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TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA

1. APRESENTAÇÃO
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, conceituada como Constituição Cidadã, o
Estado brasileiro, para administrar a coisa pública, foi compelido a exigir de suas Instituições um serviço
público de qualidade e eficiente.
De igual forma, as Polícias Militares passaram a buscar o desenvolvimento e e a modernização de
suas ações, visando cumprir com sua função constitucional.
Nesta vertente, a Lei nº. 9.099/95, Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, conferiu à
autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência, a possibilidade de confeccionar o Termo
Circunstanciado no local do fato ocorrido, com o compromisso de que posteriormente as partes se
apresentassem ao Juizado Especial Criminal.
Consequentemente, as Polícias Militares viram a possibilidade de evoluir em sua missão institucional
de policiamento ostensivo e preservação da ordem pública, progredindo na diminuição do tempo de resposta
e dos gastos públicos, além da melhoria do serviço prestado e na mediação dos conflitos sociais, em respeito
à dignidade da pessoa humana.
Estudaremos neste curso, os aspectos gerais do Termo Circunstanciado de Ocorrência, bem como os
procedimentos técnicos para sua confecção, visando aperfeiçoar os serviços prestados pela Polícia Militar de
Goiás. É um curso de aperfeiçoamento profissional com carga horária de 30h.

2. OBJETIVOS

2.1 Gerais
Transmitir os conhecimentos necessários aos Policiais Militares para a confecção do Termo
Circunstanciado de Ocorrência.
Apresentar os conceitos gerais e os procedimentos que auxiliam na compreensão e aprendizado sobre
o Termo Circunstanciado.

2.1 Específicos

Criar condições para que o Policial Militar amplie conhecimentos para:

2.1.1 Identificar as funções pertinentes ao encarregado da lavratura do TCO;


2.1.2 Reconhecer as variáveis legais inerentes a lavratura do TCO;
2.1.3 Desenvolver e exercitar habilidades para lavrar o TCO;
2.1.4 Fortalecer atitudes para lavrar o TCO dentro de uma conduta ética, pautada
pela importância deste procedimento.

COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR


Núcleo de Informática e Ensino a Distância do CAPM
Rua 252 nº 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO
CONTEÚDOS
 MÓDULO I - GENERALIDADES SOBRE A LEI 9.099/95
 Aula 1 - Generalidades sobre a Lei 9.099/95
 MÓDULO II - CONCEITO DE AUTORIDADE POLICIAL, ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA
MILITAR, DA POSIÇÃO DO STF E PGR SOBRE A MATÉRIA, PROVIMENTO N° 18/2015 DA
CORREGEDORIA-GERAL DO TJGO E BENEFÍCIOS DO TCO LAVRADO PELA PM
 Aula 1 - Conceito de autoridade policial;
 Aula 2 - Atribuições da Polícia Militar;
 Aula 3 - Da posição do STF e PGR sobre a matéria;
 Aula 4 - Provimento n° 18/2015 da Corregedoria-Geral do TJGO;
 Aula 5 - Benefícios do TCO lavrado pela PM.
 MÓDULO III - CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO,
QUESTÕES PONTUAIS E AÇÃO PENAL: PRINCIPAIS ESPÉCIES E CONSIDERAÇÕES
 Aula 1 – Conceito de infração penal de menor potencial ofensivo;
 Aula 2 – Questões pontuais;
 Aula 3 – Ação penal: principais espécies e considerações;
 MÓDULO IV - FORMULÁRIOS DO TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA E O
PAPEL DO GESTOR NA LAVRATURA DO TCO
 Aula 1 – Formulários do Termo Circunstanciado de Ocorrência;
 Aula 2 – O papel do gestor na lavratura do TCO.
 MÓDULO V - GUIA PRÁTICO
 Aula 1 - Guia prático

INSTRUÇÕES METODOLÓGICAS

Conteúdo apresentado pela plataforma de Ensino da Distância na qual o discente deverá efetivar a
leitura do material apresentado em módulos, realizar as atividades previstas no plano de tutoria, incluindo a
avaliação via sistema que exige aproveitamento mínimo de 70%, a fim de validar a aplicação da prova escrita
presencial referente ao conteúdo ministrado.
Trabalhar os aspectos procedimentais e atitudinais dando ênfase na análise crítica do conhecimento
produzido, visando à compreensão do Termo Circunstanciado de Ocorrência e suas fundamentações legais
vinculadas a Policia Militar do Estado de Goiás, através de aulas expositivas e estudo de textos pertinentes ao
tema.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Avaliação Online (Plataforma EaD)..............................................................................Após requisitos.


Verificação Única (Prova escrita presencial) ……........................................................ 02 horas aulas.

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MÓDULO I - GENERALIDADES SOBRE A LEI 9.099/95

Aula 1 - Generalidades sobre a Lei 9.099/95


No início da década de 1980, já se notava considerável acúmulo de processos no Poder
Judiciário. Isso ocorreu, dentre outros fatores, em virtude de uma cultura demandista de ações, que
não fomentava a conciliação e levava a apreciação do Poder Judiciário questões de menor relevância.
Com tal situação, o Poder Judiciário não conseguia garantir a adequada prestação jurisdicional
face ao excessivo número de processos.
Nesse contexto, surgiu a Lei 7.244 de 07 de novembro de 1984, que instituiu os denominados
“Juizados Especiais de Pequenas Causas”. A referida lei se aplicava aos casos do direito civil cuja
demanda fosse inferior a 20 salários mínimos. Conforme o artigo 2° da referida lei, o processo deveria
ser orientado pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade, buscando sempre que possível a conciliação das partes.
Inicialmente, os resultados foram bastante comemorados por juristas, dado o alívio
proporcionado às diversas varas cíveis que padeciam com a infinidade de processos para julgamento.
A incisiva busca pela conciliação prevista na lei permitiu um diálogo maior entre as partes
envolvidas, resultando, em boa parte dos casos, em acordo, o que deu significativa celeridade aos
processos. Contudo, restava ainda o mesmo alívio para as causas atinentes ao direito penal.
As tratativas para tal já se iniciaram tão logo se observou o êxito obtido com a lei dos Juizados
Especiais de Pequenas Causas, mas foi durante o processo legislativo da constituinte que a questão
foi melhor discutida.
O primeiro resultado de tais tratativas foi a inserção, na Constituição Federal de 1988, em seu
artigo 98, I, do seguinte:

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:


I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de
menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo,
mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses
previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes
de primeiro grau; (Grifo nosso). (BRASIL, 1988).

Dado o primeiro passo, qual seja, a previsão constitucional dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais, a etapa seguinte seria a edição de uma lei que regulamentasse a matéria.
Nesse diapasão é que surgiu a Lei 9.099 de 26 de setembro de 1995, que por sua vez, revogou
a Lei 7.244, de 7 de novembro de 1984. Agora, enfim, os Juizados Especiais passam a apreciar
também matérias relacionadas ao direito penal.

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Pelo artigo 60 da Lei 9.099/95, o Juizado Especial Criminal tem competência para a
conciliação, julgamento e execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, observando
ainda os institutos da transação penal, da composição dos danos civis e da suspensão condicional do
processo, classificados doutrinariamente como medidas despenalizadoras.

2.2 Princípios aplicáveis à Lei 9.099/95

Pois bem, antes de discutir sobre os princípios aplicáveis à Lei 9.099/95, convém buscar uma
definição do significado de princípios no direito. Assim, destaca-se a definição do renomado jurista
Miguel Reale, em sua obra Lições Preliminares de Direito (2003):

Princípios são enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e


orientam a compreensão do ordenamento jurídico, a aplicação e integração ou
mesmo para a elaboração de novas normas. São verdades fundantes de um
sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por
terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter
operacional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa
e da práxis. (REALE, 2003, p. 37).

Trazem a ideia de objetivos a serem alcançados por aquela norma, ou seja, o ideal pretendido,
a essência legislativa.
Analisando a Lei 9.099/95, temos em seu artigo 2° a seguinte previsão: “Art. 2º O processo
orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação”. (BRASIL, 1995).
Complementando o tema, o artigo 62, que está inserido no Capítulo III (que trata dos Juizados
Especiais Criminais), estabelece:

Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da


oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando,
sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação
de pena não privativa de liberdade. (BRASIL, 1995). (BRASIL, 1995).

Logo, depreende-se que os princípios que regem a Lei 9.099/95 são:

2.2.1 Oralidade

Não significa dizer que todos os atos do processo serão produzidos oralmente, mas sim que a
predominância se dará desta forma, alcançando assim a agilidade pretendida pela lei. Tal princípio se
comunica diretamente com diversos outros, como o da identidade física do juiz, o princípio da
concentração, do imediatismo e da irrecorribilidade.

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2.2.2 Simplicidade

Consiste em admitir eventuais supressões de atos que não gerem prejuízo às partes envolvidas,
concentrando os esforços naquilo que for essencial à prestação jurisdicional.

2.2.3 Informalidade

Por este princípio, que em nada se assemelha a ilegalidade e nem minimiza a importância da
ação do Poder Judiciário, os atos processuais não carecem de um formato pré-estabelecido,
“engessado”, o que possibilita às partes uma adequada discussão sobre a lide, e consequente
facilidade na decisão da demanda.

2.2.4 Economia Processual

A economia pretendida não se limita aos valores pecuniários envoltos nas ações judiciais, mas
também no emprego de recursos humanos e materiais que são requisitados, de onde abstrai-se que
quanto menos tempo durar até que se encontre a solução da demanda, maior será a economia
resultante.

2.2.5 Celeridade

É o cumprimento do mandamento constitucional de que a todos são assegurados a razoável


duração do processo, bem como os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Consiste, em
síntese, em dar solução à ação no prazo mais curto possível.

Embora não tenha sido elencado como um princípio, merece destaque a previsão existente no
artigo 2° da Lei 9.099/95, o que prevê que deve ser buscado, sempre que possível, a conciliação ou a
transação, ou, conforme especialmente trata o seu artigo 62, a reparação dos danos sofridos pela
vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.

2.3 Termo Circunstanciado de Ocorrência

O art. 69 da Lei 9099/95 trouxe a figura do Termo Circunstanciado de Ocorrência, nos


seguintes dizeres:

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará


termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor
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do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários.
Parágrafo único: Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso
de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (BRASIL,
1995).

O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) nada mais é que um relatório contendo a


qualificação dos envolvidos, qual foi a infração penal cometida, como se deram os fatos e as
circunstâncias e quais são os elementos de informações existentes.
Se o autor da infração penal assumir o compromisso de comparecimento em juízo, dispensa a
condução do infrator até uma Delegacia de Polícia.
As informações exigidas no Termo Circunstanciado de Ocorrência se assemelham
sobremaneira com as informações exigidas no Boletim de Ocorrência Policial Militar, com apenas
algumas peculiaridades que serão analisadas posteriormente.
O Termo Circunstanciado de Ocorrência, por ser um relatório circunstanciado, não possui
caráter investigativo.

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MÓDULO II - CONCEITO DE AUTORIDADE POLICIAL,
ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA MILITAR, DA POSIÇÃO DO STF E
PGR SOBRE A MATÉRIA, PROVIMENTO N° 18/2015 DA
CORREGEDORIA-GERAL DO TJGO E BENEFÍCIOS DO TCO
LAVRADO PELA PM
Aula 1 - Conceito de Autoridade Policial

Esse conceito é de fundamental importância para a compreensão da atribuição da Polícia


Militar na lavratura do TCO.

Analisando a Lei 9.099/95, temos o seguinte no seu artigo 69, caput:

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência


lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado,
com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames
periciais necessários. (Grifo nosso). (BRASIL, 1995).

Nota-se que a expressão “autoridade policial” aqui consignada, apresenta certa omissão, haja
vista que da forma que está inserida na norma, reflete uma generalidade, o que, pela relevância do
tema, não atinge a totalidade dos objetivos pretendidos pela lei.

Para suprir esse hiato, necessário se faz recorrer às fontes do direito, previstas no artigo 4° do
Decreto-Lei n° 4.657, de 4 de setembro de 1942, denominado de Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro, assim redigido: “Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. (BRASIL, 1942). Acrescente-se ao
citado artigo 4°, por já pacificado entendimento, a doutrina e a jurisprudência como fontes
secundárias do direito.

