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GARANTIAS

RESPONSABILIDADES

_______________

MEDIAÇÃO
NO MERCADO IMOBILIÁRIO

Carlos Pinto Del Mar


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ROTEIRO DA APRESENTAÇÃO

- Garantias
A transformação
dos conceitos
- Responsabilidades

- Mediação no mercado imobiliário

Carlos Pinto Del Mar


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MARCOS TEMPORAIS (e regulatórios)

Código de
Código
Defesa do
Civil
Consumidor NBR 15575
Norma de
Desempenho

1990 2002 2013


LINHA DO TEMPO

2016

 GARANTIAS
 RESPONSABILIDADES

Carlos Pinto Del Mar


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GARANTIAS E RESPONSABILIDADES
A transformação dos conceitos, pela combinação de 3 fatores:

CDC/1990  Adoção do critério da vida útil do produto


1 + como parâmetro para o prazo de
Jurisprudência responsabilidade dos fornecedores

 Redução do maior prazo legal de prescrição,


de 20 para 10 anos
2 Novo Código Civil  Afastamento da Súmula 194 do STJ, que
estabelecia o prazo de 20 anos para reclamar,
2002 do construtor, defeitos da construção

 Definição de requisitos de qualidade


3 Norma de Desempenho (adequação) para os diversos sistemas
2013 construtivos
 Definição de prazos de vida útil
 Estabelecimento de prazos de garantia

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GARANTIA

1. Pós CDC

2. Pós CC 2002

3. Pós NBR 15575 (Norma de desempenho)

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GARANTIA
PÓS CDC/1990

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LEGAL

GARANTIA

CONTRATUAL

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GARANTIA LEGAL Em que consiste?

A LEI DETERMINA E ASSEGURA:

1. Que o produto ou serviço deve ser “seguro”


(CDC, art. 8º)

2. Que deve ser “adequado” aos fins a que se destina (funcionalidade)


(CDC, art. 18, §6º - III; art. 20, §2º; art. 24)

3. O direito de enjeitar o produto ou serviço, ou pedir a reparação,


reexecução, substituição, restituição da quantia paga, abatimento
proporcional do preço, se estiverem em desacordo com as normas
regulamentares
(CC, art. 615; CDC, art. 18, e § 6o, II; art. 20 e § 2o)

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GARANTIA LEGAL PRAZOS

 Exceto para a construção civil, a lei não estabelece nenhum


prazo de “garantia de funcionamento” de produtos ou serviços

 O único prazo de garantia de desempenho (funcionamento) que


a lei estabelece, é para a construção civil (CC, art. 618 – 5 anos)

 Os prazos que a lei estabelece, são para a reclamação, para a


propositura da ação (e não de funcionamento)

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GARANTIA CONTRATUAL

 Não é obrigatória
(facultativa)

 É complementar à
garantia legal

 Se concedida, deve ser


por termo escrito

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GARANTIA
PÓS CC/2002

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Código Civil antigo (de 1916) Código Civil de 2002

Art. 1.245 Nos contratos de Art. 618 Nos contratos de empreitada


empreitada de edifícios ou outras de edifícios ou outras construções
construções consideráveis, o consideráveis, o empreiteiro de
empreiteiro de materiais e execução materiais e execução responderá,
responderá, durante 5 (cinco) anos, durante o prazo irredutível, de 5 (cinco)
pela solidez e segurança do anos, pela solidez e segurança do
trabalho, assim em razão dos trabalho, assim em razão dos materiais
materiais como do solo, exceto, como do solo.
quanto a este, se, não o achando
firme, preveniu em tempo o dono da
obra.

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GARANTIA
PÓS
NORMA DE DESEMPENHO

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5 anos
Entrega da obra
ou “HABITE-SE”

1 2 3 4 5 6 7

5 ANOS - PRAZO DE GARANTIA LEGAL


(solidez e segurança – CC art. 618)

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2 ANOS – por destacamentos, HÁ MAIS PRAZOS
fissuras, desgaste excessivo de DE GARANTIA
pisos cimentados, acabados em PREVISTOS NA
1 ANO – instalação de concreto, contrapiso, etc.
equipamentos (para- NORMA
raios, aquecedores),
fechaduras, fixação de 3 ANOS – pela instalação
vidros, sistema de das partes hidráulicas e
telefonia, etc. gás – coletores, ramais,
louças, caixas de
descarga, etc.
5 anos
Entrega da obra
ou “HABITE-SE” 3 ANOS – infiltração
decorrente do mau
desempenho do
revestimento
externo da fachada

1 2 3 4 5 6 7

3 ANOS – Instalação de
5 ANOS – má aderência do
tomadas, interruptores,
revestimento; revestimentos de
fios e cabos elétricos, paredes e tetos internos e
caixas e quadros externos em argamassa, gesso liso

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PERGUNTA:

E como ficou a “garantia”, depois dos três marcos regulatórios?

