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Segundo o CPC, há duas modalidades de procedimentos especiais, os de

jurisdição contenciosa e os de jurisdição voluntária. Os de jurisdição


contenciosa se referem à solução de litígios, enquanto os de jurisdição
voluntária apenas à administração judicial de interesses privados não
litigiosos. Conhecendo o nosso Código, em matéria de processo de
conhecimento, o procedimento comum e os procedimentos especiais.
Especiais são os ritos próprios para o processamento de determinadas
causas selecionadas pelo legislador no Título III, do Livro I, da Parte
Especial do Código de Processo Civil e em leis extravagantes.

Entre os procedimentos especiais merecem ser lembrados os dos Juizados


Especiais previstos na Lei 9.099, de 26.09.1995, que pressupõem órgãos
específicos instituídos pela organização judiciária local para se ocupar das
causas cíveis de menor complexidade. Em conclusão: procedimento
comum é o que se aplica às causas para as quais não seja previsto algum
procedimento especial. Apenas ele é regulado de maneira completa e
exaustiva pelo Código. Os especiais são abordados pelo legislador, no
próprio Código ou em normas apartadas, apenas naqueles pontos em que
se afasta do procedimento comum, de sorte que este se aplica
subsidiariamente a todos os ritos, inclusive os do processo de execução.

 Os procedimentos especiais estão previstos no título III do CPC


 Jurisdição contenciosa: 14 procedimentos

Jurisdição voluntária: 11 procedimentos

Os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa previstos no CPC são os


seguintes:

Capítulo I : Consignação em Pagamento

Capítulo II : Ação de Exigir Contas

Capítulo III : Ações Possessórias

Capítulo IV : Ação de divisão e da demarcação de terras particulares

Capítulo V : Da ação de dissolução parcial de sociedade

Capítulo VI : Do Inventário e da Partilha.

Capítulo VII : Dos Embargos de Terceiro.

Capítulo VIII : Da Oposição


Capítulo IX : Da Habilitação

Capítulo X : Das ações de família.

Capítulo XI : Da ação monitória

Capítulo XII : Da homologação do Penhor Legal

Capítulo XIII : Da regulação de avaria grossa

Capítulo XIV : Da restauração de autos

Já os de jurisdição voluntária são:

Seção II : Da Notificação e da Interpelação

Seção III : Da alienação Judicial

Seção IV : Do divórcio e da separação consensuais, da Extinção


Consensual de União Estável e da Alteração do Regime de Bens do
Matrimônio

Seção V : Dos Testamentos e dos Codicilos

Seção VI : Da Herança Jacente

Seção VII : Dos Bens dos Ausentes

Seção VIII : Das Coisas Vagas

Seção IX : Da Interdição

Seção X : Disposições Comuns à Tutela e à Curatela.

Seção XI : Da organização e da fiscalização das Fundações

Seção XII:Da Ratificação dos Protestos Marítimos e dos Processos


Testemunháveis Formados a Bordo

No CPC/73 existia previsão de procedimentos que, com a vigência do novo


Código, foram extintos. Nessas situações, deverá ser aplicado
o procedimento comum. São eles:
Ação de depósito

2. Ação de anulação e substituição de títulos ao portador.

3. Ação de nunciação de obra nova

4. Ação de usucapião de terras particulares

5. Ação de Vendas a crédito com reserva de domínio

6. Posse em nome de Nascituro

7. Ação de Justificação

8. Ação de Atentado

9. Ação de Protesto e da Apreensão de Títulos

10.Ação de Especialização de Hipoteca Legal

Além disso, com o CPC/15, novos procedimentos foram criados:

Ação de dissolução parcial de sociedade

Ação de Oposição

Ações de Família (contencioso de divórcio, separação,


reconhecimento e extinção de união estável, guarda,
visitação e filiação)

Regulação de avaria grossa

Não é somente no CPC que existem regulamentação de procedimentos


especiais. Eles também podem estar previstos em legislação esparsa e na
Constituição Federal
Exemplos de procedimentos previstos em legislação esparsa:

Ações locatícias

Ação de Busca e Apreensão de Alienação Fiduciária

Ação de Alimentos

Ação de Divórcio

Juizado Especial Civil

Exemplos de procedimentos previstos na Constituição:

Mandado de segurança

Mandado de injunção

Ação civil pública

Ação popular

Habeas data

Ação de desapropriação

Diferenças entre o procedimento comum e os especiais

Altera prazos e sequência dos atos

Insere providências cautelares

Insere providências executivas

Altera a força e os efeitos da sentença

Funde o conhecimento e a  execução


Atribui a ação natureza dúplice

Altera regra geral sobre legitimação

Condiciona o exercício da ação a pré-requisitos especiais

Excepciona o princípio da atuação por legalidade estrita e autoriza


o julgamento por equidade

NCPC – Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a


alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento
jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade
nos casos previstos em lei.
NCPC Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10
(dez) dias. Parágrafo único. O juiz não é obrigado a
observar critério de legalidade estrita, podendo adotar
em cada caso a solução que considerar mais conveniente
ou oportuna. (para os procedimentos especiais de
jurisdição voluntária)

Juizado especial: aplicação da equidade como regra de


julgamento (Lei 9.099/95, Arts. 5 e 6)

Direito intertemporal

CPC, Art. 1.045. Este Código entra em vigor após


decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial.
CPC, Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas
disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei n o 5.869, de 11 de
janeiro de 1973.

§ 1 o As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de


janeiro de 1973, relativas ao procedimento
sumário e aos procedimentos especiais que
forem revogadas aplicar-se-ão às ações
propostas e não sentenciadas até o início da
vigência deste Código.

Ou seja, para os procedimentos especiais a regra é:

Para os processos em andamento, isto é, ainda


não sentenciados até a vigência do novo
CPC: Aplica-se o CPC/73

Para os novos processos: Aplica-se o CPC/15

§ 2 Permanecem em vigor as disposições especiais dos


procedimentos regulados em outras leis, aos quais se
aplicará
supletivamente este Código.

Exemplos:

Aqueles previstos em legislação esparsa ou na


Constituição já citados acima

Art. 1.046. § 3 o Os processos mencionados no artigo 1.218 da Lei


5.869 de 11 de janeiro de 1973, cujo procedimento ainda não
tenha sido incorporado por lei submetem-se ao procedimento
comum previsto neste Código.

Ler Art.1.218, CPC/73

Art.1.046, § 4º As remissões a disposições do Código de Processo


Civil revogado, existentes em outras leis, passam a referir-se às
que lhes são correspondentes neste Código

Ex: Lei 12.016/09 – Art. 24. Aplicam-se ao mandado de


segurança os artigos 46 e 49 da Lei 5.869, de 11 de janeiro
de 1973 – Código de Processo Civil. (Aplica-se agora
o artigo 113 e 118 do CPC de 2015)

Art.1.046, § 5º A primeira lista de processos para julgamento em


ordem cronológica observará a antiguidade da distribuição entre
os já conclusos na data da entrada em vigor deste Código .

Art. 1.047. As disposições de direito probatório adotadas neste Código


aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a
partir da data de início de sua vigência.

Ação de Consignação em pagamento 

Consignação como forma de extinção da obrigações


Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a
obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento
bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

Art. 335. A consignação tem lugar:

I – se o credor não puder, ou, sem justa causa,


recusar receber o pagamento, ou dar quitação na
devida forma;

II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa


no lugar, tempo e condição devidos;

III – se o credor for incapaz de receber,


for desconhecido, declarado ausente, ou residir
em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;

IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva


legitimamente receber o objeto do pagamento;

V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Obs: CTN, Art. 164. A importância de crédito tributário pode


ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: II –
de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências
administrativas sem fundamento legal;

Consignação de aluguéis (Lei 8.245/91, Art. 67)

Objetivos

Adimplemento e extinção da obrigação 

Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou


terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação
da quantia ou da coisa devida.

Afastar os encargos da mora 

Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do


pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito,
os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada
improcedente.

Espécies
Consignação extrajudicial 

CPC, Art.539, § 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor


ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver,
situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com
aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a
manifestação de recusa.

Obrigação em dinheiro

 Deposita o valor em estabelecimento bancário

 Banco situado no lugar do pagamento

 O Banco expede uma carta, com AR, para receber o credor em 10 dias.

Resolução Nº 2814/01 – Banco Central

É um serviço bancário como outro qualquer, com a


cobrança de tarifa e demais despesas

Art. 8º É facultado à instituição financeira ressarcir-se,


perante o depositante, de despesas de postagem,
elaboração de documentos e outras incorridas na
realização dos  procedimentos determinados nos
termos desta Resolução.

Os depósitos serão atualizados

Art. 7º Os depósitos de consignação em pagamento


devem ser atualizados, no mínimo, nas mesmas
condições da remuneração básica dos depósitos de
poupança,  observando-se a Resolução nº 2814, de 24
de janeiro de 2001 se, após a eventual instauração da
ação referida no art. 6º, a legislação em vigor referente
aos depósitos judiciais

Art. 4º -A instituição financeira, quando do recebimento de


depósitos de consignação em pagamento, deve
expedir, dentro de dois dias úteis, a
correspondente notificação ao credor, cujo aviso de
recepção deve ser assinado pessoalmente pelo destinatário e
conservado pela instituição para os fins previstos em lei.

Parágrafo único. A notificação a que se refere o caput deve


ser efetuada em formulário apropriado, a ser confeccionado
e fornecido pela instituição financeira, do qual constem, no
mínimo:
I – identificação da finalidade da notificação, da pessoa
do devedor e da dívida objeto do depósito;
II – informação em destaque, de que, nos termos do art.
890, Parágrafo 2º, da Lei nº. 5.869, de 11 de janeiro de
1973, o devedor será considerado liberado da obrigação
objeto da dívida indicada, na ocorrência de uma das
seguintes hipóteses:
a)o credor não apresentar à instituição
financeira depositária, no prazo de dez dias contados da
data de recebimento da notificação, manifestação de
recusa formal da totalidade do valor depositado,
permanecendo referidos recursos, nesse caso, à sua
disposição, para retirada a qualquer tempo;
b)o credor proceder à retirada dos recursos antes do
término do prazo mencionado na alínea anterior

III – espaço destinado à eventual manifestação de recusa por


parte do credor, onde este poderá incluir as razões para tanto, que
deve ser efetuada por escrito no próprio formulário;
IV – instruções para o envio da formalização de recusa à
instituição financeira, por via postal ou entrega direta, respeitado o
prazo mencionado no inciso II, alínea “a”, com aviso de
recebimento a ser autenticado e assinado por funcionário da
instituição;
V – advertência de que o depósito refere-se ao valor total da
dívida indicada, não se admitindo aceitação e conseqüente
recebimento realizados com ressalvas;
VI – outras informações que esclareçam o credor quanto aos
direitos, obrigações, procedimentos, providências a serem tomadas e
respectivas conseqüências jurídicas e administrativas, conforme
estabelecido na legislação e regulamentação em vigor, e advertência
de que a assinatura do aviso de recebimento implica ciência das
informações constantes da notificação

O credor poderá:
Comparecer no banco e receber

Não comparecer no prazo de 10 dias

 Artigo 539, § 2 Decorrido o prazo do § 1, contado do


retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de
recusa, considerarse-á o devedor liberado da obrigação,
ficando à disposição do credor a quantia depositada.

Recusar expressamente o pagamento

Art.539,  3º Ocorrendo a recusa, manifestada por


escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser
proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de
consignação, instruindo-se a inicial com a prova do
depósito e da recusa.

§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem


efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante.