A Doutrina Penal Moderna menciona que são Fontes Formais Imediatas do Direito Penal, a
Lei, a Constituição Federal, os Tratados Internacionais de Direitos Humanos, a Jurisprudência, os
Princípios e os Atos Administrativos que complementam as normas penais em branco. Nesse sentido,
menciona que é Fonte Formal Mediata, a Doutrina.

As Fontes são instrumentos que auxiliam na exteriorização do direito, auxiliando-o na sua


compreensão.

Nesse sentido, é perfeitamente admissível a definição doutrinária e jurisprudencial do conceito


de autoridade policial pertinente à Lei 9.099/95.

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Sobre a atuação do Policial Militar no exercício da função, diversos doutrinadores, tanto no
direito administrativo quanto no direito penal, se posicionaram defendendo o seu reconhecimento
como autoridade policial para os fins da Lei 9.099/95.

Na obra Juizados Especiais Criminais, 4ª ed. São Paulo: RT, 2002, p. 109 – 110, Ada
Pellegrini Grinover, Antônio Magalhães Gomes Filho, Antônio Scarance Fernandes e Luiz Flávio
Gomes afirmam que:

Qualquer autoridade policial poderá ter conhecimento do fato que poderia


configurar, em tese, infração penal. Não somente as polícias federal e civil,
que têm função institucional de polícia judiciária da União e dos Estados (art.
144, § 1º, inc. IV e § 4º), mas também a polícia militar.
O legislador não quis – nem poderia – privar as polícias federal e civil das
funções de polícia judiciária e de apuração das infrações penais. Mas essa
atribuição – que só é privativa para a polícia federal, como se vê pelo
confronto entre o inc. IV do § 1º do art. 144 e seu § 4º - não impede que
qualquer outra autoridade policial, ao ter conhecimento do fato, tome as
providências indicadas no dispositivo, até porque o inquérito policial é
expressamente dispensado nesses casos. (GRINOVER et.al., 2002, p. 109 –
110).

Enfatizando os princípios buscados pela Lei 9.099/95, que visam, sobretudo, dar a adequada
resposta da Justiça no menor prazo possível, o Professor Damásio de Jesus, na obra Lei dos Juizados
Especiais Criminais Anotada, 5. ed., São Paulo: Saraiva, 2000, p. 36 afirma que:

Seria uma superposição de esforços e uma infringência à celeridade e


economia processual sugerir que o Policial Militar, tendo lavrado o respectivo
talão de ocorrência, fosse obrigado a encaminhá-lo para o Distrito Policial,
repartição cujo trabalho se quis aliviar, a fim de que o Delegado, após um
período variável de tempo, repetisse idêntico relato, em outro formulário,
denominado boletim de ocorrência. O Policial Militar perderia tempo, tendo
de se deslocar inutilmente ao Distrito. O Delegado de Polícia passaria a
desempenhar a supérflua função de repetir registros em outro formulário. O
Juizado não teria conhecimento imediato do fato. (JESUS, 2000, p. 36).

Não tem sido diferente o posicionamento de diversos tribunais espalhados pelo Brasil,
conforme exposto a seguir:

O Conselho Superior da Magistratura de São Paulo por intermédio do


Provimento 806/2003, que consolidou as Normas relativas aos Juizados
Informais de Conciliação, Juizados Especiais Cíveis e Criminais e Juizados
Criminais com ofício específico no Estado de São Paulo diz que:
4.1. A autoridade policial, ao tomar conhecimento da ocorrência, lavrará
termo circunstanciado, que encaminhará imediatamente ao Juizado e,
considerando a peculiaridade de cada caso, determinar que as partes
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compareçam, de pronto ou em prazo determinado pelo Juízo, ao Juizado
Especial.
4.1.1. Considera-se autoridade policial, apta a tomar conhecimento da
ocorrência e a lavrar termo circunstanciado, o agente do Poder Público,
investido legalmente para intervir na vida da pessoa natural, que atue
no policiamento ostensivo ou investigatório. (SÃO PAULO, 2003).

Seguindo a mesma linha, a Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de


Goiás emitiu o provimento nº 18, de 15 de julho de 2015, que autoriza os juízes dos juizados Especiais
e Comarcas do Estado a receberem os Termos Circunstanciados lavrados por Policiais Militares e
policiais rodoviários federais.

Ainda que haja uma unidade específica para estudo deste provimento, é oportuno destacar o
previsto em seus artigos 1° e 2°, assim redigidos:

Art. 1° Para os fins previstos no art. 69, da Lei 9.099/95, entende-se por
autoridade policial, apta a tomar conhecimento da ocorrência e lavrar termo
circunstanciado, o agente do Poder Público investido legalmente de atribuições
para intervir na vida da pessoa natural, atuando no policiamento ostensivo ou
investigatório.
Art. 2° Os Juízes de Direito dos Juizados Especiais Criminais e ainda os Juízes
de Direito das Comarcas do Estado de Goiás, ficam autorizados a recepcionar
os respectivos termos circunstanciados quando legalmente elaborados por
policiais militares estaduais, inclusive policiais rodoviários, e policiais
rodoviários federais, desde que assinados por oficiais das respectivas
instituições ou agentes menos graduados portadores de cursos superiores.
(GOIÁS, 2015).

Ressalta-se que o fato de o Policial Militar lavrar um TCO não implica em usurpação de
função pública, tendo em vista que a lavratura deste procedimento se constitui em mero relato de
fato, não havendo qualquer providência no sentido de exercer a atividade investigativa, servindo
tão somente de peça informativa ao Ministério Público.

O reconhecimento dos policiais militares como autoridade policial, conforme a Lei


9.099/95, traz inúmeras consequências positivas, sendo a maior delas a de apresentar à sociedade
um modelo de polícia que consiga dar uma resposta definitiva às demandas da sociedade,
traduzindo a ideia de ciclo completo de polícia.

Por tal proposta, o mesmo órgão policial que atua preventivamente, atendendo à solicitação
do cidadão, consegue dar continuidade ao atendimento demandado, possibilitando o
encaminhamento direto ao Poder Judiciário, permitindo assim que a Justiça promova a conciliação,
transação penal ou ação requerida, o que resulta em significativa economia de tempo e custos, bem
como na satisfação daqueles que solicitaram o trabalho da Polícia Militar e da Justiça.
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Aula 2 - Atribuições da Polícia Militar

À Polícia Militar cabe as funções de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública,


atribuições estas previstas em diversas normas, em especial na Constituição Federal de 1988, em seu
artigo 144, § 5º.

O Decreto nº 88.777, de 30 de setembro de 1983, que regulamenta o Decreto-Lei nº 667/69, em


seu Capítulo II, tratando da conceituação e competência, estabelece os conceitos de preservação da
ordem pública e policiamento ostensivo da seguinte forma:

Art. 2º - Para efeito do Decreto-lei nº 667, de 02 de julho de 1969 modificado


pelo Decreto-lei nº 1.406, de 24 de junho de 1975, e pelo Decreto-lei nº
2.010, de 12 de janeiro de 1983, e deste Regulamento, são estabelecidos os
seguintes conceitos:

(...)

19) Manutenção da Ordem Pública - É o exercício dinâmico do poder de


polícia, no campo da segurança pública, manifestado por atuações
predominantemente ostensivas, visando a prevenir, dissuadir, coibir ou
reprimir eventos que violem a ordem pública.

(...)

27) Policiamento Ostensivo - Ação policial, exclusiva das Policias Militares


em cujo emprego o homem ou a fração de tropa engajados sejam
identificados de relance, quer pela farda quer pelo equipamento, ou viatura,
objetivando a manutenção da ordem pública. (BRASIL, 1983).

Ainda, de acordo com o Decreto-Lei nº 667, de 2 de julho de 1969, que reorganiza as Policias
Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, em
seu art. 3º, letra ‘a’, diz que é competência das Policias Militares, dentre outras:

Art. 3º - Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança interna


nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, compete às Polícias
Militares, no âmbito de suas respectivas jurisdições:
a) executar com exclusividade, ressalvas as missões peculiares das Forças
Armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade
competente, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem
pública e o exercício dos poderes constituídos; (BRASIL, 1969).

Em âmbito estadual, temos a Constituição do Estado de Goiás, que em seus artigos 121 e 124
estabelece:

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Art. 121 - A Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade
de todos, é exercida para assegurar a preservação da ordem pública, a
incolumidade das pessoas, do patrimônio e do meio ambiente e o pleno e
livre exercício dos direitos e garantias fundamentais, individuais, coletivos,
sociais e políticos, estabelecidos nesta e na Constituição da República, por
meio dos seguintes órgãos:
I - Polícia Civil;
II - Polícia Militar;
III - Corpo de Bombeiros Militar.

(...)

Art. 124 - A Polícia Militar é instituição permanente, organizada com base


na disciplina e na hierarquia, competindo-lhe, entre outras, as seguintes
atividades:
I - o policiamento ostensivo de segurança;
II - a preservação da ordem pública;
III - a polícia judiciária militar, nos termos da lei federal;
IV - a orientação e instrução da Guarda Municipal, quando solicitadas pelo
Poder Executivo municipal;
V - a garantia do exercício do poder de polícia, dos poderes e órgãos públicos
estaduais, especialmente os das áreas fazendária, sanitária, de uso e ocupação
do solo e do patrimônio cultural. (GOIÁS, 1989).

Já a Lei 8.125, de 18 junho de 1976, que dispõe sobre a organização básica da Polícia Militar
do Estado de Goiás, em seu artigo 2º, inciso I, também estabelece como competência da Polícia
Militar, entre outras:

Art. 2º - Compete à Polícia Militar:


I - executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares às Forças
Armadas, o policiamento ostensivo fardado planejado pelas autoridades
policiais competentes, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a
manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos.
(GOIÁS, 1976).

Também temos a Portaria nº 23/2008-PM/1, que define conceitos, missões e atribuições, bem
como o perfil profissiográfico do chefe de polícia ostensiva da PMGO, que em seu artigo 2°, incisos
I e XI, dentre outros, informa algumas das atribuições constitucionais da Polícia Militar do Estado de
Goiás:
Art. 2º São atribuições constitucionais da Polícia Militar:
I – executar o policiamento ostensivo fiscalizando o ambiente social, de
forma a prevenir ou neutralizar os fatores de risco que possam comprometer
a ordem pública;

(...)

XI – lavrar termo circunstanciado nas infrações penais de menor potencial


ofensivo, assim definidas em lei. (GOIAS, 2008).

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Para definir a atribuição da Polícia Militar em lavrar o Termo Circunstanciado de Ocorrência,
o Poder Judiciário do Estado de Goiás, embora não se preste a definir atribuições, emitiu o provimento
nº 18, de 15 de julho de 2015, sacramentando tal entendimento.

Tal providência tem sido adotada em várias unidades da Federação, legitimando, por si só, a
lavratura do TCO pela Polícia Militar.

Aula 3 - Da Posição do STF e PGR sobre a Matéria

Várias foram as manifestações do Supremo Tribunal Federal sobre o tema.

Citam-se como exemplo os votos proferidos pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal
Cezar Peluso, Carlos Ayres Britto e Ricardo Lewandowski, no julgamento da ADI 2862, que tinha
como Requerente o Partido da República (PR) e como Requerido o Conselho Superior da
Magistratura do TJSP e a Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais –
FENEME onde buscava-se a Inconstitucionalidade de Atos Normativos Estaduais que atribuíam à
Polícia Militar a possibilidade de elaborar Termos Circunstanciados.

Assim, vejamos alguns trechos do voto do Ministro Cezar Peluso na decisão:

(...) Ademais e a despeito de tudo, ainda que, para argumentar, se pudesse


ultrapassar o plano de estrita legalidade, não veria inconstitucionalidade
alguma, uma vez que, na verdade, não se trata de ato de polícia judiciária,
mas de ato típico da chamada polícia ostensiva e de preservação da ordem
pública – de que trata o § 5º do art. 144 -, atos típicos do exercício da
competência própria da polícia militar, e que está em lavrar boletim de
ocorrência e, em caso de flagrante, encaminhar o autor e as vítimas à
autoridade, seja policial, quando seja o caso, seja judiciária, quando a lei
prevê.

