara e Campos do Jordão)
2) ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO
3) FLORESTA NACIONAL
4) RESERVA EXTRATIVISTA
5) RESERVA DE FAUNA
6) RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
7) RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN)

- Veja que a gestão nas UUS (gestão múltipla) é distinta das UPI

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- Reserva extrativista: a ideia de população tradicional pressupõe a preexistência

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- Reserva de desenvolvimento sustentável: a ideia é abrigar a população tradicional e que usa de forma
sustentável (voltada ao conhecimento e não tanto ao ambiente natural)

- RPPN: é a única que é exclusivamente em área particular; gestão também do particular

o obs. sobre as categorias acima: tudo que é proteção integral é mais restritiva; o uso sustentável é mais permissivo

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o A LISTA (acima) É TAXATIVA?
▪ Em âmbito federal, sim.
▪ Em âmbito estadual ou municipal, não.
- Excepcionalmente e a critério do CONAMA,
- Unidades de conservação estaduais e municipais,
- Para atender peculiaridades regionais ou locais, desde que as categorias previstas não possam satisfatoriamente
atender a proteção ambiental daquela área
- (parágrafo único do art. 6º da Lei nº 9.985/2000): Parágrafo único. “Podem integrar o SNUC, excepcionalmente
e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a
peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos
por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara
distinção”

o Observação
▪ Unidade de conservação constituída em área pública - as áreas particulares existentes no local deverão ser
desapropriadas.
▪ Unidade de conservação constituída em área particular - será necessário compatibilizar os interesses da unidade
com o uso pelo particular, sob pena de desapropriação.

o POPULAÇÕES TRADICIONAIS
▪ CONCEITO: População vivendo em estreita relação com o ambiente natural, dependendo de seus recursos
naturais para a sua reprodução sociocultural, por meio de atividades de baixo impacto ambiental.
▪ Apenas as residentes na unidade no momento da sua criação terão direito ao reassentamento (art. 36 do Dec.
4.340/2002).
▪ Veja que se a área for invadida após a criação da área não há esse direito (não existiam no momento da criação)
▪ Subsistência garantida pelo uso sustentável dos recursos naturais, impondo-se preservação, recuperação, defesa
e manutenção da unidade de conservação.
▪ UC em que há populações tradicionais
- Nas Reservas Extrativistas e
- Nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável
- Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência.

▪ A posse e o uso destas áreas - disciplinadas em contrato de concessão de direito real de uso (de acordo com o
Plano de Manejo).

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▪ Se a Unidade de Conservação não permitir a permanência de população tradicional? (no ato de criação da UC
consta que essas populações não poderão permanecer no local)
- Serão indenizadas e realocadas pelo Poder Público.
- Até o reassentamento serão compatibilizadas a presença das populações tradicionais com o objetivo da UC
❖ Sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos locais de moradia destas populações,
❖ Assegurando-se a sua participação na elaboração das referidas normas e ações.

o LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
▪ Hipótese: risco de dano grave aos recursos naturais
▪ Momento: por ocasião da realização de estudos técnicos
▪ Quem: Poder Público
▪ O quê? Decretar limitações administrativas provisórias ao exercício de atividades e empreendimentos efetiva ou
potencialmente causadores de degradação ambiental.
▪ Prazo: 7 meses no máximo
▪ Vedação (tipo de limitação): não será permitido corte raso da floresta e demais formas de vegetação nativa.
▪ Exceção: atividades agropecuárias e atividades econômicas em andamento
▪ “uma vez criada uma unidade de conservação do grupo de proteção integral, as licenças ambientais concedidas
tornam-se inválidas, dada a incompatibilidade dos regimes jurídicos. No tocante ao grupo de uso sustentável,
haverá necessidade de verificar a compatibilidade entre o ato e os objetivos da unidade de conservação.”(STJ -
REsp: 1122909 SC, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 24/11/2009)
▪ A possibilidade de revisão é da natureza da licença ambiental

o MOSAICO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (art. 26 da Lei nº 9.985/2000)


▪ Ocorre quando há um conjunto de unidades de conservação de características diferentes ou não, próximas,
justapostas ou sobrepostas.
▪ Depende de ato do Ministério do Meio Ambiente.
▪ Objetivo: permitir gestão integrada compatibilizando a biodiversidade, a sociodiversidade e o desenvolvimento
sustentável. (facilidade na gestão; melhora na gestão)
▪ ex. Noronha possui APA e Parque Nacional

o RESERVA DE BIOSFERA
▪ Não é Unidade de Conservação.
▪ Também tratada na Lei 9.985/00
▪ É um modelo de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, adotado
internacionalmente.
▪ Reconhecida pelo Programa Intergovernamental "O Homem e a Biosfera – MAB” da Unesco

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▪ Objetivos: preservação da diversidade biológica, desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento
ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das
populações.

o COMPENSAÇÃO AMBIENTAL (art. 36 da Lei nº 9.985/2000)


▪ Objetivo: compensar um impacto ambiental.
▪ Hipótese: licenciamento ambiental de empreendimento de significativo impacto constatado por meio de
EIA/RIMA.
▪ Obrigação imposta ao empreendedor é:
i. Apoiar a implantação unidade de conservação do grupo de proteção integral ou
ii. Apoiar a manutenção de unidade de conservação do grupo de proteção integral.

▪ Valores: o § 1º do art. 36 da Lei nº 9.985/00 dispunha que não podia ser inferior a 0,5% do custo total do
empreendimento.
-ADIn 3.378-6/DF: o STF reconheceu a inconstitucionalidade desta previsão.
- Ficou determinado que o valor a ser fixado deve ser proporcional ao impacto ambiental, apurado com respeito
ao contraditório e à ampla defesa. (não se preocupa com o custo total)
- O valor será fixado pelo órgão ambiental competente para o licenciamento.

▪ Escolha da unidade beneficiada compete ao órgão ambiental licenciador, podendo ser criadas novas unidades.
▪ Observação: Toda vez que o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de
amortecimento, esta unidade deverá ser obrigatoriamente uma das escolhidas.
▪ Pode uma Unidade de Uso Sustentável ser escolhida?
- Quando a unidade ou sua zona de amortecimento forem atingidas pelo empreendimento.
- Em virtude de interesse público, se UUS de domínio público, especialmente localizada na Amazônia Legal.

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▪ “Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim
considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo
relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação
do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.(Regulamento)
§ 1o O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a meio
por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão
ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. (Vide ADIN nº
3.378-6, de 2008)
§ 2o Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas,
considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser
contemplada a criação de novas unidades de conservação.
§ 3o Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o
licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão
responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção
Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo.
§ 4º A obrigação de que trata o caput deste artigo poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida em
unidades de conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso Sustentável, especialmente as localizadas
na Amazônia Legal. (Incluído pela Lei nº 13.668, de 2018)”

➢ ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP)


o obs. tutelada pelo Código Florestal
o CONCEITO
▪ A área de preservação permanente (APP) é a área protegida, coberta ou não, por vegetação nativa, com as
seguintes funções ambientais:
A) preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade;
B) facilitar o fluxo gênico da fauna e flora;
C) proteger o solo; e
D) assegurar o bem-estar das populações humanas
(art. 3º, II, da Lei nº 12.651/2012).

o Aplicam-se a áreas urbanas ou rurais. (difere da reserva legal, que somente ocorre em área rural)
o Natureza jurídica: limitações administrativas (ninguém é indenizado pela APP; limitação que recai sobre todos)
o art. 4º: em função da localização.
▪ Pelo efeito da lei;
▪ Estão definidas em razão de sua localização e são automaticamente áreas de preservação permanente (APP).
▪ obs. tudo previsto nesse artigo é APP

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o art. 6º: em função da destinação.
▪ Depende de declaração de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo.

o HIPÓTESES DO ART. 4º DO CÓDIGO FLORESTAL


obs. até o inciso IV trata da proteção do recurso água
I - as faixas marginais de qualquer cursos d’água natural, perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a
borda da calha do leito regular em largura mínima de:
- Exclui os cursos artificiais;
- Exclui rios efêmeros;
- Área de preservação permanente (APP): nos rios perenes e rios intermitentes
- obs. no art. 4º a APP será computada conforme a largura do rio:

- Parâmetros previstos no Código Florestal anterior


❖ ANTES:
→ Qualquer curso d’água;
→ Início da demarcação: “o seu nível mais alto em faixa marginal”:

❖ DEPOIS:
→ Curso d’água natural, perene e intermitente, excluídos os efêmeros;
→ Início da demarcação: “a borda da calha do leito regular”
→ Via reflexa, diminuição da área de APP, recuando-a.

- Leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano (art. 3º, XIX do
CFLo)
- Rio perene - corpo de água lótico que possui naturalmente escoamento superficial durante todo o período do
ano (art. 2º, incisos XII do Decreto 7.830/2012)
- Rio intermitente: o corpo de água lótico que naturalmente não apresenta escoamento superficial por períodos
do ano (art. 2º, incisos XIII do Decreto 7.830/2012)

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- Rio efêmero: como corpo de água lótico que possui escoamento superficial apenas durante ou imediatamente
após períodos de precipitação. (art. 2º, incisos XIV do Decreto 7.830/2012)
- Observação:

Área rural consolidada:


desmatamentos Depois de 22.07.08
anteriores a 22.07.08 artigos 4º a 12
artigos 61-A a 68

❖ Atente-se para o regramento diferente para os desmatamentos até 22/07/08


❖ ÁREA RURAL CONSOLIDADA é a área do imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22.07.2008
(data da entrada em vigor do Dec. nº 6.514/2008 que regulamenta a Lei dos Crimes Ambientais), com
edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris.
❖ Nessas áreas consolidadas, a área de preservação permanente a ser mantida é estabelecida conforme o
tamanho do imóvel (aferido por módulo fiscal, variando de município para município) (veja que difere do art.
4º exposto acima, com parâmetro na largura do rio) :

❖ Esse parâmetro do tamanho do imóvel, para áreas rurais consolidadas, foi objeto de muitas críticas, já
que não possui relação com as funções da APP (obs. o STF considera o Código Florestal como norma
constitucional)

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II - áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa de largura mínima de:

- Nos imóveis rurais que possuam áreas rurais consolidadas em áreas de preservação permanente (APP), o
entorno dos lagos e lagoas variará conforme o tamanho do imóvel medido em módulos fiscais:

III - áreas em torno dos reservatórios artificiais decorrentes de barramento ou represamento de curso d’água
natural em faixa a ser definida na licença ambiental.
- ANTES: determinava a presença de áreas de preservação permanente ao arredor de reservatório d’água natural
ou artificial, estando prevista na Res. Conama 302/2002 as distâncias aplicáveis aos reservatórios artificiais.
- AGORA: Áreas de preservação permanente no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais.
❖ Não mais são englobados os reservatórios naturais de água.
❖ Não possui aplicação imediata, tendo em vista que depende de licença ambiental para a delimitação da
área.
❖ Veja que se trata de hipótese do art. 4º em que não é definida a área da APP

- Reservatório destinado à geração de energia ou ao abastecimento público


❖ Em área rural - mínimo 30 (trinta) metros e máximo 100 (cem) metros

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❖ Em área urbana - mínimo 15 (quinze) metros e no máximo de 30 (trinta) metros
❖ DISPENSA DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE quando a superfície do lago ou lagoa for inferior a
um hectare, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental
competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

IV - áreas em torno das nascentes e olhos d’águas perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, em um
raio mínimo de 50 (cinquenta) metros.
- Antes: não houve alteração (repetiu o Código Florestal anterior)
- Olho d’água: o afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente;
- Nascente: o afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água
- Nos imóveis rurais que possuam áreas consolidadas em áreas de preservação permanente (APP), a
recomposição deverá ser de no mínimo 15 (quinze) metros.
- Obs. OS DISPOSITIVOS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL SÃO CONSTITUCIONAIS
❖ EXCEÇÕES: Interpretação conforme: entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes configuram
área de preservação permanente (art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV); (veja que o dispositivo apenas menciona a
nascentes e olhos d’águas perenes, mas a “interpretação conforme” ampliou essa proteção)

V - nas encostas com declividade superior a 45 (quarenta e cinco graus)


- Busca tutelar a estabilidade geológica e o solo, evitando desmoronamentos de terra.
- áreas com declividade inferior a 45º e superior a 25º: constituem áreas de uso restrito (artigo 11)
- áreas com declividade inferior a 25º: são áreas passíveis de exploração ou supressão, (artigos 24 e 26)

VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues.


- Antes: não houve alteração

VII - os manguezais, em toda a sua extensão.


- Inovação do Código Florestal
- Considera-se manguezal o ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés,
formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural
conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com
dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina (art. 3º, XIII
desta lei).

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VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem)
metros em projeções horizontais
- Antes: não houve alteração.
- Considera-se tabuleiro ou chapada a paisagem de topografia plana, com declividade média inferior a dez por
cento, aproximadamente seis graus e superfície superior a dez hectares, terminada de forma abrupta em escarpa,
caracterizando-se a chapada por grandes superfícies a mais de seiscentos metros de altitude (art. 2º, IX da
Resolução Conama 303/2002)

IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média
maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima
da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou
espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
- ANTES: Afirmava ser área de preservação permanente o topo de morros, montes, montanhas e serras (art. 2º,
“d” da Lei nº 4.771/1965)
- Veja que a norma trouxe critérios para estabelecer morros e topos

X - as áreas em altitude superior a 1.800 (um mil e oitocentos) metros.


- Antes: Não houve alteração.
- Objetivo: preservar a biodiversidade destas altitudes.

XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir
do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
- Inovação deste Código Florestal
- Vereda é tipo de formação vegetal do cerrado. Encontrada em solos hidromórficos. Encontradas no estado de
Minas Gerais, Bahia e região Centro-Oeste.
- Na hipótese de imóveis rurais que possuam áreas consolidadas em áreas de preservação permanente (APP):
❖ se o imóvel tiver até 4 (quatro) módulos fiscais - 30 (trinta) metros;
❖ se superior a 4 (quatro) módulos fiscais - 50 (cinquenta) metros.

o HIPÓTESES DO ART. 6º DO CÓDIGO FLORESTAL


▪ Áreas sejam declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo (difere do
“automaticamente”/efeito da lei para ser considerada APP, presente no art. 4º)
▪ A definição ocorre em razão de sua destinação.
▪ Poderão ser declaradas as áreas destinadas:
1) a conter a erosão do solo e mitigar os riscos de enchentes e deslizamentos de terras e rochas;
2) à proteção de restingas ou veredas;

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3) à proteção de várzeas;
4) a abrigar exemplares da fauna e da flora ameaçados de extinção;
5) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico;
6) à formação de faixa de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
7) a assegurar condições de bem-estar público;
8) a auxiliar na defesa do território nacional;
9) a proteger áreas úmidas especialmente de importância internacional.

▪ Note que são hipóteses mais genéricas e que, por isso, necessitam do ato do Poder Executivo

o REGIME DE PROTEÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE


▪ O proprietário da área, o possuidor ou o ocupante a qualquer título é obrigado a manter a área de preservação
permanente (APP) ou promover a recomposição da vegetação.
- Obrigação de natureza real e transmitida ao sucessor no caso de transferência do domínio ou posse.
- A regra é a não supressão/intervenção, salvo nas exceções abaixo (hipóteses que são conceituadas no art. 3º do
Código Florestal)

▪ A intervenção ou supressão de vegetação em áreas de preservação permanente (APP) ocorrerá apenas nas
hipóteses:
1) utilidade pública,
2) interesse social e
3) atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental.

▪ Obs. JULGADO DO STF SOBRE NOVO CÓDIGO FLORESTAL: OS DISPOSITIVOS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL SÃO
CONSTITUCIONAIS
- EXCEÇÃO: Interpretação conforme: condiciona a intervenção excepcional em APP, por interesse social ou
utilidade pública, à inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à atividade proposta (art. 3º, VIII e IX);

▪ UTILIDADE PÚBLICA (art. 3º, VIII da Lei nº 12.651/2012):


- As atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
- As obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema viário,
inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos Municípios, saneamento, gestão
de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições
esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de
areia, argila, saibro e cascalho;

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❖ obs. OS DISPOSITIVOS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL SÃO CONSTITUCIONAIS
❖ EXCEÇÃO: Inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” e “instalações necessárias à
realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais” (art. 3º, VIII, b);

- Atividades e obras de defesa civil;


- Atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções ambientais referidas na
hipótese de número 2 e
- Outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio,
quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do
Poder Executivo federal.

▪ INTERESSE SOCIAL (art. 3º, IX, do Código Florestal):


- Atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e
controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas;
- A exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por povos
e comunidades tradicionais;
- A implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar
livre em áreas urbanas e rurais consolidadas;
- A regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa
renda em áreas urbanas consolidadas;
- Implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos
cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade;
- As atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente;
- Outras atividades similares definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal.

▪ ATIVIDADES EVENTUAIS OU DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL (art. 3º, X):


- Abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia de um
curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à retirada de produtos oriundos das
atividades de manejo agroflorestal sustentável;
- Implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados; a implantação de
trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;
- Construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro;
- Construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades quilombolas e outras
populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o abastecimento de água se dê pelo esforço próprio
dos moradores;
- Construção e manutenção de cercas na propriedade;

21
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- Pesquisa científica relativa a recursos ambientais;
- Coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas;
- Plantio de espécies nativas; exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar;
- Outras ações ou atividades similares, reconhecidas em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA
ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente.

▪ OBSERVAÇÃO
- Permite-se o acesso de pessoas e animais em área de preservação permanente (APP) para obtenção de água e
atividades de baixo impacto ambiental
- É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de urgência, de
atividades de segurança nacional e de defesa civil destinadas à prevenção e à mitigação de acidentes em áreas
urbanas.
- Supressão de vegetação de nascentes, dunas e restingas só pode ser autorizada no caso de utilidade pública.
- Intervenção ou a supressão de vegetação nativa em APP em restingas e nos manguezais poderá ser autorizada
em locais que tenham perdido a sua função ecológica para a execução de obras habitacionais e de urbanização,
em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda.

