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ABORDAGEM DOS CRIMES NA VISÃO


DO CÓDIGO PENAL E CÓDIGO DE TRÂNSITO
PLANO DE ENSINO
5.1 Peculato
5.1.1 Peculato Culposo
5.1.2 Peculato Mediante Erro de Outrem
5.2 Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas
5.3 Concussão
5.4 Excesso de Exação
5.5 Corrupção Passiva
5.6 Prevaricação
5.7 Condescendência Criminosa
5.8 Advocacia Administrativa
5.9 Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou
Prolongado
5.10 Violação de Sigilo Funcional
5.11 Funcionário Público
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CRIMES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
INTRODUÇÃO

Como objetivo precípuo iremos discorrer sobre os crimes


praticados contra a Administração Pública em Geral, que a todo
o momento ganha o noticiário da mídia, dado o envolvimento
cada vez mais comum de agentes públicos que se homiziam na
Administração Pública, camuflados em ternos e gravatas, para o
cometimento de condutas altamente lesivas ao povo.
INTRODUÇÃO
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Por suas circunstâncias, o crime dessa natureza, às vezes, torna-se
muito mais grave que o próprio homicídio, eis que quando um agente
público comete um delito de corrupção passiva, por exemplo,
apropriando de dinheiro, desviando recursos, “roubando” com o
superfaturamento de obras e serviços, recebendo "doações" para o
financiamento de campanhas políticas, adotando uma administração
pública essencialmente, patrimonialista, ele se torna um verdadeiro
exterminador da população, um criminoso de lesa-humanidade, um
canolhocrata homiziado nos corredores dos órgãos públicos.
INTRODUÇÃO

Os crimes funcionais são crimes próprios, porque a lei


exige uma característica específica no sujeito ativo, ou
seja, ser funcionário público.
INTRODUÇÃO

Subdividem-se em:
• Crimes funcionais próprios: São aqueles cuja exclusão
da qualidade de funcionário público torna o fato
atípico.Ex.: prevaricação – provado que o sujeito não é
funcionário público, o fato torna-se atípico.
INTRODUÇÃO

Crimes funcionais impróprios: São aqueles que,


excluindo-se a qualidade de funcionário público,
haverá desclassificação do crime de outra natureza.
Ex.: peculato – se provado que a pessoa não é
funcionário público, desclassifica-se para furto ou
apropriação indébita.
COMUNICAÇÃO DE ELEMENTAR

De outro lado, é possível que pessoa que não seja


funcionário público responda por crime funcional como
co-autora ou partícipe. Isso porque o artigo 30 do
Código Penal diz que as circunstâncias de caráter
pessoal, quando elementares do crime, comunicam-se
a todas as pessoas que dele participem.
COMUNICAÇÃO DE ELEMENTAR

Exige-se, porém, que o terceiro saiba da qualidade de


funcionário público do outro.
Ex.: funcionário público e não-funcionário público
furtam bens do Estado. Ambos responderão por
peculato. O funcionário público é denominado
intraneus, e o não-funcionário público, extraneus.
CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO

Faz-se necessário, nesse momento, delinear o conceito de


funcionário público, que o Código Penal traz no artigo 327.
Artigo 327 – Considera-se funcionário público, para os efeitos
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego, ou função pública.
CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO

• Cargos: são criados por lei, com denominação própria, em


número certo e pagos pelos cofres públicos.
• Emprego: para serviço temporário, com contrato em regime
especial ou pela CLT.
• Função pública: abrange qualquer conjunto de atribuições
públicas que não correspondam a cargo ou emprego público.
CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO

Art. 327, §1º – Equipara-se a funcionário público quem


exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução
de atividade típica da Administração Pública. Nova
redação determinada pela Lei nº 9.983/2000.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO

Para uma corrente, chamada de ampliativa, abrange os


funcionários que atuam nas:
a) autarquias (ex.: INSS);
b) sociedades de economia mista (ex.: Banco do Brasil);
c) empresas públicas (ex.: Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos);
d) fundações instituídas pelo Poder Público (ex.: FUNAI).
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Estas três últimas são pessoas jurídicas de direito privado,
mas, para fins penais, seus agentes são considerados
funcionários públicos por equiparação. Segundo essa corrente,
a redação do artigo 327, §2º, do Código Penal deixa clara essa
opção do legislador pela tese ampliativa.
Para outra corrente, denominada restritiva, o conceito de
funcionário público por equiparação abrange tão-somente os
funcionários das autarquias.
CONCEITO DE FUNCIONÁRIO
Clique Aqui PÚBLICO
para Editar o Título
Cuidado não se Múnus público com função pública: O tutor,
curador, inventariante judicial, síndico, liquidatário, testamenteiro ou
depositário judicial, nomeado pelo juiz, que se apropria dos valores
que lhe são confiados, não cometem o crime de peculato, uma vez
que as citadas pessoas não exercem função pública. Eles, na
realidade, exercem múnus público, o qual não se confundem com
função pública. Devem, se for o caso em apreço, responder pelo
crime de apropriação indébita majorada ( CP, art. 168, § 1º, II ).
PECULATO
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1. Bem jurídico. A integridade do patrimônio público e probidade
administrativa
2. Sujeitos.
a) Ativo: O funcionário público, sendo admissível o concurso com o
particular.
b) Passivos: A União, Estados-membros, Distrito Federal,
municípios e demais pessoas jurídicas mencionadas no artigo 327,
§1º.
PECULATO
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3. Conduta: Apropriação ou desvio de bem móvel ou qualquer outro
valor, público ou particular, de que o agente detenha a posse, em
razão do cargo.
O objeto material do crime de peculato é dinheiro, valor ou qualquer
outro bem e deve ser coisa corpórea
4. Tipo subjetivo/Voluntariedade. O dolo e o elemento subjetivo do
tipo, consistente no especial fim de obter proveito próprio ou alheio.
PECULATO
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1) PECULATO-APROPRIAÇÃO: “Apropriar-se o funcionário
público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo....”
Apropriar-se é fazer sua a coisa de outra pessoa, invertendo o
ânimo sobre o objeto. O funcionário tem a posse do bem, mas
passa a atuar como se fosse seu dono. Ademais, o funcionário
público deve ter a posse em razão do cargo.
PECULATO
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A expressão “posse”, nesse crime, abrange também a detenção e a
posse indireta.
A posse deve ter sido obtida de forma lícita.
2) PECULATO-DESVIO: “... ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio”.
PECULATO-FURTO: Artigo 312, § 1º do CPB: também chamado
de “PECULATO IMPRÓPRIO”.
PECULATO CULPOSO: Artigo 312, § 2º do CPB.
CAUSA DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE

CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE OU DE REDUÇÃO


DA PENA: artigo 312, § 3º do CPB.
Efeito da reparação do dano no peculato doloso:
• Não extingue a punibilidade;
• Se a reparação for feita antes da denúncia por ato voluntário do
agente: a pena será reduzida de 1/3 a 2/3: hipótese de
arrependimento posterior( artigo 16 do CPB );
CAUSA DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE

• se após o recebimento da denúncia e antes da


sentença de 1ª Instância: atenuante genérica do artigo
65, III, b, do CPB, se após a sentença e antes do
acórdão – artigo 66 do CPB.( ATENUANTE
INOMINADA OU DA CLEMÊNCIA.
PECULATO
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PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM: Código Penal, art.
artigo 313.
Conduta típica: Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem –Pena: reclusão,
de um a quatro anos, e multa.
Cuida-se aqui do chamado peculato-estelionato.
1. Bem jurídico. Tutela-se a Administração Pública, no aspecto
material e moral.
PECULATO
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2. Sujeitos:
• a) Ativo: É o funcionário público. Trata-se de crime próprio. O
particular pode ser partícipe do fato, respondendo pelo crime.
Exemplo de Noronha: Se um funcionário, por um equívoco, recebe
determinada quantia de um contribuinte e pensa restituí-la, no que,
entretanto, é desaconselhado por um amigo – não funcionário –
acabando por dividirem entre si o dinheiro, há concurso.
• b) Passivo: Direto é o Estado. De forma secundária, também o
indivíduo que sofreu a lesão patrimonial.
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES – CÓDIGO
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PENAL, ART.Editar
313-A o Título