(...) Todo Policial Militar tem que fazer esse boletim de ocorrência. Esse
provimento não cria competência alguma da polícia militar, senão que
explicita o que a polícia militar faz costumeiramente e tem de fazê-lo dentro
de sua atribuição.
(...)

(...) É a documentação do flagrante. (BRASIL, 2008).

Em seguida, o voto do Ministro Carlos Ayres Britto:

(...) E essa documentação pura e simples não significa nenhum ato de


investigação, porque, na investigação, primeiro se investiga e, depois,
documenta-se o que foi investigado. Aqui não. Aqui se documenta, para que
outrem investigue. É uma operação exatamente contrária; é uma lógica
contrária.
(...)
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(...) esse termo circunstanciado apenas documenta uma ocorrência.(...)
(BRASIL, 2008).

Em seu voto, o Ministro Ricardo Lewandowski explicou que o Termo Circunstanciado de


Ocorrência “(...) É um mero relato verbal reduzido a termo. ” (BRASIL, 2008).

Na última decisão sobre o tema, em 22 de setembro de 2017, o Ministro Gilmar Mendes


sacramentou o entendimento de que os policiais militares são autoridades policiais competentes para
fins de lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência.

Isso se deu durante o julgamento do Recurso Extraordinário 1.050.631 do Estado de Sergipe,


em que foi suscitada eventual violação do artigo 144 da Constituição Federal, justamente pelo fato
de a Polícia Militar lavrar o Termo Circunstanciado de Ocorrência, seguindo orientação de um
provimento da Corregedoria-Geral de Justiça daquele Estado.

Em seu posicionamento, o Ministro citou voto da presidente do Supremo Tribunal Federal,


Ministra Carmem Lúcia, e outro voto de sua própria autoria, que em 2016 já havia se manifestado
sobre a questão. Assim, vejamos:

Registro por oportuno que, na Reclamação 6612/SE, Rel. Min. Cármen


Lúcia, DJe 6.3.2009, esta Corte especificamente analisou a mesma matéria
que agora se apresenta, com a diferença de que, na reclamação mencionada,
o dispositivo questionado era o Provimento 13/2008, da Corregedoria-Geral
de Justiça do Estado de Sergipe, que: “dispõe sobre o recebimento de Termo
de Ocorrência Circunstanciado lavrado pela Polícia Militar, no âmbito dos
Juizados Especiais Criminais do Estado de Sergipe e dá outras
providências”. Transcrevo trecho da decisão da Min. Cármen, na referida
reclamação: “Cumpre ainda que se divise, no entanto, se o ato de lavrar um
termo circunstanciado se limita à formalização de um relato devido por praça
que atenda a um chamado do cidadão, ou se se dá em um ato mais elaborado,
a ‘tomar lugar jurídico de delegado de polícia’, envolvendo um juízo
jurídico de avaliação (técnica), como mesmo reconhecido pelo Ministro
Cezar Peluso em seu voto na Ação Direta da Inconstitucionalidade nº
3.614/PR. Na mesma assentada consta o registro do Ministro Gilmar Mendes
(vencido na ocasião), remetendo-se ao voto do Ministro Celso de Melo, em
que destaca algo que para o caso agora apreciado muito interessa: (...) Por
outro lado, a própria expressão ‘termo circunstanciado’ remete, como agora
destacado pelo Ministro Celso de Melo, à Lei n. 9.099, que, na verdade, não
é função primacial da autoridade policial civil. A doutrina registra que essa
é uma função que pode ser exercida por qualquer autoridade policial.
(BRASIL, 2016).

A Procuradoria Geral da República, no RE 1.051.393/SE, no mesmo sentido, ofertou o Parecer


com os seguintes dizeres:

“28. A interpretação restritiva que o recorrente quer conferir ao termo


‘autoridade policial’, que consta do art. 69 da Lei n.º 9.099/95, não se
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compatibiliza com o art. 144 da Constituição Federal, que não faz essa
distinção. Pela norma constitucional, todos os agentes que integram os
órgãos de segurança pública – polícia federal, polícia rodoviária federal,
policiais civis, polícia militar e corpos de bombeiros militares -, cada um na
sua área específica de atuação, são autoridades policiais”. (BRASIL, 2017).

Aula 4 - Provimento N° 18/2015 da Corregedoria-Geral do TJGO

Após diversas discussões acerca da legalidade sobre a lavratura do TCO por outras forças de
segurança que não a Polícia Civil, bem como seguindo orientações de diversos Tribunais e Conselhos
do Ministério Público e de Magistratura, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por meio de sua
Corregedoria-Geral de Justiça, decidiu por editar e publicar um provimento no qual pacifica a questão
da legalidade de lavratura do TCO pela Polícia Militar, autorizando os juízes de Direito dos Juizados
Especiais e Comarcas do Estado de Goiás a recepcionarem os TCO’s lavrados pela Polícia Militar e
Polícia Rodoviária Federal. É o Provimento n° 18/2015 da Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça
do Estado de Goiás, já mencionado em outros tópicos, mas que merece um estudo especial.

Os argumentos utilizados pela Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça para a edição do


referido provimento, abrangem desde um termo de cooperação celebrado entre a PRF e o MP, ainda
no ano de 2012, até a observância do alto índice de criminalidade no Estado de Goiás e a necessidade
de união das forças policiais do Estado, para o seu fortalecimento e consequente combate ao crime.

Pelo provimento, restou claramente definido que o entendimento da Corregedoria-Geral do


Tribunal de Justiça do Estado de Goiás é no sentido de se reconhecer os policiais militares como
sendo autoridades policiais para os fins previstos no artigo 69 da Lei 9.099/95, enfatizando que é
assim considerada qualquer autoridade pública que tome conhecimento da infração penal, desde que
seja um agente público legalmente investido de atribuições que o permita intervir na vida da pessoa
natural, atuando no policiamento ostensivo ou investigatório.

Existem algumas ressalvas que visam dar maior tecnicidade à lavratura do TCO pela Polícia
Militar, quando, por exemplo, o provimento prevê a necessidade de que o Termo seja assinado por
oficiais ou agentes menos graduados portadores de cursos superiores.

Ocorre ainda a possibilidade de que, havendo urgência em exame pericial, o Policial Militar
providencie o exame e encaminhe o resultado à Justiça, o que possibilita, por exemplo, a lavratura de
TCO por porte de entorpecente para consumo.

Ainda conforme o provimento, questões específicas sobre o encaminhamento do TCO devem


ser definidas com o juiz do local da infração penal.
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Aula 5 - Benefícios do TCO feito pela PM

Podemos dividir as vantagens da lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência pela PM


de acordo com a classe beneficiada, sendo, a Sociedade, a Justiça e a Polícia, em que pese tais
vantagens estarem inter-relacionadas.

Assim, destacamos as seguintes vantagens:

À sociedade:

 Liberação das partes no local, sem necessitar ir para a Delegacia, evitando maior
desgaste entre autor e vítima e/ou condução desnecessária;
 Liberação e consequente retorno da guarnição para a atividade ostensiva de
patrulhamento de forma imediata;
 Economia de tempo de trabalho e de gastos públicos, uma vez que a guarnição não
irá precisar se deslocar para a delegacia de polícia;
 Otimização do serviço policial, pois atualmente é feito o Boletim de Ocorrência
pela Polícia Militar e o TCO pela Polícia Civil, sendo que os dois documentos contem praticamente
os mesmos dados, e agora far-se-á um só procedimento;
 Melhoramento das investigações da Polícia Civil com crimes de maior potencial
ofensivo que demandam uma análise mais acurada, vez que não será necessário dispender tempo com
infrações de menor potencial ofensivo;
 Aumento no registro de infrações penais, vez que em virtude da burocracia e
demora de se deslocar a uma Delegacia de Polícia, muitas infrações não são registradas, o que vindo
a ocorrer, fundamenta a estatística da Polícia Militar e possibilita melhor emprego do efetivo, além
da certeza da persecução penal;
 Melhoria no atendimento ao cidadão, que, uma vez solicitado o Estado, ali se faz
presente por meio da Polícia Militar, e tem sua demanda diretamente encaminhada ao Poder
Judiciário. Tal situação estabelece uma relação de confiança e proximidade com a Polícia Militar;
 Diminuição da sensação de impunidade, em razão do aumento do registro das
ocorrências e consequente persecução penal, além da rapidez da aplicação da pena.

À Justiça:

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 Celeridade e consequente credibilidade no trabalho da Justiça, haja vista que os
procedimentos são levados à apreciação do juiz em um prazo muito curto em relação ao que é
praticado atualmente, dando uma breve e certeira resposta às partes envolvidas;
 Economia, tanto no que diz respeito à prazos, quanto aos custos envolvidos nos
diversos atos processuais;
 Efetividade, haja vista que a breve resposta da justiça se traduz em certeza de
atuação do Poder Judiciário, e não redunda em impunidade;
 Aumento das transações penais.

À Polícia Militar:

 Redução no número de crimes de maior gravidade, tendo em vista que a imediata


atuação da PM em crimes de menor potencial ofensivo evita com que crimes mais graves ocorram;
 Credibilidade e maior qualidade técnica do serviço prestado, pois a resolução do
problema é imediata, deixando clara a ideia de uma polícia mais profissional, pautada na legalidade
de suas ações, e capaz de dar a resposta desejada pela sociedade;
 Possibilita investimentos na Instituição, pelo fato de a grande maioria dos
procedimentos resultarem em transações penais, cujas multas aplicadas podem ser revertidas para a
Polícia Militar adquirir equipamentos diversos (como coletes, etilômetros, decibelímetros), como
adequar (reformar ou construir) suas instalações;

Fortalecimento da autoridade Policial Militar, já que os procedimentos serão realizados pelo


próprio Policial Militar.

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MÓDULO III - CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL DE MENOR
POTENCIAL OFENSIVO, QUESTÕES PONTUAIS E AÇÃO
PENAL: PRINCIPAIS ESPÉCIES E CONSIDERAÇÕES

Aula 1 – Conceito de Infração Penal de Menor Potencial Ofensivo

O Capítulo III da Lei 9.099/95, a partir do artigo 60, normatiza as atribuições que dizem
respeito aos Juizados Especiais Criminais, assim estabelecendo:

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados
e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das
infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal
do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-
se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para
os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da
oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando,
sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação
de pena não privativa de liberdade. (Grifo nosso). (BRASIL, 1995).

Assim, conforme o previsto no artigo 61 da Lei nº 9.099 de 26 de setembro de 1995, serão


consideradas infrações penais de menor potencial ofensivo todas as contravenções penais, bem como
os crimes cuja lei comine pena máxima de até 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

Esse é o conceito que foi dado após as alterações determinadas pela Lei nº 11.313, de 28 de
junho de 2006. Antes dessa alteração, eram considerados crimes de menor potencial ofensivo apenas
as contravenções penais e os crimes cuja lei comine pena máxima não superior a um ano, excetuados
os casos em que a lei preveja procedimento especial.

Todavia, pela Doutrina, Renato Brasileiro de Lima conceitua como “As infrações de menor
potencial ofensivo, assim compreendidas as contravenções penais e crimes cuja pena máxima não
seja superior a 02 (dois) anos, cumulada ou não com multa, submetidos ou não a procedimento
especial, devem ser processadas e julgadas pelos Juizados Especiais Criminais, pelo menos em regra,
com procedimento regulamentado pela Lei nº 9.009/95.” (LIMA, 2016, p. 86).

Nessa expressão “sujeitos ou não a procedimento especial”, entende-se como as infrações que
se submetem a um procedimento próprio/específico, como são os casos de crimes de Abusos de
Autoridade, que se enquadram no conceito de infrações penais de menor potencial ofensivo.

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Aula 2 - Questões Pontuais

Há hipóteses em que, mesmo se tratando de crime supostamente sujeito à da Lei


9.099/95, estará afastada a sua aplicação, impossibilitando, portanto, a lavratura do Termo
Circunstanciado de Ocorrência.

2.1 Crimes cometidos contra idosos

Essa hipótese exige uma discussão mais ampla, devido à previsão existente no artigo 94 da
Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso), assim transcrito:

Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto
na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
(BRASIL, 2003).

Tal artigo motivou acaloradas discussões doutrinárias e jurisprudenciais, pois modificava o


conceito de infração de menor potencial ofensivo previsto na Lei 9.099/95, o que levou a demanda
ao Supremo Tribunal Federal, por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 3096, ajuizada
pelo Procurador-Geral da República.

