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5.

Princípio da Consensualidade
O princípio da consensualidade veio a ser acolhido no art. 408º/1. De acordo com o mesmo, o
direito real constitui-se ou transfere-se, solo consensu, no momento da celebração do
contrato, instantânea e automaticamente, sem necessidade de entrega da coisa ou do registo
(relativamente aos imóveis) e sem qualquer dependência do cumprimento das obrigações
estabelecidas (por exemplo, na CEV, o pagamento do preço). O contrato é, assim, a um tempo
real e obrigacional, produzindo simultaneamente os dois tipos de efeitos, sem que, todavia,
haja uma interferência recíproca entre eles.
O nº 2 do art. 408º introduz, no entanto, algumas exceções relativamente ao momento da
aquisição do direito real, dissociando-o da celebração do contrato. Note-se que o contrato não
deixa de ser o único título da aquisição do direito real (pelo que não existe aqui nenhuma
exceção ao consensualismo), mas o momento dessa aquisição fica diferido para uma altura
posterior: (a) Na transmissão de direito real sobre coisa futura ou indeterminada, o momento
de aquisição do direito real é o momento da aquisição do direito pelo alienante ou de
determinação da coisa com conhecimento de ambas as partes; (b) Na transmissão de direitos
reais sobre frutos naturais, a aquisição do direito real ocorre com a colheita, e no que respeita
a partes componentes e integrantes, ela ocorre com a separação material. ANTUNES VARELA
veio sustentar que a aquisição do direito real sobre imóveis apenas estaria concluída com o
registo da aquisição, invocando o art. 5º/1 CRP: o adquirente do direito real apenas o poderia
opor a terceiro caso houvesse registado a sua aquisição; o contrato teria assim eficácia entre as
partes, mas não relativamente a terceiros. Em sentido contrário, JAV sustenta que o princípio
da consensualidade (art. 408º/1) desencadeia a aquisição do direito real sobre o imóvel com a
conclusão do contrato, não tendo a omissão da inscrição registal do facto aquisitivo qualquer
interferência na eficácia real do contrato. Na verdade, o art. 5º/1 CRP nada tem a ver com o
princípio da consensualidade, mas sim com um dos efeitos substantivos da publicidade registal:
a aquisição tabular ou efeito atributivo do registo predial. Verdadeiras exceções ao princípio da
consensualidade encontramos:
(i) Na hipoteca, sujeita a registo constitutivo (arts. 687º CC e 4º/2 CRP);
(ii) No penhor da coisa, que requer, no regime geral do CC, a tradição da coisa (art. 669º/1 CC).

Princípio da Tipicidade (art. 1306º)


Em Portugal, os particulares não são admitidos a criar as figuras com natureza real que lhes
aprouver, vendo a sua autonomia privada restringida à possibilidade de escolha dos direitos
reais previstos na lei. O sistema postula, assim, um número finito de direitos reais, um numerus
clausus.
A fórmula usada para exprimir o princípio da tipicidade, no art. 1306º/1 CC, encontra-se
desatualizada. Ela baseia-se ainda na velha doutrina do desmembramento, que vê em cada
direito real menor uma parte do domínio e não um direito real a se; por isso se fala em “figuras
parcelares” deste direito (de propriedade) e não em direitos reais menores. A suceder a esta
doutrina surgiu a teoria da oneração, segundo a qual se comprime o direito de propriedade,
reduzindo-se os limites do direito de propriedade e criando-se assim um novo direito real
nessa mesma medida.