➢ RESERVA LEGAL
o Incide apenas nas áreas rurais (difere da APP que se aplica tanto em área urbana quanto rural)
o Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural delimitada nos termos do art. 12, com as seguintes
funções:
1) assegurar o uso econômico sustentável dos recursos naturais2
2) auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos;
3) promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção da fauna silvestre e da flora nativa.

o Não mais exclui as áreas de preservação permanente (APP), como acontecia no Código Florestal revogado (pode
computar uma parte da APP no percentual da RL)
▪ ANTES (vigência do Código passado): “III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse
rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação
e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora
nativas;”

2
(obs. essa ideia de uso dos recursos torna mais tolerável a implementação da proteção por parte dos proprietários –melhor
aceitação-, já que a RL abrange uma boa parte da propriedade –mínimo 20%- e era vista como um impedimento no uso da terra);

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o DEVER DE MANUTENÇÃO DA RESERVA LEGAL EM PERÍMETRO URBANO?
▪ A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou
posseiro da manutenção da área de Reserva Legal (portanto, a desobrigação na manutenção não é automática)
▪ Só será extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a
legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor de que trata o §1º do art. 182 da Constituição
Federal.
▪ Traz maior proteção mesmo em casos de expansão urbana

o PERCENTUAIS DE RESERVA LEGAL


▪ Variam em função da:
1) localização
2) natureza da vegetação

▪ Localização fora da Amazônia Legal: percentual único de 20% (vinte por cento)
▪ Localização na Amazônia Legal (deve-se verificar qual o bioma):
- floresta: 80% (oitenta por cento)
- cerrado: 35% (trinta e cinco por cento)
- campos em geral: 20% (vinte por cento)

▪ Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões
situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado
do Maranhão; (art. 3º, I da Lei nº 12.651/12)
▪ obs. veja que houve a manutenção dos percentuais do regime anterior, em certa medida. Fala-se em certa medida
pois, antes, mencionava-se, para qualquer lugar, que tivesse floresta era 80%, cerrado 35%. Agora há a separação
com a Amazônia Legal

o HIPÓTESES DE DISPENSA
▪ Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto;
▪ As áreas destinadas à exploração de potencial de energia hidráulica, nos quais funcionam empreendimentos de
geração de energia elétrica, subestações ou linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica; e
▪ Nas áreas com o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.
▪ obs. não havia qualquer hipótese no regime anterior (as 3 hipóteses são novidades do Código Florestal, sendo
sempre situações de interesse maior da coletividade)

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o CÔMPUTO DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMAMENTE EM RESERVA LEGAL
▪ É admitido
▪ ex. propriedade rural que possui um rio passando em seu meio; pode-se computar essa APP na porcentagem da
RL
▪ Regime de proteção da Área de Preservação Permanente não se altera.
▪ obs. Esse cômputo foi objeto de críticas, já que são institutos diversos e com objetivos diversos
▪ São condições:
A) o benefício não pode implicar em conversão de novas áreas em uso alternativo do solo;
B) a área deve estar conservada ou em processo de recuperação;
C) o proprietário ter requerido a inclusão do imóvel no CAR (cadastro ambiental rural).

o HIPÓTESES DE REDUÇÃO DA RESERVA LEGAL (além da contagem da APP na RL, existem 3 situações excepcionais
e específicas de redução do percentual, todas voltadas para o bioma floresta da Amazônia legal)
▪ ART. 12, § 4º DO CFLO
- Imóvel localizado na Amazônia Legal, em área de floresta:
- Poder Público poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta por cento),
- Para fins de recomposição,
- Quando o Município tiver mais de 50% (cinquenta por cento) da área ocupada por unidades de conservação da
natureza de domínio público e por terras indígenas homologadas.

▪ ART. 12, § 5º DO CFLO


- Imóveis rurais localizados na Amazônia Legal, em área de floresta,
- Poder Público estadual, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente,
- Poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta por cento), quando o Estado tiver Zoneamento
Ecológico-Econômico aprovado e mais de 65% do seu território ocupado por unidades de conservação da natureza
de domínio público, devidamente regularizadas, e por terras indígenas homologadas.

▪ ART. 13, I DO CFLO


- Na Amazônia legal, em área de floresta,
- reduzir, exclusivamente para fins de regularização,
- mediante recomposição, regeneração ou compensação da Reserva Legal de imóveis com área rural consolidada,
- para até 50% (cinquenta por cento) da propriedade, excluídas as áreas prioritárias para conservação da
biodiversidade e dos recursos hídricos e os corredores ecológicos;

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o HIPÓTESES DE AMPLIAÇÃO DA RESERVA LEGAL
▪ ART. 13, II DO CFLO
- ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% (cinquenta por cento) dos percentuais previstos nesta Lei,
- para cumprimento de metas nacionais de proteção à biodiversidade ou de redução de emissão de gases de efeito
estufa

o LOCALIZAÇÃO DA RESERVA LEGAL


▪ Aprovada pelo órgão ambiental competente (seria ilógico deixar a escolha da localização nas mãos do
proprietário, já que este não prezaria pela função do instituto)
▪ Levará em conta:
I- o plano de bacia hidrográfica;
II- o zoneamento ecológico-econômico;
III- a formação de corredores ecológicos;
IV- as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e
V- as áreas de maior fragilidade ambiental.

▪ A localização somente será aprovada após a inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
▪ Protocolada a documentação exigida para a análise da localização da área de Reserva Legal, ao proprietário ou
possuidor rural não poderá ser imputada sanção administrativa, inclusive restrição a direitos, por qualquer órgão
ambiental competente integrante do Sisnama, em razão da não formalização da área de Reserva Legal. (lembre-se
que a responsabilidade administrativa, pelo STJ, é subjetiva)

o REGIME DE CONDOMÍNIO
▪ As propriedades possuem percentuais a serem cumpridos
▪ É possível que imóveis em condomínio estabeleçam percentuais diferentes, desde que o total seja o mesmo
▪ ex. uma propriedade com 10% e a outra com 30%; isso respeita os 40% que seria o correspondente de 20% para
cada propriedade
▪ Utiliza-se para compensar a área de reserva legal entre propriedades
▪ Poderá ser instituído Reserva Legal em regime de condomínio ou coletiva entre propriedades rurais, respeitado o
percentual previsto em relação a cada imóvel.
▪ No parcelamento de imóveis rurais, a área de Reserva Legal poderá ser agrupada em regime de condomínio entre
os adquirentes.

o CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR)


▪ Novidade do Código Florestal
▪ Cadastro de registro público eletrônico

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▪ De âmbito nacional
▪ Obrigatório para todos os imóveis rurais
▪ Finalidade: integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo a base de dados
▪ Não é mais obrigado a averbar a área de Reserva Legal no Cartório de Registro de Imóveis.
▪ Se o imóvel já possuir registro na matrícula do imóvel, bastará apresentar a certidão ao órgão ambiental
competente.

o EXPLORAÇÃO ECONÔMICA
▪ Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável em duas modalidades:
- SEM PROPÓSITO COMERCIAL – não depende de autorização do órgão competente, mas deve ser declarado
previamente ao órgão ambiental a motivação da exploração e o volume explorado.
- COM PROPÓSITO COMERCIAL – depende de autorização do órgão competente e deve cumprir as seguintes
condições:
❖ Não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a vegetação nativa; (ex. proprietário não gosta
da vegetação e decide realizar corte raso e plantar outro tipo de vegetação –não pode ocorrer)
❖ Assegurar manutenção da biodiversidade; e
❖ Conduzir o manejo de espécies exóticas com adoção de medidas que favoreçam a regeneração de
espécies nativas (as vegetações nativas são as mais valorizadas em termos de proteção ambiental).

o COTA DE RESERVA AMBIENTAL (CRA)


▪ É um título nominativo representativo de área com vegetação nativa existente ou em processo de recuperação,
possibilitando a comercialização de áreas preservadas.
▪ Podem ser consideradas as áreas:
i) sob regime de servidão ambiental (art. 9º-A da Lei nº 6.938/1981);
ii) em área de reserva legal relativa à vegetação que exceder os percentuais legais fixados;
iii) protegidas na forma de Reserva Particular do Patrimônio Particular (RPPN);
iv) em propriedade rural localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público que ainda não
tenha sido desapropriada. (espécies de UCs constituídas apenas por áreas pública, sendo que as áreas privadas
devem ser desapropriadas)

▪ 1 CRA = 1 hectare de vegetação


▪ Só pode ser usada para compensar Reserva Legal de imóvel localizado no mesmo bioma.
▪ Deve ser averbada na matrícula do imóvel (não adianta o CAR)
▪ Cabe ao proprietário do imóvel a manutenção das condições de conservação da vegetação nativa da área que
deu origem ao título.
▪ Interpretação conforme: permite compensação apenas entre áreas com identidade ecológica (art. 48, § 2º);

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o RECOMPOSIÇÃO DE RESERVA LEGAL
▪ São duas as hipóteses:
- Reserva Legal desmatada depois de 22.07.2008
- Reserva Legal desmatada até 22.07.2008

▪ RESERVA LEGAL DESMATADA DEPOIS DE 22.07.2008


- Mais rígido - É obrigatória a suspensão imediata das atividades em área de Reserva Legal desmatada
irregularmente após 22 de julho de 2008. (art. 17, §3º)
- Sem prejuízo das sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis, deverá ser iniciado, o processo de
recomposição da Reserva Legal em até 2 (dois) anos contados a partir da data da publicação da Lei, devendo tal
processo ser concluído nos prazos estabelecidos pelo Programa de Regularização Ambiental – PRA.

▪ RESERVA LEGAL DESMATADA ATÉ 22.07.2008


- Áreas Consolidadas em Áreas de Reserva Legal
- Quem? Aplica-se ao proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008, área de
Reserva Legal em extensão inferior
- Regularização, independentemente da adesão ao PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada ou
conjuntamente:
i) RECOMPOR A RESERVA LEGAL
❖ Prazo de até 20 (vinte) anos: a cada 2 (dois) anos, no mínimo 1/10 (um décimo) da área total necessária
à sua complementação.
❖ Plantio intercalado de espécies nativas com exóticas ou frutíferas, desde que:
a) plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies nativas de ocorrência regional;
b) a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a 50% (cinquenta por cento) da área total
a ser recuperada.

ii) PERMITIR A REGENERAÇÃO NATURAL DA VEGETAÇÃO NA ÁREA DE RESERVA LEGAL;


❖ Impõe deixar que natureza conduza naturalmente esta regeneração.
❖ Cabível apenas quando possível (quando a natureza conseguir realizar essa regeneração)

iii) COMPENSAR A RESERVA LEGAL.


❖ Deverá ter inscrição da propriedade no CAR e poderá ser feita mediante:
→ Cota de Reserva Ambiental - CRA;
→ arrendamento de área de servidão ambiental ou Reserva Legal;
→ doação ao poder público de área localizada no interior de Unidade de Conservação pública pendente de
regularização fundiária;

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→ cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva Legal, em imóvel de mesma titularidade
ou adquirida em imóvel de terceiro, com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição,
desde que localizada no mesmo bioma.

▪ ISENTOS DE RECOMPOSIÇÃO

➢ QUESTÕES DE CONCURSO
o Ano: 2019, Banca: CESPE, Órgão:TJ-PR, Prova: Juiz3
Conforme a Lei n.º 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC),
os requisitos necessários à criação de uma unidade de conservação, exceto no caso de estação ecológica ou reserva
biológica, são
a) a publicação de lei autorizadora, a realização de estudos técnicos para identificação da localização, da dimensão
e dos limites adequados da unidade, e a elaboração de licenciamento ambiental.
b) a edição de ato autorizador do Poder Executivo e a realização de estudos técnicos e de consulta pública para a
identificação da localização, da dimensão e dos limites adequados da unidade.
c) a edição de ato autorizador do Poder Executivo, a elaboração de licenciamento ambiental, a realização de
consulta pública e a verificação da existência de população tradicional residente no local.
d) a publicação de lei autorizadora, a elaboração de licenciamento ambiental, a identificação da dimensão e dos
limites da unidade e a verificação da existência de população tradicional residente no local.

3
RESPOSTA: B

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o Ano: 2015, Banca: FCC, Órgão: TJ-GO, Prova: Juiz4
O Estado X criou por Decreto um Parque Estadual, unidade de conservação da natureza de proteção integral
segundo a Lei Federal no 9.985/2000. Passados 5 anos, editou-se um novo Decreto para desafetar parte da área
deste Parque Estadual, reduzindo-se, assim, sua extensão territorial. O novo Decreto é:
a) válido, pois não há impedimento legal para que o Ente Federativo que criou uma unidade de conservação possa
alterar seus limites por meio de Decreto.
b) válido, uma vez que a desafetação foi realizada pelo mesmo tipo de ato normativo que criou o Parque Estadual.
c) nulo, porque há expressa proibição legal para desafetar ou reduzir limites de qualquer unidade de conservação.
d) nulo, salvo se o Decreto contiver exposição de motivos.
e) nulo, uma vez que a desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita
mediante lei específica.

o Ano: 2015, Banca: FCC, Órgão: TJ-AL, Prova: juiz5


Determinado curso d’água natural, perene e intermitente, com 8 metros de largura, possui como área de
preservação permanente suas faixas marginais com 30 metros de largura. Ao ingressar na zona urbana do
Município, esta área de preservação permanente
a) poderá ter sua largura reduzida por ato do chefe do poder executivo municipal.
b) poderá ou não existir, de acordo com o plano diretor do Município.
c) não sofrerá alteração.
d) sofrerá uma redução de 50%, passando a ter 15 metros de largura.
e) deixará de existir.

o Ano: 2014, Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO, Prova: Promotor de Justiça6


De acordo com o Código Florestal Brasileiro (Lei Federal nº 12.651 de 2012), assinale a alternativa incorreta:
a) A área de preservação permanente poderá estar situada em zonas rurais ou urbanas, áreas públicas ou
particulares, podendo estar coberta ou não por vegetação nativa
b) A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está firmada no sentido de que a obrigação de recomposição
vegetal da reserva legal é de natureza pessoal, isto é, obriga a pessoa do degradador (proprietário, possuidor ou
ocupante a qualquer título), a qual não se transmite ao sucessor no caso de transferência do domínio ou posse do
imóvel rural.
c) Área rural consolidada é aquela área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008,
com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de
pousio

4
RESPOSTA: E
5
RESPOSTA: C
6
RESPOSTA: B

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d) Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto não estão sujeitos à
constituição de reserva legal.

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 6

ROTEIRO DE AULA

• CÓDIGO FLORESTAL (Lei nº 12.651/12)


➢ EXPRESSÃO FLORA E FLORESTA
o A Constituição Federal distingue o termo flora e do termo floresta.
▪ artigo 23, inciso VII (flora);
▪ artigo 24, inciso VI (florestas) e
▪ artigo 225, §1º, inciso VII (flora).

o Flora é a totalidade de espécies, que compreende a vegetação de uma determinada região. (relacionada ao
gênero)
o Floresta é a formação arbórea densa, de alto porte, que recobre área de terra mais ou menos extensa. (específica)
o FLORA É COLETIVO E ENGLOBA O TERMO FLORESTA

➢ Defesa da flora na Constituição Federal


o Legislar sobre florestas (art. 24, VI da CF): COMPETÊNCIA CONCORRENTE da União, Estados e Distrito Federal
o Proteger a flora (artigo 225, § 1º VII): incumbência atribuída a TODOS OS ENTES FEDERADOS
o COMPETÊNCIA COMUM (art. 23, VII da CF)
▪ Lei Complementar nº 140/11 – regulamenta o par. único do art. 23 (norma para cooperação visando
desenvolvimento e bem-estar)

o Art. 225, § 4º da CF (patrimônio nacional)


▪ Biomas considerados patrimônio nacional
▪ Pode existir a utilização em conformidade com a lei, assegurando a preservação do meio ambiente.

1
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▪ Floresta Amazônica
▪ Mata Atlântica
▪ Serra do Mar
▪ Pantanal Mato-Grossense
▪ Zona Costeira
▪ Mnemônico (FMSPZC)
▪ obs. apenas esses cinco biomas são tutelados como patrimônio nacional

➢ Portanto, o termo “florestal” no Código em questão, não é adequado (pois o Código trata de outros termos além de
floresta; o mais adequado seria “flora”)

➢ Defesa da flora em âmbito infraconstitucional


o Código Florestal (Lei nº 12.651/12)
▪ Normas gerais (há normas especiais que podem ser aplicadas, conforme critério da especialidade, como no caso
do bioma mata atlântica por exemplo – Lei da mata atlântica) – o Código Florestal se aplica no que for geral (como
nos temas abaixo)
▪ Proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal;
▪ A exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o
controle e prevenção dos incêndios florestais;
▪ Instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.

➢ Princípios
o afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e demais formas de
vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema
climático, para o bem estar das gerações presentes e futuras;
▪ Respeito à soberania (compromisso soberano com os recursos).
▪ Afasta a ideia de patrimônio da humanidade (recursos brasileiros para serem cuidados e tratados pelo próprio
país).
▪ OBJETIVO: desenvolvimento sustentável (solidariedade intergeracional)

o reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das florestas e demais
formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da
população brasileira e na presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia;
▪ Coexistência do desenvolvimento sustentável com a preservação ambiental para garantir a melhoria da qualidade
de vida.

2
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o ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o compromisso do País com a
compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação;
▪ Uso sustentável (novamente destacando o princípio da sustentabilidade; note a preocupação com a água)
▪ Compatibilizando uso produtivo da terra com preservação de recursos naturais

o responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade
civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e
sociais nas áreas urbanas e rurais;
▪ Restauração das funções sociais nas áreas urbanas e rurais.
▪ Atenção ao meio ambiente em todas suas áreas
▪ A vegetação nativa é muito valiosa
▪ Código florestal aplicado à zona rural e zona urbana (APP por exemplo)
▪ Princípio da participação: Poder Público + sociedade civil

o fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a
recuperação e a preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa;
▪ Desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica.
▪ Descobertas novas técnicas (crescimento da produção alimentar), sem comprometer a vegetação nativa.
▪ Política Nacional do Meio Ambiente (art. 2º, VI e art.4º, IV e V da Lei nº 6.938/81).
▪ Somente se atinge o desenvolvimento sustentável a partir da ciência e tecnologia; para descobrir e aplicar novas
técnicas que favorecem essa utilização adequada dos recursos

o criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação


nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.
▪ Cota de Reserva Ambiental
▪ Código Florestal - Capítulo X: “programa de apoio e incentivo a preservação e recuperação do meio ambiente”.
▪ Princípio do recebedor-protetor (favorece a adesão da população na proteção do meio ambiente; principalmente
quando se fala em PJ e grandes negócios, em que o quesito econômico é fundamental)

3
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➢ USO IRREGULAR DA PROPRIEDADE
o Ações ou omissões contrárias às regras do Código florestal: uso irregular da propriedade
▪ Uso contrário ao cumprimento da função socioambiental da propriedade
▪ Propriedade possui o uso regular quando se volta para manter o equilíbrio ambiental e trazer um bem-estar para
todos

o Procedimento sumário (superado)


▪ Não há mais procedimento sumário

o Responsabilidade civil (§ 1o do art. 14 da Lei nº 6.938/81) e das sanções administrativas, civis e penais.
▪ Responsabilidade civil objetiva
▪ Art. 225, §3º da CF/88: “§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.”

o Bens de interesse comum a todos os habitantes do País: afasta-se ideia de bem público ou privado
▪ O meio ambiente possui dupla titularidade
▪ Pertence a toda coletividade e pode estar em esfera particular/pública
▪ Deve ser gerido, cuidado, mantido em prol de toda a coletividade
▪ Por essa razão é bem difuso (pertence a todos e a ninguém em particular)
▪ Não se pode utilizar da forma que bem entender

4
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➢ NATUREZA REAL
o Obrigações: natureza real
o Obrigações propter rem
o São relativas à coisa
o Precedentes do STJ já confirmavam esta natureza antes do Novo Código Florestal.
o Súmula 623-STJ: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do
proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. Aprovada em 12/12/2018.

