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https://centralnovel.com/mushoku-tensei-jobless-reincarnation-volume-4-capitulo-4/
O contrabandista não disse uma palavra. Ele apenas acenou com a cabeça,
guiou Ruijerd para o barco e colocou um saco na cabeça do Superd. O barco
tinha um único barqueiro, mas havia muitos outros a bordo com sacos na
cabeça. A julgar por suas alturas, não havia nenhuma criança.
No dia seguinte, vendi o lagarto no qual cavalgamos no ano anterior. Ele havia
nos carregado desde a cidade de Rikarisu até onde estávamos, e era confiável
o suficiente para que eu desejasse levá-lo para a Região de Fittoa conosco, mas
custaria muito caro para o levar junto. Além disso, no Continente Millis,
poderíamos usar cavalos. Os cavalos deste mundo eram rápidos e sua
resistência estava em um nível totalmente diferente. Não precisávamos mais
montar o lagarto.
— Este é realmente obediente. Você deve ter o treinado muito bem durante
suas viagens, hein? — O comerciante que lidava com lagartos ficou
impressionado.
Foi Ruijerd quem o treinou. Não que ele fizesse algo especial, mas certamente
havia uma dinâmica de mestre e servo entre o homem e Guella Ha. O lagarto
devia ter percebido quem era a pessoa mais poderosa do nosso grupo. Por
outro lado, o animal não gostava nem um pouco de mim e me mordeu várias
vezes.
Bem, é melhor deixar essa coisa de nome para lá. Isso só está me fazendo
sentir apego, decidi. Então adeus, lagarto sem nome. Nunca vou esquecer
como foi cavalgar em você.
O navio tinha velas e era feito de madeira. Era um modelo totalmente novo,
concluído há apenas um ano. Essa não era apenas sua primeira viagem, mas
também um desafio aos limites impostos ao viajar até Porto Zant.
— Você já viu um navio antes, Eris? — Ela não disse que esta era a primeira
vez que via o oceano?
Ah, claro, lembro de ter feito alguns desses. Era uma boa memória. Naquela
época, eu queria trabalhar na minha magia da terra, então comecei a criar
coisas. Assim que percebi que poderia vendê-los, comecei a fazer figures da
Roxy em escala 1:10. Entretanto, há algum tempo não fiz nenhuma outra. No
momento, não sabíamos quando precisaria usar minha mana, então não tinha
feito nenhum treinamento que consumisse tal precioso recurso. O único
treinamento que fiz foi o físico, ao lado de Ruijerd e Eris. Nos últimos tempos
realmente comecei a relaxar. Depois que as coisas se acalmassem,
provavelmente precisaria voltar a aprimorar minhas habilidades.
— Eu os fiz usando minha imaginação, então não é surpresa que não sejam
uma réplica perfeita — disse. Sem mencionar que este era para ser um novo
tipo de navio. Quanto a que parte era nova, eu não tinha ideia.
— É incrível, não é? Que algo tão grande possa cruzar o oceano. — Eris ficou
incrivelmente impressionada.
Sim, não, não era bem isso… Ah! Sim! Quando se pensa em um navio, se pensa
em ser atacado no mar! Um polvo, uma lula, uma serpente, piratas ou um
navio fantasma, algo assim. Um desses nos atacaria e nos afundaria. Seríamos
deixados à deriva e depois acabaríamos encalhados. Chegaríamos a uma ilha
deserta, onde a heroína e eu, apenas nós dois, começaríamos nossas vidas
juntos. No início, ela me odiaria, mas depois de superar vários obstáculos,
gradualmente se tornaria menos tsun e mais dere.
Além disso, havia apenas uma coisa para um homem e uma mulher presos em
uma ilha deserta fazerem juntos. A troca de olhares, o calor febril… Dois
jovens de sangue quente, começando a suar em meio ao eco das ondas do mar.
Depois, desfrutaríamos do nascer do sol juntos. Um paraíso só para nós dois.
Eris estava sentada na cabine com o rosto pálido e um balde na sua frente. Sua
empolgação com a primeira viagem de barco rapidamente se transformou, no
meio do caminho, em náusea. Eu me perguntei por que ela ficava bem
cavalgando em cima de um lagarto, mas de alguma forma não tinha estômago
para um navio.