Princípio da Inerência
Os direitos reais têm por objeto coisas corpóreas (art. 1302º). Cada direito real tem uma coisa
determinada por objeto e, na ausência de causa legal, não pode ser dissociado ou separado
dela, nomeadamente para ter outra coisa por objeto.
Esta ligação íntima entre o direito e a coisa vem sendo usualmente denominada por inerência.
A doutrina clássica portuguesa (OLIVEIRA ASCENSÃO, MENEZES CORDEIRO) distingue duas
facetas da inerência:
(a) Dimensão interna – inseparabilidade do direito e da coisa. Os direitos reais são sobre
coisas,
por isso, acompanha a coisa, e se esta se extingue, o direito também se extingue (exemplo: art.
1479º CC);
(b) Dimensão externa – possibilidade de perseguir a coisa até onde ela for e com quem ela
esteja: é a chamada sequela (consequência dinâmica da inerência). JAV não concorda que a
sequela esteja associada à inerência, mas sim ao cariz absoluto do direito real: porquanto a lei
dota o direito real de uma oponibilidade erga omnes, o titular deste direito pode fazê-lo valer
contra quem tem a coisa ilicitamente.
A inerência significa que a coisa (corpórea) é objeto de um direito real e dele não pode ser
separada.
Se um direito real se constitui sobre uma coisa, ele só pode ter por objeto essa coisa e não uma
coisa diversa; nomeadamente, não pode ser transferido para uma outra coisa.
Daqui decorre que se a coisa perecer, o direito real extingue-se. Esta solução é expressa para o
usufruto (art. 1476º/1 d)), uso e habitação (art. 1476º/1 d) ex vi do art. 1485º), superfície (art.
1536º/e)), hipoteca (art. 730º/c)) e demais direitos reais de garantia (arts. 664º, 677º, 752º e
761º, que mandam aplicar o disposto para a hipoteca), e deve estender-se a todos os restantes
direitos reais.
Em alguns casos, com o perecimento da coisa, é atribuída ao titular do direito real uma outra
coisa em substituição da primeira – sub-rogação real especial. Alguns casos são os dos arts.
692º, 1479º/1, 1480º/1 e 1481º/1.
O Prof. OLIVEIRA ASCENSÃO trata a sequela como uma consequência do objeto do direito real
(a coisa). PEDRO ALBUQUERQUE trata a sequela como uma característica, mas não como uma
funcionalização da coisa à pessoa (como OA), porque a conceção de direito real aproxima-se da
do Prof. Menezes Cordeiro (permissão normativa específica de aproveitamento de uma coisa;
PA diz que é uma permissão jurídica).

Aula 4 (07/3/2023)

Principios do Registo

Por que temos que conhecer os princípios?

Definimos direito como um conjunto de normas jurídicas que visam reger a organização de
uma sociedade, nos aspectos com relevância jurídica.
É muito raro quando definimos o direito trazermos elemento, principio, geralmente falamos de
normas jurídicas que visam reger a organização de uma sociedade e nos aspectos que tem
relevância jurídica.

Oliveira Ascensão vem nos dizer que o DR muito pouco são tratados ou são dados a
importância de um ramo do direito que merece abordagem autónoma, ele vem nos dizer uma
espécie de evolução histórica que a questão de estudar DR de forma separada é uma questão
nova, e diz mais que ao longo da existência do DR ele foi sendo criado como um conjunto de
normas que podiam ser autonomizadas, um Dto especifico.

Contudo, nem todos são apologistas dessa posição, a ideia de que os DR merecem essa
qualidade.

O DRN, tem como objecto, o registo de todos os actos civis que compõem a entidade humana,
tem como objecto regulamentar os pressupostos ou os elementos que estando ligas à pessoa
são susceptíveis de serem registado, o nascimento, casamento, a filiação, adoção, a morte, isto
é regulam as fazes do individuo desde o seu nascimento ate a sua morte.

Este, é um ramo que ganhou simpatia doutrinal e académica de forma que mereceu um estudo
autónomo.

O Direito Registral é dado como disciplina hoje em países como Brasil.

Quando falamos dos princípios dos registo, estamos a falar dos elemento que integram na
definição do DR que são o conjuntos de normas jurídicas e princípios que visam regulamentar a
afetação de um determinado bem a um ente, a um pessoa.

Não se pode falar de DR sem que se levar os princípios, e mais que um conjunto de normas
esses princípios tem uma relevância intrínseca para compreender o registo predial.

À prior um do princípio que se encontra é o princípio da Legalidade, que deve ser formal e
material,

Mas antes, vamos falar o Princípio da instancia, em DPC a Instancia recorda-nos a faculdade
que tem os indivíduos interessados na resolução de um litigio aceder ao tribunal, os
interessado são as partes.

O Princípio do Instância, no código revogado dizia que o registo incumbe as partes, o que nos
indica que o registo não é obrigatório, é facultativo, entretanto, o novo código, vem de forma
clara dizer que ao fim de x meses e não regularizares o teu registo ele será considerado
caducado.

O Registo provisório só vigora determinado período ao fim do qual será considerado caducado,
nestes casos, a Instância já não se refere a um registo facultativo.

A doutrina vem dizer hoje que a instancia, é realmente a faculdade que o direito dá
determinado individuo de dar impulso ao processo do registo.

Esse princípio da Instancia, pressupõe que, a iniciativa do registo é do titular do direito que se
pretende registar, art. 46º do Código Predial (principio da instancia).
A ideia do pedido aqui, pressupõe requerer, o que legislador vem dizer é que a iniciativa
incumbe ao titular do direito, que se pretende registar a Instancia que se pretende aqui é tal
estamos em DPC que o inicio o desencadeamento do processo do registo é da
responsabilidade do titular do direito que se pretende registar.

Contudo, o legislador vem nos dizer que há direitos que devem ser necessariamente registados
mas antes, a par deste art 46º, o art 10º RP(obrigatoriedade do registo), Nr2 refere-se aos
artigos.

