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CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL E A LEI 13.467/17:uma análise das (des)


vantagens da ausência de sua obrigatoriedade para os trabalhadores.

DAMARIANE DE ASSIS MENDES FARIAS

NATAL
2021
DAMARIANE DE ASSIS MENDES FARIAS

A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL E A LEI 13.467/17:uma análise das (des) vantagens da


ausência de sua obrigatoriedade para os trabalhadores.

Artigo Científico apresentado ao Centro


Universitário FACEX (UNIFACEX), como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Direito.

ORIENTADOR: Prof. Me. Paulo Hemetério


Aragão Silva

NATAL
2021
DAMARIANE DE ASSIS MENDES FARIAS

A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL E A LEI 13.467/17:uma análise das (des) vantagens da


ausência de sua obrigatoriedade para os trabalhadores.

Artigo Científico apresentado ao Centro


Universitário FACEX (UNIFACEX), como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Direito.

Aprovada em ___ de ______ de 2021

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________
Profº Me. Paulo Hemetério Aragão Silva – Orientador – UNIFACEX

____________________________________________________________
Profª Me. Kelli Cristina Lira de França – Examinadora - UNIFACEX

___________________________________________________________
Profº Convidado – Examinador – EXTERNO
Dedico este trabalho a Deus, o maior orientador
da minha vida. De maneira especial aos meus
pais e marido que deu todo suporte necessário
para conclusão desse artigo.
AGRADECIMENTOS

A construção do presente artigo vai muito além de um trabalho acadêmico: ele


representa o fechamento de um ciclo de cinco anos. Anos que me proporcionaram não somente
a absorção de conhecimento jurídico, como também, permito-me dizer, contribuíram para a
formação de novas relações. Assim, embora as palavras pareçam ser insuficientes para externar
a minha gratidão, dedico-me a escrevê-las.
A Deus, por ser minha bússola, quando os caminhos estão cinzentos e nebulosos; por
ser minha paz, nas dificuldades; por ser minha força, nos momentos em que a fé parece se
esvair; e, principalmente, por não me deixar sozinha, presenteando-me com infinitas bênçãos
celestiais quando tudo parecia não dar certo. Ti amo Deus!
A minha família, em especial aos meus pais José Mariano Mendes & Damares Maria de
Assis Mendes, por serem incansáveis batalhadores, capazes de fazer e o impossível, para ver
seus filhos bem.
Ao meu amado esposo Carlos Manoel de Farias, por ser uma grande fonte de inspiração,
de coragem e de perseverança no alcance dos seus objetivos, mostrando-me que, embora a
trajetória não seja fácil, proporciona recompensas imperecíveis, além disso, coube ser meu
melhor amigo, trazendo-me palavras de animo como: “você é uma guerreira meu amor, eu
acredito em você!”. Aos meus irmãos e sobrinhos, que nos momentos de minha ausência
dedicados aos estudos, sempre fizeram entender que o futuro é feito a partir da constante
dedicação no presente!
Aos meus orientadores Me. Paulo Hemetério e Me. Kelli França, pelo empenho e
dedicação em me ajudar na elaboração deste trabalho, agradeço também, a todos os professores
por me proporcionar o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter e
afetividade da educação no processo de formação profissional. А palavra mestre, nunca fará
justiça aos professores dedicados aos quais sem nominar terão os meus eternos agradecimentos.
Aos meus amigos Salete Silva & Sr. João Silva, (meus pais de oração), que sempre
estiveram ao meu lado cuidando de minha saúde espiritual; as minhas amigas de curso, que
hoje são irmãs na amizade que fizeram parte da minha formação e que vão continuar presentes
em minha vida com certeza.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente fizeram parte de minha formação, o meu
muito obrigado! “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita ao seu tempo”.
Provérbios (25:11) Este é o tempo, Shalom!
[...] Não atuar dentro dos sindicatos
reacionários significa abandonar as massas
operárias insuficientemente desenvolvidas dos
líderes reacionários, dos operários aristocratas
ou aburguesados [...]
Ricardo Antunes
RESUMO

No processo evolutivo do capitalismo gestou-se o sindicalismo. Que nasceu das lutas de


operários contra o despotismo do poderio econômico, iniciando a defesa e promoção de
melhores condições de trabalho. No Brasil a organização sindical pode ser visualizada no
modelo corporativista. Nesse contexto, o sindicalismo deixa de exercer com liberdade a
representação da classe trabalhadora e passa a estar sob a guarda do Estado. A contribuição
sindical obrigatória foi implantada como um dos pilares do modelo estabelecido pelo Estado
Novo. Passando a exigir a contribuição sindical a todos os trabalhadores associados e não
associados ao sindicato. Ferindo os princípios da liberdade associativa e da autonomia sindical
da Convenção da OIT 87. Diante da conjuntura política e econômica surge a lei 13.467/2017,
modificando o formato da contribuição sindical. Assim, a proposta do trabalho é saber quais
foram as (des)vantagens para a classe trabalhadora e o seu reflexo no âmbito sindical, com a
eliminação da obrigatoriedade da contribuição. A análise do tema está sob o argumento que a
devida modificação gerou divisão e pulverização dos espaços trabalhistas. Os referidos
dispositivos foram questionados na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn)5.794. A corte
do Supremo Tribunal Federal, declarou a constitucionalidade dos artigos. Portanto, a nova
legislação trabalhista, procurou atender, não mais no dever do trabalhador, mas sim do direito
de querer ou não de filiar-se a uma entidade sindical

Palavra-chave: Reforma Trabalhista. Contribuição Sindical. Obrigatoriedade


ABSTRAT

In the evolutionary process of capitalism became unionist that was born from the
workers' struggles against despotism and economic power, initiating of the defending and
promoting better working conditions. In Brazil, the union organization can be seen in the
corporatist model. In this context, unionism ceases to freely exercise the representation of the
working class and is now under the custody of the State. The mandatory union contribution was
implemented as one of the pillars of the model established by the Estado Novo. I will now
demand union contribution from all workers who are members and non-members of the union.
Affront the principles of associative freedom and union autonomy of the ILO Convention 87.
Against gives political and economic situation issue the Law 13.467 / 2017, modify the format
of the union contribution. Thus, the proposal of the work is to know what were the (dis)
advantages for the working class and its reflex in the union scope, with the elimination of the
mandatory contribution. The analysis of the theme is based on the argument that the due
modification generated division and dispersion of labor spaces. These provisions were
questioned in the Direct Action of Unconstitutionality (ADIn) 5,794. The Federal Supreme
Court's court declared the articles constitutional. Therefore, the new labor legislation sought to
comply, no longer with the duty of the worker, but with the right to choose whether or not to
join a union entity.

Keyword: Labor Reform. Union contribution. Mandatory


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADC – Ação Direta de Constitucionalidade


ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade
CEF – Caixa Econômica Federal
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil
CTN – Código Tributário Nacional
FNT – Fórum Nacional do Trabalho
GRCS – Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical
OIT – Organização Internacional do Trabalho
STF – Supremo Tribunal Federal
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 10
2 SUCINTA ABORDAGEM SOBRE A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL.............. 12
2.1 BREVISSÍMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO MOVIMENTO SINDICAL
EUROPEU E BRASILEIRO...................................................................................... 12
2.2 NOÇÕES GERAIS DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL NO BRASIL..................... 16
3 TRATAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL ANTES DA REFORMA
TRABALHISTA....................................................................................................... 19
3.1 OBRIGATORIEDADE DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL E SEUS ASPECTOS
CONTROVERSOS..................................................................................................... 19
3.2 NECESSIDADE DE MUDANÇAS NA FORMATAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO
SINDICAL.................................................................................................................. 22
4 O FIM DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL COMPULSÓRIA E OS
IMPACTOS SOCIAIS NA ESTRUTURA SINDICAL........................................ 25
4.1 (DES)VANTAGENS PARA O TRABALHADOR COM O FIM DA
OBRIGATORIEDADE DA CONTRIBUIÇÃO........................................................ 25
4.2 POSICIONAMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.............................. 28
5 CONCLUSÃO........................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 33
10

