ADELIN SILVINO - Agravo de Instrumento - Art 9 e 10 - JF - Incompetência Do JEF - PJ 164822

PJ 264822
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA 4ª REGIÃO
SOB A ÉGIDE DA JUSTIÇA GRATUITA
ADELIN SILVINO, já devidamente qualificado nos autos

da AÇÃO DE RESPONSABILIDADE OBRIGACIONAL SECURITÁRIA nº
5002437-63.2013.4.04.7003, que move em face da SUL AMÉRICA
COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS e interessada CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL, em trâmite perante a 2ª VARA FEDERAL CÍVEL DE MARINGÁ -
PARANÁ, inconformado com a decisão que declinou a competência em favor
do Juizado Especial Federal para julgamento do feito, respeitosamente, vem à
presença de Vossa Excelência, reiterando o benefício de assistência judiciária
gratuita concedido, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO COM
PEDIDO DE ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO, na forma estabelecida
pelo artigo 1.015 e seguintes do Código de Processo Civil de 2015,
apresentando as razões anexas e requerendo seja o recurso recebido e
processado na forma da lei.
Em atenção ao disposto no §2º do artigo 43 da Resolução

n.º 6 do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, demonstra-se a
tempestividade do presente recurso, uma vez que a decisão Agravada foi
proferido no evento 89, intimando os ora Agravantes do despacho nos eventos
MATRIZ: RUA DAVID CARNEIRO, 270 - ALTO SÃO FRANCISCO - CURITIBA - PR - BRASIL - CEP 80.530-070 - FONE: 55 41 3028-4022 - FAX 55 41 3028-3434/3435
FILIAL: AVENIDA ESTEVES JUNIOR, 50 - FLORIANÓPOLIS - SC - BRASIL - CEP 88015-130 - FONE/FAX: 55 48 3031-7600
FILIAL: RUA AVENIDA CRISTÓVÃO COLOMBO, Nº 438- PORTO ALEGRE - RS - BRASIL - CEP 90.010-050 - FONE/FAX 55 51 3015-7779
FILIAL: AVENIDA TANCREDO NEVES, Nº 620 - SALA 1407 – SALVADOR – BA CEP 71820-020 FONE/FAX 55 71 2137-0991
FILIA: SIG - Q 01, L. 495/515, SALA. 224 – BRASÍLIA – DF – CEP 70610410 FONE/FAX 55 61 3341-3567
FILIAL: RUA 03, 800 - SETOR OESTE – GOIÂNIA – GO FONE/FAX 55 62 3932-5008/3093-5713
FILIAL: RUA JERIBA, Nº 325 , SALAS 09 E 10 - CAMPO GRANDE – MS FONE/FAX 55 67 3211-4715/3211-4716
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www.pereiragionedis.com.br – pereiragionedis@pereiragionedis.com.br
90, iniciando-se, assim, o prazo recursal em 02/08/2016, findando-se no dia
24/08/2016.
Para os efeitos do artigo 1.016, IV, do Código de

Processo Civil, indicam que os advogados constituídos nos autos são: (a) do
Agravante: LOUISE RAINER PEREIRA GIONÉDIS, SANDRO RAFAEL
BONATTO, inscritos na OAB/PR respectivamente sob nº 8.123 e 22.788, com
escritório na Rua David Carneiro, 270, São Francisco, Curitiba, Paraná, CEP
80530-070, (b) interessada: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL:
MARCELO NICOLAU NADER CEFC0691895 (c) agravada: SUL AMERICA
COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS: NELSON LUIZ NOUVEL
ALESSIO SP061713 e ILZA REGINA DEFILIPPI DIAS SP027215.

Por derradeiro, requer seja determinado à Secretaria da
Turma, que proceda às anotações necessárias, junto ao sistema processual, a
fim de que as publicações e intimações relativas ao presente feito e destinadas
ao ora Agravante, sejam realizadas exclusivamente em nome de Louise
Rainer Pereira Gionédis (OAB/PR 8.123), sob pena de nulidade.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Curitiba, 18 de setembro de 2022
SANDRO RAFAEL BONATTO (OAB-PR 22.788)
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
EMÉRITOS JULGADORES
BREVE HISTÓRICO DOS FATOS
Os Agravantes, pessoas humildes e moradores de

conjunto habitacional, ajuizaram Ação de Responsabilidade Obrigacional
Securitária em face da Agravada objetivando receber indenização em
decorrência dos danos existentes em sua residência, os quais se originaram de
vícios de construção.
Tais residências foram adquiridas através do Sistema

Financeiro de Habitação, criado pela Lei nº 4.380 de 1964, sendo que para
financiar a compra da residência é obrigatória a contratação de seguro
habitacional.
A demanda foi proposta inicialmente por sete mutuários

em face da seguradora no âmbito da Justiça Estadual diante da flagrante
relação de direito privado existente entre as partes.
A Justiça Estadual declinou da competência em favor da