Na doutrina deve ler a questão do princípio da instância na perspetiva de faculdade/


obrigatoriedade.

É faculdade? então, porque o legislador vem falar de factos suscetíveis a registo no art. 10º? no
DPC não há uma obrigatoriedade de um individuo reclamar o seu direito, mas aqui já não, há
factos cujos o registo é obrigatório. (Nr 2, art 10º)

(Pode se pegar a Instância e torná-lo trabalho do curso por causa dessa abordagem)

O Dto de uso de terra é típico de Moçambique.

O que legislador esta a dizer é que os direitos reais, no art 2, obrigatoriamente no art 10
devem ser registados, e depois vem dizer principio da Instancia.

Se se fazer, uma ligeira abordagem com o registo predial cessante, há-de se perceber que la
fala-se de iniciativa e aqui no 46º o legislador vem modificar um pouco e diz que o registo
efectua-se o pedido de que tenha legitimidade ou esteja legalmente obrigado …pegou e
alterou a ideia da Instância para acomodar o pressuposto da obrigatoriedade.

Se, se analisar o princípio da instância, nos doutrinadores comuns hão de encontrar-se alguma

O que se deve ter em mente é que o princípio da instância previsto aqui, remete-nos a ideia
de que, o registo regra geral é da responsabilidade do individuo, com legitimidade.

A noção dada é da doutrina, o legislador vem dizer que..

Princípio de legalidade (art 79º )

Qualificação do pedido de registo

ARTIGO 79

(Aplicação do princípio da legalidade)

A viabilidade do pedido de registo é apreciada pelo conservador em face das disposições legais
aplicáveis, dos documentos apresentados e dos registos anteriores, verificando especialmente
a identidade do prédio, a legitimidade dos interessados, a regularidade formal dos títulos e a
validade dos actos neles contidos.
O conservador quando recebe o pedido no âmbito do princípio da instância, deve apreciar
face as disposições legais.

Da disposições, deste artigo, o que seria legalidade formal e o que seria a legalidade material?

Será que conservador pode-se negar registar um bem porque alguém veio lhe dizer que não há
boa fe no negócio jurídico celebrado entre A e B?

Se o negócio já estiver feito, dissemos que registar não constitui a transição da coisa, a
transição dá-se por mero efeito do contrato, (compra e venda) nesse caso um direito real de
compra e venda de um imóvel.

Com a compra e venda, o que leva o titular a ir registar, é a necessidade de proteger, tornar
inerente, colocando a coisa no seu nome.

No art. Acima a legalidade formal esta prevista: é apreciada pelo conservador em face das
disposições legais aplicáveis

O conservador, não é um robô, é necessário que ele veja os factos contidos nesse negócio,
saber se não se trata de uma venda nula, porque a nulidade e’ invocada ex ofiicio, ou seja ele
pode verificar oficiosamente.

16/03/2023

Efeitos do Registo
ARTIGO 2
(Factos sujeitos a registo)

Estão sujeitos a registo:

a) os factos jurídicos que importam a constituição, o reconhecimento, a modificação ou a


transmissão do direito de uso e aproveitamento da terra ou a cessão de exploração parcial ou
total de prédios rústicos ou urbanos;

Se estão sujeito a registo esses factos, nesse caso o que pressupõe? Não se deixando de lado
que os Dtos reais entram na esfera jurídica de um sujeito só pelo mero efeito do contrato.
(regra geral)

E, o art 2 diz que estão sujeitos a registo, significa muttates mutandes, se não estiver registado
é o que?

Qual é o papel do registo aqui? O que pretende fazer com esse facto jurídico?

b) os factos jurídicos que determinam a constituição, o reconhecimento, a aquisição ou a


modificação dos direitos de propriedade, usufruto, uso e habitação ou servidão;

Se determina é porque já existe, qual é o fim do registo neste âmbito?

E se não regista? O vai acontecer?

Qual é o efeito do registo?


Pode se provar ou não sem registo?

Numa compra e venda e um imóvel usa-se a escritura publica como prova.

De salientar que a escritura publica não consubstancia um registo.

Artigo 408.º Contratos com eficácia real


1. A constituição ou transferência de direitos reais sobre coisa determinada dá-se por mero efeito
do contrato, salvas as excepções previstas na lei.

2. Se a transferência respeitar a coisa futura ou indeterminada, o direito transfere-se quando a


coisa for adquirida pelo alienante ou determinada com conhecimento de ambas as partes, sem
prejuízo do disposto em matéria de obrigações genéricas e do contrato de empreitada; se, porém,
respeitar a frutos naturais ou a partes componentes ou integrantes, a transferência só se verifica no
momento da colheita ou separação.

