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O novo Código de Processo Civil, aprovado em 2015 com vigência em 2016, extinguiu
vários tipos de processo, mantendo apenas o processo de conhecimento, agora não mais
dividido em ordinário e sumário, e o de execução. Segundo o CPC:
No nCPC, os artigos 318 e subsequentes apresentam o que serve para a maioria dos casos.
Já entre os artigos 539 e 770, são apresentados os procedimentos especiais.
Contudo, é sempre importante lembrar que nem todos os procedimentos especiais estão no
nCPC, de forma que necessitam da legislação extravagante, como mandado de segurança,
ação popular, alienação fiduciária, lei de alimentos, entre outras.
Fungíveis: podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade
(art. 85 do Código Civil);
Fungíveis são aqueles procedimentos especiais que existem, porém não são obrigatórios,
sendo possível a escolha pelo procedimento comum. Inclusive essa é a regra;
Infungíveis são aqueles procedimentos especiais que existem e não podem ser
substituídos, eles devem ser usados. Exemplo disso é o inventário que iremos aprender
neste material.
Para compreender as fases, é preciso compreender quais são os objetivos de cada uma.
Iniciando pelo inventário:
Elencar quais são os bens, quais são as dívidas, quais são os herdeiros, ou seja, quais os
direitos e obrigações deixadas pelo falecido;
Isolar a meação, ou seja, isolar o direito efetivo da metade do patrimônio compartilhado com
alguém – casamentos sem divisão total de bens;
Após tais passos, caso sobre alguma coisa no espólio, haverá a partilha com a divisão dos
bens. A partilha pode ser definida como a repartida dos bens e dos créditos entre os
herdeiros. Para que isso ocorra, é necessário gerar o formal de partilha, ou seja, um
documento que coloca quais bens são para cada herdeiro, para que seja levado a registro e,
assim, seja transferido/registrado em seus respectivos nomes. É uma forma de formalizar a
aquisição da propriedade.
Procedimentos judiciais
Contudo, o que dialoga com o senso comum sobre a morosidade do inventário, devido à
complexidade do processo, esses prazos não correspondem à realidade.
O artigo 610 do CPC faz uma abertura sobre a judicialidade do procedimento. No caput,
apresenta que se houver incapaz ou testamento, o processo judicial é mandatário, sendo o
testamento, segundo o CNJ, válido e eficaz.
Porém, caso o testamento não cumpra tais requisitos, torna-se possível a extrajudicialidade
do procedimento.
Requisitos
Ainda no mesmo artigo, já nos parágrafos, são apresentados os requisitos para o inventário
extrajudicial:
§ 1º Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por
escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem
como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras.
Analisando os §§, exige-se que as partes sejam capazes e concordes. As questões sobre
capacidade são apresentadas no Código Civil, nos artigos 3º e 4º. Já para que os herdeiros
sejam concordes, é necessário que não haja nenhum tipo de briga ou inventário judicial.
Ainda há a obrigatoriedade de um advogado ou defensor público no cartório, principalmente
devido às complexidades da matéria.
Funcionamento
O funcionamento se dá pela escritura pública lavrada e não por uma sentença, uma vez que
não há o envolvimento do juiz. Nessa escritura, as manifestações de vontade são
apresentadas perante o tabelião, tais quais como elas querem que sejam divididas, quem
são os herdeiros. Após a escritura pública é levada a registro, para que os herdeiros tenham
acesso aos bens. Assim, ao invés do formal de partilha, há uma escritura pública.
É permitido:
É proibido:
Ainda, as questões de alta indagação devem ser levadas às vias ordinárias, isto é, aquelas
que não conseguem ser provadas por mera prova documental e exigem dilação probatória
maior, tal como perícias, necessitam do procedimento comum.
Daí, nesse caso, após produzida a prova mais complexa, ela será trazida ao inventário.
Embora seja regra de competência, a regra geral para esse caso não está presente no CPC,
mas sim no Código Civil:
Dessa forma, esse foro exerce força atrativa, isto é, na existência de outros processos
relacionados ao inventário, herança, direitos e obrigações, é mandatório que esses sejam
levados ao mesmo foro em que o inventário está sendo processado. Até para evitar que
haja decisões contraditórias.
O artigo 23, II, do nCPC, traz a competência privativa brasileira do inventário de bens
localizados no Brasil, independente da nacionalidade do dono, como uma regra de Direito
Internacional Privado.
Administrador provisório
A pessoa que cuida provisoriamente dos bens do de cujus é o administrador provisório, que
representa o espólio até o compromisso do inventariante.
Tal pessoa possui direitos e deveres acerca desse espólio, tais como reembolso, em caso
de despesas na administração do espólio, e responsabilidade, em caso de danos no
patrimônio.
O artigo 616 apresenta o rol de pessoas que são legitimadas a requerer a abertura do
inventário, além do administrador provisório:
II - o herdeiro;
III - o legatário;
IV - o testamenteiro;
Já o artigo 617 traz o rol de pessoas que podem ser nomeadas inventariantes. É
interessante notar que esse rol só caminha a partir do esgotamento das condições dos
incisos, seguindo a ordem, de forma que se um inciso já cumpre, não chega a ir para o
próximo.
Obrigações de inventariante
Figura do inventariante
Retomando o artigo 617, que traz o rol de pessoas que podem ser nomeadas inventariantes,
é necessário que seja uma pessoa de confiança e que tenha interessa na boa administração
do espólio. Ainda, há a prestação de compromisso de bem administrar esses bens, com
valor jurídico e que traz consequências a partir do descumprimento.