Assim, conforme decidido no julgamento da ADIN 3096 pelo STF, restou o entendimento de
que nos crimes praticados contra idosos, caso a pena máxima aplicável seja de até 2 (dois) anos, o
processo tramitará nos Juizados Especiais Criminais, portanto, sujeito à Lei 9.099/95. Por outro lado,
naqueles crimes em que a pena seja superior a 2 e inferior a 4 anos, o processo terá seu trâmite na
Justiça Comum, porém, aplica-se o procedimento sumaríssimo previsto na Lei 9.099/95.

Concluindo, o TCO será lavrado nas infrações penais praticadas contra idosos apenas quando
pena máxima não ultrapassar os 2 anos.

2.2 Acusados com foro por prerrogativa de função

Existe nas hipóteses que em virtude da função exercida pelo agente exista uma prerrogativa
de julgamento distinta do habitual, como no caso de Presidente da República, governadores,
deputados, senadores, magistrados, membros do Ministério Público, dentre outros.

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Nesses casos, o Policial Militar deverá se valer do mandamento do POP 304 (Ocorrência
envolvendo Autoridades), onde deverá ser lavrado BO/PM, juntamente com um relatório
circunstanciado, conforme descrito no item 12 da Sequência de Ações, e encaminhado ao seu superior
imediato para providencias.

Vale ressaltar que essas autoridades possuem foro por prerrogativa de função, cabendo ao
órgão competente, em cada caso, adotar as providências cabíveis.

Em relação aos vereadores, não há previsão de prerrogativa de foro para os membros do Poder
Legislativo Municipal, o que se leva a concluir que é plenamente possível a lavratura de TCO quando
o autor for vereador.

2.3 Crimes eleitorais


Conforme o artigo 7° da Resolução n° 23.396/2013, do Tribunal Superior Eleitoral, existe a
possibilidade de lavratura do TCOE – Termo Circunstanciado de Ocorrência Eleitoral, assim
previsto:
Art. 7º As autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem for
encontrado em flagrante delito pela prática de infração eleitoral, salvo quando
se tratar de crime de menor potencial ofensivo, comunicando imediatamente o
fato ao Juiz Eleitoral, ao Ministério Público Eleitoral e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada. (BRASIL, 2013)

É válido ressaltar que a lavratura de TCO no caso de crimes eleitorais prescinde de ajuste a
ser acordado junto à Justiça Eleitoral, que dependerá ainda do entendimento dos juízes eleitorais
quanto à recepção de tais termos.

2.4 Violência doméstica e familiar contra a mulher

A Lei 11.340/06, denominada Lei Maria da Penha, prevê expressamente em seu artigo 41 que:
“Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995”. O
referido artigo foi levado à apreciação do STF por meio do julgamento de um habeas corpus em
2011, sendo pacificado o entendimento de que a Lei 9.099/95 não incide sobre a Lei 11.340/06.

Assim, em crimes de violência doméstica contra a mulher não é cabível a lavratura de TCO.

2.5 Aplicação da Lei 9.099/95 no Direito Militar

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O artigo 90-A da Lei 9.099/95 estabelece que: “Art. 90-A. As disposições desta Lei não se
aplicam no âmbito da Justiça Militar”. Embora haja clareza evidente no artigo citado, existem
divergências doutrinárias e jurisprudenciais sobre o tema, tendo o próprio STF reconhecido a
possibilidade de aplicação da Lei 9.099/95 apenas aos civis que estejam sendo processados por crime
militar.

Enquanto não pacificado o tema, não se aplica a referida norma (Lei 9.099/95) aos militares,
sendo impossível a lavratura do TCO.

2.6 Conexão e continência

A Conexão e a Continência são causas modificadoras da competência do Juizado Especial


Criminal (JECRIM).

Dessa maneira, quando o Policial Militar se deparar com uma situação onde houve o
cometimento de uma infração penal em conjunto com uma infração de menor potencial ofensivo,
orienta-se os policiais militares a deslocarem com todos os envolvidos para a Delegacia de Polícia
competente.

Caberá ao Delegado de Polícia realizar a investigação do caso, analisar os elementos de


informação e tomar a decisão do melhor procedimento a ser aplicável, ou seja, instauração do
Inquérito Penal ou a lavratura do termo Circunstanciado de Ocorrência.

2.7 Lei de drogas

O artigo 28 da Lei 11.343/06, denominada Lei de Drogas, se refere às pessoas que, de alguma
forma, tenham em seu poder drogas destinas à consumo pessoal, estabelecendo uma pena máxima de
10 (dez) meses, sujeitando-as, portanto, à incidência da Lei 9.099/95.

Na prática, para que o Policial Militar possa lavrar o TCO nesses casos, faz-se necessária a
realização do laudo de constatação da droga. Essa dificuldade foi suprida pelo provimento n° 18/2015
da Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, onde afirma em seu artigo 3°: “Art.
3° Havendo necessidade de confecção de exame pericial urgente, o Policial Militar ou rodoviário
federal legalmente autorizado por sua instituição, o providenciará e encaminhará o resultado à Justiça.
” (GOIÁS, 2015).

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Assim, é admissível a lavratura de TCO pela Polícia Militar nos casos do artigo 28 da Lei
11.343/06.

2.8 Menor infrator

No que diz respeito aos atos infracionais cometidos por adolescentes e que se sujeitem à Lei
9.099/95, a Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
e dá outras providências, traz a previsão de confecção de um termo semelhante ao TCO, denominado
de Boletim de Ocorrência Circunstanciado – BOC, que só é lavrado nos casos de flagrante de ato
infracional, nos termos do Art. 173, § único, em substituição ao auto de apreensão em flagrante, desde
que tenha sido cometido sem emprego de violência ou grave ameaça a pessoa.

Assim como no TCO, é importante que tanto o adolescente quanto seus pais ou responsáveis
assinem o termo de compromisso de comparecimento em audiência para tratar sobre a questão.

Em razão da complexidade envolvida nessa hipótese, nesse primeiro momento da


implantação, ao se deparar com esses casos, os gestores deverão fazer contato com a Coordenação
Técnica Central, a fim de se orientarem quanto ao posicionamento institucional sobre a lavratura ou
não do BOC.

Aula 3 - Ação Penal: Principais Espécies e Considerações

Dada a omissão legislativa em definir o conceito de ação penal, coube à doutrina realizar esta
tarefa.

Guilherme de Souza Nucci, em sua obra Código de processo penal comentado. 4. ed. revista,
atualizada e ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p. 121/122, assim define ação penal:
“é o direito do Estado-acusação ou da vítima de ingressar em juízo, solicitando a prestação
jurisdicional, representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto".

Definido o que vem a ser ação penal, faz-se necessário distinguir ação penal de natureza
pública e privada. Convém salientar que esta distinção trata da legitimidade de iniciativa de ação,
visto que, na essência, todas as ações penais são públicas.

Assim, doutrinariamente as ações penais se dividem em:

2.9 Pública incondicionada

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Constitui a regra da ação penal. Assim, quando o tipo penal não estabelecer nenhuma outra
providência em contrário, entende-se que aquele crime se processa por meio de ação pública
incondicionada. Por esta modalidade, o Ministério Público age de ofício, sem necessitar de nenhuma
manifestação de terceiros. Diversos princípios permeiam a ação penal pública incondicionada, dentre
os quais: oficialidade (o MP age de ofício, sem necessidade de ser provocado), indisponibilidade (o
MP não pode desistir da ação), obrigatoriedade (preenchidos os requisitos legais, o MP não pode
deixar de ingressar em juízo), indivisibilidade (o MP deve denunciar todos os envolvidos, sendo
vedada a propositura fracionada da ação) e por fim a intranscendência (a pena não pode ultrapassar a
pessoa do condenado, conforme prevê a Constituição Federal).

Nesses crimes, a ação da Polícia Militar deve ocorrer independentemente de qualquer


manifestação de vontade das partes envolvidas, vez que o risco ao bem juridicamente protegido
ameaça a sociedade como um todo, e não apenas o indivíduo que seja vítima direta. Assim, sendo
cabível a lavratura de TCO, o Policial Militar responsável pelo atendimento deverá fazer o registro.

Oportuno salientar ainda que todas as contravenções penais se dão por meio de ação penal
pública incondicionada. Ex: Perturbação do Trabalho e Sossego Alheios (art. 42 Decreto-Lei n.º
3688/41).

2.10 Pública condicionada à representação

Quando o crime for de Ação Penal Pública condicionada à Representação, o próprio diploma
legal vai trazer essa informação expressamente.

Quando isso ocorrer, ao lavrar o TCO, o Policial Militar deverá preencher o Termo de
Manifestação do Ofendido.

Nesta hipótese, para que o MP possa agir faz-se necessário que a vítima se manifeste neste
sentido. A representação é compreendida como uma condição de procedibilidade da ação, sem a qual
a ação ministerial não é possível. Ela pode ser dirigida ao juiz, promotor ou delegado, e não carece
de forma específica. O prazo para representar é de 06 (seis) meses do conhecimento da autoria do
fato, o qual findo não restará mais possibilidade de oferecer denúncia por aquele crime.

Nesta modalidade de ação, o procedimento tomado pela Policial Militar vai depender da
manifestação da parte ofendida. Por exemplo, num crime de Ameaça (Artigo 147 do Código Penal,
com sanção de detenção de um a seis meses ou multa), a guarnição policial deve consignar em termo
próprio o interesse ou não que a vítima tenha de representar contra o autor. Havendo o interesse, será
lavrado o TCO e será agendada uma audiência no Juizado Especial Criminal. Caso contrário, será
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registrado um boletim de ocorrência, onde constará expressamente que a parte ofendida não tem
interesse em representar contra o autor, o que irá resguardar o Policial Militar de eventual
responsabilização posterior.

2.11 Privada exclusiva ou privada propriamente dita

É aquela em que cabe tão somente ao particular propor a ação por meio de queixa, sendo
possível, ainda, que seus sucessores a proponham em caso de morte. Nesses casos, o Policial Militar
tem o dever de agir lavrando o TCO, sendo indispensável o termo de manifestação do ofendido no
sentido de se ver processar a outra parte.

Aqui não existe representação propriamente dita porque o próprio ofendido é quem decide
sobre ingressar em juízo ou não.

Nesses casos, o termo de manifestação da vítima já traduz a materialização da vontade da


parte em encaminhar a demanda à apreciação do Poder Judiciário, o que torna o trabalho da Polícia
Militar mais técnico, o que permite a lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência pela Polícia
Militar. Podemos citar como exemplo de crimes em que a ação penal é privada a Calúnia, a Difamação
e o crime de Dano, dentre outros.

2.12 Privada personalíssima

Somente o ofendido tem legitimidade para propô-la. Exemplo: crime de induzimento a erro
essencial e ocultação de impedimento ao casamento (Artigo 236 do Código Penal, com pena prevista
de detenção de seis meses a dois anos).

Na hipótese suscitada, é lavrado o TCO pela Polícia Militar, com a ressalva de que apenas a
vítima pode requerer a lavratura, vez que nesse caso a legitimidade para propositura é um direito
indisponível.

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MÓDULO IV - FORMULÁRIOS DO TERMO CIRCUNSTANCIADO DE
OCORRÊNCIA E O PAPEL DO GESTOR NA LAVRATURA DO TCO

Aula 1 - Formulários do Termo Circunstanciado de Ocorrência

Em diversas ocasiões durante a lavratura do TCO, será necessário o registro de algum


documento à parte, a fim de cumprir determinadas formalidades da ação.

É de suma importância que durante o preenchimento desses formulários, o policial


responsável se atente para a precisão dos dados informados pelas partes, como nome completo,
filiação e número de documentos, dando especial atenção às informações relativas ao contato, como
endereço, telefone, e-mail e até mesmo de aplicativos como Whatsapp (esse último inclusive já está
em uso na comarca de Piracanjuba – GO, conforme entendimento do Conselho Nacional de Justiça).
A Lei 9.099/95 estabelece que as intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por
qualquer outro meio idôneo de comunicação.

