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Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 1
ROTEIRO DE AULA
CONTEXTO NACIONAL
o No Brasil, podemos dividir a produção legislativa em três fases (ANTONIO HERMAN DE
VASCONCELOS BENJAMIN):
1ª fase - Descobrimento do Brasil (1500) até́ segunda metade do Século XX (exploração
desregrada)
2ª fase - Segunda metade do Século XX a 1980 (sistema fragmentário)
3ª fase - de 1981 aos dias atuais (fase holística)
Interesses tutelados ligados à Coroa (a preocupação era a Coroa e não os recursos em si)
Preservação de alguns recursos naturais preciosos em processo de exaurimento
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Inexistência de patrimônio ambiental coletivo
PERÍODO COLONIAL, IMPERIAL E REPUBLICANO
QUESTÃO AMBIENTAL DEIXADA À MARGEM
CONTEXTO MUNDIAL
o Marco: Conferência das Nações Unidas para o meio ambiente, realizada em Estocolmo, em junho
de 1972;
o Deu origem à Declaração do Meio Ambiente com 26 princípios norteadores dos princípios
fundamentais do Direito Ambiental.
Oposição Hemisfério Norte e Hemisfério Sul
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(Preservacionista) X (Desenvolvimentistas)
Preservacionistas eram os países desenvolvidos e que viviam os malefícios
ambientais trazidos pelo desenvolvimento
Os desenvolvimentistas buscavam o crescimento
Gerou:
1. Declaração de Joanesburgo em Desenvolvimento Sustentável e
2. Plano de implementação (PI): metas para erradicação da pobreza, alteração
padrões de consumo e proteção recursos naturais.
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o Em 2012, foi realizada no Rio de Janeiro:
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20)
Reafirmados os princípios da Declaração do Rio, inclusive a responsabilidade
comum, mas diferenciada (cabe aos países desenvolvidos maior
responsabilidade na busca do desenvolvimento sustentável)
Desafios da sustentabilidade: erradicação da pobreza e promoção de
modalidades sustentáveis de produção e consumo
o ANTROPOCÊNTRICO
Culturalmente, o Direito é voltado ao homem.
Homem é a razão da tutela do meio ambiente (art. 225, caput da CF).
Meio ambiente: instrumento
Não é titular de direito.
o BIOCENTRISMO
Considera todas as espécies com vida (fauna, flora e o homem) como objeto de tutela do
meio ambiente.
TEM FUNDAMENTO NA CF?
Art. 225, §1º, VII CF
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VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam
os animais a crueldade.
o ECOCENTRISMO
Objeto da tutela do meio ambiente: elementos com vida (bióticos) e sem vida (abióticos)
Veja que difere do biocentrismo, já que esse é voltado, apenas, para a tutela dos
seres bióticos
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o Essencial à sadia qualidade de vida.
Essencial – Fundamental.
Sadia qualidade de vida - elemento integrante da dignidade da pessoa humana.
É direito fundamental do homem (art. 1º, III, da CF).
o CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS
CONSTRUÇÃO DO BROCARDO “IN DUBIO PRO NATURA”
Em caso de dúvida, a decisão tomada deve ser em favor da proteção ambiental
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o Conceito abstrato
o Conceito macro de meio ambiente.
o Meio ambiente é um bem uno, comum, geral, difuso, indivisível, indisponível e impenhorável.
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o MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL
FUNDAMENTO - art. 182 CF: A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar
de seus habitantes.
Constituído pelo espaço urbano construído pelo homem.
Produto da interação do homem com o meio ambiente natural.
Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001)
Exemplos: as vias públicas, os parques, os prédios, como edifícios comerciais, shoppings,
biblioteca.
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REGISTRO - tutela do patrimônio cultural imaterial brasileiro. Ex: samba.
DECRETO 3.551/2000 INSTITUIU O REGISTRO DE BENS CULTURAIS DE
NATUREZA IMATERIAL.
o CONCEITO DE POLUIÇÃO
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta
ou indiretamente:
prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
afetem desfavoravelmente a biota;
afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;
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POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (PNMA) LEI Nº 6.938/81
Sistematizou o Direito Ambiental.
o Previu objetivos, princípios, metas de ação, conceitos, instrumentos e responsabilidade civil
ambiental objetiva
o Criou o SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente), integrado por alguns órgãos, dentre
estes o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
Observação
art. 20 CF/88: bens da União = geridos pela União no interesse de toda a
coletividade.
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II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Os recursos naturais são finitos.
Sustentabilidade: utilização sem esgotamento do bem.
Exemplo de racionalização do uso da água: Cobrança pelo uso da água (arts. 19 e
20 da Lei nº 9.433/97
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VIII - recuperação de áreas degradadas;
fundamento constitucional: compromisso de garantir às presentes e futuras
gerações sadia qualidade de vida.
art. 225, §1º, I da CF: dever do Poder Público de restaurar os processos
ecológicos.
art. 225, § 2º da CF: exploração recursos minerais – obrigação de recuperação do
meio ambiente
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à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os
danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com
fins econômicos.
2) ZONEAMENTO AMBIENTAL
Regulamentado pelo Decreto nº 4.297/2002.
Zoneamento ecológico-econômico (ZEE)
Objetivo: regulamentar o uso e a ocupação do solo.
Divisão das áreas econômicas das áreas de proteção ambiental.
OBSERVAÇÃO:
Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) aplicável à hipótese de políticas,
planos e programas;
Destina-se à avaliação de vários empreendimentos.
Inclui várias obras e não uma única.
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4) LICENCIAMENTO E A REVISÃO DE ATIVIDADES EFETIVA OU POTENCIALMENTE
POLUIDORAS
Instrumento de controle do Poder Público de atividades que utilizam recursos
ambientais.
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10) A INSTITUIÇÃO DO RELATÓRIO DE QUALIDADE DO MEIO AMBIENTE, A SER
DIVULGADO ANUALMENTE PELO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E
RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA;
Até hoje não foi implementado
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Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)
o É o conjunto de órgãos e instituições que, nos níveis federal, estadual e municipal, são
encarregados da proteção do meio ambiente.
o FINALIDADE
estabelecer uma rede de agências governamentais, nos diversos níveis da Federação,
visando assegurar mecanismos capazes de implementar a Política Nacional do Meio
Ambiente.
o COMPOSIÇÃO
A) CONSELHO DE GOVERNO: órgão superior, com a função de assessorar o Presidente da
República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio
ambiente e os recursos ambientais;
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F) ÓRGÃOS SECCIONAIS, que são órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela
execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de
provocar a degradação ambiental;
g) ÓRGÃOS LOCAIS, que são órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle
e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.
QUESTÕES DE CONCURSO
Prova: Juiz substituto. Ano: 2019. Banca: CESPE. Órgão: TJ-BA
o De acordo com a jurisprudência do STF, o conceito de meio ambiente inclui as noções de meio
ambiente1
o A) artificial, histórico, natural e do trabalho.
o B) cultural, artificial, natural e do trabalho.
o C) natural, histórico e biológico.
o D) natural, histórico, artificial e do trabalho.
o E) cultural, natural e biológico
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Resposta B
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Resposta B
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Prova: Juiz substituto. Ano: 2019. Banca: CESPE. Órgão: TJ-PR
o Os princípios expressos na Lei n.º 6.938/1981 — Política Nacional do Meio Ambiente — incluem3
o a) o estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso
e manejo de recursos ambientais.
o b) a racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar e a recuperação de áreas
degradadas.
o c) o desenvolvimento sustentável e o poluidor pagador.
o d) o desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de
recursos ambientais.
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Resposta B
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Resposta C
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Resposta D
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Prova: Juiz substituto. Ano: 2014. Órgão: TJ-SP
o Não é objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA):6
o a) desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional dos
recursos ambientais.
o b) promoção da proteção do patrimônio cultural local, observada a ação fiscalizadora municipal
e estadual.
o c) a compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico.
o d) definição das áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios.
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Resposta B
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Resposta D
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Resposta D
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o d) Todas as afirmativas são verdadeiras
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Resposta C
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Resposta D
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Prova: Juiz substituto. Ano: 2014. Órgão: TJ-CE
o A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar no País11
o a) o aparelhamento do Estado no controle das atividades poluidoras e degradadoras,
principalmente do bioma amazônico.
o b) condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à
proteção da dignidade da vida humana.
o c) a estabilidade agrícola.
o d) a permanência de espécies ameaçadas de extinção.
o e) a livre concorrência sustentável.
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Resposta B
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Resposta D
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Direito Ambiental
Vanessa Ferrari
Aula 2
ROTEIRO DE AULA
➢ Princípios como premissas fundamentais que darão norte para a solução de problemas ambientais
o Exemplos:
▪ Lei nº 11.428/06 (art. 6º, par. único) – princípio da função socioambiental da propriedade; da equidade
intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da transparência das informações e atos, da
gestão democrática.
▪ Lei nº 12.305/10 (art.6º) – princípios da prevenção e da precaução; o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; o
desenvolvimento sustentável
o Compatibilização do direito ao progresso e do direito à preservação do meio ambiente (garantia para as presentes
gerações –com o ônus de não comprometer para o futuro- e para as futuras gerações)
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o PREMISSAS
▪ Necessidades humanas são ilimitadas (capitalismo traz essa concepção –“sempre se quer mais”)
▪ Recursos naturais são finitos;
▪ Desenvolvimento e progresso são direitos fundamentais do homem;
▪ Preservação ambiental é direito fundamental do homem;
▪ Necessidade de equilíbrio entre desenvolvimento e proteção ambiental para utilização sustentável, ou seja, de
modo a garantir a continuidade do recurso.
o OBJETIVO
▪ Busca compatibilizar desenvolvimento econômico-social com preservação ambiental, a fim de obter melhor
qualidade de vida.
▪ Garante-se o desenvolvimento econômico, mas de forma planejada, pensada, sustentada
▪ Defesa do meio ambiente é princípio informador da ordem econômica (art. 170, VI CF).
▪ Note que se trata de um desenvolvimento qualificado (pela ideia/qualidade de sustentabilidade/planejamento)
▪ Lembre-se que o meio ambiente se trata de bem de uso comum do povo, ou seja, as pessoas estão mais como
usufrutuários do que de proprietários (os poderes são limitados) – usar, mas mantendo a essência do bem
o PREVISÃO LEGAL
▪ Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e
do equilíbrio ecológico; (art. 4º, I da Lei nº 6.938/81)
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o Relação com o princípio da ubiquidade (toda medida tomada deve ser considerada a questão ambiental). Por
isso se nota a presença em tantas disposições, muitas vezes no mesmo diploma
o PREVISÃO CONSTITUCIONAL
▪ art. 225, caput CF + art. 170, VI e VII CF
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
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o O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
o Importação de pneus (STF - RE: 628821 RJ, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 12/12/2011)
▪ ... esta Corte Suprema reconheceu a plena validade constitucional dos atos normativos que vedaram a importação,
pelo Brasil, de pneus usados destinados à reciclagem, em razão de exigências ditadas por princípios constitucionais
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que asseguram, em favor de todos, a integridade do direito à saúde e a incolumidade do direito à preservação de
um meio ambiente ecologicamente equilibrado...
4. Princípios constitucionais (art. 225) a) do desenvolvimento sustentável e b) da equidade e responsabilidade
intergeracional. Meio ambiente ecologicamente equilibrado: preservação para a geração atual e para as gerações
futuras. Desenvolvimento sustentável: crescimento econômico com garantia paralela e superiormente respeitada
da saúde da população, cujos direitos devem ser observados em face das necessidades atuais e daquelas previsíveis
e a serem prevenidas para garantia e respeito às gerações futuras.
➢ PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR
o CONTEÚDO
▪ Quem utiliza um recurso ambiental pode ser compelido ao pagamento pelo uso.
▪ Usuário é aquele que utiliza um recurso ambiental e não causa degradação, diferente do poluidor, que é quem,
direta ou indiretamente, causa degradação.
▪ Todos possuem direito ao meio ambiente equilibrado (bem comum) – há o direito de utilizar, sendo lógica uma
contraprestação pelo uso de um bem que é comum de todos
o FUNDAMENTO
▪ Bem de uso comum
▪ Quem utiliza um recurso ambiental deve arcar com os custos para a contínua utilização deste bem
▪ Presentes e futuras gerações usufruí-lo.
o OBJETIVOS
▪ Racionalizar uso
▪ Arrecadar recursos a serem revertidos ao ambiente
▪ Medida educativa
▪ Quantificar o recurso natural para evitar escassez.
▪ Evitar custo zero.
▪ Evitar uso abusivo.
▪ Note a força que o efeito econômico traz (educacional; restritivo; racionalização; compensação, dentre outros
exemplos)
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o EXEMPLO
▪ Cobrança pelo uso da água (Lei nº 9.433/97: arts. 19/20)
Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:
I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;
II - incentivar a racionalização do uso da água;
III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de
recursos hídricos.
Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta Lei
➢ PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR
o Poluidor é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por
atividade causadora de degradação ambiental (art. 3º, IV da Lei nº 6.938/81).
▪ Deve arcar com os custos sociais que a sua atividade impactante causar (externalidades negativas).
▪ Transfere ao poluidor, o dever de reduzir os impactos ambientais aos níveis considerados aceitáveis pelo Poder
Público.
▪ Viver em sociedade, por si só, já traz impactos ambientais. Por isso surgem concepções sobre a poluição –níveis
adequados- lícita ou ilícita
▪ Poluição lícita: em níveis toleráveis
▪ Poluição ilícita: foge do tolerável
▪ NÃO EXISTE O DIREITO DE POLUIR.
▪ Busca-se evitar/prevenir os danos (não se paga para poder poluir)
▪ Há um custo para minimizar os danos ambientais
▪ Veja que se trata de usuário, mas um usuário qualificado pela possibilidade de dano
▪ Lembre-se que os princípios ambientais se comunicam; nesse caso do poluidor pagador, deve-se atentar para a
relação do desenvolvimento sustentável
o FUNDAMENTO
▪ Dever de solidariedade intergeracional (dever frente às futuras gerações)
▪ Garantia de meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações.
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o PREVISÃO CONSTITUCIONAL - art. 225, § 3º da CF – tríplice responsabilidade ambiental
▪ Art. 225, §3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causado.
o EXEMPLOS
▪ i) Instalação de filtros em uma empresa (filtragem de dejetos industriais em rios ou no ar, por exemplo)
▪ ii) Sistema de logística reversa - art. 33 da Lei nº 10.305/2010
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos
após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua
resíduo perigoso;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
§ 4º - Os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores.
§ 5º Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores.
§ 6º Os fabricantes e os importadores darão destinação ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens
reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada.
▪ obs. note a responsabilidade compartilhada – cada um possui a sua forma/parte- (exceção para a
responsabilidade solidária)
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o DUAS VERTENTES
▪ 1- de caráter preventivo: com o intuito de minimizar os impactos ambientais;
▪ 2- de caráter reparatório: com o intuito de reparar o dano causado.
▪ OBSERVAÇÃO:
- Dever de reparar o dano ambiental: responsabilidade civil.
- Parte da Doutrina (ALEXANDRA ARAGÃO e GOMES CANOTILHO) começa a fazer distinção:
- Caráter preventivo: Princípio do poluidor-pagador
- Caráter repressivo: Princípio da Responsabilidade.
➢ PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
o CONTEÚDO
▪ Estabelece o dever de prevenção dos impactos ambientais, pois os danos ambientais, como regra, são irreversíveis
ou reversíveis a longo prazo (dificuldade em retornar ao “status quo ante”.
▪ Prevenção é agir de forma antecipada. (possibilidade de antever)
▪ Aplica-se ao risco conhecido, certeza científica
o INSTRUMENTOS
▪ EIA/RIMA ou EPIA/RIMA
-EIA/RIMA - Resolução CONAMA nº 01/86.: Art. 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e
respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente,
e do IBAMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: ...
- EPIA/RIMA - art. 225, §1º, IV, da CF: IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
- EIA ou EPIA é o estudo multidisciplinar realizado por profissionais das mais diferentes áreas (equipe
multidisciplinar), com o objetivo de identificar os aspectos positivos e negativos de um empreendimento, indicando
os métodos disponíveis para mitigação dos impactos ambientais.
- ex. ao realizar o EIA ou EPIA (lembre-se, correspondem ao mesmo instrumento), notam-se três traçados
diferentes: 1- prejuízo para determinada espécie; 2- desapropriação de imóveis; 3- afetará a comida de
determinada espécie → veja a possibilidade de se antecipar, sabendo as opções para a realização da melhor
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escolha, podendo compatibilizar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental (desenvolvimento
sustentável e prevenção se comunicando)
▪ LICENCIAMENTO AMBIENTAL
- Consiste em um procedimento administrativo no qual o órgão ambiental competente para o licenciamento
licencia a localização (licença prévia – LP), a instalação (licença de instalação – LI) e a operação (licença de operação
– LO) de atividades que utilizam recursos naturais.
➢ PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
o FUNDAMENTO
▪ Estabelece-se na ideia de incerteza científica, exigindo a adoção de cautelas.
▪ Aplica-se na hipótese de:
- Informação científica insuficiente, inconclusiva ou incerta (dúvida)
- Com potencial perigo ao meio ambiente e à saúde humana.
- obs. são duas condições que devem estar presentes simultaneamente
o OBJETIVO
▪ Impõe o dever de cautela, de prudência diante de uma atividade cujos efeitos, riscos não sejam conhecidos
▪ A incerteza científica deve ser aplicada em favor da proteção ambiental (in dubio pro natura)
▪ A medida a ser adotada deve ser:
- Proporcional ao risco (da interdição –risco grande- à informação –risco pequeno)
- Coerente (com medidas já tomadas em situação similar)
- Precária (passível de reanálise)
o obs. Portanto, a marca do princípio da precaução é a incerteza, sendo que sua aplicação pede uma potencialidade
de perigo de dano para o meio ambiente e para a saúde humana
o PREVISÃO CONSTITUCIONAL - sem referência expressa, mas implícito no art. 225, §1º, V da CF
▪ V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
o PREVISÃO
▪ Convenção sobre Mudança do Clima (art. 3º, item 03)
▪ Convenção da Biodiversidade (nos “observando”)
▪ Princípio 15 da Declaração do RIO-92
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▪ Lei nº 9.605/98 – art. 54, §3º
▪ Lei nº 11.105/05 - art. 1º
▪ Lei nº 11.428/06 - Art. 6º, par. único
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o PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO X PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
▪ DIFERENÇA
- PREVISIBILIDADE DO DANO.
▪ EXEMPLO
- Instalação de antena de celular.
- ... III- Em matéria de meio ambiente, as decisões judiciais devem privilegiar os princípios da precaução e da
prevenção, com o objetivo de evitarem-se os danos acarretados pela emissão de radiação a partir das estações
rádio-base, instaladas ou a serem edificadas, sem prévia licença municipal. ...
(STJ - REsp: 1344363 GO 2012/0194683-6, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Publicação: DJ
28/10/2014)
➢ PRINCÍPIO DO PROTETOR-RECEBEDOR
o CONTEÚDO
▪ Estabelece a concessão de benefícios econômicos, fiscais e tributários àqueles que tutelam o meio ambiente.
▪ Prevê compensação econômica decorrente da proteção ambiental.
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▪ Incentivo e ganho pela boa prática ambiental
o PREVISÃO LEGAL
▪ art. 6º, II da Lei nº 12.305/10: Art. 6º São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos: II - o poluidor-
pagador e o protetor-recebedor;
o EXEMPLOS
▪ Programa de apoio e incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente (art. 41 da Lei nº 12.651/12):
- Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legislação ambiental,
programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas
práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais, como forma
de promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável, observados sempre os critérios de progressividade,
abrangendo as seguintes categorias e linhas de ação:
I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação
e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais;
II - compensação pelas medidas de conservação ambiental necessárias para o cumprimento dos objetivos desta Lei;
III - incentivos para comercialização, inovação e aceleração das ações de recuperação, conservação e uso
sustentável das florestas e demais formas de vegetação nativa;
▪ ICMS ecológico – mecanismo de incentivo aos municípios para criar ou defender a criação de mais áreas
protegidas e a melhorar a qualidade das áreas já protegidas com o intuito de aumentar a arrecadação.
▪ Isenção de ITR – Aplicável nas hipóteses de RPPN, Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente (APP)
conforme art. 10 §1º da Lei nº 9.393/96.
o Importância em valorizar as boas práticas ambientais, sendo que o incentivo serve para que continuem a existir e
atraia a atenção para que outros passem a realizar – novamente, note a importância da questão
econômica/financeira na proteção do meio ambiente
➢ PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO
o CONTEÚDO
▪ Visa a garantir o direito à informação, permitindo o acesso de todos aos estudos e dados ambientais.
o PREVISÃO
▪ Art. 5º, inc. XXXIII da CF
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▪ Art. 4º, V da Lei nº 6.938/81
▪ Princípio 10 da Declaração Do Rio-92
▪ Art. 2º, § 1º da Lei nº 10.650/03
▪ Art. 40 da Lei nº 11.105/05
▪ Art. 6, inciso X da Lei nº 12.305/10
o DECLARAÇÃO DO RIO-92
▪ Princípio 10 - A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado,
de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas
ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades
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perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão
facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando as informações à disposição de todos.
Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à
compensação e reparação de danos.
o CONTEÚDO
▪ A proteção do meio ambiente é um dever constitucional (não moral)
▪ Estabelece que a defesa do meio ambiente deve ser feita pelo Poder Público e pela coletividade.
▪ Por Poder Público: União, Distrito Federal, Estados e Municípios.
▪ Por coletividade: toda a pessoa física ou jurídica de direito público ou privado
▪ As atividades econômicas do setor privado (empresários e empreendedores) devem ser realizadas em “parceria”
com o Poder Público no que tange a proteção ao meio ambiente
▪ Veja a relação com os princípios que incentivam essa proteção, principalmente no caráter econômico (protetor
recebedor, por exemplo)
▪ Bem como se relaciona com o princípio da informação e educação (necessário informar/educar para participar)
▪ ex. CETESB de portas abertas
▪ Todos trabalhando em conjunto para achar melhores soluções na proteção do meio ambiente
▪ Pressupõe o direito à informação para que a coletividade possa participar da defesa do meio ambiente.
o DECLARAÇÃO DO RIO-92
▪ Princípio 10 - A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado,
de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas
ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades
perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão
facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando as informações à disposição de todos.
Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à
compensação e reparação de danos.
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▪ Medidas legislativas: plebiscito (art. 14, I CF), referendo (art.14, II CF) e iniciativa popular (art.14, III CF)
▪ Medidas administrativas: direito de informação (art. 5º, XXXIII CF), direito de petição (art. 5º, XXXIV CF)
▪ Medidas processuais: ação popular (art. 5º, LXXIII CF), ação civil pública (art.129, III CF)
o CONTEÚDO
▪ Possui grande proximidade com o princípio da participação e informação
▪ Estabelece ao Poder Público dois mandamentos:
- 1) garantir educação ambiental em todos os níveis de ensino.
- 2) conscientizar a população sobre a necessidade de preservação do meio ambiente.
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o Rol do art. 5º da CF não é taxativo
▪ § 2º permite o reconhecimento de outros direitos decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte
o DECLARAÇÃO DO RIO-92
▪ Princípio 1 - Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito
a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.
➢ PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
o CONTEÚDO
▪ Cooperar é agir em conjunto.
▪ Impactos ambientais ultrapassam as divisas territoriais, por isso a necessidade de ação em conjunto para a
preservação do meio ambiente.
▪ ex. poluição é um desafio que, para sua solução, necessita de uma ação em conjunto, principalmente dos
poluidores (trata-se de fenômeno que não se restringe à um âmbito só, gerando danos difusos –nacionais e
internacionais)
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o PREVISÃO LEGAL: Art. 77 da Lei nº 9.605/1998
▪ Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Governo brasileiro prestará,
no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado
para:
o CONTEÚDO
▪ Poder Público estabelece padrões ambientais compatíveis com o meio ambiente equilibrado
▪ Cabe ao Poder Público definir o limite do que se considera socialmente tolerável (atente-se que essa definição se
relaciona com o princípio do poluidor pagador –padrões de qualidade ambiental e poluição lícita e ilícita)
▪ Resoluções do CONAMA: padrões relativos à qualidade da água, à emissão de ruídos, à emissão de gases
poluentes.
▪ CONAMA:
- Órgão com função deliberativa e consultiva
- Assessora o Governo e
- Delibera estabelecendo resoluções
- Essas resoluções que estabelecem os padrões de compatibilidade para um meio ambiente equilibrado
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➢ PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL OU EQUIDADE
o CONTEÚDO
▪ Estabelece o dever de preservação e defesa do meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
▪ Dever de utilização dos recursos naturais de forma a permitir o uso adequado destes recursos pelas futuras
gerações.
▪ Solidariedade sincrônica (presentes gerações)
▪ Solidariedade diacrônica (futuras gerações)
▪ DICA: “DIA DE” – do futuro – por isso relacionado às futuras gerações
o DECLARAÇÃO DO RIO-92
▪ Princípio 3 - O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas
equitativamente as necessidades ambientais e de desenvolvimento de gerações presentes e futuras.
o CONTEÚDO
▪ Expansão da função social para outros setores (viés da tutela ambiental)
▪ Social voltado ao bem-estar comum: Por isso surge o viés da tutela ambiental, já que esta está atada ao bem
comum
▪ Exige o dever de exercer o direito de propriedade, respeitando o bem-estar da coletividade e o meio ambiente
(equilíbrio do bem-estar comum e ambiental).
▪ Propriedade como direito limitado (feixe de poderes com limitações em deveres): Não é absoluto
o PREVISÃO CONSTITUCIONAL
▪ art. 5º, XXII e XXIII: O direito de propriedade é condicionado ao cumprimento da função social da propriedade
(art. 5º, XXII e XXIII da CF).
▪ art. 170, III: A ordem econômica é regida pelo cumprimento da função social da propriedade (Art. 170, III CF).
▪ art. 182, § 2º- função social da propriedade no meio urbano (relacionada ao plano diretor)
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- Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.
o EXEMPLOS:
▪ Área de Preservação Permanente
- todos que possuem uma propriedade com APP, não podem utilizá-la da forma que bem entenderem
- obrigação legal de preservação
- ex. mata ciliar
- limitação que recai sobre todos (não é indenizável)
- possui diversas funções ambientais
- cuida do bem estar da coletividade e do equilíbrio ambiental
▪ Reserva Legal
- voltada para a propriedade rural
- reserva de área de vegetação nativa (de preferência)
- possui diversas funções ambientais
- limitação geral
- o percentual varia conforme a região (em regra, não sendo Amazônia legal, será de 20%; se estiver na Amazônia
legal, deve-se verificar o bioma: floresta (80%), cerrado (35%), demais (20%)
- obs. note que o exercício de propriedade está limitado à deveres (tanto na APP quanto na RL)
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▪ JULGADO STJ: Resp 1.240.122 de 28.06.11
“1. Inexiste direito ilimitado ou absoluto de utilização das potencialidades econômicas de imóvel, pois antes até "da
promulgação da Constituição vigente, o legislador já cuidava de impor algumas restrições ao uso da propriedade
com o escopo de preservar o meio ambiente" (EREsp 628.588/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Seção, DJe
9.2.2009), tarefa essa que, no regime constitucional de 1988, fundamenta-se na função ecológica do domínio e
posse.”
o Portanto, cumprimento da função socioambiental da propriedade: são deveres que recaem sobre aquele que é
proprietário:
▪ são deveres que cabem à todos
▪ não são indenizáveis
▪ buscam o bem estar e proteção ambiental
➢ PRINCÍPIO DA UBIQUIDADE
o CONTEÚDO
▪ Todas as vezes que se tomam decisões ou medidas, haverá reflexos ambientais
▪ A proteção do meio ambiente deve ser levada em consideração sempre que uma medida social tiver que ser
desenvolvida
▪ Não há como dissociar o meio ambiente do ser humano
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▪ Toda medida de caráter social deve ser repensada em relação aos efeitos ambientais, questionando-se os
impactos que serão gerados na vida das pessoas. (Celso Antônio Pacheco Fiorillo)
▪ Relação com o antropocentrismo ou com o biocentrismo
▪ Integração do homem e meio ambiente
o CONTEÚDO
▪ Voltado em especial ao Poder Legislativo.
▪ Impede a diminuição dos padrões de proteção ambiental.
▪ obs. Apresenta dificuldades de implementação em razão da problemática em identificar o que caracterizaria
retrocesso (subjetivismo sobre se algo integra ou não o retrocesso)
o FUNDAMENTO
▪ Meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental.
▪ JULGADO STJ – Resp 302.906 de 26.08.2010
11. O exercício do ius variandi, para flexibilizar restrições urbanístico-ambientais contratuais, haverá de respeitar o
ato jurídico perfeito e o licenciamento do empreendimento, pressuposto geral que, no Direito Urbanístico, como no
Direito Ambiental, é decorrência da crescente escassez de espaços verdes e dilapidação da qualidade de vida nas
cidades. Por isso mesmo, submete-se ao princípio da não-regressão (ou, por outra terminologia, princípio da
proibição de retrocesso), garantia de que os avanços urbanístico-ambientais conquistados no passado não serão
diluídos, destruídos ou negados pela geração atual ou pelas seguintes.
➢ QUESTÕES DE CONCURSO
o Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: MPE-MT Prova: FCC - 2019 - MPE-MT - Promotor de Justiça Substituto1
o No Direito Ambiental, o dever de recompor o meio ambiente lesado ou de indenizar pelos danos causados refere-
se ao princípio
a) do poluidor-pagador.
b) do desenvolvimento sustentável.
c) do equilíbrio.
d) do limite.
e) da prevenção.
1
Resposta A
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o Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-SC Prova: CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto
o Uma associação de moradores de um bairro de determinado município da Federação propôs uma ação civil
pública (ACP) em desfavor da concessionária de energia local, para que seja determinada a redução do campo
eletromagnético em linhas de transmissão de energia elétrica localizadas nas proximidades das residências dos
moradores do bairro, alegando eventuais efeitos nocivos à saúde humana em decorrência desse campo
eletromagnético. Apesar de estudos desenvolvidos pela Organização Mundial da Saúde afirmarem a inexistência
de evidências científicas convincentes que confirmem a relação entre a exposição humana a valores de campos
eletromagnéticos acima dos limites estabelecidos e efeitos adversos à saúde, a entidade defende que há incertezas
científicas sobre a possibilidade de esse serviço desequilibrar o meio ambiente ou atingir a saúde humana, o que
exige análise dos riscos.
Nessa situação hipotética, o pedido da associação feito na referida ACP se pauta no princípio ambiental2
a) da precaução.
b) da proporcionalidade.
c) da equidade.
d) do poluidor-pagador.
e) do desenvolvimento sustentável
o Ano: 2019 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Vespertina
o O princípio ambiental da prevenção não se confunde com o princípio ambiental da precaução. O princípio da
prevenção se aplica quando existem elementos seguros para afirmar que uma determinada atividade é perigosa,
sendo que têm por objetivo impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, por meio da imposição de medidas
acautelatórias antes da implantação de empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras. 3
a) Certo b) Errado
2
Resposta A
3
Resposta: Certo
4
Resposta: Errado
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o Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto
o A responsabilidade civil do poluidor-pagador5
a) é de natureza subjetiva.
b) é de natureza objetiva.
c) nunca exige demonstração do dano causado.
d) nunca exige demonstração do nexo causal
5
Resposta B
6
Resposta A
7
Resposta B
23
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D) Somente as assertivas II, III, IV e V estão corretas.
E) Somente as assertivas II, III e IV estão corretas.
8
Resposta D
9
Resposta C
10
Resposta A
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d) Participação
e) Precaução.
o Ano: 2014 - Banca: VUNESP - Órgão: TJ-PA - Prova: Juiz de Direito Substituto12
o É correto afirmar que
a) o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa e o direito de reavê-la do poder de quem quer
que injustamente a possua ou detenha desde que esse possuidor/detentor não esteja respeitando o princípio da
função socioambiental do bem.
b) o conceito de função socioambiental da propriedade é aplicável especificamente à propriedade privada, em zona
urbana ou rural, sendo inseparável do requisito obrigatório do uso racional da propriedade e dos recursos naturais
que lhe são integrantes.
c) a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem reconhecendo que a função socioambiental da propriedade
é princípio constitucional e, no caso da propriedade rural, engloba exclusivamente a utilização adequada dos
recursos naturais e a exploração favorável ao bem-estar dos proprietários e trabalhadores.
d) o descumprimento da função socioambiental da propriedade, por não ser contrário ao fixado no art. 225 da
Constituição Federal de 1988, autoriza o esvaziamento do conteúdo mínimo do direito de propriedade sem a
exigência de pagamento de indenização.
e) o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de
modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, entre outros bens ambientais,
a flora, a fauna e as belezas naturais, em atendimento ao princípio da função socioambiental da propriedade.
11
Resposta B
12
Resposta E
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o Ano: 2014 - Banca: VUNESP - Órgão: TJ-SP - Prova: Juiz13
o Novamente quanto ao tema dos princípios do Direito Ambiental, o que determina que aquele que se utiliza ou
usufrui de algum recurso natural deve arcar com os custos necessários para possibilitar tal uso configura o princípio
a) do usuário-pagador.
b) da função socioambiental da propriedade.
c) do poluidor-pagador.
d) do desenvolvimento sustentável.
13
Resposta A
14
Resposta D
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e) Desenvolvimento sustentável, solidariedade intergeracional, prevenção, precaução, usuário pagador, poluidor-
pagador.
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 3
ROTEIRO DE AULA
o Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
▪ Lembre-se que o conceito de meio ambiente, do ponto de vista doutrinário, engloba o conceito de meio ambiente
cultural
o Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
o Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
1
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o Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para
a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
▪ obs. O MP é o órgão com maior representação na propositura de ACP
o Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI -
defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos
e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
▪ Lembre-se da importância da relação entre ordem econômica, meio ambiente e relações sociais
▪ Concepção ligada ao conceito de desenvolvimento sustentável
o Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: II - utilização adequada dos recursos naturais
disponíveis e preservação do meio ambiente;
▪ Lembre-se que o Estatuto da Terra já fazia menção ao cumprimento da função social ambiental da propriedade
rural, sendo essa concepção levada para a CF/88
o Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: VIII - colaborar na
proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
▪ O meio ambiente laboral está fundamentando nesse inciso (informação que suporta o conceito doutrinário de
meio ambiente, trazendo como espécie do gênero)
o Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 3º Compete à lei federal:
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou
programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos,
práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
2
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➢ A ANÁLISE DO ART. 225 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
o Norma-matriz: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
▪ “TODOS TÊM DIREITO”:
- Brasileiros natos, naturalizados e estrangeiros residentes no País (destinatários do art. 5º da CF).
- Direito oponível contra todos.
-Visão antropocêntrica x visão biocêntrica
- Atente-se que o caput é antropocêntrico, pois coloca o meio ambiente como objeto da relação jurídica (trata-se
de bem de uso comum) – homem no centro dos interesses da defesa do direito ambiental
- Lembre-se que há passagens, tanto na CF/88 quanto nas legislações infraconstitucionais, que possuem um viés
biocêntrico (Ex. proteção dos animais - §1º, VII do art. 225; conceito de meio ambiente, no art. 3º, I da Lei 6.938/81,
baseado em elementos da natureza)
- RELEMBRANDO:
- Obs. o caput do art. 225 se refere a uma visão macro de bem ambiental (equilíbrio sistêmico)
3
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▪ BEM DE USO COMUM DO POVO E ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA:
- Bem de natureza difusa/coletiva
- Poder Público é gestor do meio ambiente.
- Não é propriedade do Poder Público.
- A concepção de uso comum do povo traz a ideia de função socioambiental da propriedade
- Não é um bem ilimitado (há limites na utilização)
- Deveres que recaem sobre todos em prol de um meio ambiente equilibrado
4
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o ATRIBUIÇÕES DO PODER PÚBLICO
▪ “§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:”
▪ Satisfação do direito consagrado no caput;
▪ Deveres aos entes federados (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).
▪ Observância dos artigos 21 a 25 e no artigo 30, todos da Constituição Federal. (A interpretação desses deveres
deve ocorrer conforme a distribuição de competências desses artigos)
▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos
ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
- Preservar e restaurar têm significados distintos:
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iii) manejo é gestão; uma forma de administrar
iv) ideia de manter o que se tem, utilizando-se sem deixar de realizar a manutenção
-Resumo do inciso I
- Veja, portanto, que nesse inciso há uma proteção voltada para o meio ambiente natural
▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: II - preservar a diversidade e a
integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;
- Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país
i) Veja a palavra preservar constando novamente
ii) Biodiversidade - diversidade de espécies vivas na Terra.
iii) Biodiversidade é “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os
ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.” (Art. 2º, III da Lei
9.9985/00)
iv) Art. 2º, I da Lei nº 13.123/2015 “I - patrimônio genético - informação de origem genética de espécies vegetais,
animais, microbianas ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres
vivos;”
v) Emprego na biotecnologia e na engenharia genética.
vi) Atividades e obras que extingam espécies são inconstitucionais.
vii) Preservação da diversidade e do patrimônio genético
viii) Sempre visando o meio ambiente equilibrado
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ii.2) a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal,
ii.3) a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente (art. 1º da Lei nº 11.105/2005).
iii) Lembre-se que essa Lei foi a primeira norma que trouxe o princípio da precaução de forma expressa – o princípio
trata do campo das incertezas científicas
iv) “§2º As atividades e projetos de que trata este artigo são vedados a pessoas físicas em atuação autônoma e
independente, ainda que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas.” (art. 2º, §2º
da Lei nº 11.105/2005).
v) A LC 140/11 (art. 7º, XIX): ação administrativa da União controlar a exportação de componentes da biodiversidade
brasileira na forma de espécimes silvestres da flora, micro-organismos e da fauna, partes ou produtos deles
derivados.
▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: III - definir, em todas as unidades da
federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção;
- Espaços territoriais especialmente protegidos:
i) Instrumento de tutela do meio ambiente ecologicamente equilibrado;
ii) Áreas com potencial ecológico e características especiais;
iii) Preservação de sua biodiversidade.
iv) “VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal,
tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas” (art. 9º, VI da Lei
nº 6.938/81).
v) Trata-se de conceito gênero: abrange uma série de espaços que merecem proteção especial
vi) O que são espaços territoriais especialmente protegidos? R- São espaços geográficos, públicos ou privados,
dotados de atributos ambientais relevantes, que, por desempenharem papel estratégico na proteção da
diversidade biológica existente no território nacional, requerem sua sujeição, pela lei, a um regime de interesse
público, através da limitação ou vedação do uso dos recursos ambientais da natureza pelas atividades econômicas.
(Édis Milaré)
vii) Disposição constitucional não se limita a nomenclaturas de espaço territorial.
viii) Qualquer espaço que tenha atributos relevantes aptos a ser especialmente protegido (art. 225, §1º, III CF)
ix) STF ADI 3.540:
a) Rol meramente exemplificativo (que, inclusive, não está adstrito ao meio ambiente natural- ex. bem tombado é
um bem ambiental cultural que é especialmente tutelado)
b) Espaços territoriais especialmente protegidos incluem as Áreas de -Preservação Permanente, a Reserva Legal e
as Unidades de Conservação
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- SENDO A ALTERAÇÃO E A SUPRESSÃO PEMRITIDAS SOMENTE ATRAVÉS DE LEI, VEDADA QUALQUER UTILIZAÇÃO
QUE COMPROMETA A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS QUE JUSTIFIQUEM SUA PROTEÇÃO;
i) Exemplo: Unidade de conservação criada por decreto.
obs. Redução ou extinção (desafetação) através de lei específica
ii) “Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público. [...] § 7o A desafetação ou redução
dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica.”
iii) Portanto, qualquer espaço territorial especialmente protegido somente pode deixar de existir ou ter seu espaço
diminuído através de lei
iv) No caso das UC (espécie de espaço territorial especialmente protegido) há, ainda, outra especificidade: necessita
de lei ESPECÍFICA
▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV - exigir, na forma da lei, para
instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
- Espécie de AIA (instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente – art. 9º, III da Lei nº 6.938/81)
- Instrumento do princípio da prevenção.
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v) Pode uma lei dispensar o EPIA/RIMA? R- Não – STF:
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 182, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SANTA
CATARINA. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL. CONTRAIEDADE AO ARTIGO 225, § 1º, IV, DA CARTA DA REPUBLICA.
A norma impugnada, ao dispensar a elaboração de estudo prévio de impacto ambiental no caso de áreas de
florestamento ou reflorestamento para fins empresariais, cria exceção incompatível com o disposto no mencionado
inciso IV do § 1º do artigo 225 da Constituição Federal. Ação julgada procedente, para declarar a
inconstitucionalidade do dispositivo constitucional catarinense sob enfoque.” (STF - ADI: 1086 SC, Relator: ILMAR
GALVÃO, 10/08/2001)
▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: V- controlar a produção, a
comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade
de vida e o meio ambiente;
- Fundamenta: princípio do limite e princípio da precaução
- Fala-se em risco, por isso fundamenta o princípio da precaução
- Fala-se, ainda, em controle, por essa razão fundamenta o princípio do limite (estabelecimento de padrões)
- Deve controlar atividades que comportem risco para a vida, para a qualidade de vida e para o meio ambiente.
- Observe que basta o risco para a qualidade de vida, não necessitando se falar em dano
- Exemplos: energia nuclear, comercialização de agrotóxicos, emprego de biotecnologia, manipulação genética.
- Lei nº 7.802/1989 - rege a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino
final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos,
seus componentes e afins (art. 1º).
- Lei nº 11.105/2005 - estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre organismos
geneticamente modificados – OGM e seus derivados
- Lei nº 12.305/2010 - institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e
instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos,
incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos
aplicáveis.
▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VI - promover a educação ambiental
em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
- Princípio da educação ambiental
- Efetivada mediante a informação ambiental, servindo ao processo de educação do indivíduo e da sociedade.