Justiça Federal.
Por sua vez, o Juízo Federal entendeu por remeter o feito

para julgamento perante o Juizado Especial Federal, pois, ao dividir o valor da
causa original (R$ 100.000,00 – cem mil reais) pelo número de mutuários (07),
chegou-se ao valor individual de R$ 14.285,71 (quatorze mil e duzentos e
oitenta e cinco mil reais, e setenta e um centavos) por autor, o que,
supostamente, deslocaria a competência para o Juizado Especial Federal, em
razão de ser valor inferior a 60 salários mínimos.
Entretanto, o Juiz a quo ao decidir, ex officio, sua

incompetência absoluta, sem antes cientificar as partes sobre tal possibilidade
e oportunizar-lhes o respectivo debate, deixou de observar o prévio
contraditório, preconizado nos artigos 9º e 10º do Código de Processo Civil de
2015.
Por esta questão de direito, a decisão ora agravada deve

ser reformada, conforme adiante restará demonstrado.
DO CABIMENTO DO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO
O presente recurso é interposto contra decisão que

determinou o julgamento da ação perante o Juizado Especial Federal, ao
modificar o valor inicial dado à causa.
Antes de tudo, registre-se que os Agravantes, ao

interporem o presente Agravo de Instrumento, exerceram o seu direito
constitucional de recorrer previsto no inciso LV, do artigo 5º da Constituição
Federal.
A par disto, o recurso em tela encontra sua hipótese de

cabimento no inciso II, do artigo 1.015, do Código de Processo Civil de 2015,
que assim dispõe:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões
interlocutórias que versarem sobre:
(...)
II - mérito do processo;
(...) (grifo nosso).
No caso em tela, a decisão ora agravada determinou o

declínio da competência para processar e julgar a causa ao Juizado Especial
Federal diante da divisão e individualização do valor da causa, que
corresponderia a um valor inferior a 60 salários mínimos.
Frisa-se que o pedido da presente demanda pauta-se

em indenização, fundada em Ação Ordinária de Responsabilidade
Obrigacional Securitária, ou seja, a questão de direito aqui discutida, a
causa de pedir, é essencialmente o direito a indenização proveniente

de seguro habitacional. Portanto, o pedido contempla, exclusivamente, o
pagamento de valor a título de indenização.
Desta forma, o valor da causa deve observar a

pretensão do autor, o pedido nos contornos conferidos pela causa de
pedir.
Ainda, conforme o entendimento dos Tribunais Pátrios, o

Juiz a quo não deve se basear unicamente no valor da causa para delimitar o
rito processual que tramitará a demanda, mas sim, analisar o verdadeiro valor
econômico da demanda, bem como sua complexidade, conforme se verifica:
“PROCESSUAL CIVIL.AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIFERENÇA

DE EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. DECLINIO DE COMPETÊNCIA
PARA O JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. RITO SUMÁRIO.
1.Regina Veiga de Carvalho interpôs agravo de instrumento
contra a decisão, que no curso da ação de cobrança que move
em face da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, determinou a
remessa dos autos à livre distribuição para um dos Juizados
Federais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, vez que a
competência dos Juizados, por ser absoluta, prevalece sobre a
escolha do rito pela autora (sumário), implicando na
incompetência do Juízo, para processar e julgar o feito.
2.A agravante propôs ação de cobrança, pelo rito sumário, com o
objetivo de receber as diferenças de rentabilidade em relação
aos expurgos ocorridos em sua caderneta de poupança,
esclarecendo que por não ter em mãos os extratos, não teve
como precisar o exato valor do benefício pretendido, tendo,
então, atribuindo como valor da causa R$ 1.000,00 (mil reais),
não tendo ocorrido qualquer intimação por parte do juízo, para
que emendasse a petição inicial, seja adequando o rito sumário
escolhido ao ordinário, seja atribuindo o valor da causa
condizente com a demanda em juízo comum, eis que a agravante
esclareceu não querer ter delimitado o seu direito de receber
integralmente os valores expurgados pela agravada, além de ter
demonstrado a necessidade de provas, documental
superveniente e contábil, para bem demonstrar o seu bom
direito.
3.O magistrado a quo, de plano, determinou a remessa dos autos
à livre distribuição para um dos Juizados Especiais Federais,
sem oportunizar que a parte autora promovesse a emenda à
petição inicial, e nem de ofício, convolou o rito de sumário para
ordinário, ou retificou o valor da causa, tal como se colhe no
entendimento da jurisprudência dominante, ensejando prejuízo
ao direito da autora: Neste sentido:“PROCESSO CIVIL. AÇÃO
INDENIZATÓRIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. PROCEDIMENTO.
ADOÇÃO DO RITO ORDINÁRIO AO INVÉS DO SUMÁRIO.
POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. PREJUÍZO. AUSÊNCIA.
INÉPCIA POR ESCOLHA INADEQUADA DE PROCEDIMENTO.
INOCORRÊNCIA. INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO. – A
jurisprudência do STJ acolhe entendimento no sentido de que,
inexistindo prejuízo para a parte adversa, admissível é a
conversão do rito sumário para o ordinário. Não há nulidade na
adoção do rito ordinário ao invés do sumário, salvo se
demonstrado prejuízo, notadamente porque o ordinário é mais
amplo do que o sumário e propicia maior dilação probatória. –
Não há inépcia da inicial pela adoção do rito ordinário para as
ações previstas no art.275 do Código de Processo Civil Recurso
especial conhecido, mas negado provimento.
(STJ REsp 737260/MG, nº 2005/0049673-2,Rel.Min.Nancy
Andrighi)
4.Oportuno transcrever parte do voto do Eminente
Desembargador Federal Benedito Gonçalves, por ocasião do
julgamento do conflito de competência nº 2002.02.01.041308-3,
muito semelhante ao presente caso, no qual decidiu-se pelo
prosseguimento do feito no juízo comum, onde a ação foi
originalmente proposta, sem prejuízo de eventual emenda à
petição inicial, verbis: “O valor da causa, em especial, passou a
ter nuances de extrema importância, pois, além de configurar,
em tese, o espelho da pretensão do direito material vindicado,
posiciona-se, igualmente, a sedimentar a competência do Juízo
(cf. TRF-1ª Região – CC 2002.01.00.031948-0, Rel. Des. Fed. João
Batista Moreira, DJU de 16/05/2003)”.“O escopo da declinatória
de competência, in casu, foi o valor atribuído à causa pelo
autor”“Contudo, há que se perquirir se tal valor é de fato aquele
que reflete o conteúdo econômico do pedido. Com efeito,
quando o autor propõe ação perante o Juizado Especial, está
concordando em renunciar ao montante que exceder a 60
salários mínimos, em prol da celeridade da prestação
jurisdicional, eis que a competência absoluta foi instituída em
favor do interessado.”“No caso em análise, ao revés, o autor
preferiu demandar no Juízo comum, ciente de que tal escolha
implica na delonga desta prestação, mas que, contudo, ao final,
fará jus ao montante total da condenação, que prima facie, não
se pode definir, sobretudo nas ações em que se busca a
recomposição de conta vinculada ao FGTS, especialmente
quando a inicial não está instruída com os extratos da referida
conta.”“Assim sendo, deve o feito ter prosseguimento no Juízo
Comum, onde a ação foi originariamente proposta, sem prejuízo
de eventual emenda à inicial, para que seja atribuída à causa
valor compatível com o conteúdo econômico da demanda. (...)”
5. Agravo de instrumento provido. ” (Grifou-se. TRF2. Agravo de
Instrumento 2009.02.01.002827-3. Relatora Desembargadora Federal
SALETE MACCALÓZ. Data do julgamento: 25/11/2009)1
Desta forma, Excelência, ao alterar o rito para do Juizado

