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a) Como assim???
§ Quem define a contumácia no âmbito tributário? entes federados. Nem todo estado tem o
mesmo conceito de contumácia.
o Há Estados que não realizam essa definição, portanto haverá, em alguns casos, mais
casos de crimes tributários a depender da definição do ente.
§ O problema dos critérios contumácia + dolo de apropriação
§ No fim do dia o comerciante que recolhe e não declara não se enquadra propriamente no
tipo legal, mas pode se enquadrar no tipo da jurisprudência, podendo ele demosntrar que o
valor do tributo não foi repassado portanto o critério de identificação é o repasse oneroso
ao consumidor (sumula 658 STJ);
§ Podemos falar em retroatividade neste caso (parece que há um entendimento de que se
criou um novo tipo, logo não podemos falar em retroatividade para abranger as condutas
anteriores)
§ A ideia de erro de proibição
§ A contumácia é afastada quando observada sob o prima do estado de necessidade ou de
inexigibilidade de conduta diversa;
A extinção da punibilidade pelo pagamento tem por vetor axiológico a satisfação do crédito da
administração tributária. As analogias, portanto, são feitas com vistas a este mesmo vetor.
§ O pagamento do tributo devido e seus efeitos penais
¶ Contexto da Súmula Vinculante 24
¥ “Até então, realizado o lançamento e havendo, na percepção do auditor-
fiscal, indícios de crime, era formalizada a representação fiscal para fins
penais, em que posse de que o Ministério Público já poderia oferecer
denúncia. Porém Havia norma que conferia extinção da punibilidade pelo
pagamento, desde que antes de realizado o recebimento da denúncia
(arrependimento eficaz). Também há o direito ao contraditório tributário,
inclusive com a suspensão da exigibilidade do crédito na pendência dos
recursos administrativos “ Impunha ao acusado uma escolha: Realizar o
pagamento, com a consequente extinção da punibilidade; ou enfrentar o
contraditório, perdendo a oportunidade de alcançar a extinção da
punibilidade pelo pagamento;”
¶ O pagamento de tributo devido no crime de descaminho
¥ Nas hipóteses em que houver lançamento não há razão para conferir
tratamento penal distinto daquele conferido às demais fraudes tributárias;
¥ A jurisprudência nesse sentido é caótica
Até 2012, o STJ entendia que o crime de descaminho era um crime
material, portanto com relação de dependência quanto ao
esgotamento da via administrativa e a possibilidade de extinção da
punibilidade pelo pagamento...
× Após um grande percurso jurisprudencial, optou-se por
manter o posicionamento de que este é um crime formal
× O autor aponta a contradição desta posição, posto estava
firmado no âmbito destas cortes de que haveria a
possibilidade de reconhecer a atipicidade por
assessoriedade administrativa no delito de descaminho em
razão do valor elidido (até 20 mil reais)
¶ Analogia in bonam partem para extinção da punibilidade em delitos não tributários
¥ Reparação do Dano a concessionária de serviços públicos em crime de furto
[furto de energia, água...]
A reparação do dano em delito patrimonial cometido em detrimento
de concessionária de serviço público foi tratada como o pagamento
do tributo devido para fins de extinção da punibilidade do agente.
× Por analogia, entendeu-se que os preços públicos tem a
mesma natureza jurídica de tributo, de modo que a
reparação seria equivalente ao pagamento do tributo
devido, nesses casos.
¥ Pagamento de valores apropriados em crime de peculato
Extinção da punibilidade foi construída no julgamento do RHC
75.768/RN pela sexta turma do STJ;
× No caso, o acusado exercia a função de Tabelião de
serventia extrajudicial de oficio de notas e teria se
apropriado de valores públicos pertencentes ao Fundo de
Desenvolvimento Judiciário;
× A defesa alegou o parcelamento do débito, de modo que,
nos termos do artigo 151, III, do CTN, a exigibilidade do
crédito estaria suspensa, posto que se trata de valores de
natureza tributária, ainda que o injusto imputado fosse
contra a administração pública.