- Objetivo - desenvolver a consciência ecológica da sociedade.
- Duas obrigações do Poder Público:
i) promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino (educação ambiental) e
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ii) desenvolver a consciência ecológica da sociedade (informação ambiental).
▪ § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VII - proteger a fauna e a flora,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade
- Inspiração biocêntrica ao proteger as espécies da fauna e da flora.
- Três vedações :
1ª) práticas que coloquem em risco sua função ecológica;
2ª) práticas que provoquem a extinção de espécies e
3ª) práticas que submetam os animais a crueldade
- Veja que, na primeira vedação, é mencionado, novamente, o risco (bastando esse) e não, necessariamente o
prejuízo
- Pesca clandestina (Lei nº 9.605/98)- Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante;
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.
- Lei nº 9.605/98 - Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença
expedida por autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
- Decreto nº 6.514/08 - Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o
processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências.
Art. 38. Importar ou exportar quaisquer espécies aquáticas, em qualquer estágio de desenvolvimento, bem como
introduzir espécies nativas, exóticas ou não autóctones em águas jurisdicionais brasileiras, sem autorização ou
licença do órgão competente, ou em desacordo com a obtida:
Multa de R$ 3.000,00 a R$ 50.000,00, com acréscimo de R$ 20,00 por quilo ou fração do produto da pescaria, ou
por espécime quando se tratar de espécies aquáticas, oriundas de produto de pesca para ornamentação.
§ 1º Incorre na mesma multa quem introduzir espécies nativas ou exóticas em águas jurisdicionais brasileiras, sem
autorização do órgão competente, ou em desacordo com a obtida.
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- art. 225, §7º - Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as
práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215
desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.“ (EC
96/17)
- do §7º se extrai que não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que:
i) manifestações culturais;
ii) registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro e
iii) regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos
- OBJETIVO DA EC 96/17:
i) Contrapor-se à decisão do STF (ADI 4983/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 06/10/2016)
ii) atividade da “vaquejada” inconstitucional: tratamento cruel dispensado aos animais.
iii) Vaquejada: prática cultural comum nos Estados do nordeste do Brasil (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Alagoas e Bahia).
-Note que o preceito de tutela das manifestações culturais não afasta o respeito ao preceito da vedação de práticas
cruéis contra os animais
- Portanto, observa-se um limite para essa tutela das práticas culturais relacionadas com animais
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- Inconstitucionalidade da vaquejada.
i) Crueldade contra os animais.
ii) Proibição da crueldade prevalece sobre a proteção cultural
iii) Tortura e os maus-tratos sofridos pelos bovinos durante a prática da vaquejada.
iv) Mesmo na condição de manifestação cultural regional, a atividade não está imune aos outros valores
constitucionais, em especial à proteção ao meio ambiente.
v) ADI 5.772 – questiona a constitucionalidade da EC 96/17 (ADI ainda não julgada)
o obs. Daqui para baixo tratará dos parágrafos do art. 225, que abordam setores de atividades específicas
o § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
▪ Observe que o constituinte, ao considerar que a atividade é realmente impactante, menciona a recuperação:
- Diferencia de outras passagens que mencionam, por exemplo, o risco
- Aqui, trabalha-se diretamente com a ideia do dano
▪ A exploração de recursos minerais é de grande relevância para a economia, por isso se busca o menor dano
possível nessas atividades
▪ Atividade de grande impacto ambiental;
▪ Obrigação de recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público
competente;
▪ Conciliação do desenvolvimento econômico-social com a preservação do meio ambiente;
▪ Princípio do Desenvolvimento Sustentável.
o § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
▪ TRÍPLICE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL:
- Responsabilidade civil
- Responsabilidade penal
- Responsabilidade administrativa
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- Art. 14, §1º da Lei nº 6.938/81: § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente
e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor
ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
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- 1ª Seção do STJ: em julgado recente adotou a posição da responsabilidade subjetiva em razão da natureza
repressiva (Resp. 1.318.051):
i) 1ª Seção: exige demonstração de conduta praticada pelo transgressor
ii) Nexo causal entre conduta e dano
iii) “a responsabilidade civil por dano ambiental é subjetivamente mais abrangente do que as responsabilidades
administrativa e penal, não admitindo estas últimas que terceiros respondam a título objetivo por ofensas
ambientais praticadas por outrem” (Ministro Mauro Campbell Marques)
o § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato Grossense e a Zona
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
▪ Proteção dos biomas:
- Floresta Amazônica brasileira
- Mata Atlântica
- Serra do Mar
- Pantanal Mato-Grossense e
- Zona Costeira
- Mnemônico: FMSP e o Z no final
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▪ O que significa ser “patrimônio nacional”?
- Relevância nacional
- Não transforma em bem público ou bem federal
- Não converte nenhuma propriedade existente nestes biomas em bens públicos e não impede a utilização (apenas
exige respeito às prescrições legais quanto ao uso).
- “o preceito consubstanciado no Art. 225, par.4., da Carta da Republica, além de não haver convertido em bens
públicos os imóveis particulares abrangidos pelas florestas e pelas matas nele referidas (Mata Atlântica, Serra do
Mar, Floresta Amazônica brasileira), também não impede a utilização, pelos próprios particulares, dos recursos
naturais existentes naquelas áreas que estejam sujeitas ao domínio privado, desde que observadas as prescrições
legais e respeitadas as condições necessárias a preservação ambiental”. (STF - RE: 134297 SP , Relator: Min. CELSO
DE MELLO, 13/06/1995)
- “Artigo 225, § 4º, da Constituição Federal . - Não é a Mata Atlântica, que integra o patrimônio nacional a que alude
o artigo 225, § 4º, da Constituição Federal, bem da União.” (STF - RE: 300244 SC, Relator: MOREIRA ALVES,
20/11/2001, Primeira Turma)
o §5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais.
▪ Terra devoluta - não está destinada a uso público e não integra qualquer patrimônio particular.
▪ Não são todas as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, indisponíveis.
▪ SOMENTE as necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
▪ INDISPONIBILIDADE INDEPENDE DA AÇÃO DISCRIMINATÓRIA
▪ É determinada em razão da origem do seu domínio e da finalidade a que se destina.
▪ As terras devolutas, ainda não arrecadadas ou arrecadadas por processo discriminatório ou em processo de
arrecadação, são indisponíveis, desde que necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
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o § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não
poderão ser instaladas.
▪ Atividade nuclear será admitida para fins pacíficos e a responsabilidade civil por danos nuclear
independentemente da existência de culpa (art. 21, XXIII, ‘a’ e ‘d’ CF)
▪ A instalação de usina nuclear exige a definição da sua localização por meio de lei federal.
▪ Com a definição do local: licenciamento ambiental
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o COMPETÊNCIA MATERIAL EXCLUSIVA DA UNIÃO
▪ O art. 21, em seus incs. IX, XVIII, XIX, XX e XXIII determinou exclusivamente à União:
▪ IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico
e social;
▪ XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
▪ XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de
seu uso;
- Lei º 9.433/97 – Politica Nacional dos Recursos Hídricos
▪ XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;
- Lei nº 11.977/09 (Programa minha casa, minha vida)
- Lei nº 11.455/07 (Lei de Saneamento Básico)
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▪ IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural;
▪ V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
▪ VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
▪ VII - preservar as florestas, a fauna e a flora.
▪ Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.
▪ Objetivo: equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
▪ LC 140/11 - Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição
Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas
decorrentes do exercício da competência comum.
▪ Objetivos:
I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão
descentralizada, democrática e eficiente;
II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a
dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais;
III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes
federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente;
IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e locais.
▪ INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO (art. 4º da LC 140/11) – veja que são instrumentos referidos no art. 4º como
instrumentos de cooperação de um ente em relação ao outro:
I - consórcios públicos;
II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder
Público;
III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal;
IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos;
V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro;
VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro.
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VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
▪ UNIÃO - competência para estabelecer as normas gerais – piso mínimo de proteção ambiental
▪ ESTADOS E DISTRITO FEDERAL - legislar de forma complementar:
- Inexistindo norma federal - os Estados e o Distrito Federal poderão exercer a competência legislativa plena.
- Superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
▪ Observação:
- Município - competência legislativa ambiental (art. 30, I e II da CF):
- Assuntos de interesse local
- Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber
- Veja que essa atuação pode existir mesmo que o Município não conste no art. 24
▪ FIQUEM ATENTOS
- Amianto/asbesto (Lei 9.055/95): Art. 2º O asbesto/amianto da variedade crisotila (asbesto branco), do grupo dos
minerais das serpentinas, e as demais fibras, naturais e artificiais de qualquer origem, utilizadas para o mesmo fim,
serão extraídas, industrializadas, utilizadas e comercializadas em consonância com as disposições desta Lei.
- JULGAMENTO ADI 3937/SP – 24.08.2017
i) improcedente a ação direta (portanto correta a vedação),
ii) com a declaração incidental de inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 9.055/1995,
iii) vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Luiz Fux, que julgavam procedente a ação, e vencido
parcialmente o Ministro Alexandre de Moraes, que julgava improcedente a ação, sem declaração incidental de
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 9.055/95.
- POR QUE AS LEIS ESTADUAIS QUE PROIBIRAM O EMPREGO DE AMIANTO SÃO CONSTITUCIONAIS?
i) Lei nº 9.055/95 não é compatível com a CF/88
ii) Crisotila (espécie de amianto autorizada pelo art. 2º da Lei nº 9.055/95) é altamente cancerígena. Não existe uso
seguro.
iii) Contaminação do meio ambiente
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iv) Convenção 162 da OIT (Decreto nº 126/91) – determina a substituição do amianto por material menos danoso
ou banimento
- CONCLUSÃO
i) Antes o art. 2º da Lei nº 9.055/95 era considerado constitucional
ii) Atualmente, incompatível com a CF/88:
ii.1) ofensa à saúde do trabalhador;
ii.2) dever do Poder Público de redução dos riscos inerentes ao trabalho e
ii.3) ofensa ao meio ambiente.
iii) ADI 3937/SP – julgou constitucionais as leis estaduais e inconstitucional o art. 2º da Lei nº 9.055/95
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➢ QUESTÕES DE CONCURSO
1
Resposta C
2
Resposta D
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o Ano: 2015, Banca: VUNESP, Órgão: TJ-SP, Prova: Juiz3
A Constituição federal previu que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, estabelecendo
incumbências ao poder público para assegurar a efetividade desse direito. Dentre essas incumbências arroladas no
art. 225, não está a seguinte:
a) fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético.
b) definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos.
c) preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais.
d) exigir para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente a recuperação do meio ambiente degradado.
3
Resposta D
4
Resposta B
5
Resposta E
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o Ano: 2014, Banca: MPE-SC, Órgão: MPE-SC, Prova: Promotor de Justiça6
A Mata Atlântica é considerada, pela Constituição Federal de 1988, patrimônio da União.
Certo
Errado
6
Resposta: ERRADO
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 4
ROTEIRO DE AULA
➢ HISTÓRICO
o Lei de Zoneamento Industrial (art.10, §3º da Lei nº 6.803/80)
▪ Primeiro instrumento jurídico semelhante
▪ Aprovação das zonas componentes do zoneamento urbano
▪ “art. 10, §3º - Além dos estudos normalmente exigíveis para o estabelecimento de zoneamento urbano, a
aprovação das zonas a que se refere o parágrafo anterior, será precedida de estudos especiais de alternativas e de
avaliações de impacto, que permitam estabelecer a confiabilidade da solução a ser adotada.”
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o Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81, art. 9º, III)
▪ Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
▪ Instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente
▪ AIA é todo e qualquer estudo de avaliação de eventuais impactos ambientais. (Res. Conama 237/97)
▪ Não houve qualquer disposição sobre um conteúdo mínimo e sobre as hipóteses de cabimento (na PNMA)
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▪ Status constitucional
▪ Acrescentou a palavra “prévio”
▪ Obrigatório:
- para a instalação de obra ou atividade
- potencialmente causadora de
- significativa degradação do meio ambiente.
- obs. potencialmente e significativa são dois conceitos jurídicos indeterminados (deve-se avaliar o que caracteriza
essas adjetivações)
- obs. a PNMA, no art. 3º, traz o conceito de degradação do meio ambiente
➢ EXIGÊNCIA
o Obras ou atividades potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente.
o Degradação da qualidade ambiental: alteração adversa das características do meio ambiente (art. 3º, II da Lei nº
6.938/81).
o Conceitos jurídicos indeterminados: ‘significativa’ e ‘potencialmente’
o A CF trouxe a ideia de “prévio”, indicando que o estudo valeria para novas atividades, sendo um estudo anterior
o A CF determinou o cabimento
o Já existia, na Resolução CONAMA 001/86, um rol de situações em que seria exigido o EIA
o HIPÓTESES DE PRESUNÇÃO LEGAL DE SIGNIFICATIVA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
▪ Resolução CONAMA nº 001/86 (art. 2º)
▪ Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental
- RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o
licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
II - Ferrovias;
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; (atente-se para esse valor em prova objetiva)
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VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de
10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de
cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; (atente-se para esse valor em
prova objetiva)
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração;
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;
XI - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW; (atente-se
para esse valor em prova objetiva)
XII -Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de
álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir
áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da
SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes;
XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia.
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o Rol tem caráter obrigatório?
▪ Há obrigatoriedade em realizar o EIA nas situações da Resolução, existindo divisão quanto a ser absoluta ou
relativa:
➢ MOMENTO DA REALIZAÇÃO
o Caráter preventivo
o Antes da decisão administrativa de outorga da licença prévia
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➢ EPIA e RIMA – diferenciação
➢ EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
o Responsável pelo EPIA/RIMA
o Profissionais de diferentes áreas
o Cadastrados no Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (art. 17, I da Lei nº
6.938/81) – qualquer profissional pode realizar desde que inscrito nesse cadastro (que é um dos instrumentos da
PNMA)
o Expensas do empreendedor (art. 11 da Res. Conama 237/97)
▪ Revogou o art. 7º da Res. Conama 01/86
o RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
▪ Responderão perante os Conselhos Profissionais de sua respectiva categoria
▪ Responderão perante o IBAMA (Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental)
▪ Empreendedor: sanções estabelecidas no art. 72 da Lei nº 9.605/98
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o RESPONSABILIDADE PENAL
▪ Pessoas físicas e jurídicas
▪ Tipo penal específico
▪ “Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento
administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por
omissão:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em
decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa.”
➢ AUDIÊNCIA PÚBLICA
o Instrumento de participação popular
o Deve ser realizada em local acessível (a licença pode ser anulada se a audiência pública não preencher esse
requisito; obs. tudo que aparecer depois da audiência que não for realizada de forma adequada, será considerado
viciado)
o Não tem cunho obrigatório
o Pode ser convocada em quatro hipóteses
o Se convocada, passa a ser obrigatória
o Fundamento: princípio da informação e princípio da participação.
o Objetivo: expor as informações do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e recolher críticas e sugestões em
relação à instalação da atividade pretendida pelo empreendedor.
o HIPÓTESES PARA CONVOCAÇÃO:
▪ quando o órgão competente para a concessão da licença julgar necessário;
▪ por solicitação de entidade civil;
▪ a pedido de 50 ou mais cidadãos ou (atenção para o número)
▪ por solicitação do Ministério Público.
o Aspectos procedimentais relacionados à audiência pública estão dispostos nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e
nº 009/87
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o Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas;
o Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos;
o Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos).
o O EIA/RIMA deve ser público (em regra, devendo o sigilo ser fundamentado)
▪ Ressalvada a hipótese de sigilo industrial
▪ Empreendedor deve demonstrar a necessidade de adoção do sigilo.
▪ Uma forma de equilibrar a questão do sigilo com a publicidade, é dar publicidade apenas ao RIMA (não dando
publicidade para todo o EIA)
▪ CF, art. 225, §1º, “IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; “
▪ Art. 11 – “Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA será acessível
ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros de documentação ou bibliotecas
da SEMA e do estadual de controle ambiental correspondente, inclusive o período de análise técnica.” (Res.
Conama 01/86)
▪ Art. 2º, §2º da Lei nº 10.650/2003: “§ 2º É assegurado o sigilo comercial, industrial, financeiro ou qualquer outro
sigilo protegido por lei, bem como o relativo às comunicações internas dos órgãos e entidades governamentais.”
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• LICENCIAMENTO AMBIENTAL
➢ Toda atividade humana que modifique as condições ambientais submete-se ao controle do Estado.
➢ Licenciamento ambiental é uma forma de controle. Decorre do poder de polícia (STF – ADIn 1.505/ES).1
➢ Os diplomas que cuidam do licenciamento ambiental são:
o Resolução CONAMA nº 237/1997
o LC nº 140/2011 (art. 23, parágrafo único, da CF).
o obs. há um PL que busca tratar do tema; ainda não foi aprovado; está tramitando
1
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 187 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO ESPÍRITO
SANTO. RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL. APROVAÇÃO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. VÍCIO MATERIAL.
AFRONTA AOS ARTIGOS 58, § 2º, E 225, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. É inconstitucional preceito da Constituição
do Estado do Espírito Santo que submete o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA - ao crivo de comissão permanente e específica da
Assembléia Legislativa. 2. A concessão de autorização para desenvolvimento de atividade potencialmente danosa ao meio ambiente
consubstancia ato do Poder de Polícia --- ato da Administração Pública --- entenda-se ato do Poder Executivo. 3. Ação julgada
procedente para declarar inconstitucional o trecho final do artigo § 3º do artigo 187 da Constituição do Estado do Espírito Santo.
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➢ CONCEITO
o RES. CONAMA 237/97 (ART. 1º, I)
▪ Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a
localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis
ao caso.
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➢ ESPÉCIES DE LICENÇA AMBIENTAL
1) LICENÇA PRÉVIA (LP): Tem por objetivo aprovar a localização e atestar a viabilidade ambiental, estabelecendo os
requisitos para as próximas fases. Prazo de validade é de até 5 (cinco) anos, passível de renovação respeitado o limite
de 5 (cinco) anos.
▪ Meio ambiente em suas variadas espécies – cultural, do trabalho, natural, etc.
▪ ex. transposição do Rio São Francisco- deve-se pensar nos trabalhadores levados, escolas para as crianças, saúde,
moradia, dentre outros exemplos que devem ser levados em conta (abrangência da viabilidade ambiental)
2) LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI): tem por objetivo autorizar a instalação do empreendimento, uma vez cumprida as
condições estabelecidas. Prazo é de até 6 (seis) anos, podendo ser renovado desde que não extrapole este prazo.
3) LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO): tem por objeto a autorização do funcionamento do empreendimento, desde que
cumpridas as condições anteriores.
▪ Prazo mínimo de 4 anos
▪ Prazo máximo de 10 anos.
▪ Pode ser sempre renovada – desde que o pedido seja realizado com 120 dias de antecedência (se o pedido for
feito dentro desse prazo, não sendo julgada a renovação da licença, será automaticamente renovada – única
situação em que há a validade de licença por omissão do órgão ambiental)
▪ “§ 4o A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias
da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até
a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.” (art. 14, § 4º da LC 140/11)
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o Se for descoberto que o empreendimento é nocivo ao meio ambiente, o órgão ambiental competente poderá,
mediante decisão motivada, modificar, suspender ou cancelar a licença expedida.
o SÃO TRÊS AS HIPÓTESES (ART. 19 DA RES. CONAMA 237/97) para a revisão:
▪ quando ocorrer a violação ou inadequação de quaisquer condições ou normas legais: hipótese de cassação da
licença;
▪ quando houver omissão ou falsa descrição de informações relevantes para a expedição da licença: hipótese de
anulação da licença; (ex. no caso de Brumadinho se falava na possibilidade de omissão de informações para uma
decisão na emissão de licença, fator que poderia favorecer o desastre ambiental)
▪ superveniência de graves riscos ambientais e a saúde: hipótese de revogação da licença.
➢ COMPETÊNCIA DOS ESTADOS PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL (art. 8º, XIV E XV da LC nº 140/2011)
o ÓRGÃO AMBIENTAL ESTADUAL
▪ empreendimentos ou atividades que não forem de competência da União ou Município.
▪ empreendimentos ou atividades nas unidades de conservação estaduais, exceto em Áreas de Proteção Ambiental
(APAs).
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➢ COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL (art. 9º, XIV da LC nº 140/2011)
o ÓRGÃO AMBIENTAL MUNICIPAL
▪ que causem ou possam causar impacto ambiental local, conforme tipologia definida pelos Conselhos Estaduais
de Meio Ambiente, conforme porte, potencial poluidor e natureza da atividade;
▪ nas unidades de conservação municipais, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
o EM ÂMBITO FEDERAL: Instituto Chico Mendes licenciará empreendimentos ou atividades nas Áreas de Proteção
Ambiental (APAs):
i. localizados ou desenvolvidos no Brasil e em país limítrofe;
ii. localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva;
iii. localizados ou desenvolvidos em dois ou mais Estados;
iv. de caráter militar; e
v. que atendam a tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo a partir de proposição da Comissão Tripartite
Nacional.
