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13,1\
HEViS1A n
REVISTA
DO
TRIBUNAL
FEDERAL DE
RECURSOS
REVISTA
DO
TRIBUNAL
FEDERAL DE
RECURSOS
DIRETOR
MINISTRO ANTONIO DE pADUA RIBEIRO
Assessor
Bacharel José Acácio Viana Santos
REVISTA MENSAL
N? 99 (Julho de 1983)
Administração
(*) Não integram as Turmas. Presidem os julgamentos nas Seções, onde têm, ape-
nas, voto de qualidade (item I, § I?, art. 22 e item I, art. 23, do RI).
SUMARIO
I - Jurisprudência ...................................... 1
II - Solenidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235
IH - índice Sistemático. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263
IV - índice Analítico... . .. . . .. . .. . . . .. .. .. . . . . . . .. . . . . .. . . 267
JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO DE INSTRUMENTO N? 41.437 - RS
Relator; O Sr. Ministro Romlldo Bueno de Souza
Agravante: Cia. Vidraria Santa Marina
Agravada: União Federal
EMENTA
Tributário e Processual Civil.
Ação declaratória de inexistência de débito tri-
butário.
Depósito judicial do valor deste, para a suspen-
são de sua exigib1I1dade.
Compreensão, nesse valor (e no depósito) da
correção monetária, da multa de mora, dos juros e,
se for o caso, do encargo do art. I? do Decreto-Lei n?
1.025, de 21-10-69 combinado com o art. 3? do
Decreto-Lei n? 1.645, de 11-12-78.
Aplicação do art. 151, I e 11 do CTN, e arts. I? e
4? do Decreto-Lei n? 1.737, de 20-12-79.
ACORDA0 RELATORIO
Vistos e relatados os autos em que O Sr. Ministro Romildo Bueno de
são partes as acima indicadas: Souza: Cia. Vidraria Santa Marina
Decide a 4~ Turma do Tribunal Fe- propôs ação de rito ordinário contra
deral de Recursos, por unanimidade, a União Federal perante o MM. Juiz
negar provimento ao agravo, na for- Federal da 1~ Vara do Rio Grande
ma do relatório e notas taquigráficas do Sul, a fim de obter sentença de-
constantes dos autos que ficam fa- claratória de inexistência de débito
zendo parte integrante do presente afirmado pela ré, mediante lança-
julgado. mento, do valor de Cr$ 25.441,00 (fI.
8>'
Custas como de lei.
Brasília, 24 de março de 1982 (data
do julgamento) - Ministro Armando Na inicial, pediu a extração de
Rollemberg, Presidente - Ministro guia para depósito desse valor, em
Romildo Bueno de Souza, Relator. juízo (fI. 24).
2 TFR - 99
ções que durante o ano civil de vistos; a Lei n? 4.663 exigiu o regis-
1966 satisfizerem o disposto no tro, nos livros próprios, das
item II do artigo anterior; quantidades e preços unitários das
§ 1~ As empresas mencionadas mercadorias vendjdas, aumento de
neste artigo, que tenham aderido ao vendas durante o ano de 1965, em rela-
Programa de Contenção de preços ção ao de 1964, igualou superior a
expressos na Portaria Interminis- 5% e não haver aumentado em mais
terial n? 71, de 23 de fevereiro de de 15%, de fevereiro de 1965 a 31 de
1965, gozarão, no exercício finan- dezembro seguinte os preços de ven-
ceiro de 1966, dos favores fiscais da no mercado interno; a Lei n? 4.862
enumerados no § 2?, desde que ob- reclama assumir a empresa que
servem as seguintes condições: houver aderido ao programa de con-
tenção de preços novo compromisso
a) assumam perante a Co- de estabilização a ser observado du-
missão Nacional de Estímulos à rante o ano de 1966, ao lado de ter
Estabilização de Preços (CO- cumprido integralmente o compro-
NEP), até 31 de janeiro de 1966, misso de 1965 e haver observado o
novo compromisso de estabiliza- compromisso de 1966; do confronto,
ção a ser observado durante o extrai-se que ambos os diplomas
ano de 1966; perseguem a política de contenção
b) tenham cumprido integral- de preços, mas a primeira acrescen-
mente o compromisso assumido ta um objeto novo - o do incremento
com relação ao ano civil de 1965; ao aumento da produtividade; ou-
c) observem totalmente até 31 trossim, a Lei n? 4.663 consagra a
de dezembro de 1966 o compro- dedução, no lucro bruto, para fins de
misso de estabilização assumido apuração do lucro tributável, da re-
nos termos da alínea; serva de manutenção do capital de
giro próprio, estímulo não concedido
§ 2? Os favores fiscais a que se na Lei n? 4.862; nesta, admite-se a
refere o parágrafo anterior são alíquota de 18% e, naquela, a de
cumulativamente os seguintes: 20%.
I - cobrança do imposto de Da prova dos autos, extrai-se que a
que trata o art. 27 do Lei n? 4.506,apelante aderiu ao regime instituído
de 30 de novembro de 1964, à ra- pela Portaria Interministerial GB-
zão de 18% (dezoito por cento) 71/65, havendo a CONEP, em sessão
calculado sobre o lucro do ano- de 23-8-65, aprovado o compromiSSO
base de 1965; de manutenção de preços firmado
II - cobrança do imposto devi- pela autora (of. CONEP-SUNAB n?
do pela correção monetária do 8.051/65 - doc. 5), conforme Res.
ativo imobilizado, realizado du- 205/65 (DO de 7-2-66, pág. 1.453
rante o ano de 1966, à razão de - doc. 6); conforme doc. 7, cumpria
2% (dois por cento); integralmente o compromisso de
man!ltenção de preços, no referente
1I1 - dispensa do pagamento ao ano de 1965, renovou para 1966 e
do imposto de 15% (quin;;-;e por cumpriu-o, por igual, tendo sido ex·
cento) devido pelas reservas exce- pedido o certificado próprio (doc. 8),
dentes do capital social» satisfazendo, assim, as exigên
Recolhe-se dos textos transcritos cias da Lei n? 4.862/65; paralela·
que ambos os diplomas legais conce- mente, de acordo com a Lei n?
deram estímulos fiscais aos contri- 4.663/65, manteve os registros ali re-
buintes que, no exercício de 1966, im- clamados; durante o ano de 1965
plementassem os requisitos ali pre- apresentou aumento de quantidades
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possui, sem que lhe coubesse culpa nha registrada na SUNAB; que, com
pelo evento, eis que a deficiência base nesta capacidade de moagem,
era da concessionária de energia a ré autorizou-lhe a construção de
elétrica; que o próprio laudo da SU- novos, moderníssimos e grandes si-
NAB constatou que as sete seções los, cuja vistoria foi realizada no
estavam montadas em condições dia 5-1-1971 (fI. 328), tendo a SUNAB,
de funcionamento, mas as instala- nesse ano, declarado no laudo
ções elétricas da Companhia City a correta capacidade de moagem
de Santos, (as da rua), não supor- dela, autora, isto é, a que possuía
tavam a carga exigida para o não anteriormente, menos a liberação
usual funcionamento simultâneo de de 40% das máquinas ociosas, se-
todas as seções; que neste particu- gundo a mesma Portaria n?
lar a SUNAB desrespeitou seu pró- 1.471/68; que, em grau de recurso
prio regulamento, isto é, a Porta- extraordinário, as seguranças refe-
ria n? 137/67, porque não poderia ridas foram cassadas pelo C. Su-
naquela data proceder à prova físi- premo Tribunal Federal, sob o fun-
ca sem que todas as suas unidades damento que a vistoria ad perpe-
moageiras apresentassem condi- tuam rei memoriam fora realizada
ções indispensáveis ao processa- após a impetração do mandamus,
mento da vistoria, segundo o art. tendo porém a Excelsa Corte asse-
24, letra c, item 1, daquela porta- gurado a ela, autora, a via ordiná-
ria; que entre as condições indis- ria, onde poderia ser apreciada a
pensáveis estaria o fornecimento «vistoria» já realizada e outras
de energia elétrica pela concessio- provas que viessem a ser produzi-
nária que o prometeu para outro das no correr da instrução.
dia, em tempo, ainda, de ser feita
a prova durante o ano de 1967; que Faz a autora longa demonstra-
a SUNAB insistiu na prova física, ção dos textos e fundamentos le-
sem que houvesse as condições in- gais pertinentes, pedindo, final-
dispensáveis, tendo-a realizado, po- mente, a procedência da ação para
rém, em somente três seções e dei- assegurar o seu direito à capacida-
xando de realizá-la em quatro ou- de de moagem de 1.401 toneladas
tras; que, através de dois manda- por 24 horas, com a liberação de
dos de segurança, um contra a pro- 40% das máquinas ociosas e conse-
va física ilegal e outra contra o ato qüente declaração de que sua ca-
que se lhe seguiu, declarando me- pacidade definitiva da moagem é
nor capacidade de moagem do de 840 toneladas por 24 horas, con-
moinho, obteve a autora a conces- forme j á o declarou a própria
são da ordem pelo Egrégio Tribu- SUNAB em ato de 5-1-1971, poste-
nal Federal de Recursos que consi- rior, portanto, aos fatos aqui discu-
derou ilegais os atos da SUNAB, tidos.
em memoráveis julgamentos anexa-
dos à inicial; que, ad cautelam, Pede, ainda, a decretação da nu-
quando normalizado o fornecimento lidade da Portaria n? 137/67, tam-
de energia, ela, autora, requereu bém da lavra da ré, nos pontos em.
vistoria judicial que foi presencia- que derrogou a lei.
da pela própria ré, inclusive pelo
Presidente da Comissão da Visto-
ria Administrativa, que com o for- Pede mais perdas e danos para o
necimento de energia elétrica sufi- período em que ficar sem sua cota,
ciente para o fornecimento de cin- abrangendo prejuízos comerciais e
co seções, o seu moinho moeu trabalhistas decorrentes da dimi-
quantidade maior do que a que ti- nUição da capacidade operaCional;
TFR - 99 19
e, finalmente, pede mais, caso não sempre estimada, mas não assegu-
seja anulada a Portaria n? 137/67 rada; que reconhece que cada moi-
da SUNAB, que se declare seu di- nho, porém, terá direito de partici-
reito à capacidade de moagem par do rateio da cota na proporção
real, inclusive com fundamento na de sua capacidade de moagem,
própria portaria que obedecida foi mas a autora teria reconhecido os
na vistoria judicial e não na admi- defeitos da legislação antiga que
nistrativa. declarou cumprir. Não pode, em
conseqüência, reclamar direitos
com base nas leis passadas, tidas
Juntou aos autos os documentos pela própria autora como deficien-
de fls. 35 a 427 que compõem o pri- tes; que a capacidade ociosa surgiu
meiro volume. do expediente das indústrias de tri-
go em aumentar sua capacidade
nominal de moagem para poder
Regularmente citada, a Superin- participar, em maior escala, do ra-
tendência Nacional do Abastecimen- teio da cota; que a autora teria si-
to (SUNAB) contestou (fI. 433) do uma dessas empresas. Refere-
alegando: que a inicial desta ação se, ainda, à outra empresa, o Moi-
é semelhante à de outra ação pro- nho São Jorge, cujos diretores so-
posta por OCRIM S.A. - Produtos freram ruidoso processo criminal
Alimentícios, assinada pelo mesmo perante este mesmo juízo, pouco
advogado e também distribuída a importando tenha sido absolutória
este Juízo, e da qual junta cópia a sentença, pois se encontra em
para prevenir razões mais profun- grau de recurso no Egrégio Tribu-
das que poderão emergir, compro- nal Federal de Recursos (Nota: tal
vando um relacionamento de gran- decisão foi confirmada pelas Altas
de significação. Cortes da Justiça); que a autora
não foi fiel na citação dos §§ 3? e 2?
