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I Simpósio Internacional Multidisciplinar das Humanidades

Brasil/Moçambique - 2023

COMUNIDADES TRADICIONAIS EM PERSPECTIVA: A PROPOSTA DO


SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO RIO DE
JANEIRO FRENTE AO SISTEMA NACIONAL

Ronaldo Joaquim da Silveira Lobão1


Inara da Silva Juvita2

RESUMO
No presente artigo, pretendemos abordar as concepções da relação entre a sociedade e a natureza,
tendo como ponto de observação a dissociação entre estas no que diz respeito ao campo normativo. Desse
modo, em uma visão supostamente pragmática, sociedade e natureza são apartadas, como consequência,
surgem instrumentos normativos que, em muitos momentos, se afastam de garantir o direito de permanência
das comunidades tradicionais, na medida em que não identificam nitidamente a importância de tais
comunidades ao ecossistema e história local. Contudo, dada a multiplicidade de normas, é possível que
convivam normas de interpretações diferentes e específicas, como exemplo, as propostas pelo projeto do
Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), em tramitação na ALERJ, no Projeto de Lei nº
2.455/2020. Nesse sentido, a Lei nº 9.985/2000, Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
será cotejada com o PL para compreender como poderiam ser interpretadas as formas de permanência das
comunidades tradicionais nos seus lugares tradicionais, cujas significações se encontram em constantes
sociações de conflitos socioambientais.

Palavras-chave: Comunidades Tradicionais; permanência; interpretação.

INTRODUÇÃO
As relações entre sociedade e natureza são vistas de várias formas, havendo perspectivas
atreladas ao desenvolvimento econômico que utilizam uma linguagem meramente de recursos
naturais, em outra ponta, há quem atrele à natureza às espiritualidades, à metafísica, às relações
sociais peculiares de determinado lugar, à manifestação de identidade, enfim, uma série de fatores.
No presente Estado Democrático de Direito, as interpretações das mencionadas relações - no
campo legiferante e jurídico - são articuladas de maneira a serem encontradas diversas

1
Doutor em Antropologia, professor vinculado ao Instituto de Estudos sobre Administração Institucional de Confli-
tos da Universidade Federal Fluminense (InEAC/UFF). Professor Associado da Universidade Federal Fluminense,
e-mail: ronaldolobao@yahoo.com.br.
2
Mestranda no Programa de Pós-graduação em Sociologia e Direito, da Universidade Federal Fluminense (PPGSD-
UFF). E-mail: inara.juvita@id.uff.br.
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contradições de ordem teórica e prática. Desse modo, as decisões e atos normativos ora são
instrumento de propulsão das reivindicações das comunidades tradicionais, garantindo direitos
fundamentais, ora servem à manutenção de práticas e mentalidades3 que afastam grupos
historicamente subjugados.
Sendo assim, as normas estão inerentes a uma lógica de comunicação e conhecimento, no
qual o direito - enquanto conjunto de estruturas-estruturantes e estruturas-estruturadas - constrói a
realidade (BOURDIEU, 1989). Ao mesmo tempo, na elaboração e interpretação de normas são
conferidas aberturas de tradução ou, em uma análise de sistema, o sistema jurídico traduz os fatos,
os espaços e os seres para a sua linguagem, ainda que de modo ficcional e desconectada com a
dinâmica empírica das sociações (SIMMEL, 1983).
Contudo, tanto a análise estrutural do direito – enquanto estrutura-estruturada e estrutura-
estruturante (BOURDIEU, 1989) – leva-nos a pensar qual seria o sistema simbólico de estruturas
do sistema normativo brasileiro e, ao mesmo tempo, refletir acerca de quais agentes ou discussões
acumuladas permitem a redução da complexidade do mundo empírico ao enquadramento jurídico,
ou seja, de que modo o fato será subsumido pelo sistema jurídico.
Assim, neste artigo, nossa proposta é discutir a estruturação da proposição legislativa do
Sistema Estadual de Unidades de Conservação enquanto ação de elaboração, ou reconhecimento,
de novas mentalidades dentro de um mesmo sistema simbólico.