O cuidado com a inserção de tais informações se deve ao fato de que, com base naquilo que a
Polícia Militar apresenta à Justiça, é que a prestação jurisdicional será realizada. Assim, o primoroso
registro do TCO facilita a conquista dos princípios buscados pela Lei 9.099/95, sempre válido lembrar
que são a oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade. Além disso,
evitam-se equívocos como o registro de homônimos ou de endereços e contatos incoerentes.

2.1 Termo de apreensão e depósito

Este é o documento em que são registrados os objetos que foram eventualmente apreendidos,
como por exemplo, som, arma branca, caça níquel, etc. É importante que constem todas as
observações relativas ao estado de conservação e funcionamento do que for recolhido, local, data e
hora da ocorrência e o número do RAI que foi registrado, se possível até mesmo anexando fotos ou
vídeos do momento da apreensão no RAI, visando desta forma resguardar os policiais envolvidos na
apreensão de eventual alegação de dano ou extravio. Deve ser assinado pelo Policial Militar que fizer
o registro e também por duas testemunhas (quando possível). Além daquilo que verse sobre os objetos
apreendidos, deverá constar também todas as informações disponíveis sobre o autor, como nome
completo, filiação, data de nascimento, naturalidade, nacionalidade, RG, CPF, CNH, endereço,
telefone, Whatsapp e e-mail.

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2.2 Termo de constatação preliminar de substância

É o documento que atesta que a substância apreendida revela, pela coloração, consistência,
cheiro, bem como pelas suas características, ser positiva para a caracterização da droga, legitimando
assim a lavratura do TCO. Observação relevante diz respeito à possibilidade de que este laudo seja
feito por pessoa idônea, e não necessariamente por perito oficial (no caso do Termo constatação
preliminar, que é suficiente para a lavratura do TCO), conforme prevê a Lei de Drogas (11.343/03)
em seu artigo 50, §1°. O laudo definitivo deve ser realizado pela Polícia Técnico Científica, sendo
necessário que o Gestor da Unidade faça o encaminhamento do material para ser analisado por aquele
órgão.

Seguindo o mesmo padrão dos demais termos, deverá constar todas as informações
disponíveis sobre o autor, como nome completo, filiação, data de nascimento, naturalidade,
nacionalidade, RG, CPF, CNH, endereço, telefone, Whatsapp e e-mail, além de informações sobre o
dia, hora e local da apreensão, descrevendo as características da substância apreendida (cor, formato,
embalamento, etc.), quantidade, peso (quando possível), circunstâncias e local da apreensão.

2.3 Termo de compromisso de comparecimento

Dentre os formulários citados, este talvez seja o de maior relevância, tendo em vista ser através
dele que a ocorrência é sanada no local, resultando, dentre outras questões, na já discutida celeridade.
O termo atende o estabelecido pela Lei 9.099/95 no parágrafo único do artigo 69, afirmando que ao
autor do fato que for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. A cautela quanto à exatidão
das informações deve ser enfatizada ainda mais quando do preenchimento deste formulário, que segue
o padrão estabelecido para os demais, contendo todas as informações disponíveis sobre o autor e
testemunhas do fato (preferencialmente duas), como nome completo, filiação, data de nascimento,
naturalidade, nacionalidade, RG, CPF, CNH, endereço, telefone, Whatsapp e e-mail. Essencial que o
autor seja informado da data e hora da audiência, devendo assinar o termo se comprometendo a
comparecer em juízo no dia e hora marcados. Deve ser assinado pelo Policial Militar que fizer o
registro e também por duas testemunhas (quando possível). Atendendo ainda o disposto no artigo 68
da Lei 9.099/95, deve constar no termo de compromisso de comparecimento a informação de que o
acusado deve comparecer na audiência acompanhado de advogado, constando a advertência de que
não o fazendo, ser-lhe-á nomeado defensor público.

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2.4 Termo de manifestação do ofendido

É meio pelo qual o ofendido registra o seu interesse em representar ou não contra o autor.

Nos crimes de ação penal privada ou pública condicionada a representação, esse termo é
indispensável. Contudo, a manifestação da parte deve ocorrer mesmo quando recusar o
prosseguimento do trabalho da Polícia Militar, vez que assim fazendo, os policiais que atenderam a
ocorrência estarão se salvaguardando de qualquer questionamento posterior quanto à omissão. Nesse
caso, havendo recusa de assinatura por razões diversas (como embriaguez), poderá ser suprida por
testemunha ou vídeo anexado ao RAI.

Assim como nos demais termos, é muito importante o correto preenchimento dos dados,
constando, obrigatoriamente, todas as informações disponíveis sobre o autor e testemunhas do fato
(preferencialmente duas), como nome completo, filiação, data de nascimento, naturalidade,
nacionalidade, RG, CPF, CNH, endereço, telefone, Whatsapp e email.

Aula 2 - O Papel do Gestor na Lavratura do TCO

O Gestor será o Policial Militar responsável por intermediar o envio do TCO lavrado pela
Polícia Militar para os Juizados Criminais. Possui diversas atribuições, dentre as quais se destacam:
realizar a conferência de todas as informações inseridas no TCO, devendo fazer uma revisão e
validação daquilo que foi registrado, analisando a qualificação e dados de contato das partes (autor,
vítima, testemunhas), o enquadramento penal (se o entendimento dos policiais que fizeram o TCO
está coerente), o adequado preenchimento de formulários que o caso requeira, o agendamento de
audiência e o encaminhamento do TCO para o Juizado Especial Criminal via sistema eletrônico de
processo judicial, o PROJUDI.

Como dito, o PROJUDI é o sistema eletrônico de processos judiciais. É por meio dele que se
dão as ações que tramitam nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. O Gestor do TCO deverá se
cadastrar junto ao Poder Judiciário a fim de que possua acesso ao sistema, e assim consiga anexar os
arquivos produzidos no TCO.

Na condição de gestor, terá autonomia para fazer correções no TCO lavrado antes do envio
ao Juizado. Como dito anteriormente, caberá a ele o contato direto com o Poder Judiciário, sendo
responsável por organizar junto à secretaria do Juizado uma pauta de audiências em dias e horários
específicos, a fim de facilitar tanto o registro do TCO pela Polícia Militar, quanto os trabalhos do
Juizado. Como exemplo, determinada Unidade poderia reservar as audiências do período vespertino
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de toda primeira quarta e quinta-feira do mês para os TCO’s lavrados pela Polícia Militar, ficando o
controle de quais audiências que serão agendadas a cargo da Polícia Militar, onde o COPOM teria
esse controle.

Atendendo o previsto no artigo 2° do Provimento n° 18/2015 da Corregedoria-Geral de Justiça


do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, é preciso que o Gestor, que inclusive irá assinar o TCO
(atestando sua validade), seja oficial ou praça portadora de curso superior. Nas Unidades em que for
possível, essa missão caberá ao CPU, que deverá fazer toda análise e encaminhamento no decorrer
do serviço ordinário.

Também é necessário que o Gestor mantenha uma comunicação prévia e em tempo hábil com
o Juizado, informando da pauta já agendada, a fim de que se organizem para o atendimento. Exemplo
de agendamento de audiência em que as datas e horários foram reservadas pelo Juizado, cabendo à
Polícia Militar fazer o agendamento:

Data e horário
N° RAI Natureza Parte(s)
de audiência
07/02, às João Augusto da Silva e
5014659 Ameaça
09h00min Pedro Ricardo
07/02, às
5014719 Dano simples Eva Ferreira de Souza
09h30min
07/02, às
5015120 Ato obsceno Ary Silva Amaral
10h00min
07/02, às Exercício arbitrário das
5015123 Sinomar Almeida dos Santos
10h30min próprias razões
08/02, às Maria Aparecida e
5015398 Vias de fato
09h00min Silvana Flores
08/02, às
5015411 Jogo de azar Sebastião Flores de Jesus
09h30min
08/02, às Direção não habilitada de
5015529 Lucas Correia do Nascimento
10h00min veículo
09/02, às Direção não habilitada de
5015597 Mariana Andrade Lopes
09h00min veículo
09/02, às Incêndio culposo em mata
5015813 Luís Carlos Borges da Silva
09h30min ou floresta
09/02, às Porte ilegal de arma
5015832 Alberto Roriz Medeiros
10h00min branca

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MÓDULO V - GUIA PRÁTICO
Aula 1 - Guia Prático

5.1 Principais perguntas

5.1.1 O que são infrações de menor potencial ofensivo?

São infrações penais com pena máxima de até 2 (dois) anos, bem com todas as
contravenções penais.

5.1.2 Posso prender o autor em flagrante?

A melhor resposta é, depende, pois dependerá de 2 situações:

1ª) não haverá prisão em flagrante caso o autor assuma o compromisso de


comparecer em Juízo assinando o Termo de Comparecimento em Juízo; ou

2ª) haverá prisão em flagrante caso o autor se recuse a assumir o compromisso


de comparecimento em juízo. Nesse caso ao autor será conduzido até a Delegacia de Polícia,
onde o Delegado adotará as providencias cabíveis (como arbitrar a fiança por exemplo, se o
caso concreto permitir).

5.1.3 Como é feito o encaminhamento das partes para o juizado?

Esse encaminhamento pode ser feito diretamente no momento da ocorrência ou


através do Termo de Compromisso de Comparecimento no Juizado, o qual deve indicar a data
e horário da audiência. Nos crimes que a lei exigir representação, deve ser assinado também o
Termo de Representação da Vítima, pois o documento demonstrará o seu interesse em dar
seguimento ao procedimento judicial.

5.1.4 E se a parte não assinar o Termo de Compromisso?

Nesse caso deve ser dada voz de prisão e levar o autor para a Delegacia de
Polícia.

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5.1.5 Qual embasamento jurídico para se fazer o TCO pela PM?
 A Constituição Federal diz que a Polícia Militar é responsável pela
preservação da ordem pública (art. 144);
 A lei 9.099/95, que trata dos crimes de menor potencial ofensivo e juizados
especiais cíveis e criminais, diz o seguinte: “Art. 69. A autoridade policial que tomar
conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao
Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários. ” (BRASIL, 1995).
 Pelo que já foi exposto, demonstra-se através de conceitos doutrinários e de
manifestações do Supremo Tribunal Federal e da Procuradoria Geral da República que
autoridade policial nesse caso é o policial que for responsável pela ocorrência no local, sendo
perfeitamente possível a lavratura do TCO pela Polícia Militar.
 O Provimento n° 18/2015 da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de
Goiás, reconhece como autoridade policial aquele que tomar conhecimento da ocorrência,
devendo lavrar o TCO. Autoriza ainda os juízes a receberem o TCO confeccionado por policiais
militares, sendo exigido que o encaminhamento seja feito por oficial ou praça portador de curso
superior.

5.1.6 Quem já faz o TCO?

Vários estados da federação já fazem o TCO, dentre eles São Paulo, Rio Grande
do Sul, Paraná, Sergipe, etc. Merece destaque o trabalho desenvolvido pelo Estado de Santa
Catarina, que é pioneiro na realização deste procedimento, tendo iniciado a lavratura em 1.998.
O TCO também é feito pela PM em algumas cidades de Goiás, assim como pela Polícia
Rodoviária Federal.

5.1.7 E se for preciso fazer perícia, como no caso de perícia de constatação de


drogas ou exame de corpo de delito nas lesões?

Neste caso, a Polícia Militar está autorizada a requerer a perícia, conforme o art.
3º do Provimento n° 18 de 2015 do TJGO, ou seja, o TCO é lavrado no local e posteriormente
é feito um requerimento pericial para a Polícia Técnico-Científica.

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5.1.8 Quais as vantagens do TCO feito pela PM?
 Liberação das partes no local, sem precisar ir para a Delegacia, evitando
maior desgaste entre autor e vítima;
 Retorno da viatura para a atividade ostensiva de patrulhamento de forma
imediata;
 Economia de tempo de trabalho e de gastos públicos, vez que não será
necessário se deslocar para a delegacia de polícia;
 Otimização do serviço policial, pois antes era feito o Boletim de Ocorrência
pela Polícia Militar e o TCO pela Polícia Civil, sendo que os dois documentos continham
praticamente os mesmos dados;
 Permitir que a Polícia Civil empregue seus esforços em investigações de
maior relevância, que demandam análise acurada, vez que não será necessário dispender
recursos com infrações de menor potencial ofensivo apresentadas pela Polícia Militar.

