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ILUSTRÍSSIMO(A) SENHOR(A) SERVIDOR(A) DA CEAB – RECONHECIMENTO DE

DIREITO DA SR-IV

MARIA DE LURDES SILVA DE SOUSA, ...., por seu procurador in fine assinado, vem
requerer a concessão de BENEFÍCIO ASSISTENCIAL AO IDOSO, o que faz pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos.

1. SÍNTESE DOS FATOS E FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

A parte requerente, nascida em 15 de abril de 1957, conta atualmente com 65 (sessenta e


cinco) anos e mora com seu esposo em uma residência própria. A única fonte de renda do grupo
familiar é a aposentadoria seu marido, no valor de um salário mínimo, de modo que não possui meios
de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família, nos termos do artigo 20 da Lei
8.742/93, conforme CADUNICO atualizado em 17.05.2022.

Com efeito, o artigo 20, §3, da citada lei estabelece que terá direito ao benefício a pessoa com
deficiência ou a pessoa idosa com renda familiar per capita igual ou inferior à ¼ (um quarto) do
salário mínimo.

Em continuação, o § 12, do artigo 20, da Lei 8.742/93 prevê que são requisitos para a
concessão, a manutenção e a revisão do benefício as inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e
no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - Cadastro Único.

Pois bem. Em razão da idade avançada da requerente, o exercício de qualquer atividade


laboral está gravemente prejudicado. Como já afirmado a única fonte de renda do grupo familiar é a
aposentadoria do seu esposo, no valor de um salário mínimo.

Atualmente o salário mínimo está em R$ 1.212,00 (um mil, duzentos e doze reais). O valor da
renda per capita é de R$ 606,00 (seiscentos e seis reais). Ademias, importante destacar que a renda do
seu esposo, pessoa maior de 65 (sessenta e cinco) anos, deve ser excluída do cálculo.

A valer, existem normais internas do INSS que determinam que os benefícios


previdenciários e assistenciais no valor de até salário-mínimo devem ser excluídos do
cálculo da renda familiar para fins de concessão e manutenção de benefício assistencial.

A Portaria nº 1.2821, de 22 de março de 2021, estabelece que não será computado para
o cálculo da renda per capita familiar o benefício previdenciário de até um salário-mínimo
(...) diante do disposto no § 14 do art. 20 da Lei nº 8.742, 7 de dezembro de 1993, incluído
pela Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020.

Antes mesmo da edição da citada portaria, já havia em vigor a Portaria n° 3742, de 05


de maio de 2020, com teor parecido, vejamos:

1
Disponível em: https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-1.282-de-22-de-marco-de-2021-310077600
2
Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-374-de-5-de-maio-de-2020-255375624
Art. 2º A partir de 2 de abril de 2020, os valores recebidos por componentes do
grupo familiar, idoso, acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade, ou pessoa com
deficiência, de BPC/LOAS ou de benefício previdenciário de até um salário-
mínimo, ficam excluídos da aferição da renda familiar mensal per capita para
fins de análise do direito ao BPC/LOAS.

Cita-se ainda que a Suprema Corte, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 580.963/PR,


consolidou o entendimento, com Repercussão Geral reconhecida, de que
“benefício assistencial ou previdenciário de até um salário-mínimo, pago a idoso, ou
aposentadoria por invalidez de valor mínimo, paga à pessoa de qualquer idade, não
deverão ser considerados para fins de renda per capita, devendo-se excluir tanto a
renda quanto a pessoa do cômputo para aferição do requisito”.

Por fim, muito embora não seja vinculativa no âmbito administrativo, a jurisprudência
caminha no sentido de que não deve ser considerado, para fins de renda familiar, o benefício
previdenciário até o limite de um salário mínimo, qualquer que seja o tipo, independentemente de
idade do beneficiário.

Portanto, não deve ser utilizada a renda auferida pelo esposo da requerente, mormente quando
essa decorre de benefício previdenciário no valor de um salário mínimo, devendo ser excluída do
cálculo da renda per capita do grupo familiar, viabilizando a concessão do benefício assistencial.

Desse modo, com a exclusão desses dois benefícios, o grupo familiar fica em situação de
extrema dificuldade financeira. Portanto, requer a concessão do Benefício Assistencial ao Idoso, haja
vista preencher todos os requisitos legais para o seu recebimento, a saber: idade e renda.

2. REQUERIMENTO

Ante o exposto, requer. em caso de necessidade, a emissão de exigência para suprir falta ou
insuficiência de quaisquer documentos. No mérito, a concessão do benefício assistencial ao idoso, a
partir da data do agendamento do requerimento administrativo.

Nesses termos, pede deferimento.

HERICSON TOLEDO LOPES SILVA


Advogado - OAB/MA 23.062

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