A FORMAÇÃO DE UM ARCABOUÇO SOCIAMBIENTAL GARANTIDOR DO


DIREITO DE PERMANÊNCIA DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS: DO SNUC AO
SEUC/RJ
Nossa principal proposta neste artigo é conceituar a existência de um conjunto normativo
favorável à permanência das comunidades tradicionais, tendo no horizonte uma superação de um
histórico atrelado ao direito ambiental tecnicista – que afasta as realidades culturais e sociais dos
recursos naturais, impondo características universais e atemporais (VASQUES, 2022, p. 191) -

3
Usamos o conceito de mentalidade como correspondendo a um complexo de valores circulantes em determinado
espaço e tempo, capaz de se constituir como um tecido conectivo e relativamente permanente, conforme sugerido
por Paolo Grossi (2006).
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para que seja formulado um sistema normativo socioambiental capaz formar campos
interdisciplinares, atentos à dimensão empírica e construído a partir da interlocução participativa
e horizontal entre os sujeitos. Partimos, assim, da análise de uma crítica ao Sistema de Unidades
de Conservação (SNUC) e da possibilidade de um reposicionamento dos povos e comunidades
tradicionais na legislação socioambiental, conforme proposto do Projeto de Lei nº 2.455/2020, que
criará o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC/RJ).
Vale salientar que o projeto de lei do SEUC/RJ engloba dispositivos sobre florestas, caça,
pesca, fauna, conservação da natureza, dos recursos minerais, proteção do meio ambiente
(BRASIL, 1998). No entanto, neste artigo discutiremos apenas – contrastivamente – as diferenças
propostas em relação ao SNUC (Lei 9.985/200) no tratamento dos direitos dos povos e
comunidades tradicionais, buscando um equilíbrio entre a proteção ambiental e os direitos
culturais, em outras palavras, rompendo com a dicotomia natureza versus cultura.
Já foi conceituado que o SNUC tem disposições que buscam se acoplar de forma errônea
ao conceito de desenvolvimento sustentável. Faz isso ao se projetar para futuro, tendo como norte
uma concepção de natureza objetiva, cabendo “aos cientistas conhecer e conservar o
funcionamento dos ecossistemas. Neste sentido, toda interferência humana pode prejudicar o
equilíbrio das leis naturais” (MARANHÃO, 2018, p. 37). Por outro lado, o SEUC/RJ, se volta a
uma acepção holística, não separando as interações humanas das da natureza, tampouco
concebendo esta apenas como recursos naturais.
Retomando brevemente uma análise histórica, o sistema normativo brasileiro é fechado à
proteção dos direitos ambientais reduzindo estes à separação entre cultura e natureza, tendo como
horizonte a manutenção de recursos naturais preciosos e o controle de atividades exploratórias,
apresentando poucas aberturas ao real protagonismo de comunidades indígenas, quilombolas e
tradicionais. Tal trajetória está de acordo com um sistema de isolamento e separação da natureza
em recursos naturais, tendo sido criados, por exemplo, diferentes códigos com finalidades de
regulação de atividades de exploração de recursos naturais, como as leis concernentes aos Código
de Águas, Código de Mineração, Código Florestal etc.
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Com efeito, foi a partir do processo de redemocratização, a partir da inclusão do meio


ambiente equilibrado, direito cultural, direitos indígenas no texto constitucional que se pôde
conferir maior visibilidade aos pleitos dos movimentos sociais de reivindicações socioambientais
e culturais, como exemplo, a partir dos movimentos sociais e culturais atrelados à “Aliança dos
povos da Floresta”:
A consolidação democrática no país passou a dar à sociedade civil um amplo
espaço de mobilização e articulação, que resultou em alianças políticas
estratégicas entre o movimento social e ambientalista. Na Amazônia brasileira, a
articulação entre povos indígenas e populações tradicionais, com o apoio de
aliados nacionais e internacionais, levou ao surgimento da “Aliança dos Povos da
Floresta”: um dos marcos do Socioambientalismo. (SANTILLI, 2005, p. 12)