Ou seja, irão incidir os efeitos da mora

Efeitos da mora

Perdas e danos, juros legais, cláusula penal

Ler Arts. 389 e seguintes do CC

Consignação judicial 

Em obrigação em dinheiro ou qualquer outro tipo de obrigação

Petição inicial

Juízo Competente – local do pagamento

Qualificação das partes


Causa de pedir (artigo 335 do C.Civil ou outros)

Pedidos:

a) de depósito da quantia ou coisa devida (547


CPC).

b) declaratório – extinção da obrigação.

c) citação para levantar o depósito ou contestar


(542CPC)

Se for o caso: Pedido para concentração ou


individualização da coisa

Art. 543. Se o objeto da prestação


for coisa indeterminada e a escolha
couber ao credor, será este citado
para exercer o direito dentro de 5
(cinco) dias, se outro prazo não constar
de lei ou do contrato, ou para aceitar
que o devedor a faça, devendo o juiz, ao
despachar a petição inicial, fixar lugar,
dia e hora em que se fará a entrega,
sob pena de depósito.

Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva


legitimamente receber o pagamento, o autor
requererá o depósito e a citação dos possíveis
titulares do crédito para provarem o seu direito.

Art. 548. No caso do art. 547 :

I – não comparecendo pretendente algum,


converter-se-á o depósito em arrecadação de
coisas vagas;
II – comparecendo apenas um, o juiz decidirá
de plano;

III – comparecendo mais de um, o juiz


declarará efetuado o depósito e extinta a
obrigação, continuando o processo a correr
unicamente entre os presuntivos credores,
observado o procedimento comum.

Pedido com prestações sucessivas 

Art. 541. Tratando-se de prestações


sucessivas, consignada uma delas, pode o
devedor continuar a depositar, no mesmo
processo e sem mais formalidades, as que se
forem vencendo, desde que o faça em até 5
(cinco) dias contados da data do respectivo
vencimento.

Realizar o depósito em 5 dias do deferimento, sob pena de


extinção do processo.

Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá:

I – o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser


efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do
deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º ;

II – a citação do réu para levantar o depósito ou


oferecer contestação.

Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do


inciso I, o processo será extinto sem resolução do
mérito.

Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao


autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a
prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.

Petição inicial da Consignação de Aluguel 

Art. 67,I da Lei 8.245/91. Na ação que objetivar o pagamento dos


aluguéis e acessórios da locação mediante consignação, será
observado o seguinte:
I – a petição inicial, além dos requisitos exigidos pelo art. 282 do
Código de Processo Civil, deverá especificar os aluguéis e
acessórios da locação com indicação dos respectivos valores;
II – determinada a citação do réu, o autor será intimado a, no prazo
de vinte e quatro horas, efetuar o depósito judicial da
importância indicada na petição inicial, sob pena de ser extinto o
processo;

VII – o autor poderá complementar o depósito inicial, no prazo
de cinco dias contados da ciência do oferecimento da resposta,
com acréscimo de dez por cento sobre o valor da diferença. Se
tal ocorrer, o juiz declarará quitadas as obrigações, elidindo a
rescisão da locação, mas imporá ao autor-reconvindo a
responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por
cento sobre o valor dos depósitos;

O Réu poderá:

Comparecer e receber

Contestar

Ser revel

Contestação

Pode-se alegar matéria de fato e de direito

Não cabe reconvenção

A contestação tem efeito dúplice, pois pode pedir o valor que


falta.

Art.545, § 1º No caso do caput , poderá o réu levantar,


desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a
consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o
processo quanto à parcela controvertida.

Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que:


I – não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a
coisa devida;

II – foi justa a recusa;

III – o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do


pagamento;

IV – o depósito não é integral.

Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente


será admissível se o réu indicar o montante que entende
devido.

Depósito parcial: Purga de mora

Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao


autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a
prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.

§ 1º No caso do caput , poderá o réu levantar, desde logo,


a quantia ou a coisa depositada, com a consequente
liberação parcial do autor, prosseguindo o processo
quanto à parcela controvertida.

Fase de instrução

Matéria de fato

Aplica- se o procedimento comum

Sentença

Tem matriz declaratória e condenatória

Declara extinta a obrigação e condena o montante devido

Valerá como título executivo

Condena o auto o o réu ao pagamento de custas e


honorários advocatícios
Insuficiência de depósito: é caso de procedência parcial,
liberando parcialmente a obrigação pleiteada pelo autor

CPC, Art.545, § 2º A sentença que concluir pela insuficiência do


depósito determinará, sempre que possível, o montante
devido e valerá como título executivo, facultado ao credor
promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se
necessária.

Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a


obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e
honorários advocatícios.

Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o


credor receber e der quitação.

Ação de exigir contas

Inovações do CPC/15

Foi extinta a ação de prestar contas, que deverá seguir o


procedimento comum

Agora, só existe previsão de procedimento especial para a


ação de exigir contas

Mantido o rito em duas fases

A primeira de verificar a obrigação de exigir


contas e a segunda, caso existente a obrigação,
analisam-se as contas
em si.

Prestar contas significa fazer, pormenorizadamente, parcela por


parcela, a exposição dos componentes de débito e crédito
resultantes de determinada relação jurídica, concluindo pela
apuração aritmética do saldo credor ou devedor, ou de sua
inexistência

Objetivo: adimplemento e extinção da obrigação

Exemplos:
Mandante e Mandatário

Curador e Tutor ( Ministério Público)

Herdeiro e Inventariante

Depositante e depositário

Gestor/administrador e sócios

Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do


depositário e de qualquer outro administrador serão prestadas em
apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado.

Apresentação de contas na forma mercantil

Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma


adequada, especificando-se as receitas, a aplicação das
despesas e os investimentos, se houver.

§ 1º Havendo impugnação específica e fundamentada


pelo autor, o juiz estabelecerá prazo razoável para
que o réu apresente os documentos justificativos
dos lançamentos individualmente impugnados.

§ 2º As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5º ,


serão apresentadas na forma adequada, já instruídas
com os documentos justificativos, especificando-se
as receitas, a aplicação das despesas e os
investimentos, se houver, bem como o respectivo
saldo.

Legitimidade ativa

Autor: Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir


contas

Réu: Aquele que é obrigado a prestar contas

Quem deve prestar contas: são várias as hipóteses, dentre


tantas, em que a lei fixa o dever de prestação de contas:
a) administrador judicial (CPC 727 e 728);
b) advogado (EOAB 34 XXI);
c) curador (CC 1.755 e 1.774; CC/1916 434 e 453; CPC
919);
d) curador da herança jacente (CPC 1.144 V);
e) gestor de negócios (CC 861; CC/1916 1.331);
f) inventariante (CPC 991 VII, 919);
g) mandatário (CC 668; CC/1916 1.301);
i) pais (CC 1.689 II c/c 1.673; CC/1916 385 e 394);
j) síndico (LCI 22, § 1º f);
k) testamenteiro (CPC 1.135, 1.138; CC 1.980; CC/1916
1.757, 1.758);
l) tutor (CC 1.755; CC/1916 434; CPC 919).(13)

Súmula 259/STJ – A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo


titular de conta corrente bancária

Ação personalíssima

Não transmite aos herdeiros

Procedimento

Em regra: duas fases em um único procedimento

É possível que ocorra em somente uma fase

1) Analisa-se se existe direito de exigir ou não as contas

DECISÃO (550, §5º, CPC) Caberia o recurso de


agravo de instrumento (se opuser apelação –
fungilibilidade – Marinoni, p.159 Curso de Processo
Civil).

2) Determina a exibição das contas com exame dos valores e


documentos
SENTENÇA

Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título


executivo judicial.

Petição inicial 

Competência, Partes, detalhar as razões pelas quais exige


contas e instruir com documentos comprobatórios dessa
necessidade

Requisitos do art.319

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os


requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou
a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o
juiz indeferirá a petição inicial

Citação: Para prestar contas ou contestar

Réu tem 15 dias para:

PRESTAR CONTAS + vista ao autor para se


manifestar (15 dias) devendo impugnar as contas de
forma fundamentada e específica, com referência
expressa ao lançamento + prosseguimento do processo
na forma do procedimento comum. (procedimento com
única fase – artigo 550, 2º do
CPC)

– Apresenta contas + contesta (procedimento
com única fase – artigo 550, 2º do CPC)
REVEL (Não contestar nem apresenta contas) – autoriza
o julgamento antecipado – artigo 550, 4º e 5º do CPC e
355, II do CPC.

CONTESTAR (procedimento passará a ser de duas fases)

Contesta-se o direito de exigir contas e o de


prestar contas (direito processual e direito
material )

1ª Fase: Discute-se o direito de exigir contas e o


de prestar contas

Decisão da primeira fase improcedente


não terá segunda fase

Decisão procedente: condena o réu a


prestar contas no prazo de 15 dias

2ª Fase: Condenado o réu  deve apresentar as suas


contas

Se o RÉU não presta as contas, intima-se o autor


para apresentar e as mesmas serão as admitidas

Se o réu presta as contas, o autor tem vista de 15


dias para se manifestar

Pode-se marcar perícia ou julgar

Art. 552. A sentença apurará o saldo e


constituirá título executivo judicial
Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas
requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça
contestação no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 1º Na petição inicial, o autor especificará,


detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas,
instruindo-a com documentos comprobatórios dessa
necessidade, se existirem.

§ 2º Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias


para se manifestar, prosseguindo-se o processo na forma
do Capítulo X do Título I deste Livro. (Capítulo Do
julgamento conforme o estado do processo)

§ 3º A impugnação das contas apresentadas pelo réu


deverá ser fundamentada e específica, com referência
expressa ao lançamento questionado.

Sentença

Tem matriz declaratória e condenatória

Declara extinta a obrigação ou condena o montante devido


e valerá como título executivo

Condena o autor/réu ao pagamento de custas e honorários


advocatícios

Ações Possessórias

Inovações do CPC/15

Legitimidade coletiva

No caso de ação possessória em que figure no polo passivo


grande número de pessoas, será feita a citação pessoal
dos ocupantes que forem encontrados no local e
a citação por edital dos demais; será ainda determinada
a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas
em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria
Pública. Neste caso, o oficial de justiça procurará os
ocupantes no local por uma vez e os que não forem
identificados serão citados por edital. Ainda, o juiz
dará ampla publicidade acerca da existência da ação e dos
respectivos prazos processuais, podendo se valer de
anúncios em jornais ou rádios locais, publicação de cartazes
na região dos conflitos e de outros meios

Mediação em conflitos de posse coletiva

Art.565, CPC

O § 4° do referido artigo inova ao prever que órgãos


responsáveis pela política agrária e política urbana da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios onde se situe
a área objeto do litígio poderão ser intimados para a
audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse na
causa e a existência de possibilidade de solução do conflito
possessório, a legitimidade coletiva e a possibilidade de
mediação em conflitos derivados da posse de bens.

Posse

Poder que se prende a uma coisa

As consequências diversas advindas do poder fático que alguém


exerce sobre a coisa

Post próprio sobre posse: Clique aqui

Teorias da posse

Glosadores: Contato material com o objeto da posse.

Corpus: Elemento Objetivo. Relação de
fato estabelecida entre a pessoa e a coisa pelo fim de
sua utilização econômica
Animus: Elemento Subjetivo. Relação de fato estabelecida
entre a pessoa e a coisa com a intenção de possuí-la como
própria

Teoria subjetiva de Savigny

O animus é indispensável.

Animus domini e corpus tem necessariamente


que estar juntos para caracterizar a posse.
•O animus é esse elemento psicológico que se conhece
por animus rem sibi habendi ou seja, a vontade de ter
a coisa como sua (vontade de ser proprietário). Não
importava tanto a coisa em si, mas sim a vontade que
animava o sujeito

Teoria objetiva de Ihering

O corpus não necessita ser provido


do animus para se consubstanciar a posse.

Basta o corpus que, no sentido que atribui, não


é um mero contato físico. Liga-se a
uma conduta de dono, a maneira como age o
sujeito sobre a coisa, expondo, de maneira
patente, o seu poder fático sobre a coisa, sendo
esse poder a posse

Nega que a posse requeira um animus domini


nos moldes definidos por Savigny.

O animus será o mesmo da detenção e não


fundamental para caracterizar a posse.

Diferenças para o Código Civil


Teoria  de Savigny

Se tiver somente o “corpus” não será considerado


possuidor, mas sim detentor, não tendo, com isso, a
proteção possessória

Intenção de dono, propósito de ter a coisa como sua

Teoria  de Ihering

Para configurar a posse, há necessidade de se


comprovar apenas o “corpus”, dispensando-se
o “animus”, pois este encontra-se inserido
naquele.