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PRAZO DE GARANTIA = O QUE ACONTECE

 Durante o prazo de garantia, o fornecedor só não responde se


ocorrer:

 Desgaste natural da coisa (pelo uso ou pelo tempo)


 Culpa exclusiva da vítima (mau uso ou falta de
manutenção)
 Caso fortuito ou força maior
 Ação de terceiros

Durante a garantia, o ônus da prova desses fatos é do fornecedor


(*) – no conceito, pouco ou quase nada mudou
– quanto aos prazos, a NBR 15575 deu referências temporais detalhadas

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PRAZO DE GARANTIA x PRAZO DE RESPONSABILIDADE

PRAZO DE
GARANTIA =/ PRAZO DE
RESPONSABILIDADE

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PRAZO DE GARANTIA x PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Término

PRAZO DE
GARANTIA

PRAZO DE RESPONSABILIDADE
DO CONSTRUTOR (em aberto …)

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PERGUNTAS:

• Por quanto tempo perdura a responsabilidade do


fornecedor/construtor?

• Durante quanto tempo pode surgir um vício,


que possa ser “cobrado” do fornecedor

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PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Doutrina jurídica - duas posições principais sobre o


prazo para reclamar dos vícios:

1 Aplicação da “Teoria dos vícios redibitórios”, do Código Civil, que estabelece o


prazo de 1 ano para surgir e 1 ano para reclamar (bens duráveis - art. 445, e
§1º – ultrapassada pela ND?)

2 Aplicação da “Teoria da Qualidade”, do CDC - Entendimento de que o legislador


não fixou um prazo arbitrário para abranger todo e qualquer produto (que seria
inviável diante dos incontáveis produtos oferecidos no mercado). Adoção do
critério/Teoria da vida útil do produto, para definição do limite temporal da
responsabilidade

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SITUAÇÃO
ANTES DO CC/2002 E
DA NBR 15575

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PRAZO DE RESPONSABILIDADE SITUAÇÃO
ANTERIOR

Diante da falta de prazos “técnicos” de durabilidade =


= aplicação dos prazos “jurídicos” =
= Súmula 194 do STJ – Superior Tribunal de Justiça

“PRESCREVE EM 20 (VINTE) ANOS A AÇÃO PARA OBTER, DO


CONSTRUTOR, INDENIZAÇÃO POR DEFEITOS DA OBRA.”

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PRAZO DE RESPONSABILIDADE

O prazo de 20 anos era “pacificador”, porque atendia, tanto o


Direito (era o maior prazo de prescrição), como a Engenharia (era
um prazo razoável para o surgimento do vício)

20 ANOS

PRAZO DE RAZOABILIDADE
PRESCRIÇÃO TÉCNICA

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PRAZO DE RESPONSABILIDADE MUDANÇA
DE
CENÁRIO

1ª NOVIDADE: CÓDIGO CIVIL de 2002

- O maior prazo de prescrição foi reduzido para 10 (dez) anos, e


- o prazo de prescrição para a pretensão de reparação civil foi fixado em 3 (três)
anos (CC, Art. 206, § 3º, V);

Prazo de
Garantia

5 10 20 25 30 35 40
PRESCRIÇÃO

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PRAZO DE RESPONSABILIDADE

O CÓDIGO CIVIL de 2002 tornou sem efeito a Súmula 194 do STJ

20 ANOS

PRAZO DE RAZOABILIDADE
PRESCRIÇÃO TÉCNICA

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A NORMA DE DESEMPENHO ESTABELECE:

Os requisitos mínimos que devem ser qualidade


atendidos pelos sistemas da edificação,
quando em uso (requisitos de desempenho)

Vida útil
O tempo durante o qual esses requisitos
devem ser atendidos, supondo a correta
manutenção.

