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1 - FATOS
A parte Autora recebe o benefício de pensão por morte nº ${informacao_generica} desde $
{data_generica}.
Ocorre que o benefício do de cujus havia sido pago em valor inferior ao devido (o que acarreta
em reflexo no benefício derivado – pensão por morte), de forma que deve ser revisado, mediante
aplicação, aos 24 salários de contribuição mais distantes, de correção monetária pelo índice da
ORTN/OTN, conforme se demonstrará a seguir.
2 - DIREITO
2.1 – DA DECADÊNCIA
Inicialmente, imperioso destacar que não ocorreu a decadência em relação ao pedido de revisão
da renda mensal inicial do benefício de aposentadoria por idade.
Isto porque, em se tratando de pensão por morte derivada de benefício objeto da revisão, aplica-
se o princípio da actio nata, de forma que o prazo decadencial deve ser contado da data do
primeiro dia do mês seguinte ao primeiro pagamento da pensão por morte, e não do benefício
originário.
Este foi o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do
REsp 1571465/RS:
O recorrente sustenta que o art. 535, II, do CPC foi violado, mas deixa de apontar, de forma clara,
o vício em que teria incorrido o acórdão impugnado. Assim, é inviável o conhecimento do
Recurso Especial nesse ponto, ante o óbice da Súmula 284/STF.
O início do prazo decadencial se deu após o deferimento da pensão por morte, em
decorrência do princípio da actio nata, tendo em vista que apenas com o óbito do segurado
adveio a legitimidade da parte recorrida para o pedido de revisão, já que, por óbvio, esta
não era titular do benefício originário de seu marido, direito personalíssimo.
(REsp 1571465/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2016,
DJe 31/05/2016 - grifado)
Portanto, considerando que o benefício de pensão por morte foi concedido em ${data_generica},
não há o que se falar em decadência, em que não se decorreram mais de dez anos desde então.
2.2 - DO MÉRITO
Anteriormente à entrada em vigência da Lei 8.213/91, a correção monetária dos salários de
contribuição dava-se por mandamento da CLT, que admitia a necessidade de correção dos 24
salários de contribuição mais distantes, a fim de preservar o valor da RMI dos benefícios
previdenciários em face da inflação.
Com a entrada em vigor da Lei 6.423/77, a variação da ORTN consolidou-se como critério oficial
de correção monetária no cálculo dos salários de contribuição para fins de identificação da RMI
dos benefícios (com exceção dos benefícios por incapacidade, pensão por morte não derivada e
auxílio-reclusão).
Todavia, a Previdência Social manteve-se utilizando critérios próprios para atualização dos
salários de contribuição, motivo pela qual exsurgiu a possibilidade revisional ora em comento.
Desnecessárias são maiores reflexões acerca da presente revisão, tendo em vista que o
entendimento restou sumulado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região:
Súmula 02/TRF4: Para o cálculo da aposentadoria por idade ou por tempo de serviço, no regime
precedente à Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, corrigem-se os salários-de-contribuição,
anteriores aos doze últimos meses, pela variação nominal da ORTN/OTN.
Portanto, considerando que o benefício originário foi concedido antes da promulgação da CF/88,
e após a entrada em vigor da Lei 6.426/77, e o INSS não aplicou a variação da ORTN nos 24
últimos salários de contribuição, mostra-se plenamente devida a presente revisão devendo ser
revisado o benefício de aposentadoria concedido ao de cujus e consequentemente o benefício
derivado de pensão por morte.
5 – PEDIDOS
ANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:
Nestes termos,
Dá à causa o valor de R$ ${processo_valordacausa}[1].
${processo_cidade}, ${processo_hoje}.
${advogado_assinatura}