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SÃO PAULO - SP
121515MAI21
ATUAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR NA SISTEMÁTICA DE
DEFESA CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

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NOTA DE INSTRUÇÃO Nº PM3-001/02/21

1. REFERÊNCIAS
1.1. Decreto federal nº 1.973, de 01AGO96 (Promulga a Convenção Interamericana para
prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher);
1.2. Decreto federal nº 4.377, de 13SET02 (Promulga a Convenção sobre a eliminação de todas
as formas de discriminação contra a mulher);
1.3. Lei federal nº 11.340, de 07AGO06 (Lei Maria da Penha), alterada pela Lei federal nº
13.827, de 13MAI19;
1.4. Resolução SSP-57, de 08MAR15 (Dispõe sobre o atendimento e o registro de ocorrências e
dá outras providências);
1.5. Resolução SSP-2, de 12JUN17 (Estabelece o “Protocolo Único de Atendimento”, a ser
observado nas ocorrências de violência doméstica e familiar contra a mulher);
1.6. Portaria do Comandante-Geral PM3-001/02/17, de 03MAR17 (Estabelece os procedimentos
a serem adotados pelas Unidades de Serviço no atendimento de ocorrência que envolva
violência doméstica e familiar contra a mulher, em função do “Protocolo Único de
Atendimento” instituído pela Resolução SSP-2, de 12JUN17);
1.7. Nota de Instrução nº PM3-007/03/17, de 14DEZ17 (Boletim de Ocorrência Eletrônico);
1.8. Processo 2.09.00 (Ocorrência de violência doméstica e/ou descumprimento de medidas
protetivas);
1.9. Lei federal nº 13.827, de 13MAI19 (Altera a Lei Maria da Penha);
1.10. Diretriz nº PM3-005/02/20, de 12MAR20 (Programa de Policiamento Comunitário);
1.11. Lei estadual nº 17.260, de 30MAR20 (Dispõe sobre a criação do programa da Polícia
Militar "Patrulha Maria da Penha", que visa ao monitoramento da segurança das mulheres
vítimas de violência doméstica no Estado de São Paulo);
1.12. Diretriz nº PM3-001/02/20, de 06MAR20 [Normas para o Sistema Operacional de
Policiamento (NORSOP)].
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2. FINALIDADE
Disciplinar as ações de prevenção primária e de polícia ostensiva voltadas à sistemática de
defesa contra a violência doméstica, no que concerne à proteção da mulher e sua família.

3. SITUAÇÃO
3.1. a violência doméstica e familiar é problema social que tem sido amplamente discutido pela
sociedade brasileira, em especial, após a edição da Lei federal nº 11.340/06, conhecida como
“Lei Maria da Penha”, a qual estabeleceu mecanismos para prevenir e coibir agressões
contra a mulher e seus familiares, sejam de caráter físico, sexual, psicológico, patrimonial e
moral;
3.2. o fenômeno é complexo, pois decorre de múltiplos fatores, como os ambientais,
socioeconômicos e demográficos, impondo ao Estado a necessidade de desenvolver políticas
públicas de enfrentamento à violência doméstica e ao feminicídio;
3.3. a Polícia Militar, como Instituição promotora dos direitos humanos fundamentais no
contexto de sua atribuição constitucional voltada à polícia ostensiva e à preservação da
ordem pública, é um importante vetor que compõe a defesa de grupos vulneráveis, dentre os
quais os compostos por mulheres, crianças e idosos;
3.4. a prevenção e a repressão imediata dos delitos de violência doméstica e familiar constituem
mecanismos importantes de indução da mudança do comportamento das pessoas,
destacando-se, nessa realidade, as ações desenvolvidas com foco na melhoria da qualidade
de vida pela ampliação da percepção de segurança, obtida, entre outros fatores, por meio da
prevenção primária refletida a partir de ações afirmativas e conscientizadoras da cidadania, a
partir dos direitos e deveres que a compõem.