Especial Federal, o Juiz a quo ao modificar o valor da causa, adentrou no
mérito da demanda, pois delimitou o valor da indenização pleiteada, efetuando,
indevidamente, um prévio julgamento, situação, essa, que gerará prejuízo de
grande monta aos ora Agravantes.
Diante de todo o exposto, resta demonstrado o cabimento

do presente Agravo de Instrumento, uma vez que, repita-se, no presente caso
a causa de pedir se origina no vício de construção o que dá azo ao direito de
indenização fundamentado no seguro habitacional contratado.
Desta forma, a decisão vergastada é passível de Agravo

de Instrumento, uma vez que, na forma do inciso II, do artigo 1.015, do Novo
Código de Processo Civil, porque o Juiz a quo fez, ainda, que
perfunctoriamente, análise de mérito, para alterar o valor da causa.
PRELIMINAR
1
http://www.trf2.gov.br/cgi-bin/pdbi?PRO=200902010028273&TOPERA=1
DO PRÉVIO CONTRADITÓRIO - VEDAÇÃO DE DECISÕES SURPRESAS
Em caráter preliminar, há que se destacar que a decisão

do Juiz a quo de fixar o valor da causa em R$ 14.285,71 (quatorze mil e
duzentos e oitenta e cinco mil reais, e setenta e um centavos) para cada autor,
e deslocar a competência para o Juizado Especial Federal, sem abrir prazo
para as partes se manifestarem, não observou o prévio contraditório
consagrado no artigo 9º do Novo Código de processo Civil:
“Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que
ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
(...).”
Como é cediço, inexiste o devido processo legal sem

contraditório. Atualmente, o contraditório é compreendido no trinômio
informação/reação/consideração, uma vez que as partes devem ser
previamente informadas, a fim de que possam apresentar sua visão sobre
diferentes situações processuais.
No caso concreto, importante, e, indispensável, é a

intimação prévia sobre a possibilidade de deslocar a competência para o
Juizado Especial, tendo em vista a complexidade da matéria e, principalmente,
a possibilidade de ver sua pretensão subtraída.
O prejuízo está exatamente na ausência de intimação

prévia da parte (informação), impossibilitando a apresentação de sua
manifestação (reação), a qual deveria ser analisada no momento da construção
da decisão sobre o deslocamento de competência (consideração).
Ainda, sempre que o campo de visão do Juiz alcançar

questão não constante daquele compartilhado pelas partes deverá dar-lhes
oportunidade para se manifestarem previamente sobre a situação (vedação de
decisões surpresas), é o que se depreende do dispositivo do Novo Código de
Processo Civil abaixo transcrito, senão vejamos:
“Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,

com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado
às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de
matéria sobre a qual deva decidir de ofício.”
Diante do exposto, tendo em vista os prejuízos que os

Agravantes terão com o deslocamento de competência, pugna-se pela nulidade
da decisão proferida, a fim de evitar a ocorrência de cerceamento de defesa e
possível violação ao devido processo legal.
DAS RAZÕES PARA REFORMA DA DECISÃO AGRAVADA