Poder de fato sobre a coisa, exercício por aquele que


procede como proprietário.

CC, Artigo 1.196 – Considera-se possuidor todo aquele


que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos
poderes inerentes à propriedade.

CC, Artigo 1.204. Adquire-se a posse desde o momento


em que se torna possível o exercício, em nome próprio,
de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.

CC, Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera


permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua
aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de
cessar a violência ou a clandestinidade.

Perda da posse

Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade


do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.

Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem


não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se
abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é
violentamente repelido.
Proteção da posse

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em


caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de
violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se


ou restituir-se por sua própria força, contanto que o
faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir
além do indispensável à manutenção, ou restituição da
posse.

Classificações de posse

Direta: no sentido da materialidade dos fatos.

Indireta: decorrente de vínculo jurídico.

Boa-fé: artigos 1.214 -1.222 C.Civil- não tem ciência de


vício ou obstáculo na aquisição.

Má-fé: artigos 1.218 – 1.222 C.Civil – sabe do vício impeditivo da


aquisição da posse.

Nova: artigo 558 CPC: posse dentro de ano e dia.

Velha: posse com mais ano e dia

Distinção importante 

Ação possessória

Pedido para assegurar o exercício dos poderes de fato sobre


a coisa

Direito de posse, de exercer as faculdades de fato sobre a


coisa

Ação reivindicatória

É a declaração judicial do direito à posse, que manda


entregar a coisa ao proprietário
Direito de ser possuidor, decorrente da propriedade 

Proteção possessória

Desforço físico imediato

Ações possessórias típicas 

Ação de manutenção de posse (CPC, Art. 560)

Ação de reintegração de posse (CPC, Art.560)

Ação de interdito proibitório (CPC, Art. 567)

Outras ações de conteúdo possessório

Embargos de terceiro, ação demarcatória, de divisão, de oposição


etc

Desforço imediato

CC, Art. 1210, § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se


ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos
de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à
manutenção, ou restituição da posse.

Ações Possessórias 

Esbulho

Tomada da posse com exclusão total da posse do possuidor


anterior

Ação de reintegração na posse 

Turbação

Esbulho parcial ou violação da posse sem que se exclua


totalmente a posse anterior

Ação de manutenção de posse

Justo receito de ser molestado na posse

Ação de interdito proibitório


Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso
de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente,
se tiver justo receio de ser molestado.

Para posse nova 

CPC, Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e


de reintegração de posse as normas da Seção II deste
Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia
da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.

Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput ,


será comum o procedimento, não perdendo, contudo,
o caráter possessório.

PROTEÇÃO LIMINAR

Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída,


o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do
mandado liminar de manutenção ou de reintegração,
caso contrário, determinará que o autor justifique
previamente o alegado, citando-se o réu para
comparecer à audiência que for designada.

Apenas para ação de força nova

Características gerais das Ações 

Fungibilidade

O Juiz conhecerá dos pedidos adequando a


correspondente proteção possessória

Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de


outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a
proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam
provados.
Cumulação de pedidos

O Autor poderá pedir além da proteção possessória perdas e danos


e pedido cominatório

Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:

I – condenação em perdas e danos;

II – indenização dos frutos.

Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição


de medida necessária e adequada para:

I – evitar nova turbação ou esbulho;

II – cumprir-se a tutela provisória ou final.

Força dúplice

O Réu ao contestar pode alegar que foi ofendido em sua


posse e demandar proteção possessória e indenização
contra o Autor.

Afasta-se a reconvenção

CPC, Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o


ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a
indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho
cometido pelo autor.

Domínio

É proibido ao Autor e Réu intentar ação de domínio na pendência de


pedido possessório.

Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao


autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do
domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira
pessoa.

Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à


reintegração de posse a alegação de propriedade ou de
outro direito sobre a coisa.
Revogada a Súmula 487 STF

Será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o


domínio, se com base neste for ela disputada (conferir)

Caução

O Juiz pode caso deferida a liminar e provado indícios de


idoneidade financeira dar 5 dias para requerer caução

Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor


provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de
idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por
perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias
para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser
depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte
economicamente hipossuficiente.

Procedimento 

Petição inicial 

Juiz competente: o da situação da coisa

CPC, Art. 47, § 2º A ação possessória imobiliária será proposta


no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência
absoluta.

Partes

Autor (esbulhado/turbado) x Réu

Cônjuge nos casos de composse e atos por ambos


praticados

Art.75, § 2º Nas ações possessórias, a participação do


cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas
hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.

CPC, Art. 554.,§ 1º No caso de ação possessória em que


figure no polo passivo grande número de pessoas, serão
feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem
encontrados no local e a citação por edital dos demais,
determinando-se, ainda, a intimação do Ministério
Público e, se envolver pessoas em situação de
hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

§ 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o


oficial de justiça procurará os ocupantes no local por
uma vez, citando-se por edital os que não forem
encontrados.

§ 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla


publicidade da existência da ação prevista no § 1º e
dos respectivos prazos processuais, podendo, para
tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais,
da publicação de cartazes na região do conflito e de
outros meios.

Art. 561. Incumbe ao autor provar:


I – a sua posse;
II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III – a data da turbação ou do esbulho;

IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de


manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.

Pedidos

Reintegração para esbulho

Manutenção para turbação

Interdito proibitório para ameaça

Perdas e danos

Indenização dos frutos

Pedido Cominatório para evitar nova turbação ou esbulho


ou cumprir a tutela provisória ou final.
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse
em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.

Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser
molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da
turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório
em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso
transgrida o preceito.

Despacho inicial

Concede a liminar ou designa audiência de conciliação prévia 

Citação para comparecer à audiência

Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída,


o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado
liminar de manutenção ou de reintegração, caso
contrário, determinará que o autor justifique previamente
o alegado, citando-se o réu para comparecer à
audiência que for designada.

Audiência de justificação prévia para exame da liminar

Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará


logo expedir mandado de manutenção ou de
reintegração.

Citação para contestar

Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de


manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5
(cinco) dias subsequentes, a citação do réu para,
querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias.

Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação


prévia, o prazo para contestar será contado
da intimação da decisão que deferir ou não a medida
liminar.

Contestação

Prazo

Sem audiência de justificação : 15 dias da juntada do


AR ou do mandado de citação nos autos
Com audiência de justificação: 15 dias contados da
intimação da decisão que deferir ou não a medida
liminar

Matéria de defesa

Fato

Preliminares

Mérito

Efeito dúplice: pedido contraposto (CPC, Art. 556)

Fase instrutória

CPC, Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum.

Possibilidade de produzir prova pericial, oral e documental

Litígio coletivo 

Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho


ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais
de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da
medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a
realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§
2º e 4º.

§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no


prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição,
caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos
termos dos §§ 2º a 4º deste artigo.

§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer


à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre
que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.

§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio


quando sua presença se fizer necessária à efetivação da
tutela jurisdicional.

§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela


política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e
de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão
ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem
sobre seu interesse no processo e sobre a existência de
possibilidade de solução para o conflito possessório.

§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre


propriedade de imóvel.

Juizado especial

Lei 9.099

Art. 3, O Juizado Especial Cível tem competência para


conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor
complexidade, assim consideradas:

I – as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o


salário mínimo;

II – as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de


Processo Civil;

III – a ação de despejo para uso próprio;


IV – as ações possessórias sobre bens imóveis de valor
não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.

Sentença

Tem matriz constitutiva e condenatória

Declara a quem pertence a posse

Condena a perdas e danos e multa cominatória.

Condena ao pagamento de custas e honorários advocatícios

Ação de divisão e demarcação

Inovações do CPC/15
Opção de demarcação e divisão judicial e
extrajudicial.

Se o imóvel for georreferenciado, com averbação no


registro de imóveis, pode o juiz dispensar a
realização de prova pericial.

Citação (que antes era pessoal na comarca e por edital


aos demais) passa a ser por correios e será publicado
sempre edital para terceiros.

O prazo de contestar era de 20 dias, agora passa ao prazo


de 15 dias.

A sentença na demarcatória irá determinar a restituição


da área invadida

Demarcação e divisão 

Decorre do direito de propriedade – que tem a


“exclusividade” como a faculdade do proprietário usar,
gozar e dispor do que é seu, sem a interferência de outrem.
(artigo 1.228 CC)
O direito a ter o imóvel individualizado está previsto nos
arts. 574 (demarcação) e 588 (divisão), ambos do CPC
Divisão surge para situações de co-proprietários –
CONDÔMINOS – para obrigar os demais consortes a
partilhar a coisa comum
Demarcação tem o objetivo de obrigar os confinantes a
estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites
entre eles ou tornando claro os já apagados.

CPC, Art. 569. Cabe:

I – ao proprietário a ação de demarcação, para obrigar o
seu confinante a estremar os respectivos prédios,
fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já
apagados;
II – ao condômino a ação de divisão, para obrigar os
demais consortes a estremar os quinhões.

Estas ações são exclusivas de terras particulares

A demarcação de terras públicas se faz por meio da ação discriminatória,


disciplinada na Lei no 6.383/76

Origem no direito romano

Finium regundorum – divisão

1- Quando possível, a divisão era feita, em partes iguais,


adjudicando- se um quinhão a cada parte. Se um quinhão
fosse superior a outro, o que ficou com o menor era
condenado a pagar $. Se indivisível, um ficava com a coisa,
mas era condenado a pagar $ à outra parte.

Communi dividendo – demarcação

2- Permitia ao proprietário ir a juízo para demarcar obtendo


uma linha divisória entre os dois imóveis quando se
confundiam. Restaurava a linha original. O Juiz buscava
ajuda em agrimensores e registros públicos para optar por
marcos divisórios mais claros

Demarcação e divisão extrajudicial 

Requisitos

Concordância de todos os interessados

Maiores e capazes

Art. 571. A demarcação e a divisão poderão ser realizadas por escritura


pública, desde que maiores, capazes e concordes todos os interessados,
observando-se, no que couber, os dispositivos deste Capítulo.

Demarcação e divisão judicial 

Podem ser cumuladas (art. 570), ou seja, no mesmo processo se proceder,


à demarcação (contra os confinantes) e, em seguida, à divisão (contra os
condôminos).
Sendo Cumuladas:

1º a ação demarcação

2º a ação de divisão

Ação de divisão 

Divisão: surge para situações de co- proprietários – CONDÔMINOS –


para obrigar os demais consortes a partilhar a coisa comum.
Somente para bens divisíveis, pois se for indivisível será ação de
extinção de condomínio.
Ação perpétua (direitos potestativos)
Não prescrevem

Procedimento

Primeira fase: Direito a dividir o imóvel –meramente declaratória e


“como dividir”
Segunda fase: Destinada à sua efetivação – realização física da
divisão

Petição inicial (primeira fase)

Competência: local do imóvel

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é


competente o foro de situação da coisa.

Partes

Autor: Um dos proprietários (condômino) e o cônjuge

Réu: Os co-proprietários – CONDÔNIMOS e os cônjuges

Art. 569. Cabe:II – ao condômino a ação de divisão,


para obrigar os demais consortes a estremar os quinhões

Petição inicial da ação demarcatória deve conter certos requisitos


especiais (além dos requisitos de toda e qualquer petição inicial –
319 CPC)

Indicação da origem da comunhão e a denominação, a


situação, os limites e as características do imóvel
O nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos
os condôminos, especificando-se os estabelecidos no
imóvel com benfeitorias e culturas (Motivo: todos podem
ser atingidos pela divisão).
É caso de litisconsórcio necessário.

As benfeitorias comuns.

Juntar os títulos de propriedade do imóvel

Pedido

Simples: única e exclusivamente a divisão.

Qualificado: restituição dos terrenos usurpados e


a indenização pecuniária proporcional ao desfalque sofrido.

Art. 594. Os confinantes do imóvel dividendo podem demandar


a restituição dos terrenos que lhes tenham sido usurpados.