4. OBJETIVOS
4.1. inibir a violência doméstica e familiar por meio de ações de prevenção primária, com o
objetivo de fomentar a mudança de comportamento das pessoas, encorajando as mulheres
vítimas a recorrerem às autoridades competentes para a resolução do problema;
4.2. dissuadir a ocorrência da violência pela ação de presença da Polícia Militar nos ambientes
que denotam maior vulnerabilidade à mulher, crianças e idosos no contexto doméstico e/ou
familiar;
4.3. prestar atendimento adequado às vítimas de violência doméstica e familiar, considerando-se
seu grau de exposição e vulnerabilidade, efetivando o correto registro e encaminhamento das
ocorrências policial-militares, em observância às peculiaridades da infração penal que se
destaca nessas ações;
4.4. promover percepção de segurança às pessoas que, direta ou indiretamente, tenham contato
fl. 3

com ocorrências de violência doméstica e familiar.

5. MISSÃO
5.1. desenvolver, por meio das OPM territoriais, ações preventivas da violência doméstica e
familiar, como visitas periódicas aos lares mais expostos e vulneráveis, além de palestras de
conscientização e sensibilização dirigidas ao público externo;
5.2. capacitar os policiais militares a prestarem atendimento em ocorrências dessa natureza,
observando-se os aspectos sociais e psicoemocionais intrínsecos ao fato, de forma a garantir
tratamento humanizado à(s) vítima(s);
5.3. implementar a “Patrulha Maria da Penha”, encarregada do policiamento ostensivo voltado à
prevenção e repressão imediata à violência doméstica, composta por efetivo especialmente
capacitado a realizar ações preventivas e dissuasivas, garantindo a aplicação da lei ao
eventual agressor, além do adequado atendimento à mulher e/ou seus familiares.

6. EXECUÇÃO
6.1. Conceituação:
6.1.1. Aplicativo “SOS Mulher”: software do Governo do Estado de São Paulo, desenvolvido
para uso em dispositivo móvel, destinado a possibilitar que a mulher detentora de medida
protetiva concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo solicite atendimento
emergencial da Polícia Militar, quando do descumprimento de determinação judicial pelo
agressor, durante ou na iminência da ocorrência de violência doméstica e familiar;
6.1.2. Comitê da Sistemática de Defesa contra a Violência Doméstica - Monitoramento e
Assistência à Mulher e à Família: comitê composto por policiais militares (oficiais e
praças), destinado a monitorar e analisar os resultados alcançados pelas ações
desenvolvidas pela Polícia Militar na presente iniciativa, além de adotar medidas
sistêmicas, incluindo outros órgãos, necessárias à prevenção e repressão imediata de atos
violentos contra a mulher e sua família;
6.1.3. Medida Protetiva de Urgência: ato da autoridade judicial ou policial que visa salvaguardar
a vida e a integridade física da mulher e de sua família, vítimas de violência doméstica,
estabelecendo obrigações ao agressor ou à própria ofendida;
6.1.4. Programa “Patrulha Maria da Penha”: conjunto de ações integradas para auxiliar no
acompanhamento da execução de medidas protetivas para mulheres vítimas de violência
doméstica, nos termos da Lei estadual nº 17.260, de 30MAR20 (referência “1.11.”);
6.1.5. “Patrulha Maria da Penha”: no âmbito da Polícia Militar, é a Unidade de Serviço (US)
pertencente a um dos Programas de Policiamento existentes ou dos demais tipos,
modalidades e processos de policiamento, composta por policiais militares, dos quais,
preferencialmente, um policial militar feminino, devidamente capacitados pelo Programa
fl. 4