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15.1 Principais infrações de menor potencial ofensivo e contravenções penais

Visando facilitar a consulta e o entendimento, segue abaixo uma relação das principais
infrações penais de menor potencial ofensivo, separadas conforme a legislação pertinente:

15.1.1 Código Penal (Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940).

Artigos Denominação da Infração Pena(s) Ação Penal


D. 3 m. a 1
129, caput Lesão corporal leve Pública Condicionada
ano
D. 2 m. a 1
129, § 6º Lesão corporal culposa Pública Condicionada
ano
D. 3 m. a 1
130, caput Perigo de contágio venéreo Pública Condicionada
ano
D. 3 m. a 1 Pública
132 Perigo para a vida ou saúde de outrem
ano Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
134 Exposição ou abandono de recém-nascido
anos Incondicionada
135, caput Omissão de socorro D. 1 a 6 meses Pública Condicionada
135, § Pública
Omissão de socorro majorada p/ resultado D. 45d. a 9 m.
único Incondicionada
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar Pública
135-A D. 3 m a 1 ano
emergencial Incondicionada
D. 2 m. a 1 Pública
136, caput Maus tratos
ano Incondicionada
Pública
137, caput Rixa D. 15 d. a 2 m.
Incondicionada
137, § D. 6 m. a 2 Pública
Rixa qualificada (participantes)
único anos Incondicionada
D. 6 m. a 2
138 Calúnia Privada
anos
D. 6 m. a 2
138 §1° Calúnia Privada
anos
D. 6 m. a 2
138 §2° Calúnia Privada
anos
D. 3 m. a 1
139 Difamação Privada
ano
140 Injúria D. 1 a 6 meses Privada
D. 3 m. a 1
140, § 2º Injúria qualificada (real) Priv./P. inc.
ano

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D. 3 m. a 1 Pública
146, caput Constrangimento ilegal
ano Incondicionada
147 Ameaça D. 1 a 6 meses Pública Condicionada
Pública
150, caput Violação de domicílio D. 1 a 3 meses
Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
150, § 1° Violação de domicílio qualificada
anos Incondicionada
151, caput Violação de correspondência D. 1 a 6 meses Pública Condicionada
151, § 1º,
Sonegação ou destruição de correspondência D. 1 a 6 meses Pública Condicionada
I
151, § 1º, Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou
D. 1 a 6 meses Pública Condicionada
II telefônica
151, § 1º, Impedimento de comunicação através dos meios
D. 1 a 6 meses Pública Condicionada
III acima referidos
151, § 1º, Instalação ou uso ilegal de estação ou aparelho Pública
D. 1 a 6 meses
IV radioelétrico Incondicionada
D. 3 m. a 2
152 Violação de correspondência comercial Pública Condicionada
anos
153 Divulgação de segredo D. 1 a 6 meses Pública Condicionada
D. 3 m. a 1
154 Violação de segredo profissional Pública Condicionada
ano
D. 3 m. a 1
154-A Invasão de dispositivo informático P. cond/P. inc.
ano
D. 6 m. a 2
156 Furto de coisa comum Pública Condicionada
anos
161, caput Alteração de limites D. 1 a 6 meses Priv./P. inc.
161, § 1º,
Usurpação de águas D. 1 a 6 meses Priv./P. inc.
I
161, § 1º,
Esbulho possessório D. 1 a 6 meses Priv./P. inc.
II
163, caput Dano simples D. 1 a 6 meses Privada
164 Introdução/abandono de animais propriedade alheia D. 15 d. a 6 m. Privada
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou D. 6 m. a 2 Pública
165
histórico anos Incondicionada
D. 1 m. a 1 Pública
166 Alteração de local especialmente protegido
ano Incondicionada
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou D. 1 m. a 1 Pública
169, caput
força da natureza ano Incondicionada
169, § D. 1 m. a 1 Pública
Apropriação de tesouro
único ,I ano Incondicionada
169, § D. 1 m. a 1 Pública
Apropriação de coisa achada
único, II ano Incondicionada
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D. 6 m. a 2 Pública
175, I Fraude no comércio
anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
175, II Fraude no comércio
anos Incondicionada
176, caput Fraude em refeição, alojamento e transporte D. 15 d. a 2 m. Pública Condicionada
Fraudes e abusos na fundação ou administração de D. 6 m. a 2 Pública
177, § 2°
sociedade por ações anos Incondicionada
D. 6 m. a 2
179 Fraude à execução Privada
anos
D. 1 m. a 1 Pública
180, § 3º Receptação culposa
ano Incondicionada
Pública
197, I e II Atentado contra a liberdade de trabalho D. 1m. a 1 ano
Incondicionada
Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e D. 1 m. a 1 Pública
198
boicotagem violenta ano Incondicionada
D. 1 m. a 1 Pública
199 Atentado contra a liberdade de associação
ano Incondicionada
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou D. 1 m. a 1 Pública
200, caput
perturbação da ordem ano Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
201 Paralisação de trabalho de interesse coletivo
anos Incondicionada
Pública
203 Frustração de direito assegurado por lei trabalhista D. 1 a 2 anos
Incondicionada
D. 1 m. a 1 Pública
204 Frustração de lei sobre a nacionalidade do trabalho
ano Incondicionada
Exercício de atividade com infração de decisão D. 3 m. a 2 Pública
205
administrativa anos Incondicionada
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a D. 1 m. a 1 Pública
208, caput
ele relativo ano Incondicionada
208 § Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a aumento de Pública
único ele relativo (emprego de violência) 1\3 Incondicionada
D. 1 m. a 1 Pública
209, caput Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária
ano Incondicionada
209 § Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária aumento de Pública
único (emprego de violência) 1\3 Incondicionada
216 – A Assédio sexual D. 1 a 2 anos Pública condicionada
D. 3 m. a 1 Pública
233 Ato obsceno
ano Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
234 Escrito ou objeto obsceno
anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
234 I Escrito ou objeto obsceno
anos Incondicionada

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D. 6 m. a 2 Pública
234 II Escrito ou objeto obsceno
anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
234 III Escrito ou objeto obsceno
anos Incondicionada
Induzimento a erro essencial e ocultação de D. 6 m. a 2 Privada
236
impedimento anos Personalíssima
D. 3 m. a 1 Pública
237 Conhecimento prévio de impedimento matrimonial
ano Incondicionada
242, § Parto suposto. Supressão ou alteração de direito Pública
D. 1 a 2 anos
único inerente ao estado civil de recém-nascido Incondicionada
Pública
245 Entrega de filho menor à pessoa inidônea D. 1 a 2 anos
Incondicionada
Pública
246 Abandono intelectual de filho D. 15 d. a 1 m.
Incondicionada
Pública
247 Abandono moral de menor D. 1 a 3 meses
Incondicionada
Induzimento à fuga, entrega arbitrária ou sonegação D. 1 m. a 1 Pública
248
de incapazes ano Incondicionada
D. 2 m. a 2 Pública
249 Subtração de incapazes
anos Incondicionada
D. 6 m a 2 Pública
250, § 2º Incêndio culposo
anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
251, § 3º Explosão culposa, se é de dinamite ou similar
anos Incondicionada
D. 3 m. a 1 Pública
251, § 3º Explosão culposa, nos demais casos
ano Incondicionada
252, § D. 3 m. a 1 Pública
Uso culposo de gás tóxico ou asfixiante
único ano Incondicionada
Fabrico, fornecimento, aquisição, posse ou transporte D. 6 m. a 2 Pública
253
de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
254 Inundação culposa
anos Incondicionada
256, § D. 6 m. a 1 Pública
Desabamento ou desmoronamento culposos
único ano Incondicionada
259, § Pública
Difusão culposa de doença ou praga D. 1 a 6 meses
único Incondicionada
D. 6 m a 2 Pública
260, § 2º Perigo de desastre ferroviário – culposo
anos Incondicionada
Atentado culposo contra a segurança de transporte D. 6 m a 2 Pública
261, § 3º
marítimo, fluvial e aéreo anos Incondicionada
Atentado doloso contra a segurança de outro meio de Pública
262, caput D. 1 a 2 anos
transporte Incondicionada

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Atentado culposo contra a segurança de outro meio de D. 3 m. a 1 Pública
262, § 2º
transporte ano Incondicionada
Pública
264, caput Arremesso de projétil D. 1 a 6 meses
Incondicionada
264, § D. 6 m. a 2 Pública
Arremesso de projétil quando resulta lesão corporal
único anos Incondicionada
Pública
267, § 2º Epidemia culposa D. 1 a 2 anos
Incondicionada
D. 1 m. a 1 Pública
268, caput Infração de medida sanitária preventiva
ano Incondicionada
268 § Infração de medida sanitária preventiva (aumento de aumento de Pública
único pena) 1\3 Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
269 Omissão de notificação de doença
anos Incondicionada
Envenenamento culposo de água potável ou de D. 6 m. a 2 Pública
270, § 2º
substância alimentícia ou medicinal anos Incondicionada
271, § D. 2 m. a 1 Pública
Corrupção ou poluição culposa de água potável
único ano Incondicionada
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de Pública
272, § 2º D. 1 a 2 anos
substância ou produtos alimentícios – culposo Incondicionada
278, § Fabrico ou fornecimento culposo, para consumo, de D. 2 m. a 1 Pública
único substância nociva à saúde ano Incondicionada
280, § Fornecimento culposo de medicamento em desacordo D. 2 m. a 1 Pública
único com receita médica ano Incondicionada
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou D. 6 m a 2 Pública
282
farmacêutica anos Incondicionada
282, § Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou acrescida Pública
único farmacêutica (fins de lucro – aumento de pena) multa Incondicionada
D. 3 m. a 1 Pública
283 Charlatanismo
ano Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
284 Curandeirismo
anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
284, I Curandeirismo
anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
284, II Curandeirismo
anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
284, III Curandeirismo
anos Incondicionada
284, § Curandeirismo (mediante remuneração - aumento de acrescida Pública
único pena) multa Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
289, § 2º Moeda falsa
anos Incondicionada

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Pública
286 Incitação ao crime D. 3 a 6 meses
Incondicionada
Pública
287 Apologia de crime ou criminoso D. 3 a 6 meses
Incondicionada
Pública
292, caput Emissão de título ao portador sem permissão legal D. 1 a 6 meses
Incondicionada
292, § Recebimento ou utilização, como dinheiro, de título Pública
D. 15 d. a 3 m.
único ao portador emitido ilegalmente Incondicionada
D. 6 m a 2 Pública
293, § 4º Falsificação de papéis públicos
anos Incondicionada
D. 2 m. a 1 Pública
301 Certidão e atestado ideologicamente falso
ano Incondicionada
D. 6 m a 2 Pública
301, § 1º Certidão e atestado materialmente falso
anos Incondicionada
D. 1 m. a 1 Pública
302 Falsidade de atestado médico
ano Incondicionada
302, § Falsidade de atestado médico (fins de lucro – aumento Acrescida Pública
único de pena) multa Incondicionada
D. 3 m. a 1 Pública
307 Falsa identidade – criar
ano Incondicionada
D. 4 m. a 2 Pública
308 Falsa identidade – usar de terceiro
anos Incondicionada
Pública
312, §2° Peculato culposo D. 3m. a 1 ano
Incondicionada
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de D. 3 m. a 2 Pública
313-B
informações anos Incondicionada
Pública
315 Emprego irregular de verbas ou rendas públicas D. 1 a 3 meses
Incondicionada
D. 3 m. a 1 Pública
317, §2° Corrupção passiva
ano Incondicionada
D. 3 m. a 1 Pública
319 Prevaricação
ano Incondicionada
D. 3 m. a 1 Pública
319-A Prevaricação
ano Incondicionada
Pública
320 Condescendência criminosa D. 15 d. a 1 m.
Incondicionada
Pública
321 Advocacia administrativa D. 1 m. a 3 m.
Incondicionada
321, § D. 3 m. a 1 Pública
Advocacia administrativa (aumento de pena)
único ano Incondicionada
Pública
323, caput Abandono de função D. 15 d. a 1 m.
Incondicionada

