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Peculato
Peculato culposo
Responda fundamentadamente.
O conceito de ‘posse’ de que cuida o artigo 312 do Código Penal tem sentido
amplo e abrange a disponibilidade jurídica do bem, de modo que resta
configurado o delito de peculato na hipótese em que o funcionário público
apropria-se de bem ou valor, mesmo que não detenha a sua posse direta.
# O que é “peculato-malversação”?
“Jubileu”, vereador, contratou seu primo “Pepito” para exercer o cargo público
de assessor na Câmara Municipal. Ocorre que “Pepito” não trabalhava
efetivamente. Apenas comparecia ao trabalho para assinar o ponto, sem que
exercesse suas atribuições do cargo, mas apenas atividades particulares em prol
do parlamentar. Apesar disso, “Pepito” recebia integralmente sua remuneração
todos os meses, situação que perdurou por anos.
A) “Pepito” e “Jubileu” cometeram crime?
STJ: Não é típico o ato do servidor que se apropria de valores que já lhe
pertenceriam, em razão do cargo por ele ocupado. Assim, a conduta do servidor
poderia ter repercussões disciplinares ou mesmo no âmbito da improbidade
administrativa, mas não se ajusta ao delito de peculato, porque seus
vencimentos efetivamente lhe pertenciam. Se o servidor merecia perceber a
remuneração, à luz da ausência da contraprestação respectiva, é questão a ser
discutida na esfera administrativo-sancionadora, mas não na instância penal,
por falta de tipicidade. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 2073825-RS, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, julgado em 16/08/2022 (Info 746).
A) concussão;
B) peculato-desvio;
C) corrupção passiva;
D) peculato-apropriação;
E) conduta atípica.
STF: Servidor público que utiliza a Administração Pública para pagar o salário
de empregado particular. Aqui o chefe contrata um indivíduo supostamente
para ser servidor público (cargo comissionado), mas, na verdade, ele manda
que a pessoa contratada preste exclusivamente serviços particulares ao seu
superior. No caso determinado Deputado Federal contrata Maria para ser babá
de sua filha recém nascida. Ocorre que Maria não é contratada como
empregada doméstica, mas sim como assessora parlamentar. Em outras
palavras, Maria está na folha de pagamento da Câmara, mas, na verdade,
desempenha unicamente a atividade de babá. Esta conduta, em tese, configura
peculato (art. 312 do CP). Nesse sentido: STF. Plenário. Inq 2913 AgR, Rel. p/
Acórdão: Min. Luiz Fux, julgado em 01/03/2012.
STF: "É atípica a conduta de peculato de uso. Com base nesse entendimento, a
Turma deu provimento a agravo regimental para conceder a ordem de ofício.
Observou- -se que tramitaria no Parlamento projeto de lei para criminalizar essa
conduta" (HC 108433 AgR/MG, Rei. Min. Luiz Fux, 2ª T., j. 25.6.2013 - INFO
712).
STF: Secretária de Estado que desvia verbas de convênio federal que tinha
destinação específica e as utiliza para pagamento da folha de servidores não
pratica o crime de peculato (art. 312 do CP), mas sim o delito de emprego
irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315). STF. 2ª Turma. Inq 3731/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/2/2016 (Info 813).
Peculato culposo
Se, apesar da falta do dever de cuidado objetivo do agente, não for cometido
qualquer crime por outrem, ou se tal delito permanecer na esfera da tentativa,
não se configura o peculato culposo.