Como alguém que nunca sentiu enjôo, eu não conseguia compreender. Embora
houvesse uma coisa que pudesse dizer: Por mais brando que fosse o balanço do
navio, não parecia aliviar o sofrimento de quem ficava enjoado.
No quarto dia, um polvo apareceu. Pelo menos, foi isso que eu presumi que
fosse. Era de uma cor azul marinho, surpreendente e extremamente grande.
Por azar, não conseguiu capturar nenhuma garota. Em vez disso, foi
abruptamente despachado por um grupo de guarda-costas de rank S.
Dito isso, havia algo a extrair disso. Eu me afastei e os observei lutar, apenas
para o caso de algo acontecer, então vi a maneira como lutavam em grupo.
Para ser honesto, chorei de tanto rir quando vi seus pontos fortes individuais
pela primeira vez. O espadachim lutando em sua vanguarda era forte, mas não
tão forte quanto Ghislaine. Aquele que atuava principalmente em desviar os
ataques do inimigo e chamava a atenção também era um guerreiro forte, mas
nada parecido com Ruijerd. Na retaguarda estava quem parava o polvo, um
mago que certamente era mais fraco do que eu.
Fiquei desapontado. Era realmente assim que um grupo de rank S deveria ser?
Achei que a maioria das pessoas neste mundo era muito forte, mas essas não
eram tão impressionantes quanto imaginei.
Ruijerd também era forte demais. Na verdade, poderia matar nossos oponentes
sozinho, mas estávamos forçando-o a trabalhar com uma equipe durante as
batalhas. Eu não chamaria isso exatamente de ruim, mas não havia dúvida de
que as coisas acabavam distorcidas. Achei que sabia o que significava lutar em
equipe, mas isso era apenas na teoria. Saber a teoria não significava que seria
capaz de colocá-la em prática. Eu tinha o hábito de me concentrar nos inimigos
que vinham em minha direção e, quando estavam em maior número que nós,
confiava muito no Superd.
Eris era horrível. Ela ouvia as instruções muito bem, mas quando se tratava de
uma batalha real, não conseguia combinar seu ritmo com o nosso. Ficava muito
fixada no inimigo à frente e se jogava em batalhas intensas. Quanto mais a luta
durava, menos ela escutava. Mesmo se a chamássemos, nunca cobriria
nenhum de nós, nem mesmo uma vez.
— Rudeuuus…
Dia cinco. Eris estava na cabine e, como sempre, passando mal, e eu estava
constantemente cuidando dela.
— Tá bom, tá bom.
Pelo menos, é assim que deveria ter funcionado. Eu não conseguia lançá-lo
continuamente, e a magia de cura não eliminava toda a náusea.
— Não…
Não havia mais ninguém na cabine. O navio em si era gigantesco, mas não
havia muitas pessoas viajando do Continente Demônio para o Continente
Millis. Eu não tinha certeza se isso era porque as taxas de passagem eram
muito mais caras para os demônios do que para os humanos, ou porque os
demônios simplesmente achavam mais fácil viver no Continente Demônio.
No lugar silencioso e mal iluminado, lá estava ela, sem poder para lutar. E lá
estava eu ao seu lado, tendo passado os últimos cinco dias observando-a
enfraquecer.
No começo não houve problema com isso. Exceto a cura. Isso era um
problema. Para curá-la, eu precisava tocar sua cabeça. Como precisava lançar
meu feitiço regularmente, ela estava usando meu colo como travesseiro
enquanto eu mantinha minhas mãos em volta de sua cabeça, curando-a
repetidamente.
Foi quando comecei a me sentir estranho. Não, estranho era uma palavra
enganosa para se usar. Para ser franco, eu estava começando a ficar com
tesão.
— Por favor, estou implorando, por favor, apenas faça isso (me cure).
Não havia nada inerentemente sexual em tocar outra pessoa. Ainda assim, ela
era maior de idade e eu podia sentir o calor de seu corpo. Só isso era
estimulante, mesmo que o toque não fosse de natureza sexual. A excitação que
isso produziu foi pouca, mas fazer isso continuamente por um tempo resultaria
em problemas para mim.
