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B.B. HAMEL
Brevemente
A tradução em tela foi efetivada pelos grupos Pegasus Lançamentos e Girl
Power Books de forma a propiciar ao leitor o acesso à obra, incentivando-o a
aquisição integral da obra literária física ou em formato E-book.
A foto do perfil dele era quente. Não costumo ser tão rude, mas é verdade.
Olhos cinza claro, quase da cor de pedra-de-fogo ou aço reluzente e um
maxilar todo masculino. Seus lábios eram cheios e o cabelo castanho escuro
foi cortado curto nas laterais e estava mais alto em cima. Claramente sabia
como cuidar de si mesmo. Não estava sem camisa na sua foto do perfil, mas
quando olhei para ele com mais atenção vi os músculos bem definidos por
baixo da camisa.
Dois dias e algumas horas mais tarde, estou descrevendo como quero chupá-
lo sob a mesa em seu escritório.
— Eu quero te conhecer.
Isso era muito melhor. Eu não sabia o que quis dizer com não confiar em
mim mais cedo. Mas também não era como se B.B. HAMEL
soubesse muito sobre ele. Diferente de certas técnicas de sexo oral e talvez
algumas outras peculiaridades e excentricidades, não tínhamos entrado em
detalhes sobre nossas vidas pessoais. Ficamos em interesses mútuos, como
computadores e filmes. E as coisas que queríamos fazer um com o outro,
claro.
Nunca fizera algo como vender uma empresa antes, e não sabia o que
esperar. Senti como se não merecesse esta incrível boa sorte. Havia milhares
de pessoas fazendo apps, então por quê eu? Sentia muita insegurança no meu
peito quando pensava em minha carreira e minhas ambições. Para não
mencionar a minha vida amorosa, mas por algum motivo não estava tendo
esse problema com o belo estranho.
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Pulei para fora da cama e olhei-me no espelho.
Envio e meu estômago dá saltos. Não é como se este fosse o primeiro cara
que eu estava envolvida, mas definitivamente foi o primeiro que não conheci
pessoalmente antes. Nem sabia quantos anos o belo estranho tinha.
Poucos minutos depois o telefone bipou. Era uma foto dele com pouca
iluminação e sem camisa. Meu queixo caiu e senti um calafrio de excitação
percorrer-me. Estava olhando para a câmera como se eu fosse a única pessoa
no mundo, apesar de ser difícil ver os detalhes do rosto. Mas estava certa
sobre os músculos.
Não acredito que fiz isso. " mensagem de sexo" era uma coisa, mas alguém
enviando uma foto sensual para mim era completamente novo. Sabia que
muitas garotas fazem, mas nunca conheci um cara que me fez querer despir-
me para ele até agora. Sem falar que nem sabia quem estava no extremo
oposto da conexão.
Não podia acreditar que estava sendo tão direta, mas foi emocionante. Nós
não nos conhecemos. Então, novamente, depois das coisas que havia
descrito, adivinhei que não era estranho. Sabíamos certas coisas sobre o
outro, como eu queria que me fodesse com minhas mãos puxadas em minhas
costas, e como ele queria que o chupasse.
Não fazia ideia. Verifiquei o relógio e meu coração quase parou. Precisava
trabalhar dali a meia hora e tinha somente esse tempo para me arrumar e
chegar lá. Quando achei que era muito cedo da manhã, acabou por ser tarde
demais. Isso é B.B. HAMEL
o que ganho por fazer sexo virtual à noite toda com um estranho quente.
Telefone esquecido agilizei minha arrumação e sai para a cidade.
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O turno do dia passou como geralmente: lento e chato.
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Jim Sleeter era alguns anos mais velho do que eu e foi um dos poucos caras
legais que trabalharam no Swirl Café. Era principalmente um lugar de
hippie, e os outros empregados cultivavam uma atitude distante e
convencida. Isso nunca foi meu forte, e de Jim também. Demo-nos muito
bem. Depois disse a ele sobre minhas horas em programação de app e Jim
me contou sobre sua banda de rock. Ouvi-os tocar uma vez e não eram assim
tão maus. Muitos anos 90, mas de uma forma atualizada, legal. Ele era um
pouco estranho e pateta, mas era carinhoso, e provavelmente era meu único
amigo na cidade.
Eu não cresci muito. Meu pai dirigia um caminhão de entrega, e minha mãe
morreu quando eu era jovem. Meus dois B.B. HAMEL
irmãos ajudaram tanto quanto puderam, mas estávamos constantemente sem
dinheiro. Sempre tive um emprego também, mas minha família,
especialmente os irmãos, me encorajaram a ficar na escola e ir para a
faculdade. Ainda, mesmo quando estava me formando no ensino médio com
uma aceitação na Universidade de Columbia, senti-me como uma impostora.
Isso não melhorou comigo vivendo em Nova York.
Ao invés de ficar na big apple, depois de me formar na faculdade, como
todos os meus amigos fizeram, mudei-me para a Filadélfia para ficar mais
perto do papai. Ele morava em um subúrbio fora da cidade, na mesma casa
onde cresci. Não havia muitas empresas de grande tecnologia na Filadélfia, e
não queria perder tempo com horas de código todos os dias para alguma
grande loja aleatória, então peguei um trabalho no Swirl Café e escrevi meus
apps no tempo livre. Tinha o benefício do café e não era muito estressante.
Jim foi uma das primeiras pessoas a me encorajar. Foi ele quem me disse
que a minha ideia para um app que ligava crianças de baixa renda, que
precisavam de ajuda na escola, com os mais baratos e amigáveis tutores on-
line foi uma boa.
Era como um irmão mais velho para mim, que também passou a me dar um
salário. Mostrou-me a Filadélfia quando ainda estava me acostumando a
viver em uma cidade nova, e apresentou-me a seus amigos, quando eu não
tinha nenhum.
Talvez em alguns aspectos, Jim foi a razão que Adstringo compraria o app
por milhares de dólares. Foi por causa de sua B.B. HAMEL
bondade que tive coragem e a estabilidade de passar minhas horas de folga,
trabalhando no meu sonho.
Jim riu.
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Eu vivia sozinha em um apartamento pequeno de um quarto, em uma
vizinhança difícil perto do rio Delaware.
— Eu já te assustei?
Outra parte de mim estava feliz que ele era confiante o suficiente para não
explodir meu telefone. Sabia o que queria, e pediu diretamente, mas não veio
para mim todo desesperado.
Mudei a roupa de trabalho e coloquei calça de ioga preta e uma camisa velha
de futebol escolar. Ainda tinha muito que fazer naquela noite para me
preparar para a reunião de amanhã, e não podia ser distraída com mensagens
novamente.
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Ainda assim, queria deixá-lo saber que não o esquecera. Longe disso,
pensara sobre a foto dele toda a tarde, imaginando meus dedos correndo seu
peito e pressionando nossos lábios, sentindo o calor de seu corpo
pressionado contra mim, suas mãos fortes agarrando meus quadris. Os
músculos duros, esculpidos. Fiquei excitada e tive que parar de imaginar o
que queria fazer com ele ou então gastar uma hora tirando-o da cabeça.
Esta reunião poderia mudar a minha vida, eu sabia. Viver e estudar em Nova
York não era barato, e tinha um monte de empréstimos estudantis que ainda
precisava pagar. Toda vez que pensava sobre isso sentia que estava me
afogando em pagamentos de juros. Mas sabia que qualquer que fosse o valor
final da venda, usaria tudo para pagar o empréstimo estudantil B.B. HAMEL
e o que sobrasse iria para os cuidados com meu pai. Na melhor das
hipóteses, me contratariam para continuar a trabalhar no app, o que
significaria salário mais benefícios. Mais do que isso, representaria
estabilidade. Mas sempre que pensava sobre a venda, as dúvidas enchiam
meu peito fazendo-me respirar fundo para afugentá-las. Tentei bloqueá-la da
minha mente e fingi que minha preparação era uma espécie de jogo, mas não
pude deixar de ficar com um pouco de pânico.
Não foi estranho. A única coisa estranha foi que senti exatamente da mesma
forma, a falta de novidades do telefone era um buraco em minha existência,
de hora em hora.
Eu digitei de volta.
Não podia acreditar que concordei em encontrá-lo, mas agora era tarde
demais.
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Isso me fez rir como idiota.
causa.
Sorri novamente. Quando não estávamos falando sério com nossa "
mensagem de sexo", achávamos engraçado fazer trocadilhos bregas de sexo.
Ele era definitivamente muito melhor do que eu.
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O átrio estava cheio de gente com roupa cara. Nunca vi um lugar tão
exuberante como este, com pisos em mármore e grandes televisões de tela
plana, mostrando a análise do mercado de ações.
A moça da recepção me disse que teria que esperar, então sentei em uma
cadeira de couro grosso e assisti as pessoas passarem, cada novo rosto
parecendo mais feliz e mais calmo do que o próximo. Adstringo era
conhecido como um dos melhores lugares para trabalhar na cidade, se não de
todo o país, e eu podia ver por quê. Havia comida grátis, laranjas, maçãs e
bananas, além de café e barras energéticas, e era só para os visitantes. Ouvi
que dentro havia uma cozinha com bufê livre, completo, além de academias,
salas para cochilos e muito mais.
Abriu a porta do escritório e uma mulher alta com cabelo loiro curto estava
sorrindo para mim. Fui até ela que me estendeu a mão. Demo-nos um aperto
forte, mãos macias e reparei que suas unhas eram bem cuidadas. Suas pernas
eram longas e estava absolutamente deslumbrante. Foi como imaginei que
Darcy se tornaria em poucos anos, madura, mas ainda radiante.
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— Por favor, chame-me de Janice.
Eu ri nervosamente.
Janice nos levou para o escritório e olhei em volta. Não pude deixar de olhar
como uma criança em um museu pela primeira vez. O espaço era aberto,
com tetos muito altos e linhas de mesas flutuando no meio, separado por
divisórias.
Decoradas com itens pessoais, como fotos e brinquedos, tudo tão colorido e
alegre. Ao invés de parecer sombrio e profissional como era a maioria dos
lugares, este era moderno e elegante.
Era o oposto do pátio por onde acabei de passar, que era classicamente
ornamentado e tinha a intenção de mostrar sua riqueza. Não via as pessoas
vestidas a rigor com exceção da Janice. A atmosfera era otimista, barulhenta,
mas não esmagadora, e as pessoas estavam animadas, conversando em
grupos, ou sentadas em suas mesas com fones de ouvido digitando.
— Ok Amy, aqui é onde a reunião acontecerá. Sr. Green e Sr. Brown estarão
com você em breve — disse Janice. Abriu as portas e moveu-se de lado para
eu entrar. Era uma sala de conferências básica, dominada por uma única
mesa grande no meio com 20 lugares.
Janice sorriu.
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— Não se preocupe. Royal Brown é um homem bom, você verá logo —
disse Janice. Por um segundo pensei que ela podia ler minha mente, mas
deve ter notado a ansiedade em meu rosto.
A sala era simples, não ornamentada como a entrada, também não era
colorida como o escritório principal. Senti-me mais confortável aqui, mesmo
que com uma grande ansiedade no peito. Como cresci com meu pai em um
subúrbio chamado Levittown, não estava acostumada ao luxo de lugares
como o hall de entrada. Não tínhamos muito, mas papai trabalhou duro para
sustentar a mim e aos meus dois irmãos mais velhos. Nunca estive em um
espaço tão claramente moderno e leve como o escritório principal. Columbia
tinha alguns espaços como esse, mas fiquei longe deles. Preferia os edifícios
antigos, grandes e achatados, com desenhos e layouts simples.
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Não sabia como ou por quê, mas este homem era meu belo estranho, o
mesmo que mandei mensagem esta manhã.
Apesar de que parecia tão surpreso quanto eu e houve até uma pausa
desconfortável, enquanto estávamos frente a frente.
Em suas fotos, ele nunca estava olhando direto para a câmera. Virava a
cabeça e a iluminação era fraca, o que tornava difícil dizer seus detalhes.
Além disso, Shane Green, o dono bilionário de Adstringo, era notoriamente
privado, talvez obsessivamente privado se os blogs eram verdadeiros. Não
havia muitas fotos dele. Mas este era definitivamente Shane Green, e com
certeza era o mesmo homem para quem eu enviara muitos textos explícitos,
textos muito sujos.
Era mais bonito pessoalmente. Talvez com quase quarenta anos, maduro e
bonito. Seus olhos pareciam pedras azuis na foto, mas pessoalmente eram
duas piscinas profundas, suficiente para me perder. O terno sob medida
agarrava-se ao corpo bem trabalhado, e não pude deixar de passar os meus
olhos e descer.
Shane Green olhou, notei que tomava conta da sala e irradiava uma
confiança que não estava completamente B.B. HAMEL
familiarizada. De repente senti que já não pertencia aquele lugar, mais do
que já sentia antes. Notei que ele estava fazendo a mesma coisa comigo,
correndo os olhos pelo meu corpo e, de repente, fiquei consciente de como
minha saia agarrava-se aos quadris e minha camisa acentuava os meus seios.
Esperava que ainda pudesse me levar a sério, mesmo que já olhara uma foto
minha apertando os peitos juntos para ele.
Nunca conheci ou senti uma atração imediata e poderosa assim, e agora
entendia porque uma única fotografia fizera querer chupar pau dele com
abandono. Senti-me envergonhada, mas animada, tudo de uma vez. Seu
corpo próximo ao meu foi como um farol para mim, e embora fossemos
ainda completos estranhos, queria me pressionar contra ele como eu pudesse.
— Por que mentiu para mim? Por que me disse que seu nome era Rex Blue?
Senti-me meio traída, embora percebesse que realmente não tinha o direito.
Será que planejava dizer-me a verdade mais tarde, ou esperava que eu não o
reconhecesse? O
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Antes que o momento ficasse muito estranho, Shane estendeu a mão.
Não sabia como jogar isso. Ele obviamente reconheceu-me também, ou pelo
menos eu tinha certeza que reconheceu, Brown estava nos observando de
perto. Estendi a mão e apertei.
A mão dele era grande e forte na minha, mas não era macia como eu
esperava. Por um breve momento quando nós apertamos, minha cara ficou
vermelha brilhante quando me lembrei de que descrevi como queria amarrar
minhas mãos nas minhas costas, enquanto me pegava por trás. Não podia
acreditar que disse isso para o meu futuro empregador em potencial.
Soltamo-nos, e Shane foi sentar-se.
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O olhar de Shane em mim era penetrante e focado. O rosto estava
impassível. Sentei-me nervosamente e remexi minhas anotações, tentando
não pensar no quanto queria seus lábios pressionados contra os meus.
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Não precisava ficar nervosa. Royal assumiu o controle da maior parte da
reunião, e ele era fácil de conviver. Passou-me contratos detalhando a oferta,
descrevendo exatamente quanto estavam dispostos a pagar, que era mais do
que suficiente, e os termos do emprego. Meu estômago deu cambalhotas
quando disse "emprego" , e Royal deve ter notado minha alegria porque não
pode deixar de sorrir de volta. Enquanto isso, Shane ficou quieto, e só falou
quando ficou claro que precisava. Havia algo estranho nele, quase
meditando, e senti como se eu só visse uma gota no oceano.
Não entendo este homem. Estava fingindo que não me conhecia ou pior,
como se estivesse desapontado comigo.
Talvez os textos e fotos deram uma ideia diferente, e uma vez que me
conheceu pessoalmente, não fiz jus à sua versão idealizada. Eu realmente
não tinha ideia do que seu silêncio passivo significava, e fiz tudo o que podia
para não atravessar a mesa e agarrá-lo pelos ombros, talvez sacudi-lo
ligeiramente e gritar todas as perguntas que estavam surgindo em minha
cabeça. Ao invés disso, sentei-me tão pacientemente quanto podia e escutei
Royal explicar o negócio, enquanto Shane em resumo manteve-se
profissionalmente indiferente. Royal liderava a reunião, mas estava claro que
Shane estava no B.B. HAMEL
controle. Mesmo que quase não falasse, Royal sempre olhava para ele antes
de afirmar qualquer coisa.
Como Shane não reconheceu a foto do meu perfil? Não me pesquisou antes
de comprar o app? E por que estava mentindo sobre o nome em um site de
encontros ruim? As respostas, obviamente, não seriam ditas nesta reunião.
Pelo menos Royal parecia alegremente inconsciente sobre as questões entre
nós, enquanto tagarelou sobre salários e pacotes de seguros. Normalmente
isso teria sido o momento mais feliz da minha vida, mas havia muita
agitação dentro de mim para apreciá-lo.
— Foi perfeito.
— Não, ainda não. Mas meu empréstimo estudantil será pago e terei um
emprego — respondi.
Saímos,
com
Janice
na
liderança.
Enquanto
minutos.
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Era uma mensagem dele. Rex Blue ou Shane Green, ou quem quer que
fosse, eu ainda queria conhecê-lo. E ele pediu para fazê-lo agora.
Não sabia o que queria. Como seguia Janice, olhei ao redor do escritório e
tentei vislumbrar Shane barra Rex, mas não estava à vista. Não tinha ideia se
deveria ir, mas talvez ele tivesse uma boa razão para a maneira como agiu e
por que mentiu para mim. Pelo menos, poderia ser bom esclarecer tudo isso
antes de começar a trabalhar para Shane Green. Decidi que seria uma boa
ideia fazer bonito com o novo chefe.
Janice me levou para frente do gabinete e segurou a porta aberta para o átrio.
Percebi que estava uma bagunça emocional quando fui rumo ao elevador.
Também, encontraria com Shane Green, bilionário, meu futuro chefe, o
parceiro de mensagem erótica, sozinha em um bar em poucos minutos, e não
tinha ideia do que aconteceria.
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Estava atrasada. Depois que deixei o lobby entrei no banheiro público do
edifício e me arrumei. Tirei meus óculos e desabotoei os dois botões
superiores da blusa. Imaginei que podia deixá-lo ver o que está perdendo.
Adivinhei que isto não era apenas uma reunião de negócios, uma vez que me
convidou para um bar. Lavei as mãos e repeti mentalmente, posso fazer isso,
posso fazer isso. A dúvida estava lá, mas ignorei-a e sai para tentar encontrar
o McCullough.
— Ei você, Sr. Green. Ou devo dizer Rex? — peguei o assento ao seu lado e
minha bolsa caiu no chão. Não sabia de onde vinha essa confiança, mas foi
bom estar perto dele.
Seu sorriso desapareceu, sendo substituído com um olhar intenso. Ele curvou
sua cabeça ligeiramente e disse:
Vinho branco.
Olhou-me um pouco surpreso, mas o olhar intenso não foi embora, e ainda
aprofundou, então senti algo mexer dentro de mim. Ele fez sinal para o
garçom e pediu minha bebida.
— Onde eu começo?
— Tudo bem, mas primeiro deixe-me dizer isto. Juro que não sabia quem era
quando começamos as mensagens. Nem mesmo quando você me mandou a
foto. — não estava sorrindo mais e os olhos dele eram suaves e graves.
— Tenho uma equipe que faz compras. Na verdade, não tive muito a ver
com a pesquisa básica. Não sabia o seu nome até esta manhã, não que isso
mudasse algo. Não foi meu melhor momento, eu percebi. Estava um pouco
distraído.
— Tudo bem, mesmo que isso seja verdade e você não sabia quem eu era,
por que mentiu sobre seu nome, primeiramente?
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Shane Green soltou um suspiro profundo e tomou um gole de sua bebida.
Poderia dizer que isso foi difícil para ele, já que olhou em torno da sala antes
de responder. Estava claramente atormentado por algo, e não sabia o que.
Podia entender isso. Li sobre sua reserva, mas ouvi-lo falar sobre isso e
vendo como fisicamente ficou desconfortável, teve um efeito interessante
sobre mim. Ao invés de perder o interesse ou ficar com raiva, eu queria
correr os dedos pelo cabelo dele e beijar sua boca o máximo que pudesse.