IMPOSSIBILIDADE DA ALTERAÇÃO DE RITO PROCESSUAL
Verifica-se que o Juiz a quo determinou a alteração do rito

processual.
Primeiramente, é preciso não se perder de vista a

finalidade da instituição dos Juizados Especiais, que é a de oferecer ao
jurisdicionado mais uma alternativa para que possa ter acesso à ordem jurídica
justa e célere.
O autor pode dirigir sua pretensão tanto ao juizado

especial quanto ao juízo comum, não se lhe podendo subtrair a possibilidade
de ver sua pretensão examinada em toda sua plenitude, com ampla defesa
garantida pelo artigo 5º, LV da CF/88.
No presente caso, a ação originária, proveniente da
Justiça Estadual, foi ajuizada em litisconsórcio por 07 (sete) autores, versando
sobre 07 (sete) contratos, tendo sido atribuído à causa o valor de
R$100.000,00 (cem mil reais), apenas como mera suposição do valor
pretendido, haja vista, a impossibilidade de quantificar o valor necessário
devido a cada mutuário no momento do seu ajuizamento, sendo necessária a
realização de prova pericial complexa.
Conforme será demostrado, obviamente que é inviável o

cumprimento da determinação, no que se refere à alteração de rito processual.
IMPOSSIBILIDADE DE RENÚNCIA DO DIREITO
Ao se ajuizar uma ação no Juizado, tanto Estadual quanto

no Federal, o jurisdicionado pode renunciar àquilo que exceda os limites de
valor da competência, ou seja, ainda que seu crédito ultrapasse os limites
legais, poderá o processo correr no Juizado, desde que abra mão do
excedente, o que não é o caso!
Cumpre salientar que para se determinar o quantum

indenizatório é necessária a realização de prova pericial complexa. Ainda,
desta indenização a ser apurada para o reparo do imóvel do Agravante, deverá
ser acrescido de juros, correção monetária, multa decendial de 2%, honorários
de sucumbência e todos os encargos inerentes ao eventual êxito da demanda.
No julgamento de casos análogos, as indenizações

superaram a alçada do Juizado Especial Federal, senão vejamos:
- Nos autos de nº 0016409-74.2004.8.24.0064 (064.04.016409-1), em trâmite
na 1ª Vara Cível de São José SC, em que são partes 10 (dez) mutuários , o
valor do Alvará totalizou R$ 1.381.138,00, e os valores individuais
superaram o valor de 60 salários mínimos:
(Preservado o nome das partes).
- Nos autos de nº 0002616-12.2005.8.24.0039 (039.05.002616-8), em trâmite

na 2ª Vara Cível de Lages SC, o valor do Alvará totalizou R$ 2.846.715,40, e
os valores individuais superaram o valor de 60 salários mínimos:
O valor da indenização, conforme já mencionado, só
poderá ser aferido por meio de laudo pericial complexo. Desta forma, o Juiz, ao
fixar o valor da demanda em R$ 10.000,00 (10 autores / 10 contratos) e, de
ofício, declinar a competência para processar e julgar a lide ao Juizado
Especial Federal Cível, está julgando parcialmente o mérito, estabelecendo
que a presente indenização não será fixada acima sessenta salários mínimos!
Restringindo o quantum, e limitando o direito da parte ao excedente.
Ocorre que os Agravantes não renunciaram ao

excedente da indenização que poderá ser fixada acima de sessenta
salários mínimos!
A renúncia implica em perda do direito e como tal, não se
pode presumir, dadas as consequências gravosas que traz para a parte. Ainda
que os Agravantes tivessem proposto esta ação no Juizado Especial Federal,
com valor superior ao de alçada (além de 60 salários mínimos), o Juiz deveria
primeiro ouvi-lo para que, expressamente renunciasse seu direito ao
excedente. Em caso de negativa EXPRESSA de renúncia de direito, seria
indeferida a petição inicial porque o Juizado não teria competência para a
causa. Isto porque o Juizado Especial Federal é competente para o
julgamento das causas em que o autor renuncia expressamente ao que
excede a sessenta salários mínimos.
No caso em tela, os Agravantes ingressaram com ação

na Justiça Estadual Comum por se tratar de causa em que há necessidade de
prova pericial complexa, e, principalmente, por saber que sua pretensão pode
ser superior ao valor de alçada do Juizado Especial Federal, direito este que o
Agravante em momento algum renunciaram!
A limitação do valor da indenização pelo Magistrado,

neste caso, implicou negativa de prestação jurisdicional, o que vai contra a
própria finalidade da criação dos juizados.
Ainda, em relação a atribuição do valor da causa em sede

de petição inicial, relevante se faz demonstrar a representação concedida aos
procuradores no presente caso, e a omissão do D. Magistrado ao deixar de
analisar a procuração, documento o qual contém a outorga de poderes, ou
seja, os poderes outorgados em procuração para o ajuizamento de Ação
Ordinária de Responsabilidade Obrigacional Securitária, compreendem aqueles
determinados na cláusula ad judicia, quais sejam os poderes para atuar "nos
processos judiciais", praticando atos gerais, necessários ao exercício da
representação do outorgante em juízo.
Os poderes inerentes ao advogado não abrangem os

poderes para renunciar ao direito sobre a qual se funda a ação, conforme prevê
o artigo 105 do Código de Processo Civil/2015:
“Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por

instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o
advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber
citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido,
transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a
ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar
declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar
de cláusula específica.”
É neste sentido que a limitação dada pelo Juiz a quo ao

valor da causa, ao analisar o mérito, indiretamente, incidirá sobre o resultado
útil do processo restringindo o valor da indenização pleiteada. E, por
conseguinte abrirá a possibilidade ao advogado atuar fora dos poderes a ele
delimitados, já que renunciará ao direito de receber o valor de justa
indenização, objeto de discussão da presente demanda, contrariando o
disposto no artigo 105 do CPC/2015.
Diante de todo o exposto, resta, evidente, a

impossibilidade de alteração do valor da causa, para remessa dessa ao
Juizado Especial Federal.
COMPLEXIDADE DA DEMANDA – NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE

PERÍCIA
Ainda, cumpre demonstrar que a presente causa possui
complexidade apta a afastar a competência dos Juizados Especiais Federais.
Conforme se verifica na legislação que contém a

atribuição da competência do juizado especial, o principal critério não é o limite
valorativo dos bens jurídicos que estão sub judice. Mas, principalmente a
menor complexidade da matéria envolvida da controvérsia, que realmente
servirá de parâmetro para então fixar a sua competência. Esta determinação
esta expressamente contida no art. 98, I da CF:
“Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os

Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e

leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a
execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos
oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a
transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de
primeiro grau; (...).”
No que pertine a intitulada menor complexidade, que

determina a competência do Juizado Especial, esclarece o DD. Juiz Federal
Júlio Emílio Abranches Mansur, que os Juízes dos Juizados do Rio de Janeiro
chegaram a um consenso sobre a questão, para os quais afirmam:
“... a menor complexidade não depende tanto do valor da causa

ou da natureza da matéria, sendo mais importante considerar o
grau de complexidade da produção das provas”.
Neste sentido, a definição de complexidade é tudo aquilo
o que abrange ou encerra muitos elementos ou partes, o que é confuso,
complicado, intricado ou observável sob vários aspectos. É evidente que toda a
questão que se discute na lide, e não só o valor da causa, é que determina e
orienta o trabalho dos Juizados, de forma que poderá requerer a produção de
elementos de convicção impossíveis de serem obtidos na curta instrução do
procedimento sumaríssimo.
Sob esta égide, é forçoso concluir que sempre que a

matéria discutida no âmbito do JEC versar por questões por demais
controvertidas, é necessário que seja declinada a sua competência para a
jurisdição comum. Em vista da complexidade da prova a ser angariada, ou da
elucidação do tema que esta sendo foco da lide, como preceituava o art. 277,
§§4º e 5º CPC/73:
“Art. 277. O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada

no prazo de trinta dias, citando-se o réu com a antecedência mínima
de dez dias e sob advertência prevista no § 2º deste artigo,
determinando o comparecimento das partes. Sendo ré a Fazenda
Pública, os prazos contar-se-ão em dobro.§ 4º O juiz, na audiência,
decidirá de plano a impugnação ao valor da causa ou a controvérsia
sobre a natureza da demanda, determinando, se for o caso, a
conversão do procedimento sumário em ordinário. .§ 5º A
conversão também ocorrerá quando houver necessidade de prova
técnica de maior complexidade.” (grifou-se)
Entretanto, ainda que o dispositivo não esteja consignado

no Código de Processo Civil 2015 é relevante registrar o supramencionado, em
vista da sua vasta aplicação.
Ainda que assim não fosse, há disposição no artigo 3.º da
Lei 9.099/95 do Juizado Especial Civil, expresso ao prever a sua competência
para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor
complexidade.
No presente caso, contudo, a complexidade é evidente. A

modalidade de prova necessária, qual seja, a pericial, traduz-se em modalidade
probatória complexa e incompatível com o procedimento célere e simplificado
do Juizado Especial Federal, razão pela qual essencial a manutenção do
processo na instância que possibilite a realização de prova pericial. Isso
porque, é necessária a participação de técnicos com especialidade em
Engenharia Civil para realização dos trabalhos, inclusive com a indicação de
assistentes técnicos de ambas as partes no momento da perícia, tudo para se
apurar a ocorrência de vícios de construção.
Deste modo, como o pedido de indenização formulado

pelos Agravantes depende da produção de tal prova complexa, fica evidente
que a presente causa não comporta apreciação por parte do Juizado Especial
nos termos do disposto na Lei Federal 9.099/95.
É neste sentido que deve ser reconhecida a

aplicabilidade do artigo 1º da Lei nº 10.259/2001, que versa sobre os
Juizados Especiais Federais, a qual determina a aplicação da Lei nº
9.099/1995:
“Art. 1o São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais

da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com
esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.”
Ainda que assim não fosse, importante se faz demonstrar
a existência de Enunciado editado pelo FONAJEF – Fórum Nacional dos
Juizados Especiais Federais, nº 91, que dispõe acerca da competência dos
Juizados Especiais Federais em demandas de alta complexidade:
Enunciado FONAJEF 91
Os Juizados Especiais Federais são incompetentes para julgar

causas que demandem perícias complexas ou onerosas que não
se enquadrem no conceito de exame técnico (art. 12 da Lei nº
10.259/2001).
Ressalte-se que entendimento contrário em relação a