1 INTRODUÇÃO

A existência da organização sindical no Brasil configura-se como medula estrutural das


lutas sociais da classe trabalhadora. O sindicato nessa composição, representa em sua essência,
a força dos trabalhadores de terminada categoria profissional. Sua principal missão é negociar
diretamente com os empregadores, na busca de sempre protegem os direitos trabalhistas,
“melhores condições de trabalho, além da negociação salarial”. (salário, educação, saúde,
moradia e qualidade de vida). Ricardo Antunes (1985. p.60).
Como organismo vivo, por meio de seus filiados, os sindicatos não subsistem sem os
recursos financeiros. Isso significa dizer, que para enfrentar os grandes capitalistas brasileiros,
em que o trabalhador é colocado em desvantagem quase sempre, “os sindicatos sem a fonte de
custeio não conseguem executar suas funções no exercício da representatividade no âmbito
coletivo”. Bezerra Leite (2019, p.804).
Com base nestas ideias iniciais, este trabalho acadêmico pretende pesquisar o recurso
financeiro denominado Contribuição Sindical para os trabalhadores na esfera sindical,
delimitando a análise pela obrigatoriedade da contribuição que foi modificada por meio da Lei
Federal de nº 13.467/2017, a denominada Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que agora
é compreendida como esta ser facultativa para os trabalhadores, e está em conformidade com o
princípio da liberdade sindical determinada na Convenção 87 da OIT e, neste sentido, deve
nortear o a contribuição sindical sobre o tema. (BRASIL, 2017)1
O presente artigo está orientado pelo seguinte questionamento: quais foram as (des)
vantagens geradas para o trabalhador depois que a Lei 13.467/17 extinguiu a obrigatoriedade
da contribuição sindical e quais foram os impactos sofridos para o trabalhador, no sindicalismo
brasileiro em relação ao âmbito estrutural bem como, ao seu papel na defesa das negociações
coletivas? (BRASIL, 2017)2
O tema foi escolhido em razão da polarização gerada em torno do rompimento
financeiro direcionado ao sistema sindical, que deu azo a grande parte da classe operária se
desfiliar, por não mais acreditar na força sindical e na sua representatividade para a defesa dos
interesses da categoria, que, consequentemente desequilibrou as entidades sindicais. Assim,

1
Documento não paginado.
2
Documento não paginado.
11

com contribuição sindical facultativa, o trabalhador, agora, passou a entender que o sindicato
precisa merecer a destinação do recurso.
O objetivo geral, aqui apresentado é, analisar os impactos das alterações concernente a
contribuição sindical pela Lei Federal de nº 13.467/2017, sobre os trabalhadores e o sistema
sindical brasileiro, bem como as (des)vantagem para o trabalhador.
Especificamente resgatar a importância do movimento sindical na representatividade
nas lutas da classe trabalhadora, fazendo um percurso histórico e discutir a estrutura social e
jurídica que estabeleceu a relação entre a contribuição sindical e o sindicalismo.
No que se refere a metodologia aplicada ao trabalho, a pesquisa será descritiva, com
procedimento bibliográfico e documental, onde será averiguada a problemática do assunto,
analisando doutrinas, jurisprudências, normas da constituição, leis, decretos e relatórios.
Quanto a abordagem da pesquisa será de tipo qualitativo (teórico), neste pretende-se
analisar criticamente os dados coletados para então compreender o fenômeno comportamental
da sociedade trabalhadora em relação ao tema, utilizando-se método histórico e conceitual, uma
vez que será contextualizada o surgimento dos sindicatos, observando a estrutura jurídica e
fática das entidades sindicais na representatividade dos trabalhadores na defesa de direitos. Na
pesquisa serão examinadas a nova legislação trabalhista e publicações relacionadas a
contribuição sindical. A análise de todo esse arcabouço auxiliará o alcance da conclusão acerca
do tema pesquisado.
O trabalho acadêmico será divido em três capítulos. Iniciando com segundo capítulo
que traz uma abordagem geral da contribuição sindical. Para tanto, serão apresentados de forma
resumida o processo evolutivo do movimento sindical no plano internacional (Europa)
principalmente no Brasil, ainda, aprofundando-se na a origem da contribuição sindical de
modelo corporativista e seus desdobramentos até os dias atuais.
O terceiro capítulo, por sua vez, se debruçará sobre tratamento da contribuição sindical
antes da reforma trabalhista, fonte de custeio obrigatória e que foi consagrada pela legislação
até o advento da nova legislação infraconstitucional do trabalho. Face a isso, serão expostos
seus aspectos controversos e discursos que culminaram na aprovação da legislação reformadora
e o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical no Brasil.
Para o quarto e último capítulo, abordaremos uma reflexão acerca dos impactos sociais
com o fim da contribuição sindical compulsória que foi conferida inesperadamente a
facultatividade ao trabalhador a contribuição e, para concluir a análise, ao fim será examinado
o posicionamento do Supremo Tribunal Federal da devida forte de custeio, a despeito da
possível inconstitucionalidade.
12

2 SUCINTA ABORDAGEM SOBRE A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

Inicia-se o estudo da Contribuição Sindical no Brasil com ênfase ao contexto histórico


desde suas origens até a atualidade. Aplica-se a esta pesquisa, reflexão e compreensão do
sindicato no âmbito do direito coletivo, enquanto fenômeno social.

2.1 BREVISSÍMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO MOVIMENTO SINDICAL EUROPEU


E BRASILEIRO

Segundo Antunes (1985), o advento das máquinas, trouxe a Europa o desenvolvimento


e prosperidade, logo a Inglaterra tinha se transformando na fábrica do mundo na metade do
século XVIII. O maquinismo que aumentava surpreendentemente substituiu a produção
artesanal e manufatureira. A grande indústria exigia dos seus inventores e empresários
criatividade e capacidade produtiva, dessa forma, tornava-se mesmo uma lei imperativa entre a
sociedade capitalista na busca de mais lucratividade.
O mesmo autor (1985, p.10) ainda continua sustentando que “[...] A expansão do sistema
capitalista tinha se perpetuado e o novo poderio econômico Inglês dominava o comércio
mundial”. Por consequência, a sociedade esperava o mesmo impacto, o que não aconteceu.
Ocorre que apesar do intenso desenvolvimento capitalista a sociedade operária estava
insatisfeita com as condições estabelecidas pela classe dominante, as quais acarretavam cada
vez mais a redução de salários chegando ao ponto de transformar operários em escravos.
Max e Engels (1974) esclarece que, durante essa fase duas grandes classes amplamente
opostas surgiram: de um lado os grandes capitalistas, formado pela burguesia, e de outro os
proletariados que correspondia a massa de pequenas industrias, pequenos comerciantes, pessoas
que possuam rendas, artesãos e camponeses, fragmentação que fez reorganizar a classe
trabalhadora coletiva
A verdade era que a sociedade capitalista e a supremacia do comércio mundial
sustentavam-se da exploração da mão de obra e da imensa miséria do proletariado. Por essa
razão, a crise social estava instalada e precisava de uma reforma.
13

Segundo Abendroth, (1977, p.14), as primeiras manifestações trabalhistas ocorreram


por meio do uso da violência. Mas, [...] “o Parlamento britânico, em 1769, promulgou um
decreto, impondo a pena de morte pela destruição das fábricas e máquinas”.
De fato, no processo evolutivo do capitalismo gestou-se o sindicalismo. Conforme
argumenta Cairo Jr. (2018, p.1136) “Somente com a eclosão da Revolução Industrial é que
realmente iniciou-se esse processo de defesa e promoção de melhores condições de trabalho,
decorrente da denominada questão social”. Simultaneamente, a partir desse quadro, surge os
sindicatos com as primeiras atuações em defesa de melhores condições de trabalho.
Para Antunes (1985, p.12), o Sindicalismo nascera das lutas de operários contra o
despotismo e o poderio capitalista. Sua finalidade primária era garantir um salário que não fosse
menor que o “mínimo necessário para manutenção e sobrevivência dos trabalhadores e de suas
famílias”.
Desta feita, nasce o Direito Coletivo, cuja base é o sindicato. Não se limitando à nação
inglesa, mas, expandiu-se pela “França, Alemanha, EUA e outros países” (ANTUNES,
1985.p.21).
Historicamente como refere Bezerra Leite (2019, p. 747). O Direito coletivo nasceu em
1720, na capital de Londres – Inglaterra, quando surgiram as trade-unions3 que objetivam
condições materiais mínimas que envolvem salário digno e jornada de trabalho equilibrada,
Para Antunes (1985, p. 17) o reconhecimento do direito de livre associação sindical veio
através da Lei votada em 1824 pelo Parlamento inglês. Isso significa que “as associações
sindicais já existiam na Inglaterra”, que, até aquela data era violentamente reprimida, o que
dificultava a organização dos trabalhadores.
Segundo Bezerra Leite (2019, p.748), a classe trabalhadora ganhava novas dimensões e
avançava na batalha pela sua emancipação; “A primeira Constituição que reconheceu o direito
de livre sindicalização foi a do México, de 1917”, [...] “igualmente também é reconhecido pela
Constituição de Weimar de 1919” [...].
Reforçando o avanço ao reconhecimento internacional do direito de associação,
Martinez (2020 p. 936), sustenta, que veio por meio do Tratado de Versalhes (1919).