Edificações habitacionais

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PRAZO DE RESPONSABILIDADE MUDANÇA
DE
CENÁRIO

2ª NOVIDADE: NBR 15575:


DEFINIÇÃO DA VIDA ÚTIL: período de tempo em que os requisitos mínimos de desempenho (de
qualidade) devem ser atendidos pela edificação, supondo a correta manutenção

VIDA ÚTIL: vedação vertical interna - 20 VIDA ÚTIL: estrutura - 50

VIDA ÚTIL: vedação vertical externa - 40


VIDA ÚTIL: pisos internos - 13

Prazo de
Garantia

5 10 20 25 30 35 40
PRESCRIÇÃO

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PRAZO DE RESPONSABILIDADE

20 ANOS

PRAZO DE RAZOABILIDADE
PRESCRIÇÃO TÉCNICA

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PRAZO DE RESPONSABILIDADE

20 ANOS

PRAZO DE RAZOABILIDADE
PRESCRIÇÃO TÉCNICA

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A JURISPRUDÊNCIA
PÓS CDC

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(televisor)

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

TJSP - Apelação nº 0258813-21.2009.8.26.0002-SP, 34ª Câmara de


Direito Privado, Rel. Des. Gomes Varjão- 24-3-2014

(...)

“Assim, é razoável considerar que, a par da garantia contratual, a vida útil


esperada de um aparelho de televisão é de aproximadamente cinco anos, de
modo que, se o defeito se manifestar nesse ínterim, cabe ao fabricante
promover os reparos necessários ou, na impossibilidade, ressarcir o consumidor
de alguma outra forma.

Ao argumentar o contrário, a apelada passa a impressão de que seus produtos


são feitos para durarem apenas até o término da garantia contratual.”

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(geladeira)

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

TJSP - Apelação nº 0475252-95.2010.8.26.0000, 7ª Câmara de


Direito Privado, Rel. Des. Luiz Antonio Costa , 10-4-2013

Ementa – Consumidor – Vício do produto – Geladeira que apresenta defeito


três anos após a compra – Responsabilidade do fornecedor estende-se por vida
útil média de produto, independentemente de vencimento de garantia
contatual. (...)

“... É dever do fabricante, pela natureza comutativa do contrato e por força do


princípio da boa-fé objetiva, que o produto dure a média da vida útil de
produto semelhante, devendo ser responsabilizado caso isso não ocorra,
independentemente de vencimento de garantia contratual. Nesse sentido
a jurisprudência ...”

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PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do


STJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012

“O Código de Defesa do Consumidor, no § 3º do art. 26, no que concerne à


disciplina do vício oculto, adotou o critério da vida útil do bem, e não o critério
da garantia, podendo o fornecedor se responsabilizar pelo vício em um espaço
largo de tempo, mesmo depois de expirada a garantia contratual.”

“Com efeito, em se tratando de vício oculto não decorrente do desgaste natural


gerado pela fruição ordinária do produto, mas da própria fabricação, e relativo
a projeto, cálculo estrutural, resistência de materiais, entre outros, o prazo
para reclamar pela reparação se inicia no momento em que ficar evidenciado o
defeito, não obstante tenha isso ocorrido depois de expirado o prazo contratual
de garantia, devendo ter-se sempre em vista o critério da vida útil do bem.”

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SITUAÇÃO
PÓS CDC

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PRAZO DE RESPONSABILIDADE

 Depois do CDC, o fornecedor responde pela adequação do produto ou


serviço (FUNCIONALIDADE) durante a sua vida útil, “mesmo depois
de expirada a garantia contratual” (Teoria da qualidade – vida útil
do produto)

 O fornecedor só não responde se ocorrer:


 Desgaste natural da coisa (pelo uso ou pelo tempo)
 Culpa exclusiva da vítima (mau uso ou falta de
manutenção)
 Caso fortuito ou força maior
 Ação de terceiros

 Durante a garantia, o ônus da prova desses fatos é do fornecedor;


 Depois da garantia, o ônus da prova é compartilhado (prova da
manutenção - pode ocorrer a inversão)

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SITUAÇÃO
PÓS
NBR 15575

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A NORMA DE DESEMPENHO ESTABELECE:

Os requisitos mínimos que devem ser qualidade


atendidos pelos sistemas da edificação,
quando em uso (requisitos de desempenho)

Vida útil
O tempo durante o qual esses requisitos
devem ser atendidos, supondo a correta
manutenção.

