ANTROPOLOGIA CULTURAL

INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA CULTURAL

unidade 1

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INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA CULTURAL

SUMÁRIO

1 Introdução à Antropologia Cultural ..................................................................................................... 03

1.1 Introdução ............................................................................................................................................ 03

1.2 Definições Gerais ................................................................................................................................. 05

1.3 O Objetivo da Antropologia ............................................................................................................... 05

1.4 O Objetivo da Antropologia e suas Ramificações ............................................................................ 06

1.5 As Ramificações (Divisões) da Antropologia ................................................................................... 06

1.6 Conclusão ............................................................................................................................................. 07

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 07

GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................. 07

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INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA CULTURAL
Se propõe a investigar e responder
1. INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA CULTURAL questões sobre a existência humana

1.1 Introdução

Caro aluno e aluna, essa unidade nos proporcionará uma caminhada de descobertas as quais
nos impulsionarão a caminhos altamente significativos para compreendermos a dimensão do
conhecimento que encontramos na cultura. Ao mesmo tempo, verificaremos em que medida esse
conhecimento produzido nos toca e nos transforma enquanto indivíduos e sociedade. Por isso
mesmo quero convidá-lo(a) a uma jornada para dentro e outra para fora.

Para dentro é quando percebermos significados que nos orientam enquanto sujeitos da história.
Para fora, quando compreendermos as dimensões simbólicas do nosso interior expressas em nossa
jornada individual e no coletivo da sociedade.

O estudante atento aos fatos que o cercam, certamente levantará questões acerca do comportamento
humano e o que subjaz a toda gama de decisões que são tomadas nas instâncias políticas às quais
os povos se submetem.

Todo sistema religioso, político, econômico e social, de alguma maneira, foi construído por meio de
certa compreensão cultural, que fez convergir, para algum fato, alguma crença, ou ainda, para a
instituição de valores que são adotados e seguidos pela sociedade. As figuras a seguir exemplificam
tal percepção que os povos obtêm e sistematizam em ritos, culturas, crenças e sistemas éticos e
políticos:

A Antropologia auxilia o estudante de diversas áreas do conhecimento fornecendo-lhe ferramentas

para o trabalho que desempenhará nas instituições civis, religiosas e privadas e sociais.

Ao estudante da Administração e do curso de Ciências Contábeis, a antropologia poderá subsidiar

suas escolhas em determinados projetos de empresa com base nos movimentos sociais e culturais
de determinada cidade, estado ou nação. Cada situação local pressupõe perspectivas sociopolítica e