Quanto aos fatos, a ré afirma do artigo 15 do Decreto-Lei n?
que a Portaria n? 1.471/67 foi edita- 210/67. E mais, se a autora declara
da como mera conseqüência do que se achava pronta para realizar
art. 16 do Decreto-Lei n? 210/67 e a prova física, imediatamente após
da Portaria n? 137/67 que o regula- a edição do Decreto-Lei n? 210/67,
mentou; que o art. 15 do Decreto- por que não o estava no dia de sua
Lei n? 210/67 deu à SUNAB, expres- efetiva realização? Quanto à acu-
samente, poderes para regulamen- sação de ter a Portaria n? 137/67
tar a prova física a que teria de derrogado o Decreto-Lei n? 210/67
submeter-se todo o parque moagei- e, inconstitucionalmente, regula-
1'0; que se a autora teve reduzida mentado a lei, já é, a essa altura,
sua capacidade de moagem foi de chocante impertinência, uma
porque sua prova física, realizada vez que o Supremo Tribunal Fede-
em 6-9-1967, não justificou sua ca- ral já repeliu tais teses pelos votos
pacidade anteriormente registra- do Ministro Thompson Flores nos
da; que a capacidade de moagem Recursos Extraordinários n?s 70.800
não é intocável, estando sempre e 71.424. Diz que, efetivamente, a
sujeita à comprovação; que a pró- Portaria regulamentou o decreto-
pria autora se encarregou de de- lei, porque ele própro o determi-
monstrar tal verdade na petição nou. Se o Regulamento tivesse de
inicial (item 2.7); que segundo o ser baixado pelo Presidente da Re-
art. 9.? do Decreto-Lei n? 210/67, a pública, se resumiria a repetir o
cota de trigo distribuída aos moi- que estava na lei e seria desneces-
nhos no início de cada ano, será sário. Transcreve parecer de Hus-
20 TFR - 99
versa com seus doutos patronos. A porque a lide se trava entre uma
opinião deste Juízo, não sobre a indústria moageira e a Superinten-
causa, mas sobre o litisconsórcio dência Nacional do Abastecimento
requerido, já é conhecida pelo úni- - SUNAB, e o objeto é um ato
co modo que se conhecem opiniões administrativo da Autarquia. Se os
de Juízes: nos despachos e nas sen- requerentes tivessem sido atingi-
tenças anteriormente prolatadas dos por atos iguais e pretendes-
em casos idênticos. Não convence- sem, em Juízo, a mesma repara-
ram os argumentos trazidos pelos ção, poderiam requerer admissão
requerentes e não vejo razão para ao lado da autora, por economia
alterar meu ponto de vista, já ma- processual. Mesmo assim, porém,
nifestado em outro feito, onde os o litisconsórcio não seria obrigató·
mesmos requerentes pretenderam rio, pois, nesse caso, o pedido se
obter a situação de litisconsortes. fundaria na segunda classe de cu-
Continuo não vislumbrando no in- mulação permitida pela lei, isto é,
vocado interesse dos requerentes a conexão de causas que permiti-
os pressupostos do art. 88 do CPC ria o litisconsórcio facultativo. Não
que justifiquem a constituição do ê, porém, o caso, pois os requeren-
litisconsórcio passivo requerido. As tes pretendem figurar no lado pas-
expressões «éomunhão de interes- sivo da lide, equiparando-se à ad-
ses», «conexão de causas» e «afini- ministração autárquica e protes-
dade de questões», usadas pela lei, tando por defender um ato admi-
admitem três classes de litiscon- nistrativo que, na opinião deles,
sórcios: os necessários, os irrecu- pOderia lhes beneficiar. Não há, à
sáveis e os facultativos impróprios. evidência, comunhão.
Não têm os terceiros comunhão al-
guma de interesse no objeto da li- Convém que se frise pretende-
de. Não são juridicamente solidá- rem os terceiros a defesa de um
rios com a ré, a sua presença não ato administrativo que poderá vir
é necessária para que a sentença a lhes beneficiar eventualmente e,
tenha validade, circunstância que não, necessariamente. Não se trata,
afasta o litisconsórcio Obrigatório. pois, de defender um ato que, se
anulado, poderá lhes prejudicar.
Segundo Câmara Leal, o litiscon- Há que se não confundir expectati-
sórcio necessário se verifica quan- va de benefícios, sujeita à vontade
do entre vários co-autores, ou en- livre da Administração, com pre-
tre vários co-réus que tenham um juízos ao patrimônio de terceiros;
interesse comum acerca do objeto no caso, não existe e nem existirá.
do litígio, há um vínculo tal de co-
munhão ou de solidariedade, que a Em caso análogo, já tive oportu-
sentença não possa ser eficazmen- nidade de decidir questão idêntica
te proferida sem a intervenção dos nos seguintes termos:
mesmos na causa» (CPC, pág.
122). Não há discrepância na dou- «Ademais, se de litisconsórcio
trina (Gabriel José Rezende Filho, obrigatório se tratasse, deveria a
«Diréito Processual Civil», vol. I, SUNAB ter por ele protestado, já
págs. 231/232, Pontes de Miranda, na contestação. Não o fez. Saneado
«Comentários ao Código de Proces- o feito, sem referência alguma à
so Civil», vol. lI, págs. 103, 104 e existência de comunhão de interes-
106, José Frederico Marques, «Ins- ses e a litisconsorciamento de ou-
tituições de Direito Processual Ci- tras partes, silenciou a ré, transi-
vil», vol. lI, págs. 185/186). Aqui tando em jutgado, para ela e para
não estamos diante dessa hipótese, a autora, a declaração de que o fei-
TFR - 99 23
«Art. 15. A capacidade real de nhos, de tal modo que essa liberação
moagem de todos os moinhos será não importe em reduzir a capacida-
aferida mediante prova física cUjo de real de moagem do parque moa-
regulamento será estabelecido pela geiro nacional, em seu conjunto, a
SUNAB. nível inferior a 5.000.000 (cinco mi-
lhões) de toneladas métricas de trigo
§ I? A revisão geral de que tra- anuais», servindo, outrossim, o per-
ta este artigo terá início até 60 centual «para fixação da capacidade
(sessenta) dias após a pUblicação definitiva de moagem dos moinhos a
deste Decreto-Lei e deverá rea- qual passará a constar e a prevale-
lizar-se no decurso do ano de 1967. cer nos respectivos registros existen-
tes na SUNAB», sendo as máquinas
§ 2? Será considerada como uni- liberadas em razão dessas disposi-
dade moageira ajustada às disposi- ções consideradas definitivamente
ções deste decreto-lei. aquela que desvinculadas da indústria tritícea,
moer em média, por hora, 1/24 exceto quando se destinarem à re-
(vinte e quatro avos) da capacida- composição das instalações indus-
de diária de moagem registrada na triais de moinhos devidamente regis-
SUNAB na data de sua publicação, trados na SUNAB (§§ I? e 2? do art.
produzindo farinhas e resíduos nas 16).
proporções de 78% (setenta e oito
por cento) e 22% (vinte e dois por Diante das disposições do Decreto-
cento), respectivamente. Lei n? 210/1967, que conferiram à
§ 3? O moinho que não alcançar
SUNAB, de forma ampla, atribui-
o nível de produção descrito no pa- ções para a disciplina desses diver-
rágrafo anterior terá a capacidade sos aspectos da política intervencio-
de moagem reduzida para o equi- nista do Estado no que concerne ao
valente ao produto da multiplica- trigo, penso que a disciplina constan-
ção da quantidade média moída te da Portaria n? 137, não se pode ter
em uma hora por 24 (vinte e qua- como ilegítima. Senão, vejamos.
tro) . Cumpre entender, desde logo, em
face do regime objetivo de inter-
§ 4? Se a quantidade de farinhas venção estatal, que não há, em
produzidas não atingir ao percen- princípio, direito de quem obtém de-
tual de 78% (setenta e oito por cen- terminada forma de concessão a não
to) de que trata o § 2? deste artigo, ver modificado o sistema de regên-
o moinho terá sua capacidade de cia. Tal ocorre com os serviços con-
moagem reduzida de percentual cedidos.
igual à diferença apurada.
§ 5? Se os resultados da prova
Assim se dá em matéria de ativi-
física de moagem forem superiores dade econômica, lato sensu, sob in-
à capacidade registrada na data tervenção do Estado. No caso, o fato
da pUblicação deste decreto-lei ain- de existir situação anterior ao
da assim o moinho vistoriado não Decreto-Lei n? 210/1967, já registra-
terá direito ao aumento desta.» da e homologada pela SUNAB, quan-
to à capacidade de moagem dos moi-
Também, em conseqüência da re- nhos, não impedia, em princípio, dis-
visão cogitada no art. 15 referido, a ciplina diversa, sujeitando as unida-
nova disciplina legal previu, em seu des moageiras a sistema novo de re-
art. 16, que a SUNAB, efetuada a re- visão e controle de sua capacidade
visão, fixaria o percentual «em que real de operação, como afirmou o
considerará liberada parte do equi- STF, no RE n? 70.800, desde que ado-
pamento industrial ocioso dos moi- tada disciplina uniforme e processa-
TFR - 99 35
rias, aferidas pela prova física insti- da SUNAB, em São Paulo, após a vi-
tuída neste decreto-lei», critério ge- gência do Decreto-Lei n? 210/67; e as
ral a ser seguido, quando da verifi- explicações detalhadas de um «ex-
cação da capacidade real de moa- pert» internacional em montagens
gem de todos os moinhos que, prece- de moinhos na Espanha, Alemanha,
dentemente já devería ter sido efe- Africa e América Latina. Todos são
tuada, tanto que, na parte final do unânimes em afirmar que o funcio-
parágrafo único do art. 18, se prevê namento conjunto, exigido pela regu-
a prévia fixação da capacidade defi- lamentação anterior, se referia às
nitiva de moagem de que trata o art. máqUinas componentes de um dia-
16. Também a regra do art. 19, res- grama de moagem. E que este for-
peitando a vistoria que a SUNAB ma uma única seção. Os técnicos de-
entenda por oportuTlO e conveniente monstraram que os moinhos pOdem
realizar nos moinhos, quando então ter uma única seção e, portanto, um
utilizará a mesma prova física, não único diagrama de moagem. Mas
significa definição de critérios exclu- tendo mais de uma seção, cada uma
sivos para dita prova, ao estipular delas terá seu diagrama próprio,
que serão aplicados os descritos nos com suas próprias máqUinas. Este
parágrafos 2?, 3?, 4? e 5? do art. 15; conjunto é uma seção que pode ter
do contrário, seria ter-se por esva- características inteiramente distin-
ziado o conteúdo da norma do art. tas das demais, inclusive pelas dife-
15, caput, que deferiu à SUNAB esta- rentes qualidades de trigo moído e
belecer a disciplina da mencionada pelas diferentes qualidades de fari-
«prova física». Ademais disso, qual nha produzida. «As seções funcio-
antes sinalei, a simultaneidade de nam independentes umas das outras
funcionamento das diversas seções e, no Brasil, por ser grande a capa-
da unidade moageira, durante lapso cidade ociosa das indústrias, os moi-
de três horas, não está em conflito nhos funcionam apenas com parte de
com as normas dos §§ 2?, 3? e 4? do suas seções que são utilizadas alter-
art. 15 predito. nativamente, «isto é, quando uma
das seções sofre qualquer desarranjo,
Nem é, outrossim, a meu pensar, o moinho utiliza-se de outra (fI. 492).
de acolher-se fundamentação basea- ImpreSSiona o esclarecimento técni-
da em depoimentos de testemunhas co (fI. 492) sobre o fato de que a li-
ou mesmo técnicos, por mais respei- berdade da capacidade ociosa, esta
táveis que sejam, a propósito da re- deve recair sobre seções autônomas,
gUlamentação da matéria, na vigên- com todas as suas instalações, inclu-
cia do Decreto n? 47.491/1959, para sive elétrica». Não obstante essas
afirmar a ilegalidade da explícita observações. que poderiam proceder
determinação do art. 24, b, n? 2, da no regime anterior, com o advento
Portaria n? 137/1967, que o colendo do Decreto-Lei n? 210, em seu art. 12,
Supremo Tribunal Federal já teve ao moinho, como um todo, é que se
ensejo de reconhecer como aplicável denominou unidade moageira, sendo
à prova física do art. 15 do Decreto- a essa unidade que se refere o pará-
Lei n? 210/1967. Com efeito, na deci- grafO 2? do art. 15. No § 3? do mesmo
são recorrida, o ilustre magistrado artigo, outrossim, sem margem a
de primeiro grau, às fls. 1.453/1.454, qualquer dúvida, o diploma legal em
observou: «Temos aí o depoimento referência assentou: «O moinho que
de um técnico responsável pela revi- não alcançar o nível de prOdução
são dos moinhos antes do Decreto- descrito no parágrafo anterior terá a
Lei n? 210/67, isto é, na vigência do capacidade de moagem reduzida pa-
Decreto n? 47.491/59; o testemunho ra o equivalente ao produto da multi-
do Presidente da Comissão Revisora plicação da quantidade média moída
38 TFR - 99
EMENTA
Execução fiscal. Quotas de previdência. Autar-
quia municipal.