Edificações habitacionais

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REQUISITOS GERAIS DE DESEMPENHO
(requisitos de adequação/qualidade)

 DESEMPENHO ESTRUTURAL
 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
 SEGURANÇA NO USO E OPERAÇÃO
 FUNCIONALIDADE E ACESSIBILIDADE
 CONFORTO TÁTIL E ANTROPODINÂMICO
 DESEMPENHO TÉRMICO
 DESEMPENHO ACÚSTICO
 DESEMPENHO LUMÍNICO
 ESTANQUEIDADE À ÁGUA
 DURABILIDADE
 MANUTENIBILIDADE / GESTÃO DA MANUTENÇÃO PREDIAL

Edificações habitacionais

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TABELA 7 | Vida útil de projeto (VUP)*
(item 14.2.1 da Norma)

SISTEMA VUP mínima

Estrutura > 50 anos

Pisos internos > 13 anos

Vedação vertical externa > 40 anos

Vedação vertical interna > 20 anos

Cobertura > 20 anos

Hidrossanitário > 20 anos

(*) Considerando periodicidade e processos de manutenção segundo a ABNT NBR 15575 e


especificados no respectivo manual de uso, operação e manutenção entregue ao usuário
elaborado em atendimento à ABNT NBR 14037.

Carlos Pinto Del Mar


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A definição da vida útil referencia direitos e
obrigações e está em sintonia com a jurisprudência

Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do


STJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012

“ E para que o prazo de vida útil de determinado produto


durável não seja objeto de controvérsias, compete ao próprio
fabricante defini-lo, já que dispõe da tecnologia necessária
para tanto, e informá-lo ao consumidor, nos termos dos arts.
6º, III e 31 do CDC.”

Carlos Pinto Del Mar


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COM O ACOLHIMENTO DA “TEORIA DA VIDA ÚTIL”
DO PRODUTO, PELO STJ, A VIDA ÚTIL PASSA A SER
UM PERÍODO DE “EXPOSIÇÃO” À
RESPONSABILIDADE, DURANTE A QUAL OS
FORNECEDORES PODEM SER CHAMADOS, PARA A
VERIFICAÇÃO DE RESPONSABILIDADES

VIDA ÚTIL PERÍODO DE “EXPOSIÇÃO” À


RESPONSABILIDADE

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PRAZO DE “EXPOSIÇÃO” À RESPONSABILIDADE

A VIDA ÚTIL PODE NÃO SER ATINGIDA:

Por falha de projeto

Por falha de execução

Por mau uso ou falta de manutenção

(caso fortuito, força maior ou ação de terceiros)

Durante a vida útil, os agentes da construção


(incorporadores, construtores, projetistas),
ficarão sujeitos (“expostos”) a serem chamados em caso de falhas,
para apuração de responsabilidades

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 EM ALGUMAS SITUAÇÕES, “A PENA É O PROCESSO”

 NESTE CASO, “A ‘EXPOSIÇÃO’ É A PENA”

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Mensagem final:

“Ensina Hely Lopes Meirelles que nesse período de provas, se resistiu a obra
às intempéries, aos movimentos do solo e, consequentemente, dos
materiais, e se suportou todas as cargas de sua normal utilização, não se
deve nem pode eternizar a responsabilidade do construtor numa presunção
de culpa por acidentes remotos, fora da previsibilidade humana, pois tal
procedimento faria com que desaparecesse a atividade de construtor, por
ser antieconômica”

(BATISTA, Luiz Olavo, “A responsabilidade civil do construtor”; RT 470, dez. 1974)

Carlos Pinto Del Mar


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Algo precisa ser feito!
 MEIO TÉCNICO

 Especificar medidas técnicas (ensaios, provas, testes, etc. ), que


permitam apurar, com a razoabilidade técnica que vier a ser estabelecida
(pelo próprio meio técnico):
a) o atendimento aos requisitos até aquele momento, e
b) a probabilidade de ser alcançada a vida útil de projeto (supondo a
manutenção e demais requisitos) …

 MEIO JURÍDICO

 Lei que dê ao “produto” construção civil um tratamento próprio,


condizente com as suas características (diferentes dos demais produtos
duráveis), para liberar os agentes da construção das responsabilidades
desde que estejam presentes determinadas condições, a serem
estabelecidas pelo meio técnico.