“Lar Mais Seguro”, que deverá realizar Visitas Solidárias e atender, entre outras, também
ocorrências envolvendo violência doméstica;
6.1.6. Programa “Lar Mais Seguro”: projeto desenvolvido pela Polícia Militar, sob
responsabilidade da Diretoria de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos (DPCDH),
para orientar a implementação de ações de prevenção primária contra violência doméstica
e familiar, bem como capacitar o efetivo policial-militar ao atendimento de ocorrências
dessa natureza;
6.1.7. Violência doméstica: ação ou omissão que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial contra mulher, ocorrida no contexto familiar, no
âmbito da unidade doméstica ou em qualquer relação íntima de afeto, tendo o agressor
convivido ou não com a ofendida;
6.1.8. Visita Solidária: contato de policial militar com vítima de delito previamente identificada,
objetivando, além de demonstrar solidariedade frente ao ocorrido e orientar acerca das
medidas de prevenção primária que podem ser adotadas, coletar dados de interesse e
evidenciar os esforços que a Polícia Militar envidará para garantir a segurança das partes
envolvidas e também preservar a ordem pública na localidade. Especial atenção deve ser
direcionada às vítimas de violência doméstica e de conflitos envolvendo pessoas
vulneráveis, nos termos do Anexo “A” à Diretriz nº PM3-001/02/20, de 06MAR20 –
NORSOP (referência “1.12.”);
6.1.9. Visita Comunitária: contato periódico de policial militar, pertencente ou não ao programa
de policiamento comunitário, com os integrantes da comunidade, voltado a estreitar
relações e criar vínculos de confiança mútua, de forma a permitir que a Polícia Militar
conheça e busque soluções para os reais problemas de Segurança Pública que os afligem,
especificamente, neste caso, aplicado a problemas de violência doméstica.
6.2. Programa “Lar Mais Seguro”:
6.2.1. será implementado pelas OPM territoriais por meio de palestras de sensibilização voltadas
ao público externo, desenvolvidas pela DPCDH, a fim de conscientizar a comunidade
acerca da violência doméstica e familiar, orientando as pessoas sobre as ações de
prevenção primária capazes de inibir o agressor e encorajar a mulher a buscar auxílio das
autoridades competentes para a resolução do problema;
6.2.2. também é escopo do programa capacitar o efetivo policial-militar para o atendimento
especializado em ocorrências de violência doméstica e familiar, oferecendo tratamento
humanizado à(s) vítima(s), de forma legalista, técnica e impessoal;
fl. 5

6.2.3. para a implementação do programa, a DPCDH realizará treinamento dos policiais


militares selecionados pelos Cmdo Pol para desempenharem a função, com as seguintes
atribuições:
6.2.3.1. realização de palestras de sensibilização à comunidade e capacitação de outros policiais
militares para esse fim;
6.2.3.2. capacitação do efetivo policial-militar ao atendimento de ocorrência envolvendo
violência doméstica e familiar, notadamente sob os aspectos psicossociais da mulher,
crianças e idosos vítimas de agressões físicas, sexuais ou psicológicas.
6.2.4. a escolha do policial militar encarregado da apresentação da palestra deverá ser orientada
da seguinte forma:
6.2.4.1. estar, no mínimo, no bom comportamento;
6.2.4.2. não estar respondendo a processo regular e/ou Inquérito Policial-Militar (IPM);
6.2.4.3. possuir boa comunicação, bem como postura empática;
6.2.4.4. não possuir histórico de agressões de qualquer natureza.
6.2.5. concluído o treinamento dos policiais militares palestrantes e multiplicadores (subitem
“6.2.3.1.”), o Cmt Btl deverá planejar e executar, por meio das Cia PM subordinadas,
cronograma de apresentação de palestras de sensibilização, podendo valer-se de eventuais
grupos comunitários já estabelecidos, tais como PVS e CONSEG, além de entidades,
associações e demais grupos organizados que possam atuar como parceiros para compor e
atrair o público-alvo.
6.3. Patrulha “Maria da Penha”:
6.3.1. o Cmt Cia PM territorial deverá designar, no mínimo, uma US por turno de serviço para
atuar na função de “Patrulha Maria da Penha”, conforme descrição do subitem “6.1.4.”,
pertencente a um dos Programas de Policiamento existentes ou dos demais tipos,
modalidades e processos de policiamento, nos termos das NORSOP;
6.3.2. a US designada como Patrulha “Maria da Penha” deverá, rotineiramente, dedicar-se ao
desenvolvimento de suas atribuições originárias, sendo responsável, quando necessário,
pela realização da Visita Solidária e pelo atendimento de ocorrência envolvendo violência
doméstica e familiar, prezando pelo tratamento humanizado à mulher vítima das agressões
e/ou de sua família, devendo-se priorizar a proteção das pessoas e providências para a
prestação do devido socorro médico-hospitalar.
6.4. Atendimento de ocorrência de violência doméstica e familiar:
6.4.1. será realizado pela Patrulha “Maria da Penha” ou, na impossibilidade, por US composta
por policial militar devidamente capacitado pelo Programa “Lar Mais Seguro”, que
deverá:
fl. 6

