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DIREITO TRIBUTÁRIO

Prof. Victor Hugo Rodrigues da Silva


victor@vedadvocacia.com.br
@foraobino
99902-7888
AULA – 28.06.2022

 REVISÃO DE CONTÉUDO
 PARA PROVA - PO2
ILÍCITO TRIBUTÁRIO
O ilícito tributário é decorrente da violação da legislação
tributária, como, por exemplo, o descumprimento da obrigação
principal ou assessória.

Tributo não se confunde com penalidade.

O tributo tem por finalidade a arrecadação de numerário para o


Estado.

A penalidade visa a observância da norma jurídica.


O ilícito tributário pode compreender 3 espécies:

• Infração tributária: inobservância da legislação tributária,


como ocorre com o pagamento incorreto do tributo;
• Infração tributária e penal: irá ocorrer quando o contribuinte
vem a burlar a legislação com o objetivo de não pagar o
tributo. O fisco irá apurar o tributo e aplicar a penalidade
cabível, mas também haverá crime, como, por exemplo, de
sonegação fiscal;
• Infração penal: quando o fato praticado implicar apenas em
violão à lei penal, como do fiscal que exige tributo que sabe
indevido;
Dica de

Infrações à legislação tributária implicam, via de regra, sanções


administrativas.
São aplicadas multas moratórias, devidas em razão da simples
extrapolação do prazo de vencimento do tributo quando verifica
a ocorrência de alguma irregularidade maior.
Por vezes, contudo, o legislador criminaliza determinadas
condutas que apresentam especial caráter ofensivo, exigindo
inibição e repressão mais intensas.
Assim é que passam a configurar crime, dando ensejo inclusive
à aplicação de penas privativas de liberdade, sem prejuízo das
sanções administrativas a que estão sujeitas.
DIREITO PENAL TRIBUTÁRIO

O Direito Penal Tributário irá cuidar dos crimes pela transgressão de


leis tributárias.
Algumas condutas são previstas como crime no próprio Código
Penal, outras em leis esparsas.

No Código Penal:
Há crimes que são realmente tributários, como contrabando,
descaminho, falsificação de papéis públicos.
Existem outros crimes que são indiretamente decorrentes de matéria
tributária, como excesso de exação, prevaricação, falsidade.
 Contrabando (art. 334, CP): é a importação ou exportação
de mercadoria proibida (ilícita). Há dolo genérico do agente Ex.: armas

na prática do ato;

 Descaminho (art. 334-A, CP): iludir no todo ou em parte o Ex.: vinho


pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, saída acima do
ou consumo de mercadoria (lícita). Ex.: vinho superior ao limite
permitido
limite permitido por lei;

 Falsificação de papéis públicos (art. 293, I, CP): falsificar, Ex.: simular a


fabricando ou alterando selo destinado a controle tributário, autenticação
bancária em
papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado uma DARF
à arrecadação de tributo.
 Concussão (art. 316, CP): quando o fiscal exige para si ou Ex.: se utiliza de
meios
para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da intimidatórios
função ou antes de assumi-la, vantagem indevida; ou violentos
para não
fiscalizar
empresa
 Corrupção passiva (art. 317, CP): quando o fiscal solicitar ou Ex.: faz um
receber para si ou para outrem, direta ou indiretamente, pedido de
valores em troca
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, vantagem de deixar de
indevida; fiscalizar o
estabelecimento

Ex.: deixa de
 Prevaricação (art. 319, CP): retardar ou deixar de praticar, efetuar o
lançamento de
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo conta disposição um crédito
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal; tributário
 Excesso de exação (art. 316, §1° CP): quando o fiscal exige Ex.: realizar
cobrança em
tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber público de
indevido, ou quando devido, emprega na cobrança meio maneira
grosseira
vexatório ou gravoso;

Ex.: divulgação
 Violação de segredo funcional (art. 325,CP): revelar fato de de dados do
que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer contribuinte
cobertos por
em segredo, ou facilitar-lhe a revelação; sigilo