× Ao julgar, observou-se a natureza dos valores, que
guardavam uma estreita derivação tributária, atraindo a
aplicação do In dúbio pro reo;
× Em resumo, a suspensão da pretensão punitiva quanto a
crime de peculato, cujo objeto é valor de natureza
tributária, acaba por expandir para crimes contra a
administração pública a lógica arrecadatória da persecução
penal em crimes tributários. Com base nesse julgado
torna-se imperioso reconhecer a extinção da punibilidade
pelo pagamento do valor objeto de peculato em
determinados casos (valor de natureza tributária);.
¥ Outras formas de extinção do crédito tributário e seus efeitos penais
As legislações que cuidam da matéria de extinção de punibilidade
cuidam tão somente do pagamento. as demais formas de
extinção de obrigações tributárias também ensejam extinção de
punibilidade (art.156 do CTN)
Observe que Crédito é elemento de tipo material (Súmula 24,
STF), se ele não chega a existir, então não há delito. O pagamento
enquanto forma de extinção da punibilidade atrai, por analogia, a
aplicação das demais formas de extinção da punibilidade, uma vez
que a lei tributária formas de extinção devem ser pensadas nos
termos do artigo 156 do CTN, e não no sentido descritivo de
pagamento propriamente dito.
× Compensação
O instituto é definido a partir de conceitos de
direito privado, tendo como pressuposto a
existência duas ou mais relações jurídicas entre
determinadas pessoas, que são simultaneamente
devedores e credoras reciprocamente; Como regra,
o débito de um ente estatal frente ao contribuinte
decorre de um pagamento indevido por este último,
a compensação tributária tem o papel de impedir o
enriquecimento ilícito do Estado, promovendo a
extinção de obrigação de devolução do ente estatal
perante o contribuinte em simultaneidade à
extinção da obrigação do contribuinte de pagar
determinado tributo.
A diferença da compensação no âmbito tributário
para o Privado está na necessidade de que aquela
espécie de compensação seja autorizada por lei
específica é natural que a compensação tenha o
efeito de extinção da punibilidade
× Transação e Remissão
A transação tributária tem como principal
elemento a celebração de um acordo, entre
administração tributária e contribuinte, em que
ambos realizam concessões no sentido de
promover o adimplemento da obrigação (nos
termos do art. 171 do CTN)
O objetivo da transação é superar o impasse e
promover o pagamento, com o atendimento, ainda
que parcial, de reivindicação do contribuinte
quanto ao objeto da obrigação, sendo imperiosa a
submissão do acordo a autorização legal, em razão
do princípio da indisponibilidade dos bens
públicos;
A extinção da punibilidade será alcançada com
o efetivo pagamento (acordado na transação);
A remissão ocorre quando o ente político,
motivado por uma circunstância especial, dispensa
o cumprimento da obrigação tributária, perdoa o
débito do contribuinte, renuncia o crédito sem
qualquer contrapartida, faz desaparecer o objeto do
tributo, podendo este perdão ter alcance
generalizado ou tão somente individual.
Assim como a compensação e a transação, a
remissão carece de lei anterior que autorize, como
impõe a constituição federal em seu artigo 150,§6º
e dispõe o CTN em seu art.172;
Em resumo, são casos em que os contribuintes não
possuem qualquer condição de cumprir a obrigação
de tributária; ou que os custos de operacionalização
da cobrança não se justificam em face da
importância devida. realiza na prática os
princípios da capacidade contributiva, eficiência
administrativa e da economia processual;
× Decadência e Prescrição ( têm como cerne o princípio da
segurança jurídica, no sentido de conferir, em um certo
momento, a imutabilidade a uma relação jurídica)
Decadência é a perda de um direito em decorrência
de sua não implementação, promoção, dentro de
um prazo determinado em lei. portanto, sua
função está em impedir que a administração
tributária possua um direito subjetivo eterno em
face do contribuinte;
O crédito tributário tem como marco
inicial o dia posterior ao dia em que seria
possível à administração realizar o ato de
lançamento. (art. 173, CTN: O direito de a
Fazenda Pública constituir o crédito
tributário extingue-se após 5 anos
contados: I - do primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado; II - da data em
que se tornar definitiva a decisão que
houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado.