1. Bem jurídico. interesse em preservar o patrimônio público e


garantir o respeito à probidade administrativa.
2. Sujeitos:
a) Ativo: funcionário público, sendo admissível o concurso com
particular.
b) Passivos: União, Estados-membros, Distrito Federal, municípios
e as demais pessoas mencionadas no artigo 327, §1º.
Secundariamente, o particular que sofreu o dano.
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE
INFORMAÇÕES – CÓDIGO PENAL, ART. 313-A

3. Tipo objetivo. Inserir ou facilitar a inserção de dados


falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos
nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem
indevida para si ou para outrem ou para causar dano.
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4. Tipo subjetivo. O dolo e o elemento subjetivo especial do tipo –
fim especial de agir – consubstanciado na expressão com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar
dano.
5. Consumação. por se tratar de crime formal, ocorre com a
concreção de qualquer uma das condutas, não se exigindo a
obtenção da vantagem indevida nem que haja o dano almejado
(exaurimento).
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE
INFORMAÇÕES – CÓDIGO PENAL, ART. 313-A

6. Tentativa. Admissível, por ser o crime


plurissubsistente.
7. Pena e Ação penal. A pena é de dois a doze anos
de reclusão, além da multa, e a ação é pública
incondicionada.
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE
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INFORMAÇÕES para PENAL,
– CÓDIGO EditarART.
o Título
313-B
1. Bem jurídico. O interesse em se preservar o normal funcionamento da
Administração Pública, especialmente o seu patrimônio e o do administrado,
bem como assegurar o prestígio que deve gravitar em torno dos atos
daquela.
2. Sujeitos.
a) Ativo: funcionário público, sendo admissível o concurso como particular.
b) Passivos: União, Estados-membros, Distrito Federal, municípios e demais
pessoas mencionadas no artigo 327, §1º, bem como o particular que sofreu
o dano.
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3. Tipo objetivo. Modificar ou alterar sistema de informações ou
programa de informática sem autorização ou solicitação de
autoridade competente.
4. Tipo subjetivo. O dolo.
5. Consumação. Por se tratar de crime formal, dá-se no momento
da concreção de qualquer uma das condutas, não se exigindo a
superveniência de dano, que, no caso, qualifica o crime.
6. Tentativa. Admissível, por ser o crime plurissubsistente.
EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU
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DOCUMENTO – CÓDIGO PENAL, ART. 314
1. Análise do núcleo do tipo. As condutas previstas são extraviar, sonegar e
inutilizar e podem ser realizadas total ou parcialmente, o que torna mais
difícil a configuração da tentativa, já que a inutilização parcial de um
documento constitui delito consumado, em face da descrição típica.
2. Sujeitos
a) Ativo: somente o funcionário público.
b) Passivo: o Estado e, secundariamente, a entidade de direito público ou
outra pessoa prejudicada.
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3. Elemento subjetivo. Dolo, nao se exige elemento subjetivo
nem se pune a forma culposa.
4. Objetos material e jurídico. Objeto material é o livro oficial ou
outro documento e o objeto jurídico é a administração pública.
5. Classificação. Crime próprio, formal, de forma livre,
comissivo, omissivo, ou omisso impróprio, instantâneo, uni
subjetivo, uni ou plurissubsistente; admite tentativa na forma
plurissubsistente.
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU
RENDAS PÚBLICAS – CÓDIGO PENAL, ART. 315