6.4.1.1. identificar se o fato caracteriza violência doméstica e/ou familiar;


6.4.1.2. adotar medidas operacionais descritas no Processo 2.09.00 (referência “1.8.”);
6.4.1.3. providenciar a preservação do local de crime, quando for o caso;
6.4.1.4. caso o risco contra a vida ou a integridade física da mulher e/ou de seus familiares
permaneça atual ou iminente, ainda que não tenha havido agressão propriamente dita, a
ocorrência deverá ser conduzida ao distrito policial para a devida imposição de medida
protetiva de urgência destinada ao afastamento do autor do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida.
6.4.2. para caracterizar a situação de risco descrita no subitem “6.4.1.4.”, deverá ser observada a
tabela anexa de fatores de risco. A ocorrência não será apresentada no distrito policial
somente no caso de não ser identificado nenhum dos fatores de risco elencados, após
análise minuciosa da autoridade policial-militar competente;
6.4.3. considera-se autoridade policial-militar, para efeitos do subitem anterior, o policial militar
em função de supervisão (CFP, CGP, etc.);
6.4.4. caso seja identificada a existência de medida protetiva imposta em face do agressor,
independentemente da existência de qualquer fator de risco, as partes deverão ser
conduzidas ao distrito policial;
6.4.5. ao final do atendimento, em qualquer um dos casos, o policial militar deverá elaborar o
Boletim de Ocorrência e Notificação de Ocorrência (NOc), digitais ou físicos, nos termos
da regulamentação vigente;
6.4.6. identificada a existência de medida protetiva imposta em face do agressor, a US deverá
orientar a vítima acerca da existência do aplicativo “SOS Mulher”.
6.5. Visita Solidária:
6.5.1. deverá ser providenciada de acordo com a análise dos campos “Versão da Pessoa
Qualificada” dos formulários de registro de ocorrência ou equivalente;
6.5.2. será realizada, quando a(s) vítima(s) concordar(em), nos termos do subitem “6.8.1.”, no
mínimo em 2 oportunidades e após o registro da ocorrência, podendo acontecer de duas
formas:
6.5.2.1. por telefone, realizada, preferencialmente, por policial militar capacitado pelo Programa
“Lar Mais Seguro” e designado para este fim;
6.5.2.2. presencialmente, realizada pela Patrulha “Maria da Penha” ou, em caso de
impossibilidade, por policial militar capacitado pelo Programa “Lar Mais Seguro”.
6.5.3. a primeira Visita Solidária será, obrigatoriamente, feita por telefone, em até 10 dias após a
ocorrência, com o fim de permitir a correta avaliação sobre a conveniência da presença da
“Patrulha Maria da Penha” na residência da mulher, vítima;
fl. 7