O artigo 618 traz as obrigações que não exigem autorização judicial nem anuência dos
herdeiros, principalmente por caracterizar condutas cotidianas:
VII - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe
determinar;
E o artigo 619 traz as obrigações que exigem autorização do juiz e a partir da oitiva dos
interessados, visto que não são ações triviais:
Remoção
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano;
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de cobrar dívidas
ativas ou se não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos;
Primeiras Declarações
As primeiras declarações devem ser prestadas pelo inventariante em até 20 dias após a
nomeação e devem ser documentos com as informações solicitadas no artigo 620 do CPC.
g) direitos e ações;
A impugnação ocorre quando não há concordância por parte das pessoas citadas sobre
alguma parte do documento, sendo as causas: erro, omissão ou sonegação; figura do
inventariante; ou a qualidade de herdeiro, tanto para tirar quanto para colocar nomes.
No caso da sonegação, como ocultar bens, não mencionar a existência de algum bem que
deveria ter sido colocado no inventário, há a instauração de um litígio no processo para ver
se foi proposital e mal-intencionado. As consequências estão nos artigos 1992 e 1993 do
Código Civil, tais como a perda do direito sobre o bem e a remoção do inventariante.
Em caso de herdeiro preterido, se uma pessoa deveria ter sido nomeada com herdeira e
não foi, há a possibilidade de requerer os direitos hereditários dela até o momento da
partilha, durante a fase do inventário. Se esse prazo for perdido, com o trânsito em julgado
de todas as fases, há a possibilidade de fazer uma ação de petição de herança, que visa a
revogação de tudo e a repartilha. Esse incidente deve ser decidido em 15 dias, o que se
mostra um problema, uma vez que há a possibilidade de necessitar de dilação probatória,
devido à complexidade da temática, indo para o procedimento comum. Nesse momento, o
juiz solicita que o inventariante faça uma reserva do quinhão até que o procedimento comum
seja transitado em julgado.
Primeiras Declarações
As primeiras declarações devem ser prestadas pelo inventariante em até 20 dias após a
nomeação e devem ser documentos com as informações solicitadas no artigo 620 do CPC.
g) direitos e ações;
A impugnação ocorre quando não há concordância por parte das pessoas citadas sobre
alguma parte do documento, sendo as causas: erro, omissão ou sonegação; figura do
inventariante; ou a qualidade de herdeiro, tanto para tirar quanto para colocar nomes.
No caso da sonegação, como ocultar bens, não mencionar a existência de algum bem que
deveria ter sido colocado no inventário, há a instauração de um litígio no processo para ver
se foi proposital e mal-intencionado. As consequências estão nos artigos 1992 e 1993 do
Código Civil, tais como a perda do direito sobre o bem e a remoção do inventariante.
Em caso de herdeiro preterido, se uma pessoa deveria ter sido nomeada com herdeira e
não foi, há a possibilidade de requerer os direitos hereditários dela até o momento da
partilha, durante a fase do inventário.
Se esse prazo for perdido, com o trânsito em julgado de todas as fases, há a possibilidade
de fazer uma ação de petição de herança, que visa a revogação de tudo e a repartilha.
Esse incidente deve ser decidido em 15 dias, o que se mostra um problema, uma vez que
há a possibilidade de necessitar de dilação probatória, devido à complexidade da temática,
indo para o procedimento comum.
Nesse momento, o juiz solicita que o inventariante faça uma reserva do quinhão até que o
procedimento comum seja transitado em julgado.
Partilha
Com o marco de encerramento do inventário, a partir do pagamento das dívidas, tudo o que
tiver restado de patrimônio será dividido entre os herdeiros.
O processo se inicia com cada herdeiro formulando seu pedido de quinhão hereditário de
forma cômoda a todos e a mais igualitária possível. As partes devem acordar como isso
funcionar, sendo possível a intervenção do juiz ou do inventariante. A lei coloca a
possibilidade de deferimento antecipado de uso, gozo e fruição de bens, o que se diferencia
de tutela antecipada, principalmente pelo caráter não provisório.
A partilha deve ser igualitária, justa e cômoda entre os herdeiros. Caso seja impossível, há a
chance de haver uma licitação, uma forma de leilão do bem, ou venda judicial com a divisão
do dinheiro. A lei também reserva o quinhão do nascituro, em caso de herdeiro por nascer.
O esboço da partilha é feito com a lista dos bens, dos herdeiros e uma sugestão de quem
vai ficar com o quê. Há a abertura de um prazo de 15 dias para a manifestação dos
herdeiros, em seguida, paga o ITCMD. Após há a sentença de partilha, sendo esse o
documento a ser levado a registro. Com o trânsito em julgado, cria-se o formal de partilha,
que possibilita a provação de propriedade desses bens.
Essa sentença transitada em julgado ao mesmo tempo que pode ser levada a registro, pode
ter vícios.
Ainda pode ocorrer a rescisão, presentes nos arts. 657 e 658, sujeita a ação rescisória (art.
966/CPC), devido a vícios formais, preterido ou incluído herdeiro e partilha extrajudicial.
Nesse último caso, o artigo 657 dispõe de forma mais precisa, ainda podendo ser anulada
pelos vícios do negócio jurídico. Contudo, há um prazo para que isso ocorra, o parágrafo
único coloca que