Entretanto, ao mesmo tempo que se ampliavam os horizontes de participação dos


movimentos sociais atrelados ao socioambientalismo, as formas de manejo e de gestão das áreas
ambientalmente protegidas e de lugares ocupados por comunidades tradicionais – principalmente,
nos espaços de grande interesse econômico turístico, de empreendimentos de mineração e de
grandes grupos econômicos – foram alvo de grande influência do que Ronaldo Lobão denominou
de projetismo, na medida em que o resultado já estava de antemão estabelecido, por uma
antecipação do futuro, mediante metas e significações dadas para alcançar tais metas (2006, p.
238). Dessa forma, a mentalidade desenvolvimentista - escamoteada para alguns ou flagrante para
outros - impôs a modernização das tecnologias em prol de uma compatibilização entre as metas
sociais, econômicas e ambientais, forçando a obtenção de vantagens econômicas e de lógica de
mercado nas relações entre a humanidade e a natureza:
Há, no lado do desenvolvimento, uma ruptura radical com o conceito de
progresso do iluminismo kantiano, de um tempo linear vinculado ao passado que
se realiza no futuro. Na nova vertente “socioambiental”, o desenvolvimento
pretende inaugurar um novo modelo, pautado por uma nova racionalidade, ditada
pelo conceito de sustentabilidade. Entretanto, entre nós o conceito surgiu como
“desenvolvimento sustentado”, mantendo laços com o presente e com o passado.
Foi, logo a seguir, substituído por “desenvolvimento sustentável”, rompendo com
o passado e lançando seu alcance para o futuro. Tal temporalidade estaria mais
de acordo com o documento que o sustentou, o Relatório Brundtland, de 1988,
apesar de não ter apresentado uma “sistematização conceitual”. (LOBÃO, 2006,
p. 46).
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Embora houvesse emendas que buscassem um horizonte socioambiental, a redação


final do SNUC teve caráter preservacionista e coadunado com a pauta de desenvolvimento
sustentável e compatibilização da mentalidade lucrativa - a despeito da existência de comunidades
tradicionais, que possuem forte relação com o lugar enquanto espaço identitário e histórico
(AUGÉ, 2004) – como se depreende, a princípio, da literalidade do art. 42, que prevê a saída
destas:

Art. 42. As populações tradicionais residentes em unidades de conservação nas


quais sua permanência não seja permitida serão indenizadas ou compensadas
pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo Poder Público, em
local e condições acordados entre as partes. (BRASIL, 2000).

Nacionalmente, a legislação brasileira carece de uma consolidação ou de uma


orientação socioambiental ampla, no sentido, inclusive de revogar disposições desfavoráveis às
comunidades tradicionais, igualmente, apta a conferir a multiplicidade de comunidades
tradicionais, suas relações com os lugares, voltado, assim, à permanência destas - e não uma
homogeneização e universalização do manejo das áreas ambientalmente protegidas. Em situação
de predominância de orientação universalista, são ensejados obstáculos e imposições às
comunidades tradicionais, decorrentes do negligenciamento das diversidades fáticos das
comunidades, do mesmo modo se originam diversos conflitos socioambientais, que por sua vez
dão origem a desgastes emocionais e até intervenções físicas nas comunidades tradicionais
(VASQUES, 2022). Caso concreto em que o plano legislativo obstaculizou a permanência das
comunidades tradicionais é o histórico da Comunidade Tradicional do Sítio das Jaqueiras, cujos
moradores que já permaneciam no lugar há mais de um século, tiveram sua permanência ameaçada
– além de conflitos também atrelados a uma visão equivocada de “natureza intocada” (DIEGUES,
2008) ou ainda de favelização (NASCIMENTO, 2019 p. 19) - em razão de estarem em uma área
de criação de uma proteção integral4:

4
No livro “Cosmologia Política do Neocolonialismo”, Ronaldo Lobão (2010) explica que o conflito se iniciou em
1992, quando um grupo de moradores do acesso ao Morro fez uma queixa no Ministério Público Estadual, contra a
construção de duas mansões na encosta. A partir desta denúncia se seguiu procedimento de apuração de construções
irregulares e uma ação civil que deflagrou os acontecimentos. Nesta ação do Ministério Público a ré foi a Prefeitura
de Niterói. Na encosta estaria ocorrendo um crime de negligência por esta permitir a moradia de pessoas, em área de
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Havia, no entanto, uma ressalva, pois com a aprovação do SNUC, criavamse duas
grandes categorias para as unidades de conservação da natureza, as Unidades de
Proteção Integral e as Unidades de Uso Sustentável, esta primeira categoria mais
restritiva, permite somente o uso indireto dos recursos naturais. O Morro das
Andorinha, enquanto um parque estadual, estaria dentro da categoria de Unidade
de Proteção Integral, que de acordo com o SNUC significava a eventual remoção
da família. (SINCLAIR, 2019, p. 96).