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MEDIAÇÃO
NO MERCADO IMOBILIÁRIO

(ASPECTOS PRÁTICOS)

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DUAS NOVIDADES LEGISLATIVAS EM 2015:

1) LEI DA MEDIAÇÃO

Lei nº 13.140, de 26/06/2015, entrou em vigor em 28/12/2015

2) NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

lei nº 13.105, de 17/03/2015 - entrou em vigor em 18/03/2016

Carlos Pinto Del Mar


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A LEI DA MEDIAÇÃO (Lei 13.140, de 66/6/2015)
(DISCIPLINA A MEDIAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL)

OBJETO (amplitude) DA MEDIAÇÃO

Art. 3o Pode ser objeto de mediação o conflito que verse


sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis
que admitam transação.

§ 1º A mediação pode versar sobre todo o conflito ou


parte dele.

Carlos Pinto Del Mar


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O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
(Lei 13.105, de 16/3/2015)

 Cria uma fase “obrigatória” de mediação

 A citação é para comparecimento à audiência


de conciliação ou mediação (art. 334)

 A audiência será feita junto com o conciliador


ou mediador judicial (art. 334, §1º)

Carlos Pinto Del Mar


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A LEI DA MEDIAÇÃO (Lei 13.140, de 66/6/2015)

 Art. 16. Ainda que haja processo arbitral ou judicial


em curso, as partes poderão submeter-se à mediação,
hipótese em que requererão ao juiz ou árbitro a
suspensão do processo por prazo suficiente para a
solução consensual do litígio.

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MOMENTOS EM QUE PODE SER FEITA A MEDIAÇÃO

ANTES DO DEPOIS DE DURANTE O ANDAMENTO DA AÇÃO


AJUIZAMENTO AJUIZADA
DA AÇÃO A AÇÃO (Art. 16 – Lei 13.140/15)

FASE EXTRAJUDICIAL FASE JUDICIAL

“PRÉ-PROCESSUAL”

1ª audiência

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QUEM PODE FAZER A MEDIAÇÃO

• Pessoa capaz
• Que tenha a confiança das
partes
• Que seja “capacitado”
Extrajudicial (habilitado)
MEDIADOR/
(MEDIAÇÃO)

Judicial • Pessoa capaz


• Formada em curso
superior há mais de dois
anos (qualquer profissão)
• Que seja “capacitado”
(habilitado)

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AS DIFICULDADES DA MEDIAÇÃO JUDICIAL

 Há estrutura para os centros (CEJUSC’s) no Judiciário?

 O suporte físico e financeiro dos Tribunais é suficiente, para a


implementação adequada de tais espaços?

 Há profissionais capacitados (profissionalmente) para


promover a mediação e conciliação dos interesses?

Alternativa/solução A MEDIAÇÃO PRIVADA

Carlos Pinto Del Mar


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MEDIAÇÃO PRIVADA

PREVISTA NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL:

Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o


mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.

_______________________________

Art. 166. (...)

§ 4o A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre


autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das
regras procedimentais.

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FASE EXTRAJUDICIAL
(mediação privada) PARÂMETROS
NBR 15575 e DEMAIS
NORMAS TÉCNICAS

 ESTUDOS
 ANÁLISES
 PERÍCIAS
 TESTES
 PROCEDIMENTOS
 ENSAIOS
TÉCNICOS

 REPARO/
 MANUTENÇÃO
 SOLUÇÃO
FALHA /
LAUDO
INÍCIO DA AVALIAÇÃO
TÉCNICO
APURAÇÃO TÉCNICA
PERICIAL

AÇÃO
JUDICIAL

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FASE JUDICIAL
PARÂMETROS
NBR 15575 e DEMAIS
NORMAS TÉCNICAS

 ESTUDOS
 ANÁLISES
PETIÇÃO  PERÍCIAS
 TESTES
INICIAL  PROCEDIMENTOS
 ENSAIOS
TÉCNICOS

ACORDO/
SOLUÇÃO
AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO OU
DE MEDIAÇÃO LAUDO
AVALIAÇÃO
TÉCNICO
TÉCNICA
PERICIAL