necessidade da perícia, resulta na violação dos princípios constitucionais do
contraditório, ampla defesa, eis que a possibilidade dos Agravantes de
comprovar a existência de seus direitos restará prejudicada. Este é o
entendimento jurisprudencial:
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL. VARA CÍVEL. COMPLEXIDADE. PERÍCIA.
1. Da conjugação dos artigos 3º e 17, parágrafo 4o da Lei nº
10.259/01, infere-se, a uma, que, eventual renúncia deve ser
expressa, e não tácita, por se tratar de tema envolvendo
disponibilidade patrimonial, o que não se presume; a duas, que o
valor, para efeito de determinação da competência do Juizado
Especial Cível Federal, está atrelado a uma quantia certa, e
determinada pela parte autora, e não como, in casu, incerta,
como esclarecido por este; a três, que a competência absoluta (§
3o, art. 3o Lei 10.259/01) foi instituída em favor do interessado, e
não como forma de prejudicar os seus direitos, pelo que cabe a
este optar pelo Juízo mais conveniente, sendo interditado à parte
ré, este o sentido da norma, obstar a referida opção, possuindo
aquele o caráter concorrente, nestes termos, e não excludente; e,
por derradeiro, que exegêse diversa da exposta, implicaria em
vulnerar o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional,
bem como o acesso efetivo à mesma. 2. À luz do disposto no art.
98, I da CF, devendo tal complexidade ser entendida como tudo
aquilo que torne mais intrincada a solução do litígio, de modo a
tornar inócuo o célere rito adotado perante os Juizados
Especiais. 3. No caso em tela, para que fosse possível verificar
as reais condições do imóvel, seria necessária ao
convencimento do Juízo a realização de perícia de engenharia no
local, para verificação da situação atual do imóvel. 4. Diante da
evidente complexidade da causa, especialmente no que tange à
produção de provas, forçoso se reconhecer a incompetência
deste Juizado para julgar o presente feito, estando configurada a
hipótese do artigo 115, II, do Código de Processo Civil. 5.
Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo
Suscitado. (TRF-2 - CC: 201102010142659, Relator:
Desembargadora Federal VERA LUCIA LIMA, Data de
Julgamento: 25/04/2012, OITAVA TURMA ESPECIALIZADA, Data
de Publicação: 28/05/2012). (Grifo nosso).
Portanto, no presente caso, por se tratar de tema

complexo, bem como a existência de prova complexa, e, cuja instrução
processual implica na dilação probatória, de ordem técnica, a presente
demanda não deve ser remetida ao Juizado Especial Federal.
QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA – INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA
JUSTIÇA FEDERAL PARA JULGAR O FEITO
Há que se destacar a questão de ordem pública atinente à

incompetência dessa Justiça Federal para o conhecimento desta demanda,
uma vez que a Caixa Econômica Federal apenas pode integrar as ações que
discutem a Apólice Única do Seguro Habitacional (“ramo 66”) na qualidade de
Assistente Simples, recebendo o feito no estado em que se encontra, nos
termos do artigo 50, do Código de Processo Civil de 1973, artigo 119 do Novo
Código de Processo Civil, senão vejamos:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. SFH. SEGURO. AÇÃO

INDENIZATÓRIA. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. INTERESSE.
INTERVENÇÃO. LIMITES E CONDIÇÕES. INCIDENTE DE
PROCESSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC.
1. Nas ações envolvendo seguros de mútuo habitacional no âmbito do
Sistema Financeiro Habitacional – SFH, a Caixa Econômica Federal –
CEF – detém interesse jurídico para ingressar na lide como
assistente simples somente nos contratos celebrados de
02.12.1988 a 29.12.2009 – período compreendido entre as edições
da Lei nº 7.682/88 e da MP nº 478/09 – e nas hipóteses em que o
instrumento estiver vinculado ao Fundo de Compensação de
Variações Salariais – FCVS (apólices públicas, ramo 66).
2. Ainda que compreendido no mencionado lapso temporal, ausente a
vinculação do contrato ao FCVS (apólices privadas, ramo 68), a CEF
carece de interesse jurídico a justificar sua intervenção na lide.
3. O ingresso da CEF na lide somente será possível a partir do
momento em que a instituição financeira provar
documentalmente o seu interesse jurídico, mediante
demonstração não apenas da existência de apólice pública, mas
também do comprometimento do FCVS, com risco efetivo de
exaurimento da reserva técnica do Fundo de Equalização de
Sinistralidade da Apólice – FESA, colhendo o processo no
estado em que este se encontrar no instante em que houver a
efetiva comprovação desse interesse, sem anulação de nenhum
ato anterior.
4. Evidenciada desídia ou conveniência na demonstração tardia do
seu interesse jurídico de intervir na lide como assistente, não poderá
a CEF se beneficiar da faculdade prevista no art. 55, I, do CPC.
5. Na hipótese específica dos autos, tendo o Tribunal Estadual
concluído pela ausência de vinculação dos contratos de seguro ao
FCVS, inexiste interesse jurídico da CEF para integrar a lide.
6. Embargos de declaração parcialmente acolhidos, com efeitos
infringentes. (Grifou-se)
O julgamento do recurso supracitado, realizado em

caráter de julgamento repetitivo, firmou o entendimento acerca da intervenção
da Caixa Econômica Federal nos feitos em que se discute o Seguro
Habitacional atrelado ao Sistema Financeiro de Habitação como Assistente
Simples, sem deslocamento de competência.
Essa situação ocorre uma vez que inexistindo relação

jurídica entre os mutuários e a Caixa Econômica Federal, essa apenas poderá
ingressar na demanda como Assistente Simples, sem anulação de nenhum ato
praticado anteriormente, bem como, não havendo qualquer possibilidade de
deslocamento de competência, conforme verifica-se na decisão proferida pelo
Superior Tribunal de Justiça2:
“Em primeiro lugar, como nos seguros habitacionais inexiste