O 408º é o princípio geral para tudo que são direitos reais.

Artigo 219.º Liberdade de forma

A validade da declaração negocial não depende da observância de forma especial, salvo


quando a lei a exigir.

Se você vender a casa, usar o 219º tirar so a primeira parte e fazer liberdade contratual é um
contrato nulo porque deixaste de fora o 875º.

O que se diz 408º, nomeadamente o 875º (imoveis) deve observar a forma estabelecida que é
a escritura publica, então a compra é nula.

Na compra e venda de uma casa há uma transferência de bens reais, mas para obter um titulo
constitutivo é necessário a escritura publica, logo para este caso o registo não tem efeito
constitutivo, neste caso teria um efeito consolidativo.

A hipoteca- para o registo tem efeito constitutivo, pois sem o registo não há hipoteca.

A escritura publica não serve para nada quanto a hipoteca.

O efeito geral do registo de um modo geral é declarativo, meramente enunciativo.


Um dos princípios do registo é a Instancia, pelo que a pessoa toma a iniciativa de ir-se declarar
que é dono de determinada coisa ou bem.

>>> o registo é uma base de dados de interesse público que contém informação sobre a
titularidade dos direitos reais (ou dos bens). Mas não existem registos sobre todos os tipos de
bens. Interessam nos os registos sobre imóveis e três tipos de bens móveis: automóveis,
aeronaves e embarcações. Noutras áreas, há registos de valores mobiliários e instrumentos
financeiros (as ações são sujeitas a registo, na maioria dos casos), mas feitos pelos bancos e
nada têm a ver com direitos reais.
Na compra e venda, temos efeitos reais e efeitos obrigacionais. O efeito real é a transmissão
da propriedade e os efeitos obrigacionais são o dever jurídico de entrega da coisa e o dever
jurídico de pagamento do preço.

Efeitos enunciativo, constitutivo e da oponibilidade perante terceiros


Voltemos aos efeitos enunciativo, constitutivo e da oponibilidade perante terceiros.

O efeito enunciativo ou declarativo apenas dá publicidade. Este efeito não significa a criação
de qualquer efeito jurídico-real acrescido.

A vende a B; há uma compra e venda. Do ponto de vista da linha de tempo, há a escritura de


compra e venda e, uns dias depois, a inscrição registal. A partir da inscrição registal, há
publicidade; mas os efeitos jurídico-reais (domínio + oponibilidade) ocorreram a partir da
escritura. Os efeitos jurídico-reais aparecem com o título (escritura) e não com o modo
(registo).

Se o efeito não é meramente enunciativo, mas sim um efeito constitutivo ou transmissivo, não
existe mera publicidade com o registo predial. O que se passa nas situações de efeito
constitutivo é o seguinte: efeitos obrigacionais a partir do título (compra e venda), e efeitos
reais (domínio + oponibilidade) a partir do modo (inscrição registal).

EFEITO CONSOLIDATIVO

O efeito consolidativo do registo deriva do princípio da consensualidade, previsto no artigo


408º/1 do CC. O registo não é, assim, parte integrante/necessária para a aquisição do direito
real, resultante esta do próprio contrato.

Assim, o registo apenas tem efeito consolidativo: (1) permite a disposição, notarial e judicial,
do direito real; (2) evita a aquisição tabular de um terceiro.

EFEITO CONSOLIDATIVO

O efeito consolidativo do registo deriva do princípio da consensualidade, previsto no artigo


408º/1 do CC. O registo não é, assim, parte integrante/necessária para a aquisição do direito
real, resultante do próprio contrato. Assim, o registo apenas tem efeito consolidativo: (1)
permite a disposição, notarial e judicial, do direito real; (2) evita a aquisição tabular de um
terceiro.

Aula 4

21/03/2023

Art. 4º (C predial)

O que significa eficácia entrepartes? E relação jurídica?

Em contraposição temos a oposição a 3º .


Quando falamos de eficácia entrepartes, falamos do facto de o negócio jurídico actuar e
produzir efeitos, quer no credor, quer no devedor, no então a relação entre eles que é gerada
no âmbito do art 408º Cc, pode não ser exigível a terceiros.

Se entendermos que tudo que não é afetado pelo principio da publicidade não pode afectar a
3ºs, se não ao acredor e ao devedor- relação jurídica tradicional.

O art 4º , uma vez mais diz que não precisam esses factos de ser registados para que haja
exigibilidade entre os sujeitos da relação jurídica.