§ 1º Serão citados para a ação todos os condôminos, se a


sentença homologatória da divisão ainda não houver
transitado em julgado, e todos os quinhoeiros dos terrenos
vindicados, se a ação for proposta posteriormente.

§ 2º Nesse último caso terão os quinhoeiros o direito, pela


mesma sentença que os obrigar à restituição, a haver dos
outros condôminos do processo divisório ou de seus
sucessores a título universal a composição pecuniária
proporcional ao desfalque sofrido.

Art. 589. Feitas as citações como preceitua o art. 576 , prosseguir-


se-á na forma dos arts. 577 e 578 .

Art. 576. A citação dos réus será feita por correio,


observado o disposto no art. 247 .

Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos do


inciso III do art. 259 .

Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer


comarca do país, exceto:
I – nas ações de estado, observado o disposto no art.
695, § 3º

II – quando o citando for incapaz;

III – quando o citando for pessoa de direito público;

IV – quando o citando residir em local não atendido


pela entrega domiciliar de correspondência;

V – quando o autor, justificadamente, a requerer de


outra forma.

Contestação

Defesa de fato e/ou preliminar e/ou mérito.

Apresentar seus títulos de propriedade

Formular os pedidos dos quinhões

Art. 591. Todos os condôminos serão intimados


a apresentar, dentro de 10 (dez) dias, os seus títulos, se ainda não
o tiverem feito, e a formular os seus pedidos sobre a constituição
dos quinhões.

Art. 592. O juiz ouvirá as partes no prazo comum de 15


(quinze) dias.

Art. 598. Aplica-se às divisões o disposto nos arts. 575 a 578 .

Art. 575. Qualquer condômino é parte legítima para promover a


demarcação do imóvel comum, requerendo a intimação dos
demais para, querendo, intervir no processo.

Art. 576. A citação dos réus será feita


por correio, observado o disposto no art. 247 .

Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos do inciso


III do art. 259 .

Art. 577. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum


de 15 (quinze) dias para contestar.

Art. 578. Após o prazo de resposta do réu, observar-se-á


o procedimento comum.
Fase instrutória 

A partir do término desse prazo, com ou sem contestação, o


procedimento torna-se o COMUM, *exceto quanto à
prova técnica.
Exige o art. 590 que, em qualquer caso (ou seja, havendo
contestação ou ocorrendo julgamento antecipado),
a prolação da sentença está condicionada ao
levantamento de campo.

Art. 590. O juiz nomeará um ou mais peritos para promover


a medição do imóvel e as operações de divisão, observada a
legislação especial que dispõe sobre a identificação do imóvel rural.

Art. 591. Todos os condôminos serão intimados a apresentar,


dentro de 10 (dez) dias, os seus títulos, se ainda não o tiverem feito,
e a formular os seus pedidos sobre a constituição dos quinhões.

Art. 592. O juiz ouvirá as partes no prazo comum de 15 (quinze)


dias.

§ 1º Não havendo impugnação, o juiz determinará


a divisão geodésica do imóvel.

§ 2º Havendo impugnação, o juiz proferirá, no prazo de 10


(dez) dias, decisão sobre os pedidos e os títulos que devam
ser atendidos na formação dos quinhões.

Art. 593. Se qualquer linha do perímetro atingir


benfeitorias permanentes dos confinantes feitas há mais
de 1 (um) ano, serão elas respeitadas, bem como os
terrenos onde estiverem, os quais não se computarão na
área dividenda.

Art. 594. Os confinantes do imóvel dividendo podem


demandar a restituição dos terrenos que lhes tenham
sido usurpados.

§ 1º Serão citados para a ação todos os condôminos, se a


sentença homologatória da divisão ainda não houver transitado
em julgado, e todos os quinhoeiros dos terrenos vindicados, se a
ação for proposta posteriormente.

§ 2º Nesse último caso terão os quinhoeiros o direito, pela


mesma sentença que os obrigar à restituição, a haver dos
outros condôminos do processo divisório ou de seus
sucessores a título universal a composição pecuniária
proporcional ao desfalque sofrido.

Art. 595. Os peritos proporão, em laudo fundamentado,


a forma da divisão, devendo consultar, quanto possível, a
comodidade das partes, respeitar, para adjudicação a cada
condômino, a preferência dos terrenos contíguos às suas
residências e benfeitorias e evitar o retalhamento dos
quinhões em glebas separadas.

Decisão da primeira fase (decisão interlocutória) 

Partilha: a forma da divisão:

Comodidade das partes,

Preferência dos terrenos contíguos às suas residências

Benfeitorias

Evitar o retalhamento dos quinhões em glebas


separadas.

Art. 596. Ouvidas as partes, no prazo comum de 15 (quinze) dias,


sobre o cálculo e o plano da divisão, o juiz deliberará a partilha.

Segunda fase 

Cumprimento da divisão realizando a demarcação

Art. 596, Parágrafo único. Em cumprimento dessa decisão, o


perito procederá à demarcação dos quinhões, observando, além
do disposto nos arts. 584 e 585 , as seguintes regras:I –
as benfeitorias comuns que não comportarem divisão
cômoda serão adjudicadas a um dos condôminos mediante
compensação;
II – instituir-se-ão as servidões que forem indispensáveis
em favor de uns quinhões sobre os outros, incluindo o
respectivo valor no orçamento para que, não se tratando de
servidões naturais, seja compensado o condômino
aquinhoado com o prédio serviente;

III – as benfeitorias particulares dos condôminos


que excederem à área a que têm
direito serão adjudicadas ao quinhoeiro vizinho
mediante reposição;

IV – se outra coisa não acordarem as partes, as


compensações e as reposições serão feitas em dinheiro.

Art. 597. Terminados os trabalhos e desenhados na planta os


quinhões e as servidões aparentes, o perito organizará o memorial
descritivo.

§ 1º Cumprido o disposto no art. 586 , o escrivão, em


seguida, lavrará o auto de divisão, acompanhado de uma
folha de pagamento para cada condômino.

§ 2º Assinado o auto pelo juiz e pelo perito, será proferida


sentença homologatória da divisão.

§ 3º O auto conterá:

I – a confinação e a extensão superficial do imóvel;

II – a classificação das terras com o cálculo das áreas de


cada consorte e com a respectiva avaliação ou, quando a
homogeneidade das terras não determinar diversidade de
valores, a avaliação do imóvel na sua integridade;

III – o valor e a quantidade geométrica que couber a


cada condômino, declarando-se as reduções e as
compensações resultantes da diversidade de valores das
glebas componentes de cada quinhão.

§ 4º Cada folha de pagamento conterá:

I – a descrição das linhas divisórias do quinhão,


mencionadas as confinantes;
II – a relação das benfeitorias e das culturas do próprio
quinhoeiro e das que lhe foram adjudicadas por serem
comuns ou mediante compensação;

III – a declaração das servidões instituídas, especificados


os lugares, a extensão e o modo de exercício.

Art. 598. Aplica-se às divisões o disposto nos arts. 575 a


578 .

Sentença

Art. 597, § 2º Assinado o auto pelo juiz e pelo perito, será proferida
sentença homologatória da divisão.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a


produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a
sentença que:

I – homologa divisão ou demarcação de terras; (sentença


do art. 597 do CPC).

Art. 1012, § 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas


hipóteses do §1o poderá ser formulado por requerimento dirigido
ao:

I – tribunal, no período compreendido entre a interposição


da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado
para seu exame prevento para julgá-la;

II – relator, se já distribuída a apelação.

Ação de demarcação

Ação de demarcação judicial 

Cabe a ação de demarcação ao proprietário para obrigar o seu


confinante fixar novos limites entre eles ou deixar mais claros os já
apagados.

A ação de demarcação, prevista no art. 569, I, do CPC tem por finalidade:

Fazer cessar a confusão de limites entre imóveis confinantes,


Fixar novos limites para cada qual, seja aviventando os limitesque
havia, mas se encontram apagados, o que, de qualquer forma,
ocasiona a confusão

Requisito essencial

Existência de dois ou mais imóveis confrontantes e a inexistência


de limites certos entre eles.

Procedimento 1º fase

Perícia com laudo e planta com a demarcação de onde será o


traçado da linha com os confinantes. – 579 CPC
Sentença do artigo 581 CPC com a da fixação da linha demarcada
na planta.

Procedimento 2º fase

Demarcação física no local – art. 582 e segs do CPC.


Sentença homologatória do relatório da demarcação física –
artigo 587 do CPC

Petição inicial (primeira fase)

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre


imóveis é competente o foro de situação da coisa.

§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu


ou pelo foro de eleição se o litígio não recair
sobre direito de propriedade, vizinhança,
servidão, divisão e demarcação de terras e de
nunciação de obra nova.

Partes

Autor : Proprietário e o cônjuge (qualquer


condômino)

Reú : Os Confinantes e o cônjuge

A ação pode ser promovida pelo proprietário único,


ou, havendo compropriedade, por qualquer dos
condôminos, hipótese em que os demais serão
citados como litisconsortes ativos.

Art. 575. Qualquer condômino é parte legítima para


promover a demarcação do imóvel comum, requerendo
a intimação dos demais para, querendo, intervir no
processo.

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do


outro para propor ação que versesobre direito real
imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens.

§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente


citados para a ação:
I – que verse sobre direito real imobiliário,
salvo quando casados sob o regime de separação
absoluta de bens

Petição inicial da ação demarcatória deve conter certos


requisitos especiais (além dos requisitos de toda e qualquer
petição inicial).

Designação do imóvel pela situação e


denominação (descrição da área objeto da ação, onde irá
estremar os limites). Qual o imóvel que se pretende
demarcar, ainda que os limites não sejam certos.

Descrição dos limites que entende corretos, e que espera


que a sentença acolha. Embora o objetivo da ação seja,
exatamente, a descoberta dos limites verdadeiros, impõe-se
ao autor que demonstre a linha que acredita ser correta,
para possibilitar a defesa dos réus, que não teriam como
impugnar o pedido, por desconhecer qual a exata pretensão
do autor. Por isso, a falta desse requisito conduz à inépcia
da petição inicial.
Indicação de todos os confinantes da linha demarcada,
porque todos podem ser atingidos pela demarcação. é caso
de litisconsórcio necessário, exceto se a dúvida sobre os
limites for em relação a apenas um confinante (art. 547
CPC)

Juntar os títulos de propriedade do imóvel.

Pedido

Simples: única e exclusivamente a demarcação.

Qualificado: com fundamento em esbulho ou turbação com


a reintegração de posse, mais perdas e danos.(FOI MANTIDO
PELO 581 DO CPC).

Foi revogado o art. 951 autorizava a cumulação, ao


pedido demarcatório, de pedido possessório, na
hipótese de entender o autor que um ou alguns dos
réus, por não conhecer perfeitamente a linha divisória
entre os imóveis, tenha praticado esbulho ou turbação.
Em verdade, o que o autor busca é a restituição do
terreno invadido, inclusive com os rendimentos que
deu, ou ressarcimento pelos danos eventualmente
sofridos. A cumulação permite que, além de acertar
os limites, a sentença outorgue a proteção
possessória, determinando a restituição

Mas, o artigo referente à sentença prevê a questão


possessória  

Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido


determinará o traçado da linha demarcanda.

Parágrafo único. A sentença proferida na ação


demarcatória determinará a restituição da área
invadida, se houver, declarando o domínio ou a
posse do prejudicado, ou ambos.

Citação
Art. 576. A citação dos réus será feita por correio, observado o
disposto no art. 247.

Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos do


inciso III do art. 259.

Defesa

Art. 577. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de 15


(quinze) dias para contestar.
Súmula 237 do STF – O usucapião pode ser argüido em defesa.
Art. 578. Após o prazo de resposta do réu, observar-se-á o
procedimento comum.
A partir do término desse prazo, com ou sem contestação, o
procedimento torna-se o COMUM, *exceto quanto à prova
técnica.
Exige o art. 579 que, em qualquer caso (ou seja, havendo
contestação ou ocorrendo julgamento antecipado), a prolação da
sentença está condicionada ao levantamento de campo.

O trabalho de campo consiste em duas atividades distintas.