Decadência Tributária e Crimes Materiais
Segundo a Sexta Turma do STJ, não há
que se falar em extinção da punibilidade
como efeito da decadência, uma vez que
esta forma de extinção obsta a consumação
do delito, havendo impossibilidade de
existência do criem tributário; ou seja, o
efeito da decadência tributária aos crimes
materiais é a atipicidade da conduta já que,
sendo a redução de tributo devido um
elemento do tipo material, a decadência
tributária faz com que ele deixe de existir,
impedindo o nascimento do delito,
portanto.
Decadência Tributária e Crimes Formais
Como não há a necessidade de produção
de resultado, bastando a ação-típica. Do
ponto de vista prático, o artigo 2º da lei
8.137/90, tem pena máxima de 2 anos, o
que faz com que a prescrição em abstrato
opere em 4 anos, a contar da data da
ação( sem relação com o lançamento ou
inscrição na dívida ativa). Prazo menor
que o da decadência tributária, assim, a
prescrição penal é anterior a decadência
tributária.
A Prescrição cuida da perda da pretensão de exigir
aquele direito material e possui fundamento na
decadência, sendo tratada no artigo 174 do CTN: A
ação para cobrança do crédito tributário prescreve
em cinco anos, contados da data da sua
constituição definitiva. Logo, ocorre com a
inércia da administração tributária, contudo
essa inércia diz respeito à exigência do crédito já
constituído definitivamente, de modo que o
marco inicial do prazo prescricional para a ação
de cobrança será a constituição do crédito.
Quando se está a falar de prescrição o crédito já
está constituído, e a avenida penal já está aberta,
assim a prescrição tributária não impacta de
maneira direta a esfera penal.
× Conversão de depósito em renda
É uma forma de pagamento, satisfazendo pretensão
arrecadatória legítima da administração pública.
Decorre de litígio entre o Fisco e o contribuinte,
sendo o depósito uma forma do contribuinte
continuar discutindo a obrigação tributária sem
sofrer as consequências da mora do pagamento.
Os efeitos da prática são: impedir a
constituição em mora do devedor;
Bloquear a propositura de ação fiscal;
evitar efeitos da mora e execução;
Tranquilizar o juízo para eventual
concessão de liminar; Também tem o
efeito de suspender a exigibilidade do
crédito tributário (art. 151, II do CTN);
evita atualização do valor da dívida por
correção monetária e faz com que não
incida multa.
Uma vez depositado o valor integral do objeto da
obrigação tributária, está assegurada a satisfação da
pretensão arrecadatória, de modo a repercutir na
esfera penal extinguindo a punibilidade, e não
somente a pretensão punitiva.
× Decisão Administrativa Irreformável em favor do
contribuinte e o trânsito em Julgado de decisão judicial
O CTN em seu art.156, IX e X, trazem as espécies
de extinção do crédito decorrentes de decisão em
favor do contribuinte que não são mais passíveis de
reforma.
× Dação em Pagamento
Em regra, o pagamento é feito em dinheiro,
contudo, desde 2001, a possibilidade de dação em
pagamento passa a figurar no CTN por meio da
dação de bens imóveis. (art. 156, XI – dação em
pagamento em bens imóveis, na forma e condições
estabelecidas em lei). Cada ente federativo deve
realizar a legislação para regular essa operação;
Não basta o mero oferecimento da dação pelo
contribuinte, o Ente deve aceitar a oferta.
Live “Tributação e Crime em Tempos de Pandemia”, Bottini,
Estellita, Torres.
Além disso, incluímos a decisão do Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 4.273/DF,
com voto do ministro relator Nunes Marques (DJE 01/09/2023). Em síntese, entendeu-se que o
pagamento integral antes do trânsito em julgado de sentença condenatória constitui causa
extintiva de punibilidade que não afronta o princípio da proporcionalidade, em sua dimensão de
proibição de proteção insuficiente (Untermassverbot).