3
As Trade-Unions são predecessoras dos sindicatos, forma de organização dos trabalhadores com um considerável
nível de organização, o século XIX foi um período muito fértil na produção de ideias antiliberais que serviram à
luta da classe operária, seja para obtenção de conquistas na relação com o capitalismo, seja na organização do
movimento revolucionário cuja meta era construir o socialismo objetivando o comunismo. O mais eficiente e
principal instrumento de luta das trade-unions era a greve. disponível em: www.ufrgs.br/e-
psico/subjetivacao/trabalho/trabalho-trade-unions.html
14

Bezerra Leite (2019, p.769) nos ajuda robustecendo, seguido pela “Declaração
Universal dos Direitos do Homem, de 1948”, que dispôs sobre o direito de associação e
organização sindical e a “Convenção 87 (1948)”, considerada pela Organização Internacional
do Trabalho (OIT), um dos tratados mais importantes relacionado a liberdade sindical.
O sistema de produção capitalista tinha atravessado o mundo e chegado ao Brasil. De
acordo com Ricardo Antunes (1985, p.48) o desenvolvimento do sindicalismo no Brasil foi
diretamente associado ao “fim do período do trabalho escravo no século XIX”, quando, o país
passou a atuar com mão de obra assalariada de operários estrangeiros que vieram trabalhar no
país. Cria-se os primeiros núcleos operários e igualmente as primeiras lutas de trabalhadores no
Brasil.
Assim no esforço de conceituar mais sobre o processo evolutivo do sindicalismo
brasileiro, Bezerra Leite (2019, p.748), apresenta as primeiras associações vinculadas ao Direito
coletivo do trabalho brasileiro.

Coincide com o surgimento das Ligas Operárias, como a de Socorros Mútuos (1872),
a de Resistências dos Trabalhadores em Madeiras (1901), a dos Operários em Couro
(1901), a de Resistencia das Costureiras (1906).
Posterior, foram criadas as chamadas uniões operárias, a saber: União dos
Trabalhadores em Fábricas de Tecidos (1907), União dos Empregados no Comércio
(1903), União Geral dos Chapeleiros (1904), União dos Trabalhadores Gráficos
(1904) etc. (LEITE,2019,p.748)

Que por sua vez, com a chegada da indústria, passou a se organizar por ramos de
atividades, dando origem aos sindicatos.
Nesse contexto, é possível observar a forma de organização inicial do trabalho dentro
do modelo capitalista brasileiro, em que o trabalhador é colocado em desvantagem e
aprisionado, pois é a partir daí que a crueldade do mundo do trabalho se manifesta.
Antunes (1985, p.48 - 49), nos ajuda a subsidiar esse posicionamento ao referir o início
das manifestações grevista das lutas de classes em busca dos direitos fundamentais do
trabalhador.

A greve, forma elementar e indispensável de luta de classe trabalhadora, eclodiu pela


primeira vez no Brasil em 1858, quando os tipógrafos do Rio de Janeiro rebelaram-se
contra as injustiças patronais e reivindicaram aumentos salariais. A vitória dos
tipógrafos foi apenas o início; as greves começaram a expandir-se para as demais
categorias. E junto com as greves surgiram também outras formas de organização da
nascente classe operaria.(ANTUNES,1985,p.48-49)
15

Amauri Nascimento (2011, p.104) descrevem as primeiras as legislações brasileiras,


pertinente à questão sindical, “As duas primeiras normas jurídicas sobre sindicalismo são o
Decreto nº.979, de 1903, e o Decreto Legislativo nº 1.637, de 1907, o primeiro sobre sindicatos
rurais e o segundo sobre sindicatos urbanos”. Podemos dizer que este último Decreto foi
bastante elucidativo da própria compreensão, pois está lei orientou a atividade sindical, até antes
da Era Vargas.
A pesquisa realizada por Antunes (1985, p.58 - 59), revela que, com o término da
Primeira República, a estrutura sindical autônoma brasileira sofreu um duro golpe quando
Getúlio Vargas assumiu o comando do Estado, em 1930 ao criar uma nova fase do sindicalismo.

com o nítido objetivo de elaborar uma política sindical visando conter a classe
operária dentro dos limites do Estado e formular uma política de conciliação entre o
capital e o trabalho. Não foi outro o objetivo da “Lei de Sindicalização” de 1931
(Decreto 19.770) que, contrariando a liberdade de associação sindical existente
durante a Primeira Republica, criou os pilares do sindicalismo no Brasil .

No fragmento trazido pelo sociólogo Leôncio Martins Rodrigues (2009, p.41) do livro
“O Sindicalismo Corporativo no Brasil”4, explica, o novo sindicalismo da Era Vargas, como,
efetivamente uma estrutura sindical brasileira verticalizada e subordinada ao Estado.
Outro indício importante a ser registrado no processo evolutivo da organização sindical
brasileiro pode ser visualizado na nova carta de 1937, assim pondera Leôncio Martins
Rodrigues (2009, p. 39). Por essa Carta, promulgou-se o Decreto-Lei nº 1.402 “[...] estabelecia
que somente o sindicato regularmente reconhecido pelo Estado teria o direito da representação
legal dos que participavam da respectiva categoria de produção.” O sindicato é vinculado ao
Estado. Manobra extremamente inteligente do poder estatal para se ter o controle dos sindicatos.
Nesse contexto, a resposta parece-nos óbvia: ora o sindicalismo deixa de exercer com
liberdade a representação da classe trabalhadora e passa a estar sob a guarda do Estado. E para
compor esse entendimento problemático, outra contribuição interessante a respeito do
“Sindicalismo de Estado” é oferecida Antunes (2020, p. 185), assim explica.

O sindicalismo de Estado” criou, desde 1931, a unicidade sindical; consolidou sua


estrutura confederacional; ampliou crescentemente sua prática assistencialista, sendo
que, ao fim da década de 1930, especialmente com a criação do imposto sindical e da
Lei de Enquadramento Sindical, aumentou ainda mais o controle do Ministério do
Trabalho sobre os sindicatos, o que se consubstanciou em 1943, na CLT.

4
A organização sindical brasileira, de tipo corporativo, carrega o insuportável epíteto de “fascista”. Sabemos da
influência que, na época, a Carta del Lavoro italiano exerceu sobre os nossos técnicos do Ministério do Trabalho.
16

No ano de 1943 foi implantada a Consolidação das Leis Trabalhistas, que foi criada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e aprovada pelo presidente Getúlio Vargas,
durante o período do Estado Novo. Segundo Leôncio Rodrigues (2009, p.40), “toda vasta
legislação relacionada à organização sindical, à previdência social, à proteção ao trabalhador e
à justiça do trabalho foi reunida na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).”
A proclamação da livre associação sindical, parafraseando Bezerra Leite (2019, p.792)
veio pela Constituição Federal de 1988. Embora ainda sinta certa fratura por causa do regime
conservador corporativista, rendeu-se ao sistema da autonomia sindical, restabelecendo a
liberdade sindical plena.
Para encerrar esse subtópico, nos resta se posicionar da seguinte forma: já que a Carta
Maior atendeu algumas das reivindicações, como já pontuado anteriormente a bendita
Liberdade Sindical, agora segue o grande desafio da entidade sindical, se permitir a estas
mudanças seja ela qual for, o que talvez não seja satisfatório para alguns.