A primeira, nos moldes da prova pericial, é o levantamento
do traçado da linha demarcanda, ou seja, o estudo, no
local, das direções, medidas e distâncias entre pontos, para
que se defina quais os limites entre os imóveis.
A segunda O PERITO elaborará um laudo minucioso do
traçado da linha levantada, e o agrimensor ao laudo
juntará planta da região e o memorial, onde descreverá
todas as operações realizadas no campo.
Apresentado o laudo, sobre ele as partes poderão
manifestar-se, no prazo comum de dez dias.
Em seguida, o juiz proferirá a sentença homologatória,
da qual constará a linha demarcanda. Contra essa
sentença, cabe apelação

Sentença

Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará


o traçado da linha demarcanda.

Parágrafo único. A sentença proferida na ação


demarcatória determinará a restituição da área invadida,
se houver, declarando o domínio ou a posse do
prejudicado, ou ambos.
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo (sentença do 581 cpc
1a fase).
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir
efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I – homologa divisão ou demarcação de terras;  (sentença do
artigo 587 CPC- 2afase)


§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o
pedido de cumprimento provisório depois de publicada a
sentença.

Segunda fase

Após o trânsito em julgado, tem lugar a segunda atividade do


trabalho de campo, que consiste:

Na demarcação em si, com a colocação e inspeção


dos marcos, bem como a documentação dessa última
tarefa, com a elaboração de planta e memorial
descritivo.

Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito


efetuará a demarcação e colocará os marcos
necessários.

Parágrafo único. Todas as operações serão


consignadas em planta e memorial
descritivo com as referências convenientes para
a identificação, em qualquer tempo, dos pontos
assinalados, observada a legislação especial que
dispõe sobre a identificação do imóvel rural.

Art. 583. As plantas serão acompanhadas


das cadernetas de operações de campo e do
memorial descritivo, que conterá: (…)

Art. 584. É obrigatória a colocação de marcos tanto


na estação inicial, dita marco primordial, quanto nos
vértices dos ângulos, salvo se algum desses últimos
pontos for assinalado por acidentes naturais de difícil
remoção ou destruição.
Art. 585. A linha será percorrida pelos peritos,
que examinarão os marcos e os rumos,
consignando em relatório escrito a exatidão do
memorial e da planta apresentados pelo
agrimensor ou as divergências porventura
encontradas.

Art. 586. Juntado aos autos o relatório dos


peritos, o juiz determinará que as partes se
manifestem sobre ele no prazo comum de 15
(quinze) dias.

Parágrafo único. Executadas as correções e as


retificações que o juiz determinar, lavrar-se-á,
em seguida, o auto de demarcação em que os
limites demarcandos serão minuciosamente
descritos de acordo com o memorial e a
planta.

Art. 587. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos,


será proferida a sentença homologatória da demarcação.

Os arbitradores, que acompanharão a demarcação


realizada pelo agrimensor, apresentarão relatório
escrito, onde verificarão a exatidão do memorial e da
planta apresentados pelo agrimensor.
Apresentado o relatório, abre-se o prazo comum de
quinze dias para que as partes sobre ele se manifestem,
quando poderão alegar incorreções, que serão decididas
pelo juiz. Decididas as impugnações e efetuadas, se for o
caso, as correções necessárias, será lavrado o auto de
demarcação, em que os limites dos imóveis são
minuciosamente descritos.
O auto será assinado pelo juiz, pelos arbitradores e pelo
agrimensor, e, em seguida, será proferida sentença
homologatória da demarcação

Esta sentença é apelável apenas com o efeito devolutivo.

Ação de dissolução de sociedade

Art. 599 e seguintes do CPC

Insere conceitos de direito material na norma processual


Data da resolução da sociedade. Art. 604 e 607 do NCPC.

Critério de apuração – Artigo 604 e 606 do NCPC

Pagamento da remuneração do ex-sócio (608)

Participação nos lucros ou juros sobre capital próprio do ex-

sócio (608)

Forma de pagamento dos haveres – Artigo 609 do NCPC

Aplicação da correção monetária e juros

Hipóteses de cabimento

Art. 599. A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter por


objeto:

I – a resolução da sociedade empresária contratual ou


simples em relação ao sócio falecido, excluído ou
que exerceu o direito de retirada ou recesso; e

II – a apuração dos haveres do sócio falecido, excluído ou


que exerceu o direito de retirada ou recesso; ou

III – somente a resolução ou a apuração de haveres.

1- Fase de dissolução – (artigo 601 e 603, p. 2o do CPC)

Verifica-se a possibilidade da dissolução.

Se a dissolução é total ou parcial.

Se os sócios concordam ou não com pedido.


2- Fase de liquidação – apuração de haveres (artigo 603, 604 do CPC).

Fixa-se a data da resolução da sociedade.

Define o critério de apuração de haveres (o disposto ou não no


contrato social).

Nomeará perito especialista em avaliação de sociedades. –


Pagamento dos haveres do sócio retirante.

Ideia de dissolução

Início: ato formal de arquivamento de seus atos constitutivos.

Fim: termino ou extinção da sociedade

Consensual

Judicial

DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE – quebra do vínculo


plurilateral, liquidação e extinção da sociedade

Classificação

Dissolução total e parcial (Requião);

Dissolução de pleno direito, convencional e judicial (Carvalho de


Mendonça, Waldemar Ferreira, Fran Martins, Waldírio Bulgarelli);
Dissolução contratuais (voluntárias e involuntárias)
e legais (comuns, consensuais e acidentais) (Willie Duarte);

Dissolução amigável e judicial (Fábio Coelho);

Conceitos

Lato sensu

Procedimento de encerramento da sociedade que objetiva


a extinção da pessoa jurídica.
Composto das fases de dissolução, liquidação e extinção.

Stricto sensu

Momento que inicia todo o processo


Altera-se o objetivo associativo, para uma dissociação.

Examinam-se as causas da dissolução

Origem da dissolução total e parcial 


Dissolução Total (mera interpretação literal dos artigos 335 e 336
do Cod. Comercial).
Dissolução Parcial (criação da doutrina e jurisprudência, a partir do
artigo 335, V do Cod.Comercial).

Afastamento de um sócio

Preservação da empresa

Histórico da dissolução parcial da sociedade limitada

Regência legal antes do Código Civil de 2002

Contrato social

Código comercial de 1850

Decreto Lei 3.708/19

Lei de Sociedade Anônima

Regência legal após do Código Civil de 2002

CC, Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste


Capítulo, pelas normas da sociedade simples.
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a
regência supletiva da sociedade limitada pelas normas
da sociedade anônima.

Dissolução total da sociedade

Art. 1.087. A sociedade dissolve-se, de pleno direito, por qualquer


das causas previstas no art. 1.044.

Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por


qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e,
se empresária, também pela declaração da falência.

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:


I – o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido
este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em
liquidação, caso em que se prorrogará por tempo
indeterminado;

II – o consenso unânime dos sócios;

III – a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na


sociedade de prazo indeterminado;

IV – a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída


no prazo de cento e oitenta dias;

V – a extinção, na forma da lei, de autorização para


funcionar.

Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente,


a requerimento de qualquer dos sócios, quando:

I – anulada a sua constituição;

II – exaurido o fim social, ou verificada a


sua inexeqüibilidade.

Art. 1.035. O contrato pode prever outras causas de dissolução, a serem


verificadas judicialmente quando contestadas.

Dissolução parcial da sociedade

Mantém o contrato plurilateral societário

Resolve-se com a saída de um sócio 

Preserva-se a sociedade

Apuram-se os haveres

Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio


pode retirar-se da sociedade; se de
prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios,
com antecedência mínima de sessenta dias; se de
prazo determinado, provando judicialmente justa causa.

Há divergência da doutrina quanto a aplicabilidade deste artigo às


sociedades limitadas. Pela aplicabilidade se posicionam Jorge Lobo,
Modesto Carvalhosa e Rubens Requião. Pela inaplicabilidade
Priscila M.P. Correa da Fonseca e Alfredo de Assis Gonçales Neto.

Posicionamentos doutrinários 

Alfredo de Assis Gonçalves Neto: “… não é mais possível


a dissolução parcial como espécie de retirada voluntária
nas sociedades limitadas, somente se tornando admissível
nos casos de dissolução total. Permanecerá como
sucedâneo da dissolução total, como possibilidade
alternativa de rompimento apenas parcial dos vínculos
sociais (…) :
“…nem mesmo o art. 5º , XX da CF pode ser invocado
como argumento para o exercício de retirada imotivada do
sócio nas sociedades limitadas, pois o que o referido artigo
da Constituição regula é o direito à liberdade de
associação, e não se deve confundir associação com
sociedade…”

Priscila M P Correa da Fonseca: A dissolução parcial como


sucedâneo da dissolução total, nas sociedades
limitadas, subsistirá apenas se requerida com
fundamento nas restritas hipóteses dos artigos 1.033,III
e 1.034,II do Código Civil

1.033, III – a deliberação dos sócios, por maioria


absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
1.034, II – exaurido o fim social, ou verificada a sua
inexeqüibilidade.

Mauro Rodrigues Penteado: “… Segundo algumas interpretações


ainda muito preliminares, a nosso ver equivocadas – a nova
codificação teria subtraído a ratio essendi do instituto da
chamada dissolução parcial das sociedades limitadas. Não
subtraiu. Ao invés disso, porque não é possível mudar a natureza
das coisas: 1- reconheceu-o, dando tipificação expressa, com outra
designação, mas com a mesma essência (art. 1.029, 1.031 3 1077 do
CC); 2-reforçou uma vez que a resolução do contrato por iniciativa
do sócio, agora se insere no chamado sistema de cláusulas
gerais… Em face da economia com que novo Código tratou das
hipóteses de retirada – e ainda porque enclausurar um sócio
minoritário nas sociedade pode, segundo as circunstâncias, atentar
contra os princípios da boa-fé e probidade dos contratos (art. 422
CC), assim como macular o bom preenchimento de sua função
social (art. 421)”.

Procedimento judicial na vigência do CPC/73

O CPC de 1973 remetia ao CPC de 1939 nesse aspecto

CPC/73, Art. 1.218. Continuam em vigor até serem incorporados nas leis
especiais os procedimentos regulados pelo Decreto-lei nº 1.608, de 18 de
setembro de 1939

CPC/1939

Ler artigos 655 a 674

A Ação de dissolução de sociedade no novo CPC

Arts. 599 a 609, CPC

Hipóteses
I – a resolução da sociedade empresária contratual ou
simples em relação ao sócio falecido, excluído ou que
exerceu o direito de retirada ou recesso; e

II – a apuração dos haveres do sócio falecido, excluído ou que


exerceu o direito de retirada ou recesso; ou

III – somente a resolução ou a apuração de haveres.

1) Fase de dissolução

Arts. 601 e 603, §2, CPC

Verifica-se se é possível a dissolução

Se a dissolução é total ou parcial

Se os sócios concordam com o pedido

2) Fase de liquidação – apuração de haveres

Arts. 603 e 604, CPC

Fixa-se a data da resolução da sociedade.

Define o critério de apuração de haveres (o disposto ou não


no contrato social).

Nomeará perito especialista em avaliação de sociedades.

Pagamento dos haveres do sócio retirante.

Petição inicial 
Juízo competente: foro e eleição ( se omisso, o local da sede da
sociedade)

Art.53, III, CPC

Partes

Art. 600 e 602: ampliou o conceito de partes

Art.601, Parágrafo único. A sociedade não será citada se todos os


seus sócios o forem, mas ficará sujeita aos efeitos da decisão e à
coisa julgada.

Art. 600. A ação pode ser proposta:

I – pelo espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos


sucessores não ingressar na sociedade;

II – pelos sucessores, após concluída a partilha do sócio


falecido;

III – pela sociedade, se os sócios sobreviventes não


admitirem o ingresso do espólio ou dos sucessores do
falecido na sociedade, quando esse direito decorrer do
contrato social;

IV – pelo sócio que exerceu o direito de retirada ou


recesso, se não tiver sido providenciada, pelos demais
sócios, a alteração contratual consensual formalizando o
desligamento, depois de transcorridos 10 (dez) dias do
exercício do direito;

V – pela sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a


exclusão extrajudicial; ou

VI – pelo sócio excluído.