No contexto descrito, a partir da articulação de diversos órgãos e acompanhamento do


conflito pelo Grupo de Inovação e Pesquisa Empírica no Direito (GIPED-UFF), igualmente,
ocorrendo o fortalecimento da comunidade tradicional, fora criada a Associação da Comunidade
Tradicional do Morro das Andorinhas (ACOTMA), a fim de que esta pudesse ensejar um diálogo
com mais paridade frente às ameaças externas à permanência da comunidade. Assim, ao longo das
tratativas, foi elaborado o Termo de Acordo Socioambiental (TAS), com intuito de garantir a
permanência da comunidade tradicional no Parque Estadual da Serra da Tiririca, unidade de
preservação integral estadual.

Nesse sentido, ainda que avanços tenham sido obtidos no que se refere às comunidades
tradicionais, quilombolas e povos indígenas, e.g. com a vigência do Decreto nº 6.040/20075 e
Decreto nº 4.887/20036, a ausência de instrumentos legais que expressamente reconhecessem sua
importância, garantindo plenamente sua permanência nos lugares, forma um arcabouço legal que,
por vezes é manejado em desfavor das comunidades tradicionais, sob pretextos de favelização, de
ocupações irregulares e congêneres. Nessa toada, são ensejados conflitos caracterizados de
intratáveis, na medida em que sua “tratabilidade” é dificultada por diferentes percepções dos
envolvidos sobre um mesmo objeto ou questão ou situação fática, pela multiplicidade de agentes

proteção ambiental. Em 1995, atendendo às pressões do Ministério Público, a Prefeitura intimou alguns moradores do
topo do morro, “invasores de área de preservação permanente”, promover a demolição de suas casas em um prazo de
trinta dias.
5
Decreto nº 6.040/2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades
Tradicionais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm. Acesso em 07 ago.
2023.
6
Decreto nº 4.887/2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação
e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos. http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/decreto/2003/d4887.htm. Acesso em 07 ago. 2023.
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envolvidos, dando origem a um processo longo que teria não uma solução, mas uma aptidão de
aceitação mútua decorrentes de recortes e especificidades (LOBÃO, 2006, p. 164).

A título exemplificativo, vale citar novamente o conflito relativo à permanência da


Comunidade Tradicional do Morro das Andorinhas. Com efeito, sob a ótica de preservação de
áreas ambientais, é estranho – no sentido de se criar uma ficção normativa alheia da realidade
empírica e da justiça social - que justamente comunidades tradicionais, povos indígenas e grupos
quilombolas - ou seja, sujeitos que contribuíram para o ecossistema - não sejam colocados no
centro, ao passo que existem possibilidades de formulação de políticas retributivas premiais7.
Nesse contexto, torna-se fundamental impulsionar propostas integradoras e participativas, em que
os atores não sejam percebidos apenas sob uma perspectiva omissiva (VASQUES; LOBÃO,
2018).

Portanto, diante de uma trajetória normativa de características predominantemente


voltado ao desenvolvimento sustentável, o qual isola cultura, relações históricas de desigualdade
e natureza – concebida, assim, como recurso – importa considerar, ainda que as demandas
internacionais forçaram a adoção de manuais e medidas exógenas (MARANHÃO, 2018, p. 67) -
por vezes até de compreensão restrita a pequenos grupos e afastada da maior parte da população,
e.g. utilização de créditos de carbono.

