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Tradução: Vanessa Rodrigues Thiago Revisão Soraya Defavari Gráficos: Victoria Cooper
Diagramação e Adaptação capa: Labellaluna Web®
Todos os direitos reservados, no Brasil e língua portuguesa, por Leabhar Books Editora
Ltda. Rua Sete de Setembro, 1851 coj.1 CEP: 14025-200 - RP/SP – Brasil.
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A V , I S
20 1899
27 de julho de 1899
Querida B
Tanta coisa aconteceu desde a nossa última comunicação. Rezo para
que esta a encontre bem e chegue em segurança a Moresby depois de sua
longa viagem. Sabendo que já está no mar, deixo isso no Fairfax,
esperando que o encontre em sua chegada.
Há tanto para lhe contar, mas devo começar com a notícia mais triste
que qualquer irmão pode dar a sua irmã: que nosso pai passou para a
próxima vida há cerca de dez dias. A malária que contraiu quando jovem
sempre o atormentou, mas sua constituição enfraqueceu nos últimos meses.
Por favor, saiba que os últimos dias de sua doença foram rápidos e
sem dor, graças ao nosso pequeno suprimento de láudano.
Minha intenção é continuar seu trabalho, embora não em Vuru.
Um golpe feroz de sorte veio em meu caminho. Entre as muitas
histórias e superstições que registramos, há uma que não consigo tirar da
minha mente.
Talvez eu não tivesse vontade de atender a esse chamado se nosso pai
ainda precisasse de mim para seu próprio trabalho, mas sua morte traz
liberdade para explorar onde nenhum outro europeu se aventurou.
Começo minha própria jornada amanhã, para Vanuaka, um lugar
envolto em mistério, do qual os pescadores Vuru relutam em falar, e
nenhum barco me levará.
Assim, voltei a Moresby e encontrei uma tripulação disposta a zarpar,
levando-me com mais dois de nossa equipe Vuru. Mesmo assim, os homens
deverão me dar apenas uma semana, enquanto o barco permanece no mar.
Será suficiente, espero, descobrir algo dos moradores deste lugar remoto e
inexplorado, e dissipar o mito que outros temem.
Se eu puder criar um vínculo com os nativos, poderemos retornar —
você e eu.
Aconteça o que acontecer, devo estar de volta a Moresby antes do fim
de setembro, a tempo de sua chegada. No entanto, deixo esta nota, para
quem pode atestar o tempo, ou algum outro assunto que cause atraso.
Não falarei de outros desfechos, mas, se não voltar a vê-la, querida
irmã, por favor, entenda que um homem deve prestar atenção ao seu
coração, e o meu não pode descansar até que tenha se aventurado aonde
outros temiam ir.
Deixo uma quantia com o Fairfax, para fornecer-lhe acomodação e
comprar um leito de volta para a Inglaterra, caso eu não retorne.
Mas não desejo me deter em pensamentos tão sombrios.
As maiores aventuras ainda estão por vir, e minhas histórias serão
suas, quando nos encontrarmos novamente.
Seu, com amor Sebastian
B conseguia dormir.
Olhar para a escuridão, ouvir o lento ranger da madeira, estava
deixando-lhe louca. Compreendia que o capitão de Silva não a queria
perambulando à vontade, mas a tempestade havia passado e as horas
estavam cada vez mais difíceis de suportar.
Tão grande era seu tédio que até recorreu a conversar com Tom quando
ele trazia suas refeições em uma bandeja, ou água quente para lavar.
Embora a maior parte do que dissera fosse ininteligível, uma coisa estava
clara: seu grande respeito por seu capitão.
Qualquer que fosse a pergunta que Bathsheba lhe fizesse, sempre
parecia encontrar uma anedota do passado de Jorge de Silva para ilustrar
seu ponto de vista, embora nada tão sombriamente emocionante quanto
Bathsheba esperava ouvir.
— Ele é ágil o suficiente para correr com o mais novo até o topo do
mastro da mezena — disse Tom a ela, naquela mesma noite. — Não
acredita em pedir à tripulação para fazer algo que ele mesmo não faria. —
Tom parecia pensativo. — E é um mestre navegador, aprendeu sua arte de
marinheiro com o pai.
Por mais malandro que o capitão parecesse, parecia que merecia o
respeito de sua tripulação. No entanto, continuou a investigar, esperando
que Tom revelasse algo mais excitante do que a aptidão do Sr. de Silva para
escalar o cordame.
— Deve ser perigoso, tão longe do continente, aqui sozinho. —
Bathsheba adotou uma expressão ingênua. — Não há piratas para serem
cautelosos? Há pistolas, suponho, e espadas, para combate corpo a corpo?