Parágrafo único. O cônjuge ou companheiro do sócio cujo


casamento, união estável ou
convivência terminou poderá requerer a apuração de
seus haveres na sociedade, que serão pagos à conta da
quota social titulada por este sócio.
Art. 602. A sociedade poderá formular pedido de indenização
compensável com o valor dos haveres a apurar.

Ministério Público

Art. 1.037. Ocorrendo a hipótese prevista no inciso


V do art. 1.033, o Ministério Público, tão logo lhe
comunique a autoridade competente, promoverá a
liquidação judicial da sociedade, se
os administradores não o tiverem feito nos trinta
dias seguintes à perda da autorização, ou se o sócio
não houver exercido a faculdade assegurada no
parágrafo único do artigo antecedente.

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: V –


a extinção, na forma da lei, de autorização para
funcionar.

Legitimação especial

Acionista ou acionistas que representem cinco por


cento ou mais do capital social de sociedade
anônima de capital fechado

CPC, Art.599, § 2º A ação de dissolução parcial de


sociedade pode ter também por objeto a sociedade anônima
de capital fechado quando demonstrado, por acionista ou
acionistas que representem cinco por cento ou mais do
capital social, que não pode preencher o seu fim.

Litisconsórcio passivo 

Aqueles que sofrerão os efeitos do provimento

Art. 601. Os sócios e a sociedade serão citados para, no


prazo de 15 (quinze) dias, concordar com o pedido ou
apresentar contestação.
Parágrafo único. A sociedade não será citada se
todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita aos
efeitos da decisão e à coisa julgada.

Litisconsórcio necessário (Arts. 114 e 115 do CPC)

Causa de pedir

Previstas no código civil

Dissolução Parcial da Sociedade. (Artigo 1.029 CC)

Exclusão (artigo 1.085 do CC).

Cessão de quotas (1.003 e 1.057 do CC).

Recesso (artigo 1.077 do CC).

Morte (artigo 1.028 do CC).

Falência de sócio (p. único 1.030 CC).

Renúncia (artigo 1.275, II do CC).

Retirada (artigo 1.029 e 1.053 do CC).

Dissolução Parcial de Sociedades decorrente da dissolução total

Pedidos

Citação dos sócios e da sociedade

Resolução da sociedade empresária

Apuração dos haveres

Indenização compensável para sociedade

Documentos essenciais 

Contrato social (CPC, Art. 599, §1)

Procedimento da primeira fase


Réu é citado em 15 dias para contestar ou concordar com o pedido
inicial

Citação do sócio: Correio (Art.247, CPC)

Citação da sociedade: Art. 246. A citação será feita: V –


por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
§ 1º Com exceção das microempresas e das
empresas de pequeno porte, as empresas públicas e
privadas são obrigadas a manter cadastro nos
sistemas de processo em autos eletrônicos, para
efeito de recebimento de citações e intimações, as
quais serão efetuadas preferencialmente por esse
meio.

Art. 603. Havendo manifestação expressa e unânime pela


concordância da dissolução, o juiz a decretará, passando-se
imediatamente à fase de liquidação.

Art.603, § 2º Havendo contestação, observar-se-á o procedimento


comum, mas a liquidação da sentença seguirá o disposto neste
Capítulo.

Procedimento da segunda fase 

Apuração de haveres

Nomeação de Perito especialista em avaliação de sociedades

Aplica-se subsidiariamente o capítulo do Procedimento Comum

Juiz fixa os critérios da realização da perícia


Art. 604. Para apuração dos haveres, o juiz:

I – fixará a data da resolução da sociedade;

II – definirá o critério de apuração dos haveres à vista do disposto


no contrato social; e

III – nomeará o perito.

Aplicação da correção monetária e juros

Forma de pagamento

Data da resolução

Art. 605. A data da resolução da sociedade será:

I – no caso de falecimento do sócio, a do óbito;

II – na retirada imotivada, o sexagésimo dia seguinte ao


do recebimento, pela sociedade, da notificação do sócio
retirante;

III – no recesso, o dia do recebimento, pela sociedade, da


notificação do sócio dissidente;

IV – na retirada por justa causa de sociedade por


prazo determinado e na exclusão judicial de sócio, a
do trânsito em julgado da decisão que dissolver a
sociedade; e

V – na exclusão extrajudicial, a data da assembleia ou da


reunião de sócios que a tiver deliberado.

Da apuração 

CPC, Art. 606. Em caso de omissão do contrato social, o


juiz definirá, como critério de apuração de haveres, o valor
patrimonial apurado em balanço de determinação,
tomando-se por referência a data da resolução e avaliando-
se bens e direitos do ativo, tangíveis e intangíveis, a preço
de saída, além do passivo também a ser apurado de igual
forma.
Parágrafo único. Em todos os casos em que seja
necessária a realização de perícia, a nomeação do
perito recairá preferencialmente sobre especialista em
avaliação de sociedades.

Art. 607. A data da resolução e o critério de apuração de


haveres podem ser revistos pelo juiz, a pedido da parte, a
qualquer tempo antes do início da perícia.

Até a data da saída é devido a participação nos lucros ou


os juros sobre o capital próprio declarados pela
sociedade, a remuneração como administrador

Após a data da resolução, será calculado apenas à correção


monetária dos valores apurados e aos juros contratuais ou legais

Art. 609. Uma vez apurados, os haveres do sócio retirante


serão pagos conforme disciplinar o contrato social e, no silêncio
deste, nos termos do § 2º do art. 1.031 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil) .

CC, Art.1.031, § 2 o A quota liquidada será paga


em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da
liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em
contrário.

Sentença

Os haveres do sócio retirante serão pagos na forma


do cumprimento de sentença

Inventário e Partilha 

Inventariar significa catalogar bens.


Inventário é um procedimento para determinar a totalidade dos bens e
direitos pertencentes ao falecido, saldar eventuais dívidas deixadas por
ele e partilhar esse patrimônio entre os herdeiros.

Partilha é a especificação patrimônio entre os sucessores, designando


os bens que devam constituir quinhão de cada herdeiro e legatário (647
CPC).

Inventário extrajudicial

Herdeiros capazes.

Consenso na partilha.

Art. 610, § 1º Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a


partilha poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá
documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para
levantamento de importância depositada em instituições financeiras.

§ 2 o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes


interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor
público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.

Inventário judicial 

Herdeiro(s) incapaz(es).

Falta de consenso entre herdeiros

Existência de testamento.

Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao


inventário judicial.

Inventário negativo – quando o falecido não tenha deixado bens a


partilhar, emprega-se o procedimento para demonstrar essa
situação (Situações especiais – ex. viúva que tenha filho falecido não pode
casar novamente enquanto não realizado o inventário – art. 1.523,I do CC)

Procedimento padrão para:

Apurar o patrimônio do falecido.

Verificar quem são os sucessores.

Impugnações das primeiras declarações (bens – herdeiros)


Avaliação dos bens.

Pagar os tributos de transmissão dos bens dos falecido.

Verificar se existe sonegação e colação de bens

Pagar eventuais dívidas dos credores.

Realizar a divisão dos bens com a partilha.

Está no capítulo de jurisdição contenciosa porque admite controvérsia


sobre os bens a serem partilhados, sobre os sucessores e sobre a forma
da partilha em si.

Art. 612. O juiz decidirá todas as questões de direito desde que os fatos
relevantes estejam provados por documento, só remetendo para as vias
ordinárias as questões que dependerem de outras provas.

Competência 

Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o


competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o
cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou
anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o
espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía


domicílio certo, é competente:

I – o foro de situação dos bens imóveis;

II – havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer


destes;

III – não havendo bens imóveis, o foro do local de


qualquer dos bens do espólio.

Art. 672. É lícita a cumulação de inventários para a partilha de


heranças de pessoas diversas quando houver:

I – identidade de pessoas entre as quais devam ser repartidos os


bens;

II – heranças deixadas pelos dois cônjuges ou companheiros;

III – dependência de uma das partilhas em relação à outra.


Parágrafo único. No caso previsto no inciso III, se a dependência for
parcial, por haver outros bens, o juiz pode ordenar a tramitação
separada, se melhor convier ao interesse das partes ou à celeridade
processual.

Art. 673. No caso previsto no art. 672 , inciso II, prevalecerão as


primeiras declarações, assim como o laudo de avaliação, salvo se
alterado o valor dos bens.

Partes do processo de inventário

Quem estiver na posse e na administração do espólio

Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe


a quem estiver na posse e na administração do espólio, no prazo
estabelecido no art. 611 .

Parágrafo único. O requerimento será instruído com a


certidão de óbito do autor da herança.
Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente: (ler incisos)

Art. 617. O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:

I – o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse


convivendo com o outro ao tempo da morte deste;

II – o herdeiro que se achar na posse e na administração do


espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se
estes não puderem ser nomeados;

III – qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na


administração do espólio;

IV – o herdeiro menor, por seu representante legal;

V – o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do


espólio ou se toda a herança estiver distribuída em legados;

VI – o cessionário do herdeiro ou do legatário;

VII – o inventariante judicial, se houver;

VIII – pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante


judicial.
Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, prestará,
dentro de 5 (cinco) dias, o compromisso de bem e fielmente
desempenhar a função.

Ler artigos: 618, 619, 620, 621, 622, 623, 624

Das citações 

Art. 626. Feitas as primeiras declarações, o juiz mandará citar,


para os termos do inventário e da partilha, o cônjuge, o
companheiro, os herdeiros e os legatários e intimar a Fazenda
Pública, o Ministério Público, se houver herdeiro incapaz ou
ausente, e o testamenteiro, se houver testamento.

§ 1º O cônjuge ou o companheiro, os herdeiros e os


legatários serão citados pelo correio, observado o disposto
no art. 247 , sendo, ainda, publicado edital, nos termos
do inciso III do art. 259

§ 2º Das primeiras declarações extrair-se-ão tantas


cópias quantas forem as partes.

§ 3º A citação será acompanhada de cópia das primeiras


declarações.

§ 4º Incumbe ao escrivão remeter cópias à Fazenda


Pública, ao Ministério Público, ao testamenteiro, se
houver, e ao advogado, se a parte já estiver representada nos
autos.

Das impugnações

Art. 627. Concluídas as citações, abrir-se-á vista às partes, em


cartório e pelo prazo comum de 15 (quinze) dias, para que se
manifestem sobre as primeiras declarações, incumbindo às
partes:

I – arguir erros, omissões e sonegação de bens;

II – reclamar contra a nomeação de inventariante

III – contestar a qualidade de quem foi incluído no título de


herdeiro.

§ 3º Verificando que a disputa sobre a qualidade de herdeiro a que


alude o inciso III demanda produção de provas que não a
documental, o juiz remeterá a parte às vias
ordinárias e sobrestará, até o julgamento da ação, a entrega do
quinhão que na partilha couber ao herdeiro admitido.

Art. 628. Aquele que se julgar preterido poderá demandar sua


admissão no inventário, requerendo-a antes da partilha.

§ 1º Ouvidas as partes no prazo de 15 (quinze) dias, o juiz


decidirá.

Da avaliação e do cálculo do imposto

Para fins de partilha 

Proteção do incapaz

Divergência de valor entre os herdeiros

Para fins de pagamento do Imposto sobre Transmissão Causa


Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD)

O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação –


ITCD encontra-se previsto no caput do inciso I e no § 1º do
art. 155 da Constituição Federal de 1988, com
alíquota máxima (8%) fixada pela Resolução nº 09/1992
do Senado Federal, tendo sido instituído em Minas Gerais
pela Lei nº. 14.941/03, alterada pelas Leis nº 15.958/05 e
17.272/07, e disciplinado no RITCD/05, aprovado pelo
Decreto nº. 43.981/05, com as alterações promovidas pelos
Decretos nº. 44.841/08, 44.895/08, 44.964/08 e 45.115/09.