6.5.4. a segunda visita deverá acontecer em período não superior a 20 dias, contados a partir da
data da primeira Visita Solidária, devendo ser abreviada quando da constatação de risco
iminente à mulher ou à família.
6.6. Comitê contra a Violência Doméstica - Monitoramento e Assistência à Mulher e à
Família:
6.6.1. composto por 13 integrantes designados pelo Subcmt PM, mediante publicação em Bol G
PM, na seguinte disposição:
6.6.1.1. Presidente - Dir Pol Com Dir Hum;
6.6.1.2. 12 policiais militares membros (oficiais e praças), indicados pelo Presidente, na seguinte
conformidade:
6.6.1.2.1. 6 do sexo feminino;
6.6.1.2.2. 6 do sexo masculino.
6.6.2. mensalmente, com apoio do CIPM e da Coord Op PM, deverão ser elaborados relatórios
de diagnóstico situacional1 do problema de violência doméstica no Estado de São Paulo,
incluindo estudos estatísticos e contendo:
6.6.2.1. análise comparativa dos indicadores de violência doméstica;
6.6.2.2. análise comparativa dos indicadores operacionais da Polícia Militar afetos ao assunto,
tais como:
6.6.2.2.1. atuação em circunstâncias de violência doméstica e/ou sexual atendidas, com
verificação do meio utilizado para o acionamento (aplicativo “SOS Mulher”,
Emergência “190”, diretamente à US, etc.) e síntese das ocorrências em destaque;
6.6.2.2.2. Visitas Solidárias e Comunitárias realizadas ou já agendadas;
6.6.2.2.3. público externo atendido pelas palestras de conscientização do Programa “Lar Mais
Seguro”, descrita no subitem “6.2.1.”.
6.6.3. o Comitê também encarregar-se-á de apresentações mensais às autoridades
governamentais e de segurança pública do Estado de São Paulo, até o 5º dia útil de cada
mês, devendo providenciar a organização de slides, com o apoio do CComSoc, contendo
dados e informações extraídos dos relatórios;
6.6.4. além dos policiais militares membros do Comitê, ficará a cargo do Presidente compartilhar
os estudos e análises com outros atores de órgãos públicos, a exemplo do Poder Judiciário,
Ministério Público, Polícia Civil, Serviços de Assistência Social, Organizações Não
Governamentais (ONGs), etc., concitando-os, nas respectivas esferas de atribuição, a
contribuírem no enfrentamento à violência doméstica;

1
Processo de identificação dos fatores positivos e negativos que afetam a ordem pública no território, elaborado a
partir de indicadores demográficos, socioeconômicos, geocriminais, operacionais e gerenciais, além de outros
contidos no Guia de indicadores dos Programas de Policiamento.
fl. 8

6.6.5. os representantes dos órgãos públicos envolvidos poderão ser convidados para colaborar
na capacitação do efetivo policial-militar de acordo com as dinâmicas do Projeto “Lar
Mais Seguro” (subitem “6.1.6.”).
6.7. Atribuições particulares:
6.7.1. DPCDH:
6.7.1.1. capacitar e atualizar os policiais militares indicados, conforme subitem “6.2.” e divisões,
definindo modelo de treinamento que abranja aspectos práticos e teóricos, assim como
cronograma;
6.7.1.2. desenvolver roteiro padrão para a palestra de sensibilização voltada ao público externo
(conforme subitem “6.2.1.”);
6.7.1.3. manter controle:
6.7.1.3.1. quantitativo e nominal de policiais militares capacitados, disponibilizando-o para
consulta das OPM;
6.7.1.3.2. por OPM, da quantidade de palestras de sensibilização realizadas;
6.7.1.3.3. por OPM, da quantidade de Visitas Solidárias realizadas.
6.7.1.4. o cronograma de capacitação e atualização do efetivo da Polícia Militar (subitem
“6.7.1.1.”) deverá ser revisto periodicamente, considerando análise de evolução do delito
de violência doméstica a ser elaborada pela Coord Op PM;
6.7.1.5. adotar as providências relativas à presidência e organização do Comitê da Sistemática de
Defesa contra a Violência Doméstica - Monitoramento e Assistência à Mulher e à
Família, tal como descritas no subitem “6.6.” e divisões.
6.7.2. CComSoc
6.7.2.1. elaborar, juntamente com a DPCDH, material publicitário voltado ao público interno e
externo, objetivando a divulgação do Programa “Lar Mais Seguro” e “Patrulha Maria da
Penha”;
6.7.2.2. apoiar a DPCDH na organização dos slides que comporão as apresentações mensais às
autoridades governamentais e de segurança pública do Estado de São Paulo.
6.7.3. CIPM
6.7.3.1. elaborar o Objeto de Análise de Inteligência (OAI) sobre violência doméstica e familiar,
bem como o geoprocessamento dos indicadores criminais, comunicando-os às OPM
interessadas.
6.7.3.2. auxiliar o Comitê da Sistemática de Defesa contra a Violência Doméstica -
Monitoramento e Assistência à Mulher e à Família, no que couber, no que se refere às
análises, reuniões e apresentações.
6.7.4. DEC
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6.7.4.1. auxiliar a DPCDH, no que couber, na elaboração do material para a capacitação do


