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Autos nº
Em MARIA SILVA, nacionalidade, estado civil profissão, inscrito no CPF sob o nº,
residente e domiciliado no endereço, na cidade de Londrina/ PR, pelos fatos e
fundamento a seguir expostos:
I – DOS FATOS
A Embargante possui conta poupança, no qual utiliza para a subsistência de sua família,
pois sua mãe esta submetida a um tratamento médico e uma casa que reside e a conta
da qual foi citada é a que ela recebe seu salário.
1.
A Embargante assinou documento particular de confissão de divida acreditando ser
apenas declaração para obtenção de beneficio previdenciário, sendo assim o negocio
jurídico encontra-se viciado por dolo, tendo em vista que a Embargante foi induzida em
erro.
Tendo sido vitima de artifício para a celebração de negocio jurídico que, se ciente da
realidade dos fatos, não realizaria, sendo assim a Embargante faz jus à anulação do
negocio jurídico e, conseqüentemente, à desconstituição do titulo executivo em que se
baseia o processo, conforme artigo 145 do Código Civil:
“Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.”
Foi indicado pelo Embargado à penhora três contas bancárias, um carro e o imóvel em
que a Embargante reside com sua família, ocorre que o artigo 833, X, do Código de
Processo Civil, estabelece que são impenhoráveis a quantia depositada em caderneta de
poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos.
Além disso, é impenhorável o bem onde mora com sua família, tratando-se este de bem
de família, com base no artigo 1º da Lei 8.009/90 e Súmula 364 do STJ. Sendo assim o
titulo executivo é inexigível, conforme os requisitos previstos no artigo 783 do Código
Civil.
Vale ressaltar também que conforme os documentos em anexo as contas citadas são as
que a Embagante utiliza para recebimento de salario e para depositos eito por seu
familiares para ajuda no tratamento para a mae.
2.
Como já citado anteriormente a celebração de qualquer negocio juridico deve conter a
presença da Compradora, e a ciencia dos termos que estão presentes no contrato
devendo ele ser explicado por um funcionário que está representando a empresa.
Conforme expresso no CF/88 no art. 5º, inc. XIV todos tem direito a informação, também
no CDC no art. 9 também deixa clara que o fornecedor deverá explicar e informar o
consumidor sobre o produto que esta consumindo.
Visto isso não pode ser validado uma confissão de divida sendo que a Embargante a
suposta devedora, não sabia do que se tratava e nem mesmo foi informada
adequadamente sobre o que estava assinando.
3.
Como exposto, os bens descritos pelo Embargado não pode ser objeto de penhora, visto
que as contas demostradas nos autos são de finalidade para recebimento de salário e de
ajuda que recebe de seus familiares.
Sobre o veiculo citado é o único que a Embargante tem para uso profissional, considerado
assim como ferramenta e trabalho e para levar sua mae ao médico, já que faz tratamento
cotidiano.
A embargante reside em um local do qual foi dado de herança ou seja ela não tem
condições de pagar aluguel e nem mesmo pode se mudar do local, pois tem filhos
pequenos e uma dependente. Rodolf Madeleno dispoe que:
O bem de família instituído pela Lei n. 8.009/1990 isenta o imóvel destinado a servir de
domicílio da família do devedor, de execução por dívidas de índole civil, fiscal,
previdenciária, trabalhista ou de qualquer natureza, salvo as exceções previstas na
relação aos débitos descritos no seu art. 3º, sendo finalidade do instituto proteger o direito
de propriedade que serve de abrigo para a família, não no propósito de asilar o mal
pagador, e sim no sentido de equilibrar o processo executivo
Conforme as decisões do Tribunal não tem porquê haver a penhora dos bens familiares
da Embargante, solicito que a Vossa Excelência de a decisão com base nas decisões do
Tribunal expostas.
4.
A Embargante requer que seja atribuído o efeito suspensivo, tendo em vista presente os
requisitos, conforme artigo 919, § 1º e 300 do Código de Processo Civil. Sendo
demonstrado o perigo de dano caso seja feita a penhora dos valores em sua conta, uma
vez que a Embargante custeia tratamento médico para sua mãe, bem como, fica
demonstrado à reversibilidade.
Diante os fatos e fundamentos expostos não há motivos de efetuar o bloqueio dos bens
citados pelo Embargado, já que os bens citados preenche os requisitos da
impenhorabilidade prevista no CDC. Portanto roga-se pela suspensão da penhora,
solicitada nos autos
IV – DOS PEDIDOS
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local/Data
ADVOGADO