Claramente este era um homem que não estava acostumado a ter que se
explicar e muito menos admitir algo tão profundamente pessoal, como fazer
um falso perfil de namoro para se sentir normal. Sua vulnerabilidade,
misturada com o seu sigilo, foi convincente.
— Então o quê? Você se livraria de mim?
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— Não, absolutamente não. — olhou-me direto nos olhos e chegou mais
perto. Prendi minha respiração por um momento. A luz parecia inclinar em
direção a ele.
— É isso que faz com as garotas que flerta? — perguntei, mas minha cabeça
divagando com imagens do seu corpo.
— Não. Esta é a primeira vez que fui tão longe e te diria a verdade, quando
nos conhecêssemos. Desculpe que menti para você. Nunca quis te enganar.
— estava tão perto de mim que podia sentir seu calor. Estava completamente
hipnotizada pelo olhar dele e senti que faria qualquer coisa que pedisse.
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Ele deu aquele meio sorriso e virou-se para saborear a sua bebida. Bebi a
minha também, apenas para disfarçar o quanto queria que se aproximasse
novamente.
Ele sorriu.
houve uma sugestão de algo mais em seu tom, mas não sabia o que
significava.
— Você é muito mais que isso. Nem sempre contratamos o criador de tudo o
que compramos.
— Precisa perguntar?
— Sim, preciso.
Não sabia o que dizer. É verdade que meu app foi um pouco complicado.
Estudantes de baixa renda ligados com tutores on-line dispostos a ajudá-los
na diminuição de taxas têm um monte de peças móveis, mas eu nunca olhei
para ele como algo mais do que um quebra-cabeça que vale a pena.
Eu não queria passar por tudo isso, mas não disse exatamente em voz alta.
Senti-me mais confiante em sua companhia, mas não tanto.
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Os olhos dele acenderam quando disse este nome.
— Shane fora do escritório. Sr. Green dentro. — seu tom era um comando e
isso me excitava.
Olhei para minha bebida e senti-me desapontada. Não sabia o que esperava.
Talvez uma declaração de amor, talvez apenas um convite para jantar. Em
vez disso, tinha mensagens contraditórias e muita confusão.
Antes de sair Shane parou ao meu lado. Poderia dizer que estava lutando
com algo. Movi-me no lugar para chegar mais perto dele. Ele olhou
diretamente para mim, seus olhos latentes.
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Abri a porta para o meu apartamento e deixei cair às chaves no balcão da
cozinha. Assim que entrei o telefone começou a tocar. Puxei-o da bolsa e
verifiquei o ID: Darcy.
— Ei Darc! — disse.
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— Você está aqui? Na minha cidade? Desde quando? —
não tinha ideia de que ela vinha. Desejei que tivesse me dito antes. A teria
buscado na estação, ou pelo menos a deixaria dormir na minha casa.
Fora um dia longo. Estava exausta mesmo sendo quase quatro da tarde. Mas
não pude negar seu pedido, não quando era tão raro vir a cidade. Apesar do
tumulto que estava sentindo sobre o novo trabalho e enviar mensagens
obscenas para meu chefe, precisava vê-la.
— Estarei aí em breve.
— Grande. Fique bonita! — ela desligou. Sorri e pus meu telefone na bolsa.
Eu não sabia o que Darcy reservara para mim, mas percebi que poderia
mudar de roupa antes de ir.
Parei minha moto fora do café no lugar habitual e ajustei minhas roupas.
Short de cintura alta preto apertado, meias pretas e um top bonito, azul
escuro de botão com detalhes por todo o lado. Darcy disse-me para ficar
bonita e fiz meu melhor para corresponder às suas expectativas.
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O café parecia escuro, o que era estranho. Deveria estar aberto, mas o
letreiro não estava aceso e mal conseguia ver na janela. Abri a porta e entrei.
— Surpresa!
— É uma festa surpresa para comemorar sua grande venda. Coisa de última
hora, mas está decente.
— Como você fez isso? — não podia acreditar que trouxeram o meu pai.
Agradeci a Darc outra vez e então fui direto para o meu pai. Ele parecia
magro, mais magro do que na semana passada. Sua enfermeira, Jasmine,
ficou atrás da cadeira dele, toda sorridente. Estava ligado à sua máquina de
oxigênio, mas usava seu melhor terno. Abaixei-me para abraçá-lo o máximo
que pude sem machuca-lo. Era tão frágil nos braços e não pude deixar de
lembra-lo quando era jovem, alto, ombros largos e ríspidos.
— Sim, eu também. É difícil sair estes dias. Philly não é mais como
antigamente
B.B. HAMEL
Típico do meu pai. Ele sempre foi rabugento, mesmo antes do câncer de
pulmão. Passou a maior parte de seu tempo trabalhando, quando éramos
jovens, mas esforçou-se para arranjar tempo para nós. Era um bom pai,
apesar de todos os problemas em sua vida. Apesar de todos os problemas
que nós tínhamos lhe causado. Mas ainda nos amava e sempre se assegurava
de que nós soubéssemos.
— Sim Amy, parabéns milionária — veio uma voz atrás de mim. Virei-me e
vi John, meu irmão mais velho.
Ficamos muito mais próximos nos últimos anos. Nosso irmão do meio,
Derek, estava passando por alguns problemas e atualmente estava em algum
lugar perto de Reading. Não sabíamos o que Derek estava fazendo na
maioria das vezes, mas provavelmente era relacionado com droga, seja o que
for.
A noite correu bem. Papai saiu mais cedo porque estava cansado, mas foi
incrível que ele fez a viagem. Jim deixou meus amigos trazerem cerveja e
vinho, e as coisas ficaram confusas, como normalmente acontecia. No final
da noite encontrei-me em uma mesa com Jim, Darcy e John, o restante dos
convidados da festa foram embora.
Dei de ombros.
— Trabalhei duro, principalmente. Tive um pouco de sorte. Foi sorte que o
app foi encontrado por Adstringo e comprado. Mas na maior parte, só fiz o
app.
— Isso não é sorte Amy — disse Jim. — Você é a pessoa mais talentosa
aqui. Todos sabem disso. — Ele estava muito bêbado e encostado no tampo
da mesa.
B.B. HAMEL
— Obrigada Jim. Eu tento, acho. — ele me olhava atentamente, de uma
maneira que não reconheci.
Vendeu um app, está trabalhando para a empresa dos seus sonhos. Viva a
vida. Acho que você é incrível. — ele disse.
Jim continuou me olhando, e um silêncio estranho caiu sobre a mesa.
— Tudo bem, acho que é hora de ir. — John disse, quebrando o silêncio e
deu um tapinha nas costas de Jim.
Darcy riu.
— Vou levá-lo para casa. Vocês duas limpam. — John levou Jim para fora,
para a noite fresca de outono. Darcy riu novamente.
— Ele tem uma paixão enorme por ti, você sabe. — ela comentou.
Ainda não caíra a ficha de que não era mais uma barista com salário mínimo
no Swirl Café. Nunca mais teria que servir outro café para um cliente
grosseiro. Não precisaria limpar um derramamento ou lidar com pessoas
impacientes. Isso era libertador.
B.B. HAMEL
— Chefe não tem nada a ver com isso, esse cara quer seu doce corpo. A
propósito, algum homem quente em sua vida agora? — Darcy era
perpetuamente curiosa quando se tratava da minha vida amorosa, mesmo
quando não existia essa vida.
Queria falar para ela sobre meus textos com Shane, sobre descobrir quem
Shane Green era durante a reunião de hoje de manhã e a sua admissão
estranha no final da nossa conversa no bar, mas não consegui fazê-lo. Podia
deixar de fora os detalhes sobre as fotos sexys e sobre as mensagens
obscenas, claro, mas eu queria descrever seu corpo, a maneira que ele olhou
para mim e fez-me sentir. Mas uma grande parte de mim sabia que não seria
algo que ele gostaria. Se Shane era tão privado como disse, e acho que
realmente quis dizer isso, então não deveria contar a ninguém sobre o que
aconteceu entre nós.
Em vez disso, só balancei minha cabeça. Foi difícil não dizer-lhe, mas
tranquilizei-me com o pensamento de que iria enchê-la sobre isso quando
pudesse.
B.B. HAMEL
— Isso é verdade, garota. — ela riu, e senti que estávamos na escola.
Eu sorri.
Darcy sempre trouxe alegria e leveza para tudo que fazia e foi algo que
perdi. Francamente, sabia como fazer uma festa e viver a vida, mas não era
irresponsável. Eu tinha uma tendência a sobrecarregar-me, me esforçando
para alcançar os objetivos e Darcy era boa em me levar para sair. Sempre
fiquei mais confortável com o meu laptop, sozinha no quarto, do que em
grandes festas.
Pensei sobre meu telefone, tão silencioso a noite toda e em Shane lá fora em
algum lugar, em sua casa confortável, talvez flertando com uma garota nova
pelo app de namoro. Senti uma pontada de ciúmes e não tinha o direito de tê-
lo. Ele não parecia querer ter nada além de uma relação profissional comigo,
mas ainda não pude deixar de pensar sobre o que dissemos um ao outro e
sobre seu último comentário antes de sair do bar.
Ainda guardava a foto que salvei e esperava que ele mantivesse a minha.
Sabia que deveria excluí-lo, mas gostava de imaginá-lo olhando para ela,
talvez passando a mão na cueca, sobre o abdomen esculpido, tocando seu
pau grosso.
Bebemos ao meu sucesso, mas secretamente bebi para um futuro onde Shane
Green me mandaria um texto.
B.B. HAMEL
Uma semana depois, estabeleci-me no escritório. Já tinha feito minha
primeira amiga, chamada Linda, e isso facilitou muito a minha transição.
Linda sentou ao meu lado, e a sua personalidade efervescente e atitude
prática no trabalho fez dela o tipo de pessoa de quem queria estar perto. Ela
era por sua vez, boba e séria, sempre fazendo piadas, mas trabalhando longas
horas. Afastei-me de minha tela quando Linda apareceu na parede da nossa
divisória.
Ainda não estive com ele. Deveríamos trabalhar estritamente no app, mas eu
não tive sequer um vislumbre dele nesta semana.
B.B. HAMEL
Eu não estava ofendida com sua piada. Senti-me muito próxima dela e
presumi que ela se sentia da mesma forma comigo, se estava disposta a
brincar a respeito de nosso patrão fazendo sexo com mulheres estranhas. Era
só que eu queria ser uma dessas garotas. Na verdade, queria ser a única
garota.
Estava sentindo ciúmes? Sim, estava sentindo ciúmes. Era uma loucura, mas
encontrei-me querendo ser tomada por este homem, em qualquer lugar que
escolhesse, sempre que ele quisesse.
Linda sorriu.
— Esse é o espírito. Mas com toda a seriedade, ele deveria trabalhar mais
com você. É estranho que nem sequer parou aqui.
Eu ri.
— Uma garota pode sonhar. — Se ela soubesse o que eu já tinha feito, acho
que seria o centro da fofoca neste escritório por semanas.
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— De qualquer forma, duvido que sejam meninas que ele tem ali. Ou
meninos, a propósito. Ouvi dizer que não namora ou não assume.
— Ele já teve um relacionamento sério?
— Acho que sim, algum tempo atrás. Mas não tenho certeza. É tudo fofoca
do escritório, e eu realmente não acreditaria nisso.
— O que é? — fiquei curiosa, mas não pude evitar. Não era geralmente o
tipo de entrar em fofoca, mas senti necessidade de saber algo sobre ele. E
Linda parecia particularmente interessada em falar sobre sua vida pessoal.
Aquilo me gerou uma pausa. Janice e Shane? Ela era alta, linda e elegante,
tudo que eu não era. Mas eles namorando, não fez muito sentido para mim.
Por que Janice ainda estava trabalhando como sua assistente se eram ex?
Não era exatamente normal. Não fazia muito sentido, mas Shane era um
mistério para mim. Tudo a respeito dele era segredo e estava desesperada
para saber a verdade.
B.B. HAMEL
— Mas você nunca sabe o que é real ou fofoca. — Linda terminou inclinada
para trás.
— Quão verdadeira acha que é? — estava esperando algo.
— Não muito, para ser honesta. Mas eles são muito próximos, então quem
sabe.
Eu não tinha notado isso, mas mais uma vez, tinha estado ali apenas por um
curto período.
B.B. HAMEL
— Desculpe atirar todas estas perguntas em você — disse.
Foi estranho, tentar descobrir sobre um homem por meio de um dos seus
empregados, especialmente um homem que enviara mensagens íntimas e
pessoais. Senti que juntava informações sobre ele de fontes de segunda mão,
tentando pintar um quadro sem pintura. Era frustrante, mas era tudo que eu
tinha.
Adoro falar sobre o Sr. Chefe Misterioso. — Linda deu-me outro sorriso e
balançou as sobrancelhas e, em seguida, fui para o meu lado da partição.
A única questão real que tinha, o único pensamento que dominou a minha
mente desde que comecei a trabalhar no Adstringo foi: por que ele me evita?
Não pude deixar de pensar que era porque percebera o erro que cometeu.
Precisou conhecer-me fora do mundo dos negócios e talvez não tenha
gostado do que viu. Talvez esteja reconsiderando tudo e arrependeu-se de
assinar os contratos.
Quem sabe pensasse que sou uma garota boba que envia textos sujos e
mensagens por diversão, e que não pertenço a uma empresa como a
Adstringo. Ou, pior, acha que sou uma irresponsável e posso dizer às pessoas
sobre a nossa relação.
B.B. HAMEL
Antes que tivesse um colapso total, um e-mail surgiu na minha caixa de
entrada. Foi um convite para uma reunião enviado por Janice. Curiosa, abri.
Mesmo que fosse só uma reunião de negócios, veria como seu corpo se
move, a ondulação dos músculos quando dá a volta na mesa, talvez tocar
nossos dedos por engano. Minha mente vagava de volta para as coisas sujas
que disse, como ele queria empurrar o rosto entre minhas pernas e cheirar-
me, lamber-me até que eu não aguentasse mais.
Balancei minha cabeça para espairecer. Não podia deixar-me levar por
fantasias, não quando ele deixou claro qual seria o nosso relacionamento.
Sentei-me reta e forcei-me a voltar ao trabalho, mas minha mente ficou
vagando de volta às memórias do seu olhar intenso.
B.B. HAMEL
A manhã seguinte não veio rápida o suficiente. Passei horas obcecada
escolhendo o que vestir e por fim escolhi uma blusa azul marinho, um
apertado casaquinho de manga 3/4
de comprimento e a saia cinza justa que faz minha bunda parecer fantástica.
Salto alto, além de um casaco leve para viajar, finalizando a roupa.
Levantei cedo, fui para o escritório e esperei agitada e nervosa, até as nove.
Quando chegou a hora, carreguei a minha bolsa com meu laptop e algumas
notas pelo corredor passando por uma série de salas entrando na área onde
ficava o escritório do Shane. Janice estava sentada em sua mesa.
— Bom dia, Janice. — eu disse.
Shane Green estava sentado atrás de sua mesa, o nariz perdido na tela de seu
laptop. Andei mais alguns passos antes de parar.
Ele fez um gesto em direção a uma mesa no lado esquerdo de seu escritório,
ao lado de uma parede de janelas de vidro. A sala era simples: na parede em
frente a porta havia uma mesa, B.B. HAMEL
um sofá contra a parede da direita e uma mesa com quatro cadeiras contra a
esquerda. Havia algumas obras de arte e livros nas prateleiras, e mais alguns
armários, mas nenhum toque pessoal. Na verdade fiquei surpresa com o
quão simples era. Ainda era o maior escritório no edifício, mas não era
enorme ou luxuoso de nenhuma forma. Senti quase austero, em comparação
com o que imaginei que seria. O que apenas aprofundou o mistério que era
Shane Green. Nada disso deu em nada.
Ele usava uma camisa azul clara e uma gravata no tom vermelho suave, sua
jaqueta estava pendurada em um cabide perto da porta. As mangas foram
empurradas até o cotovelo e podia ver os músculos flexíveis dos antebraços
quando digitava. Fantasiei sobre esses músculos, acondicionados em torno
de minha cintura, puxando-me mais para perto. Seu rosto estava
perfeitamente preparado e lindo, e percebi quão simples devo parecer em
comparação.
— Pensei que esta tela precisava de algo para puxar as pessoas, algo um
pouco mais emocionante.
Ele assentiu. Podia sentir que estava perto, alguns centímetros separando
nossos ombros. Passamos alguns minutos desse jeito, mostrando as
mudanças do aplicativo, os futuros ajustes propostos e principalmente
ouvindo-o. Shane permaneceu perto para ver a tela e fez pequenos sons de
parecer favorável. Seus lábios carnudos tão perto de mim me distraiam, mas
prometi a mim mesma que continuaria a ser profissional e estava tentando.
B.B. HAMEL
Fomos para uma nova parte do app onde estudantes podiam olhar os tutores
disponíveis. De repente estendeu a mão e parou a minha mão no trackpad1
rolando ainda mais.
Houve uma breve pausa e, em seguida, ele olhou para as mãos. Puxou a sua
de volta rapidamente.
B.B. HAMEL
Não sabia o que dizer. Eu poderia dizer que ele estava em conflito, mas
havia algo sobre Shane que me atraiu e não me deixou ir. Podia sentir o nó
de dúvidas começando a afrouxar novamente, e a confiança que senti no bar
e nas mensagens começam a voltar. Fosse o que fosse entre nós, fez-me
sentir bem e forte. Estendi a mão e coloquei-a em seu joelho.
Ele olhou-me e senti algo mudar. Inclinou-se mais perto de mim e colocou a
mão em cima da minha.
— Tenho regras que precisam ser seguidas, caso contrário, perco um pouco
do controle que trabalhei para ter.
B.B. HAMEL
— Que tipo de regras? — fiquei boquiaberta, não sei se era o que queria
dizer.
Shane inclinou-se para frente, meio fora de sua cadeira, e apertou a mão
direita na minha bochecha. Podia sentir seus dedos no meu cabelo. Diminuiu
o espaço entre nós e pressionou os lábios macios contra os meus. Parecia
gelo e fogo. Quando sua língua suave tocou a minha ele respirou e se atirou
com mais força contra mim.
Soltou o joelho e tomou meu rosto em suas mãos, beijando-me totalmente e
profundamente, de uma maneira que nunca fui beijada antes. Senti o seu
gosto e queria mais, queria cada centímetro dele pressionado contra mim.
Passou a mão direita pelo meu rosto, os seios e para baixo em direção à
bainha do vestido. Senti minha pele formigar, voltar a vida onde ele tocou, e
estava mais animada do que pensei. Todo seu corpo estava tornando-se uma
parte do meu, quando me beijou e passou a mão na minha coxa. Os dedos
desceram mais até minha boceta e sentiu a umidade lá, esfregando
suavemente minha fenda.
B.B. HAMEL
Seu hálito quente me fez contorcer e passei minhas mãos pelo cabelo dele,
enquanto ondas de prazer correm pelo meu corpo. Ele esfregou suavemente,
mas firmemente, em movimentos hábeis. Suspiro, mas tento ficar quieta.
— Tenho pensado nisso todos os dias desde que trocamos mensagens pela
primeira vez. — sussurrei de volta. Ele inalou meu cheiro e beijou meu
pescoço. Senti os músculos das minhas costas tensos e relaxei enquanto mais
prazer percorria minha espinha.
Uma vez que estava no meu pescoço, afastou a mão e caiu de joelhos. Eu
soltei um pequeno som de desagrado por ter parado e ele deu-me aquele
sorriso torto novamente.
Provarei agora.
Assenti com a cabeça, a boca aberta. Eu doía por seu toque, mas este período
de calmaria foi só aumentando o desejo por ele. Shane colocou as mãos em
meus quadris e agarrou minha calcinha. Levantei-os e deixei-o puxá-la para
B.B. HAMEL
baixo. Soltou a calcinha no chão e suavemente, mas firmemente, empurrou
minhas pernas para separá-las.
e
sensação
quando
se
aproximava.