efetivo policial-militar;
6.7.4.2. divulgar o papel da PMESP na sistemática de defesa contra a violência doméstica por
meio de Instrução Continuada de Comando e Programa de Videotreinamento.
6.7.5. Coord Op PM
6.7.5.1. avaliar o desenvolvimento do Programa “Lar Mais Seguro”, com base nas análises
produzidas pelo CIPM (subitem “6.7.3.”) e pelos dados fornecidos pela DPCDH
(subitem “6.7.1.”), a fim de mensurar a eficiência das ações promovidas pela Polícia
Militar na defesa contra a violência doméstica e familiar;
6.7.5.2. auxiliar o Comitê da Sistemática de Defesa contra a Violência Doméstica -
Monitoramento e Assistência à Mulher e à Família, no que couber, no que se refere às
análises, reuniões e apresentações;
6.7.5.3. por intermédio do COPOM: informar o contingente operacional através de mensagens
de caráter orientativo, que tenham por objetivo esclarecer os policiais militares acerca
dos procedimentos relacionados à sistemática de defesa contra a violência doméstica.
6.7.6. DTIC
6.7.6.1. prestar suporte técnico à DPCDH para a obtenção, organização, disponibilização e
acesso aos dados referentes à sistemática de defesa contra a violência doméstica;
6.7.6.2. prover soluções tecnológicas que auxiliem na difusão de conteúdos relacionados à
capacitação dos policiais militares, desenvolvimento de estudos e divulgação dos
principais temas atinentes à presente sistemática;
6.7.6.3. disponibilizar à DPCDH, até o 1º dia útil de cada mês, dados acerca das medidas
protetivas ativas do Estado de São Paulo referentes ao mês anterior, por intermédio de
arquivo eletrônico enviado diretamente àquela Diretoria.
6.7.7. Cmdo Pol
6.7.7.1. elaborar relatórios sobre as palestras de sensibilização realizadas junto à comunidade sob
sua responsabilidade e encaminhá-los, mensalmente, à DPCDH;
6.7.7.2. informar a DPCDH, mediante envio de arquivo eletrônico, até o 1º dia útil de cada mês,
relação (relativa ao mês anterior) dos policiais militares capacitados para atuar na
sistemática de defesa contra a violência doméstica;
6.7.7.3. por intermédio das OPM subordinadas:
6.7.7.3.1. elaborar cronograma e providenciar treinamento para o efetivo subordinado, a ser
realizado pelos policiais militares multiplicadores, seguindo modelo definido pela
DPCDH (subitem “6.7.1.1.”);
fl. 10

6.7.7.3.2. elaborar e executar cronograma de palestras de sensibilização a serem apresentadas ao