➢ CONCEITOS NA LEI Nº 12.651/12


o AMAZÔNIA LEGAL
▪ os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do
paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão; (art.
3º, I da Lei nº 12.651/12)
▪ 10 estados mencionados

o ÁREA RURAL CONSOLIDADA


▪ Área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias
ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio (art. 3º, IV da Lei nº
12.651/12)
▪ 22 de julho de 2008: publicação do Decreto 6.514/2008,
▪ POUSIO:
-Prática de interrupção temporária de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais, por no máximo 5
(cinco) anos, para possibilitar a recuperação da capacidade de uso ou da estrutura física do solo; (art. 3º, XXIV da
Lei nº 12.651/12)

o PEQUENA PROPRIEDADE OU POSSE RURAL


▪ Aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os
assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3o da Lei no 11.326, de 24 de julho
de 2006
▪ ART. 3º, I A IV DA LEI Nº 11.326/2006
I - não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais;
II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento
ou empreendimento;
III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou
empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo;
IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família

5
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▪ POR EQUIPARAÇÃO
- Os imóveis rurais com até 4 (quatro) módulos fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris;
- As terras indígenas demarcadas e
- As demais áreas tituladas de povos e comunidades tradicionais que façam uso coletivo do seu território.
- JULGADO DO STF SOBRE NOVO CÓDIGO FLORESTAL- OS DISPOSITIVOS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL SÃO
CONSTITUCIONAIS- EXCEÇÕES: Inconstitucionalidade das expressões “demarcadas” e “tituladas” (art. 3º,
parágrafo único);
- áreas poderão receber o tratamento diferenciado mesmo sem demarcação e titulação (demarcação/titulação
é apenas declaratória e não constitutiva dessa natureza)

o USO ALTERNATIVO DO SOLO


▪ Substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades
agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos
urbanos ou outras formas de ocupação humana; (art. 3º, VI da Lei nº 12.651/12)

o MANEJO SUSTENTÁVEL
▪ Administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-
se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da
flora, bem como a utilização de outros bens e serviços; (art. 3º, VII da Lei nº 12.651/12)
▪ Manejo como gestão/administração

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➢ ÁREAS DE USO RESTRITO
o ESPÉCIE DE ESPAÇO TERRITORIAL ESPECIALMENTE PROTEGIDO
o Pantanais e planícies pantaneiras (art. 10): exploração ecologicamente sustentável
▪ Pode utilizar para exploração ecologicamente sustentável
▪ Novas supressões de vegetação nativa para uso alternativo do solo condicionadas à autorização do órgão estadual
do meio ambiente

o As áreas de inclinação entre 25 e 45 (art. 11): manejo florestal sustentável


▪ Somente pode usar através do manejo florestal sustentável;
▪ exercício de atividades agrossilvipastoris,
▪ manutenção da infraestrutura física associada ao desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas
agronômicas;
▪ vedada a conversão de novas áreas

o OBSERVAÇÃO
▪ Se área tem inclinação superior a 45 graus?
- É área de preservação permanente

▪ Se área tem inclinação inferior a 25 graus?


- Autorizado o uso alternativo do solo (conforme as regras que serão abordadas em tópico posterior)

➢ USO ECOLOGICAMENTE SUSTENTÁVEL


o ESPÉCIE DE ESPAÇO TERRITORIAL ESPECIALMENTE PROTEGIDO
o Apicuns e salgados podem ser utilizados de modo ecologicamente sustentável em atividades de carcinicultura e
salinas
o Interesse econômico: produção de sal (salina) e criação de camarões em cativeiro (carcinicultura)
o São áreas próximas aos manguezais – não se confundem com os manguezais (APP)
o Apicum: áreas de solos hipersalinos situadas nas regiões entremarés superiores, inundadas apenas pelas marés
de sizígias, que apresentam salinidade superior a 150 (cento e cinquenta) partes por 1.000 (mil), desprovidas de
vegetação vascular;
▪ Salinidade dos apicuns é maior do que nos salgados.
▪ Apicuns não têm vegetação vascular.
▪ Apenas inundados.

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o Salgado ou marismas tropicais hipersalinos as áreas situadas em regiões com frequências de inundações
intermediárias entre marés de sizígias e de quadratura, com solos cuja salinidade varia entre 100 (cem) e 150 (cento
e cinquenta) partes por 1.000 (mil), onde pode ocorrer a presença de vegetação herbácea específica.

o CONDIÇÕES PARA EXPLORAÇÃO DOS APICUNS E SALGADOS


▪ no bioma amazônico - área total ocupada em cada Estado não superior a 10% (dez por cento)
▪ no restante do País - 35% (trinta e cinco por cento), excluídas as ocupações consolidadas;
▪ Abaixo são expostas algumas exigências para poder explorar essas áreas;
▪ salvaguarda da absoluta integridade dos manguezais arbustivos e dos processos ecológicos essenciais a eles
associados, bem como da sua produtividade biológica e condição de berçário de recursos pesqueiros
▪ Licenciamento da atividade e das instalações pelo órgão ambiental estadual, com ciência ao IBAMA e no caso de
uso de terrenos da marinha ou bens da União, mediante regularização prévia da titulação;
▪ recolhimento, tratamento e disposição adequados dos efluentes e resíduos;
▪ Garantia da manutenção da qualidade da água e do solo, respeitadas APP;
▪ Respeito às atividades tradicionais de sobrevivência das comunidades locais
▪ Note que há a delimitação em quantidade (bioma amazônico e restante do país), bem como condições básicas
para explorar essas áreas protegidas

o REGRAS PARA O LICENCIAMENTO


▪ Licença ambiental – prazo 5 anos renovável
▪ Exigem EPIA/RIMA:
i- Novos empreendimentos com área superior a 50 (cinquenta) hectares;
ii- com área de até 50 (cinquenta) hectares, se potencialmente causadores de significativa degradação do meio
ambiente;
iii- localizados em região com adensamento de empreendimentos de carcinicultura ou salinas cujo impacto afete
áreas comuns.

o Regularização de ocupação e implantação ocorrido antes de 22 de julho de 2008


▪ regularização das atividades e empreendimentos de carcinicultura e salinas
▪ desde que o empreendedor, pessoa física ou jurídica, comprove sua localização em apicum ou salgado e
▪ se obrigue, por termo de compromisso, a proteger a integridade dos manguezais arbustivos adjacentes.

➢ PROTEÇÃO DAS ÁREAS VERDES URBANAS


o INSTRUMENTOS PARA ESTABELECIMENTO DAS ÁREAS VERDES PELO MUNICÍPIO:
▪ Direito de preempção para aquisição de remanescentes florestais relevantes;
- Estatuto da Cidade (art. 25 a art. 27)

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- Preferência do poder público municipal para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre
particulares

▪ Transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas;


▪ Exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos comerciais e na implantação de infraestrutura
e
▪ Aplicação em Áreas verdes de recursos oriundos de compensação ambiental
▪ Repito: Portanto, o Código Florestal não se aplica apenas em zona rural

➢ SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO PARA USO ALTERNATIVO DO SOLO


o CONCEITO
▪ é a substituição de vegetação nativa e formações sucessoras (desmatamento) por outras coberturas do solo,
como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte,
assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana; (art. 3º, VI da Lei nº 12.651/12).

o DOIS REQUISITOS
i) Cadastramento do imóvel no CAR
ii) Prévia autorização do órgão estadual competente do Sisnama.
▪ Obs. Somente aplicável a áreas não protegidas (não pode para: reserva legal, áreas de preservação permanente,
áreas de uso restrito, áreas verdes urbanas, apicuns, salgados; ou seja, situações em que há regramento específico).

o CONTRAPARTIDA À SUPRESSÃO PARA USO ALTERNATIVO DO SOLO


▪ Será exigida reposição florestal - Art. 33, § 1o: São obrigadas à reposição florestal as pessoas físicas ou jurídicas
que utilizam matéria-prima florestal oriunda de supressão de vegetação nativa ou que detenham autorização para
supressão de vegetação nativa.
▪ Veja que a reposição florestal é em relação à vegetação nativa

o PRIORIZAR
▪ Utilização de espécies nativas (art. 26, §3º da Lei nº 12.651/12 )- “§ 3º No caso de reposição florestal, deverão
ser priorizados projetos que contemplem a utilização de espécies nativas do mesmo bioma onde ocorreu a
supressão.”
▪ Efetivação no estado de origem da matéria-prima utilizada (art. 33, §4º da Lei nº 12.651/12).- “§ 4º A reposição
florestal será efetivada no Estado de origem da matéria-prima utilizada, mediante o plantio de espécies
preferencialmente nativas, conforme determinações do órgão competente do Sisnama.”

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▪ Observação: A supressão de vegetação de espécie da flora ou da fauna ameaçada de extinção dependerá da
adoção de medidas compensatórias e mitigadoras que assegurem a conservação da espécie.
- Elaboração da lista nacional das espécies da flora ameaçadas é da competência da União, através do Ministério
do Meio ambiente. (LC 140/11, art. 7º, XVI).
- Estados e Distrito Federal - elaboração lista relativa ao seu território (LC 140/11, art. 8º, XVII e art. 10)

▪ Observação (2): O corte ou a exploração de espécies nativas plantadas em área de uso alternativo do solo serão
permitidos independentemente de autorização prévia;
- Exigência: plantio ou reflorestamento previamente cadastrado e a exploração ser previamente declarada
(controle de origem)

o Obs. Não é permitida a conversão de vegetação nativa para uso alternativo do solo no imóvel rural que possuir
área abandonada. (não confundir área abandona com o instrumento de pousio)

➢ EXPLORAÇÃO FLORESTAL
o SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO FLORESTAL
▪ Licenciamento pelo órgão competente do Sisnama,
▪ Aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS (contemple técnicas de condução,
exploração, reposição florestal e manejo compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbórea
forme).
▪ O PMFS busca a continuidade do recurso; utilização não venha a exaurir o bem ambiental; traz um norte para a
continuidade de utilização do recurso

o PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL


▪ Documento técnico básico com diretrizes e procedimentos para administração da floresta, visando a obtenção de
benefícios econômicos, sociais e ambientais.
▪ Na pequena propriedade ou posse rural familiar:
- Procedimentos simplificados (art. 31, § 6º da Lei nº 12.651/12)
- “§ 6º Para fins de manejo florestal na pequena propriedade ou posse rural familiar, os órgãos do Sisnama
deverão estabelecer procedimentos simplificados de elaboração, análise e aprovação dos referidos PMFS.”

o ISENTOS DE PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL – PMFS


▪ a supressão de florestas e formações sucessoras para uso alternativo do solo (art. 32, I da Lei nº 12.651/12):;
▪ o manejo e a exploração de florestas plantadas localizadas fora das Áreas de Preservação Permanente e de
Reserva Legal (art. 32, II da Lei nº 12.651/12);

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▪ a exploração florestal não comercial realizada nas pequenas propriedades ou posses rurais familiares ou por
populações tradicionais (art. 32, III da Lei nº 12.651/12):
▪ coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes (art.31, caput c.c art. 21
ambos da Lei nº 12.651/12);
▪ Em área de reserva legal, manejo sustentável para exploração florestal eventual sem propósito comercial, para
consumo no próprio imóvel (art.31, caput c.c art. 23 ambos da Lei nº 12.651/12);

o EMPREENDIMENTOS QUE UTILIZAM MATÉRIA-PRIMA FLORESTAL (regramento específico; os recursos devem


decorrer das fontes abaixo)
▪ florestas plantadas;
▪ PMFS de floresta nativa aprovado pelo órgão competente do Sisnama; RECURSOS
ORIUNDOS
▪ supressão de vegetação nativa autorizada pelo órgão competente do Sisnama;
▪ outras formas de biomassa florestal definidas pelo órgão competente do Sisnama.

o CONTRAPARTIDA À SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA


▪ Lembre-se que sempre que houver retirada de vegetação nativa, será necessária a reposição
▪ Será exigida reposição florestal
- Art. 33, § 1o: São obrigadas à reposição florestal as pessoas físicas ou jurídicas que utilizam matéria-prima
florestal oriunda de supressão de vegetação nativa ou que detenham autorização para supressão de vegetação
nativa.

o REPOSIÇÃO FLORESTAL
▪ Compensação do volume de matéria-prima extraído da vegetação natural pelo volume da matéria-prima
resultante de plantio florestal para geração de estoque ou recuperação de cobertura florestal.
▪ Objetiva compensar poluição causada pela extração da vegetação nativa.
▪ Aplicação princípio do poluidor-pagador

o ISENTO DE REPOSIÇÃO FLORESTAL


▪ obs. não confundir com a isenção para o PMFS
▪ É isento aquele que utilize:
- costaneiras, aparas, cavacos ou outros resíduos provenientes da atividade industrial;
- matéria-prima florestal:
a. oriunda de PMFS;
b. oriunda de floresta plantada;
c. não madeireira.

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▪ As empresas industriais que utilizam grande quantidade de matéria-prima florestal (parâmetros estabelecidos
pelo Chefe do Poder Executivo) são obrigadas:
- Elaborar e implementar Plano de Suprimento Sustentável - PSS, a ser submetido à aprovação do órgão
competente do Sisnama.
❖ O PSS assegurará produção equivalente ao consumo de matéria-prima florestal pela atividade industrial.

➢ DO CONTROLE DO DESMATAMENTO
o obs. o desmatamento pode ser legal: uso alternativo do solo;
o obs.2 impacto ambiental sempre vai existir (é tolerável); já o dano não
o SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM DESACORDO = DESMATAMENTO ILEGAL = EMBARGO DA ATIVIDADE

➢ CONTROLE DA ORIGEM DOS PRODUTOS FLORESTAIS


o Controle (madeira, carvão e outros produtos florestais): sistema nacional integrado, com dados disponibilizados
para acesso público.
o LIVRE a extração de lenha e demais produtos de florestas plantadas nas áreas não consideradas Áreas de
Preservação Permanente e Reserva Legal. (no caso de APP e RL, lembre-se que há o regramento próprio, conforme
visto em aula anterior)
o PERMITIDA exploração de espécies nativas plantadas em área de uso alternativo, desde que haja prévio cadastro
+ prévia declaração de exploração. (lembre-se que não necessita de prévia autorização) (veja a proximidade com a
ideia de RL sem proposito econômico; pode haver a exploração, mas deve existir a prévia comunicação)
o INSTRUMENTO IMPORTANTE: DOF – Documento de Origem Florestal
▪ É uma LICENÇA obrigatória para o controle do transporte de produto e subproduto florestal de origem nativa;
▪ Especificação do material, volumetria e dados sobre sua origem e destino;
▪ Jurisprudência “O transporte em quantidade excessiva de madeira, não acobertada pela respectiva guia de
autorização, legitima a apreensão de toda a mercadoria.” STJ. 2ª Turma. REsp 1.784.755-MT, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 17/09/2019 (Info 658)

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o COMÉRCIO INTERNO DE PLANTAS VIVAS E OUTRO PRODUTOS ORIUNDOS DA FLORA NATIVA
▪ Licença do órgão estadual +
▪ Registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais. (instrumento da PNMA)

o EXPORTAÇÃO DE PLANTAS VIVAS E OUTRO PRODUTOS ORIUNDOS DA FLORA NATIVA


▪ Licença do órgão federal +
▪ Registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais.

➢ PROIBIÇÃO USO DO FOGO E CONTROLE DOS INCÊNDIOS


o REGRA
▪ PROÍBE O USO DO FOGO NA VEGETAÇÃO (ART. 38, CAPUT DA LEI Nº 12.651/12)- “Art. 38. É proibido o uso de fogo
na vegetação, exceto nas seguintes situações:”

o EXCEÇÕES (em que é permitido o uso)


▪ Locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais +
prévia aprovação de órgão estadual; (art. 38, inc. I da Lei nº 12.651/12);
▪ Emprego queima controlada em Unidade de Conservação, conforme plano de manejo + prévia aprovação do
órgão gestor, com finalidade de manejo de conservação da vegetação nativa; (art. 38, inc. II da Lei nº 12.651/12);
▪ Atividades de pesquisa científica (vinculada a projeto aprovado e realizada por instituição de pesquisa
reconhecida) + aprovação órgão ambiental (art. 38, inc. III da Lei nº 12.651/12);
▪ As práticas de prevenção e combate aos incêndios e as de agricultura de subsistência de populações tradicionais
e indígenas (art. 38, §2º da Lei nº 12.651/12)
▪ QUEIMA DA PALHA DA CANA-DE-AÇUCAR
- “DIREITO AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CANA-DE-AÇÚCAR. QUEIMADAS. ART. 21, PARÁGRAFO ÚNICO, DA
LEI N. 4771/65. DANO AO MEIO AMBIENTE. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. QUEIMA DA PALHA DE CANA. EXISTÊNCIA
DE REGRA EXPRESSA PROIBITIVA. EXCEÇÃO EXISTENTE SOMENTE PARA PRESERVAR PECULIARIDADES LOCAIS OU
REGIONAIS RELACIONADAS À IDENTIDADE CULTURAL. INAPLICABILIDADE ÀS ATIVIDADES AGRÍCOLAS INDUSTRIAIS
1. O princípio da precaução, consagrado formalmente pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento - Rio 92 (ratificada pelo Brasil), a ausência de certezas científicas não pode ser argumento
utilizado para postergar a adoção de medidas eficazes para a proteção ambiental. Na dúvida, prevalece a defesa
do meio ambiente.
3. O legislador brasileiro, atento a essa questão, disciplinou o uso do fogo no processo produtivo agrícola, quando
prescreveu no art. 27, parágrafo único da Lei n. 4.771/65 que o Poder Público poderia autoriza-lo em práticas
agropastoris ou florestais desde que em razão de peculiaridades locais ou regionais.

