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Direitos Fundamentais

Os direitos fundamentais são aqueles inerentes ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, ou seja, são
direitos protetivos, que garantem o mínimo necessário para que um individuo possa existir de forma digna
dentro da sociedade.

• Formal: refere-se aos direitos escritos (fisicamente) no capítulo dos


direitos fundamentais – passaram por um processo de aprovação.

Fundamentalidade: • Material: refere-se ao conteúdo – são direitos implícitos (não está escrito
em nenhum documento) – embora não estejam escritos são fundamentais
para a dignidade da pessoa humana.

Exemplo: direito de defesa, direito prestacionais e direito de participação.

• Subjetiva: diz que os direitos são pensados sob a perspectiva dos


indivíduos.
• Objetiva: são válidos do ponto de vista da comunidade, como
Dimensão: valores ou fins que esta se propõe a prosseguir, em grande medida
por meio da ação estatal.

• 1ª Geração: Direitos à Liberdade (individuais) – menor presença do


Geração (dimensões): Estado.
• 2ª Geração: Direito à Igualdade (social) – concretizam através de
Refere-se ao prestações, ações estatais.
contexto de • 3ª Geração: Direito a Solidariedade – preservação ao meio ambiente
surgimento de cada
direito.

• Vinculante: como os direitos fundamentais está em uma posição


hierárquica maior das normas jurídicas, esses direitos são capazes de
Eficácia iluminar e orientar as demais normas jurídicas de um Estado – vinculo de
agendas.
• Processual: Acesso à justiça
• Irradiante: Criação de novos direitos.

Os direitos fundamentais são destinados para todas as pessoas, isto é, a titularidade dos direitos
fundamentais é toda pessoa.

Proporcionalidade
• Adequação: o direito cumpre com a finalidade?
Proporcional em • Necessidade: essa ação é necessária? Viola direitos?
sentido estrito
Características dos Direitos Fundamentais
• Universalidade: alcançam todas as pessoas sem distinção, ou seja, deve proteger o maior número de
destinatários sem fazer qualquer distinção.
OBS: existe o problema do Multiculturalismo, então na prática a universalidade não “vale” para
todos – exemplo: Grupos Indígenas.

• Relatividade: entende-se que os direitos universais não são absolutos, já que podem ser relativizados
diante de situações e conflitos de interesses – alguns direitos podem entrar em choque.
Exemplo: liberdade de reunião para protestos apoiando a legalização de entorpecentes versus saúde
pública.

• Indisponibilidade (ou inalienabilidade): os direitos fundamentais não são de natureza patrimonial,


portanto, são intransferíveis e inegociáveis.

• Imprescritibilidade: Não deixam de existir pelo decurso do tempo.

• Historicidade: os direitos fundamentais são fruto de um processo histórico e estão em continua


construção.

Direito à Vida
O direito à vida não é apenas o direito de viver, mas sim ter uma vida com qualidade.
Proteção ao direito à vida refere-se a toda norma
constitucional que protege a integridade física e
moral do indivíduo
Art 5º, XLIX, CF – “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”.

O direito à vida é um direito absoluto?


NÃO POSSUI CARÁTER ABSOLUTO. Existem algumas restrições ao direito à vida, dentre elas estão:
• Pena de Morte: é permitido no Brasil em caso de guerra externa declarada.
• Legítima Defesa e Estado de necessidade: permitido o sacrifício da vida em caso de legitima
defesa e estado de necessidade (abater um avião se invadirem o espaço aéreo brasileiro).
• Aborto: autorização do aborto em hipóteses legais também configura em outra restrição do direito à
vida.

• Negativa: direito de não ter sua vida ceifada, quer por atos estatais ou por
Proteção: Perspectivas: atos particulares.
• Positiva: direito de ter uma vida digna, razão pela qual pressupões a
promoção de direitos de segunda geração tais como saúde, educação, etc.

Temas abordados em aula:


• Letalidade policial
• Encarceramento em massa
• Aborto
Direito à Liberdade
Constitui o direito de toda pessoa de organizar de acordo com a lei, sua vida individual e social conforme
suas próprias opções e convicções.
O direito à liberdade é configurado como um direito de primeira geração, isso é, teve seu surgimento com o
Estado liberal que foi fruto das revoluções burguesas e do iluminismo.
Nesse direito há uma menor participação do Estado, visto que uma das reivindicações da burguesia era a
menor entrada do Estado nas questões econômicas e sociais.

Quando a Constituição traz várias liberdades, ela


traz como uma forma de proteger o indivíduo
perante o Estado.

Liberdade de Ação
Previsto no Art 5º, II, CF – “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei”
Princípio da Legalidade: Apenas a lei pode restringir
aquilo que nós podemos ou não fazer.

• Legalidade para PARTICULARES: pode fazer qualquer coisa que não é


Princípio da Legalidade: proibido por lei.
• Legalidade para AUTORIDADES (agente público): pode fazer apenas
o que a lei manda ou permite – possui a missão de servir toda a
coletividade.