 Apropriação indébita genérica (art. 168, CP): tomar para si Ex.: reter IR na
fonte do
algo que não lhe pertence, apropriando-se de coisa alheia empregado e
móvel, de que tem a posse ou a detenção; não repassar ao
fisco
 Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A, CP): deixar Ex.: empresa
desconta INSS e
de repassar à previdência social as contribuições recolhidas não repassa ao
dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional; órgão
previdenciário

Ex.: deixar de
 Sonegação de contribuição previdenciária (art. 317-A, CP): lançar na
contabilidade da
consiste em suprimir ou reduzir contribuição social empresa as
previdenciária e qualquer assessório mediante omissão em quantias
descontadas dos
folha; segurados
IMPOSTO ISS
Nome Imposto sobre serviços de qualquer natureza

Artigos Art. 156, III, CF;


Decreto n° 406/68 e LC n° 116/2003;
Competência e sujeito ativo

Foram estabelecidos no art. 156, III, CF:

“ICMS”
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,


definidos em lei complementar.
Cabem ao Distrito Federal os impostos municipais (art. 147, CF).

Assim os mais 5.500 municípios brasileiros e mais o DF editarão suas leis


ordinárias instituidoras do ISS em consonância com uma Lei
Complementar (nacional). “regramentos de alguns aspectos dessa imposição fiscal restringindo a
liberdade do legislador municipal, considerando a existência de mais de 5.500
municípios”
Não raro, encontramos municípios de pequena extensão que, por
receberem valores razoáveis a título de repartição tributária não tem
condições de cobrar o ISS.
Sujeito passivo

Segundo o art. 5° da LC n° 116/03:

Art. 5o Contribuinte é o prestador do serviço.

 Na condição de empresa (ex.: hotel);

 Na condição de profissional autônomo (ex.: dentista, médico,


contador, advogado);
Dica de

Não são considerados contribuintes, à luz do art. 2°, II, da LC


n° 116/03:

Art. 2o O imposto não incide sobre:


[...]
II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores
avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho
fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos
gerentes-delegados;
Fato gerador

É a prestação – por empresa ou profissional autônomo, com ou


sem estabelecimento fixo – de serviços constantes na lista
anexa à Lei Complementar n° 116/03. Não institui o imposto
apenas estabelece regras. Por que?

Enumera aproximadamente
230 serviços, divididos em 40
itens.

Em regra o ISSQN é devido ao município do estabelecimento do


prestador de serviço.
IMPOSTO ICMS
Nome Imposto sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre a prestação de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação
Artigos Art. 155, II, CF;
Lei Complementar n° 87/96 (Lei Kandir) e
alterações;
Competência e sujeito ativo

Foram estabelecidos no art. 155, II, CF:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos


sobre:
[...]
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;

Sucessor do antigo Imposto de Vendas e Consignações (IVC).

Representa 80% da arrecadação dos Estados.


Sujeito passivo

A CF/88 determina expressamente que competirá a Lei


Complementar a definição dos contribuintes, pelo que coube ao
art. 4° da LC n° 87/96:

Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize,


com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial,
operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior.
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que,
mesmo sem habitualidade ou intuito comercial:
I – importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua
finalidade;
II - seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se
tenha iniciado no exterior;
III – adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou
abandonados;
IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de
petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não
destinados à comercialização ou à industrialização.
Dicas de

• ICMS e substituição tributária “para a frente” (progressiva):


escolha de uma terceira pessoa para recolher o tributo antes
da ocorrência do FG, em uma nítida antecipação de
recolhimento perante um FG presumido. Ex.: veículo que sai do
fabricante com ICMS pago, mesmo que o FG ocorrerá somente depois, com a Para ler mais sobre
Substituição Tributária
venda;
(ICMS-ST) acesse o
link:
• ICMS e substituição tributária “para trás” (regressiva):
https://receita.fazend
marcada pela ocorrência de um FG em momento anterior ao a.rs.gov.br/lista/3806/
pagamento do tributo, cuja efetivação foi postergada por substituicao-tributaria
conveniência do Fisco que vê na terceira pessoa maior
aptidão para efetuar o pagamento. Ex.: produtor rural de leite cru que
distribui para a empresa de laticínios, o escolhido para pagar é a empresa de
laticínios, ainda que o FG ocorreu lá atrás;
Fato gerador