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323, § Abandono de função (prejuízo público – aumento de Pública
D. 1 a 3 anos
único pena) Incondicionada
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou Pública
324 D. 15 d. a 1 m.
prolongado Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
325 Violação de sigilo funcional
anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
325 §1°, I Violação de sigilo funcional
anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
325 §1°, II Violação de sigilo funcional
anos Incondicionada
D. 3 m. a 2 Pública
328 Usurpação de função pública
anos Incondicionada
D. 2 m. a 2 Pública
329 Resistência
anos Incondicionada
Pública
330 Desobediência . D. 15 d. a 6 m.
Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
331 Desacato
anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
335 Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
anos Incondicionada
D. 1 m. a 1 Pública
336 Inutilização de edital ou de sinal
ano Incondicionada
Pública
340 Comunicação falsa de crime ou contravenção D. 1 a 6 meses
Incondicionada
D. 3 m. a 2 Pública
341 Autoacusação falsa
anos Incondicionada
D. 15d. a 1
345 Exercício arbitrário das próprias razões Priv./P. inc.
mês
Subtração, supressão ou dano à coisa própria na posse D. 6 m. a 2 Pública
346
legal de terceiro anos Incondicionada
D. 3 m. a 2 Pública
347 Fraude processual
anos Incondicionada
Pública
348, caput Favorecimento pessoal D. 1 a 6 meses
Incondicionada
Pública
348, § 1º Favorecimento pessoal privilegiado D. 15 d. a 3 m.
Incondicionada
Pública
349 Favorecimento real D. 1 a 6 meses
Incondicionada
Pública
349-A, Favorecimento real D. 3 m a 1 ano
Incondicionada
D. 1 m. a 1 Pública
350 Exercício arbitrário ou abuso de poder
ano Incondicionada

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Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de D. 6 m. a 2 Pública
351, caput
segurança (dolosa) anos Incondicionada
Fuga de pessoa presa ou submetida à medida de D. 3 m. a 1 Pública
351, § 4º
segurança (culposa) ano Incondicionada
D. 3 m. a 1 Pública
352 Evasão mediante violência contra a pessoa
ano Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
354 Motim de presos
anos Incondicionada
D. 2 m. a 1 Pública
358 Violência ou fraude em arrecadação judicial
ano Incondicionada
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou D. 3 m. a 2 Pública
359
suspensão de direito anos Incondicionada
Pública
359-A Contratação de operação de crédito D. 1 a 2 anos
Incondicionada
359-A, § Pública
Contratação de operação de crédito R. 1 a 2 anos
único, I Incondicionada
359-A, § Pública
Contratação de operação de crédito R. 1 a 2 anos
único, II Incondicionada
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a D. 6 m. a 2 Pública
359-B
pagar anos Incondicionada
D. 6 m. a 2 Pública
359-F Não cancelamento de restos a pagar
anos Incondicionada
Pública
359-E Prestação de garantia graciosa D. 3 m a 1 ano
Incondicionada

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15.1.2 Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei 3.688, de 3 de outubro de 1941)

Artigos Denominação da Infração Pena(s) Ação Penal


Fabrico, comércio ou detenção de Pública
18 P.S. 3 m a 1 ano
arma ou munição Incondicionada
Pública
19 Porte ilegal de arma (branca) P.S. 15 d. a 6 m.
Incondicionada
Pública
20 Anúncio de meio abortivo Multa.
Incondicionada
Pública
21 Vias de fato P.S. 15 d. a 3 m.
Incondicionada
Internação irregular em Pública
22 Multa.
estabelecimento psiquiátrico Incondicionada
Pública
23 Indevida custódia de doente mental P.S. 15 d. a 3 m.
Incondicionada
Instrumento de emprego usual na Pública
24 P.S. 6 m. a 2 a.
prática de furto Incondicionada
Posse não justificada de instrumento Pública
25 P.S. 2 m. a 1 a.
de emprego usual na prática de furto Incondicionada
Pública
26 Violação de lugar ou objeto P.S. 15 d. a 3 m.
Incondicionada
28, § Pública
Deflagração perigosa P.S. 15 d. a 2 m.
único Incondicionada
Pública
29 Desabamento de construção P.S. 1 a 6 meses
Incondicionada
Pública
30 Perigo de desabamento Multa.
Incondicionada
Omitir cautela na guarda ou condução Pública
31 P.S. 10 d. a 6 m.
de animais Incondicionada
Falta de habilitação para dirigir Pública
32 Multa.
veículos Incondicionada
Pública
33 Direção não licenciada de aeronave P.S. 15 d. a 3 m.
Incondicionada
Direção perigosa de veículo na via Pública
34 P.S. 15 d. a 3 m.
pública (de veículo não automotor) Incondicionada
Pública
35 Abuso na prática de aviação P.S. 15 d. a 3 m.
Incondicionada
36, Pública
Não colocação de sinais de perigo P.S. 15 d. a 3 m.
caput Incondicionada
36, §
Destruição ou remoção de sinal de Pública
único, P.S. 15 d. a 3 m.
perigo Incondicionada
“a”
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36, §
Pública
único Remoção de sinal de serviço público P.S. 15 d. a 3 m.
Incondicionada
“b”
Pública
37 Arremesso ou colocação perigosa Multa.
Incondicionada
37, § Omissão de cautela na colocação ou Pública
Multa.
único suspensão perigosa de coisa Incondicionada
Pública
38 Emissão de fumaça, vapor ou gás Multa.
Incondicionada
39, Pública
Associação secreta P.S. 1 a 6 meses.
caput Incondicionada
Ceder prédio para reunião de Pública
39, § 1º P.S. 1 a 6 meses.
associação secreta Incondicionada
Provocação de tumulto. Conduta Pública
40 P.S. 15 d. a 6 m.
inconveniente Incondicionada
Pública
41 Falso alarma P.S. 15 d. a 6 m.
Incondicionada
Perturbação do trabalho ou sossego Pública
42 P.S. 15 d. a 3 m.
alheios Incondicionada
Pública
43 Recusa de moeda de curso legal Multa.
Incondicionada
Pública
44 Imitação de moeda para propaganda Multa.
Incondicionada
Simulação da qualidade de Pública
45 P.S. 1 a 3 meses.
funcionário Incondicionada
Uso ilegítimo de uniforme ou Pública
46 Multa.
distintivo Incondicionada
Exercício ilegal de profissão ou Pública
47 P.S. 15 d. a 3 m.
atividade Incondicionada
Exercício ilegal do comércio de coisas Pública
48 P.S. 1 a 6 meses
antigas e obras de arte Incondicionada
Matrícula ou escrituração de indústria Pública
49 Multa.
ou profissão Incondicionada
Pública
50 Jogo de azar P.S. 3 m. a 1 a.
Incondicionada
Pública
59 Vadiagem P.S. 15 d. a 3 m.
Incondicionada
Pública
60 Mendicância P.S. 15 d. a 3 m.
Incondicionada
Pública
61 Importunação ofensiva ao pudor Multa.
Incondicionada
Pública
62 Embriaguez P.S. 15 d. a 3 m.
Incondicionada
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Pública
63 Bebidas alcoólicas P.S. 2 m. a 1 a.
Incondicionada
Pública
64 Crueldade contra animais P.S. 10 d. a 1 m.
Incondicionada
Pública
65 Perturbação da tranquilidade P.S. 15 d. a 2 m.
Incondicionada
Pública
66 Omissão de comunicação de crime Multa.
Incondicionada
Pública
67 Inumação ou exumação de cadáver P.S. 1 m. a 1 a.
Incondicionada
Recusa de dados sobre a própria Pública
68 Multa.
identidade Incondicionada

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15.1.4 Lei das Loterias (Decreto-Lei 6.259, de 10 de fevereiro de 1944)

Artigos Denominação da Infração Pena(s) Ação Penal


Introdução de loteria estrangeira no país ou de loteria Pública
46 P.S. 6 m. a 1 a.
estadual de um Estado em outro Incondicionada
Pública
47 Posse ou distribuição de bilhetes de loteria estrangeira P.S. 6 m. a 1 a.
Incondicionada
Posse ou distribuição de bilhetes de loteria estadual, Pública
48 P.S. 2 a 6 m.
fora do Estado respectivo Incondicionada
Posse e exibição de listas de sorteios de loteria Pública
49 P.S. 1 a 4 m.
estrangeira ou de outro Estado Incondicionada
Pagamento de prêmio de loteria estrangeira ou de outro Pública
50 P.S. 2 a 6 m.
Estado, sem circulação legal Incondicionada
Impressão de bilhetes, listas ou cartazes de loteria sem Pública
51 P.S. 2 a 6 m.
circulação local legal Incondicionada
Distribuição ou transporte de listas ou avisos de loteria Pública
52 P.S. 1 a 4 m.
sem circulação local legal Incondicionada
Transmissão de resultado de extração de loteria não Pública
56 Multa.
autorizada Incondicionada
Pública
58 Jogo do bicho P.S. 6 m. a 1 a.
Incondicionada

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15.1.5 Sistema Nacional De Políticas Públicas Sobre Drogas (Lei nº 11.343, de 23 de
agosto de 2006)

Artigos Denominação da Infração Pena(s) Ação Penal


Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar
ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem Pública
28, caput *
autorização ou em desacordo com determinação legal Incondicionada
ou regulamentar
Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
Pública
28, § 1º destinadas à preparação de pequena quantidade de *
Incondicionada
substância ou produto capaz de causar dependência
física ou psíquica.
Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro,
Art. 33. § Pública
a pessoa de seu relacionamento, para juntos a D. 6 m. a 1 ano.
3° Incondicionada
consumirem
Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que
delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses Pública
Art. 38 D. 6 m. a 2 ano.
excessivas ou em desacordo com determinação legal ou Incondicionada
regulamentar

Esclarecendo melhor sobre as penas atribuídas ao crime previsto no artigo 28 da Lei de


Drogas (Lei 11.343/03), temos o seguinte:

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou


trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às
seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo.
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal,
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena
quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física
ou psíquica.
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz
atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e
às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e
pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez)
meses.
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em
programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais,
hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins
lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do
consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

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§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se
refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse
o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do
infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente
ambulatorial, para tratamento especializado. (BRASIL, 2006)

15.1.6 Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 13 de julho de 1990)

Artigos Denominação da Infração Pena(s) Ação Penal


Não manutenção de registro das atividades de
228, § Pública
estabelecimento de saúde da gestante ou não D. 2 a 6 meses.
único Incondicionada
fornecimento de declaração de nascimento do neonato
229, § Não identificação correta ou não realização de exames Pública
D. 2 a 6 meses.
único do neonato e da parturiente Incondicionada
Apreender o menor de 18 anos sem estarem presentes as
Pública
230 circunstâncias da flagrância (caput), ou sem observar as D. 6 m. a 2 anos.
Incondicionada
formalidades legais (§ único)
Deixar a autoridade policial de comunicar a apreensão
Pública
231 de menor de 18 anos a autoridade judiciária e família do D. 6 m. a 2 anos.
Incondicionada
apreendido
Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, Pública
232 D. 6 m. a 2 anos.
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento Incondicionada
Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de
Pública
234 ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente D. 6 m. a 2 anos.
Incondicionada
quando ciente da ilegal apreensão
Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei Pública
235 D. 6 m. a 2 anos.
em benefício de adolescente privado de liberdade Incondicionada
Impedir ou embaraçar ação de autoridade judiciária,
membro do Conselho Tutelar ou representante do Pública
236 D. 6 m. a 2 anos.
Ministério Público no exercício de função prevista no Incondicionada
ECA
Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar,
de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de
Pública
244 estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu D. 6 m. a 2 anos.
Incondicionada
reduzido potencial, sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida

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15.1.8 Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990)

