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Curso: Direito
Semestre letivo: 2021.2
Turma: 2019.2
Semestre: 5º Data: 09/12/2021
Disciplina: Direito Penal - Crimes em Espécie Valor: 4,0
Docente: Agnaldo Dias Viana Nota:
Discente: Dercivania Soares de França
Emanuela Braz Souza Martins
O crime de prevaricação, por sua vez, está no art. 319, do CP, que dispõe da
seguinte forma:
A diferença entre esses dois tipos penais é bem sutil, mas de fácil
percepção. Em ambos os crimes o funcionário público pratica, deixa de praticar
ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional. A diferença é
justamente o que motivou o agente a agir dessa forma. Caso o agente tenha
agido assim em razão de interesse ou sentimento pessoal, o crime será o de
prevaricação. Se o agente agiu cedendo a pedido de outrem, o crime será o de
corrupção passiva privilegiada. Em nenhum desses dois crimes há a percepção
de indevida vantagem pelo agente.
Caso ocorra um oferecimento de dinheiro ou uma solicitação, estaremos
diante da corrupção ativa ou de uma corrupção passiva, respectivamente?
Trouxemos alguns exemplos, para ajudar na visualização dos delitos em questão
e percebemos que existem alguns outros aspectos a serem observados, nota-
se:
a) um policial, durante uma blitz, após fazer o teste do bafômetro e
constatar que uma motorista estava embriagada, deixa de multá-la em razão da
motorista se parecer muito com sua filha, o que fez com que o agente sentisse
uma certa afeição pela motorista.
b) um policial, durante uma blitz, após fazer o teste do bafômetro e
constatar que uma motorista estava embriagada, deixa de multá-la após ela ter
pedido e implorado para que ele agisse assim, alegando que estava passando
por muitas dificuldades financeiras e não poderia arcar com o valor da multa.
c) um policial, durante uma blitz, após fazer o teste do bafômetro e
constatar que uma motorista estava embriagada, deixa de multá-la porque a
motorista lhe ofereceu R$ 50,00 para tanto, tendo o policial aceitado de imediato.
d) um policial, durante uma blitz, após fazer o teste do bafômetro e
constatar que uma motorista estava embriagada, deixa de multá-la porque
solicitou que ela pagasse uma indevida vantagem, e a motorista o pagou.
No caso “c”, o policial deixou de agir porque terceiro lhe ofereceu indevida
vantagem, e o policial aceitou/recebeu. Por estarmos falando em indevida
vantagem, já não podemos mais encaixar essa situação nem em prevaricação e
nem em corrupção passiva privilegiada. Perceba que o verbo oferecer é núcleo
da corrupção ativa (art. 333, CP), enquanto o verbo aceitar/receber é núcleo
da corrupção passiva (art. 317, caput, CP).