A base nuclear é a “circulação de mercadoria ou prestação de


serviço”, podendo assim ser subdivididos:

• Sobre a circulação de mercadorias;


• Prestação de serviços de transporte (interestadual e
intermunicipal);
• Serviços de comunicação;
 Circulação: não é mera movimentação física, mas sim
transferência de titularidade (circulação jurídica);

 Mercadoria: coisa que se constitui objeto de uma venda, pois


o que o define é a destinação (decorre da habitualidade ou do
volume típico de comércio);

 Serviços de transporte (interestadual e intermunicipal):


excluído, via de regra, o transporte dentro do município
(inframunicipal);

 Serviços de comunicação: são a geração, a emissão, a


recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a
ampliação de comunicação de qualquer natureza;
Base de cálculo

A base de cálculo pode ser:

a) Valor da operação (circulação de mercadorias);


b) Preço do serviço (no transporte e comunicação);
c) Valor da mercadoria ou bem importado (acrescido de IPI,
IOF, II e demais despesas aduaneiras);
Alíquotas

O Senado Federal tem duas atribuições relativas ao ICMS, que


devem ser adotadas mediante Resolução:

• Fixação obrigatória de alíquotas para operações


interestaduais e de exportação;
• Fixação facultativa de alíquotas mínimas e máximas para fins
de solução de conflitos entre os Estados;

Vale a pena esclarecer que as alíquotas variam de acordo com a


mercadoria ou serviço, podendo ir de 7% a 35%.
SELETIVIDADE

Caso as operações contem com movimentações internas, a


alíquota do ICMS é a do estado onde isso ocorre, e geralmente
varia de 17% a 19%.
FLUXO SIMPLIFICADO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
LANÇAMENTO

O lançamento é o ato praticado pelas autoridades fiscais para


formalização do crédito tributário e está previsto no art. 142 do
CTN:
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o
crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
Decorre do princípio da
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do
INDISPONIBILIDADE dos
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação bens públicos, pois o
da penalidade cabível. crédito representa
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e valores que deverão
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. ingressar nos cofres
públicos e a sua
cobrança é
IRRENUNCIÁVEL.
REVISÃO DE LANÇAMENTO

A revisibilidade do lançamento se divide em 2 subtópicos: (antes da notificação


regular – aviso de
lançamento ou carnê
de cobrança - é
• Lançamento revisível (art. 145, CTN): possível todo o tipo de
alteração)

Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser (defesa ou reclamação
alterado em virtude de: na órbita adm.)
I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício; (rejulgamento da decisão
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no de 1ª instância)
artigo 149.

(lista taxativa de
normas limitadoras
Ex.: fraude, simulação,
inexatidão, omissão,
etc.)
Proibição de revisão de lançamentos já
efetuados, com suporte na alegação de
existência de “erros de direito” qto.
ao fato gerador ocorrido.
• Lançamento revisível (art. 146, CTN): Ou seja, critério jurídico novo
escolhido pelo Fisco só poderá ter
efeitos no futuro, prestigiando a boa-
fé do contribuinte.

Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão


administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade
administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em
relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido
posteriormente à sua introdução.

Súmula n° 227, do extinto TFR


“A mudança de critério jurídico adotada pelo fisco não
autoriza a revisão de lançamento”.
* Não se dá de forma
automática, precisa
ser constituído, e se
dá através da prática
do lançamento.

Fato Obrigação Crédito


Gerador Tributária Tributário

*Lançamento
Possui dupla
declara função: constitui
MODALIDADES DE LANÇAMENTO

Lançamento é ato ou procedimento privativo do Fisco.