Foi
— Oh Deus, Sr. Green. — sussurrei e passei meus dedos pelo seu cabelo
grosso.
Senti a sua língua passar ao redor e para baixo, dentro de mim, antes de
retornar para mover em todo o meu clitóris.
Alternava a velocidade e pressão de uma forma que nunca senti antes, isso
fez minha cabeça inclinar para trás e os ombros tencionarem com o prazer.
Podia sentir as pontas da barba de seu queixo, as bochechas esfregando-se
contra minhas coxas e a rugosidade de sua língua macia e molhada só
intensificou o prazer.
B.B. HAMEL
— Sim, bem aí, fique aí, Sr. Green. — sussurrei, quando sua língua atingiu
um ponto sensível e a pressão foi perfeita.
Podia sentir atingir o clímax, mas estava desesperada para que este momento
durasse. — Sr. Green, estou tão perto, sim, fique aí mesmo — gemia e
agarrei seu cabelo.
Parecia que durou por horas, até que finalmente meu corpo se acalmou.
Soltei o aperto da sua cabeça, percebendo que estava agarrando-a. Shane
abrandou o ritmo de sua língua e parou quando cessou os espasmos. Ele
moveu a cabeça para trás, mas não antes de respirar profundamente meu
cheiro.
Estava sorrindo. Senti que havia apagado. Eu nunca tinha experimentado um
orgasmo tão forte antes.
Estava um pouco envergonhada, mas o ardor era bom demais para negar. Ri
silenciosamente e estiquei meus braços até acima da minha cabeça quando
Shane se levantou. Senti-B.B. HAMEL
me satisfeita e drenada tudo de uma vez. Mais do que isso, percebi minha
dúvida, o sentimento irritante de não ser boa o suficiente, que normalmente
existia em mim, estava faltando.
— Ainda não — disse se afastando. — Temo que podemos ter feito barulho.
— Desculpe-me!
Baixei o vestido e ajustei-o. Ele passou os dedos pelo seu cabelo para
consertar a bagunça que eu tinha feito. Abaixou-B.B. HAMEL
se, agarrou a minha calcinha e ajudou-me a vesti-la. Não consegui tirar da
minha cabeça a imagem de sua boca entre as pernas e meu coração ainda
batia acelerado.
— Vamos nos encontrar mais tarde esta noite. — puxou minha cadeira mais
perto dele e apertou as mãos contra os quadris.
— Tenho que trabalhar até tarde, mas depois.
— Eu adoraria isso.
Eu ri.
B.B. HAMEL
Voltamos para a tela do laptop, mas passamos o resto da nossa reunião
juntos, rindo, beijando e falando sobre nada.
Não conseguimos trabalhar naquela manhã.
B.B. HAMEL
— Continuo pensado em você.
Estava sentada no sofá em casa, pensando a mesma coisa. Suas mãos fortes
em meus quadris e a sua língua em mim eram as únicas coisas que podia
imaginar o dia todo.
B.B. HAMEL
Fiquei entusiasmada o dia todo e quase não pensei em mais nada. Desliguei
o telefone e olhei em meu armário, que de repente era pequeno e feio. Nada
parecia certo, nada era bonito o suficiente. Frustrada, tomei um banho rápido
e finalmente escolhi um vestido apertado, meias pretas finas e saltos baixos.
Não sabia aonde íamos então decidi andar na linha entre casual e elegante.
Ele estava esperando na calçada, vestindo uma camisa de botão cinza e calça
social. As mangas estavam enroladas até o cotovelo. Parecia perfeitamente
bonito e controlado, como se fosse dono do mundo. Sorriu para mim com
aquele seu sorriso e meu estômago virou.
B.B. HAMEL
— Para onde? — Perguntei.
— Um lugar que possuo no mercado. Espero que goste de comida italiana.
Estava olhando pela janela com um olhar distante no rosto. Estendi a mão e
toquei a sua.
— Há algo de errado?
— De jeito nenhum. Só não levo uma mulher para sair há algum tempo.
Shane sorriu.
— Na verdade, é.
B.B. HAMEL
— Então você não saiu todo esse tempo? — parecia um desperdício para um
homem desses, estar sem mulheres, embora fosse difícil para admitir isso.
— Não bem assim. Só faz tempo que não ando com ninguém em público.
Ele riu de mim e o caminho passou voando enquanto nos movíamos pelo
tráfego de Filadélfia.
Eu ri.
— Sério? Pensei que você estava brincando.
— Sim, sério. Acho que a única pessoa que me reconheceu foi o gerente, e
ele sabe que não deve sair B.B. HAMEL
espalhando por aí. Pessoas discretas mantêm seus empregos no meu mundo.
Sorri e balancei minha cabeça com descrença. Não imaginava que fosse
dono de um restaurante, mas fazia sentido. Certamente tinha dinheiro
suficiente. Poderia ter metade da cidade pelo que sabia, e provavelmente
tinha.
Eu ri.
— Você quer dizer, todos os textos mais sujos que você me enviou.
Falei na maior parte do tempo de meu pai, seu câncer e o sucesso do meu
irmão John. Shane não disse muito sobre sua família e passou a maior parte
da conversa acenando e fazendo perguntas sobre minha história. Foi evasivo
quando perguntei algo diretamente e conduziu a conversa para mim, sempre
que possível. Quando a comida chegou, percebi que tinha passado a maior
parte da noite falando sobre mim mesma.
B.B. HAMEL
— Isto deve ser muito chato. — eu disse. Levei uma garfada do meu peixe a
boca e estava delicioso.
B.B. HAMEL
Ele fez uma pausa.
— Eu gosto também.
— É só que, não acho que posso fazer isso. — seu rosto estava sério, mas
suplicando, e os olhos tristes de uma forma que eu não conseguia entender.
— Desculpe-me. Não estou sendo claro. O que quero dizer é que não posso
fazer isto. — fez um gesto para o restaurante.
— Você quer dizer, comer comida italiana? — não estava entendendo o que
queria dizer e tentei uma piada em vez disso.
B.B. HAMEL
Ele riu um pouco.
— Não, quero dizer, estar em público. Sei que isso parecerá horrível, mas
não posso fazer um romance público.
Estou sentado aqui imaginando algum paparazzo tirando uma foto nossa e o
que isso pode fazer com sua vida. Não sai de minha cabeça essa imagem.
Você perseguida por câmeras, a tensão que causaria em sua vida.
Podia sentir a esperança voltar dentro de mim. Isso faz sentido, dada toda a
situação. Mas mais do que isso, ele estava falando de nós como se fôssemos
um casal, como se estivéssemos juntos.
Continuou falando.
— Tenho regras que me mantém fora dos holofotes. Esta é a vida que
escolhi, por muitas razões. Mas a vida pública não é o que você escolheu e
não pedirei para fazer isso.
Escondido por aí não será justo, mas não posso arriscar uma publicidade
indesejada.
B.B. HAMEL
— Nós podemos descobrir um jeito. Entendo o que você está dizendo e
estou disposta a descobrir algo que funcionará para nós — expliquei.
— Talvez possamos ou talvez não. Mas a tensão será horrível. Você não sabe
no que está se metendo.
— Preciso pensar sobre isso. Mais importante preciso que você pense sobre
isso. Realmente pense sobre o que significaria estar comigo. Às escondidas e
sigilosamente. Quero dizer nem para sua família ou seus amigos, pelo menos
não por um tempo.
Isso seria muito difícil, percebi. Poderia estar com Shane Green, mas não
poderia contar a ninguém, nem mesmo aqueles mais próximos a mim. Senti-
me chateada com essa dúvida e fiquei quieta. Seria difícil não dizer a Darcy,
mas todos os outros gerenciariam facilmente. Ou pelo menos esperava.
B.B. HAMEL
— Tudo bem, vamos sair daqui. Vou te levar para casa —
Concordei e ele soltou minha mão. Acenou para o garçom, que veio, limpou
a mesa e trouxe a conta. Shane pagou, acenou para o gerente, e fomos
embora.
Meus pensamentos eram muitos quando entramos em seu carro e o motorista
dirigiu de volta para meu apartamento.
Porque era tão obcecado com sua privacidade? Tinha vergonha de mim ou
estava saindo com outras mulheres? Odiava esses pensamentos e odiava
sentir como se não confiasse nele. Mas o que realmente sabia sobre sua vida,
além de sua empresa e as poucas coisas que me disse? Sabia, na maior parte,
sobre interesses pessoais, livros favoritos e filmes e um esboço dos primeiros
anos, mas quase nada específico sobre sua família ou os amigos. Não sabia
onde cresceu ou que seus pais faziam para viver.
Sabia que era notoriamente privado e esse fato existia antes de me conhecer.
Era possível que realmente odiasse publicidade como dissera e que temesse
o tipo de vida que me colocasse sob tensão. Nunca fui remotamente famosa
ou tive que lidar com qualquer tipo de atenção do público. Sempre fui
tranquila e flutuei pela escola por conta própria. Darcy foi a pessoa mais
próxima a mim, mas antes dela tive poucos amigos.
Seus lábios eram macios contra os meus e meu corpo vibrou por ele.
Afastou-se e sorriu novamente, em seguida, olhou para fora da janela. Podia
sentir a distância aumentando entre nós, mas não entendia o porquê. Eu
queria perguntar no que estava pensando, mas algo me impediu e fiquei em
silêncio.
Desta vez, nos beijamos por mais tempo, um pouco mais de entusiasmo.
Queria que me levasse para cima e me fodesse duro, esquecendo-se de tudo
isso. Mantive meu corpo pressionado contra ele até que se separou.
B.B. HAMEL
Não vi muito Shane nos próximos dias. Ainda tínhamos que trabalhar juntos
em meu projeto, mas fizemos principalmente por e-mail e mensagens
instantâneas. Durante as duas breves reuniões que tivemos, nos encontramos
em um escritório aberto com portas de vidro, e as coisas estavam tensas, mas
profissionais entre nós. Não falamos sobre nosso relacionamento.
Depois do jantar passei a noite toda pensando nele. Li e reli seus textos
várias vezes, mas achava que tinha vergonha de mim. Pela maneira que fora
tão insistente sobre não ser visto comigo em público. Talvez interpretasse
mal o que dissera, mas foi como me senti. Sei que dissera que era para
minha própria proteção, mas poderia tomar minhas próprias decisões. Era
uma adulta agora. Além disso, por que um homem como ele, que poderia ter
qualquer uma que quisesse, quebraria as regras por alguém como eu?
Não fazia qualquer sentido. Estava começando a desconfiar que saia com
outras mulheres e não sabia como me sentia sobre isso. Bem, sabia e estava
com ciúmes. Mas não mandava nele e não éramos exclusivos, então o que
poderia fazer? Se ele queria ver outras pessoas e tinha vergonha de mim,
então tinha que recuar.
B.B. HAMEL
Apesar das minhas reservas, ainda ansiava todas as conversas, mesmo se
fosse sobre o trabalho. Tínhamos química, nenhum de nós podia negá-lo, e
na verdade fez com que trabalharmos juntos fosse fácil. Muitas vezes ele
acabava as minhas frases e eu conseguia prever o que Shane iria querer em
seguida e fazia-o antes mesmo de perguntar. Deixando a tensão de lado o Sr.
Green era de longe a pessoa mais fácil de trabalhar que já conhecera.
— Está vendo um monte o Sr. Green, não é? — Linda enfiou a cabeça ao
lado de nossa repartição e fez-me pular. Não sei por que estava no limite e
não me acostumara com o ambiente de escritório aberto ainda.
— Sim, com certeza. Na verdade, ele não dá tanta atenção para novas
contratações, você sabe. Uma reunião aqui e ali, geralmente é isso.
— Bem, ele faz. Tipo assim. Verifica geralmente uma vez por semana. Vocês
dois estão reunidos quase todos os dias.
B.B. HAMEL
Foi um pouco estranho querer dedicar tanto tempo para uma pequena parte
de sua empresa. Era a única pessoa trabalhando e desenvolvendo meu app
até agora, e no grande esquema das coisas, não era quase nada. E ainda
assim, ele nunca agiu como se fosse algo estranho. Havia uma tensão entre
nós, mas guardava tudo e agia estritamente profissional, pelo menos desde o
nosso encontro. Estava sério, no comando, mas nunca desviou para um
território inapropriado, não importa o quanto eu queria que fizesse.
Dei a Linda um encolher de ombros.
Eu ri.
B.B. HAMEL
— Duvido que seja sapos mutantes. Talvez esquilos voadores.
Linda sorriu.
Especular que a vida sexual de Shane seja um jogo para os outros, mas é
como um trabalho em tempo integral para mim.
Enquanto sonho com seu peito forte e largo novamente, o telefone de minha
mesa toca.
— Olá Amy, é Janice. Como vai você? — meu coração disparou. Uma
chamada da Janice geralmente significava que Shane queria algo.
B.B. HAMEL
— O Sr. Green gostaria de vê-la em poucos minutos. Sem pressa. Traga suas
coisas.
— Devo ir agora?
— Claro, se você está disponível neste momento. Ele tem uma hora livre e
quer olhar sobre seu projeto.
Queria ver-me em seu escritório. Não tinha estado lá desde... Bem, desde
que ele tirou minha calcinha e deu-me o melhor orgasmo da minha vida.
Janice estava sentada em sua mesa e abriu um largo sorriso à medida que me
aproximava.
— Não estava super ocupada e não quero desperdiçar o seu tempo. — era
óbvio que eu estava ansiosa para vê-lo?
B.B. HAMEL
Janice pegou o aparelho, anunciou-me no telefone e desligou.
— Continue.
— Obrigada Janice.
Abri as portas para o escritório do Shane e entrei. Ainda era uma sala
espartana “austera” e simples, o que me surpreendeu novamente, e a
memória de seus lábios contra meu pescoço e os dedos entre minhas pernas
voltou. Encontrei-me sentindo animada de novo, o que foi uma estupidez.
Shane estava sentado atrás de sua mesa e olhou para cima quando entrei.
— Olá Amy, sente-se. — Ele acenou em direção à mesa que tinha usado
antes.
— Ok, obrigada.
Quando terminou o que estava fazendo veio sentar à mesa. Desta vez sentou-
se à minha frente e inclinou-se sobre a mesa com os cotovelos, as mãos
dobradas na frente dele.
B.B. HAMEL
— Tudo bem, Amy, o que tem para mim?
Tinha muita coisa para ele. Mas eu girei meu laptop e nós mergulhamos no
projeto.
Vinte minutos passaram assim. Olhamos todo o trabalho juntos e não mudou
de posição na mesa. Era cordial e profissional, até amável, mas trabalhamos
estritamente nos tópicos. Quando terminamos comecei a arrumar minhas
coisas. Shane se recostou na cadeira e enrolou os dedos atrás da cabeça. Não
pude deixar de olhar para seus bíceps por um breve momento antes de
desviar o olhar. Era lindo, finamente torneado e bem feito, pelo menos
1,80m de altura. Dominava a sala e senti-me atraída por ele. Não conseguia
parar de pensar em seu corpo.
B.B. HAMEL
— Escute Shane. Só quero dizer uma coisa, muito rápido.
— ele parou e olhou-me por um segundo.
Não consegui ler a expressão dele, mas pelo menos não foi embora ou
repreendeu-me por usar seu primeiro nome.
— Sei que você é um homem reservado e sei que não pode fazer nada
comigo em público. Entendo e respeito isso. Quero tentar, o que quer que
tenhamos, mas não posso fazê-lo se você está vendo outras pessoas. Quer
dizer, o que mais poderia ser?
Era um gesto simples, mas fez-me parar de falar, como se tivesse me tocado.
Antes que pudesse dizer mais nada, já estava movendo-se ao redor da mesa.
Perdi minha linha de pensamento quando o corpo dele encheu minha visão e
ele abaixou-se beijando meus lábios.
seus olhos eram claros e graves, e havia uma tristeza neles por B.B. HAMEL
alguma razão. Estava pensativo e sombrio, e eu queria incentivá-lo a se abrir,
para absorver quaisquer segredos que ele tenha escondido.
Ele sorriu.
— Não entendo. Você não está vendo outra pessoa? Não tem vergonha de
mim?
— Vergonha de você?
— Quero dizer, você é lindo, rico e poderoso. Eu sou apenas uma garota
normal de Levittown.
— Ouça-me. Sinto-me atraído por você de uma forma que não posso
explicar. Você faz-me querer quebrar minhas regras.
Mais do que isso, você é brilhante. Quantos apps minha empresa comprou
este ano?
— Vocês compraram três, incluindo o meu. Pelo que sei pelo menos.
B.B. HAMEL
— Exatamente. Outros dois. E aqueles dois foram construídos por equipes
de programadores e desenvolvedores, depois comercializados fortemente.
Você é o primeiro software desenvolvido que já compramos de quem criou e
programou seus próprios projetos. É incrível.
— Eu sei. Ouça-me. O que disse no jantar foi para proteger a nós dois.
Pensei que entendia isso, e é por isso que achei que você queria ficar no lado
profissional. Não há mais ninguém, e não tenho vergonha de você, longe
disso.
B.B. HAMEL
Inclinei em seguida, enrolei meus braços em torno de seus ombros largos e
beijei-o novamente. Tudo o que poderia sentir ou pensar eram os músculos
debaixo de minhas mãos e boca, movendo-se contra mim e o som da sua
respiração. Senti que estava me perdendo nele, e senti-me bem.
Não acreditei que este homem realmente me queria do mesmo jeito que o
queria. Não acreditava ser a única. Minha mente era um zumbido, mistura de
desejo e descrença.
Ele sorriu.
B.B. HAMEL
Não fazia ideia do que poderiam ser, mas concordei. Podia sentir a excitação
crescer no meu peito.
— Esta noite, então. Por hora, fingiremos que tivemos uma reunião de
negócios produtiva, ok? — deu-me aquele sorriso novamente, então eu ri.
Shane riu.
Abri a porta e então a fechei atrás de mim. Janice sorriu quando eu saí.
B.B. HAMEL
Interiormente estava fazendo piruetas. Sinto algo mudar drasticamente em
minha vida. Iria para casa de Shane Green naquela noite. Janice sorriu e
acenou com a cabeça e, em seguida, voltou a trabalhar como se nada tivesse
acontecido.
B.B. HAMEL
O carro apareceu pontualmente às sete. Sabia que Shane tinha trabalhado até
tarde pelo texto que me mandou:
Entrei na parte de trás e o carro partiu. Ele não estava no carro, mas fazia
sentido; Encontraríamos-nos na casa dele afinal. Movemos para o Sul, em
direção ao centro da cidade, pois minha casa ficava no lado leste da Broad
Street. Depois de um tempo passamos para a área da cidade velha. Era a
parte mais cara da Filadélfia: velhas pedras brutas, históricas, belas casas de
calçadas nas ruas. Chamava-se Old City porque era um bairro histórico e era
onde viviam os fundadores.
Passamos por essa área e mesmo visitando uma ou duas das casas mais
antigas, fazendo turismo, nunca estive em uma casa daqui recentemente. Era
conhecida como seção rica da cidade e por boas razões. Era tranquila e casta
, cada casa parecia cara e bem cuidada.
Fui até a varanda e toquei a campainha. Era a única parte moderna da casa:
prata e metálico, com uma pequena câmera.
— E você parece melhor. Esse avental realmente realça seus olhos — disse
com uma risadinha.
Tinha gosto dele mesmo, além de algo picante, e foi agradável rolar a língua
dele contra a minha.
Shane riu.
Moveu-se e por um segundo quase estendi a mão para puxá-lo de volta, mas
me segurei. Mexeu em alguma coisa no B.B. HAMEL
fogão que cheirava incrível, rico e saboroso, talvez uma pitada de alho e
especiarias. Sentei na ilha da cozinha e olhei-o trabalhar.
— Deve ficar pronto em breve. Espero que goste de macarrão. — ele disse.
Eu estava atordoada.
B.B. HAMEL
— Isso é verdade?