A hipótese de incidência é buscada no universo da


transmissão patrimonial por causa de morte
(sucessão causa mortis) ou da transmissão patrimonial por
causa de doação (um dos tipos da sucessão inter vivos).

Seja na transmissão por causa mortis seja na transmissão


por doação, para os fatos geradores ocorridos a partir de 28
de março de 2008 deverá ser observada a alíquota única
de 5% (cinco por cento).

Ler arts. 630 a 641 do CPC 

Do pagamento das dívidas 


Art. 642. Antes da partilha, poderão os credores do espólio
requerer ao juízo do inventário o pagamento das dívidas vencidas e
exigíveis.

Ler arts. 642 a 645

Da partilha

Art. 647. Cumprido o disposto no art. 642, § 3º , o juiz facultará às


partes que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, formulem o
pedido de quinhão e, em seguida, proferirá a decisão de
deliberação da partilha, resolvendo os pedidos das partes
e designando os bens que devam constituir quinhão de cada
herdeiro e legatário.

Ler Art.647 a 658 do CPC 

Sobrepartilha 

Art. 669. São sujeitos à sobrepartilha os bens:

I – sonegados;

II – da herança descobertos após a partilha;

III – litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou


morosa;

IV – situados em lugar remoto da sede do juízo onde se


processa o inventário.

Art. 670. Na sobrepartilha dos bens, observar-se-á o processo de


inventário e de partilha.

Parágrafo único. A sobrepartilha correrá nos autos do


inventário do autor da herança.

Arrolamento

É um rito simplificado do inventário (quando existir apenas um


herdeiro – art. 659, p. CPC ou o valor for igual ou inferior a 1.000
SM  – art. 664 e 665 do CPC ou consenso de todos os herdeiros
capazes no tocante a partilha de bens – artigo 659 do CPC)

Art. 664. Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a 1.000
(mil) salários-mínimos, o inventário processar-se-á na forma de
arrolamento, cabendo ao inventariante nomeado, independentemente de
assinatura de termo de compromisso, apresentar, com suas declarações, a
atribuição de valor aos bens do espólio e o plano da partilha.

Art. 659. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos
da lei, será homologada de plano pelo juiz, com observância dos arts. 660
a 663 .

§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, também, ao pedido de


adjudicação, quando houver herdeiro único

Art. 660. Na petição de inventário, que se processará na forma de


arrolamento sumário, independentemente da lavratura de termos de
qualquer espécie, os herdeiros:

I – requererão ao juiz a nomeação do inventariante que


designarem;

II – declararão os títulos dos herdeiros e os bens do


espólio, observado o disposto no art. 630 ;

III – atribuirão valor aos bens do espólio, para fins de partilha.

Art. 661. Ressalvada a hipótese prevista no parágrafo único do art.


663 , não se procederá à avaliação dos bens do espólio para
nenhuma finalidade.

Ler até art. 667

Ação de habilitação 

CPC, Art. 313 e Art. 687

Havendo falecimento ou a incapacidade do Autor ou do Réu, segundo o


art.313, haverá a suspensão do processo

O processo ficará suspenso até que se regularize

Objetivo: recompor a relação processual e identificar o herdeiro sucessor


processual 

Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer


das partes, os interessados houverem de suceder-lhe no processo.

A habilitação pode se dar de forma consensual ou contenciosa 


Pode ser requerido pelos próprios herdeiros e sucessores ou pela
parte contrária 

Consensual

Quando não há litígio no sentido de quem será o sucessor da parte 

Contenciosa 

Quando há dúvida sobre quem irá suceder, seja no caso de vários


quererem, seja no caso de ninguém querer 

Correrá em apenso 

Terá uma decisão para definir quem irá ser o sucessor da parte 

Requisitos para habilitação

Falecimento (é preciso juntar a prova do falecimento – atestado de


óbito)

No caso de ausente, será preciso abrir um processo de


ausência, tempo em que o processo principal permanecerá
suspenso 

Natureza da ação 

Para que haja habilitação, a ação principal não pode ser


personalíssima, pois elas se extinguem com o falecimento
das partes 

Sucessor

É fundamental que exista a pessoa do sucessor 

Sucessores:

Descendentes e o cônjuge 

Ascendes e o cônjuge 

Cônjuge 

Colaterais até quarto grau 

O sucessor só assume dívidas no limite da herança que recebeu 


Ações de família 

Casamento (CC, Art. 1.511)

Família (CC, Art. 1565 e 1513)

Com o casamento cria-se uma sociedade conjugal 

Ações de jurisdição consensual (Arts. 731 e 734)

Ações de jurisdição contenciosa (Arts. 

Consensuais

Divórcio

Separação judicial 

Extinção de União Estável 

Mudança de regime de casamento

Extrajudicial 

Quando não tiver filhos incapazes 

Tabelião: declaração do cartório de que o casal aceita o divórcio, de


que eles não tem filhos incapazes, as disposições sobre partilha,
alimentos devidos entre o casal, guarda, visitas, alimentos dos
filhos, nome 

Em caso de filhos que já são maiores, mas ainda dependem


dos pais para seu sustento 

Judicial 

Obrigatória para os casais que tenham filhos incapazes 

Haverá participação do Ministério Público como fiscal da lei 

A mudança de regime de casamento só poderá ser judicial 

É um petição que a lei prevê que as partes irão assinar junto com o
advogado 

Art. 734. A alteração do regime de bens do casamento, observados


os requisitos legais, poderá ser requerida, motivadamente, em
petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as
razões que justificam a alteração, ressalvados os direitos de
terceiros.

Traz segurança para o advogado 

Partes: marido e mulher 

Causa de pedir: basta a vontade (direito potestativo) 

Pedido

Homologar a petição 

Contenciosa 

Petição inicial (Art.319)

Juízo competente: Art.53, CPC 

Domicílio do guardião do filho incapaz 

Art. 693 e seguintes 

Citação para contestar 

Audiência de conciliação: Art.694

A parte será citada para audiência, mas não vai receber a


contrafé (cópia da petição inicial)

Objetivo de aumentar as chances de fazer um acordo

Apesar da intenção do legislador, essa pratica foi


considerada como ofensiva ao contraditório. Então, o mais
comum é o advogado do réu juntar procuração no processo
e tirar cópia da petição inicial 

O juiz pode suspender o prazo para contestação e


designar inúmeras audiências para que as partes
conciliem 

Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para
a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio
de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e
conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar
a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a
mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar.

Se houver incapaz, a participação do Ministério Público será obrigatória 

Embargos de Terceiro 

Tem como objetivo paralisar um ato judicial 

Ato judicial que constringe, apreende determinado bem

Os embargos visam a proteção da propriedade ou de posse de


terceiro estranho à lide 

Objetiva desfazer um ato judicial 

Penhora, arresto, sequestro, arrolamento, partilha (atos de


constrição) etc

Os embargos de terceiro nascem de uma ordem judicial que visa a


constrição de um bem de posse ou propriedade de terceiro, que não
serviria ao pagamento da dívida 

Ele não nasce da simples discussão de autor e réu sobre um bem ou


direito, mas sim de um ato judicial 

Só nasce a ação no momento em que tiver o ato judicial de expropriação,


constrição ou ameaça em relação ao patrimônio de terceiro 

O terceiro tem que ser proprietário ou possuidor do bem 

Não é parte do processo 

Precisa cumprir o prazo 

Processo de conhecimento 

Art.675, CPC 

Até o trânsito em julgado da sentença

Processo de execução 
5 dias 

Art. 675.  Os embargos podem ser opostos a qualquer


tempo no processo de conhecimento enquanto não
transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de
sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco)
dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa
particular ou da arrematação, mas sempre antes da
assinatura da respectiva carta.

Jurisprudência: antes da assinatura da carta é possível


interpor os embargos de terceiro

Requisitos da petição 

Juízo competente: aquele do processo originário, em que foi


praticado o ato judicial 

Art. 676.  Os embargos serão distribuídos por


dependência ao juízo que ordenou a constrição e autuados
em apartado.

Parágrafo único.  Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os


embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo
juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.

É preciso verificar de onde surgiu a ordem específica de


constrição do bem, que é aonde os embargos deverão ser
direcionados 

Os embargos também podem ser opostos perante o juízo criminal

Bem da União 

União tem foro de competência próprio, que é a justiça federal 

Os embargos deverão ser opostos perante a justiça federal 

Partes

Autor: Terceiro proprietário ou possuidor


Réu: Partes do processo principal (litisconsortes unitários)

Em caso de Autor ou Réu for casados, o cônjuge precisará


compor o polo passivo se
houver composse, condomínio ou outorga uxória

Súmula 134, STJ: Embora intimado da penhora em imóvel


do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de
terceiro para defesa de sua meação.

Súmulas 251, STJ: A meação só responde pelo ato ilícito


quando o credor, na execução fiscal, provar que o
enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal.

Súmula 84, STJ 

“É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados


em alegação de posse advinda de compromisso de compra e
venda de imóvel, ainda que desprovido do registro“

Passou a vigorar o art.828 do CPC (fraude à execução) 

Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi


admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da
causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou
de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.

Art. 828, § 4º Presume-se em fraude à execução a alienação ou a


oneração de bens efetuada após a averbação.

Presume-se fraude quando houver averbação da penhora, na


matrícula do imóvel antes do compromisso de compra e venda 

Pedidos 

Anulação do ato judicial praticado (revogar o ato)

Liminar

Suspensão do processo principal 

Pode ser total ou parcial 

Suspensão das medidas constritivas 

Manutenção ou reintegração de posse 


Despacho inicial 

Citação (na pessoa dos advogados do processo principal)

Poderá ser na pessoa do réu caso ainda não tenha


constituído advogado no processo principal 

Se for possessória, poderá designar audiência de justificação

Deferir ou indeferir a liminar 

Contestação 

Prazo: 15 dias, contados da intimação do advogado 

Súmula 195, STJ : Em embargos de terceiro não se anula ato


jurídico, por fraude contra credores.

Fase de instrução 

Sentença 

Doutrina: Sentença mandamental ou desconstitutiva, pois irá


desfazer um ato judicial praticado 

Súmula 303, STJ: Em embargos de terceiro, quem deu causa à


constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios.

Sucumbência: pelo princípio da causalidade 

Pagará a sucumbência aquele que deu causa à constrição 

Verificar quem seria o beneficiário do ato de constrição 

Ação de oposição 

CPC, Art. 682.  Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o


direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a
sentença, oferecer oposição contra ambos.

Ação em andamento (até a sentença)

Terceiro que não participe da relação 

Terceiro busca proteção patrimonial 

Prazo para oposição 


Até antes da sentença 

Juízo competente 

Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos


exigidos para propositura da ação.

Parágrafo único. Distribuída a oposição


por dependência, serão os opostos citados, na pessoa de
seus respectivos advogados, para contestar o pedido no
prazo comum de 15 (quinze) dias.

Partes: Autor (Terceiro) X Réu (Autor e Réu do processo principal) 

A causa de pedir vai depender do caso concreto 

Pedido

Declaratório: para o autor da ação principal 

Condenatório: em relação ao réu da ação principal 

Despacho inicial 

Citação será na pessoa do advogado do autor e do réu da ação


principal 

Art. 683.  O opoente deduzirá o pedido em observação aos


requisitos exigidos para propositura da ação.

Parágrafo único.  Distribuída a oposição por dependência,


serão os opostos citados, na pessoa de seus respectivos
advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15
(quinze) dias.

O processo principal pode suspender ou não suspender 

Se a ação de oposição for proposta após a audiência de instrução,


o processo principal vai suspender. Não irá suspender se a ação de
oposição for proposta antes da instrução 

Art. 685.  Admitido o processamento, a oposição será apensada aos


autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas
julgadas pela mesma sentença. 
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da
audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do
processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir
que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da
duração razoável do processo.

Depois, segue-se o procedimento comum 

Sentença

Primeiro o juiz julga a oposição, depois a ação principal

Art. 686.  Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação


originária e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar.