▪ OBSERVAÇÃO
- REPETE A REGRA GERAL DA UNIÃO
- EXCLUINDO:
a) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
b) que envolvam material radioativo e energia nuclear mediante parecer da Comissão Nacional de Energia
Nuclear;
o EM ÂMBITO ESTADUAL
▪ O órgão ambiental estadual competente licenciará empreendimentos ou atividades nas Áreas de Proteção
Ambiental (APAs) que não forem de competência da União e do Município.
o EM ÂMBITO MUNICIPAL
▪ O órgão ambiental municipal competente licenciará empreendimentos ou atividades nas Áreas de Proteção
Ambiental (APAs) que causem ou possam causar impacto ambiental local, conforme tipologia definida pelos
Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, conforme porte, potencial poluidor e natureza da atividade.
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➢ ATUAÇÃO SUPLETIVA (art. 15 da LC nº 140/11)
o A atuação supletiva é a ação do ente federativo que se substitui ao ente federativo originariamente detentor da
competência para licenciar.
o Isto ocorrerá quando inexistir:
▪ órgão ambiental capacitado ou
▪ inexistir Conselho de Meio Ambiente (é obrigatório, para que o ente cuide do licenciamento ambiental, que esse
órgão exista)
▪ Faltando ao Município - Estado licencia
▪ Faltando ao Estado - União licencia.
o Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, científico,
administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação.
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos
desta Lei Complementar.
➢ OBSERVAÇÃO
o Licenciamento será feito por um único ente federativo em conformidade com a divisão de atribuições;
o Os entes federativos interessados poderão se manifestar ao órgão de maneira não vinculante (art. 13 da LC nº
140/11).
o Veja que a competência para licenciar é de um único ente federativo
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comunicado, ao verificar que realmente há a infração ambiental citada pelo órgão estadual, também lavra um auto
de infração; irá prevalecer o auto de infração lavrado pelo IBAMA)
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➢ DANO AMBIENTAL
o Dano ao meio ambiente
o Lei não define
o Conceito construído
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o Poluição é degradação ambiental decorrente de atividade humana.
▪ Poluição lícita
- impacto dentro de padrões toleráveis/razoáveis
- lembre-se que toda atividade gera poluição
-ex. obras licenciadas
▪ Poluição ilícita
- extrapolação dos níveis toleráveis/autorizados
o Foi adotada a modalidade do risco integral para a responsabilidade civil ambiental (posição majoritária do STJ)
o “DIREITO AMBIENTAL E PROCESSUAL CIVIL. DANO AMBIENTAL. LUCROS CESSANTES AMBIENTAL.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA INTEGRAL. DILAÇÃO PROBATÓRIA. INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO. CABIMENTO.
1. A legislação de regência e os princípios jurídicos que devem nortear o raciocínio jurídico do julgador para a solução
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da lide encontram-se insculpidos não no códice civilista brasileiro, mas sim no art. 225, § 3º, da CF e na Lei 6.938/81,
art. 14, § 1º, que adotou a teoria do risco integral, impondo ao poluidor ambiental responsabilidade objetiva
integral. Isso implica o dever de reparar independentemente de a poluição causada ter-se dado em decorrência de
ato ilícito ou não, não incidindo, nessa situação, nenhuma excludente de responsabilidade. Precedentes.” (STJ -
AgRg no REsp: 1412664 SP 2011/0305364-9, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 11/02/2014, T4 -
QUARTA TURMA)
o Cuidado, tecnicamente, ao falar que essa modalidade não admite excludentes (ex. a lei que cuida da energia
nuclear, no art. 8º, traz excludentes de responsabilidade) – em prova objetiva deve considerar como correta
(modalidade de risco integral não admite excludentes)
o Excludentes do direito tradicional não serão aplicadas.
▪ Caso fortuito e força maior
▪ Fato de terceiro
▪ Licitude da conduta
▪ “AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MATERIAIS E MORAIS A PESCADORES CAUSADOS POR POLUIÇÃO AMBIENTAL
POR VAZAMENTO DE NAFTA, EM DECORRÊNCIA DE COLISÃO DO NAVIO N-T NORMA NO PORTO DE PARANAGUÁ -
b) LEGITIMIDADE DE PARTE DA PROPRIETÁRIA DO NAVIO TRANSPORTADOR DE CARGA PERIGOSA, DEVIDO A
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR; c) INADMISSÍVEL A EXCLUSÃO DE
RESPONSABILIDADE POR FATO DE TERCEIRO; d) DANOS MORAL E MATERIAL CARACTERIZADOS; ... 3)
IMPROVIMENTO DO RECURSO, COM OBSERVAÇÃO. ...” JULGADO: (STJ - REsp: 1114398 PR Relator: Ministro SIDNEI
BENETI, Data de Julgamento: 08/02/2012)
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o JULGADO: “PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL AÇÃO CIVIL PÚBLICA DANO AMBIENTAL CONSTRUÇÃO DE
HIDRELÉTRICA RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA ARTS. 3º, INC. IV, E 14, § 1º, DA LEI 6.398/1981
IRRETROATIVIDADE DA LEI PREQUESTIONAMENTO AUSENTE: SÚMULA 282/STF PRESCRIÇÃO DEFICIÊNCIA NA
FUNDAMENTAÇÃO: SÚMULA 284/STF INADMISSIBILIDADE. 1. A responsabilidade por danos ambientais é objetiva e,
como tal, não exige a comprovação de culpa, bastando a constatação do dano e do nexo de causalidade. 2. Excetuam-
se à regra, dispensando a prova do nexo de causalidade, a responsabilidade de adquirente de imóvel já danificado
porque, independentemente de ter sido ele ou o dono anterior o real causador dos estragos, imputa-se ao novo
proprietário a responsabilidade pelos danos. Precedentes do STJ. 3. A solidariedade nessa hipótese decorre da
dicção dos arts. 3º, inc. IV, e 14, § 1º, da Lei 6.398/1981 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente). 4. Se possível
identificar o real causador do desastre ambiental, a ele cabe a responsabilidade de reparar o dano, ainda que
solidariamente com o atual proprietário do imóvel danificado. 5. Comprovado que a empresa Furnas foi responsável
pelo ato lesivo ao meio ambiente a ela cabe a reparação, apesar de o imóvel já ser de propriedade de outra pessoa
jurídica. ... 8. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido.” (STJ - REsp: 1056540 GO 2008/0102625-1,
Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 25/08/2009, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação:
DJe 14/09/2009)
▪ Note que o atual proprietário sempre responderá
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DEVER-PODER DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL DO ESTADO. OMISSÃO. ART. 70, § 1º, DA LEI 9.605/1998.
DESFORÇO IMEDIATO. ART. 1.210, § 1º, DO CÓDIGO CIVIL. ARTIGOS 2º, I E V, 3º, IV, 6º E 14, § 1º, DA LEI 6.938/1981
(LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE). CONCEITO DE POLUIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
DE NATUREZA SOLIDÁRIA, OBJETIVA, ILIMITADA E DE EXECUÇÃO SUBSIDIÁRIA. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO.
5. Ordinariamente, a responsabilidade civil do Estado, por omissão, é subjetiva ou por culpa, regime comum ou
geral esse que, assentado no art. 37 da Constituição Federal, enfrenta duas exceções principais. Primeiro, quando
a responsabilização objetiva do ente público decorrer de expressa previsão legal, em microssistema especial, como
na proteção do meio ambiente (Lei 6.938/1981, art. 3º, IV, c/c o art. 14, § 1º). Segundo, quando as circunstâncias
indicarem a presença de um standard ou dever de ação estatal mais rigoroso do que aquele que jorra, consoante
a construção doutrinária e jurisprudencial, do texto constitucional. “
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o PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL
▪ s. 629 STJ acumulação das obrigações reparações: “Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu
à obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de indenizar”
▪ Há essa possibilidade de acumular as reparações visto que o que rege a responsabilidade civil é a reparação
integral
▪ Entre a ocorrência de um dano ao meio ambiente, ainda que consiga o retorno ao status quo ante, há um lapso
de tempo. Durante esse lapso é necessário compensar, não sendo possível realizar essa compensação
diretamente/naturalmente
▪ Por isso se fala em reparação integral
▪ Através do reconhecimento desse preceito constitucional de que não se pode aceitar que o dano ambiental se
perpetue, há a não admissão da teoria do fato consumado em matéria ambiental
o SÚMULA 613/STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental
▪ Premissas para a construção da TEORIA DO FATO CONSUMADO
- Ocupação da área
- Construção irregular
- Decurso do tempo
- Tolerância do Estado ou autorização liminar do Poder Judiciário
➢ PRESCRIÇÃO
o Não existe previsão legal relativa ao prazo.
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o Dano ambiental é imprescritível (RE 654833)2
o Prescritibilidade do dano ambiental = impedimento ao cumprimento deste preceito constitucional.(art.225 da CF)
o o dano que não prescreve é o dano ao meio ambiente (gênero); não se aplica para o dano patrimonial (este dano
prescreve, conforme as regras do CC)
▪ ex. pescador que foi atingido por atividade poluidora e que ficou impossibilitado de desenvolver a pesca para seu
sustento; este dano prescreve
o Ao se falar na sadia qualidade de vida na esfera coletiva, há a compatibilidade com o dano moral pela ofensa de
direitos da personalidade (esfera extrapatrimonial)
o Direitos da personalidade em uma esfera coletiva
2
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 999. CONSTITUCIONAL. DANO AMBIENTAL.
REPARAÇÃO. IMPRESCRITIBILIDADE. 1. Debate-se nestes autos se deve prevalecer o princípio da segurança jurídica, que
beneficia o autor do dano ambiental diante da inércia do Poder Público; ou se devem prevalecer os princípios constitucionais de proteção,
preservação e reparação do meio ambiente, que beneficiam toda a coletividade. 2. Em nosso ordenamento jurídico, a regra é a prescrição
da pretensão reparatória. A imprescritibilidade, por sua vez, é exceção. Depende, portanto, de fatores externos, que o ordenamento
jurídico reputa inderrogáveis pelo tempo. 3. Embora a Constituição e as leis ordinárias não disponham acerca do prazo prescricional
para a reparação de danos civis ambientais, sendo regra a estipulação de prazo para pretensão ressarcitória, a tutela constitucional a
determinados valores impõe o reconhecimento de pretensões imprescritíveis. 4. O meio ambiente deve ser considerado patrimônio
comum de toda humanidade, para a garantia de sua integral proteção, especialmente em relação às gerações futuras. Todas as condutas
do Poder Público estatal devem ser direcionadas no sentido de integral proteção legislativa interna e de adesão aos pactos e tratados
internacionais protetivos desse direito humano fundamental de 3ª geração, para evitar prejuízo da coletividade em face de uma afetação
de certo bem (recurso natural) a uma finalidade individual. 5. A reparação do dano ao meio ambiente é direito fundamental indisponível,
sendo imperativo o reconhecimento da imprescritibilidade no que toca à recomposição dos danos ambientais. 6. Extinção do processo,
com julgamento de mérito, em relação ao Espólio de Orleir Messias Cameli e a Marmud Cameli Ltda, com base no art. 487, III, b do
Código de Processo Civil de 2015, ficando prejudicado o Recurso Extraordinário. Afirmação de tese segundo a qual É imprescritível a
pretensão de reparação civil de dano ambiental.
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➢ Fundamento:
o Artigo 225 § 3º CF
o Lei nº 9.605/98 (art. 70 a 76) - antes artigo 14 da Lei nº 6.938/81
o Decreto 6.514/08 (revogou o Dec. 3.179/99)
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➢ RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
o Natureza jurídica: depende da demonstração de culpa do agente?
▪ Há discussão na Doutrina (subjetiva ou objetiva)
▪ Jurisprudência – STJ passou a considerar responsabilidade subjetiva (é essencial a demonstração da culpa diante
da natureza de infração; necessário o nexo causal entre a conduta do agente infrator e o resultado danoso ao meio
ambiental)
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seja, a conduta deve ser cometida pelo alegado transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo, e com
demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano". (REsp 1.251.697/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, DJe 17.4.2012).
➢ SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
o Art. 72 da Lei nº 9.605/98
o 10 sanções
o ADVERTÊNCIA
▪ Infrações mais leves (multa máxima não superior a R$ 1.000,00)
▪ Pode ser cumulada com outra sanção.
▪ Índole pedagógica e preventiva
▪ Vedada aplicação de nova advertência no período de três anos.
▪ Caso a infração se repita, dentro desse período, demonstra-se a ineficiência da sanção, diante de seu caráter
pedagógico
o MULTA SIMPLES
▪ por negligência ou dolo (elemento subjetivo; atente-se que NÃO se fala em culpa)
- não sanar as irregularidades no prazo
- ou opuser embaraço à fiscalização.
▪ A multa simples será suspensa se o infrator realizar medidas para fazer cessar ou corrigir a degradação do meio
ambiente.
3
obs. a parte da doutrina que diz que a responsabilidade objetiva explica: a regra é a responsabilidade objetiva pois quando o
legislador quis a responsabilidade subjetiva, ele mencionou expressamente (como no caso desse tópico, no qual é mencionado a
negligência ou dolo)
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▪ O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal
na mesma hipótese de incidência. (atenção ao art. 17,§3º da LC 140/11)4 (multas lavradas pela mesma razão e por
entes distintos)
o MULTA DIÁRIA
▪ Cometimento da infração se prolonga no tempo.
- a operação de atividade sem a licença ambiental exigível
- o funcionamento de uma atividade sem os meios adequados para evitar a emissão de poluentes.
▪ Suspensa se o infrator obrigar-se a realizar medidas para fazer cessar ou corrigir a degradação do meio ambiente
4
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade,
lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas
pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização da
conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a
legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de
licenciamento ou autorização a que se refere o caput.
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▪ No tocante à atividade, o embargo = suspensão de atividades.
o DEMOLIÇÃO DE OBRA
▪ Aplica-se a obras embargadas ou a construções concluídas.
▪ Medida extrema: só deve ser tomada no caso de irregularidade insanável ou de perigo à saúde pública ou de
grave dano ambiental.
▪ Não se aplica a edificações residenciais (art. 112, §3º do Decreto 6.514/2008):” § 3º A demolição de que trata o
caput não será realizada em edificações residenciais”
o RESTRITIVA DE DIREITOS
I. suspensão de registro, licença ou autorização;
II. cancelamento de registro, licença ou autorização;
III. perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV. perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
V. proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.
VI. Possuem caráter acessório, devendo estar atreladas a uma pena principal.
➢ PRESCRIÇÃO
o Regra: 5 anos (art. 1º da Lei nº 9.873/99 e Súmula 467 do STJ)
▪ Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública
de promover a execução da multa por infração ambiental.
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o Exceção:
▪ Prescrição intercorrente – processo administrativo inerte por mais de três anos, sem despacho ou julgamento
(art. 1º, §1º da Lei nº 9.873/99)
▪ Se a conduta é crime – segue o prazo prescricional previsto para o crime (art. 1º, §2º da Lei nº 9.873/99)
• QUESTÕES DE CONCURSOS
➢ Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: TJ-MS - Juiz de Direito Substituto 5
A audiência pública no processo de licenciamento ambiental
A) é obrigatória, independentemente do grau de impacto do empreendimento ou da atividade licenciada.
B) deve ser realizada no início do processo de licenciamento ambiental para colheita de críticas e sugestões e, ao
final do processo, para a respectiva devolutiva.
C) será realizada na sede do órgão ambiental responsável pelo licenciamento ambiental.
D) não obriga o órgão responsável pelo licenciamento ambiental a acolher as contribuições dela decorrentes,
desde que apresente justificativa.
E) ocorre em momento anterior à elaboração do EIA-RIMA.
5
Alternativa D
6
Alternativa A
28
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➢ Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto7
Por equívoco de um de seus empregados, uma empresa alimentícia deixou vazar acidentalmente parte de seu
insumo em um rio, o que causou a morte de 5t de peixes. Nessa situação hipotética, relativamente à
responsabilidade civil ambiental, a empresa
A) não responderá pelo dano ambiental, por ser uma pessoa jurídica.
B) não responderá pelo dano, visto que não houve dolo na morte dos peixes.
C) c) responderá pelo dano, uma vez que a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco
administrativo, não sendo admitida a responsabilização do empregado para responder culposamente pelo dano.
D) d) responderá pelo dano, porque a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco
integral.
E) e) responderá pelo dano, pois a responsabilidade civil ambiental é objetiva e pautada na teoria do risco
administrativo, admitindo-se, ainda, a responsabilização do empregado para responder culposamente pelo dano.
➢ Ano: 2018, Banca: IBFC, Órgão: TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto 9
No âmbito do Direito Ambiental, é correto afirmar que:
a) o princípio da segurança jurídica impede a demolição de edificação em área de preservação permanente.
b) a licença ambiental, por si só, afasta a responsabilidade pela reparação do dano causado em área de preservação
permanente devido à edificação na região.
c) é admitida a teoria do fato consumado em caso de residências familiares em área de proteção ambiental.
d) não se admite a aplicação da teoria do fato consumado.
e) a estabilidade das relações sociais não autoriza o retomo da situação fática ao status quo ante, em havendo
construções em área de preservação permanente.
7
Alternativa D
8
Alternativa D
9
Alternativa D
29
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➢ Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RS Prova: Juiz de Direito Substituto 10
Quanto ao licenciamento ambiental, assinale a alternativa correta.
a) O prazo de validade da Licença Prévia (LP) não pode ser superior a 3 (três) anos.
b) A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com
antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva
licença.
c) Considera-se Impacto Ambiental Regional todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (a área de
influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Municípios
d) O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a apresentação de novo requerimento de licença,
ficando isento de novo pagamento de custo de análise.
e) O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser o estabelecido pelo cronograma de instalação do
empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos.
10
Alternativa B
11
Alternativa D
12
Alternativa A
30
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e) são votados e vinculam o órgão licenciador os que obtiverem quórum de 2/3.
13
Alternativa D
14
Alternativa B
31
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 5
ROTEIRO DE AULA
1
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➢ São espécies:
o Unidades de Conservação;
o Áreas de Preservação Permanente (APP)
o Reserva Legal
ÁREAS DE
ÁREAS DE USO APICUNS E
UNIDADES DE PRESERVAÇÃO RESERVA LEGAL
RESTRITO SALGADOS
CONSERVAÇÃO PERMANENTE art. 12 da Lei nº
arts. 10 e 11 da Lei art. 11-A da Lei nº
Lei nº 9.985/00 art. 4º e art. 6º da 12.651/12
nº 12.651/12 12.651/12
Lei nº 12.651/12
II - ÓRGÃO CENTRAL:
- Ministério do Meio Ambiente - coordena o Sistema; e
2
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o obs. veja que a gestão é bem parecida com a do SISNAMA (art. 6º da PNMA)
o CONCEITO
▪ Art. 2o “Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - unidade de conservação: espaço territorial e seus
recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao
qual se aplicam garantias adequadas de proteção;”
▪ espaço territorial especialmente protegido e seus recursos naturais,
▪ com características naturais relevantes (não é qualquer espaço territorial; deve ter razão de ser especialmente
protegido),
▪ instituído pelo Poder Público (sem essa característica não é uma UC),
▪ com o objetivo de conservação,
▪ com limites definidos1 e
▪ sob regime especial de administração.
o ESPÉCIES
▪ UNIDADE DE PROTEÇÃO INTEGRAL (UPI)
- Destina-se à preservação da natureza, admitindo apenas o uso indireto dos recursos naturais. (preservação é
diferente de conservação; preservação não permite o uso, sendo uma manutenção)
- Uso indireto é o que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição.
- É possível a cobrança pela visitação (forma de uso indireto)
- ex. Noronha (é composta por APA –com pousadas, etc- sendo espécie de UUS; e por Parque –essa que se
submete ao regime mais protetivo da UPI) e Foz do Iguaçu;
1
Em relação ao subsolo e seus limites:
. Para as Unidades de Proteção Integral: no ato da criação deve ser delimitado
. Para Unidades de proteção sustentável pode ser no ato de criação ou no plano de manejo
. Decreto 4.340/02, Art. 6º “Os limites da unidade de conservação, em relação ao subsolo, são estabelecidos:
I - no ato de sua criação, no caso de Unidade de Conservação de Proteção Integral; e
II - no ato de sua criação ou no Plano de Manejo, no caso de Unidade de Conservação de Uso Sustentável.”
3
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▪ É criada por ato do Poder Público, por meio de Decreto ou Lei (art. 22 da Lei nº 9.985/2000).
- Obs. RPPN (reserva particular do patrimônio natural) PODE SER CRIADA POR ATO DO IBAMA Art. 2º Decreto
5746/06
- “Art. 2º As RPPNs poderão ser criadas pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza - SNUC, sendo que, no âmbito federal, serão declaradas instituídas mediante portaria do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.”
▪ A ampliação dos limites pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico que criou a
unidade (§ 6º do art. 22 da Lei nº 9.985/2000).