1. Análise do núcleo do tipo. A conduta consiste em dar


aplicação, e tem como objeto as verbas ou rendas públicas.
2. Sujeitos:
a) ativo: funcionário público.
b) passivo: o Estado, secundariamente, a entidade de direito
público prejudicada.
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS –
Clique Aqui para Editar o
CÓDIGO PENAL, ART. 315
Título
3. Elemento subjetivo do tipo. Dolo, não se exige elemento subjetivo
específico, nem se pune a forma culposa.
4. Objetos material e jurídico. Objeto material é a verba ou a renda
pública, objeto jurídico é a administração pública, em seus
interesses patrimonial e moral.
5. Classificação. Crime próprio, material, de forma livre, comissivo
e, excepcionalmente, omissivo impróprio, instantâneo,
unissubjetivo, plurissubsistente; admite tentativa.
CONCUSSÃO – CÓDIGO
Clique Aqui PENAL,
para Editar ART. 316
o Título
1. Análise do núcleo do tipo. A conduta consiste em exigir, que significa
ordenar ou demandar, havendo um aspecto nitidamente impositivo na
conduta.
2. Sujeitos
a) ativo: somente o funcionário público.
b) passivo: Estado e, secundariamente, a entidade de direito público ou a
pessoa diretamente prejudicada.
3. Elemento subjetivo do tipo. Dolo, exige-se o elemento subjetivo
específico, consistente em destinar a vantagem para i ou para outra pessoa.
Não existe forma culposa.
CONCUSSÃO – CÓDIGO PENAL, ART. 316

4. Objetos material e jurídico. Objeto material é a vantagem


indevida e objeto jurídico é a administração púbica (aspectos
material e moral).
5. Classificação. Crime próprio, formal, de forma livre, comissivo
e, excepcionalmente, omissivo impróprio, instantâneo, unis
subjetivo, unis subsistente ou plurissusistente, forma em que
admite tentativa.
EXCESSO DE EXAÇÃO – CÓDIGO PENAL, ART. 316, §§1º E 2º
Clique Aqui para Editar o Título
Exação é a cobrança pontual de impostos. Pune-se o excesso, sabido que o
abuso de direito é considerado ilícito.
Assim, quando o funcionário público cobre imposto além da quantia
efetivamente devida, comete o excesso de exação.
1. Análise do núcleo do tipo. Há duas formas para compor o excesso de
exação: a) exigir o pagamento de tributo ou contribuição sindical indevidos;
b) empregar meio vexatório na cobrança.
2. Elemento subjetivo do tipo. Dolo, nas modalidades direta e indireta. Não
há elemento subjetivo do tipo, nem se pune a forma culposa.
3. Elemento normativo do tipo. Meio vexatório é o que causa vergonha ou
ultraje; gravoso é o meio oneroso ou opressor.
Clique
4. Norma em Aqui
branco. paraconsultar
É preciso Editaroso meios
Títulode cobrança de
tributos e contribuições, instituídos em lei específica, para apurar se
está havendo excesso de exação.
5. Objetos material e jurídico. O objeto material é o tributo ou a
contribuição social. O objeto jurídico é a administração pública
(interesses material e moral).
6. Classificação. crime próprio, formal na forma exigir e material na
modalidade empregar na cobrança, de forma livre, comissivo ou
omissivo impróprio, unis subjetivo, unis subsistente ou
plurissubsistente, forma em que se admite tentativa.
CORRUPÇÃO
Clique Aqui –
PASSIVA CÓDIGO
para EditarPENAL,
o TítuloART. 317
1. Crime comum ou militar. A corrupção passiva está tipificada tanto
no direito penal ordinário (art. 317 do CPB) quanto no direito penal
militar (art. 308 do CPM)
2. Corrupção eleitoral. No Código Eleitoral (Lei nº 4737/65) está
previsto também a corrupção passiva como crime eleitoral.
A referida lei sofreu modificações introduzidas pela lei nº 9504/97
entretanto, os tipos penais continuam sendo disciplinados pela lei nº
4737/65.
CORRUPÇÃO PASSIVA – CÓDIGO PENAL, ART. 317

O tipo penal aqui descrito é de conteúdo alternativo


porque traz vários verbos contemplando tanto a
corrupção passiva quanto a ativa.
CORRUPÇÃO PASSIVA – CÓDIGO PENAL,
ART. 317

3. Análise do núcleo do tipo. O tipo penal descrito no art. 317


do CPB é composto por três verbos: solicitar, receber, aceitar.
Diz respeito ao indivíduo que solicita, recebe ou aceita
promessa de vantagem indevida.
4. Corrupção própria. Quando o servidor ou funcionário
público solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem
indevida em razão de um ato ilícito.
CORRUPÇÃO PASSIVA – CÓDIGO PENAL,
ART. 317