relação jurídica entre o mutuário e a CEF (na qualidade de
administradora do FCVS), conclui-se que a intervenção da
instituição financeira se dará na condição de assistente simples
e não de litisconsorte necessária.
[...]
Além disso, por se tratar de assistência simples, a CEF, nos
termos do art. 50, parágrafo único, do CPC, receberá o processo
no estado em que se encontrar no momento em que for
efetivamente demonstrado o seu interesse jurídico, sem
anulação dos atos praticados anteriormente.
2
STJ. EDCl nos EDCl no REsp nº 1.091.393-SC. 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça.
Ministra Relatora original: Maria Isabel Galotti. Ministra Relatora Convocada: Nancy Andrighi.
Julgado em 10 de outubro de 2012, publicado no DJE 14/12/2012.
[...]
Ao eleger a assistência como a única modalidade de intervenção
de terceiro admissível a qualquer tempo e grau de jurisdição, o
legislador fixou como contrapartida necessária e indissociável
que o assistente receba o processo no estado em que esse se
encontrar, não contemplando, pois, a hipótese de deslocamento
da competência” (Grifou-se)
Informa-se, ainda, que em 13/08/2014 houve a publicação

do acórdão dos Edcl nos Edcl nos Edcl no Resp 1.091.393 – SC, opostos pela
Caixa Seguradora e Caixa Econômica Federal, os quais foram rejeitados,
mantendo a decisão anterior, conforme verifica-se:
“PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

CONTRADIÇÃO, OMISSÃO E OBSCURIDADE. AUSÊNCIA.
IRRESIGNAÇÃO DA PARTE. EFEITOS INFRINGENTES.
IMPOSSIBILIDADE.
1. A atribuição de efeitos modificativos aos embargos
declaratórios é possível apenas em situações excepcionais, em
que sanada a omissão, contradição ou obscuridade, a alteração
da decisão surja como consequência lógica e necessária.
2. Não há previsão no art. 535 do CPC, quer para reabertura do
debate, quer para análise de questões não abordadas nos
acórdãos recorridos, notadamente quando fundados os
embargos de declaração no mero inconformismo da parte.
3. Embargos de declaração no recurso especial rejeitados” 3
Desta forma, conservou-se a determinação de que a

Caixa Econômica Federal apenas terá interesse no feito nas hipóteses em
que restar cabalmente provado que o FCVS será afetado! Isso porque, para
que se efetue o pagamento das indenizações devidas, primeiramente, utilizar-
3
STJ. EDCl nos EDCl nos EDCl no REsp nº 1.091.393-SC. Ministra Nancy Andrighi. Julgado
em 11 de junho de 2014.
se-á do capital das próprias seguradoras. Caso estas não consigam arcar com
as indenizações, se fará uso dos valores da Conta Movimento e, se após, em
sendo esses insuficientes, dos valores aplicados no FESA, sendo que,
somente em última e remotíssima hipótese serão utilizados os valores
aplicados no FCVS.
Além disso, recentemente, o Superior Tribunal de Justiça,

após ser provocado pela interposição de agravo em recurso especial, deu
provimento ao recurso a fim reformular o entendimento anteriormente proferido
e de determinar a competência da Justiça Estadual para julgar a lide, senão
vejamos:
“AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. SEGURO HABITACIONAL.

INTERESSE JURÍDICO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. FALTA
DE PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA ESTADUAL. INCIDENTE DE PROCESSO REPETITIVO.
ART. 543-C DO CPC. AGRAVO CONHECIDO PARA DAR
PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL.” (STJ –
AREsp626960/PR – Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze – Dje:
03/12/2015).
Assim é indiscutível a absoluta incompetência da Justiça

Federal para julgar a presente demanda, razão pela qual, a fim de evitar a
futura nulidade do feito, requer o reconhecimento da absoluta incompetência da
Justiça Federal com a retorno dos autos à Vara Cível de origem.
DO PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO E DO CABIMENTO DO PRESENTE

AGRAVO DE INSTRUMENTO
No caso dos autos, é cabível o Agravo de Instrumento
porque a decisão agravada, caso produza efeitos, causará lesão grave aos
Agravantes, na medida em que após a remessa, indevida, dos autos ao
Juizado Especial Federal, estes não poderão retornar a Vara de Origem, sendo
o processo extinto sem julgamento do mérito.
Sendo assim, evidente o transtorno e a violação à

economia processual que ocorrerá em caso de alteração ao valor da causa nos
autos, bem como o prejuízo aos Agravantes, os quais litigam há anos e não
poderá continuar o processo na Vara de origem. Uma vez que com a alteração
de rito para a do Juizado Especial, caso reconhecida sua incompetência,
deverão os Agravantes propor novamente a demanda.
Nesse passo, o artigo 1.019, inciso I, do Código de

