O documento descreve vários crimes contra a administração pública cometidos por funcionários públicos, incluindo peculato, inserção de dados falsos em sistemas de informação, extravio de documentos, corrupção passiva, prevaricação e violação de sigilo. As penas variam de detenção até 12 anos de reclusão, dependendo do crime.
O documento descreve vários crimes contra a administração pública cometidos por funcionários públicos, incluindo peculato, inserção de dados falsos em sistemas de informação, extravio de documentos, corrupção passiva, prevaricação e violação de sigilo. As penas variam de detenção até 12 anos de reclusão, dependendo do crime.
O documento descreve vários crimes contra a administração pública cometidos por funcionários públicos, incluindo peculato, inserção de dados falsos em sistemas de informação, extravio de documentos, corrupção passiva, prevaricação e violação de sigilo. As penas variam de detenção até 12 anos de reclusão, dependendo do crime.
Crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral
Peculato 1) Peculato – quando o funcionário público se apropria de dinheiro, valor ou outro bem móvel, público ou particular, de que tem posse em razão do cargo. O peculato só pode ser praticado por funcionário público, em proveito de sua função, se apropriando de bem móvel, seja ele público ou particular, dinheiro, valor, quando se vê em posse destes. É o que ocorre quando um agente policial subtrai para si algum bem que encontrou durante apreensão, registrando um número menor de bens ao final. A pena de peculato se aplica da mesma forma se o funcionário público, embora não tenha posse do bem, o subtrai ou concorre para que seja subtraído (ou seja, participa do conjunto de atos que levam à subtração do bem, se valendo de sua condição de funcionário público) em proveito próprio ou alheio. Assim, mesmo que o bem não seja para o funcionário público e que ele não o tenha em sua posse ou mesmo que não tenha participado sozinho do ato, ele incorre na mesma pena. Reclusão de 2 a 12 anos, além de multa. 2) Peculato culposo – o mesmo que o anterior, mas quando o funcionário público, na figura de garantidor, deixa de praticar atos, culposamente, ou os pratica sem dolo, em proveito de crime de outrem. Caso a reparação do dano provindo de peculato culposo preceda sentença irrecorrível, fica extinta a punibilidade. Caso a reparação seja posterior à sentença irrecorrível, reduz em metade a pena imposta. Então, caso o funcionário público incorra em peculato culposo (quando não há dolo) ele tem até a sentença irrecorrível para reparar o dano e extinguir a punibilidade. Caso o faça depois, reduz em metade sua pena. Detenção de 3 meses a 1 ano. 3) Peculato mediante erro de outrem – quando o funcionário público se apropria de valor, bem, por erro de outro: ele não praticou atos para obter a posse do valor, da mesma forma que os valores não caíram em sua mão por qualquer ato regular: eles chegaram até ele por erro, sabido que era erro. A pena é de 1 a 4 anos de reclusão, além de multa. Inserção de dados falsos em sistema de informações 1) Funcionário público insere ou facilita a inserção de dados falsos ou altera ou exclui indevidamente dados corretos nos sistemas ou bancos de dados, com o fim de obter vantagem indevida para si ou outrem ou somente causar dano. O artigo prevê que inserção de dados falsos ou facilitação são crimes, mas também alterar ou excluir indevidamente dados corretos também são crimes, seja para obter vantagem para si ou outrem ou somente para causar dano. A pena é de 2 a 12 anos. 2) Funcionário público modifica ou altera o sistema ou programa de informática ou informações sem autorização ou solicitação da autoridade competente. Diferente do tipo penal anterior, que prevê inserção, alteração ou exclusão de dados, esse trata da alteração do sistema ou programa. Caso de pena de 3 meses a 2 anos. Contudo, havendo dano à administração pública – o que seria previsível, já que ninguém faz isso de onda – a pena se aumenta de um terço a metade. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento 1) Quando o funcionário público extravia livro oficial ou documento, que tem guarda em razão de sua função pública. Quando o sonega ou inutiliza, total ou parcialmente. Perceba que aqui não se fala em vantagem. Caso o funcionário público tenha responsabilidade sobre o livro ou documento e o extravie, sonegue ou inutilize, total ou parcialmente, com dolo, ele incorrerá no crime, cuja pela de reclusão é de 1 a 4 anos, se o fato não constituir crime mais grave. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas 1) Aplicar verba ou renda pública de maneira diversa da prevista em lei, detenção de 1 a 3 meses ou multa. Concussão 1) Exigir para ou si ou outra pessoa, direta ou indiretamente, mesmo que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. A concussão possui alguns aspectos específicos. Primeiro o verbo: ele pede uma exigência, que o funcionário público exija uma vantagem, direta ou indiretamente. Da mesma forma, a concussão admite que o funcionário público não realize esta exigência durante a função, nem que ele já seja funcionário, mas esteja próximo de ser, mas que a exija em razão da função. Da mesma forma, a vantagem precisa ser indevida. A pena é de reclusão de 2 a 12 anos e multa. 