5. Corrupção imprópria. Quando o servidor ou funcionário


público solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem
indevida em função de praticar um ato lícito.
6. Corrupção antecedente. Quando o pedido de retribuição é
feito antes da realização do ato, configura-se a corrupção a
priori.
CORRUPÇÃO PASSIVA – CÓDIGO PENAL,
ART. 317

7. Corrupção subsequente. Quando o pedido de


retribuição é feito após a realização do ato.
8. Delito bilateral.
CliqueNos crimes cometidos por particulares
Aqui para Editar o Título contra a
Administração Pública (crime de Corrupção ativa - previsto no art. 333 do CP),
se o particular oferece ou promete vantagem indevida ao funcionário ou
servidor público e este a recebe, temos aí o que se chama de delito bilateral; é
a combinação simultânea da Corrupção ativa (Art. 333 do CPB - oferecer ou
prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício) com a corrupção passiva (Art. 317 do CPB -
solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida,
ou aceitar promessa de tal vantagem). O delito bilateral é exceção à teoria
monista ou unitária do Direito Penal, consiste na teoria pluralística.
CORRUPÇÃO PASSIVA – CÓDIGO PENAL,
ART. 317

9. Causa de aumento de pena. Está prevista no §1º do


art. 317 do CP, configura a chamada corrupção
exaurida (A pena é aumentada de um terço, se, em
consequência da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato
de ofício ou o pratica infringindo dever funcional).
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10. Pena. A corrupção passiva é punida com reclusão, de 2 a 12
anos, e multa. Pena determinada pela Lei nº 10.763/03. Se o
funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com
infração do dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem, a pena é detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
11. Ação Penal. Ação Penal Pública incondicionada.
12. Tentativa. A tentativa é admissível.
DA FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO
OU DESCAMINHO – CÓDIGO PENAL, ART. 318

1. Conduta típica. É a facilitação com violação do dever


funcional do descaminho ou contrabando. Para configurar a
prática do delito previsto no art. 318 do CP, é necessário que o
funcionário público esteja investido na função de fiscalizar a
entrada e a saída de mercadorias do território nacional.
2. Contrabando. É a importação ou exportação de
mercadorias cuja comercialização seja proibida.
DA FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO
Clique Aqui para Editar o Título –
CÓDIGO PENAL, ART. 318
3. Descaminho. É a importação ou exportação de mercadorias cuja
comercialização seja legalmente permitida com a ocorrência de fraude no
pagamento de tributos.
4. Competência. Pelo disposto no art. 144 da CF/88, julgar pessoas incursas
na prática do presente delito é de competência da justiça federal, sendo a
polícia federal a competente para efetuar as prisões.
Por convênio firmado entre o ex-governador de Minas Gerais, Hélio Garcia,
e o ex-ministro da justiça à época, aqui é competente para fiscalizar e
reprimir o tráfico ilícito de drogas a Polícia Civil do estado.
DA FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO
OU DESCAMINHO – CÓDIGO PENAL, ART. 318

5. Tipo remetido. A facilitação de contrabando ou


descaminho é considerado como tipo remetido porque
remete ao delito do contrabando ou descaminho (art.
334 do CPB).
DA FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO
Clique Aqui para Editar o Título –
CÓDIGO PENAL, ART. 318
6. Exceção à teoria unitária. Se alguém facilita a prática do delito
previsto no art. 334 do CP deveria responder pelo delito previsto no
art. 318 do CPB (facilitação de contrabando ou descaminho) bem
como pelo contrabando ou descaminho (art. 334 do CPB),
entretanto, temos aqui mais uma vez a teoria pluralística sendo
aplicada, configurando mais uma exceção à teoria unitária, vez que
uma pessoa é quem facilita o contrabando ou descaminho e outra é
quem pratica o contrabando ou descaminho.
DA FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO
OU DESCAMINHO – CÓDIGO PENAL, ART. 318