Artigos Denominação da Infração Pena(s) Ação Penal


Omissão dolosa sobre nocividade ou periculosidade do
D. 6 meses a 2 Pública
63 produto (caput) e do serviço (§ 1º), em embalagens ou
anos. Incondicionada
publicidade
Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar,
D. 6 meses a 2 Pública
63, § 1º mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a
anos. Incondicionada
periculosidade do serviço a ser prestado
Omissão culposa sobre nocividade ou periculosidade do
Pública
63, § 2º produto (caput) e do serviço (§ 1º) em embalagens ou D. 1 a 6 meses.
Incondicionada
publicidade
Omissão dolosa sobre conhecimento posterior ao
lançamento no mercado sobre nocividade ou Pública
64 D. 6 m. a 2 anos.
periculosidade do produto, e deixar de retirá-lo do Incondicionada
mercados (§ único)
Executar serviço de alta periculosidade, contrariando Pública
65 D. 6 m. a 2 anos.
determinação de autoridade competente Incondicionada
Afirmação falsa, enganosa ou omissão de informação Pública
66, caput D. 3 m. a 1 ano
relevante sobre produtos e serviços ofertados Incondicionada
Oferta de produtos e serviços com afirmação falsa, Pública
66, § 1º D. 3 m. a 1 ano
enganosa ou c/omissão de informação relevante Incondicionada
Pública
67 Publicidade enganosa ou abusiva D. 3 m. a 1 ano
Incondicionada
Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
Pública
68 saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar D. 6 m. a 2 anos.
Incondicionada
de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde
Pública
69 Não organização de dados que dão base à publicidade D. 1 a 6 meses.
Incondicionada
Reparação não autorizada de produtos com peças ou Pública
70 D. 3 m. a 1 ano
componentes usados Incondicionada
Constrangimento físico ou moral na cobrança de dívida Pública
71 D. 3 m. a 1 ano
do consumidor Incondicionada
Impedimento ou dificuldade no acesso às informações Pública
72 D. 6 m. a 1 ano
cadastrais do consumidor Incondicionada
Não correção de informação inexata em cadastro de Pública
73 D. 1 a 6 meses
consumidor Incondicionada
Pública
74 Não entrega de termo de garantia ao consumidor D. 1 a 6 meses
Incondicionada

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15.1.9 Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997)

Artigos Denominação da Infração Pena(s) Ação Penal


Publica
303 Lesão corporal culposa na direção de veículo D. 6 m. a 2 anos
Condicionada
Omissão de socorro por condutor de veículo em Pública
304 D. 6 m. a 1 ano.
acidente Incondicionada
Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do
veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por Pública
304, § 1º D. 6 m. a 1 ano.
terceiros ou que se trate de vítima com morte Incondicionada
instantânea ou com ferimentos leves.
Pública
305 Fuga do condutor do veículo do local do acidente D. 6 m. a 1 ano.
Incondicionada
307, Violação da suspensão ou proibição de obter habilitação Pública
D. 6 m. a 1 ano.
caput para dirigir veículo Incondicionada
Não entrega do documento de habilitação em juízo no
307, § Pública
prazo, pelo condenado pela violação da suspensão ou D. 6 m. a 1 ano.
único Incondicionada
proibição de dirigir
Participar, na direção de veículo automotor, em via
pública, de corrida, disputa ou competição
Pública
308 automobilística não autorizada pela autoridade D. 6 m a 1 ano.
Incondicionada
competente, desde que resulte dano potencial à
incolumidade pública ou privada
Direção não habilitada de veículo automotor, gerando Pública
309 D. 6 m. a 1 ano.
perigo Incondicionada
Entrega de direção de veículo automotor a pessoa não
Pública
310 habilitada ou sem condições de conduzir o veículo com D. 6 m. a 1 ano.
Incondicionada
segurança
Tráfego em velocidade incompatível com a segurança Pública
311 D. 6 m. a 1 ano.
no trânsito Incondicionada
Pública
312 Inovação artificiosa de local de acidente automobilístico D. 6 m. a 1 ano.
Incondicionada

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15.1.10 Meio Ambiente (Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998)

Artigos Denominação da Infração Pena(s) Ação Penal


Caça, perseguição ou apanha de espécime da fauna Pública
29, caput D. 6 m. a 1 ano.
silvestre sem licença ou em desacordo com a obtida Incondicionada
Impedimento de procriação da fauna silvestre sem Pública
29, § 1º, I D. 6 m. a 1 ano.
licença ou em desacordo com a obtida Incondicionada
29. § 1º, Destruição, dano ou modificação de ninho, abrigo ou Pública
D. 6 m. a 1 ano.
II criadouro natural Incondicionada
Venda, exportação, aquisição ou guarda de espécimes
29, § 1º, Pública
da fauna silvestre e produtos derivados, sem licença ou D. 6 m. a 1 ano.
III Incondicionada
provenientes de criadouros não autorizados
contra espécie rara ou considerada ameaçada de Pública
29, § 4º, I extinção, ainda que somente no local da infração aumento de 1/2
Incondicionada
29, § 4º, Pública
período proibido à caça aumento de ½
II Incondicionada
29, § 4º, Pública
durante a noite aumento de ½
III Incondicionada
29, § 4º, Pública
com abuso de licença aumento de ½
IV Incondicionada
29, § 4º, Pública
em unidade de conservação aumento de ½
V Incondicionada
29, § 4º, com emprego de métodos ou instrumentos capazes de Pública
aumento de 1/2
VI provocar destruição em massa. Incondicionada
Pública
31 Introdução de espécime animal no país sem licença D. 3 m. a 1 ano.
Incondicionada
Pública
32, caput Abuso ou maus tratos em animais D. 3 m. a 1 ano.
Incondicionada
Pública
32, § 1º Experiência dolorosa ou cruel com animal vivo D. 3 m. a 1 ano.
Incondicionada
Destruir ou danificar floresta considerada de
38, § preservação permanente, mesmo que em formação, ou D. 6m a 1 ano e Pública
único utilizá-la com infringência das normas de proteção 1/2 Incondicionada
(culposo)
41, § Pública
Incêndio culposo em mata ou floresta D. 6 m. a 1 ano.
único Incondicionada
Extração mineral não autorizada em florestas públicas Pública
44 D. 6 m. a 1 ano.
ou de preservação Incondicionada
Cortar ou transformar em carvão, madeira de lei, assim
classificada por ato do poder público, para fins
Pública
45 industriais, energéticos ou para outra exploração, R. 1 a 2 anos.
Incondicionada
econômica ou não, em desacordo com as determinações
legais
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Aquisição ou recebimento de produtos vegetais sem
Pública
46, caput verificação de sua extração mediante licença e D. 6 m. a 1 ano.
Incondicionada
desacompanhados de documento
46, § Venda, depósito, transporte ou guarda de produtos de Pública
D. 6 m. a 1 ano.
único origem vegetal sem licença Incondicionada
Pública
48 Impedimento da regeneração de florestas ou vegetação D. 6 m. a 1 ano.
Incondicionada
Destruição ou dano em plantas ornamentais de Pública
49 D. 3 m. a 1 ano.
logradouros ou propriedade privada Incondicionada
Destruição ou dano em floresta ou vegetação de Pública
50 D. 3 m. a 1 ano.
especial preservação Incondicionada
Comercialização ou uso de motosserra sem licença ou Pública
51 D. 3 m. a 1 ano.
registro Incondicionada
Penetração em Unidade de Conservação portando
Pública
52 instrumentos para caça ou exploração florestal, sem D. 6 m. a 1 ano.
Incondicionada
licença
Causação culposa de poluição danosa à saúde humana
54,§ Pública
ou provocadora de mortandade de animais ou de D. 6 m. a 1 ano.
único Incondicionada
destruição da flora
Pesquisa ou extração mineral sem autorização ou em Pública
55, caput D. 6 m. a 1 ano.
desacordo com a licença Incondicionada
55, § Não recuperação de área de pesquisa ou exploração Pública
D. 6 m. a 1 ano.
único mineral Incondicionada
Substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana Pública
56, § 3º D. 6 m. a 1 ano.
ou ao meio ambiente Incondicionada
Estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente
Pública
60 poluidores, sem licença ou contrariando normas legais e D. 1 a 6 meses.
Incondicionada
regulamentares
62, § Destruição, inutilização ou deterioração culposa de bem Pública
D.6 m. a 1 ano.
único especialmente protegido Incondicionada
Construção em solo não edificável ou seu entorno, sem
Pública
64 autorização ou em desacordo com a autorização D. 6 m. a 1 ano.
Incondicionada
concedida
Pública
65, caput Conspurcação de edificação ou monumento urbano D. 3 m. a 1 ano.
Incondicionada
65, § Pública
Conspurcação de monumento ou coisa tombada D. 6 m. a 1 ano.
único Incondicionada
68, § Não cumprimento culposo de obrigação de Pública
D. 3 m. a 1 ano.
único relevante interesse ambiental Incondicionada

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15.1.12 Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003)

Artigos Denominação da Infração Pena(s) Ação Penal


Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir Pública
que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de Incondicionada
13, caput deficiência mental se apodere de arma de fogo que D. 1 a 2 anos.
esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade.
Parágrafo único
Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor Pública
responsável de empresa de segurança e transporte de Incondicionada
valores que deixarem de registrar ocorrência policial e
13, par. Ú de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou D. 1 a 2 anos.
outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou
munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato

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15.1.13 Estatuto do Idoso (Lei 10.471, de 1º de outubro de 2003)

Artigos Denominação da Infração Pena(s) Ação Penal


Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu
acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao
R. 6 m a 1 Pública
96, caput direito de contratar ou por qualquer outro meio ou
ano. Incondicionada.
instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade
Desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa R. 6 m a 1 Pública
96, § 1º
idosa, por qualquer motivo ano. Incondicionada.
Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível
fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo,
D. 6 m. a 1 Pública
97, caput ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde,
ano. Incondicionada
sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de
autoridade pública
Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica,
do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou
D. 2 m. a 1 Pública
99, caput degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados
ano Incondicionada
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o
a trabalho excessivo ou inadequado
Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por
motivo de idade. Negar a alguém, por motivo de idade,
emprego ou trabalho. Recusar, retardar ou dificultar
atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem
justa causa, a pessoa idosa. Deixar de cumprir, retardar ou D. 6 m. a 1 Pública
100
frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial ano Incondicionada
expedida na ação civil que alude esta Lei. Recusar, retardar
ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da
ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo
Ministério Público
Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a
D. 6 m. a 1 Pública
101 execução de ordem judicial expedida nas ações em que for
ano Incondicionada
parte ou interveniente o idoso
Negar o acolhimento ou a permanência de idoso, como
D. 6 m. a 1 Pública
103 abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à
ano Incondicionada
entidade de atendimento
Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a
benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como D. 6 m. a 1 Pública
104
qualquer outro documento com objetivo de assegurar ano Incondicionada
recebimento ou ressarcimento de dívida
Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério D. 6 m. a 1 Pública
109
Público ou de qualquer outro agente fiscalizador ano Incondicionada

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 88.777, de 30 de setembro de 1983. Reorganiza as Polícias Militares e os


Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Território e do Distrito Federal, e dá outras
providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0667.htm>.
Acesso em: 09 jan. 2018.

___________ . Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais e dá outras providências. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm>. Acesso em: 09 jan. 2018.

___________. Supremo Tribunal Federal. ADI 2862, de 26 de março de 2008. Disponível


em:<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=525827>. Acesso em:
09 de jan. de 2018.

___________.___________. RE 1.051.393/SE. Disponível em:


<http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5195370>. Acesso em: 09 de jan. de 2018.
___________ . Decreto-Lei n° 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657.htm>.
Acesso em: 09 jan. 2018.

GOIÁS. Tribunal de Justiça do Estado. Corregedoria-Geral de Justiça. Provimento nº 18, de 15 de


julho de 2015. Autoriza os juízes dos juizados Especiais e Comarcas do Estado a receberem os
Termos Circunstanciados lavrados por Policiais Militares e policiais rodoviários federais. Disponível
em:< http://www.tjgo.jus.br/tjdocs/documentos/276402>. Acesso em: 09 jan. 2018.

GOMES, Antônio; GRINOVER, Ada Pellegrini e SCARANCE, Antônio; Gomes, Luis Flávio.
Juizados Especiais Criminais. São Paulo: RT, 2002.

JESUS, Damásio de. Lei dos Juizados Especiais Criminais Anotada. 5. ed., São Paulo: Saraiva,
2000.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

SÃO PAULO. Conselho Superior da Magistratura. Provimento 806 de 24 de julho de 2003. Normas
relativas aos Juizados Informais de Conciliação, Juizados Especiais Cíveis e Criminais e Juizados
Criminais. Disponível em:<
https://www2.oabsp.org.br/asp/clipping_jur/ClippingJurDetalhe.asp?id_noticias=14272&AnoMes=
20038>. Acesso em: 09 jan. 2018.

Autor: Aspirante PM Pascoal Machado Peres


Revisores: Capitão PM Carlos Ney Silva e 1º Tenente Gustavo Macedo Fregonezi

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