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Mushoku Tensei: Jobless Reincarnation – Volume 4 – Capítulo 4

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Naquela noite, o sujeito associado à organização de contrabando, Gallus, saiu


depois de nos dizer que entraria em contato. Fomos obrigados a esperar
quinze dias até que ele mandasse um homem para dar mais detalhes sobre o
trabalho.

Os bens contrabandeados seriam temporariamente alojados em um prédio no


qual nos infiltraríamos. Iríamos libertar aqueles que haviam sido levados e
escoltá-los de volta para suas casas. Quanto a como faríamos isso, Gallus
deixaria tudo conosco.

A informação era vaga e o plano parecia desleixado. Ainda assim, éramos


apenas espadas contratadas. Tudo o que precisávamos fazer era cumprir nossa
missão. Havia algum perigo envolvido, então decidimos que apenas Ruijerd e
eu cumpriríamos a missão. Eris ficaria para trás, na pousada.

Já era a meia-noite do dia da operação. A lua sequer era vista. O lugar em


questão era um píer localizado na orla do porto. Estava assustadoramente
quieto, o único som era o eco das ondas do oceano. Uma figura suspeita estava
perto de um barco pequeno, com um capuz abaixado sobre sua cabeça para
esconder seus olhos.

Se estivesse procurando alguém para fazer um contrabando através da


fronteira, seria o cara ideal. Assim como tínhamos combinado em nossa
reunião anterior, entreguei Ruijerd para ele. De acordo com as instruções, as
mãos do Superd estavam algemadas atrás dele.

Um contrabandista tratava qualquer um com quem lidava como um escravo. O


transporte de escravos custava cinco moedas de minério verde, mas
estaríamos isentos. O fato de Gallus ter nos pago adiantado não mudou a
maneira como estávamos sendo tratados. Não estávamos sendo tratados como
mercenários contratados por ele, mas sim como criminosos que traficavam
escravos.

— Certo, vou deixar tudo em suas mãos.

O contrabandista não disse uma palavra. Ele apenas acenou com a cabeça,
guiou Ruijerd para o barco e colocou um saco na cabeça do Superd. O barco
tinha um único barqueiro, mas havia muitos outros a bordo com sacos na
cabeça. A julgar por suas alturas, não havia nenhuma criança.

Assim que Ruijerd estava seguramente a bordo, o contrabandista deu um sinal


ao barqueiro. Este último, que estava sentado à frente de seu pequeno veleiro,
entoou um feitiço. O barco começou a navegar sem fazer barulho, deslizando
pela água na escuridão da noite. Eu não consegui ouvir as palavras
claramente, mas parecia ser um feitiço da água que criou uma corrente para os
impelir adiante. Era algo que eu também poderia fazer.

O barco moveu-se em direção a um navio mercante ancorado em mar aberto,


para onde os escravos foram transferidos para serem despachados no início da
manhã. Mesmo de seu lugar no barco menor, Ruijerd continuou olhando para a
minha direção o tempo todo. Ele sabia exatamente onde eu estava, apesar do
saco em sua cabeça.

Enquanto via isso, escutei “Goodbye My Lover” tocando ao fundo de minha


mente. Não, espera, não! Ele não era meu amante! E, de qualquer maneira,
não era um adeus, isso seria apenas temporário.

No dia seguinte, vendi o lagarto no qual cavalgamos no ano anterior. Ele havia
nos carregado desde a cidade de Rikarisu até onde estávamos, e era confiável
o suficiente para que eu desejasse levá-lo para a Região de Fittoa conosco, mas
custaria muito caro para o levar junto. Além disso, no Continente Millis,
poderíamos usar cavalos. Os cavalos deste mundo eram rápidos e sua
resistência estava em um nível totalmente diferente. Não precisávamos mais
montar o lagarto.

Eris colocou os braços em volta do pescoço do animal e deu alguns tapinhas.


Não trocaram palavras, mas foi uma despedida triste. A montaria cresceu
apegada a ela. Durante nossas viagens, frequentemente lambia a cabeça dela e
deixava seu cabelo encharcado de baba.

Não poderíamos continuar chamando-o de “lagarto” para sempre. Devíamos,


no mínimo, nomeá-lo. Certo, de agora em diante seu nome será Guella Ha,
decidi. Guella Ha, um homem do mar que ansiava por mais companheiros
humanos.

— Este é realmente obediente. Você deve ter o treinado muito bem durante
suas viagens, hein? — O comerciante que lidava com lagartos ficou
impressionado.

— Suponho que sim.

Foi Ruijerd quem o treinou. Não que ele fizesse algo especial, mas certamente
havia uma dinâmica de mestre e servo entre o homem e Guella Ha. O lagarto
devia ter percebido quem era a pessoa mais poderosa do nosso grupo. Por
outro lado, o animal não gostava nem um pouco de mim e me mordeu várias
vezes.

Hm… sim, pensar nisso só me irritou.

— Ha ha, exatamente o que eu esperaria do Mestre do Canil do Fim da Linha.


Isso fará ele valer um pouco mais. A maioria das pessoas trata esses caras
muito mal, e isso torna meu trabalho de retreiná-los muito mais difícil. — O
comerciante era da tribo Rugonia, uma raça de homens com cabeças de
lagarto. No Continente Demônio, os homens-lagarto treinavam os lagartos.

— É natural que se trate os companheiros gentilmente enquanto viajam juntos.

De novo, a música “Goodbye My Lover” tocou na minha cabeça. Em minha


mão, eu segurava o dinheiro que recebemos pela venda de nosso companheiro.
Quando pensava dessa forma, parecia até ser dinheiro sujo. Que estranho.

Bem, é melhor deixar essa coisa de nome para lá. Isso só está me fazendo
sentir apego, decidi. Então adeus, lagarto sem nome. Nunca vou esquecer
como foi cavalgar em você.

— Wah… — Ouvi Eris fungando.

Depois de vender nossa montaria, viajamos a pé para embarcar em nosso


navio.

— Rudeus! É um navio! É tãããão grande! Opa! Tá balançando! O que é isso?!


— A partir do momento em que subiu a bordo, Eris começou a gritar de
empolgação. Talvez já tivesse até se esquecido do lagarto. Sua capacidade de
se recuperar rapidamente era um de seus pontos fortes.

O navio tinha velas e era feito de madeira. Era um modelo totalmente novo,
concluído há apenas um ano. Essa não era apenas sua primeira viagem, mas
também um desafio aos limites impostos ao viajar até Porto Zant.

— Mas este é um pouco diferente do que vimos antes, não é?

— Você já viu um navio antes, Eris? — Ela não disse que esta era a primeira
vez que via o oceano?

— Do que está falando? Você tinha um desses no seu quarto, lembra?

Ah, claro, lembro de ter feito alguns desses. Era uma boa memória. Naquela
época, eu queria trabalhar na minha magia da terra, então comecei a criar
coisas. Assim que percebi que poderia vendê-los, comecei a fazer figures da
Roxy em escala 1:10. Entretanto, há algum tempo não fiz nenhuma outra. No
momento, não sabíamos quando precisaria usar minha mana, então não tinha
feito nenhum treinamento que consumisse tal precioso recurso. O único
treinamento que fiz foi o físico, ao lado de Ruijerd e Eris. Nos últimos tempos
realmente comecei a relaxar. Depois que as coisas se acalmassem,
provavelmente precisaria voltar a aprimorar minhas habilidades.

— Eu os fiz usando minha imaginação, então não é surpresa que não sejam
uma réplica perfeita — disse. Sem mencionar que este era para ser um novo
tipo de navio. Quanto a que parte era nova, eu não tinha ideia.

— É incrível, não é? Que algo tão grande possa cruzar o oceano. — Eris ficou
incrivelmente impressionada.

Três dias após deixarmos o porto.

Enquanto estávamos a bordo, comecei a pensar. Um navio… um navio era um


tesouro. Agora que estávamos a bordo, deveria haver algum tipo de evento. Eu
já tinha jogado muitos simuladores de namoro e poderia dizer isso sem sombra
de dúvida.

Os golfinhos, por exemplo, poderiam começar a nadar ao lado do navio. A


heroína veria isso e diria: “Olha! Incrível!” E em resposta eu diria: “Minhas
técnicas na cama são ainda mais incríveis.” Então ela falaria: “Que maravilha!
Faça-me sua!” E eu responderia: “Vamos, meu bem, não podemos fazer algo
assim aqui.”

Sim, não, não era bem isso… Ah! Sim! Quando se pensa em um navio, se pensa
em ser atacado no mar! Um polvo, uma lula, uma serpente, piratas ou um
navio fantasma, algo assim. Um desses nos atacaria e nos afundaria. Seríamos
deixados à deriva e depois acabaríamos encalhados. Chegaríamos a uma ilha
deserta, onde a heroína e eu, apenas nós dois, começaríamos nossas vidas
juntos. No início, ela me odiaria, mas depois de superar vários obstáculos,
gradualmente se tornaria menos tsun e mais dere.

Além disso, havia apenas uma coisa para um homem e uma mulher presos em
uma ilha deserta fazerem juntos. A troca de olhares, o calor febril… Dois
jovens de sangue quente, começando a suar em meio ao eco das ondas do mar.
Depois, desfrutaríamos do nascer do sol juntos. Um paraíso só para nós dois.

Sobre a questão de um ataque de polvo, o destino da heroína já estava selado.


Ela seria atacada por vários tentáculos, mais do que se pensaria que um polvo
de oito tentáculos poderia possuir, e depois a suspenderia no ar. Seu corpo se
contorceria como se estivesse em agonia. A criatura a envolveria com seus
tentáculos e mergulharia sob suas roupas. Seria o maior espetáculo de todos,
que faria uma poça de suor nas palmas de suas mãos. Uma visão da qual não
se conseguiria desviar os olhos, nem mesmo por um segundo.

A realidade, entretanto, era cruel.

Eris estava sentada na cabine com o rosto pálido e um balde na sua frente. Sua
empolgação com a primeira viagem de barco rapidamente se transformou, no
meio do caminho, em náusea. Eu me perguntei por que ela ficava bem
cavalgando em cima de um lagarto, mas de alguma forma não tinha estômago
para um navio.

Como alguém que nunca sentiu enjôo, eu não conseguia compreender. Embora
houvesse uma coisa que pudesse dizer: Por mais brando que fosse o balanço do
navio, não parecia aliviar o sofrimento de quem ficava enjoado.

No quarto dia, um polvo apareceu. Pelo menos, foi isso que eu presumi que
fosse. Era de uma cor azul marinho, surpreendente e extremamente grande.
Por azar, não conseguiu capturar nenhuma garota. Em vez disso, foi
abruptamente despachado por um grupo de guarda-costas de rank S.

Não deveria haver nenhuma missão de escolta disponível. Se houvesse, eu a


teria pego na mesma hora. Perguntei a um comerciante próximo, que me
informou que esse pessoal era especializado em escolta de navios. O nome do
grupo era Aqua Road. Aparentemente tinham um contrato exclusivo com a
Guilda dos Armadores, e seu trabalho principal era atuar como escoltas
marítimas. Como resultado, se especializaram em despachar qualquer uma das
criaturas que pudessem aparecer em nossa rota.

No final das contas, não haveria nenhuma cena emocionante de tentáculos.


Que pena.

Dito isso, havia algo a extrair disso. Eu me afastei e os observei lutar, apenas
para o caso de algo acontecer, então vi a maneira como lutavam em grupo.

Para ser honesto, chorei de tanto rir quando vi seus pontos fortes individuais
pela primeira vez. O espadachim lutando em sua vanguarda era forte, mas não
tão forte quanto Ghislaine. Aquele que atuava principalmente em desviar os
ataques do inimigo e chamava a atenção também era um guerreiro forte, mas
nada parecido com Ruijerd. Na retaguarda estava quem parava o polvo, um
mago que certamente era mais fraco do que eu.
Fiquei desapontado. Era realmente assim que um grupo de rank S deveria ser?
Achei que a maioria das pessoas neste mundo era muito forte, mas essas não
eram tão impressionantes quanto imaginei.

No entanto, rapidamente cheguei a uma conclusão diferente. Eles eram


um grupo de rank S. Eu não deveria ter olhado para seus pontos fortes
individualmente, mas sim como trabalhavam como uma equipe. Mesmo não
sendo tão fortes, ainda conseguiram derrotar aquele polvo enorme. Mesmo não
sendo tão fortes, ainda assim chegaram ao rank S. Era isso que importava.
Cada pessoa cumpria seu papel dentro do grupo e era assim que
demonstravam tal poder como equipe. Trabalho em grupo era isso. Era o que
faltava ao Fim da Linha.

Cada membro do Fim da Linha era poderoso. Mas e o nosso trabalho em


equipe? O trabalho em equipe de Ruijerd era excelente, possivelmente porque
ele próprio havia feito parte de um esquadrão. Ele era hábil em batalhas em
grupo. Mesmo se Eris ou eu cometêssemos um erro, o homem poderia nos
cobrir. E também era ótimo em agir como um aggro, mantendo os olhos da
besta colados nele o tempo todo.

Ruijerd também era forte demais. Na verdade, poderia matar nossos oponentes
sozinho, mas estávamos forçando-o a trabalhar com uma equipe durante as
batalhas. Eu não chamaria isso exatamente de ruim, mas não havia dúvida de
que as coisas acabavam distorcidas. Achei que sabia o que significava lutar em
equipe, mas isso era apenas na teoria. Saber a teoria não significava que seria
capaz de colocá-la em prática. Eu tinha o hábito de me concentrar nos inimigos
que vinham em minha direção e, quando estavam em maior número que nós,
confiava muito no Superd.

Eris era horrível. Ela ouvia as instruções muito bem, mas quando se tratava de
uma batalha real, não conseguia combinar seu ritmo com o nosso. Ficava muito
fixada no inimigo à frente e se jogava em batalhas intensas. Quanto mais a luta
durava, menos ela escutava. Mesmo se a chamássemos, nunca cobriria
nenhum de nós, nem mesmo uma vez.

Mas, bem, para começo de conversa, nem Ruijerd nem eu realmente


precisávamos disso. Ainda assim, se isso continuasse e Ruijerd nos deixasse
por qualquer motivo, eu não estava confiante de que poderia a cobrir sempre.
Mesmo tendo um olho demoníaco, ainda tinha apenas duas mãos. Apenas uma
mão para me proteger e outra para proteger Eris. O alcance de uma mão era
realmente limitado.

— Rudeuuus…

Enquanto eu estava ocupado com meus pensamentos, o rosto pálido e doente


de Eris apareceu no convés. Ela deslizou, cambaleando até a borda do navio e
vomitou pela amurada. Nesse ponto, parecia que não havia mais nada em seu
estômago, exceto bile.

— O que você está fazendo aqui… quando estou sofrendo assim…

— Desculpa. É só que o mar é tão lindo.

— Você é muito malvado… Waah… — Lágrimas encheram seus olhos quando


ela jogou os braços em volta de mim.

Seu enjôo era severo.

Dia cinco. Eris estava na cabine e, como sempre, passando mal, e eu estava
constantemente cuidando dela.

— U-urgh… minha cabeça dói… Me cura…

— Tá bom, tá bom.

Eu descobri por um dos marinheiros que um pouco de magia de cura poderia


aliviar seu sofrimento. O enjôo era causado por um desequilíbrio no sistema
nervoso autônomo. Lançar um feitiço de cura em sua cabeça resultaria em
algum alívio temporário.

Pelo menos, é assim que deveria ter funcionado. Eu não conseguia lançá-lo
continuamente, e a magia de cura não eliminava toda a náusea.

— Ei… eu vou… morrer?

— Vou rir de você se você morrer de enjôo.

— Não…

Não havia mais ninguém na cabine. O navio em si era gigantesco, mas não
havia muitas pessoas viajando do Continente Demônio para o Continente
Millis. Eu não tinha certeza se isso era porque as taxas de passagem eram
muito mais caras para os demônios do que para os humanos, ou porque os
demônios simplesmente achavam mais fácil viver no Continente Demônio.

Eris e eu estávamos sozinhos.

No lugar silencioso e mal iluminado, lá estava ela, sem poder para lutar. E lá
estava eu ao seu lado, tendo passado os últimos cinco dias observando-a
enfraquecer.
No começo não houve problema com isso. Exceto a cura. Isso era um
problema. Para curá-la, eu precisava tocar sua cabeça. Como precisava lançar
meu feitiço regularmente, ela estava usando meu colo como travesseiro
enquanto eu mantinha minhas mãos em volta de sua cabeça, curando-a
repetidamente.

Foi quando comecei a me sentir estranho. Não, estranho era uma palavra
enganosa para se usar. Para ser franco, eu estava começando a ficar com
tesão.

Certo, preste atenção. Lá estávamos nós em uma cabine, e Eris, que


normalmente era tão obstinada, de repente ficou com os olhos turvos, me
chamando com uma voz fraca e respirando irregularmente, me implorando:

— Por favor, estou implorando, por favor, apenas faça isso (me cure).

Meus controles de volume interno abafaram a parte sobre a cura.


Simplesmente parecia que ela estava implorando por aquilo. Claro, isso não
era verdade. Eris estava apenas fraca. Eu nunca tinha sentido enjôo, mas sabia
que devia ser terrível.

Não havia nada inerentemente sexual em tocar outra pessoa. Ainda assim, ela
era maior de idade e eu podia sentir o calor de seu corpo. Só isso era
estimulante, mesmo que o toque não fosse de natureza sexual. A excitação que
isso produziu foi pouca, mas fazer isso continuamente por um tempo resultaria
em problemas para mim.

Tocar seu corpo, não importa onde, ainda era tocar. Tocar indicava que
estávamos próximos. Estar próximos significava que seu corpo estava
totalmente à vista. A testa, banhada pelo suor frio, a nuca, o peito, tudo.

Eris estava tão fraca e apática. Normalmente, ela me socaria se eu a tocasse


sem motivo. Mas agora, era como um peixe na tábua de cortar. Isso significava
que era basicamente minha, certo?

Esses sentimentos horríveis começaram a se enraizar em mim. Eu tinha


certeza de que a garota não iria resistir, mesmo se eu arrancasse minhas
roupas e me lançasse sobre ela. Não, ela não poderia resistir. O simples
pensamento fez minha virilha se sentir como Excalibur antes de Arthur segurá-
la. E na minha cabeça Arthur gritou. Ele estava gritando comigo, me dizendo
que Eris não seria capaz de resistir. Ele me disse que eu nunca teria outra
chance dessas. Era minha chance de perder a virgindade que tinha mantido
por tanto tempo.

Meu Merlin interior, entretanto, me incentivou a resistir. Já tinha tomado uma


decisão quando prometi esperar até os quinze anos. Disse que esperaria até
que esta viagem terminasse. Apoiei o que Merlin estava dizendo, mas minha
capacidade de resistir estava chegando ao limite.
E se eu testasse as coisas tocando apenas seus seios? Eu tinha certeza de que
seriam macios. E macios não era a única coisa que seriam. Isso mesmo – os
seios seriam mais do que macios. Havia uma firmeza no meio de toda aquela
maciez. Um Graal. O Santo Graal que meu Arthur interior buscava. O que
aconteceria se minha mão, meu Dom Galvão, encontrasse aquele Graal? A
Batalha de Camlann.

Ahh, claro, não era apenas o Santo Graal. O corpo de Eris estava mudando dia
a dia, especialmente seu seio. Ela estava no meio da puberdade. Eu não tinha
certeza se era genético, mas estava se desenvolvendo rapidamente de uma
forma que lembrava sua mãe. Se continuasse nesse ritmo, se tornaria uma
beleza voluptuosa.

Alguns homens poderiam dizer: “Eh, acho que os menores são perfeitos.”
Todos tinham suas preferências, mas eu poderia dizer que estaria junto no
momento de descrever os seios de uma mulher como “perfeitos”. Eu poderia
pegar seus seios em minhas mãos neste exato momento, enquanto ainda eram
pequenos.

Sua respiração estava irregular.

— R-Rudeus…? — Ela olhou para mim ansiosamente. — Você está bem?

Sua voz me acertou em cheio. Uma voz que normalmente era tão alta e forte.

Desta vez foi na altura perfeita, o suficiente para fazer meu peito formigar.

— Uh… sim, estou bem, eu juro. Não se preocupe.

— Se você está sofrendo, não precisa se forçar, sabe?

Eu não teria que me forçar? Então, em outras palavras, não teria que negar
isso a mim mesmo? Isso significava que poderia fazer o que quisesse?

Brincadeira… Eu entendi o que ela quis dizer. Estava preocupada se minha


mana aguentaria, já que estava a curando continuamente. Eu já sabia disso;
sabia que Eris confiava em mim. Confiou que eu nunca usaria esta
oportunidade para colocar a mão nela. Eu não trairia essa confiança. Rudeus
Greyrat não trairia essa confiança. Essa era a maneira adequada de responder
à confiança de uma pessoa.

Certo, disse a mim mesmo, vamos agir como uma máquina. Uma máquina. Eu
era uma máquina de cura. Me tornaria um robô sem sangue ou lágrimas. Não
veria nada, porque se visse o rosto dela, faria algo impulsivo. Com esse
pensamento em mente, decidi fechar meus olhos. Também não ouviria nada.
Se ouvisse sua voz, faria algo imprudente. Então, bloqueei minha audição
também.

Eu era um pária silencioso e anti-social. E como não tinha desejos terrenos,


não podia fazer nada impulsivo. Com isso em mente, fechei meu coração. No
entanto, ainda podia sentir o calor de sua cabeça e o cheiro de seu corpo.
Diante dessas duas coisas, minha vontade foi instantaneamente destruída.
Parecia que minha cabeça ia ferver.

Ah, não posso fazer isso. Estou perdendo o juízo, pensei.

— Eris, preciso ir ao banheiro.

— Ah, então é isso que você estava segurando. Certo… Te vejo daqui a pouco.

A garota aceitou isso facilmente. Dei a ela um olhar de soslaio antes de sair da
cabine. Me movi rapidamente. Eu precisava de um lugar deserto, e logo o
encontrei. Lá, tive um momento de felicidade suprema.

— Uff…

Só assim, me senti como um menino que havia se transformado em um sábio.


Quando fechei os olhos a sensação ficou mais forte, como se tivesse atingido a
santidade, como uma garota mágica se transformando e obtendo poderes ainda
maiores.

— Certo, voltei.

— Sim, bem-vindo de volta…

Voltei para a cabine com uma expressão iluminada no rosto, como um


Bodisatva, e finalmente me tornei uma máquina de cura.

Eris voltou ao seu estado normal e animado no momento em que descemos do


barco.

— Nunca mais quero embarcar em outro navio!

— Sim, mas teremos que fazer isso uma última vez para ir do Continente Millis
ao Continente Central.

Ela pareceu desanimada com isso, então ficou ansiosa ao se lembrar do que
havia acontecido no navio.
— E-ei. Quando essas coisas acontecerem, você vai me curar o tempo todo de
novo?

— Claro, mas da próxima vez posso fazer algo pervertido com você — falei com
naturalidade.

— Ugh… por que diz algo tão cruel?!

Não foi crueldade. Eu era o único sofrendo. Agora entendia como um cachorro
se sentia, tendo uma refeição deliciosa à sua frente, apenas para ser impedido
de dar uma mordida. Ali estava, com o estômago completamente vazio e com a
comida o chamando, implorando para que a devorasse, e não conseguia.
Poderia engolir a quantidade de água que quisesse para tentar
temporariamente satisfazer a dor na barriga, mas seria um esforço inútil. A
refeição não iria desaparecer e seu estômago voltaria a ficar vazio.

— Eris, você é realmente fofa. Estou desesperadamente tentando resistir à


tentação de fazer qualquer coisa com você.

— B-bem, acho que é assim que tem que ser. Da próxima vez pode me tocar,
mas só um pouco, tá? — Seu rosto estava vermelho e brilhante como um
tomate. Era realmente adorável. No entanto, havia uma lacuna muito grande
entre a enormidade do meu desejo e o “pouco” que ela oferecia.

— Infelizmente, “só um pouco” não vai resolver. Por favor, vamos esperar até
que você esteja pronta para eu mergulhar e fazer o que quiser com você.

Eris ficou sem palavras. Eu não queria que ela alimentasse minhas
expectativas. Queria que me deixasse manter a promessa que fiz. Se eu a
quebrasse e colocasse minhas mãos na garota, nós dois ficaríamos chateados
com isso.

— De qualquer forma, vamos indo.

— C-certo. Claro. — Eris se recuperou rapidamente e logo ficou de bom humor


quando começamos a caminhar em direção à cidade.

A paisagem urbana diante de nós não era muito diferente daquela de Porto
Vento. Mas isso era Porto Zant, uma cidade no extremo norte do Continente
Millis. Continente Millis. Finalmente estávamos em tal lugar, mas ainda
tínhamos um longo caminho a percorrer.

— Rudeus, o que há de errado?

— Nada, não é nada.


Seria melhor esquecer quanto tempo nossa jornada ainda duraria. O
importante agora era partir para a próxima cidade.

Antes de fazermos isso, no entanto, precisávamos conseguir algum dinheiro e


comprar um cavalo. E, antes de qualquer coisa, tínhamos que terminar nosso
trabalho atual. Agora que havíamos chegado até esse ponto, era hora de ver
essa missão ser concluída. Dito isso, nosso trabalho só começava ao anoitecer.
Ainda tínhamos algum tempo sobrando. Então, o que fazer?

Já havíamos trocado nosso dinheiro no Continente Demônio, então não havia


necessidade de visitar a Guilda dos Aventureiros. Decidi que iríamos para uma
pousada. Assim poderíamos nos recuperar de nossa cansativa jornada no
navio. Nosso trabalho viria depois. Ruijerd teria que sofrer com suas condições
de vida desconfortáveis um pouco mais, mas… bem, ele só teria que suportar.

E foi assim que chegamos ao Continente Millis.

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