7. Defesa preliminar. No tipo penal ora estudado (da


facilitação de contrabando ou descaminho - Art. 318 do
CPB) não há a incidência de possibilidade da defesa
preliminar do funcionário público.
DA PREVARICAÇÃO – CÓDIGO PENAL , ART. 319 / CÓDIGO
Clique Aqui para Editar o
PENAL MILITAR, ART. 319
Título
Do latim praevaricare que significa faltar com os deveres do cargo
1. Objeto jurídico. Proteger o prestígio da Administração Pública
2. Sujeito
a) Ativo. Funcionário público no exercício da função
b) Passivo. O Estado
3. Análise do núcleo do tipo. "Retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal". O tipo penal tem seu núcleo composto
por 3 verbos: retardar, deixar de praticar, praticar.
Clique
4. Classificação. Aqui
Crime para- somente
próprio Editar opode
Título
ser praticado por
funcionário público, se retirada a qualidade o fato torna-se atípico -
formal - comissivo - instantâneo - unis subjetivo - plurissubsistente -
de ação múltipla - de conteúdo variado ou alternativo.
5. Elemento subjetivo do tipo. É o dolo, ou seja a vontade específica
de prevaricar. O interesse pessoal está ligado ao sentimental.
6. Diferença entre a prevaricação comum e a militar. A prevaricação
comum está prevista no art. 319 do CP e é punida com pena de
detenção de 3 meses a 1 ano mais multa, sendo aplicada a
normatização prevista na lei nº 9099/95.
DA PREVARICAÇÃO – CÓDIGO PENAL , ART. 319
/ CÓDIGO PENAL MILITAR, ART. 319

A prevaricação militar está prevista no art. 319 do Código


Penal Militar e é punida com pena de 6 meses a 2 anos.
Verifica-se então que a diferença principal entre as duas
tipificações do delito está na pena aplicada.
7. Ação penal. Pública incondicionada
8. Legislação especial
PREVARICAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL:

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou


agente público, de cumprir seu dever de vedar ao
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou
similar, que permita a comunicação com outros presos
ou com o ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
DA CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA – CÓDIGO PENAL,
Clique Aqui para Editar o Título
ART. 320 / CÓDIGO PENAL MILITAR, ART. 322
1. Definição jurídica. A condescendência criminosa consiste em "deixar o
funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o
fato ao conhecimento da autoridade competente, punível com pena de
detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa".
A terminologia é imprópria porque não se trata apenas do fato de um
funcionário público ser condescendente com outro que tenha tido conduta
criminosa mas também, se aquele tiver cometido qualquer falta disciplinar.
Clique Aqui para Editar o Título
A condescendência criminosa é praticada pelo funcionário público
que, por indulgência, benevolência ou tolerância, deixa de
responsabilizar subalterno hierárquico que tenha cometido crime,
contravenção penal ou qualquer falta disciplinar. Também comete o
delito em estudo o funcionário público que, embora não seja
superior hierárquico daquele que tenha cometido crime,
contravenção penal ou qualquer falta disciplinar, deixa de levar o
fato ao conhecimento da autoridade competente para puni-lo.
DA CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA – CÓDIGO
PENAL, ART. 320 / CÓDIGO PENAL MILITAR, ART. 322

2. Bem jurídico. A Administração Pública.


3. Sujeitos:
a) ativo: Funcionário público;
b) passivo: O Estado.
4. Tipo subjetivo. Indulgência, benevolência ou tolerância; no
Direito Penal Militar além disso, a negligência.
5. CondutasClique
típicas Aqui para Editar o Título
Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo;
Deixar o funcionário, por indulgência, de levar ao conhecimento de
autoridade competente para punir, o fato de que outro funcionário
público tenha cometido infração no exercício do cargo, evitando
assim que o infrator seja responsabilizado.
6. Consumação. Com a omissão
7. Tentativa. Inadmissível porque o delito é omissivo próprio.
8. Classificação.
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA – CÓDIGO PENAL, ART. 321 /
Clique
CÓDIGOAqui para
PENAL Editar
MILITAR, o 324
ART. Título
1. Definição jurídica. O termo advocacia é impróprio e indevido pois nada
tem a ver com a função do advogado. O delito consiste em "patrocinar,
direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública,
valendo-se da qualidade de funcionário; punível com pena de detenção, de
1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. Se o interesse é ilegítimo a pena é
de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da multa".
No Direito Penal Militar a incorreção no nomem iuris é desfeita, naquele
diploma legal a nomenclatura usada é "patrocínio indébito". Importa
salientar que no projeto de reforma do CPB o presente tipo adota a
nomenclatura do CPM.
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA – CÓDIGO PENAL,
ART. 321 / CÓDIGO PENAL MILITAR, ART. 324