2.2 NOÇÕES GERAIS DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL NO BRASIL

Em primeiro lugar, cabe enunciar o conceito de Contribuição Sindical (título principal


neste artigo), para, então discutir a importância dessa fonte de custeio dentro da organização
sindical. Sergio Martins (2020, p.78 e 84) conceitua a contribuição sindical como uma
prestação, voluntária, tendo por finalidade o custeio de atividades essenciais do sindicato e
outros previsto em lei”. Ela é compreendida como a base de sustentabilidade do sindicato, com
natureza facultativa, que “juridicamente poderia ser chamado de doação o ato empregado em
contribui” para o ente sindical, pago anualmente pelo trabalhador, para custear as atividades do
sindicato de sua categoria profissional e nessa ordem segue como sujeito passivo, todo aquele
que integrar a categoria econômica que autorize conforme a Lei nº 13.467/2017.
(BRASIL,2017)5
Atualmente, faz parte das principais fontes de renda das organizações sindicais,
juntamente com a contribuição assistencial, prevista em instrumento de negociação coletiva, a
contribuição confederativa, prevista na Constituição da República, art. 8º, IV, devendo ser

5
Documento não paginado.
17

aprovada por assembleia da categoria e, por fim, a contribuição associativa, prevista em


estatuto.
Do ponto de vista pretérita, podemos destacar que a contribuição sindical, nascera na
Itália sendo empregada o termo “Contributo sindical”. No Brasil ao longo dos anos recebeu
nomenclatura de “imposto sindical”, resquício do autoritarismo copiado por nós da Carta Del
Lavoro e foi alterada em 1966 pelo Decreto -Lei nº27, passando a ser chamada de contribuição
sindical. Assim esclarece Cassar (2008, p.1261)
Mais adiante, Leôncio Rodrigues (2009, p.38-39) afirma que a contribuição sindical foi
implantada dentro de um modelo Sindical corporativista estabelecida pelo Estado Novo
preparado por Getúlio Vargas, Decreto-lei 1.402, de julho de 1939, se enquadrando dentro de
um sistema sindical arrecadatório de recursos financeiros delegada pelo Estado. Compondo
assim, a contribuição como um dos pilares da organização sindical.
No âmbito pátrio, o devido imposto foi recepcionada pela “Constituição de 1937”,
consequentemente, foi reproduzida nas Constituições de “1946” e “1967” até chegar na
“Constituição Federal de 1988”. (MARTINS, 2012, p. 778 - 801).
De uma forma ainda mais radical, Sérgio Pinto Martins (2008, p. 734,735) afirma que
efetivamente o sindicato passou a ter exigência pecuniária, com o Decreto-lei nº 2.377/40, já
denominado “imposto sindical”; logo depois o Decreto-lei nº 4.298/42 que regulou o
recolhimento sindical e sua aplicabilidade e depois até ser disciplinada pela Consolidação das
Leis Trabalhistas (CLT), nos arts.578 a 610, versando assim sistematicamente sobre a
contribuição sindical.
Antes do advento Reformista da Lei 17.467/17. a lei infraconstitucional exigia que os
empregadores descontassem na folha de pagamento de seus funcionários, o valor
correspondente a um dia de salário anualmente, para o sindicato; ressaltamos que
independentemente se o trabalhador fosse ou não filado ao sindicato, o valor dessa fonte de
custeio sindical era obrigatório a todos os trabalhadores, art. 582 do Decreto-Lei nº 5.452/43.
(BRASIL,1943)6
Em relação ao recolhimento Sérgio Pinto (2020,p.111) didaticamente orienta que a
Contribuição sindical que antes era centralizada no Banco do Brasil, ampliou, passando a ser
também ser recolhida na agência Caixa Econômica Federal (CEF) e/ou outro locais ligado a
arrecadação de tributos federais (art.586 da CLT), A CEF, atualmente é a administradora das
contas “ Arrecadação da Contribuição Sindical” em nome de cada sindicato ( art. 588 CLT),

6
Documento não paginado
18

importa acrescentar que o recolhimento só pode ser realizado quando o trabalhador preenche a
guia de recolhimento da contribuição sindical (GRCS).
Foi estabelecido como data base de desconto da contribuição sindical, o mês de março
de cada ano, conforme prevê o artigo 582 da CLT. Como bem pontua José Cairo Jr.(2018,
p.1216.)
Diante da obrigatoriedade da contribuição, como dito anteriormente, através do
Decreto- Lei 27/66, a alteração foi apenas na nomenclatura do antigo imposto, permanecendo
na essência sua natureza jurídica, de caráter tributário, nesse ponto em razão da existência do
fato gerador. Face a isso, se encaixando as orientações do art. 149 da Constituição Federal
“como uma contribuição sindical de interesse das categorias econômicas e profissionais”, c/c
do artigo 3º 4º do Código Tributário Nacional, sendo tributo, de prestação pecuniária,
compulsório em moeda, cobrada por meio da atividade administrativa claramente vinculante.
Assim esclarece, Sérgio Martins (2020, p.79).
Porém, acompanhando Martins (2020, p.90) é possível dizer que atualmente, por meio
do ato de vontade do trabalhador, a contribuição passou ser uma exigência facultativa, por causa
da modificação do dispositivo 579 da CLT Lei 17.467/17. Com isso a natureza do tributo do
artigo 149 da CF/88 deixou de existir, “justamente pelo fato de que a contribuição sindical não
ser mais obrigatória”. Portanto, segue o entendimento de que agora “a natureza jurídica da
contribuição sindical é de doação”.
Martins (2012, p.741), destaca, ainda, que a contribuição sindical possui uma destinação
específica de sua arrecadação, elencando um rol de serviços assistências do sindicato para o
trabalhador. Desse modo, a arrecadação da contribuição é transformada em “assistência
jurídica; assistência médica; dentária, finalidades desportivas e sociais e formação profissional
entre outros serviços” ofertados, podendo o trabalhador procurar o sindicato de sua categoria
para buscar essas assistências.
Como visto, é necessário questionar a criação da contribuição sindical, além do mero
acesso assistencialismo social, que podem representar tão somente o desvio de finalidade do
sindicato nas lutas sociais.
19

3 TRATAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL ANTES DA REFORMA


TRABALHISTA

Neste terceiro capítulo, por sua vez, dedicaremos nossa pesquisa falando sobre o
tratamento da contribuição sindical como suporte financeiro compulsório demonstrado antes da
reforma trabalhista (vigência da Lei Federal 13.467/2017). Para tanto, serão examinados seus
aspectos controversos e a necessidade de mudança que culminaram na aprovação da legislação
reformadora e, por fim, uma breve reflexão acerca das consequências geradas destas
modificações no âmbito sindical.

3.1 OBRIGATORIEDADE DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL E SEUS ASPECTOS


CONTROVERSOS

A contribuição sindical encontrou seu lugar no plano da organização sindical, apesar de


não ter sido uma conquista do movimento operário, coube a ela ter sido o primeiro meio de
financiamento sindical no Brasil.
No capítulo anterior pontuamos, que essa fonte de custeio foi implantada em 1937 pelo
Decreto 2.377/40, como suporte financeiro compulsório até a Reforma trabalhista (vigência da
Lei Federal 13.467/2017). Além disso, de natureza tributária, prevista na parte final dos arts.8º,
IV, 149 do texto constitucional e nos termos dos arts.578 a 610 da Consolidação das Leis
Trabalhista (CLT); “devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria
econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo
da mesma categoria ou profissão” entendimento de Bezerra Leite (2019, p.800),
Sob o manto do contexto paternalista e pouco debatida pelo Sindicalismo a organização
sindical desde que foi criada, repousou-se em três pilares fundamentais, construída sob a forte
influência fascista da Carta de Lavoro da Itália de Mussolini. Segundo Perrini (2013) tratava-
se do ‘Tripé Peleguismo7’ que correspondia a “unicidade sindical, a intervenção na constituição

7
De uso pejorativo: Denominação dada a membros de sindicatos que agiam sob inspiração do Ministério do
Trabalho ou de políticos ditos trabalhistas. De forma figurada: Pessoa servil, dominada por outra; capacho.
https://www.dicio.com.br/pelego/
20

e no funcionamento do sindicato por parte do Estado e a contribuição sindical. 8 E essa foi a


composição mantida intacta até o advento da reforma trabalhista Lei nº 13467/2017.
(BRASIL,2017)9
A contribuição sindical obrigatória sempre foi a mais questionada das fontes de recursos
financeiros das entidades sindicais. Isso porque, dentre as fontes de custeio (contribuição
assistencial, contribuição associativa, contribuição federativa) que são igualmente “facultativas”,
a contribuição sindical, também conhecida como imposto sindical, ainda configurava a única
contribuição “compulsória” para todos os trabalhadores (associados e não associados) a
entidade sindical, até a revistada reforma trabalhista Lei nº 13467/2017. Essa foi a posição de
(NASCIMENTO, 2011, p.1251)
A tamanha dependência era intencional, pois não razoavelmente constituía
lamentavelmente um jogo de interesse de ambas as partes. (Estado x Sindicato) e para este fim
as empresas eram responsáveis pelo recolhimento dos valores.
Conforme o quadro estabelecido por Martinez (2019, p.1009, grifo do autor):a divisão
era realizada da seguinte forma: “aos trabalhadores serão feitos os seguintes créditos pela caixa
econômica: a) 5% para a confederação correspondente) 10% para central sindical; c) 15% para
a federação; d) 60% para o sindicato respectivo; e) 10% para a conta Especial Emprego e
Salário”.
Considerando o período anterior à Lei n. 13.467/17 (vigente desde 11.11.2017), a
Consolidação das Leis Trabalhista de 1943, trazia em seu texto, especialmente, no artigo 578,
“a exigência da contribuição sindical a todos os trabalhadores associados e não associados”,
logo, os sindicatos prosperavam sem limites e seus líderes também, pois, recebiam de recursos
muito mais que a necessidade deles. (CASSAR, 2008, p.1261),
Sobre a relação entre a contribuição obrigatória e o princípio da liberdade sindical
previsto no texto constitucional (vide o art. 8º, I e IV)10, o professor Bezerra Leite (2019, p.780)
esclarece que os Princípios da Liberdade Sindical’ e Autonomia Sindical estabelecidos pela

8
PERRIRI, V. (13 de 01 de 2013). Reforma sindical e a reconstrução do “tripé do peleguismo”. Acesso em 23
de 03 de 2021, disponível em tribunapr.uol.com.br: https://tribunapr.uol.com.br/noticias/reforma-sindical-e-a-
reconstrucao-do-tripe-do-peleguismo/
9
Documento não paginado.
10
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
IV a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontado em folha,
para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei.
21

Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho. foram importantes para a


reconstrução organização sindical
O professor Ricardo Antunes (2020, p.198), em seu livro “O privilégio da Servidão”,
apresenta-nos a seguinte análise. “Houve avanços significativos na luta por autonomia e
liberdade dos sindicatos em relação ao Estado, com combates à estrutura atrelada ao Estado e
ao imposto Sindical”, instrumento utilizados para controlar sindicatos.
Contudo, (DELGADO, 2019, p.1633) esclarece: que apesar de alguns esforços da
legislação em acenar com a possibilidade de autonomia sindical, a Carta Maior, manteve o
Princípio da unicidade sindical bem como a contribuição sindical compulsória, conseguindo
assim disfarçar os pilares do peleguismo, representado pela Contribuição Sindical obrigatória.
Gerando diversos pareceres, pois no campo do sindicalismo, o imposto sindical obrigatório era
devido a todos os trabalhadores associados em especial aos não associados, prevista nos artigos
578 a 591 da CLT (1943) e com fundamento constitucional no art.149 da CF, apontavam para
uma profunda agressão aos princípios da liberdade associativa e da autonomia sindical.
Partido da visão jurisprudencial produzida em outubro de 1996, do Recurso
Extraordinário nº 198092-3, Rel. Min, Carlos Velloso, o Supremo Tribunal Federal 11
reconheceu a natureza tributária da contribuição o sindical obrigatória. Se configurando então
um modelo semicorporativista, esse foi o entendimento de, Amauri Nascimento (2011, p.1251).
Também nos parece oportuno, mesmo sem aprofundamento no assunto da contribuição
federativa, precisa-se salientar, entretanto, que houve uma discursão em torno da contribuição
federativa e contribuição sindical, o dispositivo faz referência a duas contribuições, o qual,
“coerentemente, o STF editou em 2003, a súmula 666, dispondo que a contribuição sindical de
que se trata o art. 8º, IV, da Constituição é federativa12, fixada pela Assembleia Geral do
sindicato para o sistema confederativo”, portanto, em sua origem não possuía caráter de tributo.
Todavia, ao se referir à contribuição sindical obrigatória regulamentada pela CLT (1943), o
STF deixou bem claro que se tratava de natureza tributária, tendo em vista o desconto
diretamente na fonte13. Esse foi o posicionamento de Bezerra Leite (2019, p.800),

11
No mesmo sentido, indicamos os seguintes julgados do STF: AI 751.998-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio,
j.17.08.2010, 1ª T., DJE 17.09.2010; AI 692.369-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, j.30.06.2009, 1ª T, DJE
21.08.2009.
12
A contribuição sindical federativa é facultativa, criada pela CF/88, com finalidade de fortalecimento do sistema
confederativo de determinada categoria profissional. Essa receita é direcionada, proporcionalmente ao sindicato,
à federação Nacional e confederação nacional. Somente os profissionais da categoria sindicalizada precisa pagar
esta contribuição. www.crp16.org.br/ entenda-a-diferença- entre- contribuição-confederativa e contribuição
sindical. 18.02.2009
13
FATO GERADOR - pressuposto material utilizado pelo legislador para estabelecer a instalação do vínculo
obrigacional. Amílcar de Araújo Falcão, Fato gerador da contribuição tributária, 2ed, São Paulo, Revista dos
Tribunais, 1973, p.17.
22

Tomando as palavras de Delgado, (2019, p.156,) que percebeu vários paradoxos


introduzido na lei sobre a contribuição sindical, o primeiro paradoxo incidia sobre os
trabalhadores não sindicalizados, a devida receita obrigatória , efetivamente autorizada pela
CF/88 (art. 8º, IV, in fine: “independentemente da contribuição prevista em lei”) e que foi
minuciosamente regulamentada pela CLT (1943) (arts. 578 a 610). O segundo paradoxo foi o
caráter tributário da contribuição, tendo em vista a obrigatoriedade que o qualificava, deveria
ser destinado integralmente para o sistema sindical. Surge então a problemática. É claro que
estamos diante de uma doutrina chamada de “contradições antidemocráticas 14”, acrescentou o
jurista. (DELGADO, 2019, p.1633)
A contribuição sindical (imposto sindical), possui resquícios corporativista que é
“fortemente criticada pelas centrais sindicais pois ainda afinar-se com ações políticas para
desorientar o movimento sindical”. Assim pontou Ricardo Antunes, (2020, p.304), ou seja, a
legislação reconheceu, o sistema de organização sindical livre e acolheu o contraditório;
tentando combinar a liberdade sindical com a unicidade sindical imposta por lei com a
contribuição sindical obrigatória aos trabalhadores não sindicalizados, no que gerou uma
grande confusão.
Em sumo, dois institutos inconciliáveis, constituídos dentro de uma democracia
brasileira e recepcionada pela Constituição Federal de 1988, que permitia a continuidade de
uma robusta fonte financeira, para usufruto das entidades sindicais e ao mesmo tempo causando
privilégios, além de serem verdadeiros monopólios protegidos pelo Estado, graças à
permanência da unicidade sindical e contribuição sindical, Desse modo, pode-se perceber que
o novo sindicalismo continuava com traços de novidade para o contexto, mas ao mesmo tempo,
com forte marcas de continuidade corporativista

3.2 NECESSIDADE DE MUDANÇAS NA FORMATAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO


SINDICAL.

Por causa da renda obrigatória e garantia legislativa, a entidade sindical se via escrava
do sistema, curvando-se aos desejos do Estado como seu senhor e nessa relação de dono dos
sindicatos a comprovação da legítima representatividade estava controlada com punhos de

14
Contradições Antidemocráticas do Texto Original de 1988 — A Constituição de 1988, em seu texto original,
manteve, porém, alguns dos pilares do sistema corporativista do País. (DELGADO,2019, p.1633.)
23

ferro. E está referência, encontramos na fala do sociólogo Ricardo Antunes (2020, p.288)

Foi nessa contextualidade que começou a se gestar uma trípode profundamente


destrutiva. Esparramaram-se, como praga da pior espécie, pragmática neoliberal e a
restruturação produtiva global, ambas sob o comando hegemônico do mundo das
finanças.