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4. Buscou-se, com isso, compatibilizar dois valores protegidos na Constituição Federal de 1988, quais sejam, o
meio ambiente e a cultura ou o modo de fazer, este quando necessário à sobrevivência dos pequenos produtores
que retiram seu sustento da atividade agrícola e que não dispõem de outros métodos para o exercício desta, que
não o uso do fogo.
5. A interpretação do art. 27, parágrafo único do Código Florestal não pode conduzir ao entendimento de que
estão por ele abrangidas as atividades agroindustriais ou agrícolas organizadas, ou seja, exercidas
empresarialmente, pois dispõe de condições financeiras para implantar outros métodos menos ofensivos ao meio
ambiente. Precedente: (AgRg nos EDcl no REsp 1094873/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, julgado
em 04/08/2009, DJe 17/08/2009).
6. Ademais, ainda que se entenda que é possível à administração pública autorizar a queima da palha da cana
de açúcar em atividades agrícolas industriais, a permissão deve ser específica, precedida de estudo de impacto
ambiental e licenciamento, com a implementação de medidas que viabilizem amenizar os danos e a recuperar o
ambiente, Tudo isso em respeito ao art. 10 da Lei n. 6.938/81. Precedente: (EREsp 418.565/SP, Rel. Min. Teori
Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 29/09/2010, DJe 13/10/2010). Recurso especial provido.” (REsp
1285463/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 06/03/2012).”
- Note que o STJ tem uma tendência de exigir um comportamento mais positivo dos grandes empreendimentos
quantos aos cuidados com o meio ambiente

▪ OBSERVAÇÃO
- Inconstitucionalidade de lei municipal que proíbe a queima da cana
- “RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL. LIMITES DA
COMPETÊNCIA MUNICIPAL. LEI MUNICIPAL QUE PROÍBE A QUEIMA DE PALHA DE CANA-DE-AÇÚCAR E O USO DO
FOGO EM ATIVIDADES AGRÍCOLAS. LEI MUNICIPAL Nº 1.952, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1995, DO MUNICÍPIO DE
PAULÍNIA. RECONHECIDA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 23, CAPUT E PARÁGRAFO
ÚNICO, Nº 14, 192, § 1º E 193, XX E XXI, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO E ARTIGOS 23, VI E VII, 24,
VI E 30, I E II DA CRFB.
1. O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de seu interesse
local e desde que tal regramento seja e harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados
(art. 24, VI c/c 30, I e II da CRFB).
2. O Judiciário está inserido na sociedade e, por este motivo, deve estar atento também aos seus anseios, no
sentido de ter em mente o objetivo de saciar as necessidades, visto que também é um serviço público.
3. In casu, porquanto inegável conteúdo multidisciplinar da matéria de fundo, envolvendo questões sociais,
econômicas e políticas, não é permitido a esta Corte se furtar de sua análise para o estabelecimento do alcance
de sua decisão.
São elas: (i) a relevante diminuição – progressiva e planejada – da utilização da queima de cana-de-açúcar; (ii) a
impossibilidade do manejo de máquinas diante da existência de áreas cultiváveis acidentadas; (iii) cultivo de cana

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em minifúndios; (iv) trabalhadores com baixa escolaridade; (v) e a poluição existente independentemente da
opção escolhida.
4. Em que pese a inevitável mecanização total no cultivo da cana, é preciso reduzir ao máximo o seu aspecto
negativo. Assim, diante dos valores sopesados, editou-se uma lei estadual que cuida da forma que entende ser
devida a execução da necessidade de sua respectiva população. Tal diploma reflete, sem dúvida alguma, uma
forma de compatibilização desejável pela sociedade, que, acrescida ao poder concedido diretamente pela
Constituição, consolida de sobremaneira seu posicionamento no mundo jurídico estadual como um standard a
ser observado e respeitado pelas demais unidades da federação adstritas ao Estado de São Paulo.
5. Sob a perspectiva estritamente jurídica, é interessante observar o ensinamento do eminente doutrinador Hely
Lopes Meireles, segundo o qual “se caracteriza pela predominância e não pela exclusividade do interesse para o
município, em relação ao do Estado e da União. Isso porque não há assunto municipal que não seja reflexamente
de interesse estadual e nacional. A diferença é apenas de grau, e não de substância." (Direito Administrativo
Brasileiro. São Paulo: Malheiros Editores, 1996. p. 121.)
6. Função precípua do município, que é atender diretamente o cidadão. Destarte, não é permitida uma
interpretação pelo Supremo Tribunal Federal, na qual não se reconheça o interesse do município em fazer com
que sua população goze de um meio ambiente equilibrado.
7. Entretanto, impossível identificar interesse local que fundamente a permanência da vigência da lei municipal,
pois ambos os diplomas legislativos têm o fito de resolver a mesma necessidade social, que é a manutenção de
um meio ambiente equilibrado no que tange especificamente a queima da cana-de-açúcar.
8. Distinção entre a proibição contida na norma questionada e a eliminação progressiva disciplina na legislação
estadual, que gera efeitos totalmente diversos e, caso se opte pela sua constitucionalidade, acarretará
esvaziamento do comando normativo de quem é competente para regular o assunto, levando ao completo
descumprimento do dever deste Supremo Triunal Federal de guardar a imperatividade da Constituição. 9. Recurso
extraordinário conhecido e provido para declarar a inconstitucionalidade da Lei Municipal nº 1.952, de 20 de
dezembro de 1995, do Município de Paulínia.”
(RE 586224, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno)

- Note que o julgado apresenta toda a dificuldade que existe no equilíbrio do desenvolvimento sustentável; dos
pilares econômico, social e ambiental; questão dos trabalhadores, econômica e da preservação ambiental; a lei
municipal priorizou a proteção ambiental; sopesou-se que o interesse não é apenas local, pretendendo-se
resolver a mesma causa, devendo respeitar a norma estadual que previa o equilíbrio de, aos poucos e de forma
progressiva, fazer essa alteração; acaba por ser tudo uma questão econômica, já que na medida em que se achou
algo melhor (a colheita da cana crua), esta medida foi adotada; observa-se a importância da questão econômica
na proteção ambiental

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➢ PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À PRESERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
o Poder Executivo Federal
▪ Programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente,
▪ Adoção de tecnologias e boas práticas
▪ Conciliação da produtividade agropecuária e florestal
▪ Com redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente
sustentável.
▪ PRINCÍPIO DO PROTETOR RECEBEDOR
- Forma de recompensar aquele que cuida do meio ambiente
- De forma econômica
- O Programa trata da execução desse princípio (premiar quem atua conforme as ideias do programa; a premiação
ocorre através dos instrumentos abaixo)

o INSTRUMENTOS
I -pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação
e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais
II-compensação pelas medidas de conservação ambiental necessárias para o cumprimento dos objetivos desta Lei,
III- incentivos para comercialização, inovação e aceleração das ações de recuperação, conservação e uso
sustentável das florestas e demais formas de vegetação nativa

➢ AGRICULTURA FAMILIAR
o TRÂMITES AMBIENTAIS SIMPLIFICADOS
▪ Supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal para atividades eventuais ou
de baixo impacto ambiental:
- declaração ao órgão ambiental competente + imóvel devidamente inscrito no CAR;

▪ Registro da reserva legal simplificado e gratuito;


- Reserva legal: vegetação formada pelos plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, compostos
por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas da região em
sistemas agroflorestais;

▪ Inscrição CAR: Identificação proprietário/possuidor + comprovação propriedade/posse + croqui indicando


perímetro do imóvel, APP e RL
▪ Manejo florestal da reserva legal com propósito comercial – autorização simplificada
▪ Desobrigadas da reposição florestal se a matéria-prima florestal for utilizada para consumo próprio;

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• GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS (Lei nº 11.284/06)
➢ OBJETIVOS DA LEI
o Gestão de florestas públicas para a produção sustentável;
o Institui o Serviço Florestal Brasileiro - SFB, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente;
o Cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal - FNDF.
o FLORESTAS PÚBLICAS: florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos diversos biomas brasileiros, em bens sob
o domínio da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta;
(art. 3º, I da Lei nº 11.284/06)

➢ INSTRUMENTOS:
o GESTÃO DIRETA, COM A CRIAÇÃO DE FLORESTAS NACIONAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS (ART. 17 DA LEI Nº
9.985/00)
o DESTINAÇÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS ÀS COMUNIDADES LOCAIS;
o CONCESSÃO FLORESTAL

➢ GESTÃO DIRETA, COM A CRIAÇÃO DE FLORESTAS NACIONAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS (ART. 17 DA LEI Nº
9.985/00)
o Consiste no exercício direto pelo Poder Público na gestão de florestas nacionais, estaduais e municipais criadas
nos termos do art. 17 da Lei nº 9.985/00, facultado, para execução de atividades subsidiárias, firmar convênios,
termos de parceria, contratos ou instrumentos similares com terceiros. (veja que se na floresta tiver área particular,
deve haver desapropriação; exercício direto; floresta pública; Unidade de Conservação;)
o Consiste em transformar uma floresta pública em unidade de conservação de floresta nacional (estadual ou
municipal)
o A duração dos contratos e instrumentos é de no máximo de 120 (cento e vinte) meses.
o Repito: não pode existir área particular (existindo área particular, deve ser desapropriada)

➢ DESTINAÇÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS ÀS COMUNIDADES LOCAIS;


o Pressupõe a identificação das florestas públicas ocupadas ou utilizadas por comunidades locais
▪ o Poder Público deverá identificar as florestas públicas ocupadas por comunidades locais para sua destinação de
forma não onerosa.

o Comunidades locais: populações tradicionais e outros grupos humanos, organizados por gerações sucessivas,
com estilo de vida relevante à conservação e à utilização sustentável da diversidade biológica (art.3º, X da Lei nº
11.284/06)

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o DESTINAÇÃO
▪ criação de reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável (são espécies de UC de uso
sustentável);
▪ concessão de uso, por meio de projetos de assentamento florestal, de desenvolvimento sustentável,
agroextrativistas ou outros similares,
▪ Outras formas previstas em lei.
▪ não onerosa para o beneficiário
▪ efetuada em ato administrativo próprio.
▪ As comunidades locais poderão participar das licitações por meio de associações comunitárias, cooperativas ou
outras pessoas jurídicas admitidas em lei.

➢ CONCESSÃO FLORESTAL
o É contrato de concessão oneroso celebrado por entidades políticas com pessoas jurídicas, consorciadas ou não,
precedido de licitação na modalidade concorrência, visando a transferir ao concessionário o direito de explorar de
maneira sustentável os recursos florestais por prazo determinado.
▪ Recursos florestais: elementos ou características de determinada floresta, potencial ou efetivamente geradores
de produtos ou serviços florestais; (art. 3º, II da Lei nº 11.284/06)

o OBJETO: EXPLORAÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS FLORESTAIS


▪ PRODUTOS FLORESTAIS: produtos madeireiros e não madeireiros gerados pelo manejo florestal sustentável;
▪ SERVIÇOS FLORESTAIS: turismo e outras ações ou benefícios decorrentes do manejo e conservação da floresta,
não caracterizados como produtos florestais; (ideia mais residual; não se enquadrando no conceito de produto
florestal)

o OBJETO DA CONCESSÃO
▪ Floresta Pública (natural ou plantada de propriedade da Adm. Direta ou Indireta)
▪ Unidade de Conservação de Floresta nacional, distrital, estadual ou municipal (art. 17 da Lei nº 9.985/00)
▪ Obs. Devem constar PAOF – Plano Anual de Concessão Florestal - conterá a descrição de todas as florestas públicas
a serem submetidas a processos de concessão no ano em que vigorar.
▪ Veja que para a concessão florestal não necessita, obrigatoriamente, que a floresta seja UC; pode ser floresta
pública sem ser UC; ambas podem ser objeto de concessão florestal

o EXCLUÍDAS (não podem ser objetos de concessão; não podem ser levadas para licitação)
▪ Unidades de conservação de proteção integral e
▪ Unidades de Uso Sustentável nas seguintes espécies:
- reservas de desenvolvimento sustentável (direcionadas para uma comunidade),

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- reservas extrativistas (direcionadas para uma comunidade),
- reservas de fauna e
- áreas de relevante interesse ecológico,

▪ Observação: Se o plano de manejo expressamente admitir podem ser objeto de concessão florestal (plano de
manejo é “o manual de instruções” para a utilização da UC; se não houver menção no plano de manejo, nenhuma
UC de proteção integral ou as espécies citadas de UC de uso sustentável não poderão ser objeto de concessão
florestal; se o plano de manejo mencionar que pode haver a concessão, não haverá mais óbice)

o LIMITES DO CONTRATO - NÃO TRANSFERE AO CONCESSIONÁRIO (não pode ser objeto do contrato de concessão)
▪ A titularidade imobiliária ou preferência em sua aquisição;
▪ O acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição de
coleções;
▪ O uso dos recursos hídricos acima do especificado como insignificante;
▪ A exploração dos recursos minerais; a exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre, bem como
▪ A comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono em florestas naturais

o REGRAS ESPECÍFICAS PARA LICITAÇÃO


▪ Habilitação: inexistência de débitos inscritos em Dívida ativa em órgãos do Sisnama + não condenação transitada
em crimes ambientais, tributários ou previdenciário;
- Apenas empresas ou pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras com sede e administração no Brasil
podem se habilitar

▪ MELHOR PROPOSTA
- Maior preço para pagamento
- Melhor técnica
❖ o menor impacto ambiental;
❖ os maiores benefícios sociais diretos;
❖ a maior eficiência;
❖ a maior agregação de valor ao produto ou serviço florestal na região da concessão

19
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o Licenciamento Ambiental
▪ Licença prévia será requerida pelo órgão gestor, mediante apresentação de relatório ambiental.
▪ Será exigido (se o caso) estudo prévio de impacto ambiental - EIA para a concessão da licença prévia
▪ Custos serão ressarcidos pelo ganhador da licitação.
▪ LP autoriza elaboração de PMFS
▪ Licenciamento composto pelo LP e LO
▪ Aprovação do plano de manejo da UC substitui a LP, sem prejuízo de EIA/RIMA
▪ RESERVA ABSOLUTA: 5% (Não se pode mexer ou realizar qualquer alteração)
▪ obs. a reserva absoluta não pode ser utilizada, devendo ser preservada

o EXTINÇÃO da concessão florestal


▪ Esgotamento do prazo contratual;
▪ Rescisão;
▪ Anulação;
▪ Falência ou extinção do concessionário e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual;
▪ Desistência e
▪ Devolução, por opção do concessionário, do objeto da concessão.

➢ SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO


o O SFB atua exclusivamente na gestão das florestas públicas.
o É o órgão gestor
o “Art. 54. Fica criado, na estrutura básica do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro - SFB.”

• QUESTÕES DE CONCURSO
➢ Ano: 2019, Banca: CESPE, Órgão: TJ-PR, Prova: Juiz Substituto
Em uma área completamente preservada, com bioma intacto, localizada em sua integralidade no bioma cerrado,
existe uma propriedade particular de 100 ha, dos quais 40 ha constituem reserva legal com a devida averbação na
matrícula do imóvel e com o registro no cadastro ambiental rural (CAR).
Nessa situação, o limite máximo de hectares que o proprietário poderá destinar para fins de instituição de servidão
ambiental corresponde a1
A) 5 ha
B) 25 ha.
C) 45 ha.
D) 65 ha.

1
GABARITO: ALTERNATIVA D

20
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➢ Ano: 2018, Banca: CONSULPLAN, Órgão: TJ-MG, Prova: Juiz Substituto
A sociedade empresária X consome carvão vegetal na produção de ferro gusa. Requereu isenção quanto à obrigação
de fazer reposição florestal, porque o carvão é produzido com 80% de madeira de floresta plantada e o restante de
floresta nativa. O requerimento deverá2
A) ser parcialmente deferido quanto ao percentual de floresta nativa.
B) ser integralmente indeferido porque há utilização parcial de floresta nativa.
C) ser integralmente deferido porque a utilização parcial de floresta nativa é mínima.
D) ser parcialmente deferido quanto ao percentual de utilização da floresta plantada.

➢ Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RS Juiz de Direito Substituto


Considerando o disposto no Código Florestal – Lei no 12.651/2012, é correta a seguinte afirmação: 3
A) poderá ser autorizada a supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas nas hipóteses
de utilidade pública ou de interesse social.
B) a responsabilidade por infração pelo uso irregular de fogo em terras públicas ou particulares independe de
estabelecimento de nexo causal.
C) é proibido o uso de fogo na vegetação em quaisquer circunstâncias.
D) não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras intervenções ou supressões de vegetação
nativa, além das previstas na Lei no 12.651/2012.
E) ao tomar conhecimento do desmatamento em desacordo com a Lei, o órgão ambiental deverá embargar a obra
ou atividade que deu causa ao uso alternativo do solo, como medida punitiva que alcança as demais atividades
realizadas no imóvel, mesmo que não relacionadas com a infração.

➢ Ano: 2016, Banca: MPE-SC, Órgão: MPE-SC, Prova: Promotor de Justiça


De acordo com a Lei n. 12.651/12 (Código Florestal), o registro da Reserva Legal no Cadastro Ambiental Rural (CAR)
desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis. Também prevê a referida lei que a inserção do imóvel
rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção
da área de Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins
urbanos aprovado segundo a legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor de que trata o § 1º do
art. 182 da Constituição Federal. 4
( ) Certo
( ) Errado

2
GABARITO: ALTERNATIVA D
3
GABARITO: ALTERNATIVA D
4
GABARITO CERTO

21
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➢ Ano: 2015, Banca: CESPE, Órgão: TJ-PB, Prova: Juiz substituto
Com base no que dispõe a Lei n.º 12.651/2012 — novo Código Florestal —, assinale a opção correta.5
a) É permitida a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em imóveis rurais
que estejam localizados em área de preservação permanente, sem que seja necessária a recomposição das suas
faixas marginais.
b) É dever do proprietário ou do possuidor rural dirigir-se a um cartório de registro de imóveis para inscrever seu
imóvel no cadastro ambiental rural.
c) Áreas cuja vegetação nativa integre reserva legal de pequenas propriedades, isto é, propriedades exploradas
mediante trabalho assalariado, podem receber cota de reserva ambiental.
d) A referida lei criou a cota de reserva ambiental — título nominativo representativo de área com vegetação nativa,
existente ou em processo de recuperação — sob regime de servidão ambiental, instituída de acordo com a lei que
implantou a PNMA.
e) O poder público poderá instituir incentivos financeiros para estimular, exclusivamente, donos de pequenas
propriedades rurais a investirem em atividades como a implantação de sistemas agroflorestal e agrossilvipastoril.