2. Análise do núcleo do tipo. O verbo núcleo do tipo é


patrocinar, significa proteger ou beneficiar. É a figura do
funcionário público relapso que relega seu serviço a um
segundo plano e passa a defender interesses privados,
legítimos ou ilegítimos, ante a Administração Pública.
3. Sujeitos
a) ativo. Funcionário público.
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA – CÓDIGO PENAL,
ART. 321 / CÓDIGO PENAL MILITAR, ART. 324

b) passivo. A Administração Pública.


4. Desnecessidade de ser advogado. Tendo em vista
que o funcionário público é impedido de exercer a
advocacia, é desnecessária a qualidade de advogado
ao autor para que o delito se configure.
EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU
Clique Aqui para Editar o Título
PROLONGADO – CÓDIGO PENAL, ART. 324
1. Análise do núcleo do tipo. Entrar no exercício significa iniciar o
desempenho de determinada atividade; continuar a exercê-la quer
dizer prosseguir no desempenho de determinada atividade. O
objeto é a função pública.
2. Sujeitos.
a) ativo: somente funcionário público nomeado, porém sem ter
tomado posse; na segunda hipótese, há de estar afastado ou
exonerado.
EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU
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PROLONGADO – CÓDIGO PENAL, ART. 324
b) passivo: Estado.
Elemento subjetivo do tipo. É o dolo. Não se exige elemento
subjetivo específico, nem se pune a forma culposa. Na segunda
figura, há apenas o dolo direto. Inexiste forma culposa.
Elemento normativo do tipo. A expressão “sem autorização” indica a
ilicitude da conduta, ao passo que a continuidade do exercício,
devidamente permitida pela administração pública, não configura o
tipo penal.
EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO
OU PROLONGADO – CÓDIGO PENAL, ART. 324

5. Objetos material e jurídico. O objeto material é a função


pública e o objeto jurídico é a administração pública, nos
interesses material e moral.
6. Classificação. Crime próprio, delito de mão própria, formal, de
forma livre, comissivo e, excepcionalmente, omissivo impróprio,
instantâneo, unis subjetivo, plurissubsistente; admite tentativa.
VIOLAÇÃOClique
DE SIGILO FUNCIONAL – CÓDIGO
Aqui para Editar o Título PENAL,
ART. 325
1. Análise do núcleo do tipo. Revelar significa fazer conhecer ou
divulgar; facilitar a revelação quer dizer tornar sem custo ou esforço
a descoberta. O objeto é o fato que deva permanecer em segredo.
2. Sujeitos
a) ativo: o funcionário público, abrangendo o aposentado ou em
disponibilidade.
b) passivo: o Estado, secundariamente, a pessoa prejudicada com
a revelação.
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3. Elemento subjetivo do tipo. O dolo, não existe a forma culposa,
nem se exige elemento subjetivo do tipo específico.
4. Objetos material e jurídico. O objeto material é a informação
sigilosa. O objeto jurídico é a administração pública, nos interesses
material e moral.
5. Classificação. Crime próprio, formal, de forma livre, comissivo e,
excepcionalmente, omissivo impróprio, instantâneo, unis subjetivo,
unis subsistente ou plurisusistente, forma em que se admite a
tentativa.
REFERÊNCIAS

Cunha, Rogério Sanches. Manual de direito penal:


parte especial (arts. 121 ao 361). Salvador, JusPOIVM,
2020.

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