Tocar seu corpo, não importa onde, ainda era tocar. Tocar indicava que
estávamos próximos. Estar próximos significava que seu corpo estava
totalmente à vista. A testa, banhada pelo suor frio, a nuca, o peito, tudo.
Ahh, claro, não era apenas o Santo Graal. O corpo de Eris estava mudando dia
a dia, especialmente seu seio. Ela estava no meio da puberdade. Eu não tinha
certeza se era genético, mas estava se desenvolvendo rapidamente de uma
forma que lembrava sua mãe. Se continuasse nesse ritmo, se tornaria uma
beleza voluptuosa.
Alguns homens poderiam dizer: “Eh, acho que os menores são perfeitos.”
Todos tinham suas preferências, mas eu poderia dizer que estaria junto no
momento de descrever os seios de uma mulher como “perfeitos”. Eu poderia
pegar seus seios em minhas mãos neste exato momento, enquanto ainda eram
pequenos.
Sua voz me acertou em cheio. Uma voz que normalmente era tão alta e forte.
Desta vez foi na altura perfeita, o suficiente para fazer meu peito formigar.
Eu não teria que me forçar? Então, em outras palavras, não teria que negar
isso a mim mesmo? Isso significava que poderia fazer o que quisesse?
Certo, disse a mim mesmo, vamos agir como uma máquina. Uma máquina. Eu
era uma máquina de cura. Me tornaria um robô sem sangue ou lágrimas. Não
veria nada, porque se visse o rosto dela, faria algo impulsivo. Com esse
pensamento em mente, decidi fechar meus olhos. Também não ouviria nada.
Se ouvisse sua voz, faria algo imprudente. Então, bloqueei minha audição
também.
— Ah, então é isso que você estava segurando. Certo… Te vejo daqui a pouco.
A garota aceitou isso facilmente. Dei a ela um olhar de soslaio antes de sair da
cabine. Me movi rapidamente. Eu precisava de um lugar deserto, e logo o
encontrei. Lá, tive um momento de felicidade suprema.
— Uff…
— Certo, voltei.
— Sim, mas teremos que fazer isso uma última vez para ir do Continente Millis
ao Continente Central.
Ela pareceu desanimada com isso, então ficou ansiosa ao se lembrar do que
havia acontecido no navio.
— E-ei. Quando essas coisas acontecerem, você vai me curar o tempo todo de
novo?
— Claro, mas da próxima vez posso fazer algo pervertido com você — falei com
naturalidade.
Não foi crueldade. Eu era o único sofrendo. Agora entendia como um cachorro
se sentia, tendo uma refeição deliciosa à sua frente, apenas para ser impedido
de dar uma mordida. Ali estava, com o estômago completamente vazio e com a
comida o chamando, implorando para que a devorasse, e não conseguia.
Poderia engolir a quantidade de água que quisesse para tentar
temporariamente satisfazer a dor na barriga, mas seria um esforço inútil. A
refeição não iria desaparecer e seu estômago voltaria a ficar vazio.
— B-bem, acho que é assim que tem que ser. Da próxima vez pode me tocar,
mas só um pouco, tá? — Seu rosto estava vermelho e brilhante como um
tomate. Era realmente adorável. No entanto, havia uma lacuna muito grande
entre a enormidade do meu desejo e o “pouco” que ela oferecia.
— Infelizmente, “só um pouco” não vai resolver. Por favor, vamos esperar até
que você esteja pronta para eu mergulhar e fazer o que quiser com você.
Eris ficou sem palavras. Eu não queria que ela alimentasse minhas
expectativas. Queria que me deixasse manter a promessa que fiz. Se eu a
quebrasse e colocasse minhas mãos na garota, nós dois ficaríamos chateados
com isso.
A paisagem urbana diante de nós não era muito diferente daquela de Porto
Vento. Mas isso era Porto Zant, uma cidade no extremo norte do Continente
Millis. Continente Millis. Finalmente estávamos em tal lugar, mas ainda
tínhamos um longo caminho a percorrer.