➢ Ano: 2013, Banca: VUNESP, Órgão: TJ-SP, Prova: juiz


A supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo depende de6
a)autorização do órgão municipal e cadastramento do imóvel no CAR.
b) autorização do órgão federal e cadastramento do imóvel no CAR.
c) autorização do órgão estadual e cadastramento do imóvel no CAR.
d) domínio exclusivamente privado, autorização do órgão federal e cadastramento do imóvel no CAR.

➢ 2013 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RJ Prova: Juiz


A proteção florestal e da vegetação existente em determinado imóvel rural, no tocante às áreas de preservação
permanente e reservas legais, podem ser caracterizadas como7
a) deveres coletivos.
b) obrigações pessoais.
c) obrigação exclusiva do causador da supressão da vegetação.
d) obrigações propter rem.

5
GABARITO: ALTERNATIVA D
6
GABARITO: ALTERNATIVA C
7
GABARITO: ALTERNATIVA D

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➢ Ano: 2013 Banca: MPE-PR, Órgão: MPE-PR, Prova: Promotor de Justiça
Assinale a alternativa incorreta. Nos termos da Lei nº 12.651/12, o poder público municipal contará, para o
estabelecimento de áreas verdes urbanas, com os seguintes instrumentos: 8
a) O exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes florestais relevantes, conforme dispõe a Lei
nº 10.257/01;
b) A priorização de projetos que contemplem a utilização de espécies nativas do mesmo bioma onde ocorreu a
supressão;
c) A transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas;
d) O estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos comerciais e na implantação
de infraestrutura;
e) Aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.

➢ Ano: 2012, Banca: CESPE, Órgão: TJ-PI, Prova: Juiz


No tocante aos recursos florestais e à gestão e concessão de florestas públicas, assinale a opção correta com base
no que dispõem o Código Florestal e a Lei n.º 11.284/2006.9
a) Assim como ocorre com as florestas de domínio público, a exploração das de domínio privado depende de prévia
aprovação, pelo IBAMA, de plano de manejo florestal sustentável, no qual devem constar as técnicas de condução,
reposição florestal e manejo compatíveis com os variados ecossistemas formados pela cobertura arbórea.
b) É facultado ao poder público firmar contratos de concessão florestal com terceiros cujos objetivos sejam a
exploração de produtos e serviços florestais, o acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e a
comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono nas florestas naturais.
c) As licitações para concessão florestal serão realizadas na modalidade concorrência, e outorgadas a título oneroso
ou gratuito, de acordo com as características da licença de operação concedida ao concessionário.
d) Como as áreas de preservação permanente representam limitações que visam regular o uso da propriedade do
solo, a instituição ou supressão dessas áreas enseja indenização do proprietário pelo poder público.
e) Além de definir as florestas e formas de vegetação natural a serem consideradas áreas de preservação
permanente, o Código Florestal permite que ato do poder público declare como tal outras áreas que reúnam as
condições arroladas no próprio texto legal.

8
GABARITO: ALTERNATIVA B
9
GABARITO: ALTERNATIVA E

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 7

ROTEIRO DE AULA

• RECURSOS HÍDRICOS. REGIME JURÍDICO


➢ CONSIDERAÇÕES INICIAIS
o Lei nº 9.433/97: Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos (regulamentou o artigo 21, inciso XIX da Constituição
Federal); (usuário pagador – utilização do recurso água; essa Lei trata dessa cobrança pelo uso da água)
o Lei nº 9.984/00: Lei da Agência Nacional de Águas;
o Lei nº 11.445/07: Lei de Saneamento Básico; (marco do saneamento: Lei 14.026/20)
o Decreto nº 2.464/34: Código de Águas (alguns dispositivos em vigor)

➢ DOMÍNIO DAS ÁGUAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL


o “Art. 20 da CF: São bens da União Federal
III - os lagos, os rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado,
ou sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os
terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as
costeiras, excluídas as áreas pertencentes ao Estado;
VI - o mar territorial;
VIII - os potenciais de energia hidráulica.”
o Veja que são abordados como bem geridos pela União, mas não se retira a natureza difusa desses bens (uso
comum do povo; essencial para a sadia qualidade de vida; garantia para as presentes e futuras gerações)
o Toda essa gestão deve ser para garantir a continuidade do recurso
o Não é bem público (no sentido de não pertencer ao Poder Público), sendo de toda a coletividade

1
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o Natureza jurídica da água: bem difuso de gestão da União, sempre em prol da continuidade e sustentabilidade do
recurso
o “Art. 26 da CF: bens dos Estados
I - águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas as decorrentes de obras da
União;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União.”
o ÁGUAS PARTICULARES? R- Revogado o preceito constante no art. 8º do Código de Águas (revogado pelo art. 1º, I
da Lei 9.433/97)
o Se o recurso hídrico não for da União, será dos Estados. (ideia de recurso residual)
o OBSERVAÇÃO: NÃO EXISTE ÁGUA MUNICIPAL.

➢ FUNDAMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS (Lei nº 9.433/97)


o A ÁGUA É UM BEM DE DOMÍNIO PÚBLICO
▪ Prova objetiva: bem público (letra de Lei)
▪ Prova dissertativa: Administração no interesse de todos e com respeito aos princípios fundamentais do Direito
Ambiental.
▪ Revogou o artigo 8º do Código de Águas
▪ Não existe águas particulares (nascentes e as águas situadas em terrenos particulares)
▪ Água não é mercadoria: não incide ICMS

o A ÁGUA É UM RECURSO NATURAL LIMITADO, DOTADO DE VALOR ECONÔMICO.


▪ Finito e vulnerável
▪ Valor da economia
▪ Uso com contraprestação pecuniária
▪ Evita o custo zero
▪ Objetiva reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor (art. 19 da Lei
nº 9.433/97).
▪ Fundamenta a cobrança pelo recurso água
▪ Lembre-se que, no mundo capitalista, é muito difícil conseguir a proteção de um recurso apenas pela sua
relevância humana ou para a vida. O fator econômico tem grande força para a proteção de recursos

o EM SITUAÇÕES DE ESCASSEZ, O USO PRIORITÁRIO DOS RECURSOS HÍDRICOS É O CONSUMO HUMANO E A


DESSEDENTAÇÃO DE ANIMAIS
▪ Regra: O uso da água deve ser múltiplo, sem privilegiar uso específico.
▪ Situações de escassez: deverá ser priorizado o consumo humano e a dessedentação (ato de matar a sede) dos
animais.

2
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▪ obs. trata-se de fundamento que se comunica com o fundamento abaixo

o A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DEVE SEMPRE PROPORCIONAR O USO MÚLTIPLO DAS ÁGUAS
▪ Uso múltiplo: animais, o abastecimento público, o lançamento de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos,
com o fim de sua diluição, o transporte aquaviário e o aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.
▪ Vedação: privilégio de um setor sobre os demais.

o A BACIA HIDROGRÁFICA É A UNIDADE TERRITORIAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE


RECURSOS HÍDRICOS E ATUAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS
▪ Planejamento é feito por bacia hidrográfica.
▪ Política nacional ou estadual dos recursos hídricos não será embasada nos limites territoriais da União ou dos
Estados.

o A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DEVE SER DESCENTRALIZADA E CONTAR COM A PARTICIPAÇÃO DO PODER
PÚBLICO, DOS USUÁRIOS E DAS COMUNIDADES.
▪ Participação dos usuários das águas, do Poder Público e da sociedade civil no processo decisório. (aplicação do
princípio da participação)
▪ Gestão participativa é uma inovação legislativa.
▪ Poder Público não tem maioria de votos nos Comitês da Bacia Hidrográfica (art. 39, §1º da Lei nº 9.433/97).

➢ OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS


o ASSEGURAR À ATUAL E ÀS FUTURAS GERAÇÕES A NECESSÁRIA DISPONIBILIDADE DE ÁGUA, EM PADRÕES DE
QUALIDADE ADEQUADOS AOS RESPECTIVOS USOS;
▪ Princípio da solidariedade intergeracional
▪ Desenvolvimento sustentável

o A UTILIZAÇÃO RACIONAL E INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS, INCLUINDO O TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, COM
VISTAS AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL;
▪ Princípio do Desenvolvimento Sustentável
▪ Constitui objetivo da Política Nacional de Recursos Hídricos garantir a disponibilidade da água de boa qualidade,
através da utilização racional e integrada.

3
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o A PREVENÇÃO E A DEFESA CONTRA EVENTOS HIDROLÓGICOS CRÍTICOS DE ORIGEM NATURAL OU DECORRENTES
DO USO INADEQUADO DOS RECURSOS NATURAIS.
▪ Combate às enchentes, inundações, seca, erosão
▪ Ausência de vegetação protetora das margens dos cursos de água e o assoreamento dos leitos desses cursos são
as principais causas desses eventos hidrológicos críticos.
▪ Lembre-se que no Código Florestal é abordada essa dependência entre recursos hídricos e vegetação

o INCENTIVAR E PROMOVER A CAPTAÇÃO, A PRESERVAÇÃO E O APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS.


▪ Princípio do Desenvolvimento Sustentável
▪ ex. captação da água da chuva em prédios e empresas para uso interno
▪ Adequação da qualidade/natureza da água que seja compatível com o uso (classes da água)
▪ ex. água potável tem um grau de exigência diferente de uma água utilizada para regar um jardim

➢ INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS


I.Planos de Recursos Hídricos;
II.enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água;
III.outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV.cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V.sistema de informações sobre recursos hídricos.

I - PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS


▪ São planos diretores, que buscam fundamentar e orientar a implementação da PNRH e o gerenciamento dos
recursos hídricos.
▪ Planos de longo prazo.
▪ Agências de Água sugerem o prazo (art.44, X) e os Comitês de Bacia Hidrográfica aprovam.
▪ Esses planos são feitos:
- POR BACIA HIDROGRÁFICA,
- POR ESTADO
- PARA O PAÍS.

▪ Deverá conter, dentre outros aspectos:


- diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos;
- balanço entre disponibilidades e demandas futuras;
- metas de racionalização de uso;
- prioridades para outorga de direitos de uso;
- critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos.

4
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II - ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO OS USOS PREPONDERANTES DA ÁGUA
▪ Visa a assegurar, às águas, qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas e a diminuir
os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.
▪ Resolução CONAMA nº 357/05 dispõe sobre a classificação dos corpos de água
▪ Resolução CONAMA nº 357/05 classifica:
- Águas doces (até 0,5% de salinidade)
- Águas salobras (de 0,5% a menos de 30% de salinidade)
- Águas salinas (acima de 30% de salinidade)

▪ Princípio da reparação integral e áreas contaminadas: muitas vezes é exigida que toda a área seja
descontaminada, com base nesse princípio. Uma forma de contrapor esse princípio, é fazer um paralelo dizendo
que a própria legislação ambiental, em situações especificas, especiais e a fim de evitar um custo desnecessário,
aceita um padrão que não seja exatamente aquele 100% de recuperação, como no caso do enquadramento dos
corpos de água

III - OUTORGA DOS DIREITOS DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS;


▪ Instrumento que permite ao interessado o direito de usar privativamente o recurso hídrico.
▪ Objetivos: assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de
acesso à água.
▪ Não se trata de alienação parcial das águas, já que estas são inalienáveis.
▪ USOS SUJEITOS À OUTORGA DE USO (precisam de autorização para o uso)
- derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final, inclusive
abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
- extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
- lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de
sua diluição, transporte ou disposição final;
- aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
- outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água.

▪ OBSERVAÇÃO: INDEPENDEM DE OUTORGA (não precisam de autorização para o uso; note que são situações de
baixo impacto)
I.o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos
no meio rural;
II.as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
III. as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.
- obs. Quem propõe isenção: Comitês das Bacias Hidrográficas

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▪ COMPETÊNCIA PARA A OUTORGA DE USO
- Concedida por ato da autoridade competente do Poder Executivo Federal, dos Estados ou do Distrito Federal.
- O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal
- Na esfera federal, Agência Nacional de Águas – ANA outorga o direito de uso por meio de autorização.
- Prazo da outorga de uso: Não excedente a 35 anos; Renovável
- Veja que não se fala em órgão municipal outorgando o direito de uso

▪ HIPÓTESES DE SUSPENSÃO PARCIAL OU TOTAL


- não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
- ausência de uso por três anos consecutivos;
- necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes de condições
climáticas adversas;
- necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental; (lembre-se que nas licenças há a previsão
de mudanças no que foi concedido, sempre implícita a cláusula “rec sic standbus”, modificando-se a situação pode
haver revisão)
- necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se disponha de fontes
alternativas;
- necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo de água.
- REGIME DE RACIONAMENTO DE ÁGUA: autoridade outorgante pode instituir

IV - COBRANÇA PELO USO DE RECURSOS HÍDRICOS


▪ Busca reconhecer a água como bem econômico
▪ Busca dar ao usuário uma indicação de seu real valor, incentivando a racionalização do uso da água.
▪ Busca obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos
de recursos hídricos.
▪ Sempre haverá cobrança quando existir hipótese que necessita outorga para o direito de uso
▪ QUAIS USOS PODEM SER COBRADOS?
- A cobrança deverá ser instituída em relação aos usos de recursos hídricos sujeitos à outorga

▪ COMO CALCULA O VALOR?


- Devem ser observados o volume retirado ou lançado e seu regime de variação, inclusive em relação aos
lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos.
- atenção: não confundir as duas situações abaixo:

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❖ A primeira trata de atribuir um valor econômico para a água
❖ Já a segunda trata da prestação de serviços
❖ Utilização de bem comum x prestação de serviço
❖ ex. ao comprar uma garrafa de água, não se está pagando pelo recurso água propriamente dito, mas por
todo o serviço feito de envaze e de levar ao consumidor
❖ Hoje, o que o consumidor paga é o tratamento da água e a prestação de serviço; não foi repassado,
diretamente ao consumidor final, os projetos voltados para empresas que utilizam a água em seu processo
produtivo

V - SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS


▪ É um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e
fatores intervenientes em sua gestão.
▪ Note que esse instrumento “municia” o primeiro instrumento: plano de recursos hídricos
▪ Acesso público;
▪ Dados e informações obtidos de várias fontes: descentralizado
▪ OBJETIVO
- reunir e divulgar os dados e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no
Brasil;
- Atualizar informações sobre disponibilidade e demanda de recursos hídricos;
- Fornecer subsídios para os Planos de Recursos Hídricos

➢ Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos


o OBJETIVO
▪ coordenar a gestão integrada das águas;
▪ arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;
▪ implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;

7
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▪ planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos;
▪ promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

o COMPOSIÇÃO
▪ Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
▪ Agência Nacional de Águas;
▪ Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;
▪ Comitês de Bacia Hidrográfica;
▪ Órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas competências se relacionem
com a gestão de recursos hídricos e
▪ Pelas Agências de Água.

o CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS


▪ Presidido pelo Ministro do Desenvolvimento Regional;
▪ Compatibilizar os planejamentos de recursos hídricos nacionais, regionais, estaduais e dos setores usuários;
▪ Solucionar, em última instância administrativa, conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos
Hídricos;
▪ Estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a cobrança por seu uso.
▪ Aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a
elaboração de seus regimentos;
▪ Acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as providências
necessárias ao cumprimento de suas metas;

o AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS


▪ Instituída pela Lei nº 9.984/00
- Autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente
- Possui autonomia administrativa e financeira

▪ Função implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos


▪ COMPETÊNCIA
- Outorgar o direito de uso de águas federais, mediante autorização;
- Disciplinar, em caráter normativo, a implementação, operacionalização, controle e avaliação dos instrumentos
da PNRH; (ex. cobrança pelo uso da água)
- Fiscalizar os usos dos recursos hídricos nos corpos de água de domínio da União.

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o CONSELHO DE RECURSOS HÍDRICOS DOS ESTADOS
▪ Estrutura a ser implementada pelos Estados
▪ COMPETÊNCIA: Responsáveis pelo planejamento e execução de políticas estaduais de recursos hídricos, que
estejam sob domínio estadual
▪ obs. paralelo do Conselho Nacional com a esfera estadual

o COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA


▪ Constituído por órgãos colegiados com atribuições de caráter normativo, deliberativo e consultivo.
▪ ÁREA DE ATUAÇÃO
- totalidade de uma bacia hidrográfica ou grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas,
- sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de tributário desse tributário; (ideia
de “braços”)

▪ COMPOSIÇÃO: REPRESENTANTES: GESTÃO DEMOCRÁTICA


I. da União;
II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em suas respectivas áreas
de atuação;
III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação;
IV - dos usuários das águas de sua área de atuação;
V - das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia

▪ OBSERVAÇÃO
- Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas devem ser incluídos
representantes:
i) da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da representação da União;
ii) das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia.

▪ COMPETÊNCIA
- Solução de conflitos, em primeira instância administrativa;
- Aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;
- Propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as hipóteses de isenção da
obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos;
- Estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados

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o AGÊNCIA DE ÁGUAS
▪ Não confundir com a ANA, em âmbito federal
▪ Função de secretaria executiva do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica.
▪ São os executores do sistema
▪ Mesma área de atuação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
▪ A criação das Agências de Água é autorizada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou pelos Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos mediante solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
▪ COMPETÊNCIA
- efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
- elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica;
- propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica os valores a serem cobrados pelo uso de
recursos hídricos;

➢ QUESTÕES DE CONCURSOS

Ano: 2019, Banca: MPE-SC, Prova: Promotor Substituto1


A Lei Federal n. 9.433/1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, prevê o uso prioritário das águas
para fins energéticos.
Certo
Errado

Ano: 2019 Banca: FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto2


A política nacional de recursos hídricos instituída pela Lei n° 9.433/1997, estabelece, como um de seus instrumentos,
A) a possibilidade de cobrança pelo uso de recursos hídricos sujeitos a outorga, o que não se confunde com taxa ou
tarifa cobrada pelo fornecimento domiciliar de água tratada e coleta de esgoto.
B) a outorga onerosa dos direitos de uso dos recursos hídricos, conferida exclusivamente para geração de energia
por pequenas centrais hidrelétricas, com potencial de geração de até 30 MW.
C) os planos de recursos hídricos, elaborados de forma centralizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e de
aplicação compulsória pelos Estados e Municípios que integrem a correspondente Bacia Hidrográfica.
D) o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos, órgão do Ministério de Minas e Energia responsável
pelo licenciamento ambiental de hidrelétricas e outros empreendimentos que impactem de forma relevante as
reservas hídricas disponíveis.

1
ERRADO
2
Resposta A

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E) classificação indicativa de cursos de água, com o enquadramento dos rios e afluentes de todo o território nacional
nas categorias “A”, “B” ou “C”, conforme a prioridade, respectivamente, para consumo humano, dessedentação de
animais ou geração de energia elétrica.

Ano: 2019, Banca: MPE-PR, Prova: Promotor Substituto3


Nos termos da Lei n. 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos), assinale a alternativa incorreta:
A) A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao
desenvolvimento sustentável, é um dos objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos.
B) A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.
C) A derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final independe de
outorga pelo Poder Público.
D) A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico.
E) A articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo é uma das diretrizes gerais de ação para
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Ano: 2018, Banca: FUNDEP Órgão: MPE-MG Prova: Promotor de Justiça Substituto 4
Sobre o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:
I. A criação de uma Agência de Água está condicionada à viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso
dos recursos hídricos em sua área de atuação.
II. Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o
período de implantação de seus programas e projetos e conterão, entre outras questões obrigatórias, propostas
para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos.
III. Compete ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos propor aos Comitês de Bacia Hidrográfica os valores a
serem cobrados pelo uso de recursos hídricos, bem como o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a
cobrança pelo uso de recursos hídricos.
IV. O número de representantes do poder executivo nos órgãos colegiados do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos não poderá exceder à metade do total dos seus membros.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Os itens I e IV estão corretos.
b) Os itens II e III estão incorretos.
c) Os itens III e IV estão incorretos.
d) Todos os itens estão corretos

3
Resposta C
4
Resposta C

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Ano: 2017, Banca: FMP Concursos, Órgão: MPE-RO, Prova: Promotor de Justiça Substituto5
Sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos, assinale a alternativa CORRETA.
a) O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é integrado, exclusivamente, pelos Comitês de Bacia
Hidrográfica e pelas Agências de Água.
b) Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados, apenas, por bacia hidrográfica de cunho regional.
c) São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, entre outros: os Planos de Recursos Hídricos, a outorga
dos direitos de uso de recursos hídricos e a cobrança pelo uso de recursos hídricos.
d) A outorga dos direitos de uso de recursos hídricos implica alienação parcial das águas.
e) A água é um recurso natural limitado, não dotado de valor econômico.

Ano: 2016 Banca: CESPE, Órgão: TJ-AM Prova: Juiz6


Com relação aos recursos hídricos, assinale a opção correta.
a) Compete ao Comitê Nacional de Recursos Hídricos organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações
sobre Segurança de Barragens.
b) Além do representante da FUNAI, os comitês de bacias hidrográficas de rios que abranjam terras indígenas
incluirão representante das comunidades indígenas.
c) Conforme a localização dos corpos d’água, seu domínio divide-se entre a União, os estados (e por analogia o DF)
e os municípios.
d) As competências dos comitês de bacias hidrográficas incluem o exercício do poder de polícia.
e) Cabe à Agência Nacional de Águas, outorgar, mediante permissão, o direito de uso de recursos hídricos em
corpos de água de domínio da União, dos estados e do DF.

Ano: 2014, Banca: FCC, Órgão: MPE-PA, Prova: Promotor de Justiça


A outorga de direito de uso da água é um dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos - e através dela
o Poder Público competente autoriza o usuário, sob condições preestabelecidas, a utilizar ou realizar interferências
nos corpos d'água que são de domínio público. Sobre a Outorga de Direitos de Uso de Recursos Hídricos é correto
afirmar:7
a) Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente a 25 (vinte e cinco) anos,
podendo ser renovada.
b) O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos implica a alienação apenas parcial das águas.
c) A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Executivo Federal, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios.
d) Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos de uso de recursos hídricos referentes à extração de água
de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo.

5
Resposta C
6
Resposta B
7
Resposta D

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e) A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou por
prazo determinado na ausência de uso por 5 (cinco) anos consecutivos

• POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (Lei nº 12.305/10)


➢ CONSIDERAÇÕES INICIAIS
o Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
▪ conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo Federal,
▪ isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares,
▪ com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos
sólidos. (administração conjunta de vários setores e gerenciamento para o que fazer com o “lixo”)
▪ obs. ao falar em Política Nacional, qualquer que seja, depara-se com um conjunto de princípios, instrumentos,
objetivos, diretrizes, metas, etc.
▪ Isso voltado para o Governo Federal em si e para a ação em conjunto com este (envolvimento de diversos setores)

➢ OBJETO
o Integra a Política Nacional do Meio Ambiente
o Articula-se com a:
▪ Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99)
▪ Política Federal de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/07)
▪ Lei de Consórcios Públicos (Lei nº 11.107/05)

o Objetivo: essa articulação e integração busca uma gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente
adequado dos resíduos sólidos.
o Política Federal de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/07) - PFSB
▪ saneamento básico - conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:
- abastecimento de água potável desde a captação até as ligações prediais e os seus instrumentos de medição;
- esgotamento sanitário;
- limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
- drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

▪ Atenção para a Lei 14.026/2020 (Marco do Saneamento Básico)


▪ Ponto de encontro da PFSB com a PNRS: obrigação do município e DF por este manejo/cuidado com os resíduos
sólidos (limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos)

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o RESÍDUOS SÓLIDOS
▪ Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja
destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido,
bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia disponível.

o REJEITOS
▪ Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos
tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada.

o ATENÇÃO: resíduo sólido é diferente de rejeitos


▪ Destinação ambientalmente adequada: ligada aos resíduos sólidos (ainda irá dar um destino; reaproveitar)
▪ Disposição final: relacionada aos rejeitos (não há mais o que fazer com o que “sobrou”)

o GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS


▪ Conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento
sustentável

o GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


▪ Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento
e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento
de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;
▪ obs. abrange todas as etapas

➢ APLICAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS


o SUBMETEM-SE
▪ Pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,
▪ responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e
▪ as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.

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▪ Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação específica (Lei nº 10.308/01)

➢ RESPONSABILIDADES DOS GERADORES E DO PODER PÚBLICO


o RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA
▪ É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, abrangendo os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana [integra o saneamento básico] e de manejo de resíduos sólidos.
▪ As embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem.
▪ Aquele que coloca um produto no mercado, sendo este utilizado e gerador de algum resíduo que cause impacto,
terá a responsabilidade apurada conforme a posição no sistema (fabricante, importador, comerciante, consumidor,
etc.; cada um com uma tarefa a ser cumprida e com uma responsabilização) – veja que essa responsabilidade
compartilhada, portanto, afasta a solidariedade típica, presente no direito ambiental, aplicando a responsabilidade
conforme cada sujeito e sua posição no sistema

o Política Nacional de Resíduos Sólidos aplica-se:


▪ ao Poder Público,
▪ ao setor empresarial (diretamente atingido) e
▪ a coletividade

o RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES


▪ cessa a responsabilidade com a disponibilização adequada para a coleta ou com a devolução no caso de sistema
de logística reversa.

➢ CONCEITOS APLICÁVEIS À POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS


o DESTINAÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA
▪ Destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento
energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), entre elas a
disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
▪ Destinação é dar um destino no sentido de reaproveitamento
▪ Exemplos de destinação:
- Reutilização
- Reciclagem
- Compostagem
- Recuperação

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- Aproveitamento energético

o DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA


▪ Distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar
danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
▪ DISTRIBUIÇÃO DE REJEITOS EM ATERROS

➢ PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS


o a PREVENÇÃO (certeza científica) e a PRECAUÇÃO (incerteza científica);
o o POLUIDOR-PAGADOR (internalização do custo para minimizar impactos ambientais) e o PROTETOR-RECEBEDOR
(Recompensar quem cuida do meio ambiente);
o a VISÃO SISTÊMICA, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural,
econômica, tecnológica e de saúde pública (princípio próprio da PNRS);
o o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL;
o a RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA pelo ciclo de vida dos produtos;
o a ECOEFICIÊNCIA, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços
qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental
e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do
planeta;
o a COOPERAÇÃO entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da
sociedade;
o o RECONHECIMENTO DO RESÍDUO SÓLIDO REUTILIZÁVEL E RECICLÁVEL COMO UM BEM ECONÔMICO E DE VALOR
SOCIAL, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania (resíduo sólido como bem ambiental);
o o RESPEITO ÀS DIVERSIDADES LOCAIS E REGIONAIS;
o o direito da sociedade à INFORMAÇÃO E AO CONTROLE SOCIAL;
o a RAZOABILIDADE e a PROPORCIONALIDADE.

➢ OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS


o OBJETIVO GERAL: proteção da saúde pública e da qualidade ambiental (veja como o meio ambiente é importante
para questões de saúde)
o OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
▪ estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; (importância de não gerar
resíduos; reais necessidades de consumo e produção)
▪ incentivo à indústria da reciclagem;
▪ integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos

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➢ DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS
o Ordem de prioridade na gestão e gerenciamento
1. não geração, (real necessidade do consumo;)
2. redução, (se tiver que consumir, cabe pensar na redução)
3. reutilização,
4. reciclagem,
5. tratamento dos resíduos sólidos (destinação ambientalmente adequada) e
6. disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

➢ CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS


I) QUANTO À ORIGEM
II) QUANTO À PERICULOSIDADE
o QUANTO À ORIGEM:
▪ Resíduos domiciliares: atividades domésticas;
▪ Resíduos de limpeza urbana: limpeza de logradouros;
▪ Resíduos sólidos urbanos: domiciliares + limpeza urbana (saneamento básico entra nessa categoria, abrangendo
ambos)
▪ Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços
▪ Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico
▪ Resíduos de serviços de saúde: hospitais
▪ Resíduos de construção civil: construções, reformas
▪ Resíduos agrossilvopastoris: agropecuária e silvicuturas
▪ Resíduos de serviços de transportes: aeroportos
▪ Resíduos de mineração: pesquisa, extração e beneficiamento de minérios

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o QUANTO À PERICULOSIDADE
▪ Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco
à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
▪ Resíduos não perigosos

➢ INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS


o 19 INSTRUMENTOS (Art. 8º)
▪ planos de resíduos sólidos;
▪ a coleta seletiva;
▪ os sistemas de logística reversa e responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
▪ a educação ambiental;
▪ o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir);
▪ o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa);
▪ os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de saúde;

o PRINCIPAIS INSTRUMENTOS
▪ Planos de Resíduos Sólidos;
▪ Sistemas de Logística Reversa;
▪ Coleta seletiva;
▪ Acordos setoriais.

o PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS


▪ o Plano Nacional de Resíduos Sólidos;
▪ os planos estaduais de resíduos sólidos;
▪ os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou
aglomerações urbanas;
▪ os planos intermunicipais de resíduos sólidos;
▪ os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos;
▪ os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.

o PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS


▪ Elaborado pela União, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente,
▪ Prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos,
▪ atualizado a cada 4 (quatro) anos,

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▪ elaborado mediante processo de mobilização e participação social, incluindo a realização de audiências e
consultas públicas
▪ CONTEÚDO MÍNIMO
- diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos;
- proposição de metas de redução, reutilização, reciclagem;
- metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;

o PLANOS ESTADUAIS DE RESÍDUOS SÓLIDOS


▪ Elaborado pelos Estados
▪ Prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos
▪ Atualizado a cada 4 (quatro) anos,
▪ Conteúdo mínimo: diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos; proposição de metas de redução,
reutilização, reciclagem; metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição
final de resíduos sólidos;
▪ OBSERVAÇÃO
- Plano Estadual de Resíduos Sólidos é CONDIÇÃO para os Estados terem ACESSO A RECURSOS DA UNIÃO
- empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou
- incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade.

o PLANOS MICRORREGIONAIS DE RESÍDUOS SÓLIDOS OU DESTINADOS ÀS REGIÕES METROPOLITANAS OU


AGLOMERAÇÕES URBANAS
▪ Pode ser elaborado pelos Estados
▪ Obrigatória a participação do Munícipio envolvido (veja que o município recebe uma obrigação que abrange uma
série de condutas, tratamentos e medidas; seria ilógico se não participasse)
▪ Não exclui nem substitui prerrogativas dos Municípios
▪ Deve atender ao Plano Estadual, com soluções integradas para coleta seletiva, recuperação, reciclagem,
tratamento e destinação final

o PLANOS MUNICIPAIS DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS


▪ Não se aplica a Municípios:
I - integrantes de áreas de especial interesse turístico;
II - inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de
âmbito regional ou nacional;
III - cujo território abranja, total ou parcialmente, Unidades de Conservação.

▪ Municípios com menos de 20.000 habitantes o plano municipal terá conteúdo simplificado.

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▪ OBSERVAÇÃO
- Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é CONDIÇÃO para o Distrito Federal e os Municípios
terem ACESSO A RECURSOS DA UNIÃO,
- destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos,
- ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para
tal finalidade.
- Pode estar inserido no plano de saneamento básico, desde que respeitado o conteúdo mínimo exigido.

▪ Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos NÃO EXIME o Município ou o Distrito Federal do
licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações integrantes do serviço
público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
▪ Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos NÃO EXIME o Município ou o Distrito Federal do
licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações integrantes do serviço
público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

o PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


▪ Integrante do processo de licenciamento ambiental (fica dentro do licenciamento ambiental)
▪ Estão sujeitos:
- os geradores de resíduos sólidos dos serviços público de saneamento básico, resíduos industriais, de serviços de
saúde e de mineração;
- os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:
a) gerem resíduos perigosos;
b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou
volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal;

- as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do
Sisnama;
- os responsáveis pelos terminais e outras instalações como portos, aeroportos, terminais alfandegários,
rodoviários e ferroviários e as empresas de transporte;
- os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente do Sisnama, do SNVS ou do
Suasa.

o SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA


▪ Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para

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reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
adequada.
▪ Aplica-se aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de determinados produtos (Relacionado,
em regra, ao setor privado)
▪ Consiste na garantia de retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço
público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.
▪ Produtos que se submetem ao sistema de logística reversa (Lista pode ser ampliada: produtos em embalagens
plásticas, metálicas ou de vidro)
I.agrotóxicos, seus resíduos e embalagens;
II.pilhas e baterias;
III.pneus;
IV.óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V.lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI.produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

▪ Veja que se trata de um sistema que cria um mecanismo de retorno do produto (logística reversa) e que é após o
uso do consumidor (responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto: note abaixo a participação de
cada personagem no sistema)
▪ fabricantes e importadores: destinação ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens reunidos ou
devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada.
▪ comerciantes e distribuidores: devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens.
▪ consumidor: devolução aos comerciantes e distribuidores
▪ titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólido: coleta seletiva
▪ OBSERVAÇÃO
- TITULAR DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDO (em regra não tem
obrigação no sistema de logística reversa, mas pode se encarregar disso; contudo, possui obrigação de cuidar do
resíduo sólido urbano;):
- Se for encarregado de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes nos sistemas de logística reversa dos produtos e embalagens: deverão ser remuneradas, na forma
previamente acordada entre as partes
- Veja que será remunerado quando fizer “algo a mais” do que sua obrigação (de limpeza urbana e cuidado com
o resíduo sólido urbano – pela PNSB): se tiver conduta de logística reversa deve ser remunerado
- ex. limpeza de uma garrafa pet que foi jogada na rua pelos moradores (está atuando no seu dever com a limpeza
urbana);

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➢ DAS PROIBIÇÕES
o PROIBIDAS A DESTINAÇÃO OU DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS OU REJEITOS
▪ lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
▪ lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;
▪ queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade; (a
queima em céu aberto, licenciada, , pode ocorrer)
▪ Outras formas vedadas pelo poder público.

o OBSERVAÇÃO
▪ É proibida a importação de:
- resíduos sólidos perigosos e rejeitos,
- resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade
vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.
- Lembre-se do julgado do STF que vedou a importação de pneus

➢ QUESTÕES DE CONCURSOS

Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RJ Prova: VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto8
Para evitar a poluição por Resíduos Sólidos, é correto afirmar:
a) cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, estabelecer sistema de coleta seletiva.
b) sem prejuízo das obrigações estabelecidas no plano de gerenciamento de resíduos sólidos, os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes não têm responsabilidade na divulgação de informações relativas às
formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a seus respectivos produtos.
c) os comerciantes e distribuidores deverão dar destinação final ambientalmente adequada a produtos e
embalagens reunidos ou devolvidos pelos consumidores do sistema de logística reversa.
d) todos os participantes dos sistemas de logística reversa, sem exceção, manterão atualizadas e disponíveis, ao
órgão municipal competente e a outras autoridades, informações completas sobre a realização das ações sob sua
responsabilidade.
e) os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de pilhas e baterias são obrigados a estruturar e
implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, no caso
de não haver o serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.

8
Resposta A

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Ano: 2019, Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor Substituto Assinale a
alternativa correta, nos termos da Lei n. 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos): 9
A) Considera-se área contaminada o local cujos responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou
individualizáveis.
B) Considera-se logística reversa a produção e consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades das
atuais gerações e permitir melhores condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento
das necessidades das gerações futuras.
C) Considera-se destinação final ambientalmente adequada a distribuição ordenada de rejeitos em aterros,
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos.
D) Considera-se reutilização o processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos,
observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS
e do Suasa.
E) Consideram-se geradores de resíduos sólidos as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que
geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo.

Ano: 2019 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Vespertina10
Dentre as obrigações do titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos previstas
pela Legislação Federal, no âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, estão o
estabelecimento de coleta seletiva e a que consiste em dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos
e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
• Certo
• Errado

Ano: 2018 Banca: MPE-BA Órgão: MPE-BA Prova: MPE-BA - 2018 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos “tem alcance para além do âmbito ambiental, abrangendo também o social,
o cultural, o econômico, o tecnológico e o de saúde pública. O resíduo deve ser visto como um bem capaz de gerar
trabalho e renda e de promover a cidadania, segundo o princípio da visão sistêmica, o qual impõe às pessoas físicas
ou jurídicas, públicas ou privadas geradoras de resíduo sólido o respeito e a observância dos valores sociais e da
dignidade da pessoa humana”. (CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, 2014, p. 8)

9
Resposta E
10
CERTO

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Acerca da Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que “institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos” e do Decreto
nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, que a regulamenta, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e
com F as falsas11.
( ) Dentre os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, está prevista a articulação entre as diferentes esferas
do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão
integrada de resíduos sólidos.
( ) Para que sejam cumpridos os objetivos previstos na Política Nacional dos Resíduos Sólidos, o Município deve
integrar os catadores efetivamente na gestão compartilhada, sendo dispensável licitação para a contratação de
cooperativas ou associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, em todo o processo e etapas da
gestão.
( ) No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, é facultado ao titular dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos estabelecer sistema de coleta seletiva, sendo obrigatória,
no entanto, a disposição final ambientalmente adequada dos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
( ) O poder público poderá instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender, prioritariamente, as
iniciativas de implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou outras formas
de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, formadas por pessoas físicas de baixa renda.
( ) Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre o Poder Público e os fabricantes,
importadores, distribuidores ou comerciantes, visando à implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo
de vida de determinados produtos, podendo participar de sua elaboração as cooperativas ou outras formas de
associações de catadores de materiais recicláveis ou reutilizáveis.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é
A) V F V F V
B) V F V V F
C) V V F V V
D) F V F V V

Ano: 2017, Banca: MPE-RS, Órgão: MPE-RS, Prova: Promotor de Justiça12


nos termos estabelecidos pela Lei Federal n. 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
assinale a alternativa INCORRETA.
a) Incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos
territórios, sem prejuízo das competências de controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado

11
Resposta C
12
Resposta B

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de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), bem como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de
resíduos, consoante o estabelecido nesta Lei.
b) A elaboração e a implementação pelos Estados de planos microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos de
regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, em consonância com o previsto no parágrafo 1 o do artigo 17 da
Lei, poderá dar-se com a participação dos Municípios envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das
prerrogativas a cargo dos Municípios previstas por esta Lei.
c) O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado mediante processo de mobilização e participação social,
incluindo a realização de audiências e consultas públicas.
d) A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para os Estados
terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à
gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de
crédito ou fomento para tal finalidade.
e) A existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não exime o Município ou o Distrito Federal
do licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações operacionais integrantes
do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão competente do Sistema Nacional
do Meio Ambiente (SISNAMA).