- (ex. criado por decreto – ampliação pode ser por decreto do mesmo nível hierárquico [estadual por estadual,
por ex.]; criado por lei – ampliação pode ser por lei)
▪ A alteração de uma unidade de uso sustentável em unidade de proteção integral pode ser feita por instrumento
normativo do mesmo nível hierárquico (§ 5º do art. 22 da Lei nº 9.985/2000).
- (note que a alteração para melhor proteção; uma que permite o uso para uma mais restritiva)
▪ A redução dos limites ou a desafetação (supressão) só poderá ser feita por lei específica (§ 7º do art. 22 da Lei
nº 9.985/2000 e o § 1º, inc. III do art. 225 da CF).
- (note que a proteção piora)
▪ obs. além das regras acima, é exigência a realização de estudos técnicos (sempre exigidos) e de consulta pública
(para esta última, atente-se para as exceções em duas espécies de UPI)
4
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▪ REALIZAÇÃO DE ESTUDO TÉCNICOS - com a finalidade de atestar a qualidade ambiental e indicar a categoria
aplicável;(indica o potencial e características ecológicas que justificam a categoria de proteção)
▪ REALIZAÇÃO DE CONSULTA PÚBLICA - Na criação da Estação Ecológica e da Reserva Biológica NÃO é obrigatória
a realização de consulta pública.
-Consulta pública não vincula o Poder Público.
-Busca esclarecer sobre a UC para a população
-Não é consulta popular
-EXIGIDAS consulta pública e estudos técnicos para transformação das unidades (para todas as espécies).
❖ Nesse caso abrange, inclusive, a Estação Ecológica e a Reserva Biológica
5
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Parágrafo único. A zona de amortecimento das unidades de conservação de que trata este artigo, uma vez
definida formalmente, não pode ser transformada em zona urbana.”
▪ CORREDORES ECOLÓGICOS
- São porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre
elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas
degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão
maior do que aquela das unidades individuais.
- Objetivo: promover a conectividade entre fragmentos de áreas naturais.
- Não são obrigatórios.
- São recomendados.
- Só devem ser mantidos quando convenientes (sempre que possível é interessante sua existência)
6
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- Atente-se para a diferença entre as categorias acima: 3% da área para a pesquisa na estação e 100% na reserva
- Atente-se para a necessidade de autorização prévia para a pesquisa em todas as categorias
7
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- O monumento e o refúgio são as únicas espécies, dentro de UPI, que permitem área particular (e desde que haja
compatibilidade)
- obs. As UPI são mais cobradas em prova e em menor quantidade; por isso, aconselha-se decorar mais sobre
estas
- Veja que a gestão nas UUS (gestão múltipla) é distinta das UPI
8
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- Reserva extrativista: a ideia de população tradicional pressupõe a preexistência
9
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- Reserva de desenvolvimento sustentável: a ideia é abrigar a população tradicional e que usa de forma
sustentável (voltada ao conhecimento e não tanto ao ambiente natural)
o obs. sobre as categorias acima: tudo que é proteção integral é mais restritiva; o uso sustentável é mais permissivo
10
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o A LISTA (acima) É TAXATIVA?
▪ Em âmbito federal, sim.
▪ Em âmbito estadual ou municipal, não.
- Excepcionalmente e a critério do CONAMA,
- Unidades de conservação estaduais e municipais,
- Para atender peculiaridades regionais ou locais, desde que as categorias previstas não possam satisfatoriamente
atender a proteção ambiental daquela área
- (parágrafo único do art. 6º da Lei nº 9.985/2000): Parágrafo único. “Podem integrar o SNUC, excepcionalmente
e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a
peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos
por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara
distinção”
o Observação
▪ Unidade de conservação constituída em área pública - as áreas particulares existentes no local deverão ser
desapropriadas.
▪ Unidade de conservação constituída em área particular - será necessário compatibilizar os interesses da unidade
com o uso pelo particular, sob pena de desapropriação.
o POPULAÇÕES TRADICIONAIS
▪ CONCEITO: População vivendo em estreita relação com o ambiente natural, dependendo de seus recursos
naturais para a sua reprodução sociocultural, por meio de atividades de baixo impacto ambiental.
▪ Apenas as residentes na unidade no momento da sua criação terão direito ao reassentamento (art. 36 do Dec.
4.340/2002).
▪ Veja que se a área for invadida após a criação da área não há esse direito (não existiam no momento da criação)
▪ Subsistência garantida pelo uso sustentável dos recursos naturais, impondo-se preservação, recuperação, defesa
e manutenção da unidade de conservação.
▪ UC em que há populações tradicionais
- Nas Reservas Extrativistas e
- Nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável
- Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência.
▪ A posse e o uso destas áreas - disciplinadas em contrato de concessão de direito real de uso (de acordo com o
Plano de Manejo).
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▪ Se a Unidade de Conservação não permitir a permanência de população tradicional? (no ato de criação da UC
consta que essas populações não poderão permanecer no local)
- Serão indenizadas e realocadas pelo Poder Público.
- Até o reassentamento serão compatibilizadas a presença das populações tradicionais com o objetivo da UC
❖ Sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos locais de moradia destas populações,
❖ Assegurando-se a sua participação na elaboração das referidas normas e ações.
o LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
▪ Hipótese: risco de dano grave aos recursos naturais
▪ Momento: por ocasião da realização de estudos técnicos
▪ Quem: Poder Público
▪ O quê? Decretar limitações administrativas provisórias ao exercício de atividades e empreendimentos efetiva ou
potencialmente causadores de degradação ambiental.
▪ Prazo: 7 meses no máximo
▪ Vedação (tipo de limitação): não será permitido corte raso da floresta e demais formas de vegetação nativa.
▪ Exceção: atividades agropecuárias e atividades econômicas em andamento
▪ “uma vez criada uma unidade de conservação do grupo de proteção integral, as licenças ambientais concedidas
tornam-se inválidas, dada a incompatibilidade dos regimes jurídicos. No tocante ao grupo de uso sustentável,
haverá necessidade de verificar a compatibilidade entre o ato e os objetivos da unidade de conservação.”(STJ -
REsp: 1122909 SC, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 24/11/2009)
▪ A possibilidade de revisão é da natureza da licença ambiental
o RESERVA DE BIOSFERA
▪ Não é Unidade de Conservação.
▪ Também tratada na Lei 9.985/00
▪ É um modelo de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, adotado
internacionalmente.
▪ Reconhecida pelo Programa Intergovernamental "O Homem e a Biosfera – MAB” da Unesco
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▪ Objetivos: preservação da diversidade biológica, desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento
ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das
populações.
▪ Valores: o § 1º do art. 36 da Lei nº 9.985/00 dispunha que não podia ser inferior a 0,5% do custo total do
empreendimento.
-ADIn 3.378-6/DF: o STF reconheceu a inconstitucionalidade desta previsão.
- Ficou determinado que o valor a ser fixado deve ser proporcional ao impacto ambiental, apurado com respeito
ao contraditório e à ampla defesa. (não se preocupa com o custo total)
- O valor será fixado pelo órgão ambiental competente para o licenciamento.
▪ Escolha da unidade beneficiada compete ao órgão ambiental licenciador, podendo ser criadas novas unidades.
▪ Observação: Toda vez que o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de
amortecimento, esta unidade deverá ser obrigatoriamente uma das escolhidas.
▪ Pode uma Unidade de Uso Sustentável ser escolhida?
- Quando a unidade ou sua zona de amortecimento forem atingidas pelo empreendimento.
- Em virtude de interesse público, se UUS de domínio público, especialmente localizada na Amazônia Legal.
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▪ “Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim
considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo
relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação
do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.(Regulamento)
§ 1o O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a meio
por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão
ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. (Vide ADIN nº
3.378-6, de 2008)
§ 2o Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas,
considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser
contemplada a criação de novas unidades de conservação.
§ 3o Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o
licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão
responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção
Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo.
§ 4º A obrigação de que trata o caput deste artigo poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida em
unidades de conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso Sustentável, especialmente as localizadas
na Amazônia Legal. (Incluído pela Lei nº 13.668, de 2018)”
o Aplicam-se a áreas urbanas ou rurais. (difere da reserva legal, que somente ocorre em área rural)
o Natureza jurídica: limitações administrativas (ninguém é indenizado pela APP; limitação que recai sobre todos)
o art. 4º: em função da localização.
▪ Pelo efeito da lei;
▪ Estão definidas em razão de sua localização e são automaticamente áreas de preservação permanente (APP).
▪ obs. tudo previsto nesse artigo é APP
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o art. 6º: em função da destinação.
▪ Depende de declaração de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo.
❖ DEPOIS:
→ Curso d’água natural, perene e intermitente, excluídos os efêmeros;
→ Início da demarcação: “a borda da calha do leito regular”
→ Via reflexa, diminuição da área de APP, recuando-a.
- Leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano (art. 3º, XIX do
CFLo)
- Rio perene - corpo de água lótico que possui naturalmente escoamento superficial durante todo o período do
ano (art. 2º, incisos XII do Decreto 7.830/2012)
- Rio intermitente: o corpo de água lótico que naturalmente não apresenta escoamento superficial por períodos
do ano (art. 2º, incisos XIII do Decreto 7.830/2012)
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- Rio efêmero: como corpo de água lótico que possui escoamento superficial apenas durante ou imediatamente
após períodos de precipitação. (art. 2º, incisos XIV do Decreto 7.830/2012)
- Observação:
❖ Esse parâmetro do tamanho do imóvel, para áreas rurais consolidadas, foi objeto de muitas críticas, já
que não possui relação com as funções da APP (obs. o STF considera o Código Florestal como norma
constitucional)
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II - áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa de largura mínima de:
- Nos imóveis rurais que possuam áreas rurais consolidadas em áreas de preservação permanente (APP), o
entorno dos lagos e lagoas variará conforme o tamanho do imóvel medido em módulos fiscais:
III - áreas em torno dos reservatórios artificiais decorrentes de barramento ou represamento de curso d’água
natural em faixa a ser definida na licença ambiental.
- ANTES: determinava a presença de áreas de preservação permanente ao arredor de reservatório d’água natural
ou artificial, estando prevista na Res. Conama 302/2002 as distâncias aplicáveis aos reservatórios artificiais.
- AGORA: Áreas de preservação permanente no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais.
❖ Não mais são englobados os reservatórios naturais de água.
❖ Não possui aplicação imediata, tendo em vista que depende de licença ambiental para a delimitação da
área.
❖ Veja que se trata de hipótese do art. 4º em que não é definida a área da APP
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❖ Em área urbana - mínimo 15 (quinze) metros e no máximo de 30 (trinta) metros
❖ DISPENSA DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE quando a superfície do lago ou lagoa for inferior a
um hectare, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental
competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
IV - áreas em torno das nascentes e olhos d’águas perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, em um
raio mínimo de 50 (cinquenta) metros.
- Antes: não houve alteração (repetiu o Código Florestal anterior)
- Olho d’água: o afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente;
- Nascente: o afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água
- Nos imóveis rurais que possuam áreas consolidadas em áreas de preservação permanente (APP), a
recomposição deverá ser de no mínimo 15 (quinze) metros.
- Obs. OS DISPOSITIVOS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL SÃO CONSTITUCIONAIS
❖ EXCEÇÕES: Interpretação conforme: entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes configuram
área de preservação permanente (art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV); (veja que o dispositivo apenas menciona a
nascentes e olhos d’águas perenes, mas a “interpretação conforme” ampliou essa proteção)
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VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem)
metros em projeções horizontais
- Antes: não houve alteração.
- Considera-se tabuleiro ou chapada a paisagem de topografia plana, com declividade média inferior a dez por
cento, aproximadamente seis graus e superfície superior a dez hectares, terminada de forma abrupta em escarpa,
caracterizando-se a chapada por grandes superfícies a mais de seiscentos metros de altitude (art. 2º, IX da
Resolução Conama 303/2002)
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média
maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima
da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou
espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
- ANTES: Afirmava ser área de preservação permanente o topo de morros, montes, montanhas e serras (art. 2º,
“d” da Lei nº 4.771/1965)
- Veja que a norma trouxe critérios para estabelecer morros e topos
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir
do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
- Inovação deste Código Florestal
- Vereda é tipo de formação vegetal do cerrado. Encontrada em solos hidromórficos. Encontradas no estado de
Minas Gerais, Bahia e região Centro-Oeste.
- Na hipótese de imóveis rurais que possuam áreas consolidadas em áreas de preservação permanente (APP):
❖ se o imóvel tiver até 4 (quatro) módulos fiscais - 30 (trinta) metros;
❖ se superior a 4 (quatro) módulos fiscais - 50 (cinquenta) metros.
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3) à proteção de várzeas;
4) a abrigar exemplares da fauna e da flora ameaçados de extinção;
5) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico;
6) à formação de faixa de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
7) a assegurar condições de bem-estar público;
8) a auxiliar na defesa do território nacional;
9) a proteger áreas úmidas especialmente de importância internacional.
▪ Note que são hipóteses mais genéricas e que, por isso, necessitam do ato do Poder Executivo
▪ A intervenção ou supressão de vegetação em áreas de preservação permanente (APP) ocorrerá apenas nas
hipóteses:
1) utilidade pública,
2) interesse social e
3) atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental.
▪ Obs. JULGADO DO STF SOBRE NOVO CÓDIGO FLORESTAL: OS DISPOSITIVOS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL SÃO
CONSTITUCIONAIS
- EXCEÇÃO: Interpretação conforme: condiciona a intervenção excepcional em APP, por interesse social ou
utilidade pública, à inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à atividade proposta (art. 3º, VIII e IX);
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❖ obs. OS DISPOSITIVOS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL SÃO CONSTITUCIONAIS
❖ EXCEÇÃO: Inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” e “instalações necessárias à
realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais” (art. 3º, VIII, b);
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- Pesquisa científica relativa a recursos ambientais;
- Coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas;
- Plantio de espécies nativas; exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar;
- Outras ações ou atividades similares, reconhecidas em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA
ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente.
▪ OBSERVAÇÃO
- Permite-se o acesso de pessoas e animais em área de preservação permanente (APP) para obtenção de água e
atividades de baixo impacto ambiental
- É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de urgência, de
atividades de segurança nacional e de defesa civil destinadas à prevenção e à mitigação de acidentes em áreas
urbanas.
- Supressão de vegetação de nascentes, dunas e restingas só pode ser autorizada no caso de utilidade pública.
- Intervenção ou a supressão de vegetação nativa em APP em restingas e nos manguezais poderá ser autorizada
em locais que tenham perdido a sua função ecológica para a execução de obras habitacionais e de urbanização,
em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda.
➢ RESERVA LEGAL
o Incide apenas nas áreas rurais (difere da APP que se aplica tanto em área urbana quanto rural)
o Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural delimitada nos termos do art. 12, com as seguintes
funções:
1) assegurar o uso econômico sustentável dos recursos naturais2
2) auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos;
3) promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção da fauna silvestre e da flora nativa.
o Não mais exclui as áreas de preservação permanente (APP), como acontecia no Código Florestal revogado (pode
computar uma parte da APP no percentual da RL)
▪ ANTES (vigência do Código passado): “III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse
rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação
e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora
nativas;”
2
(obs. essa ideia de uso dos recursos torna mais tolerável a implementação da proteção por parte dos proprietários –melhor
aceitação-, já que a RL abrange uma boa parte da propriedade –mínimo 20%- e era vista como um impedimento no uso da terra);
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o DEVER DE MANUTENÇÃO DA RESERVA LEGAL EM PERÍMETRO URBANO?
▪ A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou
posseiro da manutenção da área de Reserva Legal (portanto, a desobrigação na manutenção não é automática)
▪ Só será extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a
legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor de que trata o §1º do art. 182 da Constituição
Federal.
▪ Traz maior proteção mesmo em casos de expansão urbana
▪ Localização fora da Amazônia Legal: percentual único de 20% (vinte por cento)
▪ Localização na Amazônia Legal (deve-se verificar qual o bioma):
- floresta: 80% (oitenta por cento)
- cerrado: 35% (trinta e cinco por cento)
- campos em geral: 20% (vinte por cento)
▪ Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões
situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado
do Maranhão; (art. 3º, I da Lei nº 12.651/12)
▪ obs. veja que houve a manutenção dos percentuais do regime anterior, em certa medida. Fala-se em certa medida
pois, antes, mencionava-se, para qualquer lugar, que tivesse floresta era 80%, cerrado 35%. Agora há a separação
com a Amazônia Legal
o HIPÓTESES DE DISPENSA
▪ Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto;
▪ As áreas destinadas à exploração de potencial de energia hidráulica, nos quais funcionam empreendimentos de
geração de energia elétrica, subestações ou linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica; e
▪ Nas áreas com o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.
▪ obs. não havia qualquer hipótese no regime anterior (as 3 hipóteses são novidades do Código Florestal, sendo
sempre situações de interesse maior da coletividade)
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o CÔMPUTO DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMAMENTE EM RESERVA LEGAL
▪ É admitido
▪ ex. propriedade rural que possui um rio passando em seu meio; pode-se computar essa APP na porcentagem da
RL
▪ Regime de proteção da Área de Preservação Permanente não se altera.
▪ obs. Esse cômputo foi objeto de críticas, já que são institutos diversos e com objetivos diversos
▪ São condições:
A) o benefício não pode implicar em conversão de novas áreas em uso alternativo do solo;
B) a área deve estar conservada ou em processo de recuperação;
C) o proprietário ter requerido a inclusão do imóvel no CAR (cadastro ambiental rural).
o HIPÓTESES DE REDUÇÃO DA RESERVA LEGAL (além da contagem da APP na RL, existem 3 situações excepcionais
e específicas de redução do percentual, todas voltadas para o bioma floresta da Amazônia legal)
▪ ART. 12, § 4º DO CFLO
- Imóvel localizado na Amazônia Legal, em área de floresta:
- Poder Público poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta por cento),
- Para fins de recomposição,
- Quando o Município tiver mais de 50% (cinquenta por cento) da área ocupada por unidades de conservação da
natureza de domínio público e por terras indígenas homologadas.
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o HIPÓTESES DE AMPLIAÇÃO DA RESERVA LEGAL
▪ ART. 13, II DO CFLO
- ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% (cinquenta por cento) dos percentuais previstos nesta Lei,
- para cumprimento de metas nacionais de proteção à biodiversidade ou de redução de emissão de gases de efeito
estufa
▪ A localização somente será aprovada após a inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
▪ Protocolada a documentação exigida para a análise da localização da área de Reserva Legal, ao proprietário ou
possuidor rural não poderá ser imputada sanção administrativa, inclusive restrição a direitos, por qualquer órgão
ambiental competente integrante do Sisnama, em razão da não formalização da área de Reserva Legal. (lembre-se
que a responsabilidade administrativa, pelo STJ, é subjetiva)
o REGIME DE CONDOMÍNIO
▪ As propriedades possuem percentuais a serem cumpridos
▪ É possível que imóveis em condomínio estabeleçam percentuais diferentes, desde que o total seja o mesmo
▪ ex. uma propriedade com 10% e a outra com 30%; isso respeita os 40% que seria o correspondente de 20% para
cada propriedade
▪ Utiliza-se para compensar a área de reserva legal entre propriedades
▪ Poderá ser instituído Reserva Legal em regime de condomínio ou coletiva entre propriedades rurais, respeitado o
percentual previsto em relação a cada imóvel.
▪ No parcelamento de imóveis rurais, a área de Reserva Legal poderá ser agrupada em regime de condomínio entre
os adquirentes.
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▪ De âmbito nacional
▪ Obrigatório para todos os imóveis rurais
▪ Finalidade: integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo a base de dados
▪ Não é mais obrigado a averbar a área de Reserva Legal no Cartório de Registro de Imóveis.
▪ Se o imóvel já possuir registro na matrícula do imóvel, bastará apresentar a certidão ao órgão ambiental
competente.
o EXPLORAÇÃO ECONÔMICA
▪ Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável em duas modalidades:
- SEM PROPÓSITO COMERCIAL – não depende de autorização do órgão competente, mas deve ser declarado
previamente ao órgão ambiental a motivação da exploração e o volume explorado.
- COM PROPÓSITO COMERCIAL – depende de autorização do órgão competente e deve cumprir as seguintes
condições:
❖ Não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a vegetação nativa; (ex. proprietário não gosta
da vegetação e decide realizar corte raso e plantar outro tipo de vegetação –não pode ocorrer)
❖ Assegurar manutenção da biodiversidade; e
❖ Conduzir o manejo de espécies exóticas com adoção de medidas que favoreçam a regeneração de
espécies nativas (as vegetações nativas são as mais valorizadas em termos de proteção ambiental).
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o RECOMPOSIÇÃO DE RESERVA LEGAL
▪ São duas as hipóteses:
- Reserva Legal desmatada depois de 22.07.2008
- Reserva Legal desmatada até 22.07.2008
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→ cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva Legal, em imóvel de mesma titularidade
ou adquirida em imóvel de terceiro, com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição,
desde que localizada no mesmo bioma.