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cultural diferenciáveis. Por isso, a importância de
se estudar marketing, leis (sociais, ambientais,
culturais) que regem determinado contexto,
o tipo de desenvolvimento experimentado
pela população visada e as formas de negócio
próprias para contribuição social e econômica
onde o empreendimento está situado.
Ao estudante do Direito que preza pela
contribuição com a justiça por meio da operação
das ciências jurídicas, é altamente producente
a intersecção que se estabelece entre o direito
positivo e as construções ético-sociais. A
hermenêutica jurídica pode se servir dos fatos
que são produzidos pela cultura e, ao apreciá-
los, judiciar com bases amplamente subsidiadas.
As leis e todo o processo em que nascem têm
suas raízes nessa interação social estabelecida
e convencionada por meio de instrumentos
próprios onde se opera a justiça.
"Toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer
sobre o indivíduo uma coerção exterior"
Os fatos sociais, por exemplo, são mecanismos
úteis para a compreensão e a intervenção em
determinada área de segurança pública. A
criminalidade e suas razões, o cumprimento ou
não das normas (leis) estabelecidas podem ter
conexões diversas. A questão do acesso limitado
à educação e, consequentemente ao exercício
da cidadania já se mostraram prejuízos graves
que podem ser trabalhados com pesquisa
e intervenção. Dessa maneira, a violência
potencial e sua manifestação concreta poderão
ser estudadas e, a partir dos dados elencados
(estudo de campo), serem propostas medidas
de intervenção plausíveis. Por isso mesmo,
a Antropologia, quando inserida nas ações
jurídicas, podem ser articuladora de conexões
interpretativas de caráter mais ampliado.
O estudante de Teologia tem, na Antropologia,
uma ferramenta imprescindível. A teologia
que trata do estudo de Deus (ou da sua
manifestação/revelação ao humano na história)
terá na própria base da Revelação (as Escrituras
Sagradas) categorias próprias com as quais
poderão dialogar com as ciências antropológicas,
perfazendo assim discurso contextualizado
da fé em Deus e sua revelação. A narrativa
bíblica encontrada em Gn. 1, 26-27 aponta que
o humano foi criado a imagem e semelhança de
Deus.
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Assim, a antropologia que nasce da fé cristã
tem em sua base uma noção de humano que
extrapola ao campo biológico ou social somente;
e ainda concede à teologia um caráter ampliado
quando assume a transcendência humana e
seu consequente impacto nas transformações
que o humano pode operar para o bem da vida
individual e coletiva e vivência do espírito.
Nesse sentido, o mesmo texto bíblico pode ser
apelado quanto ao exercício da missão cristã.
O Cristo incumbe seus seguidores a fazerem
discípulos de todas as nações (Mt. 28.19). Sendo
cada povo portador de uma cultura com
símbolos próprios estabelecidos entre eles, aos
seguidores de Jesus, tornam-se necessárias
compreensões acuradas e interesse em se
aproximar e estabelecer comunicação eficaz
com as culturas alvo da missão. Assim, como
você mesmo já pôde perceber, a disciplina
Antropologia trará para o debate elementos dos
mais diversos.
Uma interdisciplinaridade se estabelece no
estudo da Antropologia na medida em que
temas são postos à baila das discussões. Quando
tratamos, por exemplo, do tema da colonização,
logo podem vir questões como: “Qual o papel
da economia nesse processo?” Ou; “O que de
justiça se estabelece ou deixa de ser feito em
tal contexto?” ou ainda mais; “Como a religião
participou do processo de colonização e como
ela auxilia as outras ciências – humanas, sociais
e naturais - na emancipação do sujeito e de
sociedades em geral?”.
O vídeo a seguir auxilia-nos em como a
multiplicidade de Outros é complexa e ao mesmo
tempo rica em sua manifestação.
Assista ao vídeo: Diversidade
(http://www.youtube.com/
watch?v=khNKDXdcj7w).
Dadas a tais dimensões que o estudo da
Antropologia abarca, precisaremos, em primeiro
lugar, situar-nos nesse importante campo do
saber, conceituando termos, definindo o objeto
de estudo e os objetivos da antropologia e quais
os campos de ramificação nos quais ela se
distribui.
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1.2 Definições Gerais
Torna-se oportuno aqui apontar o sentido da
palavra antropologia. Conforme nos explica
Marconi e Presotto (2001):
Etmologicamente, o termo
antropologia (antropos, homem;
logos, estudo) significa o estudo
do homem. Como ciência da
humanidade ele se preocupa em
conhecer cientificamente o ser
humano em sua totalidade, o que lhe
confere um tríplice aspecto: a) Ciência
social – propõe conhecer o homem
enquanto elemento integrante
de grupos organizados; b) Ciência
Humana – volta-se especificamente
para o homem como um todo:
sua história, suas crenças, usos e
costumes, filosofia, linguagem, etc.;
c) Ciência natural –ref.interessa-se