Processo Civil, garante ao Relator a possibilidade de conceder efeito
suspensivo ao agravo de instrumento.
Portanto, sendo a decisão agravada suscetível de causar

aos Agravantes lesão grave e de incerta ou difícil reparação, mostra-se
perfeitamente cabível o presente Agravo de Instrumento, assim como a
concessão do almejado efeito suspensivo.
Ademais, não se pode dizer que haverá prejuízo a

qualquer dos litigantes, caso o almejado efeito suspensivo seja concedido, uma
vez que é célere o processamento do presente recurso.
DO REQUERIMENTO
Assim sendo, e considerando as questões de direito

articuladas no corpo da presente peça, requer-se digne-se Vossa Excelência a:
a) Receber e deferir a formação do presente Agravo de
Instrumento;
b) Seja concedido o efeito suspensivo, de modo que a

decisão agravada não produza efeitos jurídicos diante da possibilidade de
tumulto ao normal andamento do processo, bem como em face do relevante
risco de causar danos difícil reparação aos Agravantes;
c) Sejam as Agravadas intimadas na pessoa de seus

advogados, para, querendo, apresentarem resposta ao presente recurso, no
prazo legal;
d) Requer, preliminarmente, o reconhecimento da

absoluta incompetência da Justiça Federal com a remessa dos autos à Vara
Cível de origem.
e) Cumpridos os trâmites recursais, requer o provimento

do presente recurso, para:
e.1. anular a decisão agravada por não observância ao

prévio contraditório;
e.2. reformar a decisão para o fim de reconhecer a

incompetência absoluta do Juizado Especial Federal para julgamento da
demanda por todos as questões de direito debatidas ao longo do presente,
mantendo-se a competência afinal do Juízo Comum Federal.
f) Reitera-se o benefício da assistência judiciária gratuita,

requerido na inicial, conforme disposto na Lei 1.060/50.
g) Requer-se também seja determinada à Secretaria
desta Turma para que todas as publicações e intimações relativas ao presente
feito e destinadas aos ora Agravantes sejam realizadas exclusivamente em
nome da advogada Louise Rainer Pereira Gionédis (OAB/PR nº 8.123), sob
pena de nulidade.
Finalmente, em decorrência do disposto no §3º do artigo

43 da Resolução n.º 17 do Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o
Agravante deixa de cumprir o disposto no artigo 1.015 do Código de Processo
Civil, uma vez que o sistema eletrônico lançará automaticamente um registro
nos autos originários.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Curitiba, 18 de setembro de 2022.
SANDRO RAFAEL BONATTO (OAB-PR 22.788)

ADELIN SILVINO - Agravo de Instrumento - Art 9 e 10 - JF - Incompetência Do JEF - PJ 164822

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ADELIN SILVINO - Agravo de Instrumento - Art 9 e 10 - JF - Incompetência Do JEF - PJ 164822

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PJ 264822

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

SOB A ÉGIDE DA JUSTIÇA GRATUITA

ADELIN SILVINO, já devidamente qualificado nos autos

Em atenção ao disposto no §2º do artigo 43 da Resolução

Para os efeitos do artigo 1.016, IV, do Código de

SANDRO RAFAEL BONATTO (OAB-PR 22.788)

RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

BREVE HISTÓRICO DOS FATOS

Os Agravantes, pessoas humildes e moradores de

Tais residências foram adquiridas através do Sistema

A demanda foi proposta inicialmente por sete mutuários

A Justiça Estadual declinou da competência em favor da

Por sua vez, o Juízo Federal entendeu por remeter o feito

Entretanto, o Juiz a quo ao decidir, ex officio, sua

Por esta questão de direito, a decisão ora agravada deve

DO CABIMENTO DO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO

O presente recurso é interposto contra decisão que

Antes de tudo, registre-se que os Agravantes, ao

A par disto, o recurso em tela encontra sua hipótese de

No caso em tela, a decisão ora agravada determinou o

Frisa-se que o pedido da presente demanda pauta-se

causa de pedir, é essencialmente o direito a indenização proveniente

Desta forma, o valor da causa deve observar a

Ainda, conforme o entendimento dos Tribunais Pátrios, o

“PROCESSUAL CIVIL.AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIFERENÇA

Desta forma, Excelência, ao alterar o rito para do Juizado

Diante de todo o exposto, resta demonstrado o cabimento

Desta forma, a decisão vergastada é passível de Agravo

Em caráter preliminar, há que se destacar que a decisão

Como é cediço, inexiste o devido processo legal sem

No caso concreto, importante, e, indispensável, é a

O prejuízo está exatamente na ausência de intimação

Ainda, sempre que o campo de visão do Juiz alcançar

“Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,

Diante do exposto, tendo em vista os prejuízos que os

DAS RAZÕES PARA REFORMA DA DECISÃO AGRAVADA

Verifica-se que o Juiz a quo determinou a alteração do rito

Primeiramente, é preciso não se perder de vista a

O autor pode dirigir sua pretensão tanto ao juizado

Conforme será demostrado, obviamente que é inviável o

IMPOSSIBILIDADE DE RENÚNCIA DO DIREITO

Ao se ajuizar uma ação no Juizado, tanto Estadual quanto

Cumpre salientar que para se determinar o quantum

No julgamento de casos análogos, as indenizações

- Nos autos de nº 0002616-12.2005.8.24.0039 (039.05.002616-8), em trâmite

Ocorre que os Agravantes não renunciaram ao

No caso em tela, os Agravantes ingressaram com ação

A limitação do valor da indenização pelo Magistrado,

Ainda, em relação a atribuição do valor da causa em sede

Os poderes inerentes ao advogado não abrangem os

“Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por

É neste sentido que a limitação dada pelo Juiz a quo ao

Diante de todo o exposto, resta, evidente, a

COMPLEXIDADE DA DEMANDA – NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE

Conforme se verifica na legislação que contém a

“Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e

No que pertine a intitulada menor complexidade, que

“... a menor complexidade não depende tanto do valor da causa

Sob esta égide, é forçoso concluir que sempre que a

“Art. 277. O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada