a) Individual: agente atua isoladamente, sem colaboração de outros, consumando o
crime de maneira individual; b) Coletiva: autoria de duas ou mais pessoas, implicando em concurso de pessoas. Mesmo que coautoria. c) Imediata: quando o agente executa, ele mesmo, os atos que implicam na prática do crime. Pode ser direta, quando ele pratica todos os atos sem fazer uso de mediação ou indireta, quando ele usa algo que torna sua participação indireta (um cachorro para agredir, por exemplo, coisa além de sua capacidade de intenção, sujeito somente à sugestão e comando). d) Mediata: a autoria ocorre através da mediação ou dominação da vontade. Coação, manipulação. O outro atua como instrumento. e) Colateral: dois ou mais agentes praticam delito, mas sem haver vínculo psicológico na sua autoria: praticam seus atos, por mais idênticos e vinculados que sejam, de maneira independente, sem planejamento prévio, ajuda. Nesse sentido, a autoria colateral não se comunica com o instituto do concurso de pessoas. Cada agente responde por aquilo que, de fato, realizou. Dois homens disparam contra um terceiro, de maneira independente, sem que um soubesse do outro: se identificará o responsável pelo disparo fatal, por aquele que, de fato, tirou a vida do terceiro. Este responderá por homicídio doloso consumado, enquanto o outro responderá por tentativa de homicídio doloso. Não há concurso de pessoas, não há coautoria, pois os dois atuaram de maneira independente. Haverá autoria colateral incerta quando não for possível identificar o responsável pela morte. Nesse caso, apesar do resultado morte, todos responderão por tentativa de homicídio. Mas caso o crime seja culposo, a solução será a da impunidade: havendo autoria colateral incerta em crime culposo, não se poderá pleitear que os dois agentes sejam condenados por tentativa de homicídio culposo, pois crimes culposos não admitem tentativa. Da mesma forma, como a autoria é incerta, não é possível condenar nenhum dos dois pelo crime de homicídio culposo, por não se saber qual é o responsável direto pelo resultado morte. Assim, ambos se isentam. f) Ignorada: quando se conhece o delito, mas não se conhece o autor ou possíveis autores. Não se confunde com a autoria incerta, pois na incerta se sabem os autores, mas não se sabe qual foi o responsável pela conduta mais lesiva. Na ignorada, se ignora completamente o autor do fato. g) Complementar ou acessória: quando dois ou mais agentes atuam de forma independente (importante, pois sem independência de autores, nos deparamos com coautoria, concurso de pessoas) e a soma de seus atos culmina no resultado. Isoladamente, seus atos não poderiam dar o resultado pretendido. Exemplo de duas pessoas administrarem veneno, inconscientes um de que o outro faz a mesma coisa: somente a soma das duas doses é que resulta na morte da vítima. Condutas que coincidem e se complementam para o resultado. Nesse caso cada um responde pelo que fez: tentativa de homicídio, apesar do resultado ter sido a morte, pois independentemente eles não foram responsáveis pela morte. h) Sucessiva: dá prosseguimento a crime anterior, sabendo se tratar de crime. Caso de repetir calúnia iniciada por outro, dando prosseguimento a ela, mesmo sabendo se tratar de imputação falsa.