▪ ISENTOS DE RECOMPOSIÇÃO
➢ QUESTÕES DE CONCURSO
o Ano: 2019, Banca: CESPE, Órgão:TJ-PR, Prova: Juiz3
Conforme a Lei n.º 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC),
os requisitos necessários à criação de uma unidade de conservação, exceto no caso de estação ecológica ou reserva
biológica, são
a) a publicação de lei autorizadora, a realização de estudos técnicos para identificação da localização, da dimensão
e dos limites adequados da unidade, e a elaboração de licenciamento ambiental.
b) a edição de ato autorizador do Poder Executivo e a realização de estudos técnicos e de consulta pública para a
identificação da localização, da dimensão e dos limites adequados da unidade.
c) a edição de ato autorizador do Poder Executivo, a elaboração de licenciamento ambiental, a realização de
consulta pública e a verificação da existência de população tradicional residente no local.
d) a publicação de lei autorizadora, a elaboração de licenciamento ambiental, a identificação da dimensão e dos
limites da unidade e a verificação da existência de população tradicional residente no local.
3
RESPOSTA: B
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o Ano: 2015, Banca: FCC, Órgão: TJ-GO, Prova: Juiz4
O Estado X criou por Decreto um Parque Estadual, unidade de conservação da natureza de proteção integral
segundo a Lei Federal no 9.985/2000. Passados 5 anos, editou-se um novo Decreto para desafetar parte da área
deste Parque Estadual, reduzindo-se, assim, sua extensão territorial. O novo Decreto é:
a) válido, pois não há impedimento legal para que o Ente Federativo que criou uma unidade de conservação possa
alterar seus limites por meio de Decreto.
b) válido, uma vez que a desafetação foi realizada pelo mesmo tipo de ato normativo que criou o Parque Estadual.
c) nulo, porque há expressa proibição legal para desafetar ou reduzir limites de qualquer unidade de conservação.
d) nulo, salvo se o Decreto contiver exposição de motivos.
e) nulo, uma vez que a desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita
mediante lei específica.
4
RESPOSTA: E
5
RESPOSTA: C
6
RESPOSTA: B
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d) Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto não estão sujeitos à
constituição de reserva legal.
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 6
ROTEIRO DE AULA
o Flora é a totalidade de espécies, que compreende a vegetação de uma determinada região. (relacionada ao
gênero)
o Floresta é a formação arbórea densa, de alto porte, que recobre área de terra mais ou menos extensa. (específica)
o FLORA É COLETIVO E ENGLOBA O TERMO FLORESTA
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▪ Floresta Amazônica
▪ Mata Atlântica
▪ Serra do Mar
▪ Pantanal Mato-Grossense
▪ Zona Costeira
▪ Mnemônico (FMSPZC)
▪ obs. apenas esses cinco biomas são tutelados como patrimônio nacional
➢ Portanto, o termo “florestal” no Código em questão, não é adequado (pois o Código trata de outros termos além de
floresta; o mais adequado seria “flora”)
➢ Princípios
o afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e demais formas de
vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema
climático, para o bem estar das gerações presentes e futuras;
▪ Respeito à soberania (compromisso soberano com os recursos).
▪ Afasta a ideia de patrimônio da humanidade (recursos brasileiros para serem cuidados e tratados pelo próprio
país).
▪ OBJETIVO: desenvolvimento sustentável (solidariedade intergeracional)
o reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das florestas e demais
formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da
população brasileira e na presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia;
▪ Coexistência do desenvolvimento sustentável com a preservação ambiental para garantir a melhoria da qualidade
de vida.
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o ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o compromisso do País com a
compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação;
▪ Uso sustentável (novamente destacando o princípio da sustentabilidade; note a preocupação com a água)
▪ Compatibilizando uso produtivo da terra com preservação de recursos naturais
o responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade
civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e
sociais nas áreas urbanas e rurais;
▪ Restauração das funções sociais nas áreas urbanas e rurais.
▪ Atenção ao meio ambiente em todas suas áreas
▪ A vegetação nativa é muito valiosa
▪ Código florestal aplicado à zona rural e zona urbana (APP por exemplo)
▪ Princípio da participação: Poder Público + sociedade civil
o fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a
recuperação e a preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa;
▪ Desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica.
▪ Descobertas novas técnicas (crescimento da produção alimentar), sem comprometer a vegetação nativa.
▪ Política Nacional do Meio Ambiente (art. 2º, VI e art.4º, IV e V da Lei nº 6.938/81).
▪ Somente se atinge o desenvolvimento sustentável a partir da ciência e tecnologia; para descobrir e aplicar novas
técnicas que favorecem essa utilização adequada dos recursos
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➢ USO IRREGULAR DA PROPRIEDADE
o Ações ou omissões contrárias às regras do Código florestal: uso irregular da propriedade
▪ Uso contrário ao cumprimento da função socioambiental da propriedade
▪ Propriedade possui o uso regular quando se volta para manter o equilíbrio ambiental e trazer um bem-estar para
todos
o Responsabilidade civil (§ 1o do art. 14 da Lei nº 6.938/81) e das sanções administrativas, civis e penais.
▪ Responsabilidade civil objetiva
▪ Art. 225, §3º da CF/88: “§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.”
o Bens de interesse comum a todos os habitantes do País: afasta-se ideia de bem público ou privado
▪ O meio ambiente possui dupla titularidade
▪ Pertence a toda coletividade e pode estar em esfera particular/pública
▪ Deve ser gerido, cuidado, mantido em prol de toda a coletividade
▪ Por essa razão é bem difuso (pertence a todos e a ninguém em particular)
▪ Não se pode utilizar da forma que bem entender
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➢ NATUREZA REAL
o Obrigações: natureza real
o Obrigações propter rem
o São relativas à coisa
o Precedentes do STJ já confirmavam esta natureza antes do Novo Código Florestal.
o Súmula 623-STJ: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do
proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. Aprovada em 12/12/2018.
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▪ POR EQUIPARAÇÃO
- Os imóveis rurais com até 4 (quatro) módulos fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris;
- As terras indígenas demarcadas e
- As demais áreas tituladas de povos e comunidades tradicionais que façam uso coletivo do seu território.
- JULGADO DO STF SOBRE NOVO CÓDIGO FLORESTAL- OS DISPOSITIVOS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL SÃO
CONSTITUCIONAIS- EXCEÇÕES: Inconstitucionalidade das expressões “demarcadas” e “tituladas” (art. 3º,
parágrafo único);
- áreas poderão receber o tratamento diferenciado mesmo sem demarcação e titulação (demarcação/titulação
é apenas declaratória e não constitutiva dessa natureza)
o MANEJO SUSTENTÁVEL
▪ Administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-
se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da
flora, bem como a utilização de outros bens e serviços; (art. 3º, VII da Lei nº 12.651/12)
▪ Manejo como gestão/administração
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➢ ÁREAS DE USO RESTRITO
o ESPÉCIE DE ESPAÇO TERRITORIAL ESPECIALMENTE PROTEGIDO
o Pantanais e planícies pantaneiras (art. 10): exploração ecologicamente sustentável
▪ Pode utilizar para exploração ecologicamente sustentável
▪ Novas supressões de vegetação nativa para uso alternativo do solo condicionadas à autorização do órgão estadual
do meio ambiente
o OBSERVAÇÃO
▪ Se área tem inclinação superior a 45 graus?
- É área de preservação permanente
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o Salgado ou marismas tropicais hipersalinos as áreas situadas em regiões com frequências de inundações
intermediárias entre marés de sizígias e de quadratura, com solos cuja salinidade varia entre 100 (cem) e 150 (cento
e cinquenta) partes por 1.000 (mil), onde pode ocorrer a presença de vegetação herbácea específica.
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- Preferência do poder público municipal para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre
particulares
o DOIS REQUISITOS
i) Cadastramento do imóvel no CAR
ii) Prévia autorização do órgão estadual competente do Sisnama.
▪ Obs. Somente aplicável a áreas não protegidas (não pode para: reserva legal, áreas de preservação permanente,
áreas de uso restrito, áreas verdes urbanas, apicuns, salgados; ou seja, situações em que há regramento específico).
o PRIORIZAR
▪ Utilização de espécies nativas (art. 26, §3º da Lei nº 12.651/12 )- “§ 3º No caso de reposição florestal, deverão
ser priorizados projetos que contemplem a utilização de espécies nativas do mesmo bioma onde ocorreu a
supressão.”
▪ Efetivação no estado de origem da matéria-prima utilizada (art. 33, §4º da Lei nº 12.651/12).- “§ 4º A reposição
florestal será efetivada no Estado de origem da matéria-prima utilizada, mediante o plantio de espécies
preferencialmente nativas, conforme determinações do órgão competente do Sisnama.”
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▪ Observação: A supressão de vegetação de espécie da flora ou da fauna ameaçada de extinção dependerá da
adoção de medidas compensatórias e mitigadoras que assegurem a conservação da espécie.
- Elaboração da lista nacional das espécies da flora ameaçadas é da competência da União, através do Ministério
do Meio ambiente. (LC 140/11, art. 7º, XVI).
- Estados e Distrito Federal - elaboração lista relativa ao seu território (LC 140/11, art. 8º, XVII e art. 10)
▪ Observação (2): O corte ou a exploração de espécies nativas plantadas em área de uso alternativo do solo serão
permitidos independentemente de autorização prévia;
- Exigência: plantio ou reflorestamento previamente cadastrado e a exploração ser previamente declarada
(controle de origem)
o Obs. Não é permitida a conversão de vegetação nativa para uso alternativo do solo no imóvel rural que possuir
área abandonada. (não confundir área abandona com o instrumento de pousio)
➢ EXPLORAÇÃO FLORESTAL
o SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO FLORESTAL
▪ Licenciamento pelo órgão competente do Sisnama,
▪ Aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS (contemple técnicas de condução,
exploração, reposição florestal e manejo compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbórea
forme).
▪ O PMFS busca a continuidade do recurso; utilização não venha a exaurir o bem ambiental; traz um norte para a
continuidade de utilização do recurso
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▪ a exploração florestal não comercial realizada nas pequenas propriedades ou posses rurais familiares ou por
populações tradicionais (art. 32, III da Lei nº 12.651/12):
▪ coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes (art.31, caput c.c art. 21
ambos da Lei nº 12.651/12);
▪ Em área de reserva legal, manejo sustentável para exploração florestal eventual sem propósito comercial, para
consumo no próprio imóvel (art.31, caput c.c art. 23 ambos da Lei nº 12.651/12);
o REPOSIÇÃO FLORESTAL
▪ Compensação do volume de matéria-prima extraído da vegetação natural pelo volume da matéria-prima
resultante de plantio florestal para geração de estoque ou recuperação de cobertura florestal.
▪ Objetiva compensar poluição causada pela extração da vegetação nativa.
▪ Aplicação princípio do poluidor-pagador
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▪ As empresas industriais que utilizam grande quantidade de matéria-prima florestal (parâmetros estabelecidos
pelo Chefe do Poder Executivo) são obrigadas:
- Elaborar e implementar Plano de Suprimento Sustentável - PSS, a ser submetido à aprovação do órgão
competente do Sisnama.
❖ O PSS assegurará produção equivalente ao consumo de matéria-prima florestal pela atividade industrial.
➢ DO CONTROLE DO DESMATAMENTO
o obs. o desmatamento pode ser legal: uso alternativo do solo;
o obs.2 impacto ambiental sempre vai existir (é tolerável); já o dano não
o SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM DESACORDO = DESMATAMENTO ILEGAL = EMBARGO DA ATIVIDADE
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o COMÉRCIO INTERNO DE PLANTAS VIVAS E OUTRO PRODUTOS ORIUNDOS DA FLORA NATIVA
▪ Licença do órgão estadual +
▪ Registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais. (instrumento da PNMA)
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4. Buscou-se, com isso, compatibilizar dois valores protegidos na Constituição Federal de 1988, quais sejam, o
meio ambiente e a cultura ou o modo de fazer, este quando necessário à sobrevivência dos pequenos produtores
que retiram seu sustento da atividade agrícola e que não dispõem de outros métodos para o exercício desta, que
não o uso do fogo.
5. A interpretação do art. 27, parágrafo único do Código Florestal não pode conduzir ao entendimento de que
estão por ele abrangidas as atividades agroindustriais ou agrícolas organizadas, ou seja, exercidas
empresarialmente, pois dispõe de condições financeiras para implantar outros métodos menos ofensivos ao meio
ambiente. Precedente: (AgRg nos EDcl no REsp 1094873/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, julgado
em 04/08/2009, DJe 17/08/2009).
6. Ademais, ainda que se entenda que é possível à administração pública autorizar a queima da palha da cana
de açúcar em atividades agrícolas industriais, a permissão deve ser específica, precedida de estudo de impacto
ambiental e licenciamento, com a implementação de medidas que viabilizem amenizar os danos e a recuperar o
ambiente, Tudo isso em respeito ao art. 10 da Lei n. 6.938/81. Precedente: (EREsp 418.565/SP, Rel. Min. Teori
Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 29/09/2010, DJe 13/10/2010). Recurso especial provido.” (REsp
1285463/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 06/03/2012).”
- Note que o STJ tem uma tendência de exigir um comportamento mais positivo dos grandes empreendimentos
quantos aos cuidados com o meio ambiente
▪ OBSERVAÇÃO
- Inconstitucionalidade de lei municipal que proíbe a queima da cana
- “RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL. LIMITES DA
COMPETÊNCIA MUNICIPAL. LEI MUNICIPAL QUE PROÍBE A QUEIMA DE PALHA DE CANA-DE-AÇÚCAR E O USO DO
FOGO EM ATIVIDADES AGRÍCOLAS. LEI MUNICIPAL Nº 1.952, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1995, DO MUNICÍPIO DE
PAULÍNIA. RECONHECIDA REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 23, CAPUT E PARÁGRAFO
ÚNICO, Nº 14, 192, § 1º E 193, XX E XXI, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO E ARTIGOS 23, VI E VII, 24,
VI E 30, I E II DA CRFB.
1. O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de seu interesse
local e desde que tal regramento seja e harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados
(art. 24, VI c/c 30, I e II da CRFB).
2. O Judiciário está inserido na sociedade e, por este motivo, deve estar atento também aos seus anseios, no
sentido de ter em mente o objetivo de saciar as necessidades, visto que também é um serviço público.
3. In casu, porquanto inegável conteúdo multidisciplinar da matéria de fundo, envolvendo questões sociais,
econômicas e políticas, não é permitido a esta Corte se furtar de sua análise para o estabelecimento do alcance
de sua decisão.
São elas: (i) a relevante diminuição – progressiva e planejada – da utilização da queima de cana-de-açúcar; (ii) a
impossibilidade do manejo de máquinas diante da existência de áreas cultiváveis acidentadas; (iii) cultivo de cana
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em minifúndios; (iv) trabalhadores com baixa escolaridade; (v) e a poluição existente independentemente da
opção escolhida.
4. Em que pese a inevitável mecanização total no cultivo da cana, é preciso reduzir ao máximo o seu aspecto
negativo. Assim, diante dos valores sopesados, editou-se uma lei estadual que cuida da forma que entende ser
devida a execução da necessidade de sua respectiva população. Tal diploma reflete, sem dúvida alguma, uma
forma de compatibilização desejável pela sociedade, que, acrescida ao poder concedido diretamente pela
Constituição, consolida de sobremaneira seu posicionamento no mundo jurídico estadual como um standard a
ser observado e respeitado pelas demais unidades da federação adstritas ao Estado de São Paulo.
5. Sob a perspectiva estritamente jurídica, é interessante observar o ensinamento do eminente doutrinador Hely
Lopes Meireles, segundo o qual “se caracteriza pela predominância e não pela exclusividade do interesse para o
município, em relação ao do Estado e da União. Isso porque não há assunto municipal que não seja reflexamente
de interesse estadual e nacional. A diferença é apenas de grau, e não de substância." (Direito Administrativo
Brasileiro. São Paulo: Malheiros Editores, 1996. p. 121.)
6. Função precípua do município, que é atender diretamente o cidadão. Destarte, não é permitida uma
interpretação pelo Supremo Tribunal Federal, na qual não se reconheça o interesse do município em fazer com
que sua população goze de um meio ambiente equilibrado.
7. Entretanto, impossível identificar interesse local que fundamente a permanência da vigência da lei municipal,
pois ambos os diplomas legislativos têm o fito de resolver a mesma necessidade social, que é a manutenção de
um meio ambiente equilibrado no que tange especificamente a queima da cana-de-açúcar.
8. Distinção entre a proibição contida na norma questionada e a eliminação progressiva disciplina na legislação
estadual, que gera efeitos totalmente diversos e, caso se opte pela sua constitucionalidade, acarretará
esvaziamento do comando normativo de quem é competente para regular o assunto, levando ao completo
descumprimento do dever deste Supremo Triunal Federal de guardar a imperatividade da Constituição. 9. Recurso
extraordinário conhecido e provido para declarar a inconstitucionalidade da Lei Municipal nº 1.952, de 20 de
dezembro de 1995, do Município de Paulínia.”
(RE 586224, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno)
- Note que o julgado apresenta toda a dificuldade que existe no equilíbrio do desenvolvimento sustentável; dos
pilares econômico, social e ambiental; questão dos trabalhadores, econômica e da preservação ambiental; a lei
municipal priorizou a proteção ambiental; sopesou-se que o interesse não é apenas local, pretendendo-se
resolver a mesma causa, devendo respeitar a norma estadual que previa o equilíbrio de, aos poucos e de forma
progressiva, fazer essa alteração; acaba por ser tudo uma questão econômica, já que na medida em que se achou
algo melhor (a colheita da cana crua), esta medida foi adotada; observa-se a importância da questão econômica
na proteção ambiental
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➢ PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À PRESERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
o Poder Executivo Federal
▪ Programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente,
▪ Adoção de tecnologias e boas práticas
▪ Conciliação da produtividade agropecuária e florestal
▪ Com redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente
sustentável.
▪ PRINCÍPIO DO PROTETOR RECEBEDOR
- Forma de recompensar aquele que cuida do meio ambiente
- De forma econômica
- O Programa trata da execução desse princípio (premiar quem atua conforme as ideias do programa; a premiação
ocorre através dos instrumentos abaixo)
o INSTRUMENTOS
I -pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação
e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais
II-compensação pelas medidas de conservação ambiental necessárias para o cumprimento dos objetivos desta Lei,
III- incentivos para comercialização, inovação e aceleração das ações de recuperação, conservação e uso
sustentável das florestas e demais formas de vegetação nativa
➢ AGRICULTURA FAMILIAR
o TRÂMITES AMBIENTAIS SIMPLIFICADOS
▪ Supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal para atividades eventuais ou
de baixo impacto ambiental:
- declaração ao órgão ambiental competente + imóvel devidamente inscrito no CAR;
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• GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS (Lei nº 11.284/06)
➢ OBJETIVOS DA LEI
o Gestão de florestas públicas para a produção sustentável;
o Institui o Serviço Florestal Brasileiro - SFB, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente;
o Cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal - FNDF.
o FLORESTAS PÚBLICAS: florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos diversos biomas brasileiros, em bens sob
o domínio da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta;
(art. 3º, I da Lei nº 11.284/06)
➢ INSTRUMENTOS:
o GESTÃO DIRETA, COM A CRIAÇÃO DE FLORESTAS NACIONAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS (ART. 17 DA LEI Nº
9.985/00)
o DESTINAÇÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS ÀS COMUNIDADES LOCAIS;
o CONCESSÃO FLORESTAL
➢ GESTÃO DIRETA, COM A CRIAÇÃO DE FLORESTAS NACIONAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS (ART. 17 DA LEI Nº
9.985/00)
o Consiste no exercício direto pelo Poder Público na gestão de florestas nacionais, estaduais e municipais criadas
nos termos do art. 17 da Lei nº 9.985/00, facultado, para execução de atividades subsidiárias, firmar convênios,
termos de parceria, contratos ou instrumentos similares com terceiros. (veja que se na floresta tiver área particular,
deve haver desapropriação; exercício direto; floresta pública; Unidade de Conservação;)
o Consiste em transformar uma floresta pública em unidade de conservação de floresta nacional (estadual ou
municipal)
o A duração dos contratos e instrumentos é de no máximo de 120 (cento e vinte) meses.
o Repito: não pode existir área particular (existindo área particular, deve ser desapropriada)
o Comunidades locais: populações tradicionais e outros grupos humanos, organizados por gerações sucessivas,
com estilo de vida relevante à conservação e à utilização sustentável da diversidade biológica (art.3º, X da Lei nº
11.284/06)
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o DESTINAÇÃO
▪ criação de reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável (são espécies de UC de uso
sustentável);
▪ concessão de uso, por meio de projetos de assentamento florestal, de desenvolvimento sustentável,
agroextrativistas ou outros similares,
▪ Outras formas previstas em lei.
▪ não onerosa para o beneficiário
▪ efetuada em ato administrativo próprio.
▪ As comunidades locais poderão participar das licitações por meio de associações comunitárias, cooperativas ou
outras pessoas jurídicas admitidas em lei.
➢ CONCESSÃO FLORESTAL
o É contrato de concessão oneroso celebrado por entidades políticas com pessoas jurídicas, consorciadas ou não,
precedido de licitação na modalidade concorrência, visando a transferir ao concessionário o direito de explorar de
maneira sustentável os recursos florestais por prazo determinado.