Na condição de subordinados, as entidades sindicais não mais atuavam com


representantes legítimos dos trabalhadores como nos primórdios, mas se multiplicaram na
condição de coletores de impostos como verdadeiros ‘sanguessugas’ do dinheiro operário, que
os sindicalistas diziam defender. Assim procederam os sindicatos pelegos, até antes da Reforma
Trabalhista de 2017.
Nos dizeres de Antunes (1985, p,63) as mudanças eram necessárias, contribuição
sindical compulsória desde o início não cumpria seu objetivo final, que era promover as lutas
sociais e fortalecimento da categoria, desta formar, sua criação, fez com que entidades sindicais
fossem transformadas em organismos prestadores de assistência social, função esta que deveria
ser do Estado.
Sob forte pressão da sociedade trabalhista e com olhar na postura adotada pelo Brasil,
em manter de forma paradoxal, dois institutos inconciliáveis, num âmbito democrático, e visto
que muitas medidas estavam se inclinando para o regresso da autonomia sindical, uma nova
conduta foi tomada. E as discussões em torno da reforma trabalhista começaram a acontecer
cada vez mais, consolidando alternativas de ideias na esperança de um novo mundo para classe
trabalhadora.
Segundo Antunes, (2020, p.274 - 275) “foi entre 2004 e 2005” que a engenharia política
apresentou propostas de reforma sindical, a fim de tentar democratizar o modelo sindical até
então limitado pelo dispositivo 8º da CF/88, para isto, foi elaborado um órgão tripartite 15
chamado de “Fórum Nacional do Trabalho”, (FNT)., no que restou consensual a não
implantação imediata, mas gradual a extinção da contribuição sindical compulsória. Assim
pontua, o relatório Final da Comissão de Sintetização do FNT, (2004, p.17). “1- A contribuição
sindical será extinta gradualmente ao longo de 3(três anos), obedecendo a uma regra
diferençada por nível de representação sindical”.

15
O FNT foi tripartite, legitimado pela participação de representantes de governo, empresários e trabalhadores,
ouvidas entidades da área trabalhista e de outros setores na busca de modernizar as instituições de regulação do
trabalho, especialmente a Justiça do Trabalho e o Ministério do Trabalho e Emprego, estimular o diálogo e o
tripartimos e assegurar a justiça social no âmbito das leis trabalhistas e das garantias sindicais.
https://www.conjur.com.br/2020-dez-04/reflexoes-trabalhistas-reflexoes-modelo-sindical-aprovado-forum-
nacional-trabalho Revista Consultor Jurídico, 4 de dezembro de 2020, 8h01, Raimundo Simão de Melo acesso.
24.03.2021
24

Cumpre salientar ainda que, houveram propostas legislativas, na tentativa de extingui a


possibilidade de cobrança de não a filiados, mas não foi acolhida, e com clareza o professor
Sérgio Pinto Martins, (2008, p.736), traz uma breve contribuição.

Pretendeu-se extinguir a contribuição sindical por meio de Medidas Provisórias nºs


236,258, e 275/90, que não foram convertidas em lei. O congresso Nacional
apresentou um projeto de Lei de Convenção, de nº58/90, estabelecendo a extinção
gradativa da contribuição em comentário, em cinco anos. Esse projeto de lei foi
aprovado pelo Congresso Nacional, porém foi vetado pelo Presidente da República,
estando ainda em vigor os arts. 578 a 610 da CLT (MARTINS,2016, p.736)

O desdobramento desta mutação se consolidou na criação da Lei Federal 13.467/2017,


que modificou profundamente a legislação que norteia a relação trabalhista. Um dos pontos que
foram alterados pela nova regulamentação trabalhista, foi relacionado à contribuição sindical,
que deixou de ser obrigatória. Que após 80 anos, o destino da contribuição sindical foi ao seu
fim, acabando com o paternalismo mantido por décadas.
Nos ensinamentos de Martinez, (2020, p.1008) a nova redação dada ao art. 57816 da
CLT (13.467/2017), esclarece que somente retirou a sua obrigatoriedade, mas não a extinguiu.
Com isso, a contribuição sindical passou a ser exigível, apenas, ao trabalhador que
voluntariamente queira contribuir para o sindicato de sua categoria. Concretamente, a lei se
posicionou de forma autônoma, construindo uma nova moldura de caráter facultativa.
Para finalizar este tópico, é importante registrar que a grande inovação legislativa pegou
de surpresa muitas entidades sindicais, principalmente aqueles “sindicatos nanicos”, que
outrora fôra instituídas apenas para o recolhimento sindical. Os efeitos já eram esperado e foram
nítidos e impactantes.
Certamente, as entidades sindicais foram as mais afetadas com a modificação
introduzida pela Lei 13.467/2017, contudo, o fim da compulsoriedade da contribuição sindical
também foi visto como algo libertador porque passou a impede o corporativismo e condiciona
o dirigente sindical a sair da sua “zona de conforto17”.

16
Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais
ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição
sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente
autorizadas.
17
casos de enriquecimento ilícito e desvios de sindicatos, que muitas vezes são verdadeiras máquinas de ganhar
dinheiro. Isso num universo de 10.620 entidades por onde, no ano passado, circularam R$ 3,18 bilhões apenas de
Contribuição Sindical — o chamado Imposto Sindical — obtida com um dia de salário de todos os trabalhadores
com carteira assinada. https://oglobo.globo.com/brasil/dirigentes-sindicais-se-eternizam-no-poder-
16841357,Dirigentes sindicais se eternizam no poder, HENRIQUE GOMES BATISTA / RUBEN
BERTA,20/072016. Acesso em 24.03.2021.
25

4 O FIM DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL COMPULSÓRIA E OS IMPACTOS


SOCIAIS NA ESTRUTURA SINDICAL

Neste capítulo pretende se debruçar sobre o fim da contribuição sindical obrigatória e


os impactos sociais na estrutura sindical, que é tema chave do trabalho. Para tanto serão
expostas primordialmente, as (des) vantagens para o trabalhador com a modificação da
contribuição sindical feita pela reforma trabalhista (BRASIL,2017)18 seus fundamentos legais
e particularidade em relação ao sindicato. Na sequência, será apresentada de forma resumida, o
posicionamento do julgado do Supremo Tribunal Federal e os principais argumentos da Ação
Direta de Inconstitucionalidade ( ADIn) 5.794 .

4.1 (DES) VANTAGENS PARA O TRABALHADOR COM O FIM DA


OBRIGATORIEDADE DA CONTRIBUIÇÃO

“Não atuar dentro dos sindicatos reacionários significa abandonar as


massas operárias insuficientemente desenvolvidas ou atrasadas à
influência dos líderes reacionários, dos agentes da burguesia, dos
operários, aristocratas ou aburguesados”.
Ricardo Antunes

A reforma trabalhista instituída pela Lei nº 13.467/2017 foi marcada por importantes e
grandes impactos, inclusões e/ou revogações de vários artigos, incisos e parágrafos da
Consolidação das Leis Trabalhista. No meio destas alterações destacam-se as que atingiram a
importância da representação sindical junto ao Direito Individual e Coletivo do Trabalho mais
especificamente, redefiniu o formato da contribuição sindical que outrora era compulsória.
nesse sentido, o artigo 578 da CLT foi contemplada com uma significante modificação,
trazendo em seu texto o termo “prévia e expressamente autorizado a sua cobrança, assim leciona
Martinez (2020, p.1006). Com isso, trabalhador vai ter que preencher um termo autorizando o
desconto da contribuição para o sindicato.19

18
Documento não paginado.
19
Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que
participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do
sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art.
591 desta Constituição. (Lei Federal nº 13.467, de 13-7-2017.)
26