— Você deve ter percebido que não gosto de ser chamativo. Este lugar é
muito bonito, estando o mais original possível. Acho que a maioria da
mobília é colonial também. Não estou totalmente certo. Contratei alguém
para decorar.
Eu ri.
— Isso foi o que imaginei. Quem quer que seja fez um ótimo trabalho.
— Adoraria.
Ele levantou-se e limpou nossos pratos. Uma vez que estavam na pia, tirou o
avental e esticou a mão para mim.
B.B. HAMEL
— Aqui.
Dirigi-me a uma prateleira e corri meus dedos sobre suas lombadas. Títulos
que reconhecia e que não, centenas em todas as direções. Também era uma
grande leitora, mas não B.B. HAMEL
tinha tantos livros como ele. Imaginei comparável apenas à biblioteca
pública, ou talvez às universidades locais.
Veio atrás de mim enquanto mexia neles e envolveu os braços ao meu redor.
Senti os lábios macios roçarem meu pescoço e sua mão inclinar minha
cabeça para o lado. Seus lábios moveram-se até à base do meu queixo e
Shane beijou-me por trás. Quase derrubei o livro que segurava quando a
emoção me atingiu profundamente.
Estava no quarto de Shane Green, segurando seu livro, sendo beijada por
seus lábios perfeitos e tocada pelo corpo esculpido. Consegui fechar o livro e
empurrá-lo de volta na prateleira enquanto continuava a me beijar. Virei-me
totalmente e preenchi seus lábios com os meus, sentindo minha fome por ele
crescer enquanto nossos lábios se separaram e nossas línguas se
encontravam. Puxou meu corpo para mais perto, envolvendo mais os braços
ao meu redor, em seguida, beijou meu pescoço.
— Isso foi uma desculpa para ter você aqui. — ele sussurrou no meu ouvido.
Seu hálito quente enviou um formigamento nas minhas costas.
— Regra número um. Você não pode contar a ninguém, a nenhuma outra
alma viva, que estamos juntos. — senti meu corpo convulsionar com prazer
quando ele passou sua mão por baixo da minha calcinha. Seus dedos
calejados trabalharam meu clitóris encharcado, e os joelhos sacudiram com o
esforço para manter-me ereta.
Você não pode ver outro homem enquanto estiver comigo. Você é minha e só
minha.
— Você gozará somente quando eu disser que você pode e nunca antes. Você
deve sempre ter minha permissão.
Soltei um gemido profundo quando ele passou seu dedo sobre meu clitóris
úmido.
B.B. HAMEL
— Sim, Sr. Green — respondi. Podia sentir o sorriso dele contra meu
pescoço.
— Muito bom. Essas são as três regras. Agora, eu acho que você me deve
alguma coisa.
Desabotoei e soltei sua calça escorregando minha mão lá dentro para sentir o
pau grande e duro. Fiquei surpresa com a rigidez do mesmo, já pressionando
contra a cueca, e ele resmungou de prazer quando o acariciei por cima do
tecido.
B.B. HAMEL
Shane gemeu de prazer e tirou sua camisa. Estendi minha mão direita, a mão
esquerda estava junto à dele ainda, e toquei seu abdômen esculpido com os
dedos. Os músculos ondularam perfeitamente entalhados e moldados.
Seu pau estava duro como uma rocha na minha boca, que ia para cima e para
baixo ao longo dele. Suas mãos passaram suavemente pelo meu cabelo, mas
sem me pressionar para baixo. Deixou-me fazer o trabalho, então chupei e
corri minha mão ao longo dele.
B.B. HAMEL
— Lembra-se o que você queria? — ele sussurrou no meu ouvido. Era tudo
que conseguia pensar. Mudei minhas mãos acima de minha cabeça e cruzei
meus pulsos atrás das costas.
— Deus, sim. — sussurrei de volta. Senti sua mão forte segurar meus pulsos
com firmeza. Apreciava a dor do aperto quando senti a ponta de seu pau
contra minha abertura escondida. Entrou profundamente em mim. Arqueei
as costas, o pescoço e soltei um gemido alto quando o prazer e a dor se
misturavam dentro de mim. Encheu-me completamente, de uma forma que
nunca senti antes, balançando lentamente seus quadris no início. Movi meus
quadris contra o dele, ele balançou para frente e para trás, enfiando em mim
devagar. A pressão de uma das mãos dele contra a minha e a outra em minha
cintura, fizeram-me gemer. Puxou minhas mãos e pressionou mais profundo,
de novo, cumprindo minha fantasia e enchendo meu corpo de uma maneira
que eu precisava desde a primeira vez que o vi.
B.B. HAMEL
— Agora que você é minha, fará como eu disser —
sussurrou.
Ele subiu na cama, o corpo nu com músculos expostos e seu pênis uma haste
dura entre nós. Agarrou a ponta do meu vestido e ajudou-me a retirá-lo.
Beijou meu pescoço, lábios e eu passei minha mão sobre seu eixo.
Desabotoei o sutiã, puxando-o enquanto seus lábios se moviam pela minha
garganta e o seio. Sua língua, lábios e dentes brincaram com meus mamilos,
sua mão novamente encontrou meu clitóris inchado e me provocava.
B.B. HAMEL
— Tome cada centímetro de mim — sussurrou.
— Por favor, deixa-me gozar, Sr. Green. — consegui dizer sem fôlego. Ele
continuou o impulso profundo.
Soltou minhas mãos e relaxou. O ardor nos cobriu, e senti-me mais calma do
que estive em anos. Coloquei os braços ao seu redor, Shane beijou
suavemente meus lábios, pescoço e ficou dentro de mim. Não queria que ele
saísse nunca mais, e neste momento não poderia imaginar outra coisa, estar
com qualquer outro, em qualquer outro lugar. Seu corpo tonificado relaxava
lentamente, mas ainda duro dentro de mim e esse foi um momento que
nunca esqueceria.
B.B. HAMEL
Fizemos as coisas oficiais entre nós na manhã seguinte.
Shane foi o único a abordar o tema, e embora não achei que precisávamos
ter a conversa, ele queria certificar-se de que não havia nada entre nós. Que
tinha a ver com a sua necessidade de clareza e de regras, o que eu entendi.
Shane
adorava
lembrar-me
jocosamente
Não só tinha medo pela privacidade de ambos, mas também que nossa
relação funcionário-patrão causaria questões éticas dentro da empresa.
Conhecia bem cada canto de sua casa e passava algumas noites em meu
apartamento.
Não podia contar a minha família, e não o fiz. Darcy não sabia, mesmo que
constantemente perguntasse se eu estava saindo com alguém. Não sabia
como, mas ela tinha algum tipo de sexto sentido quando eu estava saindo
com um homem. Não escolhi deixá-la no escuro. Darcy era a pessoa mais
confiável na minha vida, mas Shane insistiu e não queria traí-lo. Disse que
seguiria as regras dele, e o fiz. Apesar de todo o sigilo e os momentos
roubados em seu escritório, funcionou entre nós e os dois primeiros meses
foram os meses mais felizes da minha vida.
— Você ouviu a boa notícia? — Linda perguntou-me uma tarde, sua cabeça
apontando na divisória. Costumava fazer isso agora. Pelo menos uma vez
por dia Linda tinha algumas informações ou boatos para compartilhar.
B.B. HAMEL
Isso era verdade. Tínhamos planejado ir juntos, como uma espécie de
celebração.
Ela riu.
— Talvez não! Ou talvez seja, e isso é o que eles querem que você pense.
Verifiquei a hora e percebi que estava atrasada para uma reunião com Shane
— Falando no Sr. Green, tenho meu encontro habitual a cumprir com ele.
Tenho que ir.
B.B. HAMEL
— Tem andado bem. Ele tem sido uma enorme ajuda.
— Tenho certeza de que tem! — Linda disse, rindo. Piscou e foi para o outro
lado da divisória. Esperava que não estivesse interpretando mal as minhas
reuniões constantes, mas conhecendo-a, definitivamente estava. Era normal
já que ela era conhecida como uma grande fofoqueira e duvidei que alguém
levasse a sério. Estava preocupada que começasse um boato sobre nós dois.
Era um pequeno consolo que não soubesse o que realmente estava
acontecendo entre nós.
Não olhou quando me aproximei. Toquei suas costas e beijei seu pescoço, e
ele quase caiu da cadeira.
— Você está bem Shane? — Parecia mais cansado do que o habitual. Havia
marcas sob seus olhos bonitos e sua energia habitual parecia estar no fim.
Sabia que havia problemas em B.B. HAMEL
outras partes da empresa, mas não tinha percebido quanto isso o estava
degastando.
Shane acenou com a mão com desdém.
— As coisas estão bem. Devemos fazer esta reunião outra hora? Você está
ocupado e meu projeto não é exatamente tão importante, se formos honestos.
Movi-me para meu lugar, mas Shane agarrou meus quadris e puxou-me em
direção a ele.
— Srta. Woodall, não finja que não me notou. Reparei em você. — tinha um
grande sorriso no rosto.
B.B. HAMEL
— Nunca paguei de volta por aquilo.
— Acho que podemos fazer uma exceção — disse os olhos vidrados no meu
peito. Adorei estar me encarando. A maneira que olhou fez derreter tudo na
minha vida, e minha confiança chegou ao limite.
Estendi a mão, desafivelei seu cinto e puxei suas calças para baixo em volta
dos tornozelos.
— Srta. Woodall isto é totalmente inesperado.
B.B. HAMEL
— Se você insiste. — respondeu com voz rouca de prazer.
— Insisto. — abaixei sua cueca, boxer cinza, pelas suas coxas fortes e para
baixo em volta dos tornozelos, então olhei para o seu pau grande e duro. Ele
deslocou o quadril para mais perto de mim, com uma das mãos desabotoei
outro botão e com a outra acariciei seu pau. Pude senti-lo endurecer ainda
mais em minha mão, rígido e dolorido.
— Você não parece relaxado ainda Sr. Green — disse.
— Gosta disso?
— Está perfeito.
B.B. HAMEL
— Tem certeza, Sr. Green? Quero ser profissional. —
expliquei.
— Sim, toma o meu pau. — falou com sua voz poderosa, enquanto
continuava a chupar a ponta e acariciar seu eixo. —
Quero que me engula — exigiu quando movi minha mão mais rápido, boca e
língua trabalhando para cima e para baixo, e seu corpo enrijeceu. Provei seu
esperma quente, salgado, e deixei-o descer pela minha garganta. Percebi que
era tão fácil engolir, de alguém com quem se importasse, e pareceu-me
natural levar sua semente em minha garganta. Gozou forte, todo o corpo
cheio de prazer, e levei cada centímetro na minha boca até a garganta,
engolindo facilmente. Quando terminou, lambi-o delicadamente para limpar
cada pedacinho que podia, engolindo o que restava.
Olhei para Shane, sua boca estava aberta, os lábios perfeitos se separaram
em um brilho pós-orgasmo. Inclinou-se e beijou-me profundamente, boca
aberta, sua língua contra a minha. Percebi então como eu o queria, mesmo
quando ele estava já dentro de minha boca. Queria mais dele. Respirava seu
cheiro, sentia o sabor, o salgado almiscarado de seu esperma ainda no meu
paladar e queria mais, tive muito dele, mas precisava de mais.
B.B. HAMEL
Quando ele se inclinou para baixo para pegar as calças, a porta se abriu.
No início, pensei que talvez ela não tivesse uma visão clara do que estava
acontecendo. Mas sabia que não era verdade pelo rosto dela, a surpresa, a
confusão e um sorriso estranho.
— Droga — foi tudo que disse várias vezes, quando colocou o cinto e se
levantou.
Shane olhou para mim, seu rosto uma máscara de confusão. Afastou-se
alguns passos de mim, em direção a janela. Estava com raiva, mas também
chocado e triste.
Percebi que eu tinha quebrado uma das regras dele.
— Claro que ela sabia o que estava acontecendo, viu o rosto dela. — ele
respondeu.
B.B. HAMEL
— Isso é minha culpa, me desculpe. Eu não deveria ter começado.
Ele inclinou a cabeça contra a janela de vidro. Por um segundo, pensei que
tinha os olhos fechados, mas pulei quando bateu com o punho contra o
vidro.
— Palerma — disse baixinho para si mesmo. Não sabia para quem ele estava
falando. Fiquei ali, pernas bambas, coração fraco, martelando no meu peito,
e não conseguia parar nosso distanciamento que só aumentava. A pressão de
minha dúvida preencheu-me novamente vendo-o lá, seu corpo tenso.
Tentei mover-me em sua direção, mas seu olhar me fez parar. Todo o corpo
era uma haste de tensão e raiva. Irradiava B.B. HAMEL
em ondas e, percebi naquele exato momento, quão forte o corpo dele era.
Medo e excitação se misturaram dentro de mim.
Sabia que ele poderia desmanchar esta sala, junto comigo, se quisesse.
— Por favor, Amy. Volte para sua mesa. Lidarei com Janice. — ele disse.
— Ficará tudo bem, não se preocupe. Não deveria ser tão duro. Não é culpa
sua.
Olhei de volta para ele, mas não estava convencida. Shane tentou sorrir, mas
percebi que algo estava irremediavelmente diferente. Suas mãos estavam
apertadas.
Recolhi minhas coisas e sai pela porta. Janice não estava no lugar de sempre,
o que era uma pequena benção. Atrás de mim, ouvi um estrondo oco e o que
eu pensei ser outro gemido.
Queria tanto voltar para ele, para lhe dizer... que ficaria tudo bem, mas não
consegui. Meus pés levaram-me para frente, de volta à minha mesa e passei
pelo dia como um zumbi.
B.B. HAMEL
Não tive notícias dele naquela noite e não estava no escritório no dia
seguinte. Levantei minha cabeça na divisória, entre mim e a Linda, perto do
meio-dia.
— O Sr. Green está hoje? — segurei minha respiração para sua resposta.
— Não, hoje não. O que falam é que saiu de férias mais cedo, ou pelo menos
isso é o que disse Janice. Informação de segunda mão, mas que seja.
Linda fez uma pausa, e por um segundo achei que vira o choque e magoa na
minha cara, mas ela apenas sorriu.
B.B. HAMEL
— Tudo bem, só me sentindo um pouco mal. Nada de mais.
Shane realmente saiu de férias mais cedo? E a viagem que faríamos juntos,
ou ele só precisa de um pouco de espaço? Não sabia o que fazer. Ainda não
tinha notícias dele e a noite foi gasta olhando ansiosamente para meu
telefone. Não aguentava mais, não após este boato, então digitei-lhe uma
mensagem.
Agonizava sobre quão ridículo e patético parecia, mesmo assim mandei. Era
verdade e, esperava egoisticamente, que ele estivesse se sentindo indisposto,
talvez tivesse apanhado um resfriado. Era melhor do que a outra alternativa.
Agora, tudo parecia estranho e doentio. Eles não percebem que estas eram
pessoas comuns, tentando ganhar a vida? Hoje em dia, se você for rico, bem-
sucedido e jovem, pessoas queriam B.B. HAMEL
saber sobre sua vida e pagariam pelos detalhes. Foi difícil, mas voltei até
algumas semanas e não consegui encontrar nada.
Breve pausa.
Não sabia como abordar isso. Devo dizer-lhe como estou aborrecida? Não
podia arriscar que ela perguntasse porque e eu ter que mentir sobre isso.
— Qualquer chance que você poder vir para uma visita amanhã?
B.B. HAMEL
Eu ri novamente. Darcy sempre me fez sentir melhor.
— Tudo bem Darc, estou ansiosa para vê-la.
B.B. HAMEL
— Oh droga, esta é minha música! — Darcy gritou por causa da música e
começou a dançar ao ritmo, sua bebida erguida no ar.
Era sábado à noite e Darcy veio de Nova York mais cedo naquela tarde.
Pensei que ela sabia que eu estava chateada com alguma coisa, mas não
falou isso diretamente. Era muito boa em não perguntar, embora pudesse
dizer que Darcy estava intensamente curiosa. Não ouvi sobre Shane durante
toda a semana, nem uma única palavra e não podia sequer dizer-lhe que ele
existiu. Estava destruída por dentro, retorcida na dúvida e confusão, mas eu
tinha que manter tudo em segredo.
B.B. HAMEL
— Não conheço esta. — gritei por causa da música. Foi uma noite embalada
no Bar House da cidade, com centenas de pessoas enfiadas no espaço
relativamente pequeno como enlatados. Darcy foi a única coisa que me
impediu de entrar em espiral em uma depressão séria neste momento. Darcy
e a gin tônica que ela não parava de comprar para mim. Bebi o último
número dois e dei-lhe um sorriso irônico.
— Quem se importa? Dança! — Saltou em torno de mim, agarrou minha
mão e girou-me.
Não estava preparada para isso e seu giro enviou-me tropeçando de costas
para um cara estranho. Isso foi bem típico de Darcy. Ela era graciosa e
divertida, enquanto eu era um pouco simples e desajeitada. O coitado ficou
preso no meio do furacão de minha dança. Olhou para mim, irritado no
início, mas meu tímido sorriso acalmou-o imediatamente.
— Sinto muito — disse em voz alta. Ele aproximou-se de mim. Barba bem
cuidada, óculos grossos e cabelo curto, era realmente muito bom de se olhar,
uma espécie de hippie.
— Tudo bem. — ele disse. — Tem que ter cuidado para não se perder muito
dançando.
— Amy. O seu?
B.B. HAMEL
— Greg. Você parece bem esta noite, Amy.
E você não é feio Greg.
— Obrigada.
Cada novo cara ficava inferior em comparação com o Shane e isso me fez
sentir sua falta ainda mais. Pareciam crianças excitadas e não poderia
imaginar ir para casa com qualquer um deles.
B.B. HAMEL
— Ele era bonito. — Darcy me disse. Tive que admitir que era um pouco,
mas conhecer algum cara aleatório num bar nunca foi meu forte. E mais do
que isso, ainda esperava que meu namorado solitário bilionário, meu chefe
perfeitamente lindo, me perdoaria e voltaria ao trabalho. Ou talvez pelo
menos lembraria que eu existo e me enviaria uma mensagem.
— Acho bonito o suficiente, mas não procuro nada hoje à noite, Darc.
Se fosse honesta comigo mesma, estava ferida e com raiva. Sair com Darcy
fez-me muito bem para distrair-me dos problemas. Não podia acreditar que
ele me deixaria assim, sem me dizer primeiro. Fui desrespeitosa e
descuidada e quanto mais eu bebia, mais ficava irritada. O baixo da música
bateu na minha cabeça, e os corpos embalados enviaram o calor através da
sala. Senti-me cansada e suada, enquanto Darcy dançava ao redor e
balançava a cabeça, toda sorrisos. Quem Shane pensava que era brincando
com meus sentimentos assim? Talvez eu deva dizer a Darcy e acabar com
isso.
Queria desesperadamente contar para ela. Darcy tinha mais experiência com
homens que eu. Sabia como os dispensar com graça e equilíbrio, o que
nunca foi uma coisa que aprendi. Minha estratégia sempre foi fugir, e acho
que funcionou bem o suficiente. Ainda assim, Darcy saberia o que B.B.
HAMEL
fazer. Sabia que se dissesse a ela, manteria em segredo e provavelmente teria
bons conselhos para mim. Estava sentindo-me bêbada, corajosa e quente.
Mas e se eu lhe dissesse e Shane ainda quisesse ficar comigo? Não tinha
certeza de que queria mais, honestamente.
Ele era um cretino. Um grande e bonito idiota, que conseguiu melhorar meu
senso de humor, meu impulso e minha paixão melhor do que qualquer outra
pessoa em minha vida. Sem mencionar que me fez gozar mais forte do que
imaginei ser possível.
Percebi que estava uma bagunça. Parte de mim queria levar um cara
estranho para casa só para deixar Shane ciumento, parte de mim queria dizer
a Darcy cada pequeno detalhe e parte de mim queria ir para casa e chorar.
Mas a verdade era que sabia que não faria nada disso.