SENTENÇA,
ACORDO/ RECURSOS
SOLUÇÃO

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PARÂMETROS
PARÂMETROS
NBR 15575 e DEMAIS
NBR 15575 eTÉCNICAS
NORMAS DEMAIS
NORMAS TÉCNICAS

 ESTUDOS
 ANÁLISES  ESTUDOS
PETIÇÃO  ANÁLISES  PERÍCIAS
 TESTES  PERÍCIAS
INICIAL  TESTES  PROCEDIMENTOS
 ENSAIOS  PROCEDIMENTOS
 ENSAIOS TÉCNICOS
TÉCNICOS

 REPARO/
ACORDO/
 MANUTENÇÃO
SOLUÇÃO
AUDIÊNCIA DE  SOLUÇÃO
CONCILIAÇÃO
FALHA / OU
DE MEDIAÇÃO LAUDO
AVALIAÇÃO LAUDO
INÍCIO DA AVALIAÇÃO TÉCNICO
TÉCNICA TÉCNICO
APURAÇÃO TÉCNICA PERICIAL
PERICIAL

SENTENÇA,
AÇÃO
RECURSOS
ACORDO/
JUDICIAL
SOLUÇÃO

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FASE EXTRAJUDICIAL
(mediação privada)

LAUDO
TÉCNICO
PERICIAL

FASE JUDICIAL

LAUDO LAUDO
TÉCNICO TÉCNICO
PERICIAL PERICIAL

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Se a questão for de natureza técnica (construção civil),
é provável que o diagnóstico seja o mesmo,
tanto na fase extrajudicial, como na fase judicial

Diferença entre os processos:

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VALORIZAÇÃO DA
MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL

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ONDE PODE SER FEITA A MEDIAÇÃO

CEJUSCS – CENTROS
JUDICIÁRIOS DE SOLUÇÃO
CONSENSUAL DE CONFLITOS

• Engenheiro(a)
• Advogado(a) TERMO DE
MEDIADOR INDEPENDENTE • Economista MEDIAÇÃO
• Psicólogo(a) (TRANSAÇÃO OU
• qualquer pessoa capacitada ACORDO)

INSTITUCIONAIS Sem cadastro • TÍTULO


EXECUTIVO
CÂMARAS nos Tribunais EXTRAJUDICIAL

PRIVADAS
INDEPENDENTES Cadastradas • SE levada para
homologação:
nos Tribunais • TÍTULO EXECUTIVO
JUDICIAL

Carlos Pinto Del Mar


Instituto Baiano de Direito Imobiliário - out/16
delmar@delmar.adv.br
SOBRE OS ADVOGADOS

LEI DA MEDIAÇÃO (Lei 13.140, de 66/6/2015)

 Art. 16. As partes poderão ser assistidas por


advogados ou defensores públicos.

Parágrafo único - Comparecendo uma das partes


acompanhada de advogado ou defensor público, o
mediador suspenderá o procedimento, até que todas
estejam devidamente assistidas.

Carlos Pinto Del Mar


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OBSERVAÇÕES FINAIS

 Nem todas as questões são próprias para mediação

 A postura dos participantes na busca do consenso (partes e


advogados), é fundamental para o sucesso da mediação

 A decisão é das partes (e não do mediador);

 A mediação tem grandes possibilidades de aplicação nas


questões (controvérsias) do setor imobiliário

Carlos Pinto Del Mar


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QUESTÕES PASSÍVEIS DE MEDIAÇÃO
NO MERCADO IMOBILIÁRIO

 Questões de qualidade e obrigações, nos fornecimentos em geral


(projetos, materiais, equipamentos);
 (SPEs) questões entre incorporadoras e construtoras;
 Questões entre compradores e incorporadoras, por vícios de
construção;
 Questões entre condomínios e construtoras, por vícios de
construção;
 Questões entre condôminos;
 Questões com vizinhos dos empreendimentos (vizinhos contíguos à
obra, associações de proteção, de moradores, etc.)
 Relações com os adquirentes
 Distratos (levados a homologação judicial)
 Outros
 (...)

Carlos Pinto Del Mar


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OBRIGADO PELA ATENÇÃO!

Carlos Pinto Del Mar


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