A ação principal pode ser qualquer uma, que caberá ação de oposição,
desde que o direito que estiver sendo discutido pertença ao terceiro e não
ao autor ou ao réu

Ação monitória 

Art. 700.  A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de
exigir do devedor capaz:

I – o pagamento de quantia em dinheiro;

II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou


imóvel;

III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

É um misto de ação de conhecimento e de ação executiva 

Nasce de um título executivo, sem eficácia executiva 

Requisitos para um título executivo: tipicidade, certeza, liquidez e


exigibilidade 

Na ação monitória existe um título que não tem um desses


requisitos 

Também é possível entrar com uma monitória com um título


executivo perfeito, a parte pode optar por isso 
A monitória, no Brasil, surge como um procedimento com menos
utilização, comparando-a com o direito francês, italiano, espanhol e
português. Isso porque, no Brasil, o nosso legislador elencou como títulos
executivos os documentos públicos e, além deles, ainda foram elencados
diversos documentos particulares. Isso fez com que a monitória fosse
pouco utilizada, uma vez que são vários os casos de cabimento da
execução. No caso do direito europeu, só é título executivo, a sentença e o
ato notarial, sendo mais utilizada a ação monitória, por ser uma preparação
para a execução, uma forma de transformar um documento particular em
um sentença, com força executiva. 

Ex: contrato com uma testemunha

Perde a tipicidade, que é um dos requisitos para eficácia


executiva, impossibilitando a ação de execução. Mas, ele ainda
tem a certeza, a liquidez e a exigibilidade. Então, seria possível
entrar com uma ação monitória 

Ex 2: cheque prescrito (súmula 299, STJ)

Súmula 384, STJ : Cabe ação monitória para haver saldo remanescente
oriundo de venda extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em
garantia.

Súmula 503, STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do


emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia
seguinte à data de emissão estampada na cártula.

Súmula 504, STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do


emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte ao vencimento do título.

É preciso instruir a inicial, necessariamente, com uma prova escrita 

Pode ser uma prova oral documentada, produzida antecipadamente 

A parte pode no prazo de 15 dias:

Pagar : se a parte paga, extingue o processo

Não paga, mas embarga: o processo se torna de


conhecimento, seguindo o procedimento comum

Não paga e não embarga: a


monitória, automaticamente, se transforma em execução 
Petição inicial 

Competência: Arts. 46 e 53

Partes: o titular do crédito e o devedor, baseado no documento 

Causa de pedir: origem da dívida

Pedido:  se for quantia certa, detalhar o valor liquido e se for coisa


certa indicar aonde o bem se encontra 

Memória de cálculo detalhada (correção monetária, juros)

Valor da causa: valor econômico pretendido pelo autor

Art.700, §3, CPC

Despacho inicial 

Citação 

Fixação, na forma do art. 701, o prazo de 15 dias para pagamento ou


para embargos 

Fixação de honorários 

Se houver pagamento: 5% de honorários e isenção de


custas 

Se houver embargos: procedimento se transforma


em procedimento comum 

Não há pagamento nem embargos: se transforma em


uma execução 

Art.701, § 2o Constituir-se-á de pleno direito o título


executivo judicial, independentemente de qualquer
formalidade, se não realizado o pagamento e não
apresentados os embargos previstos no art. 702,
observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da
Parte Especial.

Parcelamento

Na monitória, é possível pedir o parcelamento


Art. 701, § 5o Aplica-se à ação monitória, no que
couber, o art. 916.

Art. 916.  No prazo para embargos, reconhecendo o


crédito do exequente e comprovando o depósito de
trinta por cento do valor em execução, acrescido de
custas e de honorários de advogado, o
executado poderá requerer que lhe seja permitido
pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais,
acrescidas de correção monetária e de juros de um por
cento ao mês.

Embargos (CPC, Art.702)

Natureza de defesa do réu

Segue o rito comum 

Não precisa garantir o juízo 

Se parciais, correrão em autos apartados

Se totais, correrão dentro dos próprios autos 

Ao final, juiz profere uma sentença de natureza condenatória

Art.702, § 8o Rejeitados os embargos, constituir-se-á de


pleno direito o título executivo judicial, prosseguindo-se o
processo em observância ao disposto no Título II do Livro I
da Parte Especial, no que for cabível.

Homologação do penhor legal

Art. 703. Tomado o penhor legal nos casos previstos em lei, requererá o


credor, ato contínuo, a homologação.

Art. 1.467. São credores pignoratícios, independentemente de


convenção:

I – os hospedeiros, ou fornecedores de pousada ou alimento,


sobre as bagagens, móveis, jóias ou dinheiro que os seus
consumidores ou fregueses tiverem consigo nas respectivas casas
ou estabelecimentos, pelas despesas ou consumo que aí tiverem
feito;
II – o dono do prédio rústico ou urbano, sobre os bens móveis
que o rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o mesmo prédio,
pelos aluguéis ou rendas.

Novidade: pode ser feito de forma extrajudicial 

Se pede a homologação da retensão do bem para constituir a propriedade 

Pode ser feito via cartório

CPC, Art. 703, § 2º A homologação do penhor legal poderá ser


promovida pela via extrajudicial mediante requerimento, que
conterá os requisitos previstos no § 1º deste artigo, do credor a
notário de sua livre escolha.

Pessoa vai até o cartório e determina os valores devidos e os bens


retidos

Se a outra parte nada fizer, ele passa a ser legitimo proprietário

Caso a outra pessoa se oponha, o escrivão suspenderá o ato de


homologação e remeterá o caso para as vias judiciais 

A pessoa pode optar diretamente pela via judicial 

Extrajudicial: em caso de concordância ou de não manifestação 

Judicial 

Proposta aonde o fato aconteceu

A parte relacionará na petição inicial o contrato que deu origem ao


crédito 

§ 1º Na petição inicial, instruída com o contrato de locação


ou a conta pormenorizada das despesas, a tabela dos preços
e a relação dos objetos retidos, o credor pedirá a citação do
devedor para pagar ou contestar na audiência
preliminar que for designada.

Art. 704. A defesa só pode consistir em:

I – nulidade do processo;

II – extinção da obrigação;
III – não estar a dívida compreendida entre as
previstas em lei ou não estarem os bens sujeitos a
penhor legal;

IV – alegação de haver sido ofertada caução idônea,


rejeitada pelo credor.

Art. 705. A partir da audiência preliminar, observar-se-á o


procedimento comum.

Art. 706. Homologado judicialmente o penhor legal, consolidar-se-á a


posse do autor sobre o objeto.

§ 1º Negada a homologação, o objeto será entregue ao réu,


ressalvado ao autor o direito de cobrar a dívida pelo procedimento
comum, salvo se acolhida a alegação de extinção da obrigação.

§ 2º Contra a sentença caberá apelação, e, na pendência de recurso,


poderá o relator ordenar que a coisa permaneça depositada ou em
poder do autor.

Regulação da Avaria Grossa 

Art.707 e seguintes do CPC

Art. 707. Quando inexistir consenso acerca da nomeação de um


regulador de avarias, o juiz de direito da comarca do primeiro porto
onde o navio houver chegado, provocado por qualquer parte interessada,
nomeará um de notório conhecimento.

Possui leis próprias do direito marítimo 

Acontece normalmente nas cidades portuárias 

Restauração de Autos 

Procedimento que tende a ser extinto, devido ao PJE 

Ação para refazer ou reconstituir um processo que sumiu 

Inovação: a restauração pode ser em autos eletrônicos ou físicos 

Se busca, por meio do auxílio do Autor e do Réu, a reconstituição dos


autos, com todas as petições e atos processuais
Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não,
pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o
caso, promover-lhes a restauração.

Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o


processo.

É preciso uma certidão da secretaria de que o processo desapareceu 

Art. 713. Na petição inicial, declarará a parte o estado do processo ao


tempo do desaparecimento dos autos, oferecendo:

I – certidões dos atos constantes do protocolo de audiências do


cartório por onde haja corrido o processo;

II – cópia das peças que tenha em seu poder;

III – qualquer outro documento que facilite a restauração.

Art. 714. A parte contrária será citada para contestar o pedido no prazo


de 5 (cinco) dias, cabendo-lhe exibir as cópias, as contrafés e as
reproduções dos atos e dos documentos que estiverem em seu poder.

§ 1º Se a parte concordar com a restauração, lavrar-se-á o auto que,


assinado pelas partes e homologado pelo juiz, suprirá o processo
desaparecido.

§ 2º Se a parte não contestar ou se a concordância for parcial,


observar-se-á o procedimento comum.

Mais utilizado para processos físicos 

Se não tiver como reconstituir todo o processo, haverá a reconstituição das


peças principais 

Sentença 

O processo principal volta a ter andamento do ponto em que o juiz


determinar 

O juiz declara restaurado os autos 

A parte que der causa ao desaparecimento, arcará com todas as custas


e honorários 
Art. 718. Quem houver dado causa ao desaparecimento dos autos
responderá pelas custas da restauração e pelos honorários de
advogado, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal em que
incorrer.

Ações de Jurisdição voluntária 

Não há conflito, inexiste a lide 

Atuação administrativa do juiz 

Aqui, existem interessados, que estão no mesmo polo 

Não há a figura do Réu 

Ambos estão interessados na mesma prestação jurisdicional 

Não há coisa julgada 

Ou seja, nem uma parte nem outra terão aquilo de forma definitiva.
É possível alterar posteriormente 

Pode iniciar ex officio 

O próprio juiz pode determinar o início dos processos de jurisdição


voluntária

É autorizado o julgamento por equidade (CPC, Art. 723)

Situações em que se necessita da chancela de um juiz 

A jurisdição voluntária também possui o procedimento comum e


os procedimentos especiais 

Comum: CPC, Art. 725

Especiais: CPC, Arts. 726 a 770 

Se não houver previsão de procedimentos especial, aplica-se o


comum 

Procedimento comum de jurisdição voluntária

Art. 725. Processar-se-á na forma estabelecida nesta Seção o pedido de:

I – emancipação;
II – sub-rogação;

III – alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças ou


adolescentes, de órfãos e de interditos;

IV – alienação, locação e administração da coisa comum;

V – alienação de quinhão em coisa comum;

VI – extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário,


do termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, quando
decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que caracterizar a
condição resolutória;

VII – expedição de alvará judicial;

VIII – homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer


natureza ou valor.

Parágrafo único. As normas desta Seção aplicam-se, no que couber, aos


procedimentos regulados nas seções seguintes.

Legitimados

Art. 720. O procedimento terá início por provocação


do interessado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública,
cabendo-lhes formular o pedido devidamente instruído com os
documentos necessários e com a indicação da providência judicial.

Art. 721. Serão citados todos os interessados, bem como intimado


o Ministério Público, nos casos do art. 178 , para que se
manifestem, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias.

Sentença: equidade 

Art. 723, Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério


de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que
considerar mais conveniente ou oportuna.

Procedimentos especiais de jurisdição voluntária 

Notificação e interpelação 

Ocorre com freqüência no dia a dia 

Pode ser feito de forma extrajudicial ou judicial 


Objetivo

Constituir em mora 

Art. 726. Quem tiver interesse em manifestar formalmente sua vontade


a outrem sobre assunto juridicamente relevante poderá notificar
pessoas participantes da mesma relação jurídica para dar-lhes ciência de
seu propósito.

É um procedimento de mão única 

Distribui a ação, juiz manda citar a parte contrária, com a certidão


de citação, o juiz certifica que a citação foi realizada e é feita a
entrega o documento ao interessado 

Não há contestação, nem sentença

Judicial X Extrajudicial 

Extrajudicial: tem uma limitação para fazer a citação entrega

A pessoa pode se recusar a receber ou não ser encontrada

Judicial: Oficial de justiça tem fé pública

É possível fazer a citação pelas outras formas, como por


oficial e, até mesmo, por edital 

Diferença de notificação e interpelação 

A interpelação é mais ampla, pois pede a citação da parte contrária


para que ela confirme ou não um fato que aconteceu 

Então a interpelação tem uma resposta 

Esse documento poderá ser utilizado posteriormente 

Muito utilizado no caso de ações penais de injúria, calúnia e


difamação

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