alma e ao corpo
pelo
conhecimento psicossomático do
homem e sua evolução. Relaciona-
se, assim, com as chamadas ciências
biológicas e culturais; as primeiras
visando o ser físico e as segundas o
ser cultural.
Consideremos aqui a definição de antropologia
por Ralph Linton (1987) que concorda com
Marconi e Presotto (2001). Para ele, “a
antropologia é comumente definida como o
estudo do homem e seus trabalhos. Assim
definida, deverá incluir algumas das ciências
naturais e todas as ciências sociais [...].” Isso
denota que o trabalho do antropólogo é algo
que acontece em estreita conexão com outras
áreas do saber.
Dessa maneira, a interdisciplinaridade torna-
se fecunda dado ao fato de que o humano,
enquanto ser complexo em sua estrutura bio-
psico-espiritual e social carece de estudos que
possibilitem visão integral e integradora da
humanidade. Uma lente ampliada – composta
de variados saberes – poderá assegurar maior
precisão ao objeto estudado, no caso o homem
e a cultura onde este vive.
Os gregos percebiam a antropologia dentro
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de um escopo em que compreendiam pelo
menos duas percepções: A primeira é que os
acontecimentos históricos eram fruto da ação
dos deuses para com os humanos. Aqui uma
percepção mítico-religiosa acerca dos fatos se
estabelece quando avaliam acontecimentos
históricos. Essa percepção pode ser encontrada
nas obras de Homero e Hesíodo. A segunda
percepção se deu com os filósofos pré-socráticos
que propunham a apreensão da realidade por
meio do processo de racionalização.
Com os romanos, destacam-se os poetas
Lucrécio e Tácito. Pesquisaram a arte, a história
das religiões e a origem das sociedades. O saber
antropológico, mesmo não sendo cientificamente
instituído até o Séc. XVIII se fez presente nas
discussões filosóficas anteriores.
A antropologia enquanto ciência surge por
volta do Sec. XVIII. Até então, os estudos acerca
do homem e de sua cultura baseavam nos
trabalhos produzidos por pessoas de áreas
diversas. Os cronistas, viajantes, soldados,
missionários e comerciantes, nas observações
que desenvolviam nas culturas visitadas
produziam descrições das quais se balizavam os
estudos acerca do homem.
Ainda assegura Linton que
a antropologia é uma das ciências mais
jovens e está apenas começando a dirigir-
se para a solução desses problemas. Seu
trabalho ainda se acha prejudicado pela
falta de técnicas adequadas e mesmo por
alguma confusão com relação aos seus
objetivos.
Sendo a antropologia o estudo do humano e da
cultura no qual ele habita, seu papel, embora
corroborado e servido pelas demais áreas do
saber, não perde de vista os objetivos, uma vez
que sua unidade de disciplina concentra-se no
estudo do homem e da cultura.
1.3 O objeto da Antropologia
Toda pesquisa científica possui seu objeto
a ser trabalhado. Tal objeto visa focalizar e
manter, no campo pesquisado, certa unidade
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 No ramo do estudo do
conhecimento.
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epistemológica. Em nosso caso, afirmamos que
a Antropologia como ciência também possui
seu objeto, ou seja, os campos específicos de
sua atuação e busca. De acordo com Marconi e
Presotto (2001),
o objeto da antropologia engloba as
formas físicas primitivas e atuais do
homem e suas manifestações culturais.
Interessa-se, preferencialmente,
pelos grupos simples, culturalmente
diferenciados, e também pelo
conhecimento de todas as sociedades
s\ formas escritas
humanas, letradas ou ágrafas, extintas
ou vivas, existentes nas várias regiões
da terra. Atribui-se ao antropólogo a
tarefa de proceder a generalizações,
formulando princípios explicativos
da formação e desenvolvimento das
sociedades e culturas humanas.
Quando se institui qual o objeto e,
consequentemente, se faz a pesquisa de campo,
os materiais encontrados são elencados e
colocados em comparação, de maneira que
se estabeleça relação entre um determinado
dado e outro, extraindo dali os princípios e as
formulações que expliquem determinada teoria.
Vejamos abaixo dois exemplos explicativos,
apresentados por Marconi e Presotto (2001):
EXEMPLO 1 – o estudo do homem fóssil,
suas mudanças evolutivas, sua anatomia
e suas produções culturais. Toda investi-
gação antropológica vale-se do método
comparativo em busca de respostas para
uma infinidade de porquês, na tentativa
de compreender as semelhanças e as di-
ferenças físicas, psíquicas, culturais e so-
ciais entre os grupos humanos.
EXEMPLO 2 – Brancos e negros; línguas
diversificadas, indumentária do índio e
do não índio, o culto ao sol e a presença
da pirâmide no Egito e nas civilizações
pré-colombianas, duas regiões muito
distanciadas geograficamente.
A medição dos dados recolhidos poderá ser
feita em laboratórios especializados, onde
serão depositados os materiais para posterior