▪ Recursos florestais: elementos ou características de determinada floresta, potencial ou efetivamente geradores
de produtos ou serviços florestais; (art. 3º, II da Lei nº 11.284/06)
o OBJETO DA CONCESSÃO
▪ Floresta Pública (natural ou plantada de propriedade da Adm. Direta ou Indireta)
▪ Unidade de Conservação de Floresta nacional, distrital, estadual ou municipal (art. 17 da Lei nº 9.985/00)
▪ Obs. Devem constar PAOF – Plano Anual de Concessão Florestal - conterá a descrição de todas as florestas públicas
a serem submetidas a processos de concessão no ano em que vigorar.
▪ Veja que para a concessão florestal não necessita, obrigatoriamente, que a floresta seja UC; pode ser floresta
pública sem ser UC; ambas podem ser objeto de concessão florestal
o EXCLUÍDAS (não podem ser objetos de concessão; não podem ser levadas para licitação)
▪ Unidades de conservação de proteção integral e
▪ Unidades de Uso Sustentável nas seguintes espécies:
- reservas de desenvolvimento sustentável (direcionadas para uma comunidade),
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- reservas extrativistas (direcionadas para uma comunidade),
- reservas de fauna e
- áreas de relevante interesse ecológico,
▪ Observação: Se o plano de manejo expressamente admitir podem ser objeto de concessão florestal (plano de
manejo é “o manual de instruções” para a utilização da UC; se não houver menção no plano de manejo, nenhuma
UC de proteção integral ou as espécies citadas de UC de uso sustentável não poderão ser objeto de concessão
florestal; se o plano de manejo mencionar que pode haver a concessão, não haverá mais óbice)
o LIMITES DO CONTRATO - NÃO TRANSFERE AO CONCESSIONÁRIO (não pode ser objeto do contrato de concessão)
▪ A titularidade imobiliária ou preferência em sua aquisição;
▪ O acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição de
coleções;
▪ O uso dos recursos hídricos acima do especificado como insignificante;
▪ A exploração dos recursos minerais; a exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre, bem como
▪ A comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono em florestas naturais
▪ MELHOR PROPOSTA
- Maior preço para pagamento
- Melhor técnica
❖ o menor impacto ambiental;
❖ os maiores benefícios sociais diretos;
❖ a maior eficiência;
❖ a maior agregação de valor ao produto ou serviço florestal na região da concessão
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o Licenciamento Ambiental
▪ Licença prévia será requerida pelo órgão gestor, mediante apresentação de relatório ambiental.
▪ Será exigido (se o caso) estudo prévio de impacto ambiental - EIA para a concessão da licença prévia
▪ Custos serão ressarcidos pelo ganhador da licitação.
▪ LP autoriza elaboração de PMFS
▪ Licenciamento composto pelo LP e LO
▪ Aprovação do plano de manejo da UC substitui a LP, sem prejuízo de EIA/RIMA
▪ RESERVA ABSOLUTA: 5% (Não se pode mexer ou realizar qualquer alteração)
▪ obs. a reserva absoluta não pode ser utilizada, devendo ser preservada
• QUESTÕES DE CONCURSO
➢ Ano: 2019, Banca: CESPE, Órgão: TJ-PR, Prova: Juiz Substituto
Em uma área completamente preservada, com bioma intacto, localizada em sua integralidade no bioma cerrado,
existe uma propriedade particular de 100 ha, dos quais 40 ha constituem reserva legal com a devida averbação na
matrícula do imóvel e com o registro no cadastro ambiental rural (CAR).
Nessa situação, o limite máximo de hectares que o proprietário poderá destinar para fins de instituição de servidão
ambiental corresponde a1
A) 5 ha
B) 25 ha.
C) 45 ha.
D) 65 ha.
1
GABARITO: ALTERNATIVA D
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➢ Ano: 2018, Banca: CONSULPLAN, Órgão: TJ-MG, Prova: Juiz Substituto
A sociedade empresária X consome carvão vegetal na produção de ferro gusa. Requereu isenção quanto à obrigação
de fazer reposição florestal, porque o carvão é produzido com 80% de madeira de floresta plantada e o restante de
floresta nativa. O requerimento deverá2
A) ser parcialmente deferido quanto ao percentual de floresta nativa.
B) ser integralmente indeferido porque há utilização parcial de floresta nativa.
C) ser integralmente deferido porque a utilização parcial de floresta nativa é mínima.
D) ser parcialmente deferido quanto ao percentual de utilização da floresta plantada.
2
GABARITO: ALTERNATIVA D
3
GABARITO: ALTERNATIVA D
4
GABARITO CERTO
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➢ Ano: 2015, Banca: CESPE, Órgão: TJ-PB, Prova: Juiz substituto
Com base no que dispõe a Lei n.º 12.651/2012 — novo Código Florestal —, assinale a opção correta.5
a) É permitida a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em imóveis rurais
que estejam localizados em área de preservação permanente, sem que seja necessária a recomposição das suas
faixas marginais.
b) É dever do proprietário ou do possuidor rural dirigir-se a um cartório de registro de imóveis para inscrever seu
imóvel no cadastro ambiental rural.
c) Áreas cuja vegetação nativa integre reserva legal de pequenas propriedades, isto é, propriedades exploradas
mediante trabalho assalariado, podem receber cota de reserva ambiental.
d) A referida lei criou a cota de reserva ambiental — título nominativo representativo de área com vegetação nativa,
existente ou em processo de recuperação — sob regime de servidão ambiental, instituída de acordo com a lei que
implantou a PNMA.
e) O poder público poderá instituir incentivos financeiros para estimular, exclusivamente, donos de pequenas
propriedades rurais a investirem em atividades como a implantação de sistemas agroflorestal e agrossilvipastoril.
5
GABARITO: ALTERNATIVA D
6
GABARITO: ALTERNATIVA C
7
GABARITO: ALTERNATIVA D
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➢ Ano: 2013 Banca: MPE-PR, Órgão: MPE-PR, Prova: Promotor de Justiça
Assinale a alternativa incorreta. Nos termos da Lei nº 12.651/12, o poder público municipal contará, para o
estabelecimento de áreas verdes urbanas, com os seguintes instrumentos: 8
a) O exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes florestais relevantes, conforme dispõe a Lei
nº 10.257/01;
b) A priorização de projetos que contemplem a utilização de espécies nativas do mesmo bioma onde ocorreu a
supressão;
c) A transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas;
d) O estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos comerciais e na implantação
de infraestrutura;
e) Aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.
8
GABARITO: ALTERNATIVA B
9
GABARITO: ALTERNATIVA E
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 7
ROTEIRO DE AULA
1
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o Natureza jurídica da água: bem difuso de gestão da União, sempre em prol da continuidade e sustentabilidade do
recurso
o “Art. 26 da CF: bens dos Estados
I - águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas as decorrentes de obras da
União;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União.”
o ÁGUAS PARTICULARES? R- Revogado o preceito constante no art. 8º do Código de Águas (revogado pelo art. 1º, I
da Lei 9.433/97)
o Se o recurso hídrico não for da União, será dos Estados. (ideia de recurso residual)
o OBSERVAÇÃO: NÃO EXISTE ÁGUA MUNICIPAL.
2
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▪ obs. trata-se de fundamento que se comunica com o fundamento abaixo
o A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DEVE SEMPRE PROPORCIONAR O USO MÚLTIPLO DAS ÁGUAS
▪ Uso múltiplo: animais, o abastecimento público, o lançamento de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos,
com o fim de sua diluição, o transporte aquaviário e o aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.
▪ Vedação: privilégio de um setor sobre os demais.
o A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DEVE SER DESCENTRALIZADA E CONTAR COM A PARTICIPAÇÃO DO PODER
PÚBLICO, DOS USUÁRIOS E DAS COMUNIDADES.
▪ Participação dos usuários das águas, do Poder Público e da sociedade civil no processo decisório. (aplicação do
princípio da participação)
▪ Gestão participativa é uma inovação legislativa.
▪ Poder Público não tem maioria de votos nos Comitês da Bacia Hidrográfica (art. 39, §1º da Lei nº 9.433/97).
o A UTILIZAÇÃO RACIONAL E INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS, INCLUINDO O TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, COM
VISTAS AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL;
▪ Princípio do Desenvolvimento Sustentável
▪ Constitui objetivo da Política Nacional de Recursos Hídricos garantir a disponibilidade da água de boa qualidade,
através da utilização racional e integrada.
3
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o A PREVENÇÃO E A DEFESA CONTRA EVENTOS HIDROLÓGICOS CRÍTICOS DE ORIGEM NATURAL OU DECORRENTES
DO USO INADEQUADO DOS RECURSOS NATURAIS.
▪ Combate às enchentes, inundações, seca, erosão
▪ Ausência de vegetação protetora das margens dos cursos de água e o assoreamento dos leitos desses cursos são
as principais causas desses eventos hidrológicos críticos.
▪ Lembre-se que no Código Florestal é abordada essa dependência entre recursos hídricos e vegetação
4
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II - ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO OS USOS PREPONDERANTES DA ÁGUA
▪ Visa a assegurar, às águas, qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas e a diminuir
os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.
▪ Resolução CONAMA nº 357/05 dispõe sobre a classificação dos corpos de água
▪ Resolução CONAMA nº 357/05 classifica:
- Águas doces (até 0,5% de salinidade)
- Águas salobras (de 0,5% a menos de 30% de salinidade)
- Águas salinas (acima de 30% de salinidade)
▪ Princípio da reparação integral e áreas contaminadas: muitas vezes é exigida que toda a área seja
descontaminada, com base nesse princípio. Uma forma de contrapor esse princípio, é fazer um paralelo dizendo
que a própria legislação ambiental, em situações especificas, especiais e a fim de evitar um custo desnecessário,
aceita um padrão que não seja exatamente aquele 100% de recuperação, como no caso do enquadramento dos
corpos de água
▪ OBSERVAÇÃO: INDEPENDEM DE OUTORGA (não precisam de autorização para o uso; note que são situações de
baixo impacto)
I.o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos
no meio rural;
II.as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
III. as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.
- obs. Quem propõe isenção: Comitês das Bacias Hidrográficas
5
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▪ COMPETÊNCIA PARA A OUTORGA DE USO
- Concedida por ato da autoridade competente do Poder Executivo Federal, dos Estados ou do Distrito Federal.
- O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal
- Na esfera federal, Agência Nacional de Águas – ANA outorga o direito de uso por meio de autorização.
- Prazo da outorga de uso: Não excedente a 35 anos; Renovável
- Veja que não se fala em órgão municipal outorgando o direito de uso
6
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❖ A primeira trata de atribuir um valor econômico para a água
❖ Já a segunda trata da prestação de serviços
❖ Utilização de bem comum x prestação de serviço
❖ ex. ao comprar uma garrafa de água, não se está pagando pelo recurso água propriamente dito, mas por
todo o serviço feito de envaze e de levar ao consumidor
❖ Hoje, o que o consumidor paga é o tratamento da água e a prestação de serviço; não foi repassado,
diretamente ao consumidor final, os projetos voltados para empresas que utilizam a água em seu processo
produtivo
7
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▪ planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos;
▪ promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.
o COMPOSIÇÃO
▪ Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
▪ Agência Nacional de Águas;
▪ Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;
▪ Comitês de Bacia Hidrográfica;
▪ Órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas competências se relacionem
com a gestão de recursos hídricos e
▪ Pelas Agências de Água.
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o CONSELHO DE RECURSOS HÍDRICOS DOS ESTADOS
▪ Estrutura a ser implementada pelos Estados
▪ COMPETÊNCIA: Responsáveis pelo planejamento e execução de políticas estaduais de recursos hídricos, que
estejam sob domínio estadual
▪ obs. paralelo do Conselho Nacional com a esfera estadual
▪ OBSERVAÇÃO
- Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas devem ser incluídos
representantes:
i) da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da representação da União;
ii) das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia.
▪ COMPETÊNCIA
- Solução de conflitos, em primeira instância administrativa;
- Aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;
- Propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as hipóteses de isenção da
obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos;
- Estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados
9
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o AGÊNCIA DE ÁGUAS
▪ Não confundir com a ANA, em âmbito federal
▪ Função de secretaria executiva do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica.
▪ São os executores do sistema
▪ Mesma área de atuação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
▪ A criação das Agências de Água é autorizada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou pelos Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos mediante solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
▪ COMPETÊNCIA
- efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
- elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica;
- propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica os valores a serem cobrados pelo uso de
recursos hídricos;
➢ QUESTÕES DE CONCURSOS
1
ERRADO
2
Resposta A
10
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E) classificação indicativa de cursos de água, com o enquadramento dos rios e afluentes de todo o território nacional
nas categorias “A”, “B” ou “C”, conforme a prioridade, respectivamente, para consumo humano, dessedentação de
animais ou geração de energia elétrica.
Ano: 2018, Banca: FUNDEP Órgão: MPE-MG Prova: Promotor de Justiça Substituto 4
Sobre o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:
I. A criação de uma Agência de Água está condicionada à viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso
dos recursos hídricos em sua área de atuação.
II. Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o
período de implantação de seus programas e projetos e conterão, entre outras questões obrigatórias, propostas
para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos.
III. Compete ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos propor aos Comitês de Bacia Hidrográfica os valores a
serem cobrados pelo uso de recursos hídricos, bem como o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a
cobrança pelo uso de recursos hídricos.
IV. O número de representantes do poder executivo nos órgãos colegiados do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos não poderá exceder à metade do total dos seus membros.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Os itens I e IV estão corretos.
b) Os itens II e III estão incorretos.
c) Os itens III e IV estão incorretos.
d) Todos os itens estão corretos
3
Resposta C
4
Resposta C
11
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Ano: 2017, Banca: FMP Concursos, Órgão: MPE-RO, Prova: Promotor de Justiça Substituto5
Sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos, assinale a alternativa CORRETA.
a) O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é integrado, exclusivamente, pelos Comitês de Bacia
Hidrográfica e pelas Agências de Água.
b) Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados, apenas, por bacia hidrográfica de cunho regional.
c) São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, entre outros: os Planos de Recursos Hídricos, a outorga
dos direitos de uso de recursos hídricos e a cobrança pelo uso de recursos hídricos.
d) A outorga dos direitos de uso de recursos hídricos implica alienação parcial das águas.
e) A água é um recurso natural limitado, não dotado de valor econômico.
5
Resposta C
6
Resposta B
7
Resposta D
12
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e) A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou por
prazo determinado na ausência de uso por 5 (cinco) anos consecutivos
➢ OBJETO
o Integra a Política Nacional do Meio Ambiente
o Articula-se com a:
▪ Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99)
▪ Política Federal de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/07)
▪ Lei de Consórcios Públicos (Lei nº 11.107/05)
o Objetivo: essa articulação e integração busca uma gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente
adequado dos resíduos sólidos.
o Política Federal de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/07) - PFSB
▪ saneamento básico - conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:
- abastecimento de água potável desde a captação até as ligações prediais e os seus instrumentos de medição;
- esgotamento sanitário;
- limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
- drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
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o RESÍDUOS SÓLIDOS
▪ Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja
destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido,
bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia disponível.
o REJEITOS
▪ Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos
tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada.
14
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▪ Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação específica (Lei nº 10.308/01)
15
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- Aproveitamento energético
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➢ DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS
o Ordem de prioridade na gestão e gerenciamento
1. não geração, (real necessidade do consumo;)
2. redução, (se tiver que consumir, cabe pensar na redução)
3. reutilização,
4. reciclagem,
5. tratamento dos resíduos sólidos (destinação ambientalmente adequada) e
6. disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
17
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o QUANTO À PERICULOSIDADE
▪ Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco
à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
▪ Resíduos não perigosos
o PRINCIPAIS INSTRUMENTOS
▪ Planos de Resíduos Sólidos;
▪ Sistemas de Logística Reversa;
▪ Coleta seletiva;
▪ Acordos setoriais.
18
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▪ elaborado mediante processo de mobilização e participação social, incluindo a realização de audiências e
consultas públicas
▪ CONTEÚDO MÍNIMO
- diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos;
- proposição de metas de redução, reutilização, reciclagem;
- metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;
▪ Municípios com menos de 20.000 habitantes o plano municipal terá conteúdo simplificado.
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▪ OBSERVAÇÃO
- Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é CONDIÇÃO para o Distrito Federal e os Municípios
terem ACESSO A RECURSOS DA UNIÃO,
- destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos,
- ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para
tal finalidade.
- Pode estar inserido no plano de saneamento básico, desde que respeitado o conteúdo mínimo exigido.
▪ Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos NÃO EXIME o Município ou o Distrito Federal do
licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações integrantes do serviço
público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
▪ Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos NÃO EXIME o Município ou o Distrito Federal do
licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações integrantes do serviço
público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
- as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do
Sisnama;
- os responsáveis pelos terminais e outras instalações como portos, aeroportos, terminais alfandegários,
rodoviários e ferroviários e as empresas de transporte;
- os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente do Sisnama, do SNVS ou do
Suasa.
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reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
adequada.
▪ Aplica-se aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de determinados produtos (Relacionado,
em regra, ao setor privado)
▪ Consiste na garantia de retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço
público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.
▪ Produtos que se submetem ao sistema de logística reversa (Lista pode ser ampliada: produtos em embalagens
plásticas, metálicas ou de vidro)
I.agrotóxicos, seus resíduos e embalagens;
II.pilhas e baterias;
III.pneus;
IV.óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V.lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI.produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
▪ Veja que se trata de um sistema que cria um mecanismo de retorno do produto (logística reversa) e que é após o
uso do consumidor (responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto: note abaixo a participação de
cada personagem no sistema)
▪ fabricantes e importadores: destinação ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens reunidos ou
devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada.
▪ comerciantes e distribuidores: devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens.
▪ consumidor: devolução aos comerciantes e distribuidores
▪ titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólido: coleta seletiva
▪ OBSERVAÇÃO
- TITULAR DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDO (em regra não tem
obrigação no sistema de logística reversa, mas pode se encarregar disso; contudo, possui obrigação de cuidar do
resíduo sólido urbano;):
- Se for encarregado de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes nos sistemas de logística reversa dos produtos e embalagens: deverão ser remuneradas, na forma
previamente acordada entre as partes
- Veja que será remunerado quando fizer “algo a mais” do que sua obrigação (de limpeza urbana e cuidado com
o resíduo sólido urbano – pela PNSB): se tiver conduta de logística reversa deve ser remunerado
- ex. limpeza de uma garrafa pet que foi jogada na rua pelos moradores (está atuando no seu dever com a limpeza
urbana);
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➢ DAS PROIBIÇÕES
o PROIBIDAS A DESTINAÇÃO OU DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS OU REJEITOS
▪ lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
▪ lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;
▪ queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade; (a
queima em céu aberto, licenciada, , pode ocorrer)
▪ Outras formas vedadas pelo poder público.
o OBSERVAÇÃO
▪ É proibida a importação de:
- resíduos sólidos perigosos e rejeitos,
- resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade
vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.
- Lembre-se do julgado do STF que vedou a importação de pneus
➢ QUESTÕES DE CONCURSOS
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RJ Prova: VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto8
Para evitar a poluição por Resíduos Sólidos, é correto afirmar:
a) cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, estabelecer sistema de coleta seletiva.
b) sem prejuízo das obrigações estabelecidas no plano de gerenciamento de resíduos sólidos, os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes não têm responsabilidade na divulgação de informações relativas às
formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a seus respectivos produtos.
c) os comerciantes e distribuidores deverão dar destinação final ambientalmente adequada a produtos e
embalagens reunidos ou devolvidos pelos consumidores do sistema de logística reversa.
d) todos os participantes dos sistemas de logística reversa, sem exceção, manterão atualizadas e disponíveis, ao
órgão municipal competente e a outras autoridades, informações completas sobre a realização das ações sob sua
responsabilidade.
e) os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de pilhas e baterias são obrigados a estruturar e
implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, no caso
de não haver o serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.
8
Resposta A
22
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Ano: 2019, Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor Substituto Assinale a
alternativa correta, nos termos da Lei n. 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos): 9
A) Considera-se área contaminada o local cujos responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou
individualizáveis.
B) Considera-se logística reversa a produção e consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades das
atuais gerações e permitir melhores condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento
das necessidades das gerações futuras.
C) Considera-se destinação final ambientalmente adequada a distribuição ordenada de rejeitos em aterros,
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos.
D) Considera-se reutilização o processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos,
observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS
e do Suasa.
E) Consideram-se geradores de resíduos sólidos as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que
geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo.