— Aye. — Tom deu um sorriso torto. — Não só mataríamos alguém
sem que estivessem tentando fazer o mesmo conosco, mas é verdade que
eles iriam matá-lo e atirá-lo para o oceano se não tiver cuidado. — Ele a
olhou com atenção. — Na maioria das vezes, superamos os problemas, pois
Marguerite é de fabricação britânica, comprada pelo avô do capitão em
1855, e é rápida.
Com isso, ele encerrou a discussão sobre as tendências assassinas da
tripulação.
Ela deveria estar feliz que o homem que a acompanharia em Vanuaka
era capaz de defendê-la e, possivelmente, subir um coqueiro para verificar a
localização da terra. Isso poderia ser útil, para localizarem o acampamento
de Sebastian na selva.
A cada dia que passava, parecia mais provável que Sebastian estivesse
em perigo, e esse pensamento a fazia se sentir doente o suficiente, mas
estava impaciente para que chegassem ao seu destino por mais razões.
Quaisquer que fossem as dificuldades que a aguardassem na ilha, também
haveria liberdade para explorar — uma liberdade que se tornava mais
atraente a cada dia de seu confinamento. Desarrumado como estava, e um
rufião sem dúvida, o capitão não pensaria em despachar aqueles como ele,
mas certamente ela não sofreria nenhum dano, pois era de seu interesse
trazê-la de volta em segurança, se esperava ser pago.
Três noites e dias na ilha, sozinha com ele, será que ousaria tirar
vantagem disso? Usar sua força para dominá-la?
Não importa seu instinto básico; não importa a tentação...
Um turbilhão de possibilidades invadiu a mente de Bathsheba,
enviando uma onda de calor por seu corpo.
Pare!
Beliscando as costas de sua mão, repreendeu-se. Era ela que estava se
comportando de maneira inadequada, imaginando coisas que nunca
aconteceriam. O culpado era esse quarto. A falta de ar.
Ela tinha que sair.
Tirando a lanterna do gancho, Bathsheba acendeu o óleo.
Era o meio da noite — certamente uma boa hora para ir ao convés.
Apenas poucos membros da tripulação estariam trabalhando, poderia
facilmente encontrar algum canto sossegado para se sentar.
Por um momento, considerou simplesmente colocar o roupão sobre a
camisa, mas isso seria muito impróprio. Não havia nenhum espartilho para
se preocupar, pelo menos. Ela não usava um desde que deixou Moresby, e
não teve um momento de arrependimento por isso.
Impaciente, calçou as meias, depois a blusa e a saia, e amarrou as botas
robustas. Elas seguravam bem o convés, mesmo quando estava molhado.
Não iria demorar; apenas uma hora já a apaziguaria. Mas precisava do
ar fresco da noite e do espaço aberto. Precisava respirar livremente de novo.
E sonhando.
Uma mulher se despindo, botão por botão. Ela o queria, mas esse era o
jogo que faziam, fingindo se despir meio relutantemente, com olhares
tímidos.
Seda, renda e musselina foram retiradas, até que ela ficou nua, soltando
o cabelo, deixando as longas madeixas enroladas sobre o ombro nu.
Abrindo os braços, ela o convidou a deitá-la.
Lábios e línguas se encontraram em beijos de boca cheia. Suas curvas
e suavidade inchada eram dele para tocar e saborear.
Faminto, afundou na disposição de seu corpo, sua respiração
acelerando, empurrando mais forte. Ela enrolou as pernas sobre ele, e ele a
puxou para mais perto, enterrado profundamente no prazer.
Seus olhos estavam bem abertos; olhos âmbar, emoldurados por cílios
escuros, e um cacho de cabelo acobreado na bochecha.
Jorge acordou sobressaltado.
Os lençóis estavam úmidos, com suor, e sua mão em seu pênis.
Tudo estava quieto, e o céu escuro atrás de suas janelas.
Acendendo a lâmpada, localizou seu relógio de bolso. Mais três horas
até o amanhecer.
Deitando-se, fechou os olhos, retornando a mão para iniciar o ritmo
familiar. Ela estava esperando por ele, convidando-o de volta para onde
estava.
Mas, o que estava fazendo?
Fantasiando sobre a única mulher em centenas de quilômetros, que
dormia a poucos passos?
Uma mulher com quem ficaria sozinho em Vanuaka por três dias e três
noites. Uma mulher que esperava que a protegesse.
Um tipo estranho de proteção seria se acabasse seduzindo-a.
Ele nunca havia ido à casa de Madame Leonor, e fazia meses que não
entrava em uma mulher. Fora isso que provocou o sonho?
Acreditava que estava perdendo a cabeça.
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