Sabia que cerraria os dentes, beberia minhas bebidas, talvez B.B. HAMEL
dançaria um pouco e tentaria me divertir. Não poderia violar a confiança de
Shane, e não conseguiria dormir com mais ninguém. Era dele, mesmo que
não quisesse ser naquele momento.
Firmemente decidida, passei duas horas dançando com Darcy. Alguns caras
chegaram em nós, mas ela disse que não estava interessada no momento, não
tendo problemas em livrar-se deles. Apesar de mim mesma, estava me
divertindo, e Shane Green foi para o fundo da minha mente, em vez de ser o
centro constante das atenções. A inundação pegajosa de bebidas, estranhos
suados e bancos de madeira baratos tornou-se o centro do meu mundo,
enquanto Darcy e eu trabalhamos para esquecer quaisquer problemas que
estivéssemos tendo. As bebidas continuaram a fluir e o lugar ficou mais
distorcido, melhor, e senti minha insegurança e medo recuarem.
partes de mim que prometi que nunca faria. Mas dei para
você, tomei o risco de me abrir, e depois pensar
Sinto que cada nervo do meu corpo está disparado quando penso no rosto,
nos lábios e no cabelo dele.
B.B. HAMEL
— Eu sei que tenho sido um imbecil. Quero falar com
você.
Acho que olhei para sua mensagem por incompreensíveis dez minutos. Foi
uma combinação de álcool e o choque que me impediu de responder
imediatamente. Eventualmente, Darcy me arrastou para fora.
— O que está acontecendo, Amy? Você fica encarando o telefone. — A fila
para o bar foi diluindo, mas grupos de pessoas bêbadas estavam de pé
rodeando, fumando ou andando em todas as direções. Em algum lugar nesta
cidade estaria o homem que eu queria mais do que ninguém, estava
esperando por minha resposta, e não tinha ideia que resposta dar.
— Amy, o que está acontecendo? Tem andado tão estranha. Você está
obviamente escondendo algo de mim. —
B.B. HAMEL
— Eu sei Darc, peço imensa desculpa. Olha, prometo que te direi o que é,
eventualmente. Só preciso chegar em casa agora, ok?
Ela ficou quieta por um segundo.
— Tudo bem. Mas se você ficar toda estranha, misteriosa e fazer-me ir para
casa mais cedo, dormirá no sofá.
B.B. HAMEL
— Estou com saudades.
Era tudo o que poderia pensar em mandar de volta. Darcy roncava no meu
quarto, fiquei no sofá pequeno de pijama, envolvida em um cobertor. Meu
estômago estava embrulhado esperando por sua resposta.
amanhã?
Estava com raiva, magoada, mas também queria saber por que desapareceu.
Precisava saber se a culpa era minha, e se ele poderia me perdoar por ter
quebrado suas as regras.
lo.
B.B. HAMEL
Rolei pelas minhas fotos e puxei a primeira que me enviou. Parecia uma
eternidade atrás, quando ainda era o misterioso desconhecido que conheci
online. Olhei para as linhas limpas de sua forma, a maneira que o seu corpo
fluiu perfeitamente sobre si mesmo, e não pude deixar de me lembrar dele
dentro de mim, sussurrando no meu ouvido.
— Então mais alguma informação sobre seu misterioso surto ontem à noite?
— Darcy pediu com a boca cheia de pão francês.
— Foi totalmente um surto, mas tanto faz. Não estou chateada com isso.
— Sinto muito. Ainda não posso falar sobre isso, mas eu vou eventualmente.
B.B. HAMEL
Sorri tranquilizadora.
Eu ri.
Depois disso, as coisas ficaram muito mais confortáveis entre nós. Senti-me
um pouco culpada por Darcy principalmente, mas não podia quebrar a
confiança de Shane, então isso era o melhor que poderia fazer. Ela era uma
grande amiga e uma pessoa compreensiva. Sabia que ficaríamos bem.
Uma grande parte de mim pensou que, eventualmente, Shane ficaria bem
comigo dizendo para as pessoas, o que significava que eu não estava
mentindo completamente para ela. Quer dizer, nós não podíamos ser
amantes secretos para sempre, podíamos? Acho que não, mas tudo era
possível com um homem como Shane Green.
Depois do café, Darcy deixou-me para pegar o trem para a cidade, voltei ao
meu apartamento para me preparar. Não tinha muito tempo, então vesti a
primeira roupa que encontrei jeans e uma blusa azul, um pouco de raiva por
não ter me dado B.B. HAMEL
mais tempo para me vestir. Quando acabei de me trocar, a campainha tocou
o que significava que o carro estava lá fora.
B.B. HAMEL
— Não estou de ressaca — respondi. — E como sabe que estive bebendo?
— Sinto que tudo que faço é me desculpar, e odeio pedir desculpas. — fez
uma pausa e encontrou meu olhar, olhos ferozes.
B.B. HAMEL
Assenti com a cabeça, mas fiquei quieta.
— Sei que foi errado da minha parte te deixar assim. —
Você sabe o quanto minha privacidade é importante, mas mais do que isso,
você é um empregado e favor sexual para o seu chefe geralmente é um
enorme problema ético. Sei que não estava fazendo isso por esse motivo,
mas para Janice pode parecer assim, em um piscar de olhos.
— Sim e não, falei com ela sobre isso e estamos bem. Mas assustou-me o
quanto estava disposto a arriscar por você, só para ficar perto de você. Tive
que fugir para ser capaz de pensar claramente. Deveria ter lhe dito isso antes.
— Em nenhum lugar. Estava aqui pensando nas minhas opções. Até que
decidi algo.
— O que decidiu?
— Primeiro você me perdoa pelo modo como agi? — seu olhar firme atingiu
meus olhos, então hesitei e senti dúvida.
B.B. HAMEL
— Tem certeza que isso não é culpa minha, de alguma forma?
Coisas que poucas pessoas sabem. E lhe direi tudo sobre isso um dia, eu
prometo.
O que Shane quis dizer com isso? Mil perguntas correram pela minha mente.
Por que mencionou algum passado misterioso se não está pensando em
dizer-me? Mais segredos sobre ele surgiram, e senti como se estivesse
sempre fora de alcance.
B.B. HAMEL
Ele deve ter entendido meu olhar confuso.
— Estou dizendo isso só porque confio em você e quero que saiba que estou
falando sério sobre isso. Estou tentando abrir-me contigo, mas está
demorando mais do que eu esperava.
Balancei a cabeça. Entendi isso. Ainda não tinha lhe contado detalhes sobre
minha família também. E as pressões na sua vida ainda eram estranhas para
mim, apesar de estar por perto nos últimos meses, estava começando a ver os
imensos fardos que carregava e a seriedade com que os levava.
Deu tudo de si mesmo e tão livremente quanto podia. Era parte do que me
atraiu totalmente para ele.
— Quero te dizer pelo menos uma coisa sobre mim. Você sabe que cresci
aqui, nesta cidade. O que nunca te disse foi que meu pai era um alcoólatra,
um tipo de colarinho azul da velha escola. Cerveja na mão quando chegava
em casa e desmaiava bêbado à meia-noite. Bebia toda a noite e às vezes
durante o dia também. As coisas ficaram ruins no final. Meu irmão odiou-o,
mais do que eu e minha mãe. Meu pai bateu-lhe, às vezes, e meu irmão
revidava. Um dia meu pai bebeu até morrer. Tinha quinze anos. Sua morte
foi difícil para minha mãe. Ela disse que ele não fora sempre assim, mas
tudo que lembro é dele bêbado e louco, gritando com minha mãe sobre a
roupa. Pelo menos nunca bateu nela, mas nunca a fez feliz B.B. HAMEL
também. Passamos nossos dias com medo dele e senti-me feliz quando
morreu. Tenho vergonha disso, mas fiquei.
Nunca ouvi falar nada disso. Sabia que seu pai morrera quando era jovem;
que era de conhecimento público. Mas não tinha ideia que era um alcoólatra
abusivo e que crescera pobre como eu. Percebi que ninguém mais além da
família dele, e eu, sabia esses detalhes. Não tinha ninguém perto em sua
vida, pelo que sei.
Segurei a mão dele enquanto falou e não o interrompi.
— Cresci pobre. Não me envergonho disso, mas não anuncio. Uso-o como
uma força para me mover, um desejo de triunfar. Quero dar a minha mãe a
vida que ela tentou dar-nos, é por isso que trabalhei tão duro toda a minha
vida.
Sucesso é uma ferramenta para fornecer-lhe o que quiser. Por isso, também,
fiquei na Filadélfia e fiz minha sede aqui. Queria dar o troco à cidade que
não me deu absolutamente nada.
Quero tornar este lugar melhor para todas as crianças como eu. Também por
isso seu app é tão importante para mim, pessoalmente. Quero melhorar a
vida das famílias de baixa renda, especialmente as crianças.
Isso explica muita coisa. Por isso queria passar tanto tempo trabalhando no
meu app quando normalmente não se dedica a novos projetos. Explicou por
que era tão misterioso e bem-sucedido, e por que era uma força dominante
em tudo que fazia. Porém, mais do que isso, percebi que éramos
semelhantes. Trabalhava para facilitar a vida da sua mãe, B.B. HAMEL
enquanto eu trabalhava para tornar a doença do meu pai o mais confortável
possível.
— Acho que foi por isso que você me deu tanta atenção —
disse-lhe.
Ele riu.
— Não, o que me chamou atenção foi seu corpo.
Corei.
— O que eu disse?
B.B. HAMEL
— Eu sei. Mas quero que ouça isso. — respirei fundo.
Não falava essa história faz muito tempo, a ninguém, mas algo sobre este
momento forçou-me a falar. Ele sabia sobre o câncer do meu pai, claro, mas
guardei isso dele. Não sei por que guardei, talvez por medo de como
reagisse. Mas foi um momento decisivo para mim e uma grande parte de
quem eu era.
— Quando era criança, tive um acidente de carro. Sei que te falei sobre isso.
O que não te contei... O que não consegui contar... Foi que minha mãe estava
dirigindo. Já era tarde e estava chovendo. Saí para a casa de um amigo, onde
estive bebendo e ela veio buscar-me quando não apareci no toque de
recolher. Eu tinha 16 anos na época, muito jovem, e minha mãe estava muito
chateada. Bem, não me lembro de como, mas ela perdeu o controle do carro.
A polícia disse que provavelmente bateu na água e aquaplanou. De acordo
com eles, batemos muito rápido em uma árvore. A próxima coisa que me
lembro, foi que acordei no hospital com meu pai e irmãos e disseram-me que
minha mãe havia morrido.
Respirei fundo. Shane ouvia atentamente, seu rosto era uma máscara de
preocupação e tristeza. Apertou minha mão e aquele simples gesto deu-me a
confiança para continuar a minha história.
— Culpei-me por um longo tempo. Talvez seja por isso que não festejo
muito e me esforço para trabalhar tão duro. Sinto que devo compensar a sua
morte, porque se não fosse uma B.B. HAMEL
adolescente idiota naquela noite, ela nunca teria saído na estrada.
— Você não pode pensar assim — disse baixinho.
— Eu sei. Sei que não posso. Realmente não me culpo mais, ou pelo menos
tanto quanto costumava. Sempre pensarei sobre isso. Isso ainda me guia em
muitos aspectos, faz-me a pessoa que sou. E não quero esquecer, porque ela
sempre será uma parte de mim, parte do porque trabalho tanto. Como você
trabalha para cuidar de sua mãe, eu trabalho em memória da minha mãe e
fazê-la feliz, onde quer que esteja.
Ele assentiu com a cabeça, mas não disse nada. Poderia dizer que entendeu.
Aproximou-se, seu corpo, calor e força foram presenças reconfortantes para
mim.
Sinto-me... mais leve, como se estivesse carregando isso por aí, e agora
dividi o fardo.
O sorriso dele foi tão impactante que bateu em meu rosto como ondas contra
um barco salva-vidas. Envolveu seus braços em mim e beijou-me mais
profundamente do que nunca. Podia sentir a ternura que sentia por mim, foi
quando algo em mim despertou e veio à superfície. Não podia falar ainda,
mas estava lá, à espera. A maior parte da minha mente B.B. HAMEL
derreteu por ele, me perdi no cheiro do seu corpo e no calor dos bíceps
torneados.
Mas mesmo neste momento, um dos mais calmos da minha vida, quando me
senti segura nos braços do Shane, uma parte pequena no fundo do meu
cérebro ficava me perguntando: o que exatamente ele ainda escondia de
mim?
B.B. HAMEL
Depois disso, passamos o resto do dia indo e saindo da cama. As horas
misturaram-se e isso me assustou um pouco, quão rápido o tempo poderia
passar quando estava nos braços dele. Mas foi bom e confortável, de uma
forma que não tinha experimentado antes. Tanto tempo da minha vida foi
gasto ansiosamente no trabalho, tentando terminar o próximo projeto, mas
esse domingo preguiçoso se transformou em uma segunda-feira preguiçosa.
Havia alguns benefícios em sair com o chefe. Um benefício enorme era ter
tempo. Segunda-feira preguiçosa se transformou em terça-feira preguiçosa e
de repente era quarta-feira, e não tínhamos saído de casa em três dias.
— Não, não precisa. Qualquer coisa que você precisar está aqui.
Eu ri.
B.B. HAMEL
Ele considerou aquilo por um segundo.
Quando estava enfiando roupas limpas na minha mala velha, meu telefone
tocou. Eu sorri e presumi que fosse o Shane me vigiando.
Foi um texto do Jim. Não tinha notícias dele desde a comemoração, naquela
festa há alguns meses atrás, o que era estranho, mas estava feliz, por me
enviar uma mensagem.
Jim veio ao meu apartamento um tempo atrás quando me deu carona depois
de trabalhar até tarde. Não voltou desde então, ou sequer mencionara que
lembrava onde eu vivia, e muito menos que queria vir me visitar. Achei um
pouco estranho e definitivamente fora de tom, mas tinha algum tempo para
matar e seria bom vê-lo.
B.B. HAMEL
— Claro, estarei aqui por uma hora ou duas.
Apareça.
— Vemo-nos em breve.
Não fazia ideia do que se tratava, mas também estava distraída com Shane
para pensar muito sobre isso. Achei que tinha a ver com o café. Talvez
quisesse que pegasse turnos de fim de semana ou algo assim. A questão com
Shane era muito mais urgente, e isso me consumia. Não queria bisbilhotar ou
parecer ansiosa, então deixei a questão completamente de lado e ele não
tocou mais no assunto. Mas o que seria esse segredo que escondia de mim?
O que poderia ser tão ruim que tinha vergonha de me dizer? Centenas de
coisas atravessaram minha mente, de um homicídio para um culto para
fetiches sexuais estranhos, que eu não sabia ainda. Estava esperando os
fetiches; pelo menos isso pode ser divertido. Definitivamente esperava que
não houvesse assassinatos e cultos. Talvez tivesse filhos com outra mulher
ou uma ex-mulher escondida em algum lugar. Ou, talvez tivesse outro nome
real e as identidades falsas continuaram para sempre. Fartei-me de embalar e
sonhar, e quando terminei, a campainha soou.
B.B. HAMEL
Ele parecia terrível. Estava em seus habituais jeans apertados e tênis modelo
converse com uma camisa de banda aleatória, mas parecia cansado e
desgastado. Seu cabelo estava desgrenhado, não fora cortado desde a última
vez que o vira, e havia bolsas sob os olhos. Ainda parecia bonito em sua
forma juvenil, mas havia algo por trás de seu olhar, algo desgastado e mais
velho.
B.B. HAMEL
Jim riu.
Foi bom estar perto dele novamente. Nós sempre fomos confortáveis, e senti
falta de falar sobre nossas vidas juntos.
Fora um dos poucos que sabia sobre meu app me apoiando para sua venda
quando conheci o Shane.
— Tivemos um show no sábado, correu muito bem. Andy está ainda sendo
um idiota, George é George, e Tom foi MIA2
— Eu odeio dizer isso, mas acho que você é o mais estável do grupo.
— Eu sei, é incrível. Nunca sonhei que seria o normal.
B.B. HAMEL
era o único com um trabalho de tempo integral e se sustentando. Os outros
não trabalhavam fora dos shows e eram sustentados por uma namorada ou a
caridade de estranhos. Ou, no caso de George, sua mãe.
— Não é só isso. Não sei como dizer isso. Desde que você começou a
trabalhar no Swirl, não fui capaz de pensar em mais B.B. HAMEL
nada. Então ficamos próximos ao longo do seu tempo lá e acho que é a única
pessoa que me conhece. Então você saiu e percebi uma coisa.
Atingiu-me como uma marreta. Sabia o que ele estava prestes a dizer e todo
o meu corpo ficou tenso. Jim me olhou, seus olhos estavam profundos e algo
apaixonado queimava por trás deles.
— Estou apaixonado por você Amy. Estou há algum tempo, acho. Você
precisou ir embora para realmente eu perceber isso. Não paro de pensar em
você.
Todo mundo disse que Jim tinha sentimentos por mim, mas acho que nunca
levei a sério. Era o garoto bonito da banda.
Fazia shows para garotas independentes o tempo todo. Por que teria algum
interesse em uma chata normal como eu? Existem muitas garotas com
tatuagens que adorariam estar com ele.
engraçada, brilhante e muito sexy e a pior parte é que você nem percebe.
B.B. HAMEL
Fora um dos poucos a me encorajar no início. Quando a maioria dos meus
amigos de faculdade desapareceu da minha vida, Jim estava lá me apoiando.
Darcy foi grande, mas ela não estava lá todos os dias para ouvir como Jim.
Era a pessoa mais estável na minha vida desde que me mudei para a
Filadélfia e percebi quão importante ele era. Sem um amigo como Jim,
descobrir como viver numa cidade nova, completamente sozinha, teria sido
muito mais difícil.
— Você não precisa dizer nada. Não vim aqui para me dar algo. Precisava
que soubesse como me senti, antes de desaparecer completamente. Que eu
estou pensando em você.
Tive uma súbita vontade de pegar sua mão. Queria abraçá-lo e agradecer-lhe
por tudo o que fez por mim. Por estar lá quando eu estava perdida e sozinha
nesta cidade, afogando-me em débitos estudantis, trabalhando madrugadas
sem remuneração e mal fazendo face às despesas. Queria agradecer-lhe por
ser a melhor pessoa na minha vida. Queria estender a mão e beijá-lo, mas
sabia que ele não entenderia.
Não podia fazer nada disso, e não fiz. Não seria justo.
Porque não o amava e nunca o amaria, e acho que nós dois sabíamos disso.
Shane veio em uma espiral em minha mente.
B.B. HAMEL
Sabia que se desaparecesse da vida de Jim, seria um tipo de misericórdia.
— Olha, você é uma pessoa importante para mim. Não quero perder você da
minha vida. Não quero desaparecer.
Como é que responderia isso? Como é que quebraria o coração desse cara
bom? E naquele momento, percebi que a única coisa que poderia dar-lhe era
a honestidade, para o bem dele e para o meu. Pelo menos lhe devia aquela
pequena gentileza.
Jim baixou a cabeça. Senti como se parte de mim estava quebrando ao meio.
B.B. HAMEL
— Sim, eu entendo. — moveu-se para a porta e queria pedir-lhe para ficar,
mas sabia que não podia fazer isso. Tinha que ser forte, para o nosso bem.
— Vejo você mais tarde, Amy. Boa sorte com seu novo trabalho.
B.B. HAMEL
O carro veio me buscar uma hora mais tarde. O motorista pegou minha mala
e colocou-a no porta-malas, depois me levou para a casa de Shane. O
motorista levou minha mala até a varanda e tocou a campainha para mim. Eu
não estava acostumada a alguém tratar-me assim, mas ele sorriu e acenou
com a cabeça, quase como se sentisse o meu desconforto. Percebi que estava
lutando para caber no estilo de vida de Shane, que era muito diferente do
meu. Cresci com pouco e vivi com menos por um longo tempo. Agora,
estava namorando um bilionário e teria que me acostumar com o luxo que
ele poderia fornecer-me.