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análise. Na ausência de laboratório, o trabalho
de campo também é realizado por aqueles
que acompanham as realidades in loco. Neste
caso, a pesquisa de campo experimentada
pelo antropólogo pode apresentar dados
mais subjetivos que aquela que acontece no
laboratório. Humano e todos os trabalhos q
este produz.
1.4 O objetivo da antropologia e suas
ramificações
As ciências modernas possuem caráter
especializado em cada área que pesquisa. Com
as mudanças nos campos político, econômico,
social e religioso, a modernidade inaugurou uma
forma de ver o mundo, as coisas, a vida e as
pessoas de modo fragmentado. Tais mudanças
alcançam também as ciências e com isso, cada
uma a seu turno, passou a afinar ainda mais a lente
observadora. Por um lado, há um ganho muito
importante: a profundidade com que se analisa
cada objeto é aumentada, dando ao pesquisador
maior compreensão do que se investiga. Por
outro lado, há uma perda significativa, na
medida em que as coisas passam a ser vistas
de modo fragmentário. A antropologia possui a
capacidade de interagir com as diversas formas
de investigação, pois tem uma visão integradora
do humano e sua cultura.
1.5 As ramificações (divisões) da Antropologia
Considerando que a Antropologia tem como
objeto o homem e a cultura, ela elege para si
dois grandes campos de estudos com objetivos
definidos, a saber, a antropologia física (ou
biológica) e a antropologia cultural. Marconi e
Presotto (2001) definem da seguinte maneira:
A Antropologia física ou biológica estuda
a natureza física do homem, procurando
conhecer suas origens e evolução, sua
estrutura anatômica, seus processos
fisiológicos, e as diferentes características
raciais das populações humanas, antigas
e modernas. Vincula-se assim às Ciências
Biológicas e Naturais, aproximando-se
intimamente da Zoologia, da Anatomia,
da fisiologia da Serologia da medicina,
etc.
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Por outro lado, nosso autor classifica a São Paulo: Atlas, 2001.
antropologia cultural da seguinte maneira:
Campo mais amplo da ciência
antropológica. Abrange o estudo do
homem como ser cultural, isto é, fazedor
de cultura. Investiga as culturas humanas
no tempo e no espaço, suas origens e
desenvolvimento, suas semelhanças e
diferenças. Todo foco de interesse voltado
para o conhecimento do comportamento
cultural humano, adquirindo por
aprendizado, analisando-o em todas as
suas dimensões.
1.6 Conclusão
Você pode perceber, neste estudo introdutório
da disciplina de Antropologia, que há muito
caminho a ser explorado e cultivado em nossa
jornada. Convido-o a fazer os exercícios que
o auxiliará no entendimento do conteúdo
proposto.
Para aguçar sua curiosidade do que abordaremos
nas próximas unidades, recomendo ver o
documentário no site a seguir. Tente extrair dele
aspectos de como o humano se organiza ao
longo do desenvolvimento da história.
Assista ao vídeo: Antropologia http://www.
youtube.com/watch?v=SQFvRd8OZzg.
Neste caminho, a disciplina de Antropologia
articulará, a partir da próxima unidade, a
Antropologia Cultural de modo mais específico,
dialogando com as demais áreas do saber,
focalizando nas dimensões que abarcam o
humano e a cultura onde este se situa.
Bons estudos!
REFERÊNCIAS
LINTON, Ralph. O homem: uma introdução à
antropologia. 12. Ed. São Paulo: Martins Fontes,
1987.
MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zélia
Maria Neves. Antropologia: uma introdução. 5. Ed.
nead.fbmg.edu.br / nead.tutoria@redebatista.edu.br / 3429-7256 ou 3429-7361
MATA, Roberto da. Relativizando: uma introdução
à antropologia social. 2. Ed. Petrópolis: Vozes,
1981.
GLOSSÁRIO
Direito Positivo: é direito escrito, gravado nas
Leis, Códigos e na Constituição Federal em
determinados países como (por o exemplo o
Brasil) que adotam este sistema. http://www.
dicionarioinformal.com.br/direito%20positivo/
Transcendência: Caráter do que está fora
do alcance de nossa ação ou até de nosso
pensamento. http://www.dicio.com.br/
transcendencia/
Interdisciplinaridade: Interdisciplinar: adj.m. e
adj.f. Que é próprio a duas ou mais disciplinas;
que se efetiva nas relações entre duas ou mais
disciplinas; comum a várias disciplinas. (Etm.
inter + disciplinar) http://www.dicio.com.br/
interdisciplinaridade/
Objeto estudado: É o problema central de
determinada área de pesquisa. Ou seja, dentro
de um conjunto maior de materiais encontrados,
há que se fazer a delimitação de qual deles será
utilizado na pesquisa. (Notas do autor)
Epistemológica: Epistemologia significa
ciência, conhecimento, é o estudo científico que
trata dos problemas relacionados com a crença
e o conhecimento, sua natureza e limitações.
http://www.significados.com.br/epistemologia/
In loco: Palavra de origem latina que significa
“no próprio local” ou “no lugar”. (Notas do autor)
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