O que pode ocorrer em seu processamento é um auxílio maior ou
menor do contribuinte no ato de constituição do crédito.
Grau de participação do contribuinte

 Direto ou de ofício – participação baixa – fisco já tem todas as 0%


informações na base de dados – ex.; IPTU, IPVA, taxas, contrib.
Melhoria;
 Misto ou declaração – participação intermediária – contribuinte 50%
presta informações ao fisco – fisco recebe e calcula o tributo –
modalidade em desuso – ex. ITCMD, II, IE, ITBI
 Autolançamento ou homologação – participação total –
contribuinte presta informações, calcula o valor e antecipa o
100%
pagamento – cabe ao fisco apenas confirmar e homologar –
modalidade mais famosa - ex.: IR, ICMS, ISS, IPI, PIS, COFINS
Dica de

O art. 148 do CTN trata da hipótese de arbitramento


(fiscalização indireta ou aferição indireta) nos tributos que
dependem de declaração, onde a autoridade administrativa
está autorizada, antes do lançamento, a desconsiderar os
valores declarados pelo sujeito passivo em razão: Fisco está
autorizado nestes
I. Inidoneidade: apresentação de documentos que, casos a adotar
destoantes da realidade fática, não merecem fé, surgindo valores compatíveis
com a prática do
sua imprestabilidade; mercado ou com
II. Omissão documental: tem-se a total ausência ou indicadores
oriundos de
insuficiência de elementos comprobatórios de operações pesquisas, em total
deflagradoras do tributo; prestígio à verdade
material.
Dica de

Artigo 149 inciso VI do CTN

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela


autoridade administrativa nos seguintes casos:

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de


terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de
penalidade pecuniária;
Dica de
IMPOSTO IE
Nome Imposto sobre a exportação para o exterior, de
produtos nacionais ou nacionalizados
Artigos Art. 23 e segs., CTN;
Art. 153, II, CF;
Competência e sujeito ativo

Foram estabelecidos no art. 153, II, CF:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


[...]
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

Foi instituído no Brasil em 1818.

Marcadamente caracterizado por sua função econômica e


extrafiscal.
Sujeito passivo

Seu sujeito passivo é o exportador (qualquer pessoa que


promova a saída do produto nacional ou nacionalizado do
território nacional (art. 27 CTN)
Fato gerador

É a saída do território nacional para o exterior, de produtos


nacionais ou nacionalizados (importada a título definitivo).

Tem início com a liberação pela autoridade aduaneira, data de


embarque ou saída (constante da Declaração de Exportação).
Base de cálculo

A base de cálculo do IE será:

a) Quantidade de mercadoria;
b) Expressão monetária do produto exportado – consignado na
fatura comercial – fisco não está vinculado;
c) FOB – Free on Board – exportador coloca a mercadoria no
ponto de partida (porto) sem custos;
d) CIF (Cost, Insurance and Freight) – mercadoria colocada
pelo exportador até o destino final com custos de seguro e
frete;
e) O preço de arrematação (bem adquirido em hasta pública) –
não é o preço normal ou de referência da mercadoria;
Alíquotas

As alíquotas do II estão previstas no Tarifa Aduaneira Brasil –


TAB.

Podem ser:

a) Específicas (ex.: R$ 42,00 por metro cúbico);


b) Ad valorem (ex.: 10% de 15.000,00);
Dicas de

Desoneração e incidência: esse imposto é pouco cobrado nos


países, uma vez que retira a competitividade do produto
nacional no comércio internacional.

Atualmente são cobrados para cigarros, armas e munições. O


Governo adota essa medida especial como forma de prevenir e
evitar que estas mercadorias saiam legalmente do país e depois
retornem de forma clandestina.
IMPOSTO II
Nome Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros

Artigos Art. 19 e segs., CTN;


Art. 153, I, CF;
Regulamentação Decreto n°6.306/07 e 6.339/08
Competência e sujeito ativo

Foram estabelecidos no art. 153, I, CF:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


[...]
I - importação de produtos estrangeiros;

Popularmente conhecido por tarifa aduaneira, afeta a inserção


no território nacional de bens procedentes de outros países.

É um dos mais antigos do mundo e tem função extrafiscal, ao


proteger a indústria nacional.
Sujeito passivo

Podem ser sujeitos passivos, segundo o DL n° 37/66 (redação


dada pelo DL n° 2.472/88):

a) Importador (PF ou PJ que promova entrada de mercadorias);


b) Arrematante de produtos apreendidos ou abandonados;
c) Destinatário de remessa postal internacional;
d) Adquirente de mercadorias em entrepostos aduaneiros;
Fato gerador

Entrada real ou ficta do produto estrangeiro no território


nacional.