Quando o fitei, com seus olhos de pedra cinza, o queixo esculpido e corpo
bonito, minhas dúvidas desapareceram.
Sabia que tomara a decisão certa com Jim e que ele ficaria bem. Eu ficaria
bem também.
Shane pegou minhas malas e fomos para dentro. Estava prestes a falar, mas
senti uma súbita necessidade então pressionei meu corpo contra o dele e
beijei-o profundamente.
Senti seus lábios macios se abrirem e sua língua entrar na minha boca. Corri
minhas mãos para baixo no seu peito, sentindo os músculos sob sua fina
camiseta de algodão. Não B.B. HAMEL
falamos nada e eu não queria falar. Ele guiou-me para um cômodo no
corredor. Era uma sala de jantar formal com uma enorme mesa de madeira
antiga, pesada e resistente dominando o espaço.
Corri minhas mãos pelo seu peito em direção a seu pau e senti o
comprimento sob o jeans. Ele cresceu com minha pressão, endurecendo
quando esfreguei e desci pelo comprimento. Shane soltou um pequeno
gemido e puxou a parte de trás do vestido sobre minha bunda. As mãos dele
pegaram meus quadris guiando-me em direção a mesa, levantou-me e
colocou-me sentada.
Sentia a mesa fria em minha pele, seus lábios encontraram meu corpo
formigando, abri as pernas e ele levantou uma, colocando meu pé sobre a
mesa. Suas mãos fortes puxaram meus quadris para frente, mais próximo à
beirada. Sua língua e os lábios encontraram o clitóris inchado e trabalharam
em torno dele, suavemente. Arqueei minhas B.B. HAMEL
costas com ondas de prazer correndo por todo o corpo, esquecime do stress e
da dúvida, com sua língua e lábios trabalhando em meu corpo. Senti sua
língua passando dentro de mim depois correndo para o clitóris. Enquanto
trabalhava com a língua, alternando entre suave e duramente, senti um dos
seus dedos entrar em mim. Gemi relaxando enquanto ele continuava a
lamber e chupar. Senti o corpo enrijecer e convulsionar quando onda após
onda de prazer formigavam, me enchendo e subindo pelo meu corpo.
Quando cheguei perto do orgasmo, senti ele parar e ficar de pé. Apoiei-me
em um cotovelo e o vi abrir o seu jeans e empurra-lo para baixo. Seu lindo
pau estava reto, duro, como eu adorava olhar para sua cintura vendo o
comprimento emergir da cueca, pronto para me levar. Virei-me de barriga
para baixo sobre a mesa indo em sua direção enquanto empurrava a calça
jeans para fora de seus pés. Quando terminou, peguei a base do pau duro e
abri minha boca. Shane gemeu profundamente quando sentiu seu pau em
minha boca úmida.
Deitada sobre a mesa, tomei tanto dele dentro da minha boca, como pude.
Corri minha língua ao longo da base do pau dele, provei o suor salgado,
quente, e saboreei o seu gosto. Ele correu as mãos pelo meu cabelo
suavemente, tirando-o do meu rosto. Usei minhas mãos, na beirada da mesa,
para me dar força de alavanca e abri a minha garganta botando tudo o que
podia dele. Senti endurecer quando escorregou pela minha garganta. Soltou
um gemido e senti a pressão de seus dedos em meu cabelo aumentar,
pequenos prazeres e dores misturando-se.
B.B. HAMEL
— Deus, engole meu pau. — ele sussurrou e tentei engolir o máximo dele
que pude. Puxei para trás e seu pau deixou minha garganta e boca, com
saliva escorrendo. Peguei o pau escorregadio na minha mão, tranquei minha
respiração, corri minha mão subindo e descendo o seu comprimento e olhei
para minha saliva escorrendo fora de sua ponta, saboreando a espessura dele.
Shane deslocou o quadril para trás e me rolou mais uma vez, nas minhas
costas. Abri minha boca para seu pau e ele apertou sua ponta em meus
lábios, chegando à frente para usar os dedos calejados contra meu clitóris
encharcado. Gemia com o pau na minha boca e lentamente movi os quadris
contra seus dedos, enquanto fodia minha boca e esfregava os sucos contra o
clitóris inchado. Entre o sabor de sua raiz grossa e os dedos em meu clitóris,
estava me contorcendo e gemendo em êxtase. Tomei tanto de seu pau quanto
queria sentindo-o escorregar em minha garganta enquanto ainda esfregava os
dedos em círculos ao redor do clitóris. Prazer e dor misturaram pelo meu
corpo, e antes que eu pudesse ficar sem fôlego, empurrei os quadris dele. O
seu pau deixou minha boca com um pequeno flap.
— Você tem um corpo perfeito — disse baixinho, sua voz rouca de prazer.
Soltei um pequeno suspiro em resposta e ele entrou mais duro em mim,
então ondas de prazer passaram por minha espinha. Foi para trás, agarrou
minhas pernas novamente quando começou o impulso, empurrando com
mais força e mais fundo em mim. Agarrei a ponta da mesa quando se
movimentou mais profundo e mais duro. Contraí meus quadris contra ele,
nossos ritmos correspondentes. Shane gemeu, enchendo-me cada vez mais, e
eu balançava contra o tampo da mesa com seus quadris batendo contra o
meu corpo.
Meus dedos ficaram brancos quando agarrei a mesa. Seu impulso atingiu o
pico e minhas costas arquearam quando o prazer atingiu o peito. Eu podia
sentir-me chegando perto e olhei para ele com expectativa.
— Vamos, goze no meu pau grande e duro. — ele disse o que me fez
duplamente em êxtase. — Você tem minha permissão.
Eu ri.
B.B. HAMEL
— Oh e por que isso? Tem grandes planos?
— Você tem que compensar todo o tempo que perdeu no seu apartamento.
— Sim, Sr. Green. — pulei da mesa e segui-o para cozinha. Ocorreu-me que
meu orgasmo foi em cima de uma mesa mais velha do que nós dois juntos.
Do meu lugar na ilha vi Shane abrir a geladeira, estava fazendo uma salada
simples para dividirmos, e de repente senti uma pontada de ciúme. Os
movimentos fáceis, sua graça inata e a maneira como lidava consigo mesmo
eram coisas lindas.
Queria combinar com ele, mas era inigualável. Nada do que sabia sobre
Shane mostrava como realmente vivia, o rigor e gentileza. Era a pessoa mais
apaixonada que já conheci, mas também a mais discreta e alegre. O que
inicialmente me confundira, como sendo uma estrutura intensa, era na
verdade seu domínio do mundo em volta. As regras que me fez seguir não
eram coisas arbitrárias, mas ideias importantes que sustentavam a nossa
conexão. Quando estava perto dele a força da sua gravidade pesava e me
capturava, a vida ficava fácil, e meu corpo parecia leve flutuando.
Lembrei-me de Jim, sentado no meu apartamento, confessando amor por
mim e então sabia com certeza o que sentia por Shane. Não era nada como
Jim sentia por mim. Não era o tipo de necessidade dolorida que poderia ser
esquecida, B.B. HAMEL
ignorada ou mesmo perdida. Era uma coisa ardente, poderosa, e como todas
as coisas poderosas, era irracional e sem culpa.
Veio de outro lugar, levou-me diretamente para Shane e o corpo dele, não
sobrando nada além de se submeter a seus caprichos. Eu queria ser uma
parte dele, não da sua vida, mas da sua existência.
Shane foi cortar uma cebola roxa com golpes suaves e experientes, a mão
esquerda guiando a faca.
— O que é?
Soltei um suspiro.
B.B. HAMEL
Shane não respondeu no início. Eu poderia dizer que estava lutando com
algo, mas não sabia o quê. Após um breve silêncio, disse-me:
— Sou mais velho que você — disse suavemente. — Nossa vida juntos é
difícil. Viver um segredo é um preço alto para uma pessoa. E entendo que
você o conheceu antes de mim, antes de minha empresa comprar seu app.
Você me disse que ele estava por perto naquela época. Pensei que precisava
de algo mais fácil, talvez com alguém da sua idade.
Não podia acreditar no que ele estava dizendo. Shane Green estava incerto
de como me sentia?
— Não quero ninguém além de você Shane. Não quero algo mais fácil.
— Estou feliz que pense assim. Mas entendo se você não sentir.
— Não acredito que achou por um segundo que iria querer acabar com você
por Jim!
B.B. HAMEL
— As pessoas fazem escolhas ruins o tempo todo. —
— Sim talvez eu vá fazer uma agora. Talvez negue sexo a você como um
castigo por não ter acreditado em mim.
— Isso não faz sentido — disse rindo. Voltou-se para a comida e retornou a
picar.
— Claro que sim. Pelo menos eu acho que faz, que é tudo que importa.
Ele riu novamente e o peso do assunto Jim foi-se do meu corpo. Havia
apenas o Shane e seu foco intenso, trazendo-me de volta para o mundo.
B.B. HAMEL
Passamos o resto da semana dessa forma, em um ritmo lento de altos e
baixos. Conhecemos cada parte do corpo um do outro. Shane continuou a
ficar longe de sua vida familiar, mas falou-me sobre os primeiros dias na
Universidade da Pensilvânia, como conseguiu uma bolsa de estudos e nunca
olhou para trás. Falou sobre como fundou Adstringo, um dia em seu
dormitório, quando surgiu com um algoritmo de propaganda avançado antes
que qualquer outra pessoa estivesse pensando sobre o posicionamento do
anúncio. Falou sobre a sua empresa crescer, mas ainda mantendo controle
restrito, e como ele a dinamizou recentemente em um conglomerado de
mídia multinacional.
Acabamos uma sessão particularmente intensa e seu peito sem camisa estava
coberto de suor e os músculos tensos com cada respiração profunda.
Relaxamos nos braços um do outro, senti-me segura e completa, mas sabia
que tinha que voltar ao trabalho na segunda-feira. Já era estranho que um
novo empregado tenha tirado uma semana de férias. Não queria pensar sobre
isso na semana que terminara, em vez disso me concentrei no corpo de
Shane envolvido em torno de meu.
B.B. HAMEL
— Diga-me algo. — pedi.
— Humm? — disse olhando-me. Descansei minha cabeça em seu colo,
minhas pernas penduradas sobre a outra extremidade do sofá.
Shane riu.
— Está brincando?
Ele gargalhou.
— Fala sério.
B.B. HAMEL
Shane se esforçou para fazer do seu rosto, uma máscara falsa de seriedade.
Ele fez uma careta do tipo “o que posso dizer” e deu de ombros.
— Às vezes fazem, mas é geralmente menos por mim e mais pelo meu
dinheiro.
Aquilo fez muito sentido para mim. E explicou por que tinha muita
dificuldade em confiar em mim. Shane tinha me dado pequenos presentes
durante toda a semana, mas tentei o máximo que pude resistir-lhes. Na sexta-
feira, quando B.B. HAMEL
percebi que estava sem roupas limpas, várias caixas de peças de design
apareceram no vestíbulo, tudo no meu tamanho.
Recusei-as, mas insistiu para que experimentasse tudo para ele, uma de cada
vez. Quando me deu uma ordem direta assim, encontrei-me compelida a
cumpri-la. O desfile de moda não durou muito tempo, graças a Deus, pois
rasgou um vestido particularmente revelador do meu corpo.
— Fico só pelo dinheiro — disse ousadamente.
Perguntou afastando-se.
— O mundo estava perdendo tudo isso — disse e fez um gesto para mim.
Esta foi a parte mais difícil e ambos sabíamos. Nenhum de nós queria que a
semana chegasse ao final, os fáceis altos e baixos dos nossos dias,
misturando um ao outro, as linhas borradas entre nossos corpos, tornando-se
cada vez mais embaçada. Ele correu os dedos para baixo do meu quadril e
gemi. Sentamos em silêncio por alguns minutos.
B.B. HAMEL
— Provavelmente eu deveria me vestir. — comentei.
Shane resmungou sua resposta. Levantei minha cabeça de seu colo e
coloquei-me de pé olhando em torno da sala.
Minhas roupas e as dele estavam espalhadas por todo lado, fazendo uma
grande bagunça, no quarto geralmente imaculado.
Olhei em volta. Por alguma razão, senti como se nunca tivesse este momento
perfeito novamente. A realidade agridoce, do fim de nossa semana de
felicidade, cercou-me e tentei saborear tudo. Olhei para os livros e a cama,
um emaranhado de lençóis e travesseiros. Lembrei do seu corpo pressionado
contra o meu, em muitos lugares, para contar. A única coisa B.B. HAMEL
que eu queria, mais do que tudo no mundo, era voltar a este lugar e ficar
aqui, como fizemos na semana passada.
Após um minuto saboreando as memórias, segui-o lá para baixo. Ele estava
me esperando no corredor, vestido de calça jeans, uma camiseta branca e
uma jaqueta de couro leve.
— Não sei, vejo-o amanhã, não é como se eu estivesse indo embora para
sempre.
Ele assentiu.
— Você está certa. Vamos embora antes que eu tente impedi-la um pouco
mais.
Não demos mais que alguns passos, antes de um homem se mover em nossa
direção. Ele estava encostado em um carro, a algumas casas, fumando um
cigarro. Assim que nos viu, pegou algo de seu peito e começou a
movimentar-se mais perto.
B.B. HAMEL
— Sr. Green! Sr. Green! — o homem chamou e levantou o objeto para seu
olho.
— Vamos lá Sr. Green, dê-me algo. Pelo menos sorria. Não te vejo com uma
mulher há muito tempo, isso é grande coisa.
Por um breve momento, antes de Shane entrar na parte de trás do carro, ele
hesitou. Podia ver a fúria cega em seus olhos, o rosto contorcido em um
rosnado e pensei que iria atrás do cara. Uma sensação ruim de medo no meu
estomago enquanto olhava para eles. O homem era magro, cabelo escuro,
usava jeans surrado e um moletom mal ajustado. Ele tinha bolsas sob os
olhos, sua pele gordurosa e coberta de pelos curtos. O homem hesitou, vendo
o olhar no rosto do Shane e a tensão em seu corpo.
B.B. HAMEL
Mas Shane moveu-se e ajudou-me a subir no carro. O
— Sr. Green, venha aqui fora e bata um papo, só quero fazer algumas
perguntas. Vamos ver a garota, mostrá-la um pouco. As pessoas querem vê-
la! Venha, Sr. Green, Sr. Green.
Ele olhou pela janela, todo o seu corpo estava tenso e cheio de raiva. Esta foi
a primeira vez que vi um paparazzo em torno de Shane. Estava começando a
pensar que tinha exagerado, mas havia o cara, o negócio era real, tirando
fotos e tentando nos irritar. Era irritante e invasora, a maneira como o
homem gritou e tentou ver meu rosto. Senti-me um pouco suja e confusa.
Por que estava sendo um idiota com Shane?
Eram perfeitos estranhos. Logicamente, eu sabia que agir assim era o
trabalho do homem, mesmo assim, foi realmente desorientador fazer parte
disso. Senti-me um passo mais perto de entender a necessidade dominante de
Shane de ter privacidade.
B.B. HAMEL
Estendi a mão e toquei a mão de Shane. Ele vacilou brevemente e todo o seu
corpo ficou tenso, então relaxou e pegou meus dedos junto aos dele.
— Não se culpe.
— Eu entendo.
B.B. HAMEL
— Não quis te assustar. Ficará tudo bem, só não entre nos blogs por um
tempo e se vir alguém persistente perto de seu apartamento com câmeras,
não os enfrente.
Não sabia e tinha pavor de que isso faria com ele e conosco.
B.B. HAMEL
No meu apartamento senti-me excessivamente paranoica.
Ninguém estava à espreita lá fora do prédio, não podiam já ter aprendido o
meu nome, mas Shane levou-me até a porta da frente de qualquer maneira.
Beijou-me lá, mas parecia distante e desamparado, e não sabia o que estava
acontecendo dentro dele. Passei o resto da noite atualizando os poucos blogs
de fofoca que sabia que publicariam uma história sobre um bilionário de
empresas de tecnologia, mas nossa foto não apareceu. Estava exausta, então
fui para a cama bem cedo, mas eu mexi-me e revirei-me a noite toda,
imaginando como Shane reagiria a nossa foto na primeira página.
Isso meia hora antes do despertador geralmente chamar, o que foi muito
estranho. Eu verifiquei o nome de quem ligava e era Darcy.
Isso foi ainda mais estranho. Ela nunca me chamou de manhã tão cedo e
meu coração apertou. Imaginei mil cenários diferentes, cada um pior do que
antes. Estava ferida ou minha família estava ferida? Peguei e respondi.
— Olá, Darcy? — minha voz estava rouca, mas estava bem acordada.
B.B. HAMEL
— Olá você pequena prostituta!
Não tinha ideia do que estava falando. O sol mal havia levantado e eu
precisava estar no trabalho em pouco mais de uma hora. Era sério ligar cedo
e acordar-me, só para jogar um estranho jogo de adivinhação? Irritada
revirei-me em meus cobertores.
— Eu sei, desculpe, mas não podia esperar. Vi o seu segredinho, sua safada.
Pensei que estava tendo um ataque de coração, meu peito estava batendo tão
forte. Dois posts abaixo, colocados perto da meia noite, tinha uma foto nossa
deixando a casa de Shane.
O texto que acompanha a imagem não era tão ruim. Não sabiam o meu
nome, então se referiram a mim como "Morena gostosa com Shane Green" e
especularam sobre o motivo da minha visita. Falaram muito sobre a natureza
reclusa do Shane e como eu era a primeira pessoa fotografada deixando sua
casa em mais de um ano. Lembrando-me de Darcy, peguei o telefone
novamente.
Nunca tinha ouvido sua voz tão animada antes, e não podia culpá-la. Eu
ainda questionava a minha sorte toda vez que via sua forma bonita e seus
lábios macios e cheios.
B.B. HAMEL
— Por que não? Eu estaria gritando isso a todo estranho aleatório. Shane
Green! Ele é tão quente e rico também.
— Shane é incrível, Darc. Mas é complicado.
Suspirei. Como poderia explicar isso a ela sem fazer Shane soar como um
psicopata? Ou eu nesse assunto.
Não é uma coincidência que quase nunca mostram nada sobre ele, porque
não há muito para mostrar.
Eu ri.
— Cala a boca!
Aparentemente,
Shane
costumava
ir
lá
— Tarde demais para isso, querida. Sua foto está em todo aquele blog.
— Eles não sabem meu nome e não precisam saber. Por favor, Darcy. Não
conte a ninguém sobre isso.
— Você tem minha palavra de honra. Meu Deus, Shane Green! Como ele é?
Ela riu.
Vesti-me e quando fui deixar o apartamento, percebi uma coisa. Todo mundo
no escritório lê esse blog. Toda pessoa. E
vão me reconhecer.
Mantive os olhos longe de todo mundo, puxei meu laptop e liguei. Antes que
eu pudesse colocar minha senha, a cabeça da Linda apareceu na divisória.
— Oi Linda.
— Eu vi o blog. Você é a pessoa mais sortuda nesse prédio.
B.B. HAMEL
Linda acenou com a mão na direção geral do Instituto.
Como ele é?
— Bem, eu entendo. Mas olha, se alguém tornar sua vida difícil, diga-me
sobre isso. Cuidarei deles.
Tive sorte, mas eu não sabia o que significaria este passeio repentino para
nós. Sabia que Techie Rumors não tinha um enorme número de leitores, por
causa de quão específico seu público era, mas agora trabalhamos com as
pessoas que liam. Quando liguei em meu computador encontrei um e-mail
de Shane. Ele dizia:
B.B. HAMEL
Isso foi o que temera desde que entrei no carro ontem.
Sabia o que diria: que era um homem reservado, sua privacidade fora tirada
por minha causa e agora nós não podíamos nos ver. Quase não conseguia
enfrentá-lo. Queria ir para casa, enroscar-me no meu sofá e fingir que nada
disso aconteceu. Senti-me violada quando os paparazzi tiraram as fotos, mas
agora, sentia ainda pior por todos saberem sobre mim e Shane.