A eficácia entre partes, é a produção dos efeitos entre as partes, numa relação jurídica para
que se torne eficaz/efeito? Só precisa que os sujeitos tenham legitimidade, que o objecto seja
negociável, que haja um facto jurídico e garantia (existindo) estas coisas nós encontramos no
art 408º CC.

Oponibilidade a terceiro, pressupõe que o objecto da relação jurídica entre as partes esta a
sair dessa relação de duas pessoas e acaba afetando qualquer pessoa, a oponibilidade a
terceiro pressupõe que a relação entre 2 pessoas, os seus efeitos são exigíveis aquém não é
parte.

Os factos sujeitos a registos, depois do registo são oponíveis a terceiros e é a publicidade que
os torna oponíveis.

É que a partir do momento que se faz o registo a coisa já deixou de ser de duas pessoas e passa
a ser de todo o mundo.

Aquele que tiver registado já pode exigir qualquer pessoa, pois todos esses ficam terceiros.

Os factos sujeitos a registo quando registados são oponíveis a terceiros.

Os factos sujeitos a registo não registados só produzem efeitos entre as partes.

Em tudo que estudarmos em direito das obrigações não nos leva a oponibilidade a 3ºs

O terceiro não é qualquer, que tem o direito de exigir.

Quando o legislador falar de exigir, não dá apenas a prerrogativa ao sujeito que registou ou
imóvel, mas também ao terceiro de exigir (isto é como abrir as portas a entrada do 3º na
relação jurídica que a priori é entre 2 sujeitos).

Oponível= Imposto

Inoponível= não é imposto

Requisitos para o terceiro entrar num negócio.


A questão da boa-fé
Se A vender a C e depois vender a B, qual será a accão de qualquer deles para reaver a casa?
Que tipo de venda se fez?

R: Quando A vende a B dois dias depois de vender C está a violar o art. 892º (venda de bens
alheios) A não tem legitimidade para vendar C,

Fundamentação teórica:

O regime de tutela dos terceiros de boa fé, resultante do art. 291.º do CC, aplica-se às
hipóteses em que o interveniente num negócio substantivamente inválido pretende a
respectiva invalidação, mas se vê confrontado com terceiros (não intervenientes nesse
negócio) que adquiriram, de boa fé e a título oneroso, direitos sobre os bens (imóveis ou
móveis sujeitos a registo) cuja subsistência depende do primeiro negócio. Se esses terceiros
registaram o correspondente acto aquisitivo, a invalidade não lhes é oponível, salvo se a acção
de anulação ou de declaração de nulidade for instaurada e registada nos três anos posteriores
à celebração do primeiro negócio, definindo, assim, a lei o equilíbrio entre a tutela da validade
substancial do negócio e a confiança depositada no registo.

II - Por sua vez, o regime de tutela dos terceiros de boa-fé, resultante dos arts. 5.º, n.º
4, e 17.º, n.º 2, do CRgP, supõe duas aquisições sucessivas de um mesmo transmitente,
tendo sido registada a segunda transmissão, mas não a primeira, pretendendo o primeiro
adquirente (que não registou) invocar a invalidade do negócio de que resultou a segunda
aquisição (registada), porque, à data da sua celebração, já o direito transmitido não se
encontrava na esfera jurídica do transmitente, mas antes na esfera jurídica do primeiro
adquirente.

1 - Os factos sujeitos a registo, ainda que não registados, podem ser invocados entre as
próprias partes ou seus herdeiros.

2 - Exceptuam-se os factos constitutivos de hipoteca, cuja eficácia entre as próprias partes


depende da realização do registo.

A regra é a de que os factos sujeitos a registo só produzem efeitos com registo. A regra é o caso
intermédio (hipótese 3): o registo não ter efeitos constitutivos, mas também não ter efeitos
meramente de publicidade: a regra é haver efeitos de oponibilidade. Isto resulta do art.º 5º, 1.
do

23/03/2023 aula 5

A questão da boa-fé aparece no art.291º, no art. 6º, 4º tem forca incomensurável na análise
dos efeitos que o registo tem na esfera jurídica do 3º que é a questão a oponibilidade e da
inoponibilidade.

Demos os artigos que eram para ser conjugados que era o 291º, para extraímos
A comprou a casa que era de C, que faleceu, e foi feio o competente inventario facultativo,
(aquando há crianças o inventario é obrigatório é uma espécie de habilitação de herdeiro via
judicia- o inventario é obrigatório quando há crianças, quando são adultos é facultativo) são 5
irmãos, sendo todos eles herdeiros.

Enquanto vivo o pai chamou D que é seu irmão que levou a sua mulher, e convidou-o a viver
numa dependência na casa do C, quando morre o D fica a esposa dele com duas crianças,
sendo que estes viveram nessa casa há 30 anos.