Ano: 2015, Banca: VUNESP, Órgão: TJ-SP, Prova: juiz13


Com relação à gestão de resíduos sólidos instituída pela Lei nº 12.305/10, é correto afirmar que:
a) o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pode, mediante termo de
compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade destes nos sistemas
de logística reversa, vedada a cobrança por essas atividades.
b) a lei instituiu a obrigação de estruturar e implementar sistemas de logística reversa dividindo a responsabilidade
entre os fabricantes e os comerciantes de produtos como pilhas e baterias, agrotóxicos, pneus, equipamentos e
componentes eletrônicos e lâmpadas, entre outros.
c) a Lei de Resíduos Sólidos permite a incineração de resíduos sólidos desde que realizada com emprego de
equipamentos devidamente licenciados pela autoridade ambiental competente.
d) não estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos os estabelecimentos comerciais
cujos resíduos gerados em suas atividades sejam caracterizados, por sua natureza, composição ou volume, como não
perigosos.

13
Resposta C

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 8

ROTEIRO DE AULA

• BIODIVERSIDADE E PATRIMÔNIO GENÉTICO


➢ ATRIBUIÇÃO DO PODER PÚBLICO
o Art. 225, § 1º, II e V da CF/ 88
▪ II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético;
▪ V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (indiretamente, identifica-se o princípio da precaução)

➢ MATÉRIA DISCIPLINADA
o Decreto nº 2.519/1998 - Convenção de Biodiversidade
o Decreto nº 5.705/2006 - Protocolo de Cartagena
o Lei nº 11.105/05 - Lei de Biossegurança
o Lei nº 13.123/15 - Lei de acesso ao patrimônio genético e acesso ao conhecimento tradicional associado

➢ LEI DE BIOSSEGURANÇA LEI Nº 11.105/05


o Estabelece normas de segurança;
o Estabelece mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam OGM (organismos geneticamente
modificados) e seus derivados; (toda vez que tiver OGM envolvido será aplicada a Lei de Biossegurança)
o Cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS;
o Reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio;
o Dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB (não foi instituída – Dec. 4.339/2002 prevê diretrizes)

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o OBJETO
▪ Estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre diversos empregos de OGM (organismo
geneticamente modificado) e seus derivados, como:
- Cultivo, produção, manipulação;
- Transporte, transferência, importação, exportação, armazenamento;
- Pesquisa, comércio, consumo, liberação e descarte. (destinação)

o DIRETRIZES
▪ O estímulo ao AVANÇO CIENTÍFICO na área de biossegurança e biotecnologia;
▪ A PROTEÇÃO à vida e à saúde humana, animal e vegetal;
▪ A observância do PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO para a proteção do meio ambiente.

o CONCEITO DE OGM
▪ Organismo cujo material genético – ADN/ARN tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia
genética.
▪ FINALIDADE
- Favorecer determinada característica (introdução de benefícios, como o barateamento de produção, melhora
na produção, etc.)
- EXEMPLOS: tornar resistente à doença; tolerância à herbicida; aumento de tamanho.

▪ NÃO SE INCLUEM NO CONCEITO DE OGM


- O resultante de técnicas que impliquem a introdução direta, num organismo, de material hereditário, desde que
não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN recombinante ou OGM, inclusive fecundação in vitro,
conjugação, transdução, transformação, indução poliplóide e qualquer outro processo natural.
- A substância pura, quimicamente definida, obtida por meio de processos biológicos e que não contenha OGM,
proteína heteróloga ou ADN recombinante.
- ATENÇÃO: repito, sempre que aparecer que é OGM, mesmo que dentro da ressalva, a Lei de biossegurança será
empregada

o OBSERVAÇÃO QUANTO À ROTULAGEM


▪ Alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam
produzidos a partir de OGM ou derivados DEVERÃO CONTER INFORMAÇÃO EM SEUS RÓTULOS

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o NÃO SE APLICA A LEI DE BIOSSEGURANÇA
▪ Quando a modificação genética for obtida por meio das seguintes técnicas, DESDE QUE NÃO IMPLIQUEM A
UTILIZAÇÃO DE OGM COMO RECEPTOR OU DOADOR:
- mutagênese;
- formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal;
- fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos
tradicionais de cultivo;
- autoclonagem de organismos não-patogênicos que se processe de maneira natural.

▪ obs. lembre-se que a fiscalização, quando envolver OGM, é do Poder Público (art. 225 CF)
▪ ATIVIDADE DE PESQUISA DE OGM E SEUS DERIVADOS
- realizada em laboratório, regime de contenção ou campo,
- parte do processo de obtenção de OGM e seus derivados ou de avaliação da biossegurança,
- no âmbito experimental: a construção, o cultivo, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a
exportação, o armazenamento, a liberação no meio ambiente e o descarte de OGM e seus derivados.

▪ ATIVIDADE DE USO COMERCIAL DE OGM E SEUS DERIVADOS


- não se enquadra como atividade de pesquisa, (por exclusão)
- trata do cultivo, da produção, da manipulação,
- do transporte, da transferência, da comercialização, da importação, da exportação, do armazenamento,
- do consumo, da liberação e do descarte de OGM e seus derivados para fins comerciais.

▪ VEDAÇÃO
- As atividades e projetos são vedados a pessoas físicas
❖ em atuação autônoma e independente, ainda que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro
com pessoas jurídicas.
❖ Interessados deverão requerer autorização à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio

o FINANCIAMENTO OU PATROCÍNIO DE ATIVIDADES OU DE PROJETOS DE OGM


▪ As organizações públicas e privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais, financiadoras ou patrocinadoras
de atividades ou de projetos relativos as OGM devem exigir a APRESENTAÇÃO DE CERTIFICADO DE QUALIDADE
EM BIOSSEGURANÇA, EMITIDO PELA CTNBIO
- Trata-se do poluidor indireto

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▪ PENALIDADE
- CORRESPONSABILIDADE pelos efeitos decorrentes do descumprimento

o ATIVIDADES PROIBIDAS
▪ Implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro de seu acompanhamento individual;
▪ Engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN/ARN natural ou recombinante, realizado em
desacordo com as normas previstas nesta Lei;
▪ Engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano
- Alteração genética no espermatozoide ou no óvulo
- Modificação de embrião para sexo específico, ou características especiais

▪ Clonagem humana;
▪ Destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em desacordo com as normas estabelecidas
pela CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização;
▪ A utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o licenciamento de tecnologias genéticas de
restrição do uso.
- TECNOLOGIAS GENÉTICAS DE RESTRIÇÃO DO USO: Qualquer processo de intervenção humana para geração ou
multiplicação de plantas geneticamente modificadas para produzir estruturas reprodutivas estéreis, bem como
qualquer forma de manipulação genética que vise à ativação ou desativação de genes relacionados à fertilidade
das plantas por indutores químicos externos.

▪ Liberação no meio ambiente de OGM ou seus derivados, no âmbito de atividades de pesquisa, sem a decisão
técnica favorável da CTNBio e, nos casos de liberação comercial, sem o parecer técnico favorável da CTNBio, ou
sem o licenciamento do órgão ou entidade ambiental responsável, quando a CTNBio considerar a atividade como
potencialmente causadora de degradação ambiental, ou sem a aprovação do Conselho Nacional de Biossegurança
– CNBS, quando o processo tenha sido avocado;

o PRINCIPAIS ÓRGÃOS
▪ CNBS – CONSELHO NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA
▪ CTNBIO – CONSELHO TÉCNICO NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA
▪ SIB – SISTEMA DE INFORMAÇÕES EM BIOSSEGURANÇA
▪ CIBIO - COMISSÃO INTERNA DE BIOSSEGURANÇA

o CONSELHO NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA – CNBS


▪ Vinculado à Presidência da República

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▪ Órgão de assessoramento superior do Presidente da República para a formulação e implementação da Política
Nacional de Biossegurança – PNB.
▪ COMPETÊNCIA
- fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e entidades federais com competências sobre
a matéria;
- analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade socioeconômicas e do
interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados;
- avocar e decidir, em última e definitiva instância, com base em manifestação da CTNBio e, quando julgar
necessário, dos órgãos e entidades referidos no art. 16 desta Lei, no âmbito de suas competências, sobre os
processos relativos a atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus derivados;

o COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA


▪ Integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia
▪ Instância colegiada multidisciplinar de caráter consultivo e deliberativo
▪ Prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal na PNB de OGM e seus derivados, bem como no
estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à autorização para atividades
que envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados
▪ A CTNBio deverá acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico e científico nas áreas de biossegurança,
biotecnologia, bioética e afins, com o objetivo de aumentar sua capacitação para a proteção da saúde humana, dos
animais e das plantas e do meio ambiente.
▪ COMPOSIÇÃO DA CTNBIO
- Membros titulares e suplentes, designados pelo Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia
- Constituída por 27 (vinte e sete) cidadãos brasileiros de reconhecida competência técnica, de notória atuação
e saber científicos, com grau acadêmico de doutor e com destacada atividade profissional nas áreas de
biossegurança, biotecnologia, biologia, saúde humana e animal ou meio ambiente

▪ DECISÃO DA CTNBIO
- A decisão técnica da CTNBio vincula os demais órgãos e entidades da administração

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- Deverá conter resumo de sua fundamentação técnica, explicitar as medidas de segurança e restrições ao uso do
OGM e seus derivados e considerar as particularidades das diferentes regiões do País, com o objetivo de orientar
e subsidiar os órgãos e entidades de registro e fiscalização
- As pessoas físicas ou jurídicas envolvidas em qualquer das fases do processo de produção agrícola,
comercialização ou transporte de produto geneticamente modificado que tenham obtido a liberação para uso
comercial estão dispensadas de apresentação do CQB - Certificado de Qualidade em Biossegurança e
constituição de CIBio – Comissão Interna de Biossegurança, salvo decisão em contrário da CTNBio.
- A CTNBio poderá realizar audiências públicas, garantida participação da sociedade civil.
- Em casos de liberação comercial, audiência pública poderá ser requerida por partes interessadas, incluindo-se
entre estas organizações da sociedade civil que comprovem interesse relacionado à matéria. (veja que difere do
EPIA, já que nesse caso, não precisa demonstrar o interesse para realizar audiência pública)

o ÓRGÃOS E ENTIDADES DE REGISTRO E FISCALIZAÇÃO


▪ Após manifestação favorável da CTNBio, ou do CNBS (avocação ou recurso), caberá:
I – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: autorizações e registros e fiscalizar produtos e atividades
que utilizem OGM e seus derivados destinados a uso animal, na agricultura, pecuária, agroindústria e áreas afins;
II - órgão do Ministério da Saúde: autorizações e registros e fiscalizar produtos e atividades com OGM e seus
derivados destinados a uso humano, farmacológico, domissanitário e áreas afins
III – órgão do Ministério do Meio Ambiente: autorizações e registros e fiscalizar produtos e atividades que
envolvam OGM e seus derivados a serem liberados nos ecossistemas naturais, bem como o licenciamento, nos
casos em que a CTNBio deliberar, na forma desta Lei, que o OGM é potencialmente causador de significativa
degradação do meio ambiente
IV – à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República: autorizações e registros de
produtos e atividades com OGM e seus derivados destinados ao uso na pesca e aqüicultura, de acordo com a
legislação em vigor e segundo esta Lei e seu regulamento.

o LICENCIAMENTO AMBIENTAL
▪ Quando CTNBio deliberar que o OGM é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente.
▪ CTNBio delibera, em última e definitiva instância, sobre os casos em que a atividade é potencial ou efetivamente
causadora de degradação ambiental, bem como sobre a necessidade do licenciamento ambiental.
▪ As autorizações e registros estarão vinculados à decisão técnica da CTNBio correspondente, sendo vedadas
exigências técnicas que extrapolem as condições estabelecidas naquela decisão, nos aspectos relacionados à
biossegurança.
▪ Em caso de divergência quanto à decisão técnica da CTNBio sobre a liberação comercial de OGM e derivados, os
órgãos e entidades de registro e fiscalização, no âmbito de suas competências, poderão apresentar recurso ao
CNBS, no prazo de até 30 (trinta) dias, a contar da data de publicação da decisão técnica da CTNBio.

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▪ Veja que não é possível, em relação ao tema de biossegurança, trazer exigências que não foram contempladas
pelas CTNBio

o RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL


▪ Os responsáveis pelos danos ao meio ambiente e a terceiros responderão, solidariamente, por sua indenização
ou reparação integral, independentemente da existência de culpa.
▪ RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA

o CÉLULAS-TRONCO
▪ permitida, para fins de pesquisa e terapia,
▪ utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e
não utilizados
▪ CONDIÇÕES
i. sejam embriões inviáveis;
ii. sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na
data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
- Gravidez natural – não pode utilizar
- APENAS obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro
- “CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DE BIOSSEGURANCA. IMPUGNAÇÃO EM
BLOCO DO ART. 5º DA LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005 (LEI DE BIOSSEGURANCA). PESQUISAS COM
CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DIREITO À VIDA. CONSITUCIONALIDADE DO
USO DE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS EM PESQUISAS CIENTÍFICAS PARA FINS TERAPÊUTICOS.
DESCARACTERIZAÇÃO DO ABORTO. NORMAS CONSTITUCIONAIS CONFORMADORAS DO DIREITO FUNDAMENTAL
A UMA VIDA DIGNA, QUE PASSA PELO DIREITO À SAÚDE E AO PLANEJAMENTO FAMILIAR. DESCABIMENTO DE
UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE INTERPRETAÇÃO CONFORME PARA ADITAR À LEI DE BIOSSEGURANCA CONTROLES
DESNECESSÁRIOS QUE IMPLICAM RESTRIÇÕES ÀS PESQUISAS E TERAPIAS POR ELA VISADAS. IMPROCEDÊNCIA
TOTAL DA AÇÃO. I - O CONHECIMENTO CIENTÍFICO, A CONCEITUAÇÃO JURÍDICA DE CÉLULAS-TRONCO
EMBRIONÁRIAS E SEUS REFLEXOS NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DA LEI DE BIOSSEGURANCA. (STF -
ADI: 3510 DF, Relator: Min. AYRES BRITTO, Data de Julgamento: 29/05/2008, Tribunal Pleno)”

o QUESTÕES DE CONCURSO
▪ 2016 MPE-SC MPE-SC Promotor de Justiça1
Estabelece a Lei n. 11.105/05 (Biossegurança), que ela não se aplica, mesmo quando impliquem a utilização de
Organismos Geneticamente Modificados (OGM) como receptor ou doador, quando a modificação genética for
obtida por meio das seguintes técnicas: mutagênese; formação e utilização de células somáticas de hibridoma

1
ERRADO

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animal e fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos
tradicionais de cultivo.

▪ Ano: 2013 TJ-SC Prova: Juiz2


Sobre o patrimônio genético e a aplicação da Lei nº 11.105/2005, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A Lei nº 11.105/2005 não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio de mutagênese, desde
que não implique a utilização de organismo geneticamente modificado como receptor ou doador.
b) A Lei nº 11.105/2005 não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio de formação e utilização
de células somáticas de hibridoma animal, desde que não implique a utilização de organismo geneticamente
modificado como receptor ou doador.
c) A Lei nº 11.105/2005 não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio de fusão celular, inclusive
a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos tradicionais de cultivo, desde
que não implique a utilização de organismo geneticamente modificado como receptor ou doador.
d) A Lei nº 11.105/2005 não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio de autoclonagem de
organismos não-patogênicos que se processe de maneira natural, desde que não implique a utilização de organismo
geneticamente modificado como receptor ou doador.
e) A utilização de organismo geneticamente modificado como receptor ou doador em atividades de modificação
genética por meio das técnicas de mutagênese, fusão celular e autoclonagem de organismos não patogênicos afasta
a incidência da Lei nº 11.105/2005.

• RECURSOS MINERAIS
➢ EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS
o ATIVIDADE DE GRANDE IMPACTO AMBIENTAL X ATIVIDADE DE GRANDE RELEVÂNCIA ECONÔMICA
o GRANDE IMPACTO AMBIENTAL
▪ desmatamento
▪ obras de solo
▪ relacionadas às ações de escavação
▪ desmonte
▪ rebaixamento de lençol
▪ transporte e bota fora de animais
▪ construção de drenagens, estradas e praças de trabalho

o ATIVIDADE DE GRANDE RELEVÂNCIA ECONÔMICA


▪ tijolo cerâmico (argila);
▪ bloco de concreto (brita, areia e calcário);

2
ALTERNATIVA E

8
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▪ fios elétricos (cobre e plástico [derivado do petróleo]);
▪ lâmpadas (quartzo e alumínio),
▪ ferragens (ferro, alumínio, cobre e zinco);
▪ vidros (quartzo, calcário);
▪ louças sanitárias (cobre, ferro, alumínio, níquel, cobalto, argila, calcário);
▪ azulejos, cerâmicas e porcelanatos (argila, calcário, ardósia),
▪ tintas (derivados do petróleo, calcário);
▪ pias (mármore, granito, ferro, níquel e cobalto);

o Princípio do Desenvolvimento sustentável


▪ Artigo 225, §2º, CF - obrigação do empreendedor de recuperar o meio ambiente degradado por exploração de
recursos minerais, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente.
▪ note que há tolerância de que haja o dano (fala-se em recuperação)
▪ veja que no art. 225, §1º fala em risco (não em recuperação) – níveis de tutela diferentes

➢ DIPLOMAS
o CF/88 - Art. 176 “Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à
União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.”
o Decreto Lei nº 227/67 (Código de Mineração) alterações da MP 790/2017 decaíram
o Lei 13.540/17 - Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (conversão da MP 789/2017)
o Lei 13.575/17 – Criou a Agência Nacional de Mineração e extingue o Departamento Nacional de Produção Mineral
(conversão da MP 791/2017) (do ponto de vista da norma, não houve alteração, no DL 227/67, ainda fazendo menção
ao DNPM; mas deve considerar a ANM)
o Lei nº 7.805/89 (Criou o regime de permissão de lavra garimpeira)

➢ PROPRIEDADE
o Bens da União, inclusive os do subsolo (art. 20, IX, CF)
o “Art. 1.230 do CC - A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais
de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais.”
o Garante-se ao concessionário a propriedade do produto da lavra (art. 176, CF)
o Garante-se ao proprietário do solo o direito à participação nos resultados da lavra (art. 11, “b” do DL 227/67).