Atualmente o trabalhador possui plena liberdade de promover entendimento direto com


os seus patrões. Isso é possível porque a reforma trabalhista ampliou infinitamente a
possibilidade das negociações individuais. Porém, a questão que se coloca a fazer é: Até que
ponto essa aproximação conferida ao trabalhador é sadia na hora da negociação? Será que as
informações são claras para o trabalhador?
Nos artigos 444, 611-A, da CLT /17 por sua vez, versam sobre a. capacidade para
negociação individual e coletiva, estipulando, para os empregados portadores de diploma de
nível superior e que percebam salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, a capacidade para negociar com a
empresa, modificando assim o critério da hipossuficiência trabalhista, que antes se aplicavam
a todos os trabalhadores indiscriminadamente. “Por outro lado, poderá caminhar na direção da
precarização do trabalho se não houver consciência e respeito entre os negociadores
(empregados e empregadores) com relação aos pontos essenciais que preveem garantias à saúde
do trabalhador.” Conforme argumenta (VIVEIRA,2018, p.218 - 219)
Vale aqui registra que o trabalhador e “pessoa humana vulnerável e hipossuficiente que
vive de seu trabalho”, protegido por lei, mas que é desafiado constantemente a buscar corrigir
o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho nas relações empregatícias. O
mesmo autor ainda acrescenta: o trabalhador só é reconhecido pela sociedade se estiver filiado
a uma entidade sindical. Em resumo, há uma carência de equilíbrio de negociação entre as
partes, ademais, a importância das representações das entidades sindicais na negociação
coletiva e na proteção individual é mais que necessária é essencial. Assim aduz o professor,
(DELGADO,2021, p.125),
Mesclando esses posicionamentos e construídos outros dentro do quadro reformista,
hoje podemos enxergar que a legislação trabalhista flexibilizou direitos na intenção de atacar
diretamente aquele que atual na representação classista, o Sindicato. Como se os trabalhadores
pudessem negociar livremente com os empregadores, em condições de igualdade, nesse sentido
começa evidenciar um caminho inverso, para o abandono do sindicalismo. E essa conexão é
perigosa para todos os lados da relação trabalhista, conforme aponta Dantas Junior (2017, p.
281),

E a reforma, no seu aspecto mais perverso, ataca principalmente essa barreira de


proteção, pois cuida claramente do enfraquecimento dos sindicatos, ao mesmo tempo
em que lhes atribui a possibilidade de maior liberação do empregador em relação às
suas obrigações. (DANTAS JÚNIOR,2017, p.281)
27

Com impacto, entre outras mudanças, as relações de trabalho se tornam enfraquecidas;


os movimentos sindicais se veem também em meio às dificuldades produzidas por formas
diversas de flexibilização. Nesse ponto, a retirada da obrigatoriedade da contribuição sindical
gerou divisão e pulverização dos espaços trabalhistas. Criando assim, uma animosidade dentro
do sistema sindical que se alimentava de uma enganosa autonomia. Prevista anteriormente no
artigo 579 da CLT e alterado pela atual lei. Sobre a pulverização da não obrigatoriedade da
contribuição sindical, Bezerra (2019, p.804) claramente se posiciona criticando da seguinte
maneira.

A crítica que fazemos às alterações introduzidas pela Lei 13.467/2017 repousam na


ausência de regras de transição e de debates democráticos para a extinção gradativa
da contribuição sindical. Certamente, os sindicatos das categorias profissionais serão
os mais prejudicados coma queda vertiginosa de arrecadação, o que implicará na
redução de defesa dos direitos dos trabalhadores, porquanto dispõe o inciso III do art.
8º da CF que os sindicatos são instituições de defesa dos direitos e interesses coletivos
e individuais da categoria, sendo que a contribuição sindical constitui elemento
econômico imprescindível para o desempenho de tal missão constitucional.
(LEITE, 2019, p.804)

Para além da postura de oposição direcionada as entidades sindicais, a nova legislação


trabalhista, preocupada com restruturação da liberdade sindical em relação ao Estado, buscou
atender aquilo que se almejava há muito tempo, a livre filiação. Neste ponto convém explicar
que já era tempo de mudança, tendo em vista que antes da reforma, existiam “no Brasil, mais
de 17 mil sindicatos, a maioria deles sem qualquer atuação em prol da categoria e apenas com
intuito de abocanhar os recursos da contribuição sindical.” (DANTAS JUNIOR ,2017, p.281).
Os defensores da livre contribuição sindical, aduz que, a nova lei traz em seu escopo, a
tendência de que agora cada sindicato se quiser permanecer terá que resgatar a confiança dos
participantes da classe. Sérgio Martins (2020, p.8), afirma que atualmente “a contribuição
sindical é voluntária e depende da vontade da pessoa de recolhê-la”. No mesmo sentido em sua
entrevista esclarece a Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Maria Cristina Peduzzi,20
(2020) "Na medida em que o sindicato está atuante na defesa da sua categoria, o próprio
trabalhador terá interesse nessa filiação e em contribuir, porque a união faz a força. A
organização sindical tem importância não só para o sindicato, mas sobretudo para o
trabalhador".
Logo, está claro, que o fim da contribuição sindical compulsória tem suas vantagens, a
partir do momento em que deixa o trabalhador livre para escolher pagar ou não a contribuição

20
Discurso oral.
28

sindical. Contudo, também gera certas desvantagens, como nas negociações individuais, o que
pode ser desvantajoso para o trabalhador com (jornadas mais longas, condições de trabalho
precárias, ausência de direitos, e outras)21. Portanto, cabe a classe trabalhadora (contribuinte.)
procurar manter-se informado em relação aos seus direitos e ao mesmo tempo decidir se deseja
custear ou não para o sindicato.

4.2 POSICIONAMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

É de sabença geral que a obrigatoriedade da contribuição sindical foi modificada pela


Lei nº 13.467/2017. “A referida lei alterou a redação dos artigos 545, 578 e 579, 582, 583, 587
e 602 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),” que eliminou a compulsoriedade da
contribuição sindical, determinado o recolhimento da contribuição sindical a prévia e expressa
autorização. Esclarece Luciano Martinez (2020, p1006.)
O mesmo autor afirma que, com a facultatividade da contribuição sindical, a Reforma
Trabalhista quebrou um paradigma de um sistema sindical brasileiro sedimentado no
corporativismo. Desse modo, construindo uma nova base, não mais no dever do trabalhador,
mas sim do direito de querer ou não de filiar-se a uma entidade sindical, além disso, estabeleceu
nesse contexto a ratificação da Convenção de 87 da OIT.
Em contra partida, a referida contribuição sindical por muitos anos foi parte do tripé
como um dos pilares da organização sindical e sua extinção fez com que diversos sindicatos
brasileiros recorressem ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os referidos dispositivos foram
questionados na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn)5.794, somando-se as outras
dezoito ações da mesma natureza, que questionavam o fim da contribuição sindical além de
uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 55, sob relatoria do ministro Edson
Fachin. Conforme explica (MARTINEZ,2020, p.1006)
Os principais argumentos da (ADIn)5.794, para inquirir a inconstitucionalidade da
modificação dos artigos concernentes a contribuição sindical, aprovada pela reforma trabalhista

21
A globalização econômica evidenciou com mais intensidade os novos mecanismos ideológico-políticos e
econômicos utilizados pelo capital para intensificar a produção e, ao mesmo tempo, sufocar a organização dos
trabalhadores. Através de estratégias de retroalimentação do capital, tais como: a terceirização, a flexibilização, a
informalidade, a busca por mão-de-obra barata, o controle de qualidade, entre outras, ela colaborou para o aumento
da precarização, da exploração do trabalho e do trabalhador brasileiro. (LIMA, 2008, p. 33).
29

Lei.13.467/2017, foi a violação aos artigos 146, II e III, 149 e 150, §6º, da CRFB/88.22 Os
argumentos construídos contra a contribuição facultativa foram: a necessidade de Lei
Complementar para excluir a obrigatoriedade, o que deveria ser realizada por Lei ordinária, já
que os sindicatos consideravam um tributo. defendeu ainda, que o fim da contribuição
obrigatória violou direitos e garantias fundamentais dos trabalhadores, protegidos pelo artigo
7º da CF/88, que impactou profundamente as atividades assistenciais aos trabalhadores carentes
e por fim questionou-se que a devida alteração normativa provocou uma drástica redução na
fonte de custeio dos sindicatos, ferindo então o princípio da proporcionalidade, pois o Estado
teria legislado de maneira abusiva na hipótese. Por maioria, o plenário acabou decidindo pela
Constitucionalidade da norma, afastando quaisquer uma das alegações apontadas, tanto pela
Inconstitucionalidade formal como material.
Deste modo, os votos dos ministros, em relação a contribuição sindical da (ADIn) 5.794
se deu da seguinte forma: O relator ministro Edson Fachin, votou para que a contribuição
sindical voltasse a ser obrigatória, alegando que a contribuição é um tributo, e a mudança feita
pela reforma trabalhista Lei. 13.467/17, desestabilizou o regimento sindical.
Já o ministro Luiz Fux, admitiu que o trabalhador não pode ser obrigado a pagar a
contribuição sindical; o Min. Alexandre de Morais acrescentou que a contribuição facultativa
estabelecida pela Lei 13.467/17, não violou a Constituição Federal de 1988. Com isso, o
ministro seguiu o mesmo posicionamento do min. Luiz Fux, por deixar a critério do trabalhador
a opção pela contribuição sindical.
O posicionamento contrário pelo Min Edson Fachin que defendeu a obrigatoriedade
também foi acompanhado pelos Ministros Dias Toffoli e Rosa Weber. O Min. Luiz Roberto
Barroso, entendeu que cabia ao trabalhador a decisão de contribui, mantendo assim a mudança
da Consolidação das Leis Trabalhista. Os Min. Gilmar Mendes e Marcos Aurélio