Liberdade de Locomoção
Art 5º, XV, CF – “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer, ou dele sair com seus bens”
Esse direito permite que as pessoas que estão em território nacional – tanto brasileiros quanto estrangeiros –
possuem a possibilidade de andar em vias públicas e frequentar espaços públicos de uso comum quando
desejarem, sendo uma espécie de poder praticável da população.
Enquanto locomoção entende-se como: circulação interna, permanência e saída do território.
Questões postas em aula: equipamentos urbanos, prisões de indivíduos específicos.

Liberdade de Manifestação do Pensamento e Expressão


Art 5º, IV, CF – “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”
A constituição diz que é direito do individuo de manifestar suas ideias, mas não pode ser feito em anônimo.

Liberdade de expressão: está diretamente ligado a


exteriorização, isto é, ter o direito de externalizar suas
ideias, ouvir, assistir e ler
A liberdade de expressão possui duas dimensões:
• Dimensão Individual: refere-se a ideia de que o individuo pode manifestar seu pensamento, desde
que não esteja no anonimato.
A ideia de não permitir que as pessoas se expressem no anonimato é para assegurar o direito de resposta – o
individuo pode se expressar publicamente, mas se ele ofender alguém essa pessoa está resguardada pelo
direito de resposta.
Direito de Resposta ( lei 13188/15): é o direito que o individuo tem de replicar ou de
pedir retificação em decorrência a uma ofensa a honra que foi veiculado e publicada em
algum veículo de comunicação.
O direito de resposta é para qualquer ofensa e proporcional ao agravo

• Dimensão Coletiva: é relacionado a liberdade de reunião (Art 5º, XVI, CF), onde todos os
indivíduos tem o direito de se reunir, desde que seja de forma pacífica, para fins lícitos, seja em
locais abertos ao público e tenha aviso prévio.
Tem, também, o direito a associação (Art 5º, XVII, CF) determina que somos livres para criar ou participar
de associações desde que seus fins seja, lícitos e que não tenha caráter paramilitar.

Agora, vamos falar da liberdade de expressão/pensamento voltada para a atividade intelectual, artística,
cientifica e comunicação.

• Intelectual
Liberdade de Expressão/Pensamento: • Artística
• Cientifica
• Comunicação

Essas liberdades independem de censura ou licença, ou seja, é assegurado aos indivíduos se expressarem de
forma intelectual, artística, cientifica e nos meios de comunicação, sendo assim o Estado não pode fazer nem
um tipo de censura ou exigir licença para realização dessas atividades.
Referente a censura, segundo o Art 220 parágrafo 2º é vedado qualquer tipo de censura seja de natureza
política, ideológica ou artística.

OBS: nenhum direito é absoluto, dessa forma existem limites para a liberdade de expressão são os discursos
de ódio, divulgar fake News.
O judiciário que decide os limites da liberdade de expressão, onde é preponderado a privacidade/intimidade,
a verdade e a relevância da informação.

Liberdade de Religião, Consciência, culto


Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Esse direito implica a
liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou
convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado.

Racismo religioso.
Direito à Igualdade
Direito fundamental de segunda geração, em que há mais presença estatal, uma vez que o Estado está
voltado para o social.
Art 5º, CF – “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade.”
Quando você trata todos da mesma forma é possível que encontre pessoas em que esse tratamento igual
produza alguma injustiça.

• Formal: é uma igualdade onde todos são tratados iguais perante a lei –
todo mundo é tratado da mesma forma – concepção mais liberal, onde
tenta evitar uma discriminação negativa.
Tipos de Igualdade
• Material: trata os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual,
isto é, cria mecanismos para atender indivíduos que sofrem com as
estruturas de dominação, que são substancialmente diferentes no quesito
de ter acesso aos bens da vida – concepção mais social, onde tenta
promover uma discriminação positiva.

As discriminações positivas ou ações afirmativas são políticas públicas de compensação social que são
dirigidas as minorias sociais.
Exemplos: Leis de Cotas, Lei Maria da Penha.
Para alcançar a igualdade é necessário que
as leis e políticas públicas sejam destinados
a um grupo especifico.

A Teoria do Impacto Diferencial requer reflexão sobre as estruturas de dominação

• Branquitude
• Cisheteropatriarcado
• Classe
Toda lei deve ser neutra?
NÃO, porque deve ser considerado as diferenças existentes no meio social de modo a alcançar a igualdade
material. Toda neutralidade ofusca as diferenças, que são estruturais, isto é, a neutralidade é um instrumento
de reforço das desigualdades estruturais.
Todas as estruturas de dominação estão interligadas para produzirem mais desigualdades – Avenidas
Identitárias: não tem como separar as matrizes de dominação, uma vez que estão interligadas e relacionadas.

Direitos da Personalidade
São direitos essências para a proteção da Dignidade da Pessoa Humana.
Direitos do Art
Previsto no código civil 5º são
É o campo do direito privado. chamados de
Direito Público.

São direitos que tratam dos direitos particulares, ou seja,


das relações entre as partes e suas vidas privadas.
Características dos Direitos da Personalidade
• Personalíssimos: Só pode ser “usado” pela própria pessoa.