Levantei-me da minha cadeira e fui para seu escritório, o compreendi de
repente, de uma forma que eu não fiz antes. Os olhos das pessoas seguiram-
me e podia sentir os sussurros.
Entendi por que Shane ansiava por privacidade. Entendi porque era tão
obcecado e recluso, por que ficou longe de relacionamentos pessoais. Era
difícil ser o centro das atenções, mas era mais difícil quando você arrastava
outra pessoa para isso. Eu fiz exatamente isso, tinha o arrastado até o centro
das B.B. HAMEL
atenções novamente e estava quebrando por dentro por causa disso. Poderia
lidar com os sussurros, mas não conseguiria lidar com os burburinhos sobre
ele. Tudo o que aconteceu até este ponto fez-me compreender, entender por
que gostava de ir a um app de namoro e fingir ser outra pessoa. Neste
momento, a única coisa que queria era ser invisível, mas quando você é uma
pessoa como Shane Green, ou uma parte de sua vida, você nunca poderá ser
invisível novamente. É como um holofote permanente em todos os
momentos. Eu era o centro das atenções há menos de uma hora e já era
cansativo.
Janice estava sentada em sua mesa, sorriu para mim quando me aproximei.
Esqueci-me de tudo o que tinha visto, e de repente fiquei vermelho brilhante,
quando a memória voltou.
— Obrigada. — Estava grata que ela não contara as pessoas sobre o que vira
e desejei que pudesse agradecê-la por isso, também.
Janice sorriu e acenou com a cabeça, em seguida, voltou para seu trabalho.
De todos os envolvidos, ela tinha o direito de perguntar depois do que viu,
talvez, até mesmo o direito de agir desconfortável. Em vez disso era gentil e
profissional.
B.B. HAMEL
Encontrei-me gostando dela ainda mais, e minha estranheza derreteu quando
empurrei aberta a porta do escritório de Shane.
Fiquei surpresa com o que encontrei. Lá dentro, sentados à mesa em que
geralmente trabalhei, estavam Royal e Shane, conversando amigavelmente.
Não esperava ver Royal aqui, parei perto da porta, insegura, por que
precisamos de um advogado. Shane me processará porque eu quebrei a sua
privacidade? Fiquei com medo de repente. Não podia imaginar Shane
fazendo isso, mas prometi que seguiria as regras. Talvez seja porque violara
o nosso acordo.
Desejei que Royal não estivesse lá para poder perguntar o que estava
acontecendo.
B.B. HAMEL
— Chame-me de Royal, por favor. Facilitará esta situação embaraçosa. — eu
digo.
Sr. Brown fez um gesto para me sentar. Depois que nos sentamos, ele
inclinou-se sobre os cotovelos.
— Bem, Amy, antes de tudo, não se assuste. Posso ver que está confusa.
— Deixe-me explicar-lhe por que estou aqui. Desde que Shane é o seu chefe,
há algumas questões éticas e legais sobre como exatamente esse
relacionamento pode ser tratado.
Porque aquele maldito blog postou essa foto dos dois, você tem que assinar
alguma porcaria formal dizendo que sua relação não interferirá no seu
trabalho, aqui Shane não lhe mostrará um tratamento preferencial e outra
coisa semelhante. O
— Não entendo — respondi. Ainda me sentia confusa e incerta. Por que ele
estava falando sobre a nossa relação?
B.B. HAMEL
Shane abanou a cabeça.
— Desculpe Amy. Eu devia ter dito a você. Royal acha que é do nosso
interesse apresentar uma papelada ao RH, basicamente, proclamando nossa
relação, e dizer que a empresa não se responsabiliza por nada disto. E você
não será capaz de processar a empresa por qualquer motivo daqui em diante.
— Não, não mesmo. Não te processarei. Quero que isso aconteça entre nós e
a única maneira para continuar é assinar esses documentos. Estou nos
levando a público, mais ou menos. Pelo menos no que diz respeito à
empresa.
Poderia dizer que Royal se sentia um pouco desconfortável, mas o medo
dentro de mim quebrou. Senti o alívio lavar-me em ondas. Shane estendeu a
mão e peguei-a, sentindo-me boba. Claro que ele não me processaria. Mais
do B.B. HAMEL
que isso, queria ficar comigo, mesmo que significasse deixar nossa relação
pública.
— Bem, o que você diz? — Shane perguntou, olhando nos meus olhos.
respondi baixinho.
— Vamos relê-los para que você entenda o que é que você está assinando —
disse Shane.
Royal disse.
B.B. HAMEL
Shane caminhou com o advogado até a porta e eles falaram calmamente,
fiquei para trás, à mesa. Uma vez que Royal se foi, Shane voltou para mim,
envolveu os braços ao meu redor e nos beijamos. Senti sua barba por fazer e
a fadiga em cada grama de seus músculos, imaginei que não tinha dormido
bem na noite anterior.
— Você parecia muito assustada como um cervo nos faróis quando entrou —
ele riu.
— Não acho que me foder a semana toda é motivo para uma ação judicial.
Eu ri.
— Talvez não, mas deixar aquele idiota levar nossa foto talvez sim.
— Eu sei, mas fui uma estúpida sobre isso. Não sabia o que estava
acontecendo. Sinto muito, Shane. — Podia sentir a culpa e a dúvida começar
a se construir novamente.
B.B. HAMEL
Ele balançou a cabeça.
— Não é sua culpa. Se estivermos culpando alguém, claro que sou eu. E
entenderia se não quisesse fazer parte deste mundo. De agora em diante,
teremos paparazzo ao redor mais vezes, e temos de ter muito cuidado.
Shane suspirou e olhou para outro lugar. Ainda podia sentir o toque durar
como um fantasma na minha pele. Foi até as janelas e olhou para fora da
cidade.
— Sei que só declaramos nossa relação para a empresa, mas ainda não estou
preparado para desistir de minha privacidade.
Fui por trás e envolvi meus braços em volta dele. Shane suspirou e baixou a
cabeça.
B.B. HAMEL
— Não mereço alguém como você, Amy. Qualquer outra pessoa teria fugido
por isso.
Não podia acreditar que estava dizendo isso. Bonito, rico bilionário Shane
Green não merece a Amy normal, chata?
Respirei seu cheiro e pensei sobre nossos corpos embrulhados juntos, suando
e movendo-se, nossa pele fundida em pontos de prazer agonizante. Não
podia deixá-lo ir, não importa o por que.
— Não diga isso. Ambos sabemos que sou a simples. Olha, estou nessa.
Vamos descobrir o que precisamos fazer. —
expliquei.
Ele beijou meus lábios. Abri a boca e a língua dele correu contra a minha.
Virou-se e empurrou-me contra o vidro. O
contraste entre o frio e liso atrás de mim e o seu calor forte na frente foi
desorientador em primeiro lugar. Beijou-me duro e, em seguida, mudou os
lábios para minha orelha.
Seu corpo pressionado contra o meu, senti a sua necessidade, queria dar-lhe
tudo o que quisesse, por quanto tempo quisesse.
B.B. HAMEL
Os detalhes do nosso relacionamento não mudaram muito. Ainda nos víamos
na maioria dos dias no trabalho, mas não demorava tanto quanto costumava
no escritório dele. As pessoas sussurravam, alguns até fizeram perguntas,
mas depois de uma semana ou duas, outro novo escândalo ocorreu e as
fofocas do escritório pararam. A maioria se acostumou, embora as pessoas
ainda sussurrassem e Linda ainda fazia perguntas muito pessoais de vez em
quando.
Estávamos sempre na casa dele e ele nunca mandou o carro diretamente para
o meu apartamento. A fim de manter os paparazzi longe de minha casa, o
carro deixava-me e buscava-me em pontos diferentes dentro do quarteirão do
prédio.
B.B. HAMEL
Entrar e sair de casa era uma história diferente. Mesmo quando saímos pela
parte de trás, ainda havia câmeras em todos os lugares. Havia um
estacionamento privado no beco atrás de sua casa, mas os paparazzi às vezes
tentavam olhar por cima do muro. Na maior parte do tempo esse sistema
mantinha-nos fora dos blogs, mas nunca fomos capazes de ir juntos a
qualquer lugar público. Isso serviu-me muito bem, passamos as noites na
cama e comemos tudo o que Shane sentia vontade de cozinhar. Desejei que
pudesse ajudar na cozinha, mas minhas habilidades estavam limitadas a
miojo e manteiga de amendoim e geleia. Ele gostou da piada e disse que eu
deveria escrever um livro de receitas de estudante de faculdade e preenchê-
lo com pratos feitos com dois ingredientes, de material barato. Posso não ter
sido boa na cozinha, mas trabalhei para compensar isso em outros lugares.
O maior benefício da nossa relação pública estava em ser capaz de falar com
Darcy. Quase todos os dias eu falava sobre os detalhes de tudo, desde uma
coleção enorme de antiguidades do Shane, para seu físico incrível ou para os
pequenos presentes que continuava comprando para mim.
Depois de alguns dias, percebi que ela estava entediada e entendi o porquê.
Nosso relacionamento era bem chato visto do lado de fora. Nunca fomos a
qualquer lugar e nunca fazíamos nada, além de passarmos o tempo juntos.
Ele tinha uma enorme coleção de filmes e construiu um pequeno cinema em
casa, no porão. Passamos horas lá, assistimos todos os clássicos, desde
Cidadão Kane até E O Vento Levou. Darcy era B.B. HAMEL
uma amiga incrível por ouvir a mesma história várias vezes e tentei não falar
demais em sua orelha. Embora não pude evitar, passaram-se dias e noites
também, e tudo o que conseguia pensar era Shane.
Durante este tempo, fui ver meu pai tanto quanto possível. O tempo com
Shane dominava quase todos os dias, mas pelo menos uma vez por semana
usava o motorista do Shane para levar-me aos subúrbios. Insistiu que usasse
o motorista em vez do trem, e foi difícil argumentar contra o rosto severo,
perfeito. Não combina bem com meu senso inato de auto segurança, ir em
um carro caro em vez de transporte público, mas sempre cedi. Papai estava
indo muito bem, ou pelo menos isso é o que sua cuidadora Jasmine disse.
Preocupei-me por um bom tempo achando que não seria capaz de suportar
os pagamentos de Jasmine, mas depois que vendi o app e comecei a
trabalhar para Adstringo, fui capaz de aumentar suas horas. Ela cuidou do
meu pai em tempo integral, o que foi um grande alívio para todos. Papai
parecia mais magro, não sei se foi porque não o via tão frequentemente
como queria, ou se ele realmente estava perdendo peso.
Quando perguntei a Jasmine, ela disse-me que meu pai estava tão
confortável quanto poderia estar e estava comendo como de costume.
Suspeitei que Jasmine estivesse subestimando sua condição, mas não queria
discutir e potencialmente perturbá-lo. Em vez disso, sentamo-nos em frente a
TV toda vez que o visitei. Papai ficava em uma cama de hospital e
assistimos qualquer esporte que ele queria. Mencionei Shane, mas eu não
entrei em detalhes.
B.B. HAMEL
Caímos em um ritmo fácil e passaram-se semanas. Visitei o papai, trabalhei
o dia todo e passei cada noite com Shane.
Pouco a pouco, mudei mais e mais minhas coisas para a casa dele, e seu
quarto estava começando a parecer quase tão confuso como o meu antigo
apartamento. Senti-me culpada por isso e tentei limpar mais. Foi difícil,
porém, quando tudo o que queria fazer era tirar a roupa e jogá-las no chão.
Assim a bagunça que tentei arrumar fora esquecida, quando suas mãos fortes
iam ao meu corpo.
Parei com o que vi. Janice estava sentada na mesa do Shane, suas pernas
cruzadas em direção a ele. Shane estava sentado na sua cadeira, inclinado
para trás e estava olhando para ela com um grande sorriso no rosto. Não ouvi
o que estavam dizendo, mas Shane riu e Janice chegou para colocar a mão
no ombro dele. Janice continuou a falar calmamente com Shane, e seus
corpos moveram-se em direção um ao outro B.B. HAMEL
um pouco. Em seguida, Shane estendeu a mão e colocou-a em cima da mão
de Janice, ainda em seu ombro. Eles estavam fazendo contato visual e houve
um breve momento de silêncio intenso, palpável em toda a sala.
Não fiz barulho, e nenhum deles reparou em mim na porta. Não podia
acreditar no que estava vendo. Esta não era sua interação normal, ou pelo
menos não era o que via normalmente entre eles. Era intrínseco, uma espécie
de intimidade que nunca tinha visto Shane compartilhar com ninguém além
de mim. Senti ciúmes quase imediatamente, mas mais do que isso, senti-me
confusa. Janice era alta, bonita, inteligente e bondosa. De muitas maneiras,
era tudo que eu queria ser. Sua autoconfiança e a maneira fácil de agir,
faziam as pessoas se sentirem à vontade quase imediatamente ao seu redor, e
vi assumir o controle de uma sala simplesmente por entrar nela e falar.
Basicamente, ela era o tipo de pessoa que sempre imaginei que Shane se
apaixonaria. Não uma nerd de computador silenciosa, vinda dos subúrbios
de baixa qualidade, mas sim a Janice bonita, brilhante. Não fazia ideia do
por quê ser assistente de Shane, ao invés de uma executiva de alto escalão
em outra empresa. Agora estava começando a fazer sentido para mim. Eles
tinham claramente uma relação e uma que Shane nunca me contou. O fato de
nunca mencionar fez parecer mais sinistro.
B.B. HAMEL
Senti o estômago revirar e endurecer com a dúvida em meu peito. Dei um
passo para fora de seu escritório quando eles riram juntos sobre outra coisa
que não consegui ouvir.
Não podia ficar. Senti que era errado entrar e falar durante o que, claramente,
era um momento privado, então virei-me e sai. Andei rápido, minha mente
uma corrida. Não sabia exatamente qual era meu plano, mas sabia que
precisava seguir em frente. O rumor que Linda contara era verdade? Por que
manteria uma ex-namorada ao redor como sua assistente?
Pensei que estava fazendo um bom trabalho, mas será que precisava de algo
mais?
B.B. HAMEL
— Cadê você? Está pulando a nossa reunião?
Meu quarto era muito mais simples e vazio do que lembrava. Passaram
algumas semanas desde que dormi na minha cama e me senti bem, apesar de
fria e vazia. Senti falta de Shane, seu grande calor ao lado, sua reconfortante
respiração no meu pescoço, braços fortes, acondicionados em torno de mim.
Senti que estava perdendo-o e perdendo-me de uma vez. Senti falta dele,
mas eu estava com raiva.
B.B. HAMEL
— Olá, John? O que aconteceu?
— É o pai, Amy.
Senti o meu mundo inteiro parar. Esqueci-me de Shane.
B.B. HAMEL
Peguei o primeiro trem para casa. Não me incomodei em dizer a Shane, não
conseguia pensar em nada que não fosse meu pai. A tristeza cercou-me em
ondas enquanto viajava para Levittown, em direção à minha casa de
infância.
Nós sabíamos que meu pai estava muito doente. Os médicos disseram que
ele não tinha muito tempo sobrando, mas sempre foi uma força vital que era
difícil imaginá-lo morrendo algum dia. Com câncer de pulmão em estágio
avançado, isso aconteceria eventualmente. Embora não fosse algo que
poderia ter me preparado, sabia que minha vida mudaria para sempre quando
isso acontecesse. Agora meus pais, ambos desapareceram. Não podia prever
um mundo onde não tinha nenhum dos dois vivos, mas de repente era minha
realidade. Ficava pensando em voltar para a última vez que o vi e gostaria de
ter uma chance de dizer adeus. Queria desesperadamente ser capaz de dizer
que o amava. Sabia que ele estava magro, mas não pensei muito nisso. Nós
conversamos sobre o dia dele, sobre esportes e sobre Jasmine.
Disse a papai sobre meus dias e mencionei que estava saindo com alguém,
mas nunca lhe disse exatamente quem Shane era. Fico feliz, que pelo menos
mencionei o quão bem eu estava indo e como era feliz.
B.B. HAMEL
E então ele se foi. Foi o passeio de trem mais longo da minha vida, cada
memória recente de meu pai passou por minha mente, especialmente o olhar
orgulhoso no seu rosto na noite da minha festa comemorando a venda do
aplicativo.
Na estação, meu irmão John me pegou em sua pick-up Chevy velha. Gostava
de caminhonetes clássicas, mesmo todo mundo sabendo que podia pagar por
algo melhor. Ele envolveu-me em seus braços e abraçamo-nos por um
tempo.
John assentiu. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, mas estava fazendo
o melhor para manter-se forte para mim.
— Sei que isso não é algo que queira lidar, mas temos um monte de coisas
para fazer. Arranjos fúnebres e coisas de propriedade. Cuidei tanto dele
quanto possível, mas preciso de ajuda.
— Claro, com certeza. — houve uma pausa. — Conversou com o Derek?
— Sim, eu liguei-lhe.
B.B. HAMEL
— E?
— Não é hora John. Eles tinham seus problemas, mas ele amava o pai, assim
como nós.
John suspirou.
— Eu sei, sinto muito. Sei que precisamos de sua ajuda, mas ele está
indisponível, lidando com seus problemas. Como de costume.
Entrava e saía da reabilitação, geralmente paga por John, que era o mais
velho e mais sólido de nós três. Ficou longe do pai e eles não se falavam há
anos, tanto quanto eu sabia.
pequenas
limpezas,
verificando
— Isso é como me senti, também. Jasmine tem sido uma grande ajuda para
tudo isso. Ela contatou-me imediatamente e disse-lhe que entraria em
contato com vocês. Liguei imediatamente. Aparentemente, ela ligou da casa
funerária, cuidou do equipamento de hospital e colocou-me em contato com
um advogado.
B.B. HAMEL
Eu olhei em torno da casa. O silêncio continuou a se infiltrar em mim.
— Eu também não posso Amy. Não sei o que faremos com tudo isso. Não
quero fazer nada honestamente. Mas podemos tentar começar a lidar com
isto da melhor forma.
Movi-me e sentei ao lado dele. Ele envolveu o braço em volta dos meus
ombros.
Lembrei-me de pedir ajuda com a lição de casa e rir quando ele não sabia
todas as capitais dos estados. Lembrei-me de seu rosto, em lágrimas, quando
acordei no hospital depois do acidente e ele explicando o que acontecera.
Lembrei-me dele, segurando-me quando eu chorei. Lembrei-me das longas
noites que trabalhou, John cuidando de Derek e eu, e quão cansado estava o
tempo todo, se arrastando para o caminhão e fora dele. Desejei que pudesse
voltar atrás e facilitar a sua vida, mas sabia que não podia. Papai se foi, e o
melhor que podíamos fazer era pegar e continuar, sermos bons um com o
outro e dar-lhe a melhor despedida que podíamos.
B.B. HAMEL
Isso foi tudo que disse e suas mensagens preocupadas pararam. Senti falta do
barulho do telefone, quase como se fosse na verdade a voz de Shane, mas as
memórias da minha vida no meu antigo quarto começaram a inundar e logo
esqueci dele com minha dor.
Passaram alguns dias e era sábado. Não tive notícias de Shane durante dois
dias. Fiquei na casa de papai com John, e o funeral foi definido para a manhã
seguinte. Nós tínhamos empacotado muito da casa e gastamos muito tempo
relembrando as coisas que encontramos. Algumas nunca soubemos sobre
elas, como o vestido de casamento da minha mãe e a maioria de suas joias.
Adivinhei que papai não teve coragem de se livrar delas. Empacotei algumas
pequenas coisas para manter em memória dos dois.