➢ MONÓPOLIO DA UNIÃO
o Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluido -

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V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais
nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser
autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição
Federal.

➢ CONCEITOS
o Obs.: DIFERENÇA de jazida e mina
▪ Decorre da condição de ser explorada ou não

o JAZIDA
▪ Considera-se jazida toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou existente
no interior da terra, e que tenha valor econômico;

o MINA
▪ Considera-se mina, a jazida em lavra, ainda que suspensa.
▪ MINA MANIFESTADA, a em lavra, ainda que transitoriamente suspensa;
▪ MINA CONCEDIDA, quando o direito de lavra é outorgado pelo Ministro de Estado de Minas e Energia.

➢ REGIME DE APROVEITAMENTO
o A pesquisa e a lavra DEPENDE de:
▪ autorização ou concessão da União, no interesse nacional,
▪ por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País.

o OBSERVAÇÃO: Não dependerá de autorização ou concessão


▪ APROVEITAMENTO DO POTENCIAL DE ENERGIA RENOVÁVEL DE CAPACIDADE REDUZIDA.

o A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado


o Não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
o PARTICIPAÇÃO DO PROPRIETÁRIO NOS RESULTADOS DA LAVRA: 50% do valor total devido aos Estados, Distrito
Federal, Municípios e órgãos da administração direta da União, a título de compensação financeira pela exploração
de recursos minerais
o CONSTITUIÇÃO FEDERAL
▪ Art. 20 § 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a
órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território,

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plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa
exploração.

o Os regimes de aproveitamento das substâncias minerais são (art. 2º do DL 227/67):


I - REGIME DE CONCESSÃO, quando depender de portaria de concessão do Ministro de Estado de Minas e Energia;
II - REGIME DE AUTORIZAÇÃO, quando depender de expedição de alvará de autorização do Diretor-Geral do
Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM;
III - REGIME DE LICENCIAMENTO, quando depender de licença expedida em obediência a regulamentos
administrativos locais e de registro da licença na Agência Nacional de Mineração
IV - REGIME DE PERMISSÃO DE LAVRA GARIMPEIRA, quando depender de portaria de permissão da Agência
Nacional de Mineração
V - REGIME DE MONOPOLIZAÇÃO, quando, em virtude de lei especial, depender de execução direta ou indireta do
Governo Federal.

➢ COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXPLORAÇÃO DE RECURSOS MINERAIS (CFEM)


o Lei nº 7.990/89
o Prestação pecuniária destinada aos Estados, Distrito Federal e Municípios nos quais haja exploração mineral
o Compensa o impacto ambiental que a mineração causa
o LEI 13.540/17 - (CONVERSÃO DA MP 789/2017) TROUXE MODIFICAÇÕES NA LEI.
▪ cobrança da compensação financeira, antes calculada sobre o faturamento líquido, passa a ser calculada sobre o
faturamento bruto e
▪ alíquotas de cobrança

➢ AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA MINERAL


o A pesquisa mineral compreende a execução dos trabalhos necessários à definição da jazida, sua avaliação e para
determinar a exequibilidade do seu aproveitamento econômico.
▪ Alteração no art. 14 do Decreto Lei 227/67 para acrescentar exequibilidade preliminar (MP 790/17) – vigência
encerrada

o A exequibilidade do aproveitamento econômico, ou seja, se é possível a sua exploração do ponto de vista


econômico, será objeto do relatório final de pesquisa, e se
o Exequibilidade do aproveitamento econômico – estudo econômico preliminar do empreendimento baseado nos
recursos medidos e indicados, no plano conceitual da mina e em outros fatores variáveis que possam ocorrer.
o A autorização de pesquisa será outorgada pelo DNPM a brasileiros, pessoa natural, firma individual ou empresas
legalmente habilitadas, mediante requerimento do interessado.
▪ DNPM = Agencia Nacional de Mineração (AGM) alteração da Lei 13.575/17

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o Os trabalhos necessários à pesquisa serão executados sob a responsabilidade profissional de engenheiro de
minas, ou de geólogo, habilitado ao exercício da profissão.
o Os trabalhos de pesquisa ou lavra que causarem danos ao meio ambiente são passíveis de suspensão temporária
ou definitiva.
o Titular é obrigado a iniciar os trabalhos dentro de 60 (sessenta dias)
o Titular é obrigado a não interromper os trabalhos, sem justificativa, por mais de três meses consecutivos, ou por
120 dias acumulados e não consecutivos.
o Prazo de validade da autorização:
▪ 1 a 3 anos, a critério do DNPM, de acordo com as características da área e da pesquisa mineral objetivada,
admitida uma única prorrogação.

o Encerrada a pesquisa
▪ Titular da autorização deverá entregar um relatório circunstanciado dos trabalhos à aprovação do DNPM.
▪ Quando ficar demostrada a existência de jazida, será aprovado o relatório.

o Se o relatório não for aprovado?


▪ Se verificada deficiência técnica na elaboração do relatório, o titular terá o prazo de sessenta dias para cumprir a
exigência do órgão, podendo ser prorrogável desde que requerido, no prazo concedido para cumprimento.
▪ Se não for cumprida a exigência, será aplicada multa e o prazo será reaberto para cumprimento da exigência uma
vez por igual período.

o Aprovada existência da jazida


▪ Titular terá um ano para requerer a concessão da lavra, podendo o DNPM prorrogar o prazo por igual período,
mediante solicitação justificada do titular.
▪ Findo o prazo sem o requerimento, caducará o direito do titular, cabendo ao Diretor-Geral do Departamento
Nacional da Produção Mineral - DNPM declarar a disponibilidade da jazida pesquisada, para fins de requerimento
da concessão de lavra.

▪ Responsabilidade civil: objetiva


- Previsão específica (art. 22, IV do Decreto Lei nº 227/67): Titular da autorização responde, com exclusividade,
pelos danos causados a terceiros, direta ou indiretamente, decorrentes dos trabalhos de pesquisa.
- Artigo 19 da Lei nº 7.805/89: O titular de autorização de pesquisa, de permissão de lavra garimpeira, de
concessão de lavra, de licenciamento ou de manifesto de mina responde pelos danos causados ao meio ambiente.

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➢ CONCESSÃO DE LAVRA
o AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA é obrigatoriamente precedente à CONCESSÃO DA LAVRA.
o JAZIDA JÁ DEVERÁ ESTAR PESQUISADA,
o Relatório aprovado pelo DNPM (na prática é a ANM, em virtude da alteração da lei)
o A área de lavra deverá ser adequada à condução técnico-econômica dos trabalhos de extração e beneficiamento.
o A concessão de lavra terá por título uma portaria assinada pelo Ministro de Estado de Minas e Energia.
o LAVRA
▪ Lavra é o conjunto de operações coordenadas, objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a
extração das substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficiamento.
▪ Não há restrições quanto ao número de concessões outorgadas a uma mesma empresa.

o CONDIÇÕES PARA CONCESSÃO DE LAVRA


▪ Art. 37 do Decreto Lei nº 227/67
I- a jazida deverá estar pesquisada, com o Relatório aprovado pelo D.N.P.M.;
II- a área de lavra será a adequada à condução técnico-econômica dos trabalhos de extração e beneficiamento,
respeitados os limites da área de pesquisa.

▪ A concessão de lavra terá por título uma portaria assinada pelo Ministro de Estado de Minas e Energia.
▪ Quantas concessões pode ter a mesma empresa?
- Não há restrições quanto ao número de concessões outorgadas a uma mesma empresa.

➢ PERMISSÃO DE LAVRA GARIMPEIRA


o é o aproveitamento imediato de jazimento mineral que, por sua natureza, dimensão, localização e utilização
econômica, possa ser lavrado,
o independentemente de prévios trabalhos de pesquisa, segundo critérios fixados pelo Departamento Nacional
de Produção Mineral - DNPM.
o GARIMPAGEM (art. 70 do DL 227/67)
▪ Trabalho individual de quem utilize instrumentos rudimentares, aparelhos manuais ou máquinas simples e
portáveis, na extração de pedras preciosas, semi-preciosas e minerais metálicos ou não metálicos, valiosos, em
depósitos de eluvião ou aluvião, nos álveos de cursos d’água ou nas margens reservadas, bem como nos depósitos
secundários ou chapadas (grupiaras), vertentes e altos de morros; depósitos esses genericamente denominados
garimpos
▪ art. 10 da Lei nº 7.805/89: Considera-se garimpagem a atividade de aproveitamento de substâncias minerais
garimpáveis, executadas no interior de áreas estabelecidas para este fim, exercida por brasileiro, cooperativa de
garimpeiros, autorizada a funcionar como empresa de mineração, sob o regime de permissão de lavra garimpeira.

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o O Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM estabelecerá as áreas de garimpagem, levando em
consideração a ocorrência de bem mineral garimpável, o interesse do setor mineral e as razões de ordem social e
ambiental.
o A outorga da permissão de lavra garimpeira depende de prévio licenciamento ambiental concedido pelo órgão
ambiental competente. (Sempre que houver possibilidade de significativo impacto ambiental, deverá existir o
licenciamento; a própria CF reconhece que toda exploração mineral gera impacto significo ao meio ambiente;
portanto, sempre será necessário o licenciamento, seja para pesquisar, lavrar ou permissão de lavra garimpeira)
o A permissão de lavra garimpeira será outorgada pelo Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção
Mineral - DNPM, que regulará, mediante portaria, o respectivo procedimento para habilitação.

➢ Além dos regimes autorização de pesquisa, concessão de lavra e de lavra garimpeira


o REGIME DE LICENCIAMENTO, que é aplicado para o aproveitamento de substancias de emprego imediato na
construção civil, argila vermelha e calcário para corretivo do solo e
o REGIME DE MONOPOLIZAÇÃO, quando, em virtude de lei especial, depender de execução direta ou indireta do
Governo Federal.

➢ LICENCIAMENTO AMBIENTAL
o Exploração mineral é extremamente impactante ao meio ambiente.
o Todas as vezes que tivermos desenvolvimento de obras causadoras de significativa degradação ambiental será
preciso o estudo prévio de impacto ambiental e licenciamento ambiental.
o LICENCIAMENTO AMBIENTAL = procedimento administrativo - art. 10 da Lei 6938/81: Art. 10. A construção,
instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva
ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de
prévio licenciamento ambiental
o EPIA/RIMA = art. 225, § 1º, IV da CF.: EPIA/RIMA – obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação ambiental (art. 225, § 1º, IV da CF)

o EM RESUMO: LICENCIAMENTO AMBIENTAL


▪ Permissão de lavra garimpeira - artigo 3º da Lei nº 7.805/89
▪ Concessão de lavra - artigo 16 da Lei nº 7.805/89
▪ Autorização de pesquisa - quando envolver o emprego de guia de utilização.
▪ OBSERVAÇÃO: dependerão de prévio licenciamento ambiental toda atividade efetiva ou potencialmente
poluidora ou capaz, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental

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➢ QUESTÕES DE CONCURSO
o 2010 MPE-MG Promotor de Justiça3
Em relação ao regime jurídico da utilização dos recursos minerais, considere as seguintes proposições
I. A permissão de lavra garimpeira pelo Departamento Nacional de Produção Mineral depende de prévio
licenciamento ambiental concedido pelos órgãos ambientais competentes.
II. A lei proíbe a realização de trabalhos de extração de ouro ou diamante, dentre outras substâncias minerais, sem
a competente permissão, concessão ou licença.
III. O beneficiamento de ouro, diamante e outros minérios em lagos, rios e quaisquer correntes de água só poderá
ser realizado se de acordo com solução técnica aprovada pelos órgãos competentes.
IV. A área explorada pelo garimpeiro deve ser recuperada, nos termos da permissão ou determinação do órgão
competente, sob pena de responsabilidade criminal.
Marque a opção CORRETA.
a) I e II estão corretas.
b) I, III e IV estão corretas.
c) II e III estão corretas.
d) III e IV estão corretas.
e) Todas estão corretas.

• DIREITO URBANÍSTICO
➢ Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

➢ Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é
o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.

➢ Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é
o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

3
ALTERNATIVA E

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§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais.

➢ ESTATUTO DA CIDADE
o Lei 10.257/2001 - Regulamenta os art. 182 e 183 da CF/88
▪ Art. 1º Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será aplicado o
previsto nesta Lei.
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem
pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do
bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

o Cidades sustentáveis
▪ Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento
ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes
e futuras gerações;

o INSTRUMENTOS (art. 4º)


▪ Planejamento municipal:
- plano diretor
- Zoneamento ambiental

▪ Instituto financeiro e tributário: IPTU

▪ Estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV): um não compensa o
outro; são conteúdos e objetivos específico e se complementam

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▪ Instituto jurídico e político:
-parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
- Desapropriação
- usucapião especial de imóvel urbano;
- direito de preempção;

▪ Plano diretor
- A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor,
- O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão
urbana.
- O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo.
- Revisão a cada dez anos.
- OBRIGATÓRIO PARA CIDADES
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no §4º do art. 182 da
Constituição Federal;
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de
âmbito regional ou nacional.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de
grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.

▪ parcelamento, edificação ou utilização compulsórios


- Solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado
- Fixa prazos (prazo não inferior a 1 ano para projeto e 2 anos para inicio das obras) e condições
- Proprietário é notificado pelo Município
- Transmissão do bem: transfere as obrigações

▪ IPTU progressivo no tempo


- Não cumprimento dos prazos e condições para parcelamento, edificação ou utilização compulsórios
- Majoração da alíquota por cinco anos consecutivos
- Não pode exceder 2x o valor da anterior, respeitada a alíquota máxima de 15%
- Após cinco anos: mantém a alíquota máxima e desapropria

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▪ Desapropriação com pagamento em títulos
- Após cinco anos de IPTU progressivo, pode o Município desapropriar
- Indenização: títulos da dívida pública no prazo de até 10 anos

▪ Usucapião especial de imóvel urbano


- 250 m²
-5 anos
- Para moradia sua ou da família
- Não pode ser proprietário de outro imóvel
- Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo
número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de
serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou
rural.

▪ Direito de preempção
- Direito de preferência do Município para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação entre particulares
- Lei municipal delimita área e fixa prazo de até 5 anos, renovável por 1 ano após decurso
- Cabe para as áreas destinadas à:
I – regularização fundiária;
II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;
III – constituição de reserva fundiária;
IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental;
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico;

▪ Estudo de impacto de vizinhança


- Lei municipal define empreendimentos que dependerão de EIV para obter licenças de
construção/ampliação/funcionamento
- A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio de impacto ambiental (EIA)
- EIV: efeitos positivos e negativos do empreendimento e qualidade de vida da população:
- Conteúdo: Estudo de impacto de vizinhança (note a especificidade do conteúdo, sendo voltado para a cidade):
I – adensamento populacional;
II – equipamentos urbanos e comunitários;

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III – uso e ocupação do solo;
IV – valorização imobiliária;
V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI – ventilação e iluminação;
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.

➢ QUESTÕES DE CONCURSOS
o Provas: MPE-SP- 2019 – MPE-SP – Promotor de Justiça Substituto4
O Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV), que constitui um dos instrumentos da política urbana, deve
contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da
população residente na área e suas proximidades e deve contemplar a análise de várias questões indicadas na
legislação específica.
Dentre elas, não se inclui:
a) equipamentos urbanos e comunitários.
b) adensamento populacional.
c) uso e ocupação do solo.
d) desvalorização imobiliária.
e) geração de tráfego e demanda por transporte público.

o Provas: MPE-MS 2018 – Promotor de Justiça Substituto5


Assinale a alternativa incorreta.
A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor.
a) O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é
o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
b) O Poder Público tem a faculdade de exigir do proprietário de solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado que promova seu adequado aproveitamento, por meio de imposição de penalidades, exceto parcelamento
ou edificação compulsórios.
c) As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
d) Aquele que possuir como sua área urbana até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

4
ALTERNATIVA D
5
ALTERNATIVA C

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o Provas: CESPE - 2012 - TJ-BA - Juiz 6

Em relação à política urbana, assinale a opção correta.


a) O zoneamento ambiental, instrumento da PNMA para grandes espaços econômico-ecológicos, não se aplica ao
âmbito urbano.
b) No âmbito municipal, o estudo ambiental cabível é o estudo de impacto de vizinhança, que substitui a elaboração
e a aprovação de estudo de impacto ambiental.
c) O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes e para aquelas que integrem áreas de
especial interesse turístico, entre outras situações definidas em lei.
d) O Estatuto da Cidade é norma federal que fixa diretrizes gerais para a política de desenvolvimento urbano, cuja
execução, conforme repartição constitucional de competências, cabe aos estados.
e) A lei que instituir o plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, só
poderá ser revista depois de decorridos cinco anos da sua promulgação, a fim de evitar pressões de especulação
imobiliária.

o Provas: CESPE - 2012 - TJ-PA - Juiz 7


Considerando que o município A, com 30.000 habitantes e sem plano diretor, decida utilizar instrumentos de política
urbana previstos no Estatuto da Cidade ao detectar que diversos imóveis localizados em seu perímetro urbano não
são utilizados, o que configura claro desrespeito à função social de propriedade, assinale a opção correta, com base
no que dispõem a CF e o Estatuto da Cidade.
A) O Estatuto da Cidade não prevê instrumentos que auxiliem a melhoria da qualidade de vida urbana, razão por que
deve o município, ao elaborar o seu plano diretor, incluir um item específico a esse respeito.
B) O referido município deve elaborar plano diretor.
C) O plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento urbano, deve ser revisto a cada vinte anos.
D) A edificação compulsória poderá ser determinada pelo município imediatamente.
E) Poderá ser determinado o parcelamento do solo urbano subutilizado, independentemente de notificação do
proprietário pelo Poder Executivo municipal.

6
ALTERNATIVA C
7
ALTERNATIVA B

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