22
Constituição Federal de 1988
Art. 146. Cabe à lei complementar:
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
contribuições a que alude o dispositivo.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3,
de 1993)
30

acompanharam a divergência que se formou a partir do voto do Ministro Luiz Fux. A última a
votar foi a Min. Carmen Lucia, decidindo por manter a contribuição sindical facultativa,
conforme a maioria dos ministros.
O plenário do Supremo acolheu a tese, mas julgou improcedente a (ADIn) 5.794,
prevalecendo o entendimento de que não se poderia admitir uma cobrança imposta aos
trabalhadores, tendo em vista a Carta Maior determinando que ninguém seria obrigado (a) a
filiar-se ou manter-se filiado (a) a uma entidade sindical
Nestes termos, o julgamento do STF foi finalizado em 29 de junho de 2018, por 6 x 3,
de votos, em que declarou constitucional a nova redação dada a Lei. Federal nº 13.467/17,
publicando então, o acórdão com a seguinte Ementa:

Ementa: Direito Constitucional e Trabalhista. Reforma Trabalhista. Facultatividade


da Contribuição Sindical. Constitucionalidade. Inexigência de Lei Complementar.
Desnecessidade de lei específica. Inexistência de ofensa à isonomia tributária (Art.
150, II, da CRFB). Compulsoriedade da contribuição sindical não prevista na
Constituição (artigos 8º, IV, e 149 da CRFB). Não violação à autonomia das
organizações sindicais (art. 8º, I, da CRFB). Inocorrência de retrocesso social ou
atentado aos direitos dos trabalhadores (artigos 1º, III e IV, 5º, XXXV, LV e LXXIV,
6º e 7º da CRFB). Correção da proliferação excessiva de sindicatos no Brasil. Reforma
que visa ao fortalecimento da atuação sindical. Proteção às liberdades de associação,
sindicalização e de expressão (artigos 5º, incisos IV e XVII, e 8º, caput, da CRFB).
Garantia da liberdade de expressão (art. 5º, IV, da CRFB). Ações Diretas de
Inconstitucionalidade julgadas improcedentes. Ação Declaratória de
Constitucionalidade julgada procedente. (BRASIL.2019)23

Enfim, como visto no debate exposto e pelas respostas obtidas dos ministros da Suprema
Corte, um entendimento foi fixado, o trabalhador agora não é obrigado a se filiar. Aqui, optamos
por acreditar que não se pode diminuir a importância das discussões em torno da autonomia
associativa do trabalhador, estabelecida pelo disposto do artigo 8º da CF/88. Assim, entende-se
como adequada a constitucionalidade dos dispositivos modificados da norma
infraconstitucional para a facultatividade da contribuição sindical. Todavia, com relação ao
sindicato é necessário nos remeter o fato de que, para se ter uma categoria forte na defesa dos
interesses trabalhistas, a presença dos filiados, nesse aspecto, é fundamental para as lutas
sociais.

23
Documento on-line, não paginado.
31

5 CONCLUSÃO

Pelo que se expôs, podemos concluir que o trabalhador(a) agora não é obrigado(a) a se
filiar ao sindicato. E finalmente foi afastada por definitivo o pagamento obrigatório da
contribuição sindical. Tem-se então um resultado de várias demandas sociais, cujo caminho
chegou até a liberdade associativa do trabalhador.
Ao analisar a historicidade da contribuição sindical, no âmbito trabalhista identificamos
que a sua origem se deu a partir de um modelo corporativista fazendo parte de três pilares
fundamentais do sindicalismo. Assumindo uma formação chamada de tripé sindical, ligando
cada um deles ao sistema classista delineado em unidade sindical, intervenção na constituição
no funcionamento por parte do Estado e completando com a obrigatoriedade da contribuição
sindical.
Ao tratar das conexões existentes entre o sindicato e o Estado brasileiro,
retrospectivamente foi observado que todo esse movimento de formação foi articulado numa
trama em que se colocou a entidade sindical por muito tempo a um sistema de submissão ao
Estado. Assim, a criação da contribuição sindical, estava diretamente trilhada pelo sistema de
controle Estatal.
Percebeu-se que a obrigatoriedade da contribuição serviu para alimentar um sistema
sindical com falsa autonomia, tendo em vista a presença do tripé sindical, criou-se então um
sistema arrecadatório operando tão somente para satisfazer a vontade do Estado Poder. Neste
momento, aqui insiro o seguinte comentário. No caminho escolhido pelo sindicato, vimos que
resultou em um sistema pacífico, servindo apenas como entidade assistencialistas não mais
atuando nas lutas sociais como nos primórdios.
E foi nessa direção que se constituiu a contribuição sindical obrigatória (antigo imposto
sindical)., na dinâmica da normatização legislativa, fazendo dela a principal, mas não a única
fonte de arrecadação financeira do sindicalismo pelego da Era Vargas. Sob a guarda da
Constituição de 1937 e Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943.
Pensando sobre a imposição do desconto para a contribuição sindical, identificamos que
o recolhimento até o advento da nova legislação infraconstitucional foi indiscriminadamente
cobrado a todos os trabalhadores não se questionado o porquê da cobrança aos não filiados.
Nessa perspectiva, desconhecer o princípio da livre associação, foi uma afronta a
Constituição Federal de 1988 e as orientações da convenção OIT 87. Sob este viés, foi
entendido que as mudanças foram necessárias, atualmente a contribuição sindical facultativa
32

encontra-se em plena concordância com o Princípio da livre associação, tendo no contexto


normativo a exigência afastada e ao mesmo tempo condicionada a autorização prévia e expressa
do trabalhador, compondo então a forma de cobrança facultativa.
Em nossa análise, constatou-se que perdurou por muito tempo um certo comodismo do
sindicalismo e a alteração contributiva foi uma surpresa desleal, gerando contenda entre o
sindicalismo e a legislação reformadora, isso porque no fórum nacional de trabalhadores e
trabalhadoras tinham acordado em retirar contribuição sindical de forma gradativa. o que não
foi respeitada. Nesse sentido, a Lei Federal 13.467/2017, modificou o sistema de contribuição
sindical drasticamente, afetando vários sindicatos. Isso significa dizer que o sistema sindical
não dependia apenas da contribuição sindical para sobreviver, mas por ser a maior fonte de
custeio desestabilizou o organismo, levando, enfim a redefinir um novo modelo de sindicato.
Avaliando o contexto social das práticas atuais, vimos o trabalhador fora da vida
sindical, ao menos em desenho mais genérico, desprotegido legitimamente, vulnerável e
hipossuficiente caminhando para uma alternativa de livre negociação individual diretamente
com o empregador o que implica muitas vezes, negociações desvantajosas para o trabalhador.
Nesse ponto deve-se abrir os olhos do operário para a compreensão da importância de
se filiar-se ao sindicato, no mesmo sentido para sobrevivência do sindicato a necessidade de se
buscar filiados. vale aqui destacar que nos primórdios o sentimento de classe e o
reconhecimento de força trabalhista nasceu em meio a uma explosão social de
descontentamento as condições desumanas dos trabalhadores, com essas revoltas, fez com que
os trabalhadores se unissem em grupos para buscar melhores condições de vida. formando
assim o sindicato.
Ao final do trabalho, fica a sensação de que ele ainda não se esgotou. Ainda é preciso
investigar detalhadamente o assunto. É preciso buscar na prática meios que possam fazer o
trabalhador acreditar na força classista e no seu papel perante a sociedade, e ao mesmo tempo
discutir, conversar e procurar entender por que o sindicato tem tanta dificuldade em exercer
fielmente sua representatividade. Nesse ponto permanece o anseio de que os trabalhadores
possam voltar a ter um novo olhar para o sistema sindical.
33

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