B.B. HAMEL
Imaginei Shane nesse quarto comigo. Imaginei sua forma e seus lábios
pressionados contra meu corpo. Era difícil pensar nele, e desejei que pudesse
tê-lo lá comigo, mas mesmo se não tivesse encontrado ele e Janice naquele
momento, Shane não seria capaz de chegar. Quebraria todas as suas regras
de privacidade. Pensei em todas aquelas horas que passamos juntos, envoltos
um ao outro, isso suavizou a dura dor de todos os outros momentos. De
repente, ouvi a campainha tocar, o que foi estranho. Pelo que sabia não
estávamos esperando ninguém. Levantei-me e andei hesitante em direção a
porta do meu quarto. Ouvi John abrir a porta da frente lá em baixo.
— Não esperava ver você aqui — disse John, abafado pela distância. Mudei-
me em direção ao topo da escada, confusa.
— Sim, bem, nem eu, mas estou aqui. — reconheci aquela voz. Caminhei
lentamente pela escada abaixo.
— Estou feliz que esteja aqui — disse John. Enquadrado na porta estava
Derek, olhar abatido e cansado, mas em carne e osso. Corri as escadas,
passei por John e joguei meus braços em volta dele. Cheirava a suor e
hospital, precisava cortar o cabelo e a barba, mas estava lá. Não esperava
que realmente aparecesse. Era um drogado e não se dava bem com o pai. Era
a primeira vez que estava feliz em vê-lo.
B.B. HAMEL
Senti-me como uma adolescente novamente e ele era meu irmão mais novo,
tentando me ajudar a lidar com o mau da minha vida.
— Estou tão feliz por estar aqui — disse.
— Também estou.
explicou.
Mudamos para a sala e sentamos no sofá. A casa estava em sua maior parte
em caixas, e Derek olhou ao redor, surpreso.
Entendi o que ele estava sentindo. É uma coisa estranha ver sua infância em
caixas, escondida. Mais do que isso, era a vida do seu pai, sua existência,
que se foi. De certa forma, a casa vazia foi a parte mais tangível da morte de
nosso pai.
B.B. HAMEL
— Quando é o funeral? — Derek perguntou, quebrando o silêncio.
— É amanhã — respondi.
John riu.
Eu sorri abertamente.
— Por que, tem algo a fazer? — John disse, e senti a velha raiva voltar a
assustar.
— Não, eu só tenho que voltar à reabilitação após as cinco.
Parecia bom, confortável, e nós três agimos como se nada B.B. HAMEL
tivesse acontecido durante os anos, desde que nos sentamos assim. Havia
ainda promessas e tumulto à espreita, sob nossa conversa, mas por agora
correu tudo bem, estamos de luto, falamos e brincamos juntos como irmãos.
B.B. HAMEL
O funeral foi um borrão. Pensei que conhecia meu pai em vida, mas quando
tantas pessoas que não conhecia expressaram suas condolências, percebi que
não o conheci.
Mais do que isso, meus velhos amigos que não falava há anos apareceram.
As pessoas da faculdade e do colégio estavam lá e só vieram para me apoiar.
Darcy estava lá, é claro, e tê-la fez as coisas um pouco mais fáceis. Estava
quebrada e tocada tudo de uma vez, pelos velhos amigos de escola,
compartilhando suas memórias de meu pai.
Havia linhas de recepção e elogios, caixão, flores, tudo rodou ao meu redor
como poeira, um gesto inútil e vazio para o meu pai, que se foi para sempre.
Balancei entre aceitação e luto pesado.
B.B. HAMEL
Mais tarde, depois que o caixão foi baixado e as orações foram ditas,
caminhamos longe de seu túmulo, escondido debaixo de uma árvore em um
velho cemitério, enterrado ao lado de minha mãe. John, Derek e eu
inclinamo-nos contra a velha caminhonete de John enquanto as pessoas iam
para casa. Acenei para Darcy, e ela mandou-me um beijo de volta.
— Ele está certo, já ouvimos isso antes. — queria que o Derek se arrumasse,
ficasse limpo, mas nós tínhamos visto esta cena cem vezes já.
— Conheço uns caras, eu sei. Não posso fazer nada sobre isso agora, mas
tentarei fazer a coisa certa, o melhor que puder. Tenho que voltar logo, mas
queria dizer isso. E pedir perdão.
John e eu ficamos em silêncio por um minuto. Derek olhou para baixo para
seus sapatos.
— Também faço isso Derek. Eu quero o que é melhor para você — declarei.
B.B. HAMEL
— Sim, digo o mesmo. — John balançou a cabeça.
B.B. HAMEL
Apertei “enviar” e olhei pela janela. Árvores e estradas sinuosas passaram
quando nos movemos de volta em direção a Levittown. Um minuto depois,
meu telefone tocou.
isso?
Não sabia se podíamos, mas sua resposta positiva trouxe um sorriu em meu
rosto.
quer dizer.
B.B. HAMEL
John desligou o carro e olhou-me.
— Tudo bem, isso é legal. Quem é?
— Bem, não tenho energia para brigar com você por isso.
Ele assentiu.
Quando John abriu a porta da frente, Shane saiu do banco de trás de seu
carro. John olhou para trás, Shane acenou, John deu-lhe um aceno de cabeça
e então foi para dentro.
Minha respiração ficou presa na garganta. Shane era mais bonito do que
lembrava, seu queixo quadrado, olhos de pedra azul, seu corpo perfeitamente
adequado e esculpido golpeou-me como se o visse pela primeira vez. Não
podia B.B. HAMEL
acreditar que estava lá. Ele veio em minha direção, mãos nos bolsos e olhar
penetrante no rosto. Parou a poucos passos de distância.
— Darcy me disse.
Isso fazia sentido. No entanto não sabia como eles entraram em contato.
Queria jogar-me nele, abraçar seu peito e soluçar, rir ou ambos até que não
conseguisse respirar, mas a memória dele e Janice encheram-me de medo e
dúvida.
— Você e Janice estão juntos? — deixei escapar. Não podia acreditar que
dissera aquilo assim, depois de todo esse tempo, mas guardara isso por muito
tempo. Estar tão perto dele foi demais, não pude me controlar.
B.B. HAMEL
Ele pareceu chocado, confuso, com sua sobrancelha arqueada.
— É minha amiga mais antiga e mais próxima. Pensei que ela tivesse lhe
dito.
— Apenas amigos. Velhos amigos e nada mais. Nunca foi mais nada.
stress dos últimos dias, a morte do papai, tudo acumulando dentro de mim e
o alívio sobre esta situação de Janice inundou-me. Soluçava e ele segurou-
me pelo que pareceu uma hora, enquanto meu corpo estava arrasado por
convulsões.
Era o choro mais profundo e mais difícil que tive desde que ouvi pela
primeira vez sobre o meu pai, lentamente me acalmei e senti que estava
deixando algo para trás.
B.B. HAMEL
Senti-me renovada de forma que não pensei que pudesse, em seus braços, o
mundo endireitou.
— Não devia ter duvidado de você.
Ele moveu-me para olhar nos meus olhos e depois me beijou. Seus lábios e
língua enterrados em mim, não me importei de parecer bagunçada.
Afastou-se e disse-me:
— Quero te contar tudo agora Amy. Preciso que você saiba de tudo. Estou
apaixonado por você.
Senti o coração saltar do peito. Meu corpo parecia leve e pensei que
desmaiaria, mas seus bíceps fortes deixaram-me presa. Estava exultante e
quebrada, tudo de uma vez, com suas palavras cercando-me. Nada poderia
preparar-me para este momento e sabia que também o amava, que sempre o
amei. Amava-o mais do que sabia amar. Precisava dele, era gananciosa por
ele, para cada polegada de suas mãos e lábios.
B.B. HAMEL
Era gananciosa e apaixonada e só queria me afogar nele para o resto da
minha vida.
saiu para falar com o motorista, enquanto isso, voltei para dentro depressa.
— John! — gritei, mas ele estava sentado no sofá alguns pés de distância.
— Escute-me, Shane Green está aqui. Shane é meu namorado. Está prestes a
conhecê-lo. Então quero que vá embora.
Ele olhou para mim fixamente por um segundo.
B.B. HAMEL
— Shane Green? Tipo, o cara que é dono de Adstringo?
Seu chefe?
— Sim!
John sorriu.
— John, eu juro que se não sair, farei você se arrepender para sempre —
disse enfurecida para ele e fiz uma expressão intimidante.
— Tudo bem, tudo bem, eu sairei por algumas horas. —
Shane entrou e senti que a sala estava cheia de luz. Os olhos dele
percorreram o espaço, admirei seu terno, a gravata preta simples sobre a
camisa branca limpa perfeitamente ajustada, apenas ligeiramente borrada do
meu choro e a intensidade que ele próprio carregava. John e Shane trocaram
B.B. HAMEL
olhares, Shane sorriu e caminhou em direção a ele. Eles apertaram as mãos.
Retiraram suas mãos. Houve uma breve pausa e temia que de repente as
coisas ficassem estranhas.
John se afastou de Shane, dirigiu-se para a porta, ainda rindo e olhou para
mim.
— Até logo, John. — Shane respondeu e acenou com a cabeça, com o riso
morrendo.
B.B. HAMEL
— Tchau John — eu disse. John acenou e saiu pela porta, rindo de si mesmo.
Olhei para o Shane. Ele estava sorrindo e balançando a cabeça.
Seu olhar preso ao meu, todo o riso se foi. Havia alguma coisa em seu olhar.
— Não tem muita coisa. Sala de estar, cozinha, ali dois quartos e um
banheiro ali, dois quartos lá em cima.
— Lá em cima, mas não vai querer ver isso. Está coberto de cartazes de
Backstreet Boys.
Chegou perto de mim, agarrou meu quadril e imediatamente senti seu calor
pressionar-se contra mim.
B.B. HAMEL
— Mostre-me seu quarto — sussurrou.
B.B. HAMEL
Entramos no meu quarto e ele olhou ao redor com um sorriso. O tapete era
amarelo e as paredes eram verde-amarelo.
Minha pequena cama de solteiro ficava no centro do quarto, empurrada
contra uma parede, com uma pequena mesa e uma cadeira de um lado e uma
cômoda do outro. Cartazes de Backstreet Boys cobriam o restante do espaço
vazio.
Em vez das piadas de zombaria que eu esperava, os olhos dele estavam fixos
no meu corpo. Senti-me exposta e nua na sua frente, mesmo que ainda
estivesse num vestido preto.
— Tire seu vestido. — Olhei para ele por um segundo, mas o poderoso olhar
no rosto dele forçou-me a ouvir. Alcancei as minhas costas, abri o zíper e
depois joguei o vestido para frente e para baixo. Amontoou-se em meus
tornozelos.
Seus olhos vagaram pelo meu corpo. Tirou seu casaco e colocou-o na parte
de trás da minha cadeira enquanto fiquei ali, completamente exposta. Senti a
emoção crescer quando ele olhou para mim.
B.B. HAMEL
— Tire sua roupa íntima. — instruiu. Obedeci, tirei o sutiã, então minha
calcinha. Deixei-os no chão ao lado do vestido. Minha exposição foi
completa, e assisti quando seu olhar lentamente subiu pelo meu corpo,
fixando-se no meu sexo encharcado e nos seios cheios. Arrepios começaram
a se formar na minha pele, na sala fria, e abracei-me vagamente contra o
frio. Queria que me aquecesse, mas queria ainda mais descobrir o que ele
guardara para mim.
— Será que isso está bom? — ele perguntou. Colocou a camisa sobre o
casaco e olhou-me.
B.B. HAMEL
— Você gosta que eu veja você se masturbar?
— Sim. — sussurrei novamente. Shane começou a abrir o cinto e ondas de
desejo me bateram. Estava morrendo de fome por ele. Senti como se não o
tivesse tocado em anos e precisava de seus músculos pressionados contra
mim. Mas a maneira que estava fazendo com que me tocasse, enquanto
assistia e tirava a roupa, só foi aumentando minha excitação.
Ele desfez o cinto e puxou as calças para baixo. Podia ver o contorno do seu
pau enorme, duro e esticado contra sua cueca boxer preta de algodão. Shane
dobrou as calças e colocou-as em cima de sua camisa. Continuei esfregando-
me, meus dedos molhados e deixei escapar pequenos gemidos.
Shane escorregou sua cueca e seu pau era uma pedra entre nós. Parei de me
esfregar e fui em sua direção. Estava B.B. HAMEL
morrendo de fome por ele, então tomei a ponta em minha boca.
Senti a umidade entre minhas pernas duplicar com a dor, do meu couro
cabeludo puxado, misturada com a profunda necessidade por seu corpo.
Queria que me controlasse, para levar-me e possuir-me. Eu queria fazer o
corpo dele brilhar com prazer. Segurou meu cabelo e lentamente moveu o
seu pau dentro e fora da minha boca, fazendo sons molhados quando meus
lábios se moviam em torno dele, e eu gemia.
Senti sua mão direita acariciar meu pescoço, seios e agarrar o quadril.
Ajustou a si mesmo e minhas pernas, e B.B. HAMEL
senti-o empurrando mais para minha fissura. Ondas de prazer sacudiram
meu corpo, ele estocando em mim, quando senti um orgasmo começar
crescer. Shane estava me fodendo na minha cama de infância, enchendo-me
profundamente e tudo que eu queria era que a pressão dentro de mim
crescesse mais.
— Por favor, faça-me gozar, por favor, deixe-me ir, por favor, Sr. Green. —
Suas estocadas aumentaram e ondas moviam através de mim.
B.B. HAMEL
Tomamos banho no meu banheiro velho e nos vestimos novamente. Foi
estranho, ter Shane naquela sala, mas seu corpo e confiança encheram a casa
e senti certo onde há um dia senti-me vazia e estéril. Estabelecemo-nos na
cama novamente, completamente vestidos e olhamos para o teto juntos.
— Não me importo mais, Shane. Não mesmo. Só quero você, quem você é,
não o que você era. Quero ser sua.
B.B. HAMEL
— Tenho um irmão. Tudo começou quando meu pai morreu. Era um homem
severo, um bebedor e abusivo. Nunca bateu em mim ou em minha mãe, mas
por alguma razão sempre transferiu sua agressividade no meu irmão.
Tentamos protegê-lo, mas meu pai era maior e mais furioso.
Ele fez uma pausa, lutou com o que dizer a seguir e pude ver a tensão em seu
rosto e senti-a em seu corpo.
— Depois que ele morreu, as coisas melhoraram um pouco. Mas logo meu
irmão começou a agir. Fez amizade com pessoas más, e começou a usar
drogas. Nós não sabíamos o que fazer, não podíamos detê-lo. Havia muita
oportunidade para problemas na cidade, e meu irmão parecia que precisava
tentar tudo. Havia garotas, drogas e muito mais. Quando meu irmão estava
no ensino médio, estava dentro e fora do reformatório
eventualmente
ele
saiu
da
escola
Shane parou de falar, seus olhos estavam a milhas de distância. Não sabia o
que dizer, então apertei sua mão. Ele olhou-me e seu rosto suavizou.
— Ninguém sabe sobre o meu irmão, porque trabalho duro para mantê-lo
assim. Não tem ideia de quantos jornalistas, detetives, e paparazzi já paguei.
Mais de 1 milhão de dólares, neste momento, silêncio por dinheiro. São
como piranhas, são sanguessugas implacáveis. Eu mantenho-os fora da
notícia porque minha mãe está profundamente envergonhada. Na maioria
dos dias, ela finge que ele não existe. Mas às vezes está tão perturbada, que
mal consegue sair da cama. Até hoje, a ideia de que meu irmão pode ter
assassinado alguém durante um roubo de carro a assombra.
Trabalho duro e fico fora dos holofotes para proteger minha mãe. Esforço-
me pela perfeição e controle em tudo o que faço.
B.B. HAMEL
Caso contrário, torno-me negligente e tenho medo de cometer um erro como
o meu irmão fez. Quero fazer minha mãe orgulhosa, mas mais do que isso,
quero compensar todo o mal que meu irmão fez. Trazer algo de bom ao
mundo. Sem controle não somos nada.
— Ah, bem. Não houve nada. O estresse do trabalho, manter-se longe dos
holofotes, afastou a maioria dos meus amigos. Janice ficou, mas as coisas
estavam tensas entre nós.
Ela nunca aprovou minha reclusão e pensava que estava exagerando. Nunca
compreendeu a dor que aquilo trouxe a minha mãe e quanto eu devia a ela
por tudo que fez. Minha mãe trabalhou mais do que ninguém que conheço
para criar nós dois, considerando especialmente todos os problemas que meu
irmão causou. Agora trabalho para tentar fazer sua vida o mais fácil possível
e afastar a dor, tanto quanto posso. Se isso significa alienar a maioria dos
amigos e afastar-me da vida pública para manter as notícias do meu irmão
em segredo, então que seja.
Os olhos dele encontraram os meus e vi uma coisa lá que não vira antes. Era
dor, uma dor antiga e uma intensa que ficara enterrada por tanto tempo, e
agora fora levada à superfície.
— É bom falar sobre isso. Odiei meu irmão por muito tempo por estragar
tudo. Mas terminei a minha vida nas B.B. HAMEL
sombras, tentando fingir que sou apenas uma pessoa normal.
— Quero que você conheça cada polegada sobre mim, como quero conhecer
cada polegada sua.
— Nesse caso, tenho que te dizer uma coisa também.
Ele sorriu.
— E o que é?
Shane assentiu.
B.B. HAMEL
— Você não o mencionou.
— Eu sei é loucura. Acho que entendo o que você está dizendo. Sei de onde
você veio.
Ficamos assim por horas, até que John voltou para casa.
B.B. HAMEL
O jantar estava bom, mas estar em público com Shane Green era melhor.
Claro que pessoas sussurravam e algumas pessoas definitivamente olhavam.
Não estava acostumada a ser o centro das atenções, mas sua confiança
assumia todo o ambiente em que entrava e fazia o lugar ser dele. Este foi
nosso primeiro encontro público desde que voltamos da casa do meu pai há
uma semana e era confortável de uma maneira que não esperava.
Ele sorriu de volta e estendeu a mão para pegar na minha. Os dedos dele
nunca falharam ao enviar um arrepio de desejo pela minha espinha.
Disse que queria soltar um pouco de seu controle, mas isso não era
inteiramente verdade. Shane pode ter mudado as regras antigas, mas fez
novas regras, mais emocionantes para colocar no lugar. Ainda que eu fosse
dele, de corpo e alma.
B.B. HAMEL
Eu ri. Era tão óbvio que as pessoas estavam olhando e sabia que ele estava
tentando se certificar de que não estava em pânico.
— Isso não é a única coisa grande que você tem. — sorri e ele riu.
— Então o que, Sr. Green? Não muda o quanto desejo te chupar debaixo
desta mesa agora.
Os olhos dele arderam nos meus e senti um choque do desejo correr até meu
núcleo.
Mas antes de ir adiante com meu plano maluco, ele riu e olhou em volta.
Nosso garçom veio e colocou nossas refeições em frente a nós.
Quando o garçom saiu, Shane levantou sua taça de champanhe.
B.B. HAMEL
— Segundo encontro, na verdade.
— Não, eu estou contando este aqui como o primeiro. Para novos começos.
Ainda não podia acreditar que eram velhos amigos, mas Janice assentiu com
a cabeça quando perguntei a ela sobre isso e contou-me muitas histórias
interessantes da juventude do Shane. Aparentemente, ele não fora sempre tão
misterioso e dominante, embora não tenha certeza se acreditei nisso.
Tínhamos grandes planos para meu app, e ambos queríamos ter sucesso por
causa de todas as crianças que não têm as oportunidades que tivemos agora.
Jogávamos conversa fora enquanto comíamos e as coisas eram fáceis entre
nós. Era fácil de uma forma que não esperava que acontecesse. Embora o
desejasse ardentemente e achasse que cada segundo de roupas era um
segundo perdido, apreciei cada movimento com ele, como tomava conta de
tudo ao seu redor e dominava uma sala com seu encanto fácil e confiança.
— Nunca estive tão pronta — disse a ele. Olhei para seu rosto, maxilar
cinzelado, mas notei uma leveza nos olhos dele que eu não vira antes.
B.B. HAMEL