Ano: 2019 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Vespertina10
Dentre as obrigações do titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos previstas
pela Legislação Federal, no âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, estão o
estabelecimento de coleta seletiva e a que consiste em dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos
e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
• Certo
• Errado
Ano: 2018 Banca: MPE-BA Órgão: MPE-BA Prova: MPE-BA - 2018 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos “tem alcance para além do âmbito ambiental, abrangendo também o social,
o cultural, o econômico, o tecnológico e o de saúde pública. O resíduo deve ser visto como um bem capaz de gerar
trabalho e renda e de promover a cidadania, segundo o princípio da visão sistêmica, o qual impõe às pessoas físicas
ou jurídicas, públicas ou privadas geradoras de resíduo sólido o respeito e a observância dos valores sociais e da
dignidade da pessoa humana”. (CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, 2014, p. 8)
9
Resposta E
10
CERTO
23
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Acerca da Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que “institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos” e do Decreto
nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, que a regulamenta, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e
com F as falsas11.
( ) Dentre os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, está prevista a articulação entre as diferentes esferas
do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão
integrada de resíduos sólidos.
( ) Para que sejam cumpridos os objetivos previstos na Política Nacional dos Resíduos Sólidos, o Município deve
integrar os catadores efetivamente na gestão compartilhada, sendo dispensável licitação para a contratação de
cooperativas ou associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, em todo o processo e etapas da
gestão.
( ) No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, é facultado ao titular dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos estabelecer sistema de coleta seletiva, sendo obrigatória,
no entanto, a disposição final ambientalmente adequada dos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
( ) O poder público poderá instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender, prioritariamente, as
iniciativas de implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou outras formas
de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, formadas por pessoas físicas de baixa renda.
( ) Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre o Poder Público e os fabricantes,
importadores, distribuidores ou comerciantes, visando à implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo
de vida de determinados produtos, podendo participar de sua elaboração as cooperativas ou outras formas de
associações de catadores de materiais recicláveis ou reutilizáveis.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é
A) V F V F V
B) V F V V F
C) V V F V V
D) F V F V V
11
Resposta C
12
Resposta B
24
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de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), bem como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de
resíduos, consoante o estabelecido nesta Lei.
b) A elaboração e a implementação pelos Estados de planos microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos de
regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, em consonância com o previsto no parágrafo 1 o do artigo 17 da
Lei, poderá dar-se com a participação dos Municípios envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das
prerrogativas a cargo dos Municípios previstas por esta Lei.
c) O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado mediante processo de mobilização e participação social,
incluindo a realização de audiências e consultas públicas.
d) A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para os Estados
terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à
gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de
crédito ou fomento para tal finalidade.
e) A existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não exime o Município ou o Distrito Federal
do licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações operacionais integrantes
do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão competente do Sistema Nacional
do Meio Ambiente (SISNAMA).
13
Resposta C
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Vanessa Ferrari
Direito Ambiental
Aula 8
ROTEIRO DE AULA
➢ MATÉRIA DISCIPLINADA
o Decreto nº 2.519/1998 - Convenção de Biodiversidade
o Decreto nº 5.705/2006 - Protocolo de Cartagena
o Lei nº 11.105/05 - Lei de Biossegurança
o Lei nº 13.123/15 - Lei de acesso ao patrimônio genético e acesso ao conhecimento tradicional associado
1
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o OBJETO
▪ Estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre diversos empregos de OGM (organismo
geneticamente modificado) e seus derivados, como:
- Cultivo, produção, manipulação;
- Transporte, transferência, importação, exportação, armazenamento;
- Pesquisa, comércio, consumo, liberação e descarte. (destinação)
o DIRETRIZES
▪ O estímulo ao AVANÇO CIENTÍFICO na área de biossegurança e biotecnologia;
▪ A PROTEÇÃO à vida e à saúde humana, animal e vegetal;
▪ A observância do PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO para a proteção do meio ambiente.
o CONCEITO DE OGM
▪ Organismo cujo material genético – ADN/ARN tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia
genética.
▪ FINALIDADE
- Favorecer determinada característica (introdução de benefícios, como o barateamento de produção, melhora
na produção, etc.)
- EXEMPLOS: tornar resistente à doença; tolerância à herbicida; aumento de tamanho.
2
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o NÃO SE APLICA A LEI DE BIOSSEGURANÇA
▪ Quando a modificação genética for obtida por meio das seguintes técnicas, DESDE QUE NÃO IMPLIQUEM A
UTILIZAÇÃO DE OGM COMO RECEPTOR OU DOADOR:
- mutagênese;
- formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal;
- fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos
tradicionais de cultivo;
- autoclonagem de organismos não-patogênicos que se processe de maneira natural.
▪ obs. lembre-se que a fiscalização, quando envolver OGM, é do Poder Público (art. 225 CF)
▪ ATIVIDADE DE PESQUISA DE OGM E SEUS DERIVADOS
- realizada em laboratório, regime de contenção ou campo,
- parte do processo de obtenção de OGM e seus derivados ou de avaliação da biossegurança,
- no âmbito experimental: a construção, o cultivo, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a
exportação, o armazenamento, a liberação no meio ambiente e o descarte de OGM e seus derivados.
▪ VEDAÇÃO
- As atividades e projetos são vedados a pessoas físicas
❖ em atuação autônoma e independente, ainda que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro
com pessoas jurídicas.
❖ Interessados deverão requerer autorização à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio
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▪ PENALIDADE
- CORRESPONSABILIDADE pelos efeitos decorrentes do descumprimento
o ATIVIDADES PROIBIDAS
▪ Implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro de seu acompanhamento individual;
▪ Engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN/ARN natural ou recombinante, realizado em
desacordo com as normas previstas nesta Lei;
▪ Engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano
- Alteração genética no espermatozoide ou no óvulo
- Modificação de embrião para sexo específico, ou características especiais
▪ Clonagem humana;
▪ Destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em desacordo com as normas estabelecidas
pela CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização;
▪ A utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o licenciamento de tecnologias genéticas de
restrição do uso.
- TECNOLOGIAS GENÉTICAS DE RESTRIÇÃO DO USO: Qualquer processo de intervenção humana para geração ou
multiplicação de plantas geneticamente modificadas para produzir estruturas reprodutivas estéreis, bem como
qualquer forma de manipulação genética que vise à ativação ou desativação de genes relacionados à fertilidade
das plantas por indutores químicos externos.
▪ Liberação no meio ambiente de OGM ou seus derivados, no âmbito de atividades de pesquisa, sem a decisão
técnica favorável da CTNBio e, nos casos de liberação comercial, sem o parecer técnico favorável da CTNBio, ou
sem o licenciamento do órgão ou entidade ambiental responsável, quando a CTNBio considerar a atividade como
potencialmente causadora de degradação ambiental, ou sem a aprovação do Conselho Nacional de Biossegurança
– CNBS, quando o processo tenha sido avocado;
o PRINCIPAIS ÓRGÃOS
▪ CNBS – CONSELHO NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA
▪ CTNBIO – CONSELHO TÉCNICO NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA
▪ SIB – SISTEMA DE INFORMAÇÕES EM BIOSSEGURANÇA
▪ CIBIO - COMISSÃO INTERNA DE BIOSSEGURANÇA
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▪ Órgão de assessoramento superior do Presidente da República para a formulação e implementação da Política
Nacional de Biossegurança – PNB.
▪ COMPETÊNCIA
- fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e entidades federais com competências sobre
a matéria;
- analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade socioeconômicas e do
interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados;
- avocar e decidir, em última e definitiva instância, com base em manifestação da CTNBio e, quando julgar
necessário, dos órgãos e entidades referidos no art. 16 desta Lei, no âmbito de suas competências, sobre os
processos relativos a atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus derivados;
▪ DECISÃO DA CTNBIO
- A decisão técnica da CTNBio vincula os demais órgãos e entidades da administração
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- Deverá conter resumo de sua fundamentação técnica, explicitar as medidas de segurança e restrições ao uso do
OGM e seus derivados e considerar as particularidades das diferentes regiões do País, com o objetivo de orientar
e subsidiar os órgãos e entidades de registro e fiscalização
- As pessoas físicas ou jurídicas envolvidas em qualquer das fases do processo de produção agrícola,
comercialização ou transporte de produto geneticamente modificado que tenham obtido a liberação para uso
comercial estão dispensadas de apresentação do CQB - Certificado de Qualidade em Biossegurança e
constituição de CIBio – Comissão Interna de Biossegurança, salvo decisão em contrário da CTNBio.
- A CTNBio poderá realizar audiências públicas, garantida participação da sociedade civil.
- Em casos de liberação comercial, audiência pública poderá ser requerida por partes interessadas, incluindo-se
entre estas organizações da sociedade civil que comprovem interesse relacionado à matéria. (veja que difere do
EPIA, já que nesse caso, não precisa demonstrar o interesse para realizar audiência pública)
o LICENCIAMENTO AMBIENTAL
▪ Quando CTNBio deliberar que o OGM é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente.
▪ CTNBio delibera, em última e definitiva instância, sobre os casos em que a atividade é potencial ou efetivamente
causadora de degradação ambiental, bem como sobre a necessidade do licenciamento ambiental.
▪ As autorizações e registros estarão vinculados à decisão técnica da CTNBio correspondente, sendo vedadas
exigências técnicas que extrapolem as condições estabelecidas naquela decisão, nos aspectos relacionados à
biossegurança.
▪ Em caso de divergência quanto à decisão técnica da CTNBio sobre a liberação comercial de OGM e derivados, os
órgãos e entidades de registro e fiscalização, no âmbito de suas competências, poderão apresentar recurso ao
CNBS, no prazo de até 30 (trinta) dias, a contar da data de publicação da decisão técnica da CTNBio.
6
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▪ Veja que não é possível, em relação ao tema de biossegurança, trazer exigências que não foram contempladas
pelas CTNBio
o CÉLULAS-TRONCO
▪ permitida, para fins de pesquisa e terapia,
▪ utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e
não utilizados
▪ CONDIÇÕES
i. sejam embriões inviáveis;
ii. sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na
data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
- Gravidez natural – não pode utilizar
- APENAS obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro
- “CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DE BIOSSEGURANCA. IMPUGNAÇÃO EM
BLOCO DO ART. 5º DA LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005 (LEI DE BIOSSEGURANCA). PESQUISAS COM
CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DIREITO À VIDA. CONSITUCIONALIDADE DO
USO DE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS EM PESQUISAS CIENTÍFICAS PARA FINS TERAPÊUTICOS.
DESCARACTERIZAÇÃO DO ABORTO. NORMAS CONSTITUCIONAIS CONFORMADORAS DO DIREITO FUNDAMENTAL
A UMA VIDA DIGNA, QUE PASSA PELO DIREITO À SAÚDE E AO PLANEJAMENTO FAMILIAR. DESCABIMENTO DE
UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE INTERPRETAÇÃO CONFORME PARA ADITAR À LEI DE BIOSSEGURANCA CONTROLES
DESNECESSÁRIOS QUE IMPLICAM RESTRIÇÕES ÀS PESQUISAS E TERAPIAS POR ELA VISADAS. IMPROCEDÊNCIA
TOTAL DA AÇÃO. I - O CONHECIMENTO CIENTÍFICO, A CONCEITUAÇÃO JURÍDICA DE CÉLULAS-TRONCO
EMBRIONÁRIAS E SEUS REFLEXOS NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DA LEI DE BIOSSEGURANCA. (STF -
ADI: 3510 DF, Relator: Min. AYRES BRITTO, Data de Julgamento: 29/05/2008, Tribunal Pleno)”
o QUESTÕES DE CONCURSO
▪ 2016 MPE-SC MPE-SC Promotor de Justiça1
Estabelece a Lei n. 11.105/05 (Biossegurança), que ela não se aplica, mesmo quando impliquem a utilização de
Organismos Geneticamente Modificados (OGM) como receptor ou doador, quando a modificação genética for
obtida por meio das seguintes técnicas: mutagênese; formação e utilização de células somáticas de hibridoma
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ERRADO
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animal e fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida mediante métodos
tradicionais de cultivo.
• RECURSOS MINERAIS
➢ EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS
o ATIVIDADE DE GRANDE IMPACTO AMBIENTAL X ATIVIDADE DE GRANDE RELEVÂNCIA ECONÔMICA
o GRANDE IMPACTO AMBIENTAL
▪ desmatamento
▪ obras de solo
▪ relacionadas às ações de escavação
▪ desmonte
▪ rebaixamento de lençol
▪ transporte e bota fora de animais
▪ construção de drenagens, estradas e praças de trabalho
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ALTERNATIVA E
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▪ fios elétricos (cobre e plástico [derivado do petróleo]);
▪ lâmpadas (quartzo e alumínio),
▪ ferragens (ferro, alumínio, cobre e zinco);
▪ vidros (quartzo, calcário);
▪ louças sanitárias (cobre, ferro, alumínio, níquel, cobalto, argila, calcário);
▪ azulejos, cerâmicas e porcelanatos (argila, calcário, ardósia),
▪ tintas (derivados do petróleo, calcário);
▪ pias (mármore, granito, ferro, níquel e cobalto);
➢ DIPLOMAS
o CF/88 - Art. 176 “Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à
União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.”
o Decreto Lei nº 227/67 (Código de Mineração) alterações da MP 790/2017 decaíram
o Lei 13.540/17 - Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (conversão da MP 789/2017)
o Lei 13.575/17 – Criou a Agência Nacional de Mineração e extingue o Departamento Nacional de Produção Mineral
(conversão da MP 791/2017) (do ponto de vista da norma, não houve alteração, no DL 227/67, ainda fazendo menção
ao DNPM; mas deve considerar a ANM)
o Lei nº 7.805/89 (Criou o regime de permissão de lavra garimpeira)
➢ PROPRIEDADE
o Bens da União, inclusive os do subsolo (art. 20, IX, CF)
o “Art. 1.230 do CC - A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais
de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais.”
o Garante-se ao concessionário a propriedade do produto da lavra (art. 176, CF)
o Garante-se ao proprietário do solo o direito à participação nos resultados da lavra (art. 11, “b” do DL 227/67).
➢ MONÓPOLIO DA UNIÃO
o Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluido -
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V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais
nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser
autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição
Federal.
➢ CONCEITOS
o Obs.: DIFERENÇA de jazida e mina
▪ Decorre da condição de ser explorada ou não
o JAZIDA
▪ Considera-se jazida toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou existente
no interior da terra, e que tenha valor econômico;
o MINA
▪ Considera-se mina, a jazida em lavra, ainda que suspensa.
▪ MINA MANIFESTADA, a em lavra, ainda que transitoriamente suspensa;
▪ MINA CONCEDIDA, quando o direito de lavra é outorgado pelo Ministro de Estado de Minas e Energia.
➢ REGIME DE APROVEITAMENTO
o A pesquisa e a lavra DEPENDE de:
▪ autorização ou concessão da União, no interesse nacional,
▪ por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País.
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plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa
exploração.
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o Os trabalhos necessários à pesquisa serão executados sob a responsabilidade profissional de engenheiro de
minas, ou de geólogo, habilitado ao exercício da profissão.
o Os trabalhos de pesquisa ou lavra que causarem danos ao meio ambiente são passíveis de suspensão temporária
ou definitiva.
o Titular é obrigado a iniciar os trabalhos dentro de 60 (sessenta dias)
o Titular é obrigado a não interromper os trabalhos, sem justificativa, por mais de três meses consecutivos, ou por
120 dias acumulados e não consecutivos.
o Prazo de validade da autorização:
▪ 1 a 3 anos, a critério do DNPM, de acordo com as características da área e da pesquisa mineral objetivada,
admitida uma única prorrogação.
o Encerrada a pesquisa
▪ Titular da autorização deverá entregar um relatório circunstanciado dos trabalhos à aprovação do DNPM.
▪ Quando ficar demostrada a existência de jazida, será aprovado o relatório.
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➢ CONCESSÃO DE LAVRA
o AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA é obrigatoriamente precedente à CONCESSÃO DA LAVRA.
o JAZIDA JÁ DEVERÁ ESTAR PESQUISADA,
o Relatório aprovado pelo DNPM (na prática é a ANM, em virtude da alteração da lei)
o A área de lavra deverá ser adequada à condução técnico-econômica dos trabalhos de extração e beneficiamento.
o A concessão de lavra terá por título uma portaria assinada pelo Ministro de Estado de Minas e Energia.
o LAVRA
▪ Lavra é o conjunto de operações coordenadas, objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a
extração das substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficiamento.
▪ Não há restrições quanto ao número de concessões outorgadas a uma mesma empresa.
▪ A concessão de lavra terá por título uma portaria assinada pelo Ministro de Estado de Minas e Energia.
▪ Quantas concessões pode ter a mesma empresa?
- Não há restrições quanto ao número de concessões outorgadas a uma mesma empresa.
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o O Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM estabelecerá as áreas de garimpagem, levando em
consideração a ocorrência de bem mineral garimpável, o interesse do setor mineral e as razões de ordem social e
ambiental.
o A outorga da permissão de lavra garimpeira depende de prévio licenciamento ambiental concedido pelo órgão
ambiental competente. (Sempre que houver possibilidade de significativo impacto ambiental, deverá existir o
licenciamento; a própria CF reconhece que toda exploração mineral gera impacto significo ao meio ambiente;
portanto, sempre será necessário o licenciamento, seja para pesquisar, lavrar ou permissão de lavra garimpeira)
o A permissão de lavra garimpeira será outorgada pelo Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção
Mineral - DNPM, que regulará, mediante portaria, o respectivo procedimento para habilitação.
➢ LICENCIAMENTO AMBIENTAL
o Exploração mineral é extremamente impactante ao meio ambiente.
o Todas as vezes que tivermos desenvolvimento de obras causadoras de significativa degradação ambiental será
preciso o estudo prévio de impacto ambiental e licenciamento ambiental.
o LICENCIAMENTO AMBIENTAL = procedimento administrativo - art. 10 da Lei 6938/81: Art. 10. A construção,
instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva
ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de
prévio licenciamento ambiental
o EPIA/RIMA = art. 225, § 1º, IV da CF.: EPIA/RIMA – obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação ambiental (art. 225, § 1º, IV da CF)
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➢ QUESTÕES DE CONCURSO
o 2010 MPE-MG Promotor de Justiça3
Em relação ao regime jurídico da utilização dos recursos minerais, considere as seguintes proposições
I. A permissão de lavra garimpeira pelo Departamento Nacional de Produção Mineral depende de prévio
licenciamento ambiental concedido pelos órgãos ambientais competentes.
II. A lei proíbe a realização de trabalhos de extração de ouro ou diamante, dentre outras substâncias minerais, sem
a competente permissão, concessão ou licença.
III. O beneficiamento de ouro, diamante e outros minérios em lagos, rios e quaisquer correntes de água só poderá
ser realizado se de acordo com solução técnica aprovada pelos órgãos competentes.
IV. A área explorada pelo garimpeiro deve ser recuperada, nos termos da permissão ou determinação do órgão
competente, sob pena de responsabilidade criminal.
Marque a opção CORRETA.
a) I e II estão corretas.
b) I, III e IV estão corretas.
c) II e III estão corretas.
d) III e IV estão corretas.
e) Todas estão corretas.
• DIREITO URBANÍSTICO
➢ Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
➢ Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é
o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.
➢ Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é
o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
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ALTERNATIVA E
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§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais.
➢ ESTATUTO DA CIDADE
o Lei 10.257/2001 - Regulamenta os art. 182 e 183 da CF/88
▪ Art. 1º Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será aplicado o
previsto nesta Lei.
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem
pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do
bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
o Cidades sustentáveis
▪ Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento
ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes
e futuras gerações;
▪ Estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV): um não compensa o
outro; são conteúdos e objetivos específico e se complementam
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▪ Instituto jurídico e político:
-parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
- Desapropriação
- usucapião especial de imóvel urbano;
- direito de preempção;
▪ Plano diretor
- A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor,
- O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão
urbana.
- O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo.
- Revisão a cada dez anos.
- OBRIGATÓRIO PARA CIDADES
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no §4º do art. 182 da
Constituição Federal;
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de
âmbito regional ou nacional.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de
grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.
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▪ Desapropriação com pagamento em títulos
- Após cinco anos de IPTU progressivo, pode o Município desapropriar
- Indenização: títulos da dívida pública no prazo de até 10 anos
▪ Direito de preempção
- Direito de preferência do Município para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação entre particulares
- Lei municipal delimita área e fixa prazo de até 5 anos, renovável por 1 ano após decurso
- Cabe para as áreas destinadas à:
I – regularização fundiária;
II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;
III – constituição de reserva fundiária;
IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental;
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico;
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III – uso e ocupação do solo;
IV – valorização imobiliária;
V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI – ventilação e iluminação;
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
➢ QUESTÕES DE CONCURSOS
o Provas: MPE-SP- 2019 – MPE-SP – Promotor de Justiça Substituto4
O Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV), que constitui um dos instrumentos da política urbana, deve
contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da
população residente na área e suas proximidades e deve contemplar a análise de várias questões indicadas na
legislação específica.
Dentre elas, não se inclui:
a) equipamentos urbanos e comunitários.
b) adensamento populacional.
c) uso e ocupação do solo.
d) desvalorização imobiliária.
e) geração de tráfego e demanda por transporte público.
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ALTERNATIVA D
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ALTERNATIVA C
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o Provas: CESPE - 2012 - TJ-BA - Juiz 6
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ALTERNATIVA C
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ALTERNATIVA B
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