• Absoluto: o titular do direito pode exigir que o Estado e comunidade respeite e que o Estado
promova tais direitos.

• Imprescritível: não é prescritível

• Extrapatrimonial: significa que os direitos da personalidade não comportam avaliação econômica.

• Intransmissível: não pode ser transmitido em vida ou após a morte.

• Irrenunciável: não pode ser renunciado.

OBS: os direitos da personalidade não são perpétuos, ou seja, acaba junto com a morte.

Direito ao Próprio Corpo


A integridade física é um direito da personalidade e, portanto, é indisponível e irrenunciável, por isso a
pessoa não pode dispor do seu corpo da forma que bem entender, porque a integridade física é tutelada pelo
Estado.
Art 13, código civil – “salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.”
A pessoa pode dispor do próprio corpo do jeito que bem entender, mas existe uma proibição:
• Quando ocorre a diminuição em caráter permanente da integridade física
• Quando contrariar os bons costumes.
Essa proibição é desconsiderada quando tem uma exigência médica, ou seja, quando for por exigência
médica o indivíduo pode dispor do seu corpo provocando uma diminuição permanente e contrariando os
bons costumes.
Exemplo: amputação de um membro por causa da diabetes ou a transgenitalização.
OBS: Para um indivíduo dispor de seu próprio corpo é necessário fazer uma avaliação e considerar
três fatores: duração, intensidade e finalidade.
Após a morte
Princípio do Consenso afirmativo: para que os órgãos de um individuo seja doado é necessário que o
individuo antes de morrer tenha expressado a vontade de ser doador de órgãos e as únicas pessoas que
podem liberar são as de até o 2º grau de parentesco.
OBS: Quando o corpo das pessoas não é identificado, NÃO É POSSÍVEL doar os órgãos ou o corpo
para estudos. – Filme M8

Questões:
• Liberdade de Crença e Tratamento – RES 2232/19: as pessoas tem o direito de respeitar os
preceitos da sua religião e negar um tratamento.
Exemplo: Testemunhas de Jeová – não fazem transfusão de sangue, quando eles vão fazer um tratamento
pode negar a transfusão de sangue respeitando a sua crença, logo os médicos procuram outras alternativas de
tratamento. Essa vontade só é sobreposta quando há risco de vida.

• Consentimento Informado: para a realização de quaisquer exames e tratamentos é necessário que


tenha o consentimento do individuo que sofrerá com o procedimento, uma vez que isso fere a
integridade física. Por isso é necessário ter a assinatura, quando o individuo está desacordado há a
autorização de um parentesco até do 2º.

• Exame de DNA: ninguém é obrigado a dispor de seu DNA para a realização de um exame, mas
quando é o caso de exame de paternidade, quando o sujeito nega a realização do exame o juiz já
entende que a paternidade é verdadeira.

• Transgenitalização – RES CFM 2265/19: a transgenitalização é permitida, uma vez que existe uma
exigência médica.

• Eutanásia x Ortotanásia

Eutanásia: antecipar a morte – quando se tem uma doença que não tem cura – vista como homicídio no
Brasil, uma vez que precisa ser feito uma conduta para auxiliar a morte.
Ortotanásia: morrer naturalmente – não fazer procedimentos invasivos para prolongar os dias de vida – é
permitido no Brasil o médico limitar ou suspender tratamentos, no caso de doença grave sem possibilidade
de cura, e a ofertar cuidados paliativos, desde que com consentimento do paciente ou seu representante
legal.

Na prática, no SUS não acontece dessa forma por causa


do sucateamento da saúde.

Direito ao Nome
Art 16/19
O nome é um direito da personalidade e, portanto, recebe a proteção do Estado.
Art 16, código civil – “toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.”
O nome não pode ser utilizado em publicações que exponham a pessoa a desprezo público e não se pode
utilizar o nome alheio em propaganda comercial.
Portanto, está incluso dentro do direito ao nome:
• Ter nome
• Intervir no nome – transgênero e quando o nome for constrangedor para o indivíduo.
• Impedir o uso indevido do nome
Dentro desse direito há proteção para o:
• Prenome
• Sobrenome
• Pseudônimo – exemplo: Xuxa, Pelé, Lula. (Art 19).
Direito de Imagem
Engloba a captação, reprodução e divulgação de imagem.
O direito de imagem é o direito assegurado a toda pessoa de ter sua imagem resguardada para que se
preserve a respeitabilidade e boa-fama, atrelando-se a questões como honra do sujeito.
Art 20 – “Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem
pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da
imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que
couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”
O direito a imagem é inalienável, isto é, não pode ser vendido ou cedido, mas pode ser disponível para seus
ascendentes ou descendentes por meio de uma licença para utilização.

Questões: Direito de imagem e:

• Personalidade pública
• Utilidade pública
• Fundamentalidade da imagem
• Herança Digital: exemplo – canal do youtube que continua monetizando mesmo após a morte,
pertence aos herdeiros.

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