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AO JUÍZO DA ... VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA ...

Edson, nacionalidade, profissão, estado civil, portador do CPF n° ..., RG n° ..., endereço
eletrônico ..., residente e domiciliado .... vem, por meio do seu advogado infra-assinado,
conforme procuração anexa, com escritório ..., endereço que indicar para os fins do art. 77, V
do CPC impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA com fundamento no art. 5°, LXIX,
CRFB/88 e na Lei n° 12.016/09 em face do Secretário de Saúde do Município com endereço... e
do Município.

I. DOS FATOS

Edson é aposentado por invalidez no regime geral da previdência social. Durante longos anos
de trabalho, este exposto a diversos agentes nocivos à saúde. E, por isso, atualmente, faz uso
de medicação diária, a fim de manter seu estado saudável.

Para adquirir esta medicação, comparece todo dia 05 no Postinho da sua cidade para recolher
o remédio. No entanto, neste mês, foi informado que o medicamento estava indisponível em
razão da crise financeira.

Inconformado com essa situação, o autor entrou em contato com o Secretário de Saúde do
Município que o informou que o problema só seria solucionado em 160 dias, pois era
necessário o repasse de verbas pelo Governador.

Diante disso, por ter seu acesso aos medicamentos interrompido por ato do Secretário da
Saúde do Município, rompendo com seu direito à saúde, impetra o presente Mandado de
Segurança.

II. TEMPESTIVIDADE

Tendo em vista, que o autor ingressou com a ação uma semana após o ato do Secretário de
Saúde do Município, com lapso temporal inferior a 120 dias. A impetração do remédio
constitucional é tempestiva, conforme disposição do art. 23 da Lei n° 12.016/09.

III. LEGITIMIDADE ATIVA

Edson teve seu direito líquido e certo à saúde, garantido pelo art. 196 da CRFB/88, violado por
ato ilegal do Secretário de Saúde do Município, por isso, possui legitimidade para ingressar
com esta demanda.

IV. LEGITIMIDADE PASSIVA


Em razão do ato ilegal de negar o fornecimento de medicamento essencial à vida de Edson, o
Secretário Municipal de Saúde ocupa o status de autoridade coatora.

Ademais, de acordo com art. 6°, caput da Lei 12.016/09, deve integrar o polo passivo a pessoa
jurídica que a autoridade coatora integra. Tendo isso em vista, o Município integra, também, o
polo passivo desta demanda.

V. COMPETÊNCIA

Em razão da autoridade coatora ser o Secretário Municipal de Saúde e a pessoa jurídica de


direito público que ele integra ser o Município, o juízo de 1° grau da justiça estadual da vara de
fazenda pública é competente para apreciar a presente demanda, conforme dispõe o art. 125,
§1° da CRFB/88.

VI. DA TUTELA DE URGÊNCIA

A ausência do medicamento representa grave risco à saúde de Edson, por isso, fundamental é
a apreciação liminar deste pedido, nos termos da prioridade inerente à ação de mandado de
segurança (art. 20 da Lei n° 12.016/09) e na necessidade de suspenção do ato (art. 7°, III da Lei
n° 12.016/09).

A probabilidade de direito está demonstrada na documentação que comprova a negativa ilegal


do Secretário de Saúde do Município.

De outro lado, o perigo de dano está evidente no grave risco à saúde provocado pela falta do
medicamento à saúde do autor.

VII. FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O art. 5°, LXIX da CRFB/88 garante a utilização do mandado de segurança a todos que tenham
direito líquido e certo violado por autoridade pública ou por agente de pessoa jurídica no
exercício das atribuições do Poder Público. No caso em tela, Edson teve seu direito à acesso de
medicamento essencial à vida comprometido por atuação de autoridade (Secretário de Saúde
do Município). Em vista disso, evidente é a violação do seu direito à saúde garantido no art.
196 da CPFB/88.

Ademais, confere-se clara atuação ilegal da autoridade coatora, já que o Município, enquanto
ente federativo, deverá direcionar sua atuação no intuito de concretizar os direitos sociais
previstos no art. 6° da CRFB/88, dentre eles está o direito à saúde. Portanto, pleno é o
enquadramento da casuística no disposto no art. 1° da Lei 12.016/09.

De outro lado, a ilegalidade da atuação do Secretário de Saúde resta demonstrada no art. 30,
VII da CRFB/88. Neste artigo há a previsão de que os serviços de atendimento à saúde da
população é competência do município, com cooperação técnica e financeira da União e do
Estado. Logo, a atuação e gestão do aparato financeiro e técnico é função do munícipio, assim
como fornecer o acesso à saúde. Em razão disso, a atuação do Secretário Municipal de Saúde
em negar o medicamento e concentrar sua justificativa no repasse de verbas, demonstra plena
ilegalidade.

VIII. DOS PEDIDOS


Diante de todo o exposto, requer-se:

a) a notificação da autoridade coatora, nos termos do art. 7°, I da Lei 12.016/09;


b) a intimação da pessoa jurídica interessada, Município, conforme art. 7°, II da Lei
12.016/09;
c) a intimação do membro do Ministério Público, como dispõe o art. 12 da Lei 12.016/09;
d) a suspensão do ato impugnado para determinar o fornecimento do medicamento à
população, conforme art. 7°, III da Lei n° 12.016/09;
e) a juntada de documentos, no termo do art. 320 do CPC;
f) a condenação da parte ré ao pagamento de custas, nos termos do art. 25 da Lei n°
12.016/09;

Dá-se a causa o valor de ..., conforme art. 291 do CPC.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local... e Data...

Advogado....

OAB n°

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