Tem início com o despacho aduaneiro (apresentação ou registro


da Declaração de Importação – DI).
Base de cálculo

A base de cálculo do II será:

a) Quantidade de mercadoria;
b) Expressão monetária do produto importado – geralmente
consta da fatura comercial, acrescidos do frete e seguro;
c) O preço de arrematação (bem adquirido em hasta pública);

Existem importadores
fraudulentos que
abandonam produtos,
para depois arrematá-los
em hasta pública por
preço vil.
Alíquotas

As alíquotas do II são adotadas a partir da Tarifa Externa


Comum – TEC (indicadores macroeconômicos integrados).

Podem ser:

a) Específicas (ex.: R$ 42,00 por metro cúbico);


b) Ad valorem (ex.: 10% de 15.000,00);
c) Mista (ex.: 10% sobre R$ 5.000,00 e R$ 5,00 por Kg);
Dicas de

 ZFM – Zona Franca de Manaus – área de livre comércio de


importação e exportação e de incentivos fiscais criada em
1967 com finalidade de desenvolver o interior da Amazônia.
Esse benefício foi prorrogado por mais 10 anos em 2013.
 Drawback – quando o produtor exporta produto acabado e é
ressarcido do II incidente sobre seus insumos, como forma de
estímulo;
 Dumping – invasão de mercadorias estrangeiras a custo
abaixo do praticado pela indústria nacional;
 GATT – acordo geral sobre tarifas e comércio, do qual o Brasil
é signatário;
FISCALIZAÇÃO

São atos de verificação do cumprimento das obrigações


tributárias, quer sejam principais, quer sejam assessórias.

As competências e os poderes das autoridades que trabalham


com “fiscalização” estão adstritos a regramentos estipulados na
legislação tributária:

Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará,


em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de
que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas
em matéria de fiscalização da sua aplicação.
O fisco possui algumas prerrogativas:
a) A fiscalização alcança todas as pessoas;
b) Não podem ser opostas restrições ou limitações ao exame
de mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis;
c) Livros devem ser conservados até que ocorra a prescrição
dos respectivos créditos tributários;
d) Os procedimentos de fiscalização deverão ser lavrados em
termos específicos, com previsão de prazo para conclusão;
e) Pessoas ou entidades estão obrigadas mediante intimação
escrita, a prestar informações acerca de bens, negócios ou
atividades de terceiros, salvo quando legalmente impedidas,
em função do cargo, ofício ou profissão.
Dica de

Um tema de grande importância diz respeito ao sigilo fiscal,


pois autoridades públicas não podem divulgar informações
obtidas durante os trabalhos de fiscalização, sob pena de
responsabilidade funcional.
REGRA: vedada divulgação sobre situação econômica ou
financeira do sujeito passivo ou de terceiros;
EXCEÇÕES: se requisitado pela Justiça ou por autoridade
administrativa no interesse da administração (processo
administrativo – intercâmbio de informações sigilosas);
NÃO É VEDADO DIVULGAÇÃO: representações fiscais para
fins penais, inscrições na dívida ativa da Fazenda Pública e o
parcelamento/moratória;
Dica de

De acordo com o posicionamento pacífico do STF, os sigilos


bancário e fiscal são relativos e podem ser quebrados por
qualquer instância do Poder Judiciário, em caso de
comprovada necessidade, sendo aplicado especialmente em
investigações criminais.

O STF já decidiu também que o artigo 6º da LC nº 105/01 não


ofende o direito ao sigilo bancário e, por isso, é constitucional.
Dica de

Qualquer instituição financeira tem o dever de sigilo bancário,


incluindo as administradoras de cartão de crédito.
De acordo com a LC nº 105, a quebra de sigilo poderá ser
decretada, quando necessária para apuração de ocorrência de
qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo
judicial.
Ainda, é permitido a divulgação de informações sobre
parcelamento e moratória. Porém, é permitido também a
divulgação de informações fiscais relativas a inscrições na
dívida ativa da Fazenda Pública, nos termos do § 3º, do artigo
198, do CTN.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:

[...]

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de
suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

 Regra também prevista no artigo 199 do CTN

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