No âmbito estadual, a possibilidade de elaborar um sistema de unidades de conservação


que dê ouvidos às reivindicações e formulações das comunidades tradicionais, levando em
consideração diversas formas de se criar, reproduzir, significar os espaços - os quais sob esta ótica
se tornam lugares - é fundamental. Nesse contexto, a norma reconheceria o fato de que as
comunidades tradicionais possuem sua cultura a partir da ocupação do lugar em que dão
características singulares. A permanência no lugar cujo significado detém as características de
identitário, histórico e relacional (AUGÉ, 1994, p. 73).

7
O princípio que conduz a reagir a uma determinada conduta com um prêmio ou uma pena é o princípio retributivo
(Vergeltung)” (KELSEN, 1998).
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Com efeito, propostas de normas socioambientais e culturais como o SEUC/RJ são


cruciais não somente para possibilitar meios estruturante que possam garantir os direitos das
comunidades tradicionais, como também para permitir uma compreensão e ampliação do horizonte
cognitivo, no que se refere à relação entre a humanidade e os lugares desta.

O Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC/RJ): ampliação da atuação das


comunidades tradicionais, tramitação do projeto de lei e desafios

O Projeto de Lei nº 2.455/2020, SEUC/RJ, em tramitação, de autoria do deputado estadual


Carlos Minc8, foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça a partir de substitutivos9
apresentados pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente, de relatoria do deputado estadual
Flavio Serafini10. Em sua trajetória, o PL relativo ao SEUC/RJ teve entrada em abril de 2020,
pertencendo, inicialmente, à legislatura de início em fevereiro de 2019 a janeiro de 2023.
Entretanto, o Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (1990),
no seu art. 89, parágrafo único, prevê a possibilidade de desarquivamento da proposição legislativa
(PL) por meio de requerimento do autor da PL ou de dez Deputados, “dentro de cento e oitenta
dias da primeira sessão legislativa ordinária da Legislatura subsequente, retomando a tramitação
desde o estágio em que se encontrava”, o que fora realizado pelo autor Carlos Minc, em fevereiro
de 2023, a fim de que fosse conferido o prosseguimento do PL.

8
Acesso ao perfil institucional do deputado estadual Carlos Minc, presente no sítio eletrônico da Assembleia Legis-
lativa do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.alerj.rj.gov.br/Deputados/PerfilDeputado/310?Le-
gislatura=20. Acesso em 07 ago. 2023.
9
Os Substitutivos são emendas que alteram substancialmente as proposições e só podem ser apresentadas por co-
missões com a assinatura da maioria absoluta de seus membros. Sempre que apresentado Substitutivo por outras co-
missões que não a de Constituição e Justiça, o Projeto voltará a esta comissão que se pronunciará quanto a constitu-
cionalidade ou não do Substitutivo. Não serão aceitas emendas, subemendas ou Substitutivos que não tenham relaci-
onamento imediato com a matéria da proposição principal (ALERJ, 2023). Disponível em:
http://www3.alerj.rj.gov.br/lotus_notes/default.asp?id=1. Acesso em 10 jul. 2023.
10
Acesso ao perfil institucional do deputado estadual Flavio Serafini, presente no sítio eletrônico da Assembleia Le-
gislativa do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.alerj.rj.gov.br/Deputados/PerfilDepu-
tado/400?Legislatura=20. Acesso em 07 ago. 2023.
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Cumpre verificar que a PL retorna no estágio em que se encontrava, de modo que o


SEUC/RJ fora encaminhado à Comissão de Turismo, cujo último andamento se deu em fevereiro
de 202311:

Imagem 1: Tramitação da PL nº 2.455/2020, SEUC/RJ, no dia 08 de agosto de 2023.

O texto substitutivo apresentado pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente, a partir do


diálogo interinstitucional, contando, por exemplo, com o Grupo de Inovação e Pesquisa Empírica
no Direito (GIPED-UFF)12, apresenta dispositivos importantes à permanência e atuação das
comunidades tradicionais. Como exemplo, antes do substitutivo da Comissão de Defesa do Meio
Ambiente (CDMA), os objetivos do SEUC/RJ garantiam a permanência de comunidades
tradicionais reconhecidas legalmente, o que encerraria por obstaculizar o acesso de grupos que
poderiam ser vistos como irregulares. Veja o inciso XVI, art. 4º, Projeto de Lei nº 2.455/2020,
com as emendas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes das modificações da CDMA13:

11
Disponível em: Projeto de Lei (alerj.rj.gov.br). Acesso em 07 ago. 2023.
12
13
Disponível em:
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Art. 4º. Os seguintes princípios guiarão o gerenciamento do SEUC: (...) XVI - A


garantia da permanência das comunidades tradicionais, reconhecidas legalmente,
nos limites de Unidades Estaduais de Conservação, de Proteção Integral, a partir
do estabelecimento de termos de compromisso entre o órgão gestor das Unidades
de Conservação Estaduais e essas comunidades, com base em estudos
interdisciplinares e regulamentação específica.

Posteriormente, a CDMA verificou que a CCJ realizou alterações quanto à espécie


normativa, entendendo que se tratava de Lei Complementar, além disso, elaborou modificações
elementares à característica participativa e de garantia do direito de permanência das comunidades
tradicionais. Veja, e.g., o art. 4º, em que se prevê os objetivos da lei14:

Art. 4°. O SEUC tem os seguintes objetivos: (...) XIV - assegurar os direitos
territoriais visando conservar a sociobiodiversidade, garantindo a permanência
dos povos ou comunidades tradicionais em seus respectivos territórios, através,
dentre outros mecanismos, da regularização fundiária, e da garantia do acesso aos
recursos naturais necessários à reprodução social destes grupos. (RIO DE
JANEIRO, 2020).

A partir disso, outras disposições denotam o caráter socioambiental que trazem pontos
de abertura cognitiva e normativa, com aptidão de possibilitar movimentação que aproxima a
realidade empírica do texto normativo, em detrimento de uma concepção dogmática de exclusão
e de manutenção de uma ordem violadora de direitos. Desse modo, a norma elaborada propulsiona
o apoio institucional e superação de um quadro de marginalização (HOLZLEITHNER, 2016). Ao
mesmo tempo, proporciona um caráter utópico, não porque seria idealizado ou inatingível,
entretanto, em decorrência de permitir que as comunidades tradicionais possam ter instrumentos
formais que garantam sua permanência e condições, nesse ínterim, condições fáticas de
permanecerem, transformando a dominação, a marginalização e por vezes até uma concepção de

http://aler-
jln1.alerj.rj.gov.br/scpro1923.nsf/e00a7c3c8652b69a83256cca00646ee5/3ca50db8fc6cd5710325855900688274?Op
enDocument. Acesso em 07 ago. 2023.
14
Disponível em: http://aler-
jln1.alerj.rj.gov.br/scpro1923.nsf/e00a7c3c8652b69a83256cca00646ee5/6dcba9972ee1f057032586c5005316c2?Ope
nDocument. Acesso em 07 ago. 2023.
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tutela ou de incapacidade das suas potencialidades, para que o campo se torne móvel, paritário
(ALLEN, 2015).
Além disso, a perspectiva do SEUC/RJ, concernente às comunidades tradicionais, está
coadunado aos preceitos constitucionais de reconhecimento dos grupos formadores da nação,
respeitando, ainda, os modos de fazer, viver produzir. Atrelada a consonância constitucional, estão
reformulações de estruturas-estruturadas (BOURDIEU, 1989), com potencialidades de oferecer
alternativas ou pontos de inflexões, em detrimento de concepções universalistas e
preservacionistas, isto é, de cunho tecnicista ou voltadas a um discurso aparente de
desenvolvimentismo sustentável. No PL da SEUC/RJ, à luz da perspectiva de propiciar a
participação das comunidades tradicionais, são previstas formas de diálogos horizontais aos
agentes institucionais e sujeitos envolvidos, gerando, pois, um arcabouço normativo que se
comunica e aproxima as realidades entre estes, ensejando novos sentidos e formas de se estruturar
os lugares:
Talvez, se considerarmos os sujeitos e suas várias formas de vida e maneiras de
se relacionarem com o entorno, seja possível pensar vias alternativas, que não
partam de uma dimensão comum produzida de modo heterônomo, mas da
diversidade imanente à dimensão ética dos Direitos Humanos. E que, desse modo,
não seja necessário mobilizar o medo, em uma retórica apocalíptica, como meio
para conquistar adesão. (VASQUES, 2022, p. 191).

Por conseguinte, o SEUC/RJ tem a possibilidade de trazer aplicabilidade a novos


conceitos que se aproximam da realidade, buscando garantir a participação de comunidades que,
historicamente, são colocadas à margem das decisões sobre os lugares em que ocupam.
Primordialmente, empiricamente se pode verificar resultados e sociações favoráveis ao equilíbrio
dos ecossistemas como um todo, considerando múltiplos fatores, quais sejam, regionais, sociais,
geográficos, atrelados à cultura, fauna e flora.
Com efeito, a formação de arcabouço legal de permanência das comunidades tradicionais,
assim como, a participação e o protagonismo destas nos procedimentos deliberativos e normativos
são fatores inerentes à proteção constitucional destas comunidades, no que diz respeito ao direito
se constituírem, de terem reconhecimento acerca do seu lugar, de significações relevantes à
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memória, à formação da sociedade brasileira, aos modos de fazer, criar15. De forma similar e sob
outra lente, estão também acertadas no que se refere às metas da Organização das Nações Unidas
(ONU), e.g. redução de desigualdades, cidades e comunidades sustentáveis, ação contra a mudança
global do clima, vida terrestre, parcerias e meios de implementação16.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A princípio, importa compreender o direito como um campo em que se operacionaliza o


poder simbólico, por meio do qual se busca a estabelecer uma ordem - um sentido ao mundo - e,
por essa razão, caracterizando-se como um objeto de disputas (BOURDIEU, 1989).
Para compreensão acerca da trajetória do direito socioambiental e do campo de disputas
em que este se insere, tanto no âmbito legislativo, quanto judicial, considerando, ainda,
significações diferentes de diversos atores, o referencial teórico utilizado foram as obras de Juliana
Santilli (2005) e Ronaldo Lobão (2010), verificando que, na primeira autora, importa compreender
a dinâmica relacionada à tramitação e às discussões parlamentares relativas ao SNUC, já no
segundo as implicações empíricas acerca da utilização de mecanismos exógenos às linguagem e
significações das comunidades tradicionais, especialmente, em prol de uma agenda de diretrizes
internacionais que pouco se relacionavam ou se relacionam com o cotidiano das comunidades,
conjugando, analisando, ainda, os impactos de uma agenda preservacionista e voltada
predominantemente por metas e resultados, sobre as comunidades tradicionais.
Nesse sentido, importa verificar a tese de Tatiana Calandrino Maranhão (2018) sobre os
instrumentos normativos e de gestão do Parque Nacional da Serra dos Órgãos para a compreensão
acerca das reformulações das políticas ambientais, acepções conceituais e contextos sociais
atrelados a organização e implicações das áreas de proteção ambiental e restrição de atividades e
ocupações humana.

15
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individual-
mente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; (BRASIL,
1988).
16
Disponível em: https://portal.stf.jus.br/hotsites/agenda-2030/. Acesso em 09 ago. 2023.
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Ainda, como fundamento teórico de expansão dos horizontes de possibilidade, foram


utilizados os autores Allan Sinclair Haynes de Menezes (2019) – no que se refere à compreensão
de instrumentos normativos e administrativos capazes de garantir a permanência das comunidades
tradicionais, trazendo, especialmente, o conflito que ensejou o Termo Compromisso Ambiental da
Comunidade Tradicional do Sítio das Jaqueiras – e Pedro Henrique Ramos Prado Vasques, a fim
de afastar concepções preservacionistas e discursos que não se aproximam da realidade e da
heterogeneidade, esta que se constitui inerente à vasta biodiversidade cultural, geográfica, etc.
Com efeito, em uma perspectiva ampliada – a fim de compreender o viés emancipatório
do direito enquanto elaboração de normas e políticas construídas por aqueles que foram ou ainda
são marginalizados - foi utilizado o texto de Elisabeth Holzleithner para compreender o direito e
o caminho legiferante não como únicos caminhos, mas como trajetos de reivindicações – haja vista
a capacidade do direito desconstrução de si, a partir da justiça (DERRIDA, 2007, p. 28), embora
seja evidente pela trajetória histórica que o direito tem seus limites. No caso, o SEUC/RJ como
um potencial instrumento de garantia do direito de permanência, de maior atuação e participação
das comunidades tradicionais no Estado do Rio de Janeiro.

RESULTADOS ALCANÇADOS

É inequívoco o potencial do SEUC/RJ, enquanto uma norma que pode não somente
regular as unidades de conservação, porém assim o fazer de modo a garantir o direito de
permanência de comunidades tradicionais, ainda, garantir maior participação da população por
meio da cultura e de mecanismos que não sejam exógenos ou simplesmente voltados à
compatibilização de lucratividade e de recursos.
Contudo, como se depreende da tramitação, que se encontra na sua segunda legislatura,
em virtude da relevância da norma e do regimento da ALERJ, há necessidade de se passar pelas
seguintes comissões: 01.:Constituição e Justiça 02.:Defesa do Meio Ambiente 03.:Saneamento
Ambiental 04.:Assuntos Municipais e de Desenvolvimento Regional 05.:Turismo 06.:Ciência e
Tecnologia 07.:Economia Indústria e Comércio 08.:Orçamento Finanças Fiscalização Financeira
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e Controle. Atualmente, o projeto está Comissão de Turismo, no qual foi aprovado com emendas,
precisando passar, portanto, por mais três comissões.
Além disso, a análise relativa à tramitação, levou à conclusão da imprescindibilidade de
frequente diálogo institucional entre os gabinetes dos deputados, a fim de que os textos sejam
aprovados. Nesse ínterim, é comum que haja o constante acompanhamento das pautas para que
estas estejam sob a atenção dos assessores, considerando, por oportuno, pautas emergenciais e
períodos entendidos, pelas pessoas que operacionalizam o cotidiano da ALERJ, como
desfavorável.
Analiticamente, o SEUC/RJ dispõe sobre ferramentas importantes ao direito de
permanência das comunidades tradicionais, como as áreas de permanência cultural, turismo de
base comunitária e o instrumento denominado de Termo de Compromisso e Acordo
Socioambiental17 entre órgão gestor, comunidades e suas entidades representativas, com base em
estudos interdisciplinares e regulamentação específica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com intuito de catalisar, impulsionar e promover as políticas socioambientais voltadas a


conjugações coerentes com a história e com a realidade brasileira, especificamente, fluminense,
considerando a desigualdade brasileira estrutural (SCHWARCZ, 2019), importa utilizar
ferramentas e orientações críticas à colonialidade e às formas universais e abstratas de organização,
a partir da transmodernidade, cujo conceito propõe reconhecer a violência e a exploração inerentes
ao processo de modernização, para que seja possível ensejar uma “co-realização da solidariedade”
e de libertação de uma modernidade eurocêntrica (DUSSEL, 2005, p. 31); da descolonização da
sociedade (QUIJANO, 2005), a fim de que sejam debatidos os verdadeiros problemas do que seria
o sistema poder-saber no sistema normativo brasileiro, não os resolvendo de uma maneira parcial
e distorcida, a partir de modelos institucionais exógenos, por fim, a partir da possibilidade de se
considerar a educação e construção de referência de cunho sulear (CAMPOS, 1991). Tais

17
Art. 31 Fica o Poder Executivo Estadual autorizado a celebrar o Termo de Compromisso e Acordo Socioambiental
(TCAS) com povos e comunidades tradicionais cujos territórios se sobreponham às unidades de conservação.
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orientações são prementes à normatividade que parta das necessidades e reivindicações específicas
e heterogêneas das comunidades tradicionais, quilombolas, povos indígenas, presentes em áreas
urbanas ou rurais etc, sendo, portanto, o SEUC/RJ uma ferramenta factível de reconhecimento do
protagonismo das comunidades tradicionais, no que tange à manutenção e ao fortalecimento de
ecossistemas e da cultura, ademais, como meio de prever expressamente a participação horizontal
das comunidades tradicionais nas deliberações e debates acerca da utilização e organização dos
lugares em que atuam.

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