Contudo, tendo sido feito o inventario, depois foi feito o mapa de partilha, foram a
conservatória de registo predial, foram alterar, registaram a aquisição do imóvel por via de
sucessão, assumindo assim os 5 filhos a qualidade do pai.

Aberta a sucessão serão chamados os herdeiros, do autor da sucessão para se substituir nas
relações jurídicas do falecido passiveis de transmissão por sucessão.

Tenho registado a casa e arrendado durante 5 anos, decidiram vender a 6 milhões de meticais.

A comprou a casa do herdeiro, fez a escritura publica e tudo resto.

Enquanto ia correndo o processo de registo da casa, a esposa do C, esta a ir ao município, as


estruturas do bairro, etc…a queixar que os herdeiros, estão a vender a casa e lhe estão a
mandar embora.

O advogado, sugeriu que o A legalizasse o assunto da documentação antes que a esposa do C


remetesse o caso ao tribunal, porque se o for intentada uma acção antes de registar a casa
pode ser muito difícil ganhar a ação, pois se ele registar a casa essa já o pertence.

Ainda o Advogado sugeriu que o A não fosse procurar a esposa do C, por modo a que este não
seja conhecido.

Contudo, a pessoa que assistia a senhora decidiu meter o caso no tribunal, e chegado ao
tribunal, a acção avançada, foram as acções possessórias, ele levantou uma providencia,
restituição provisoria da posse. (quando a pessoa pede a restituição provisoria da posse, diz
que enquanto, o possuidor esbulhado ou perturbado não for convencido de melhor posse,
então a posse lhe será restituído).

No tribunal, enquanto o advogado da esposa do D, fala que esses aí…o Advogado do C


perguntou se alguma vez o terá visto, e alem disso apresentou o registo.

Contudo, o dever do advogado da esposa do D era de invocar a Boa-fé.

O advogado, de A invocou a legitimidade da esposa do D.

A questão seria em direitos reais, na mesma hipótese dar razão a A e dar razão à esposa do D.

A verdade é quando a ação entrou no tribunal, A já tinha registado a casa a mais de 30 dias.

Em que medida é o negócio jurídico obrigacional interfere na relação jurídica real?

De que argumentos se podia servir H para ver a sua acção ter provimento?

De que contra-argumento se podia servir A para furtar a espectativa de H?


Estabeleça o nexo real sobre o estabelecimento dessa relação?

Na é possível falar disso sem ir ao 291º; 6º CRP;

É aqui onde entra a questão de boa-fé, quais são consequências de boa-fé?

Raciocínio:

A é o actual individuo que tem a casa registada em seu nome, compro a casa dos herdeiros do
C que adquiriram a casa por via de sucessão, ou seja, o acto constitutivo foi a relação jurídica
sucessória, e depois, esse tem posse partilhada com a H, que a posse desta não é menos
legitima, partilhava a posse com os herdeiros até a altura da transmissão.

Art. 6 CRP (oponibilidade a 3º )

Os facto sujeitos a registo é uma questão relevante para discutir a manifestação e a


consequência, so produzem efeito depois de registo uma coisa registada tem como
consequência …

Certidão aparente (a servidão aparente pode não ser necessariamente o seu direito de
servidão, se tens uma servidão, entre tantas casas que te dão acesso a estrada, pode ser
aparentemente tenhas uma servidão de passagem uma delas) mas bem discutido pode cair por
terra.

291º CC (Inoponibilidade da anulação)

O que a H precisa é de anulação da venda feita pelos herdeiros porque ela intende que tem
legitimidade.

Elemento cumulativos:

1. O bem a casa,

2- Oneroso significa dinheiro;

3 - O terceiro é o A,

4- Terceiro de Boa fé- (se for 3º de má fé mesmo que tenha registado e tenha adquirido de
forma onerosa não vai conseguir, será oponível a si e não inoponível, há-de se dizer que o
direito impõe-se sobre si)

5-Ela intentou uma ação de restituição de posse, se foi intentada antes de registada.

Se tivesse sido doação iri-se exigir a entrega.

A Boa-fé, nesse caso pressupõe que o A não saiba de nada.

Supondo que A seja a esposa de


Neste caso, H considera-se parte por causa dos 30 anos que viveu na casa, diz que tem direito a
um quinhão, daquela casa.

H, era mera detentora da parcela daquele direito, contudo, os direitos maiores prevalecem
sobre os direitos menores, por tanto, a o direito maior será a propriedade- dos herdeiros, e a
posse é menor, mesmo que não seja mera posse, seja possuidor legitimo, se o dono da casa
quiser vender a casa pode fazê-lo.