2) Excesso de exação – elencado nos parágrafos do art. 316 da concussão. Ocorre quando o funcionário exige tributo ou contribuição que sabe ou deveria saber indevido, além de cobrar por meio vexatório ou gravoso, não autorizado em lei. Digamos que o agente vai cobrar um tributo ou contribuição que sabe que não é devida pela pessoa ou pelo menos deveria saber não ser ou, ainda, quando cobra devidamente, mas por meio vexatórios, gravosos ou não previstos em lei. Reclusão de 3 a 8 anos e multa. Se ele desvia o valor em proveito próprio ou de outrem, a reclusão é de 2 a 12 anos e multa. Corrupção passiva 1) O funcionário público solicita ou recebe para si ou outro, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida ou aceita promessa de tal vantagem. A diferença da concussão é a seguinte: enquanto na concussão o agente exige, aqui ele solicita ou recebe. O tipo penal é menos ativo que o anterior. Aqui se observa, também, a ideia do funcionário estar atuando fora do seu local de trabalho, fora da função, ou ainda que não seja um funcionário público ainda, mas que tente a vantagem em função da disto. Novamente, a vantagem precisa ser indevida. Mas aqui, o crime de corrupção passiva se configura também no momento em que se aceita promessa de vantagem. Tirando a figura do solicitar, ele pode também receber ou aceitar promessa de vantagem, duas figuras passivas. A reclusão é de 2 a 12 anos. 2) Se em consequência da vantagem ou promessa o funcionário retarda ou deixa de praticar ato de ofício ou pratica infringindo dever funcional, a pena aumenta de um terço. Ou seja, além da vantagem obtida pela corrupção passiva, se o agente retarda um ato ou deixa de praticar um ato ou pratica infringindo dever funcional, a pena é de aumentada de um terço. 3) Caso o funcionário pratique ou deixe de praticar ou retarda ato de ofício, em infração do dever funcional, cedendo a pedido ou influência alheia, ele sofre detenção de 3 meses a 1 ano ou multa. Facilitação do contrabando ou descaminho 1) Quando o funcionário, cometendo infração contra seu dever, facilita contrabando ou descaminho. Reclusão de 3 a 8 anos. Prevaricação 1) Retardar ou deixar de praticar ato de ofício ou praticar contra disposição expressa em lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Esta última parte é importante: deve ser por interesse ou sentimento pessoal. Detenção de 3 meses a 1 ano. 2) Quando o diretor de penitenciária ou agente público deixa de cumprir dever de vedar ao preso o acesso a aparelhos de comunicação. Detenção de 3 meses a 1 ano. Condescendência criminosa 1) Quando, por indulgência, o funcionário público deixa de responsabilizar o subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando não tiver competência para tanto, deixa de notificar as autoridades competentes. Pena de detenção de 15 dias a 1 mês ou multa. Advocacia administrativa 1) Quando funcionário público patrocina interesse privado dentro da administração pública, auxiliando de alguma forma. Detenção de 1 a 3 meses ou multa. Caso o interesse seja ilegítimo, a pena aumenta para 3 meses a 1 ano. Violência arbitrária 1) Praticar violência no exercício da função ou a seu pretexto. Pena de detenção de 6 meses a 3 anos, além da pena correspondente à violência (concurso de crimes). Abandono de função 1) Quando o funcionário abandona o cargo fora dos casos permitidos em lei, sob pena de detenção de 15 dias a 1 mês ou multa. Se o fato resulta em prejuízo público, a detenção é de 3 meses a 1 ano e multa. Se o abandono de função ocorre em faixa de fronteira, a detenção é de 1 a 3 anos e multa. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado 1) Quando o funcionário começa a atuar antes do autorizado ou quando continua a exercer sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso. A pena é de detenção de 15 dias a 1 ano. Violação do sigilo funcional 1) Revelar ou facilitar obtenção de informações que tem em razão do cargo que deveriam permanecer em segredo. 6 meses a 2 anos, se o fato não constitui crime mais grave. 2) Da mesma forma incorre quem permite ou facilita, atribuindo, fornecendo ou emprestando senha ou outra forma de acesso a pessoas não autorizadas em sistema de informação ou banco de dados da administração pública ou quem utiliza indevidamente o acesso restrito. 3) Caso haja dano à administração pública, a pena é de 2 a 6 anos e multa. Violação do sigilo de proposta de concorrência 1) Violar sigilo das propostas de licitação pública na modalidade de concorrência ou facilitar que terceiro o viole. Pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa.
Se considera funcionário público em todos os casos aqui quem, mesmo que
temporariamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública, mesmo em entidade paraestatal, em empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para execução de atividade típica da administração pública.
Todas as penas aumentam de um terço quanto os autores forem ocupantes de cargos
comissionados ou funções de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação pública.