público externo, observando o roteiro indicado pela DPCDH;
6.7.7.3.3. divulgar o Programa “Lar Mais Seguro”, Patrulha “Maria da Penha” e aplicativo “SOS
Mulher” em todos os contatos com a comunidade (PVS, CONSEG, etc.);
6.7.7.3.4. divulgar, incentivar e instruir a(s) vítima(s) de violência doméstica e familiar, durante
o atendimento de ocorrências dessa natureza, sobre o aplicativo “SOS Mulher” e os
canais disponíveis para denúncias;
6.7.7.3.5. controlar as informações referentes às ocorrências de violência doméstica, em especial
em relação ao interesse da vítima em receber a Visita Solidária, visando subsidiar o
respectivo planejamento.
6.8. Prescrições Diversas:
6.8.1. considerando que a presença da Polícia Militar na residência da mulher vítima de
violência doméstica pode induzir o agressor a novas ofensas, o policial militar que atender
a ocorrência deverá apontar, no campo “Versão da Pessoa Qualificada” do formulário de
registro de ocorrência ou equivalente, se a vítima deseja ou não receber a Visita Solidária
e qual a forma mais adequada (presencial ou por telefone);
6.8.2. fica liberado o canal técnico entre as OPM com atribuições particulares previstas nesta
Dtz, com vistas à execução das respectivas atribuições, eventuais ajustes e esclarecimentos
que se fizerem necessários;
6.8.3. tendo em vista que, nos termos da Lei estadual nº 17.260, de 30MAR20 (referência
“1.11”), o programa “Patrulha Maria da Penha” representa um conjunto de ações
integradas a serem realizadas por policiais militares, policiais civis, assistentes sociais e
psicólogas, faz-se necessária a interposição de contatos, pelos respectivos Cmdo Pol, com
representantes locais da Polícia Civil, prefeituras municipais e demais órgãos e serviços
públicos afins, de modo a buscar articulação e angariar o apoio necessário para a
operacionalização das medidas em questão;
6.8.4. revogam-se as disposições divergentes ao contido na presente Nota de Instrução, em
especial a Nota de Instrução nº PM3-002/02/20, de 22DEZ20, e Ordem Complementar nº
PM3-001/02/21, de 18JAN21.

Assinado no original
MARCUS VINICIUS VALÉRIO
Cel PM Subcomandante
ANEXO: Tabela de Fatores de Risco.

“Nós, Policiais Militares, sob a proteção de Deus, estamos compromissados com a defesa da Vida, da Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana.”
fl. 11

DISTRIBUIÇÃO:
Subch EM/PM ............................................................................................................................... 1
Gab Cmt G, Coord Op PM, Correg PM, CIPM, CComSoc e CAJ ............................................... 6
1ª, 3ª, 4ª, 6ª EM/PM, DSA/CG e Sec Com ..................................................................................... 6
DL, DTIC, DF, DEC, DS, DPCDH e DP ...................................................................................... 7
Cmdo Pol, CCB e COPOM .......................................................................................................... 31
CMil, Assessorias ......................................................................................................................... 12
Arquivo .......................................................................................................................................... 1
Total .............................................................................................................................................. 64
fl. 12

SÃO PAULO - SP
121515MAI21
ATUAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR NA SISTEMÁTICA DE
DEFESA CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

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3empm@policiamilitar.sp.gov.br ANEXO À NOTA DE INSTRUÇÃO Nº PM3-001/02/21

FATORES DE RISCO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

1. Histórico de violência anterior entre o mesmo agressor e vítima;


2. Histórico de violência pelo agressor contra outras pessoas;
3. Uso de álcool e/ou drogas ilícitas pelo agressor;
4. Transtorno ou doença mental pelo agressor;
5. Comportamento controlador, ciúmes ou alegação de traição;
6. Separação ou tentativa de separação no último ano;
7. Disputa familiar (por bens ou filhos);
8. Presença de crianças ou adolescentes no núcleo familiar;
9. Agressor com acesso à arma de fogo (profissional de segurança e outros);
10. Agressor envolvido com atividades criminosas;
11. Agressor já descumpriu anteriormente ordem judicial de medidas protetivas de urgência;
12. Vítima com dependência econômica;
13. Vítima com fator de vulnerabilidade (criança, adolescente, idoso, com deficiência, etc.);
14. Vítima sem parentes próximos ou rede de proteção;
15. Vítima gestante.

“Nós, Policiais Militares, sob a proteção de Deus, estamos compromissados com a defesa da Vida, da Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana.”

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