H, tem nesse caso um direito de uso do imóvel, tem um direito que não chega a ser real
porque deriva de uma mera detenção ou tolerância, porque se posso pra entregar uma
titularidade de um direito real menor, eles teriam saído e não lhe deixado no quintal.

Quando o legislador nos trás a questão do boa fe é para saber não houve um daqueles vícios
da teoria geral, simulação. (nos casamentos, o marido compra casa para amante regista em
nome do filho que teve com ela)

A questão de boa fe , pode aparecer de forma diversas, ( se a pessoa que e’ casada e compra
casa em nome da amante, faz a procuração em seu nome e assim poderá vender quando assim
quiser)

Se o negócio que deu causa ao registo for nulo, então cai por terra o registo, e por ser nulo a
nulidade pode ser invocada a todo tempo.

28/03/2023 aula 6

Elementos-chave: quem, pessoa legitima, qual é o efeito do registo.

De quem será a casa, quem é o titular? Qual é a consequência daquilo e daquilo

1- A titular dos dtos inerentes ao arrendamento num contrato celebrado com B proprietário
da casa, tendo tomado conhecimento da morte deste, continuo com a casa sem nada dizer
aos seus herdeiros. Volvidos 10 anos, decidiu desfaze-se da casa, no negócio celebrado com
E, a partir do qual recebeu 5 milhões de meticais, e em contrapartida, passou uma
procuração a E, para que com base nela pudesse tramitar os passos subsequentes.

E, ciente das questões ligadas a titularidade do imóvel, substabeleceu a F, a procuração


recebida de A em troca de 6, 500.000.00Mt.

2 anos depois, G, mãe de C de 20 anos e de D de 19 anos ambos filhos de tomou


conhecimento que B aquando da sua morte tinha uma casa que estava arrendada a A, em
face disse iniciou as démarches procedimentos com vista a rever a casa, isto foi em fevereiro
do ano 2000.
F que já tinha registado a casa em janeiro de 2000 ouviu em zunzum e não se preocupou
porque independentemente do que fosse ele tinha conseguido registar a casa.

-Aqui temos que saber enquadrar os negócios jurídicos celebrados

-Saber decifrar a questão da legitimidade

-Temos que trazer a questão relacionada ao registo na vertente do papel do conservado

-Temos que discutir o efeito do registo/consequências

-Temos por fima, que dizer de quem é a casa

-E se for caso disso com quem ficara a titularidade da casa, sendo o caso disso.

R: Estamos em de negócios jurídico bilaterais, o contrato de arrendamento, previsto no 1022º


CC, conjugado com o art 1023º (primeira parte) na qual uma das partes se obrigada a
proporcionar a outra o gozo temporário de aproveitamento do imóvel mediante retribuição, o
qual no presente caso foi celebrado A e B.

Sucede que o B, perde a vida e o A continua na casa, aproveitando-se da mesma sem cumprir
com as prestações de arrendamento do imóvel, e de má-fé aproveitando-se do
desconhecimento ou pronunciamento dos sucessores sem nada dizer a estes.

1287º CC refere-se a posse dos dtos reais de gozo o qual, A posse do direito de propriedade ou
de outros direitos reais de gozo, mantida por certo lapso de tempo, faculta ao possuidor, salvo
disposição em contrário, a aquisição do direito a cujo exercício corresponde a sua actuação: é
o que se chama usucapião.

Contudo, para haja usucapião é necessário, de acordo com o disposto no 1294º conjugado com
1295º que o possuidor tenha feito o registo do titulo ou da mera posse, não havendo isso, a
usucapião so pode ter lugar no termo de 20 anos se a posse for de ma fe conforme se refere no
art 1295º CC.

Contudo, pelos dados da hipótese não haveria desde logo o lugar a usucapião.

Tendo o negócio como base um contrato de arrendamento, o qual atribui ao A a titularidade de


mera posse, esse não tem legitimidade para passar uma procuração para E, contudo, E como

Há por tanto uma nulidade da compra e venda efectu ada por A , uma vez que esse não é
legitimo titular para então estará a fazer uma venda alheia que da lugar a nulidade do
negocio, uma vez que todos outros actos ou negócios emergiram dessa compra e venda ilegal
sendo que A apenas tinha direito de gozo,

Negócios jurídicos 1022º (Locação), trata-se de um contrato de locação,

1287º

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No âmbito do direito real, o contrato de arrendamento, onde B proprietária entrega B, o seu


Imovel, (ressalva-se que a compra e venda é um direito maior que arrendamento) há aqui um
direito real menor comparativamente ao arrendamento, termos em que, para alguém entregar
em arrendamento já sabemos que so arrenda quem é propriedade, que se desfaz da parte de
um direito real dele que é o uso da coisa, naquele momento não esta usar, não esta habitar,
uma que vez a casa é para habitar, o proprietário tira o elemento habitação e entrega a
alguém, que é feito de forma legitima de B para A.

No âmbito obrigacional, o arrendamento é titulação duma parte da minha coisa, temos um


contrato com eficácia real porque não se discute isso na hipótese então significa que isso esta
bem.

A Hipótese diz-nos que A tem herdeiro e B sabia, mesmo assim continuou com a casa o que
pressupõe, no âmbito dos direitos reais pressupõe que a continuidade da titulação deste bem
sem a previa comunicação aos seus herdeiros como refere na hipótese pressupõe ab nitio, que
o A nesta situação está a agir de má-fé nos termos de dispõe o art 227º CC, porque era
suposto ele que esta na posse comunicar aos herdeiros.

Ele mantém consigo a posso por 10 anos se não disse aos herdeiros então pagou a renda, à
prior a manutenção da posse nesse período de 10 anos é feita numa continuidade de má-fé,
até porque em sede da hipótese, depreende-se que ele não honra com os deveres inerentes ao
contrato.

O A serviu-se de uma procuração mesmo sem legitimidade, para E, este que sabia que a
procuração era falsa, o que pressupõe que havia um conluio, a transação a E ocorre sob
domínio pleno do hipotético comprador de que A age sem legitimidade logo os dois agem de
má-fé, para com os herdeiros.

O A agiu em coordenação com E para defraudarem as espectativas dos herdeiros do B o que


pressupõe a nulidade do contratos de compra e venda entre A e E, sendo esse nulo porque a
substancia do negocio é celebrada ( apesar de ele ter celebrado uma escritura publica, estamos
em sede real de um) necessariamente em sede de um documento sem valor jurídico, porque é
evidente que se A faleceu a procuração que esta na posse de A que passa a E não pode ser
verdadeira.

O Negocio jurídico celebrado entre A e E pode configurar a natureza de uma compra e venda
porque quando B passa a procuração para E esta a permitir que esse esta a fazer negocio
consigo próprio e o mandato supõe que apartir daquele tenha uma escritura publica, contudo,
hé uma escritura publica de compra e venda mas é celebrado na base de um documento falso,
o que torna o negocio jurídico nulo, logo, esta transferência do DR de B para E ela vem
inquinada de um vicio de nulidade, 240º simulação -havento todos os pressupostos referidos
na hipótese.

Contudo, há aqui uma simulação absoluta, constitui uma nulidade do negócio.

Contudo, E, ciente da questão de titularidade, sabendo que a titularidade do imóvel é do A


substabeleceu a G.

Da hipótese subentende-se que o registo feito por F, obedeceu a todos procedimentos


legalmente previstos, o que vale dizer que, todas a vicissitudes assistidas desde a 1ª
transmissão,

A questão que se coloca aqui seria, a fé publica do registo, seus problemas.


O papel do conservador em sede de registo efetuado por E.

Se partirmos do pressuposto de que F foi buscar à conservatória o título de B, então temos que
com base nas procurações que lhe haviam sido passadas que é a de A pare E e de E para si
associada aos documentos que lhe haviam entregue, então estava reunida matéria bastante,
para ele efectuar a compra e venda e o subsequente registo.

Em sede desta situação, e porque a hipótese nada nos diz em contrário, todos os vícios
verificados, são em sede do art 291º CC conju art 6º CRP inoponiveis a F, desde logo porque a
quanto da accao, intentada por G, pela inerência, e nada verte.

Aqui G,C e D em solidariedade activa, (no âmbito do Processo civil) teriam o direito de obter o
ressarcimento de A e E que hagiram em conluio para defrauda-los .

Sobre o conservador, apartir do momento em que lhe chega uma escritura publica elaborada
com base num substabelecimento de uma procuração não passada pelo titular do direito
registrado devia no âmbito do principio de legalidade material, sem prejuízo da formal
procuraer esclarecer-se um pouco mais como por exemplo, solicitar habilitação de herdeiros
de B, para comparar as datas e verificar se aquando da procuração, B encontrava-se ou não em
vida e outros elementos que lhe podem ser úteis.

o Temos um contrato com eficácia real, no âmbito dos direitos reais a continuidade

2- Considerando sob a mesma hipótese, que B, casado com G, antes de falecer vendera a casa
a A, e que este por sua vez registar a mesma casa antes de vendê-la a F que a data da
revindicação de G não tinha registado a aquisição feita a A que tinha registado.

A, tinha consciência plena deque B era casado com G, até porque na qualidade de irmão do
padrinho de ambos, tramitou os termos da convenção antinupcial da qual resultava que B e G
adoptavam o regime de comunhão geral de bens.

30/03/2023 aula 7

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