Não é inconstitucional a cobrança ao Município e
suas autarquias. O princípio da imunidade tributária
recíproca (C.F., art. 19, inc. IH, alínea «a») incide
quanto a impostos e não abrange taxas cobradas di-
retamente do pÚblico (art. 71, inc. I, da LOPS, C.F.,
art. 21, § 2?, inc. 1).
Sentença confirmada.
Remessa oficial e apelações improvidas.
ACORDA0 Suscita preliminares de carên-
cia, por inépcia da inicial, pois ha-
Vistos e relatados os autos, em que veria impossibilidade e inviabilida-
são partes as acima indicadas: de do pedido. É que, afirma,
Decide a Sexta Turma do Tribunal tratando-se de autarquia munici-
Federal de Recursos, por unanimi- pal, a quota de previdência não se-
dade, negar provimento a ambas as ria devida, não se lhe aplicando o
apelações e confirmar a sentença re- disposto no art. 79, IV, da Lei n?
metida, na forma do relatório e no- 3.807. Por outro lado, não haveria
tas taquigráficas constantes dos au- interesse processual, já que não ha-
tos que ficam fazendo parte inte- veria conflito de interesses a diri-
grante do presente julgado. mir. Também não haveria legiti-
midade de parte, quer ativa, quer
Custas como de lei. passiva.
Brasília, 24 de março de 1982 (data
do Julgamento) - Min. José Fernan- Requer ainda a denunciação da
des Dantas, Presidente - Min. lide à Prefeitura Municipal de Rio
Américo Luz, Relator. Claro, tendo em vista que a omis-
são do DAAE em não arrecadar a
RELATORIO quota de previdência derivou de
ato administrativo do então Prefei-
O Sr. Ministro Américo Luz: Eis o to Municipal, determinando ao ór-
sumário da espécie, constante da gão que assim procedesse, caben-
sentença (fls. 130/131): do, então, à MuniCipalidade, res-
ponder pelos riscos e encargos des-
«Tratam estes autos da execução ta ação. E, se entendido descaber
fiscal promovida pelo INPS contra a denunciação da lide, pede seja a
o Departamento Autônomo de Prefeitura Municipal chamada ao
Agua e Esgoto de Rio Claro para processo, nos termos dos arts. 77 e
haver-lhe a importância de Cr$ 78 do CPC.
356.559,61, relativa à quota Ide pre-
vidência não recolhida dos usuá- Preliminarmente ainda, invoca a
rios do serviço de água na época prescrição, de vez que já transcur-
devida, tudo conforme discrimina- sos mais de cinco anos da ocorrên-
do na certidão de dívida inscrita de cia do fato gerador, de acordo com
fl. 4. o art. 150, § 4? do Código Tributário
Nacional.
Citado (fI. 6), o réu embargou a
execução (fls. 7/17), com os docu- No mérito, impugna a pretensão
mentos de fls. 18/86. do autor que, ao pretender encar-
64 TFR - 99
na forma do relatório e notas taqui- ma, somente poderia ser feita com
gráficas constar~tes dos autos que fi- os proventos da mesma graduação,
cam fazendo parte integrante do pre- consoante o art. 108, item lI, 110,
sente julgado. item lI, 112, item V, 115, letra b e
Custas como de lei. 141, item IV, § 2?, da Lei n? 5.774/71;
que descabe o auxílio-invalidez, eis
Brasília, 12 de março de 1982 (data que tal benefício somente é concedi-
do julgamento) - Ministro Carlos do ao militar da ativa que tenha sido
Madeira, Presidente - Ministro reformado por incapacidade defini-
Adhemar Raymundo, Relator. tiva para qualquer trabalho, que ne-
cessite de internação permanente
RELATORIO em estabelecimento hospitalar, e
que dependa de assistência perma-
o Sr. Ministro Adhemar Raymun- nente de enfermagem.
do da Silva: João Alves da Silva pro-
pôs ação ordinária contra a União Réplica do autor, às fls. 26/28.
Federal, objetivando a revisão do Despacho Saneador, irrecorrido
ato de sua reforma para, em conse- (fl. 30).
qüência, ser considerado reformado Por sentença de fls. 46/50, o Dr.
com os proventos da graduação de 3? Juiz julgou improcedente a ação,
Sargento. condenando o autor nas custas e em
Alegou ter ingressado na Marinha honorários de 20% sobre o valor da
há mais de 22 anos, depois de rigoro- causa.
so exame médico, passandO a sofrer Apelou João Alves da Silva, dizen-
de dores na coluna, com conseqüente do ser falsa a informação do laudo
reforma na mesma graduação, por médico e que o ilustre julgador deci-
invalidez definitiva para o Serviço diu sem ouvi-lo; que o ilustre médi-
Ativo da Marinha; que a reforma em co, desconhecendo-o, depois de mais
causa foi efetivada erradamente, de 6 meses, quando o prazo era de 30
«considerando inclusive que a doen- dias, juntou a petição de fl. 44, infor-
ça não foi adquirida em serviço, ape- mando ao Juízo o seu não compare-
sar de seus 22 anos, 10 meses e 22 cimento.
dias de serviço», pelo que ajUíza a
presente, Objetivando a anulação da Contra-razões da União, às fls.
Portaria n? 2.311/75, para ser refor- 58/60.
mado com proventos de 3? Sargento Subiram os autos e, nesta Instân-
e os benefícios do auxílio-invalidez. cia, opinou a douta Subprocurado-
ria-Geral da República pelo não pro-
A inicial seguiram-se os documen- vimento do recurso.
tos de fls. 4/6.
E: o relatório.
Contestou a União (fls. 13/15), adu-
zindo que a pretensão em causa não VOTO
tem qualquer amparo legal, poiS o
motivo da reforma foi sua incapaci·
dade para continuar no Serviço Ati- O Sr. Ministro Adhemar
vo, em conseqüência de Escoliose Raymundo (Relator): A perícia judi-
Cervido Dorso Lombar Progressiva cial, in casu, é indispensável. O dig-
e de Hipertensão Arterial, constata- no Juiz, no despacho de fl. 30, deter-
das pela Junta Superior de Saúde; minou a sua realização, com desig-
que a enfermidade que o incapacitou nação de dia e hora para a diligência
não decorreu do Serviço por ele (fl. 30). Cumprido parcialmente o
prestado, mas sim de causa a ele despacho, foi marcado prazo para a
mesmo inerente; que, quanto à refor- apresentação dos laudos (Termos de
68 TFR - 99
fl. 41). Todavia, estes não vieram perícia iniciada, nos termos do voto
para os autos. Alega o perito judicial do Relator, devendo os autos baixa-
que o autor não compareceu. Diz o rem independentemente de acórdão.
autor, na apelação, que esteve no A fI. 75, o Dr. Domingos Ferreira
consultório do perito em companhia Gago Filho, indicado para funcionar
da sua esposa. Certo é que, iniciada como Perito do Juízo, tendo con-
a diligência, cumpria ao perito re- cluído a feitura do Laudo Médico pe-
querer ao Juiz providências para ticionou, requerendo a inclusão do
que o exame se ultimasse. A lei pro- mesmo aos autos do processo,
cessual é peremptória, no art. 427, encontrando-se este às fls. 76/81.
em estatuir que é dever do Juiz fixar
dia e hora para início da perícia, o Intimado a manifestar-se sobre o
que foi feito, e marcar prazo para Laudo, peticionou João Alves da Sil-
apresentação dos laudos. Está à fI. va, dizendo que a peça apresentada
41, que a diligência teve início, e pelo ilustre médico, concluiu ser ele,
marcou-se o pra;w de trinta dias pa- autor, portador de uma doença, en-
ra apresentação dos laudos. Mas, quadrada no art. 112, item IV e §§ 6?
surpreendentemente, o perito no- e 7~, da Lei n~ 5.774/71.
meado pelo Juiz, pela petição de fI. Pronunciou-se a União Federal,
44, leva ao conhecimento da autori- aduzindo que, ao contrário do que
dade que «o autor não compareceu alega o peticionário, o perito infor-
para a referida perícia». Então há, mou não haver relação de causa e
contradição entre o termo de fI. 41 e efeito entre a doença e o serviço mi-
a petição de fI. 44, pois, no dia desig- litar.
nado deveriam estar presentes os É o relatório.
peritos e o examinando. A diligência
tem o objetivo de propiciar o contac-
to da pessoa a ser periciada com os VOTO
peritos compromissados, oportunida-
de em que se inicia a diligência, que
se completa com a apresentação dos O Sr. Ministro Adhemar
laudos. Registre-se que o assistente Raymundo (Relator): O laudo com-
técnico da União, Dr. Edilson Pi- prova que o autor está incapacitado
mentel Batista, indicado à fl. 35, não para qualquer atividade laborativa
esteve presente ao início da vistoria, (folha n~ 81). Isso em decorrência da
nem assinou o termo de compromis- patologia osteo-articular, de que é
so, como é fácil constatar-se pela lei- portador. O perito oficial, em respos-
tura dos autos de fls. 41 e 42. ta a um dos quesitos, afirmou que o
Pelo exposto, meu voto é para se mal eclodiu, quando ele prestara
converter o julgamento em diligên- serviços à Marinha (folha n~ 78).
cia, a fim de que se realize a perícia,
na forma da lei. A doença incapacitante equipara-
se à espondiloartrose, um dos males
previstos na Lei n~ 5.774/71 (art. 112,
RELATORIO n? IV). É que, pelo parágrafo 6? do
artigo 112 da lei citada, toda doença
o Sr. Ministro Adhemar Raymun- que afeta a mobilidade, produzindo
do da Silva: Por acórdão de n. 68, a distúrbios graves e irreversíveis, de
Egrégia 3~ Turma do Tribunal Fede- modo a impossibilitar qualquer ativi-
ral de Recursos, apreciando a AC n~ dade para o trabalho, considera-se
56.895 - RJ, decidiu, por unanimida- paralisia. É o caso do autor. A doen-
de, converter o julgamento em dili- ça que o aflige, segundo atesta a
gência, a fim de que se efetuasse a perícia, é incapacitante, espondilo-
TFR - 99 69
Aliás, foi o que reconheceu o pró- Com estas considerações, dou pro-
prio Ministro da Fazenda, ao esta- vimento à apelação da autora para o
tuir, na Portaria n? 38, de 30-1-976, fim nela colimado e nego provimento
ser irrelevante, para o aludido fim, à apelação da União Federal, manti-
que a sociedade utilize, sob qualquer da no mais a sentença remetida.
regime jurídico, trabalho de tercei-
ros para a execução de serviços pro- EXTRATO DA MINUTA
fissionais que constituam seu objeto
social. AC n? 57.013 - SP - ReI.: Sr. Min.
Antônio Torreão Braz. Remte.: Juízo
Sobre o termo inicial da fluência Federal da 6~ Vara. Aptes.: União
da correção monetária, não andou Federal e Henry Twidale - Audito-
bem a r. sentença de inferior instân- ria Sociedade Civil Ltda. Apdos.: Os
cia, sendo de inteira procedência a mesmos.
impugnação da autora, à vista do
enunciado da Súmula n? 46, deste Co- Decisão: A Turma, por unanimida-
lendo Tribunal, in verbis: de, deu provimento à apelação da
autora, e negou provimento à apela-
«Nos casos de deVOlução do de- ção da União Federal, mantida, no
pósito efetuado em garantia de ins- mais, a sentença remetida. (Em 25-
tância e de repetição do indébito 10-82 - 6~ Turma).
tributário, a correção monetária é Participaram do julgamento os
calculada desde a data do depósito Srs. Ministros Wilson Gonçalves e
ou do pagamento indevido e incide Miguel Ferrante. Presidiu o julga-
até o efetivo recebimento da im- mento o Exmo. Sr. Min. Torreão
portância reclamada». Braz.
ACORDA0 RELATORIO
Vistos e relatados os autos, em que o Sr. Ministro Armando
são partes as acima indicadas: Rollemberg: Pampulha Iate Clube
propôs contra a União ação anulató-
Decide a 4~ Turma do Tribunal Fe- ria de débito fiscal, relativa a impos-
deral de Recursos, por unanimidade, to de renda dos exercícios de 1965 a
negar provimento à apelação, na for- 1970, argumentando que gozava de
ma do relatório e notas taquigráficas isenção do tributo, como entendera o
constantes dos autos que ficam fa- Conselho de Contribuintes em deci-
zendo parte integrante do presente são proferida em requerimento no
julgado. qual pleiteara o reconhecimento de
tal direito, decisão essa que, embora
Custas como de lei. de data posterior aos exercícios refe-
ridos, alcançava-os, pois tinha efeito
Brasília, 30 de junho de 1982 (data simplesmente declaratório, concedi-
do julgamento) - Ministro Armando do que fora o favor pelo art. 30 da
Rollemberg, Presidente e Relator. Lei n? 4.506, de 1964.
TFR - 99 79
ACORDA0 RELATORIO
Vistos e relatados os autos, em que O Sr. Ministro Miguel Jerônymo
são partes as acima indicadas: Ferrante: S.A. Extrativa Tanino de
Acácia, qualificada nos autos, pro-
Decide a 6~ Turma do Tribunal Fe- pôs, no Juízo Federal da 2~ Vara da
deral de Recursos, por unanimidade, Seção Judiciária do Estado do Rio
dar provimento à apelação, para re- Grande do Sul, ação ordinária contra
formar a sentença, em ordem a que o Banco Nacional da Habitação; ob-
seja dado à autora prazo para a cita- jetivando seja decretada a ilegalida-
ção do lAPAS, nos termos do voto do de das notificações de débito relativo
relator e notas taquigráficas retro a contribuições ao Fundo de Garan-
que ficam fazendo parte integrante tia por Tempo de Serviço - FGTS -
do presente julgado. incidentes sobre valores pagos a tra-
balhadores rurais que, em nome do
Custas como de lei. réu, lhe está exigindo o Instituto Na-
cional da Previdência Social.
Brasília, 14 de abril de 1982 (data
do julgamento) - Ministro José Fer- Em suma, alega: que a obrigação
nandes Dantas, Presidente - Minis- de contribuir para o FGTS é decor-
tro Miguel Jerônymo Ferrante, Re- rência direta da existência de con-
lator trato de trabalho, regido pela CLT
TFR - 99 81
que pleiteava passasse a causa a ser agravos retidos teve lugar na pró-
decidida como ação de desapropria- pria audiência em que a decisão so-
ção indireta. bre a conversão foi proferida.
Eis, precisamente, o que se passou 23. Esta decisão, portanto, não so-
(lê o termo de fls. 365/368). freu preclusão.
A minuciosa e paciente leitura des- 24. Ao admitir, assim, a reclama-
te termo, de redação tão deficiente, da «conversão do feito» (estas as ex-
deixa em dúvida o intérprete: pressões empregadas) sensibilizou-
a) teria o D. Magistrado deferido, se o Magistrado, com certeza, pelo
tão-somente a juntada aos autos do ·precedente invocado pela autora (v.
memorial ofertado pela autora, da fls. 372/374), e que está a merecer
lavra do ilustre Prof. Torquato Cas- algumas palavras:
tro, a pedir a conversão da ação de a) cuida-se de sentença do mesmo
interdito proibitório em ação de de- ilustre Juiz, mantida (no que impor-
sapropriação indireta (ste)? ta para fim de confronto) pelo v.
Seria este o significado dos dizeres acórdão da E. 3~ Turma desta Corte,
do termo, verbis: «... entende por na AC n? 29.022 - Paraíba, de que
bem de receber... o memorial apre- foi Relator o eminente Ministro José
sentado pela autora, com seus funda- Néri da Silveira (fls. 387 e ss.);
mentos ali inseridos. Em face disso, b) tanto a sentença quanto o acór-
fica indeferido o pedido do DNOS, dão esclarecem, porém, enfatica-
acompanhado pelos demais promovi- mente, que ali se tratava de ação de
dos e litisconsortes, isto é, no que se reintegração de posse com pedido de
relaciona com o não recebimento do condenação ao «pagamento de per-
pedido da autora, na conversão do das e danos» (fI. 377) ou seja: «afo-
feito possessório em desapropriação rada como demanda possessória,
indireta»? (v. fI. 368, princípio). com pedido de restituição do imóvel
b) ou cumpriria concluir, ao con- e pagamento de perdas e danos,
trário, que o ilustre Juiz tenha logo converteu-a o Dr. Juiz Federal a quo
deferido a almejada conversão? em ação de desapropriação indireta,
eis que o DNOS ocupou o imóvel» ...
21. O próprio Magistrado, tempos (fI. 387).
depois, na continuação dos trabalhos
da audiência, interpretou seu pro- 25. No caso destes autos, ao con-
nunciamento. trário, a cumulação (inadmissível,
de fato, por incompatível com o pe-
Eis os dizeres: dido próprio do interdito proibitório)
«Em prosseguimento, disse o Dr. não foi sequer cogitada, senão unica-
Juiz manter, consoante mantém, o mente no prosseguimento dos traba-
despacho inserido à fI. 368, ou seja, o lhos da audiência de instrução e jul-
despacho agravado» (fI. 413, fim). gamento.
Isto prontamente exclui qualquer
22. Resta, por conseguinte, con- semelhança
cluir: do caso com o preceden-
te chamado à colação, pois, como fi-
a) a despeito da obscuridade do cou salientado, nestes autos tem-se
termo de fI. 368, o D. Magistrado, apenas interdito proibitório, puro e
em verdade, deferiu a pretendida simples (sem pedido cumulativo de
conversão, como S. Exa. mesmo es- ressarcimento) .
clareceu depois (fI. 413); 26. Admitida tal conversão pelo D.
b) como quer que seja (e S. Exa. o Juiz, como quer que seja, foi logo
confirma, ao manter o «despacho impugnada a decisão, por agravos
agravado» sic), a interposição dos (já se disse).
TFR - 99 97
Como se vê, a se deixar de decla- servata lege: daí, porque não foi con-
rar a nulidade da sentença por haver testada; daí, porque não pode ser
julgado extra petita, decidindo de- aqui decidida.
manda que não foi oportunamente Peço vênia às doutas opiniões con-
proposta, configurar-se-á a desapli- trárias para receber os embargos e
cação do art. 264, parágrafo único do afirmar a nulidade da sentença por
CPC, admitindo-se, isto é, a mudan- vício do julgamento extra petita.
ça do pedido na audiência de instru-
ção e julgamento, depois de proferi- E como voto.
do, portanto (e precluso) o despacho
saneador. VOTO
Não experimento, por conseguinte, O Sr. Ministro Sebastião Alves dos
a mais mínima vacilação: a senten- Reis: Sr. Presidente, data venia,
ça é nula, por haver julgado causa acompanho o eminente Relator, con-
que não foi proposta e, assim, entrar forme votei no Juízo apelatório. Re-
em aberto conflito com os arts. 2?; jeito os embargos, no particular.
128; 264, e parágrafo único; 282, IV;
286; 292, § 1?,I; 293; 294 e 460, entre VOTO VISTA
outros, do CPC.
Era caso, portanto, de como tal O Sr. Ministro WaShington Bolívar
ser declarada em decisão prelimi- de Brito: Superada, por maioria, a
nar, ao se conhecer das apelações fase referente ao conhecimento dos
(mesmo, aliás, que os apelantes não presentes embargos infringentes, di-
tivessem averbado a nulidade). vergiram ainda os Srs. Ministros,
agora com igual número de votos,
E:is por que peço vênia para fi- quanto à indagação preliminar da
car de inteiro acordo com o d. voto possibilidade de conversão de inter-
vencido, do Senhor Ministro Justino dito proibitório em desapropriação
Ribeiro, que afirmou a nulidade: nu- indireta, solução dada pela r. senten-
lidade que, penso, deve ser restrita à ça de primeiro grau e acolhida pela
própria sentença, pois não me pare- Eg. 5~ Turma deste Tribunal, embo-
ce necessário estendê-la ao processo, ra sem unanimidade, sendo Relator
desde a audiência. o Sr. Ministro Moacir Catunda,
apoiado pelO SI'. Ministro Sebastião
Ressalvo, de qualquer modo, meu Reis, vencido o Sr. Ministro Justino
pensamento: quando quer que a au- Ribeiro, que anulava o processo a
tora (embargada) prove ter sofrido partir da audiência, inclusive.
dano patrimonial em virtude da rea-
lização das obras a que os autos se Nesta 2~ Seção, prestigiando a
referem, deverá ser admitida em maioria da Turma, rejeitando os em-
juízo a deduzir sua pretensão repa- bargos, encontram-se os Srs. Minis-
ratória, caso em que será proficien- tros Pedro Acioli, Relator, Moacir
temente auxiliada (tal salientou o Catunda, José Dantas, Carlos Mário
Senhor Ministro Justino Ribeiro) pe- Velloso e Sebastião Reis; recebem os
la prova já colhida nestes autos. embargos os Srs. Ministros Américo
Quer isto dizer que não estou a ne- Luz, Armando Rollemberg, Justino
gar o direito a tais reparações: Ribeiro, Romildo Bueno de Souza -
limito-me, isto sim, e exclusivamen- o que anula o processo apenas a par-
te, a declarar que estes autos não tir da sentença, inclusive - e Miguel
comportam pronunciamento (qual- Ferrante.
quer que seja) sobre tal pretensão Meu voto, portanto, nesta fase, de-
reparatória que não foi deduzida ve limitar-se ao desempate quanto
108 TFR - 99
restrito dos presentes embargos in- do nos autos, que o Poder Judiciário
fringentes, pois, ao contrário, preci- se viu compelido a compor, fazendo-
samente nesse ponto é que divergem o pela forma mais adequada, na hi-
a maioria da Eg. Turma e o eminen- pótese, isto é, convertendo o interdi-
te Ministro Justino Ribeiro, enten- to proibitório em desapropriação in-
dendo aquela que tal proceder confi- direta.
gurava a turbação, qUiçá o esbulho,
enquanto este afirma que não houve A tese de que somente poderá ha-
desapossamento, nem qualquer ato ver conversão de uma possessória
positivo do DNOS, nesse sentido. Te- em expropriatória indireta quando
nho que o ato pOSitivo é a realização se tratar de reintegração, não me
das obras, a montante e a jusante parece juridicamente correta, nem
das terras da embargada e a conse- jurisprudencialmente acertada, data
qüência lógica, previsível e prevista, venta.
de alagamento e destruição até mes- Primeiro, porque o interdito proi-
mo do prédio da olaria. bitório, um dos interditos possessó-
rios, embora tenha como pressupos-
Argumenta, ainda, o douto voto to o justo receio da violência iminen-
vencido, cuja prevalência se pede, te, de turbação ou esbulho, admite
que a omissão do Poder Público - que o fato temido (o esbulho ou a
já que inexistira desapossamento - turbação) possa ocorrer, tanto que o
jamais poderia dar lugar a desapro- réu será condenado a determinada
priação indireta, mas a uma indeni- pena pecuniária, «caso transgrida o
zação correspondente ao dano, nos preceito». Desse modo, ao contrário
termos do art. 107 da Constituição, do que argumenta o douto Ministro
dano fácil de apurar, segundo conce- Romildo Bueno de Souza, em seu
de o seu eminente autor, pela brilhante voto, o interdito proibitó-
perícia já feita, a qual serviria como rio, longe de partir do absurdo de
prova pré-constituída (fl. 580). Ouso que o preceito pode ser transgredido,
divergir desse entendimento, já que claramente contempla a hipótese
não se trata, a todas as luzes, de com uma sanção que pode, entretan-
omissão do Poder Público, mas de to, se revelar insuficiente à realiza-
atos pOSitivos e determinados, para ção da Justiça ou ao resguardo do
a consecução dos seus fins, pratica- princípio constitucional de amparo à
dos a montante e a jusante das ter- propriedade, como aqui ocorre. Se
ras da autora, mediante o uso de tal transgressão se opera por tal for-
máqUinas e, nestas, pela ação dirigi- ma que a propriedade do autor se
da e inteligente das forças da Natu- torne imprestável a sua destinação
reza. econômica, em verdade dela foi des-
pojado, desapossado, isto é, deixa de
exercer sobre ela um dos poderes
Assim, longe de estar o Poder Ju- inerentes ao domínio, sendo certo
diciário a invadir o sacrário admi- que isto poderá ocorrer, como já vi-
nistrativo da conveniência e da mos, no todo, ou em parte.
oportunidade, para obrigar a Aami-
nistração a fazer obras que ela ago- Em segundo lugar, é princípio ge-
ra julga dispensáveis, realiza aquele ral das ações possessórias - gênero
o seu papel mais relevante, como de que é espécie o interdito proibitó-
guardião e aplicador das normas rio - a conversibilidade dessas
constitucionais. A Administração se ações, como está previsto no art. 920
julga dispensada de realizar as do Código de Processo Civil. Isto
obras que a perícia entende indis- quer dizer que o juiz, presente deter-
pensáveis. Esse é o conflito positiva- minada situação de fato, deve outor-
TFR - 99 113
te, a maior de todas, a Constituição, «No que diz respeito aos erros
no inspirado dizer do Ministro Thom- materiais d~nunciados sob as le-
pson Flores (RTJ 54/460). tras c, d e e, ..................... .
perfaz a importância de Cr$
IV 54.426.194,00, que é o total da inde-
nização» (fls. 534/536).
Por todo o exposto, não obstante os
ensinamentos hauridos nos doutos Merece assinalar que a exploração
votos divergentes desse meu modõ da jazida remonta ao ano de 1928,
de ver a presente causa, especial- sem que os réus e até mesmo a Pre-
mente os brilhantes pronunciamen- feitura embargante tenham contes-
tos dos Srs. Ministros Justino Ribei- tado o fato ou a documentação com-
ro e Romildo Bueno de Souza, peço probatória. E o seu valor foi fixado
,Vênia para di,ssentir del~s e dos de- pelo perito oficial que usou da me-
mais que o acompanharam, ali- lhor técnica avaliatória para efeito
nhando-me entre aqueles que ado- de alcançar o seu justo e devido va-
taram as lições não menos brilhan- lor reparatório.
tes dos Srs. Ministros Moacir Catun- Como se vê, portanto, (e assinalado
da, Relator do acórdão embargado, no relatório), o próprio Ministro Jus-
e Pedro Acioli, Relator dos embar- tino Ribeiro, que divergiu no julga-
gos infringentes, para rejeitá-los. mento da apelação, terminou por
É o meu voto. acompanhar o entendimento do Se-
nhor Ministro Moacir Catunda, pro-
VOTO MÉRITO (CONT.) ferido na assentada de julgamento
dos embargos declaratórios, onde o
O Sr. Ministro Pedro da Rocha Ministro Catunda ratificou todos os
Acioli (Relator): Aprecio o segundo pontos sobre que divergiu o eminen-
ponto questionado em ambos os em- te Ministro Justino. Essa circunstân-
bargos, no tocante à cia, a rigor, revela que desaparecera
Divergência sobre a indenização a divergência sobre que se fundam
por conta da jazida de argila, a os embargos, fato que, aliado à apre-
respeito do valor atribuído à terra ciação que fiz da matéria discutida,
nua e sobre a área objeto do desa- me convence do acerto do voto líder
possamento. do Ministro Catunda, proferido por
Noutra parte, sustentam as em- ocasião do julgamento do recurso de
bargantes que a divergência entre os apelação, razão por que rejeito am-
votos vencedores e vencido reside, bos os embargos.
tanto nas áreas apontadas como in- É como voto.
denizáveis, como na exclusão, do va-
lor da indenização, da jazida (barro ADITAMENTO AO VOTO VENCIDO
para o fabrico de tijolos e telhas) as-
pecto esse que o voto vencido enten- QUANTO AOS EMBARGOS
de «demandaria também discussão DO DNOS
mais dilatada, em ação própria, e
não na conversão que se fez, do in- O Sr. Ministro Bueno de Souza: Se-
terdito em desapropriação». nhor Presidente, tendo ouvido com
A matéria enfocada teve desate in- toda a atenção o esplêndidO voto que
censurável pelo aresto embargado V. Exa. acaba de proferir (malgrado
(fI. 475) retificado, em parte, pelos em discrepância com meu entendi-
embargos declaratórios decididos às mento) e, muito embora, não haja
fls. 534/536, dos quais destaco: (lê) ensejo (e nem seria o caso) para no-
(fls. 534/536). vos debates sobre o tema, não posso,
116 TFR - 99
de igual modo me faz receber estes Tenho, assim, que essa parte da
embargos na questão da indenização indenização demandaria também
da jazida, que exlcuí. discussão mais dilatada, em ação
A respeito da jazida, aliás, quero própria, e não na conversão que se
aproveitar a oportunidade para dei- fez, de interdito em desapropriató-
xar bem claro os fundamentos de ria. Concluo pela exclusão do
meu voto. A embargada procurou item» (fl. 582).
realçar apenas a questão da necessi- Ante o exposto, e reiterando o es-
dade, ou não, de autorização da la- clarecimento inicial de que no mo-
vra (fl. 687 e segs.). Mas este foi mento só se trata de receber ou não
apenas um dos fundamentos de meu estes embargos, que o conhecimento
voto, e o menos importante. O funda- já ficou decidido em outra assenta-
mento decisivo, inteligentemente da, meu voto é no sentido de recebê-
afastado do proscênio na impugna- los para, preliminarmente, anular o
ção da embargada, refere-se a três processo como dito, ou, no mérito,
outros pontos importantes, a saber: reduzir de 35% como loteável a área,
a) não dedução, na estimativa de ao preço, porém, de Cr$ 412,69 o me-
reserva feita pelo perito, das ex- tro quadrado, e excluir a indeniza-
trações realizadas pela embargada ção da jazida.
após a vistoria em que o mesmo É o voto.
se louvou, e que data de 1968;
b) a reposição de material feita VOTO VENCIDO
anualmente pelo rio, o que afasta-
ria o interesse na chamada «reser- O Sr. Ministro Bueno de Souza: Se-
va indicada»; e fnhor Presidente, fico, com a devida
c) impropriedade do critério de vênia, na conformidade do voto que
avaliação, pelo simples volume e acabamos de ouvir, do Senhor Minis-
não pela rentabilidade como é tro Justino Ribeiro, também no pon-
usual. to em que S. Exa. ressalta que, ten-
Reproduzo aqui esta parte do voto, do havido unanimidade, não cabe co-
diante da qual a outra não passa de nhecer dos embargos.
Simples adminiculo:
«Além disto, a reserva foi esti- VOTO PRELIMINAR
mada pelo Vistor Oficial a partir
do volume encontrado na tal pes- o Sr. Ministro Américo Luz: Quan-
qUisa de 1968, sem levar em conta to ao primeiro item, isto é, quanto à
a extração já feita ou por fazer, preliminar de ilegitimidade passiva
como é de praxe em tais casos, ad causam, apreciada no voto vista
porque as inundações anuais do rio do Ministro Moacir Catunda, meu
depositam novo material, assim voto é no sentido de dela não conhe-
renovando o estoque (fl. 193). Mas cer.
cumpriria esclarecer se tal fenô-
meno persistiu. Além do mais, se
assim o rio funcionava como gali- VOTO PRELIMINAR (2? item)
nha dos ovos de ouro, não interes-
sava à apelada a chamada «reser- O Sr. Ministro Américo Luz: Voto
va indicada» cUja indenização, ain- pela legalidade da transformação do
da assim, costuma-se calcular pela interdito em desapropriação indire-
rentabilidade, segundo a fórmula ta. Por:tanto, quanto a esse particu-
Hoskold, e não pelo simples volu- lar, mantenho meu voto, rejeitando
me. os embargos.
122 TFR - 99
EMENTA
«Administrativo. Caixa Econômica Federal. Ge-
rente. Endosso ou aval em cheque. Responsab1l1da-
de.
o aval ou endosso dado por gerente da Caixa
Econômica Federal assume a garantia que a legisla-
ção especifica assinala. A proibição contida no Regi-
mento não pode prevalecer em relação a terceiros,
servindo, apenas, como instrumento para o direito à
regressividade, resultante do princípio da responsa-
bilidade objetiva (art. 107, da Constituição Federal).
Sentença confirmada.»
ACORDA0 RELATORIO
Vistos e relatados estes autos, em O Sr. Ministro Justino Ribeiro:
que são partes as acima indicadas: Trata-se de embargos infringentes
Decide a 2~ Seção do Tribunal Fe- opostos ao v. acórdão pelo qual a e.
deral de Recursos, por maioria, re- 4? Turma, acolhendo parcialmente
ceber os embargos, na forma do re- apelo da CESP, reformou sentença
latório e notas taquigráficas constan- de liqUidação em expropriatória, pa-
tes dos autos que ficam fazendo par- ra estabelecer que onde a decisão
te integrante do presente julgado. exeqüenda falara em juros mo-
ratórios, embora mandando calculá-
Custas como de lei. los desde a posse, não se podia em
Brasília, I? de junhO de 1982. <Data execução entender que se tratasse
do julgamento) Ministro da categoria jurídica de juros com-
Washington BoHvar de Brito, Presi- pensatórios, fazendo incidir a taxa
dente - Ministro Wilson Gonçalves, de 12% ordinariamente atribuída a
Relator pl Acórdão. estes.
134 TFR - 99
ção sentencial, e isso foi muito bem na posse, ainda antes que esta Casa
posto em relevo pelo voto do ilustre tivesse fixado o entendimento de que
Ministro Romildo Bueno de Souza. os juros compensatórios devam inci-
De forma que, na verdade, é uma dir desde esse evento.
omissão, em que, talvez, as partes A segunda consideração que dese-
também tenham culpa, porque não jo aduzir é a de que a construção ju-
recorreram, mas nunca pode se ad- risprudencial a que me refiro, ao
mitir, no meu modo de ver, a preclu- preconizar a condenação a juros
são de uma matéria que não foi dis- compensatórios incidentes desde a
cutida. Ao Juiz da liquidação, ou se- Imissão na posse tem a fundamentá-
ja, da execução, caberia muito bem, la o reconhecimento, rigorosamente
dando sentido exato àquela determi- técnico e científico-processual, de
nação, considerá-los como compen- que, ao contestar a ação de desapro-
satórios e, conseqüentemente, atri- priação, o réu, em verdade, formula
buir a taxa que é hoje dominante na verdadeiro pedido em sentido
Jurisprudência dos nossos Tribunais. próprio, como se articulasse recon-
Com essas ligeiras considerações e venção, poiS pede mais do que aquilo
com a devida vênia do eminente Re- que o poder público lhe ofertou: pro-
lator, recebo os embargos. cede, portanto, como se fosse autor.
A jurisprudência evoluiu, por con-
VOTO seguinte, para reconhecer que a ação
de desapropriação pode dar ensejo à
O Sr. Ministro Romildo Bueno de cumulação de demandas.
Souza: Senhor Presidente: Por acrés-
cimo ao meu sucinto voto-vencido e Dois, na verdade, podem ser os de-
com a máxima consideração para trimentos patrimoniais causados ao
com as doutas opiniões contrárias, expropriado, a saber, a tomada da
peço vênia para ressaltar apenas sua propriedade e a antecipação do
três aspectos do tema, em comple- expropriante no gozo, uso e posse da
mentação das razões que resumi na coisa, antes de que o expropriado se,-
assentada da apelação. ja devidamente reparado (como
quer a Constituição), de modo pleno
Pertence à tradição da doutrina e antecipado.
brasileira o entendimento tranqÜilo e
firme de que não há incidência de ju- Quando, portanto, se trata de en-
ros moratórios senão sobre dívida tregar ao expropriado o valor a que
certa de valor líqUido; pois, enquanto tem direito, já não basta ter em vis-
não se evidencia a existência de dívi- ta somente o valor da indenização
da líquida e vencida, não há mora de correspondente à coisa (o que às ve-
pagamento, dado que a mora pressu- zes impropriamente se designa pre-
põe conduta culposa do devedor, se- ço e que preço não é); impõe-se,
gundo a regra romana in illiquidls também, considerar o dano patrimo-
non f1t mora. nial decorrente da antecipada (e,
portanto, injusta) perda da posse.
E verdade que o Código Civil ate- Por isso é que a jurisprudência
nuou o rigorismo dessa regra tradi- dispensou até mesmo o pedido; e,
cional, como se observa pelo dispos- amparada na Constituição (que re-
to no art. 1.536, § 2? do Código Civil. clama indenização justa), recomen-
A luz deste entendimento, dou a condenação a juros compensa-
patenteia-se a deficiência técnica da tórios, nessas hipóteses. Na verdade,
sentença, no ponto em que se refere ao instituir esta cláusula (mesmo
à condenação a juros moratórios a sem pedido) de condenação a juros
contar da imissão do expropriante compensatórios, a jurisprudência
138 TFR - 99
ficou não ter encontrado o estabele- O § 3?, por sua vez, ressalva que,
cimento da executada no local indi- encontrado o devedor ou achados
cado, nem bens que pudesse ser ar- que sejam seus bens, quantos pos-
restados, razões pelas quais restituiu sam bastar, «serão desarquivados os
o mandado, sem cumprimento (fls. autos para prosseguimento da execu-
08, v.). ção.»
A exeqüente requereu a suspensão 3. Já se vê que o arquivamento dos
do processo, «enquanto aguarda in- autos somente terá lugar após decor-
formações da Junta Comercial» (fI. rido um ano desde a suspensão do
11). processo de execução; e, bem assim,
O MM. Juiz Federal da 5~ Vara de que tanto a suspensão do processo
Porto Alegre, com base no art. 40, § quanto o arquivamento dos autos
2?: da Lei..n? 6.830, de 22-9-80, e «sem constituem providências incon-
prejuízo do disposto no § 3? do já ci- fundíveis com a extinção do processo
tado art. 40», determinou o arquiva- (esta, sim, dependente de sentença
mento dos autos, «após as baixas e terminativa, como estabelece o art.
anotações de praxe» (fI. 12). 795 do CPC, aplicável ao caso em fa-
Apelou a exeqüente (fls. 13/16), ir- ce do art. I? da lei especial).
resignada com a determinação de 4. Na verdade, o arquivamento de
baixa dos registros, por entender autos se destina tão-somente a dis-
que essa providência implica em pensar o escrivão ou diretor de se-
verdadeira extinção do processo e cretaria de efetuar as sucessivas e
enseja a executada à obtenção de inúteis conclusões dos autos ao juiz;
certidões negativas da distribuição. é medida de ordem meramente prá-
Pede a reforma da decisão, a fim tica, de administração do processo e
de que dela não venha a resultar a dos serviços de secretaria.
extinção de seu crédito.
O recurso foi regularmente proces- Já o cancelamento de registros,
sado. providência também de caráter me-
ramente administrativo, tem como
A Subprocuradoria-Geral da Repú- pressuposto indeclinável o encerra-
blica insiste em que seja provido. mento do processo; fato que, no en-
É o relatório. tanto, no caso não se configura, eis
que a decisão se reporta explicita-
mente ao citado art. 40, § 3?, que
VOTO precisamente assegura o pro~segui
mento da execução.
O Sr. Ministro Bueno de Souza 5. Impõe-se concluir que não há
<Relator): O Art. 40 da Lei n? 6.830, sentença nestes autos (CPC, art. 162,
de 22-9-80, cogita da suspensão do § I?), contra a qual se pudesse ape-
processo de execução fiscal, enquan- lar (CPC, art. 513); senão, apenas,
to não for localizado o devedor ou decisão interlocutória (CPC, art. 162,
quando não forem encontrados bens § 2?), da qual somente se admite
que possam ser penhorados. Em agravo de instrumento (CPC, art.
qualquer dessas hipóteses (dispõe), 522).
«não correrá o prazo de prescrição.»
2. O § 2? do citado dispositivo esta- 6. Acresce que, ao contrário do que
belece que, perdurando a mesma si- se verifica em hipóteses semelhan-
tuação, após o decurso de um ano, tes, a presente apelação não foi ma-
«o jUiz ordenará o arquivamento dos nifestada no prazo para interposição
amos.» de agravo de instrumento.
152 TFR - 99
Eis por que dela não cabe conhe- União Federal. Apda: Indústria de
cer, na conformidade de nossos pre- Confecções e Malha São Francisco
cedentes (vejam-se, inter plures, as Ltda.
AACCs n?s 67.180-PB e 72.960-RS, jul-
gadas em 9-11-81 e 5-5-82, respectiva- Decisão: A Turma, por unanimida-
mente, das quais fui Relator). de, não conheceu do recurso. (Em
Em conclusão, não conheço do re- 16-6-82 - 4~ Turma).
curso. Os Srs. Mins. Antõnio de Pádua
Ribeiro e Armando Rollemberg vota-
EXTRATO DA MINUTA ram com o Relator.
AC n? 72.785 - RS (2904454) Presidiu o julgamento o Exmo. Sr.
ReI.: Sr. Min. Bueno de Souza. Apte.: Min. Armando Rollemberg.
que não foi uniformizada a jurispru- União para legislar sobre: «b) di-
dência, com a edição da respectiva reito civil, comercial, penal, pro-
súmula, por não haver sido atingido cessual, eleitoral, agrário, maríti-
o quorum necessário. Mas ficou tra- mo, aeronáutico, espacial e do tra-
çada a orientação da maioria de nos- balho.»
sa egrégia Corte.
De outra parte, a 1~ Seção deste A Lei n? 6.825, de 22-9-80, dispôs,
egrégio Tribunal, em sessão realiza- especificamente, sobre matéria
da no dia 17 do mês de novembro de processual civil, revogando as nor-
1982, apreciando os embargos infrin- mas que lhe forem contrárias, sem
gentes na AC n? 35.450 - Sergipe, qualquer ressalva ao suposto direi-
decidiu, por maioria, rejeitar os alu- to adquirido pelas partes em
didos embargos, nos termos do voto litígio. Examinada à luz dos méto-
- vista do eminente Sr. Ministro Jo- dos de interpretação, observa-se
sé Cãndido, que então frisou: que o propósito do legislador foi
possibilitar maior celeridade do
«o fulcro da controvérsia reside, jUlgamento dos processos que em-
como se vê do voto vencido, na im- pilhavam o Tribunal Federal de
possibilidade jurídica de aplicação Recursos e as seções jUdiciárias da
da Lei n? 6.825, de 22-9-80, às ações Justiça Federal. É o que diz, ex-
julgadas antes de sua vigência. pressamente, a epígrafe da lei em
É o caso dos autos, no qual a exame. Ela não ressalvou os pro-
sentença recorrida foi prolatada cessos cujas sentenças já haviam
em 28-2-73, e remetida ao Tribunal, sido prolatadas antes de sua vigên-
tão-só em virtude do art. 475, inc. cia, e se o fizesse, teria delimitado
lI, do CPC, por sinal, inaplicável à o seu raio de incidência, tornando-
hipótese dos autos, porque o venci- se inexpressiva e incapaz de aten-
do foi o INPS que não chegou a re- der o atropelo dos julgamentos na
correr da decisão de primeiro área da Justiça Federal de 1~ Ins-
grau. tância e no TFR, objetivo por ela
A matéria cinge-se, portanto, ao visado.
princípio do duplo grau de jurisdi- Diga-se de outra parte que, a ri-
ção, aqui imposto, obrigatoriamen- gor, a lei nova não retirou das par-
te, pela lei processual. tes a sua capacidade de recorrer,
O ilustre Ministro Aldir Passari- mas estabeleceu um recurso novo,
nho, em sua defesa, recorre à lição o de embargos infringentes do jul-
de Galeno Lacerda, sobre o cha- gado, perante o juiz da causa, to-
mado direito processual adquirido, mando por base o inexpressivo va-
quando afirma, verbls: lor que lhe foi atribuído.»
«Vimos que o direito subjetivo ao A propósito da tese questionada, o
recurso nasce do dia em que a sen- egrégio STF decidiu:
tença é proferida. Se nesta data,
por exemplo, o acórdão era «EMENTA: Processual. Duplo
«possível de revista», porque di- Grau de Jurisdição Obrigatório.
vergente do de outra Câmara do Lei n? 6.825/80. Aplicação Imedia-
mesmo Tribunal, o recurso pOderá ta. Resolução n? 25/80 do TFR.
ser interposto, pouco importa surja
a pUblicação do acórdão depois de Firmou-se a jurisprudência do
revogado a revista». Supremo Tribunal Federal, tal co-
mo já ocorria no Tribunal Federal
A Constituição Federal, em seu de Recursos, que as sentenças pro-
art. 8?, define a competência da feridas contra a União Federal em
160 TFR - 99
Os Srs. Ministros Jesus Costa Li- mente o Sr. Ministro Evandro Guei-
ma e William Patterson votaram ros Leite. Presidiu o julgamento o
com o Relator. Ausente justificada- Sr. Ministro W1lliam Patterson.
APELAÇAO CRIMINAL N? 4.163 - MA
Relator: O Sr. Ministro Peçanha Martins
Revisor: O Sr. Ministro Washington Bolívar
Apelante: Justiça Pública
Apelado: Eunice Soares de Oliveira Paula.
EMENTA
Denúncia que se fundamentou no art. 331 do Có-
digo Penal.
Discussão entre servidores que não redundou em
desacato.
absolvição da acusada (art. 386, VI do Código de
Processo Penal).
ACORDA0 Diz a denúncia que, em 13 de ja-
neiro do ano em curso, aproxima-
Vistos, relatados e discutidos estes damente às 15 horas, a acusada
autos, em que são partes as acima in- aproximou-se do guichê de vales
dicadas: postais no prédio-sede da Empresa
Decide a 1~ Turma do Tribunal Fe- Brasileira de Correios e Telégra-
deral de Recursos, por unanimidade, fos, para receber o valor corres-
negar provimento, ao recurso para pondente a um cheque postal.
confirmar a sentença, na forma do Contudo, a servidora Mariléia de
relatório e notas taquigráficas cons- Castro Viana Serra constatou que o
tantes destes autos que ficam fazen- nome constante na Carteira de
do parte integrante do presente jul- identidade não conferia com o que
gado. constava no cheque, pois neste fora
Custas como de lei. omitido o sobrenome «Paula»,
Brasília, 12 de setembro de 1980 recusando-se a efetuar o pagamen-
(data do julgamento) - Ministro to, conforme instruções a respeito.
Peçanha Martins; Presidente e Rela- Dirigiu-se então a denunciada ao
tor. gerente que liberou o pagamento
do vale. Recebido o valor, irritada
RELATORIO com a exigência feita, a acusada
passou a desacatar a funcionária
com palavras obscenas constantes
O Sr. Ministro Peçanha Martins: A do inquérito, lançando uma bolsa
sentença a quo relatou a matéria da contra a cabeça da funcionária
seguinte forma: ofendida.
«Eunice Soares de Oliveira Pau-
la, devidamente qualificada, foi de- Recebida a denúncia, foi a de-
nunciada pelo Ministério Público nunciada interrogada às fls. 36/39,
Federal como incursa nas sanções tendo oferecido defesa prévia às
do art. 331 do Código Penal. fls. 41/44.
TFR - 99 171
«sem guia de importação ou do- tro o fato punido é o fato típico, isto
cumento equivalente, que implique é, que corresponda a uma disposição
a falta de depósito ou a falta de pa- legal, com exatidão.
gamento de quaisquer ônus finan- Ora, no caso dos autos, trata-se,
ceiros ou cambiais», nos termos da sem sombra de dúvida, de equipa-
Lei n? 6.562/78, que deu nova reda- mentos científicos,' de uso necessário
ção ao art. 169 do Decreto-Lei n? à impetrante, tanto que se encontra~
37/66; va'ffi no seu Laboratório de Pesquisas.
- a pena de perdimento - estabe- Não estavam expostos à venda, nem
lecida no parágrafo único do art. 23 meramente depositados, para serem
do Decreto-Lei n? 1.455 - tem como vendidos posteriormente, nem se en-
pressuposto o dano ao Erário decor- contravam em circulação comercial
rente das infrações que o menciona- no país.
do artigo enumera. Aliás, renomados cientistas brasi-
Impressionaram-me, entretanto, o leiros declararam que tais equipa-
terceiro e o quarto argumentos. mentos, fora do laboratório, o instru-
Diz a impetante que, mesmo admi- mental apreendido não teria qual-
tida a imposição de duas penas cu- quer utilidade.
mulativamente - a multa e o perdi- Disse o Professor José Carlos Bar-
mento - a hipótese dos autos não bério, da Faculdade de Ciências Far-
se enquadraria na definição dada pe- macêuticas da Universidade de São
lo dispositivo pretensamente infrin- Paulo:
gido, o art. 23, inciso IV, do Decreto-
Lei n? 1.455, que estabelece: «uma indústria farmacêutica,
qualquer que seja ela, ao adquirir
«Art. 23 - Consideram-se da- equipamentos do tipo dos constan-
no ao Erário as infrações relativas tes da lista, não pode ter outro ob-
às mercadorias: jetivo em vista, se não o de equi-
par seus laboratórios de pesquisas.
Pois, fora desses laboratórios, con-
IV - enquadradas nas hipóteses fesso, não lhes vejo nenhuma outra
previstas· nas alíneas a e b do pa- utilidade» (fI. 32). E mais adiante
rágrafo único do artigo 104 e nos (fI. 33):
incisos I a XIX do artigo 105 do
Decreto-Lei n? 37, de 18 de novem- <mão consigo enxergar, nas li-
bro de 1966.» nhas de produção de uma indústria
farmacêutica, equipamentos que
Deu-se como infringido o art. 105, não sejam as clássicas máquinas
inciso X, do Decreto-Lei n? 37/66, que para comprimidos, drageadoras,
reza: ferramentadores, concentradores,.
conjuntos para dipodermia, esteri-
«Art. 105 - Aplica-se a pena de lizadores, máquinas para embalar
perda da mercadoria: e acondicionar.
Por isso, a presença de instru-
X - estrangeira, exposta à ven- mentais do tipo do importado, como
da, depositada ou em circulação sejam, Medidor de pH, Fluoríme-
comercial, no país, se não for feita tro, Enzimógrafo, Cromatógrafo
prova de sua importação regular.» líquido e Espectrofotômetro, de-
monstra, na verdade, a existência
Assim como no direito penal, no de área destinada à pesquisa e evi-
tributário também domina o dencia claramente a intenção e os
princípio da legalidade. Num e nou- propósitos dessa pesquisa, quando
TFR - 99 187
EMENTA
Mandado de Segurança. Médico Militar da Ati-
va. Aprovação em Concurso. Contrato com o
INAMPS.
O impetrante é médico-m1l1tar da Polícia de
Pernambuco. O Estatuto da Corporação permite que
o integrante do seu Quadro de Saúde exerça ativida-
de técnico-profissional, no meio civil, «desde que tal
prática não prejudique o serviço» (art. 28, § 3?). Es-
sa regra é idêntica à da Circular do Presidente do
Instituto Nacional de Previdência Social, datada de
2-5-75, que autorizava a contratação de médicos-mili-
tares da ativa que estivessem prestando, àquela épo-
ca, serviços avulsos à autarquia.
A Constituição Federal não cria dificuldades. O
art. 99, inc. IV, permite a acumulação «de dois car-
gos de médico». O disposto no art. 93, parágrafo 4?,
não tem aplicação à hipótese dos autos, porque o
cargo de médico da autarquia, sob regime celetista,
não é «cargo pÚblico permanente, estranho à sua
carreira».
Não há incompatibilidade no exercício cumulati-
vo dos dois empregos de médico, diante da Constitui-
ção Federal.
Sentença confirmada.
judique o serviço, deve ser entendi- nho à carreira, que não é apenas
do como atividades que visam a de- militar. De qualquer modo, em se
senvolver a prática profissional des- tratando de médico, a possibilidade
ses oficiais no meio civil, mas nun- de acumulação afina com a exce-
ca no pÚblico civil». (fI. 15). ção contida no art. 99, inciso IV, da
Faço minhas as aguçadas obser- CF, observadas as condições do seu
vações da respeitável sentença, as § I? Anotação da Carteira ProfIs-
quais transcrevo para uma melhor sional que se impõe, na hipótese,
ilustração do voto: por comprovada a relação empre-
gatícia.» (In Ementário do TFR,
«No caso, o impetrante foi apro- voI. 4, pág. 44).
vado em concurso pÚblico e contra-
tado pelo INAMPS como médico. O impetrado não informou que
existe incompatibilidade de horá-
O art. 99, inciso IV, da Carta rios que impossibilite a contratação
Magna excetua da vedação de acu- do impetrante, conforme estatui o
mulação de cargos e funções públi- art. 99, § I?, da EC n? 1/69.»
cas a de dois cargos privativos de
médico. Dou provimento ao recurso do im-
petrante e reformo a sentença para
Ora, observando o disposto nos §§ conceder a segurança.
I? e 2? do mencionado art. 99, não há
vedação nenhuma à contratação do E o meu voto.
impetrante como empregado do
INAMPS para o exercício de servi- VOTO
ço inerente à profissão de médico.
O Sr. Ministro Evandro Gueiros
Evidencia-se, portanto, a diferen- Leite (Relator): Não tenho dúvidas
ça entre emprego pÚblico e cargo em confirmar a respeitável sentença
público, entre funcionário pÚblico e por três motivos, por mim sempre
empregado público, entre servidor adotados nestes casos.
contratado pelo regime da CLT e
funcionário estatutário; nada obsta, O Art. 93, § 4?, da CF, não se dfri-
portanto, que o INAMPS contrate o ge à autoridade impetrada para
impetrante para o emprego a que impedi-la de nomear o candidato
fez jus por sua aprovação no con- aprovado. O problema é do próprio
curso pÚblico a que se submeteu. candidato no seu relacionamento
com a Arma a que pertence.
Cingindo-me ao exame do tema
como se acha posto e em face do Senão, vejamos:
nosso direito positivo, inclino-me «Art. 93. § 4? O militar da ativa
pela solução do acórdão do Egrégio empossado em cargo pÚblico per-
Tribunal Federal de Recursos pro- manente, estranho à sua carreira,
ferido no julgamento do RO n? 3.679 será imediatamente transferido pa-
-RS: ra a reserva, com os direitos e de-
«Trabalho - Acumulação - Mé- veres definidos em lei.»
dico - Militar da Ativa. Acrescente-se que o impetrante fez
Ementa: Não descaracteriza o concurso para médico-empregado, o
pacto laboral, entre o empregado que não se concebe como sendo «car-
médico e a autarquia empregado- go público permanente», conforme
ra, o fato de ser ele também está no texto. Nem o seu trabalho no
médico-militar da ativa. A tanto emprego seria estranho à carreira de
não vai o impedimento constante do médico-militar.
art. 93, § 4?, da CF, que cogita de A autoridade impetrada admite em
cargo pÚblico permanente e estra- suas informações que não tem nada a
TFR - 99 197
É o que também restou afirmado mente o disposto nos arts. 12, IV, d e
no voto do eminente Ministro Wil- 16, do Regulamento aprovado pelo
liam Patterson, ao Julgar, na E. Se- Decreto n? 68.961/71, que dispõem:
gunda Turma, os autos da AMS n?
89.259 - RJ, verbis: «Art. 12. Independem de con-
corrência:
«Aparentemente, na espécie, não
se vislumbra certeza e liquidez do
direito reclamado, pela própria na-
tureza da relação jurídica. Dentro IV - As seguintes modificações
de uma normalidade administrati- nos serviços:
va a reparação cogitada não en- d) Alteração de itinerário em de-
contraria abrigo no rito sumário do corrência de impraticabilidade do
«writ», principalmente pela inter- itinerário aprovado ou entrega ao
ferência do Judiciário em matéria trânsito de nova estrada, ou trecho
que per tine com a conveniência do melhorado, atendido o disposto nos
Poder Público. artigos 15 e 16».
Acontece, porém, que a hipótese «Art. 16. A alteração do itine-
dos autos apresenta lances que rário decorrente da entrega ao
conduzem à convicção de um direi- tráfego de nova estrada ou tre-
to estratificado, em decorrência cho melhorado, que possibilite o
dos antecedentes fáticos, levando à atendimento mais confortável ou
solução indicada pela impetrante e econômico ao usuário, garantirá
que repousa em normas regula- à transportadora, mantidos os
mentares válidas, principalmente terminais anteriores, a concessão
o art. 12 do Decreto n? 68.961, de 20 de linha pelO novo itinerário, des-
de julho de 1971, que dispõe sobre o de que:
transporte coletivo de passageiros, I - Desista, expressamente,
ao dispor, verbis: da exploração da linha pelO itine-
«Art. 12. Independem de con- rário anterior;
corrência:
II - Se obrigue, quando se tra-
tar de linha seccionada, a tam-
IV - As seguintes modifica- bém executar o serviço pelo iti-
ções nos serviços: nerário anterior, até que o aten-
dimento das localidades interme-
a) fusão de linhas interesta- diárias esteja asseguradO, seja
duais exploradas pela mesma por adaptação das característi-
transportadora, por período supe- cas de linhas porventura existen-
rior a 2 (dois) anos, quando ex- tes, seja pela implantação de no-
clusiva nas linhas a se fundirem vas linhas;
e não houver outra transportado- IH - Não se estabeleça, com a
ra explorando a linha resultante, alteração do percurso, a explora-
desde que, a critério do DNER, ção de mercados intermediários
não ocasione concorrência ruino- já servidos por outras transpor-
sa a outra transportadora que tadoras, ou que, isoladamente,
execute a mesma ligação, por ou- permitam a implantação de no-
tro itinerário e, ainda, sem pre- vos serviços».
juízo do atendimento dos merca-
dos intermediários». E prossegue a sentença:
Quanto ao mérito, um dos funda- «Como se vê, quando se tratar de
mentos do pedido, acolhido pela res- simples alteração de itinerário,
peitável sentença apelada, foi justa- mantidos os terminais da linha, é o
TFR - 99 217
EMBARGOS DE DIVERGENCIA NO
RECURSO ORDINARIO N? 4.274 - MG
Relator: O Sr. Ministro Otto Rocha
Embargante: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT
Embargado: Márcio de Almeida Machado
EMENTA
Reclamação trabalhista. QÜinqüênio anterior à
opção. Jornada de Trabalho.
- A percepção dos qüinqüênios completados no
regime anterior à opção, constitui direito adquirido
do servidor, incorporado aos seus vencimentos.
- O acréscimo de 45 minutos na jornada diária
de trabalho, para se completar as 48 horas semanais
constantes do contrato laboral e que não vinham
sendo cumpridas, não constitui alteração unilateral,
como pretendido.
- Embargos parcialmente recebidos.
ACÓRDÃO Ministros William Patterson, José
Cândido e Gueiros Leite que rejeita-
Vistos e relatados estes autos em ram totalmente os Embargos, na
que são partes as acima indicadas: forma do relatório e notas taquigrá-
Decide a Primeira Seção do Tribu- ficas constantes dos autos que ficam
nal Federal de Recursos, por maio- fazendo parte integrante do presente
ria, receber em parte os Embargos, julgado.
apenas no relativo à questão do ho-
rário reclamado, vencidos os Srs. Custas como de lei.
TFR - 99 221
EMENTA
Direito do Trabalho. Rescisão Indireta do Con-
trato de Trabalho. Necessidade da Prévia Reclama-
ção.
O parágrafo 3? do art. 483 da CLT, ao estabele-
cer que o empregado poderá pleitear a rescisão de
seu contrato de trabalho, nas hipóteses de descum-
primento de obrigações contratuais por parte do em-
pregador e de redução de trabalho de modo a afetar
os salários, permanecendo ou não no serviço até de-
cisão final do processo, pressupõe a formação deste
para afastar-se do emprego. A man.1festação da von-
tade de rescindir o contrato, feita· em juizo, há de
ser feita antes do afastamento do empregado. De ou-
tra forma, não teria sentido a cláusula «até decisão
final do processo», bastando facultar-se ao emprega-
do pleitear a rescisão, permanecendo ou não em ser-
viço.
AÇORDAO RELATOR 10
Vistos e relatados os autos em que O Sr. Ministro Evandro Gueiros
são partes as acima indicadas: Leite (Relator): Reclamação traba-
Decide a 2~ Turma do Tribunal Fe- lhista proposta por Irene de Souza e
deral de Recursos, por unanimidade, outros contra o Instituto Nacional de
dar provimento ao recurso dos recla- Assistência Médica da Previdência
mantes e acolher a argüição de pres- Social (INAMPS), objetivando eqUi-
criação da reclamação, reformando, paração salarial com o paradigma
nesta parte, a sentença, na forma do Nelice José Ferreira. Alegam haver
voto e notas taquigráficas preceden- prestado o mesmo concurso pÚblico
tes que integram o presente julgado. C-5, para o cargo de enfermeiro,
sendo que alguns foram admitidos
Custas como de lei. na referência 42 e os reclamantes na
referência 33, muito embora idênti-
Brasília, 29 de outubro de 1982 (da- cos o cargo e a função. Por isso,
ta do julgamento) Ministro pleiteiam diferenças salariais com
Evandro Gueiros Leite reflexos nas férias, 13° salário e
Presidente-Relator. FGTS, com juros e correção monetá-
228 TFR - 99
ria, sem prejuízo das promoções que ram na referência 33. Em conse-
tiveram desde a admissão. qüência, pois, da correção do ato ad-
O IAP AS juntou contestação em ministrativo sub censura, que ale-
audiência (fls. 128/131), impugnan- gam encontrar-se eivado de desvio
do o valor da causa. No mérito ale- isonômico, postulam equiparação sa-
gou a admissão dos reclamantes larial.
após o advento do Decreto-Lei n? Examinando os autos, verifico, a
1.445/76. Alegou ainda prescrição partir de fl. 11 e seguintes até 102,
bienal e pediu a improcedência da que os reclamantes iniciarám as
ação, por ter quadro de pessoal 9r- suas atividades no Instituto na mes-
ganizado em carreira. Em réplica, os ma data em que assinaram os con-
reclamantes se opuseram parcial- tratos de trabalho, todos eles data-
mente aos termos da contestação. O dos de 1976 e indiscutivelmente de
Dl'. Juiz Federal fixou o valor da natureza trabalhista, conforme se lê
causa em Cr$ 50.000,00 para cada re- dos respectivos preâmbulos. Ditos
clamante. A reclamada afirmou não instrumentos resultaram da realiza-
haver admitido pessoas provenientes ção de concursos pelo DASP e deles
de um mesmo concurso em referên- consta, na cláusula primeira, o in-
cias diferentes. Foi ouvido o para- gresso de cada um dos autores como
digma e as partes falaram em alega- Enfermeiro, Código LT-NS-904,
ções finais, sem nada acrescentar. Classe A, Ref. 33.
Não foi possível a conciliação (fls. Nelice José Ferreira, embora ad-
125/127) . mitida antes, em 29 de abril de 1975,
O processo seguiu os seus trâmites também se su6meteu ao mesmo con-
e o Dr. Juiz Federal julgou improce- curso dos reclamantes e, exatamen-
dente a ação, condenando os recla- te por causa dele, teve anotada a na-
mantes nas custas processuais (fls. tureza do seu emprego e alterada a
141/147) . sua classificação para a. referência
Recorreram os autores pleiteando n? 42, na mesma data de ingresso
a reforma da sentença (fls. 151/155). dos demais colegas, no ano de 1976,
Contra-razões pela manutenção (fls. conforme se vê dos documentos tra-
172/173). Subiram os autos e a douta zidos com a inicial, às fls. 109/110.
Subprocuradoria-Geral da República Enquanto isso, os reclamantes
se manifestou de acordo com os pro- ajuizaram esta reclamatória em 6 de
nunciamentos da entidade pública março de 1981, mais de cinco anos
(fI. 177). depois dos atos que pretendem modi-
É o relatório. ficar (fl. 2), razão por que à sua si-
tuação aplica-se o art. 11 da CLT,
onde está prevista a prescrição em
VOTO dois anos do direito de pleitear a re-
paração de qualquer ato infringente
de dispositivo nela contido. Os atos
o Sr. Ministro Evandro Gueiros infringentes seriam os instrumentos
Leite (Relator): Os autores preten- de contrato em exame, incluindo-se
dem, como ponto nodal do pedido, o de Nelice José Ferreira. E o dispo-
primeiramente a atualização de sitivo violado seria o art. 5? da CLT,
suãs referências funcionais, porque c/c o art. 165 da Constituição Fede-
alguns que participaram do mesmo ral.
concurso que eles, foram admitidos
na referência 42, citando-se Nelice Reza o art. 5?:
José Ferreira, considerada paradig- «Art. 5? . A todo trabalho de
ma, enquanto os reclamantes fica- igual valor corresponderá salário
TFR - 99 229
aqui. Mas outras há que têm vida da presidência. Mas, além disso, AI-
própria e saltam do passado, para dir também participou da adminis-
amenizar a rotina estiolante do jul- tração colegiada do Tribunal e da
gador, identificando-lhe a personali- Justiça de primeira instância, sendo
dade em face dos desafios enfrenta- por vários anos um dos mais bri-
dos. Assim foi no primeiro e único lhantes representantes da Corte jun-
Júri Federal de que dou conta, quan- to ao Tribunal Superior Eleitoral, de
do a lei nos atribuía julgar o assassi- onde veio para assumir a Vice-
no de um chinês, por outro estran- Presidência, cabendo-lhe nesse car-
geiro, em navio também estrangei- go desincumbir-se com a sua reco-
ro, fora das águas territoriais brasi- nhecida proficiência no pertinente às
leiras e que aportava por acaso em decisões nos recursos extraordiná-
porto nosso. Sempre ensinei aos rios. No TSE deixou a sua marca,
meus pacientes alunos que a Jurisdi- juntamente com o seu companheiro
ção é ampla e abstrata e que se con- José Fernandes Dantas, a quem sau-
cretiza na Competência, u'a pequena dou em sua posse aqui. Lembro de
fatia daquela, mas que, na Justiça um editorial do Jornal do Brasil es-
Federal, pela vontade dos que a refi- crito em conseqüência de importante
zeram, a fatia era exatamente a au· voto seu sobre filiação partidária,
sência de competência que nos falta. assunto palpitante àquela época.
mas tão-somente nas causas aciden-
tais e nas falências. Muito da ativi- Encaminha-se agora Aldir Passa-
dade de Aldir transbordou das fron- rinho à Suprema Corte para reforçá-
teiras de sua condição de Juiz Fede- la com o seu saber, discrição e luci-
ral para o cenário jurídico do País. dez. Estamos felizes na medida do
No anonimato do Juiz que processa e possível. Mas plenamente honrados.
julga e faz, no sentido popular, «a Faço minhas, por oportunas, as pa-
copa e a cozinha» dos processos, lavras de Décio Miranda, quando
sem que o seu nome seja sequer saudou alhures outra figura excep-
lembrado em outros graus, Aldir ob- cional dos nossos fastos jurídicos. Se
teve marcantes vitórias judicantes, me fosse dado principiar estas pala-
impondo-se até mesmo à considera- vras, pela revelação de impressões
ção do Supremo Tribunal Federal, que marcam o nosso espírito, diria
para onde agora se dirige. Aconte- que o meu longo convívio de profis-
ceu, por exemplo, com a prevalência são e amizade com Aldir Passarinho
de sua opinião sobre o tráfico e ven- me proporcionou este pensamento:
da de entorpecentes, em conflito de um «gentleman» nascido no Piauí.
competência que suscitou. A Estrada Nada de arrebatamentos tropicaiS
de Ferro Central do Brasil por certo na conduta, no gesto e na palavra:
que ainda hoje estaria passando por Nenhuma explosão de violência, de
empresa pública perante os pretó- ira ou fastio. Nunca o arrebatamento
rios, se ele persistentemente não desabrido ou esfuziante. Sempre, ao
procurasse mudar-lhe as vestimen- contrário, o equilíbrio da atitude, a
tas. Na imensidão dos nossos julga- indignação forte quando irresistível,
mentos, em que a quantidade absor- contida nos limites da firmeza. A ca-
ve a qualidade, somente as produ- da passo, a correta reflexão, o senti-
ções de boa cepa vêm à tona. Eu mento trazido em firme e ponderada
mesmo sou testemunha da autorida- medida (Palavras do Min. Décio Mi-
de e respeitabilidade das interven- randa. Homenagem do TSE ao Min.
ções do Ministro Aldir Passarinho Pedro Gordilho, Sessão de 19-8-82).
em todos os setores desta Corte, des-
de que juntos trabalhamos na 2~ Tur- Melhores dias hão de vir. Tudo
ma e na 1~ Seção, sob a sua autoriza- tem de servir aos que permanecem
TFR - 99 241
Desembargador Luiz Vicente Cernic- desde 1951 até 1964, quando então foi
chiaro, digno Presidente do Tribunal nomeado para a magistratura fede-
Regional Eleitoral do Distrito Fede- ral, naquela cidade.
ral, Srs. Ministros, Srs. Juízes, Srs.
Procuradores, Srs. Conselheiros, au- Advogado exemplar, competente,
toridades aqui presentes e represen- militou com brilhantismo na profis-
tadas, Senhoras e Senhores e meus são como no Direito Securitário,
. colegas. Não deveria estar aqui, Sr. Previdenciário, Trabalhista, espe-
Presidente, nesta hora, este humilde cialmente no Direito Administrativo
advogado, mas um outro de melhor Brasileiro, onde possui trabalhos pu-
oratória que viesse demonstrar as blicados. Sua trajetória como magis-
qualidades do digno homenageado, trado dispensa maiores elogios, por-
porquanto somente ontem à tarde é que os que me antecederam bem de-
que recebi a incumbência de repre- monstram sua luminosa passagem
sentar a Seccional do Distrito Fede- na cidade do Rio de Janeiro e, tam-
ral nesta justa e merecida homena- bém nesta Casa, sendo desnecessá-
gem. Mas, Senhor Presidente, rio repetir. Todavia, os votos proferi-
tratando-se de quem se trata, isto é, dos traduzem induvidosamente sua
do ilustre Ministro Aldir Guimarães capacidade e, particularmente, estão
Passarinho, não tive dúvida em acei- a enriquecer os anais desta Casa.
tar esta honrosa designação, tal a Por outro lado, não poderia deixar,
alegria de vê-lo guindado, pelos seus Sr. Presidente, de fazer uma menção
próprios méritos. à Colenda Supre- especial do que ouvi por ocasião da
ma Corte. sua posse neste Tribunal. Quem o
Portanto, venho em nome dos cole- saudou foi o não menos ilustre - au-
gas de Brasília e por que não dizer, sente desta Casa por força da Divina
em nome daqueles dó Rio de Janei- Providência - Ministro Jorge Lafay-
ro, de onde sou oriundo, como o é ette Pinto Guimarães, que a 12 de
também o nosso homenageado, Mi- setembro de 1974, assim se manifes-
nistro Aldir G. Passarinho. Sim, ê tou: «Conseguiu V. Exa., Ministro
grande nossa alegria, pois S. Exa. Aldir G. Passarinho, nas numerosas
não vai se afastar de Brasília - esta decisões proferidas, assim o demons-
despedida é de sua atuação - pois trou, o justo equilíbrio entre o res-
continuaremos a gozar de sua com- peito e a fidelidade à lei, e a necessi-
panhia, porquanto irá compor a Su- dade de esta ser interpretada, evi-
prema Corte. tando o predomínio do frio texto,
mas sem sObrepor ao texto legal as
Dessa forma, Sr. Presidente, a ale- suas convicções e tendências pes-
gria nossa é redobrada não só por- soais, do que posso dar o meu teste-
que S. Exa. irá honrar as suas tradi- munho».
ções na Suprema Corte, como tam-
bém, com ele continuaremos a con- Senhor Presidente, tais palavras
viver nesta Capital. Deveria eu, pa- confortam e animam a todos nós.
ra ser mais breve, ler alguns traços Não tenho dúvidas quanto à atuação
da personalidade do Ministro Aldir de S. Exa. perante o Supremo Tribu-
G. Passarinho, em especial do seu nal Federal, pois será um Prolonga-
currículo, que é rico em qualidade mento de sua brilhante trajetória
como portador de títulos de real va- nesta Casa. Saberá ele, como disse o
lor. Todavia, procurarei ser breve e Ministro Jorge Lafayette, «cumprir
demonstrar o que foi a atuação do o mesmo dever de distribuir justiça,
Ministro Aldir G. Passarinho como de assegurar a exata aplicação das
advogado, durante 13 anos na cidade leis», tal como nós somos testemu-
do Rio de Janeiro. S. Exa. militou nhas desde a sua posse.
244 TFR - 99
É que sempre também deve estar aqui se objetiva como valor mais al-
alerta o Juiz, e também demonstran- to, sempre perseguido, é que as deci-
do coragem moral, para que não se- sões sejam sábias e justas.
ja injusto apenas para mostrar que é Dentro de breves dias, assumirei
independente. uma das onze cátedras mais altas do
Neste Tribunal, chamado, como é Poder Judiciário do País. Assumirei
de sua competência, para dirimir o cargo bastante cônscio das dificul-
questões de interesse do Poder Pú- dades que enfrentarei, das altas res-
blico, estas lições de grandeza e de ponsabilidades que me serão impos-
independência são uma constante, tas. Devo mesmo dizer-lhes que, co-
jamais havendo vacilações em dar- locando em confronto as preocupa-
se razão ao particular, se ele a tem, ções que tenho e a alegria de chegar
como reconhecê-la em favor do Es- ao posto mais elevado da magistra-
tado, se for o caso. Os exemplos es- tura, não vacilarei em afirmar que
tão aí, freqüentes e momentosos. aquelas sobrepujam esta. Mas o pos-
to, de honra tamanha, é o coroa-
E é essa a causa do seu maior re- mento da carreira de um magistrado
nome que sempre devemos preser- e só resta ao que a ele ascende, tudo
var. fazer para não desmerecê-lo, mas
Deixo este Tribunal com grande para dignificá-lo. E é o que prometo
saudade, tantos e tão bons momen- fazer, dedicando todo o meu empe-
tos aqui também passei, no compa- nho em justificar a escolha do meu
nheirismo ameno e compreensivo nome pelo Governo da República e a
em que aqui vivemos. E não fora is- sua aprovação pelo ilustre Senado
so, impossível: suportar-se a imensa Federal, no qual não se elevou ne-
responsabilidade e o volume de tra- nhuma manifestação contrária à in-
balho que a todos onera. E o deixo, dicação.
também, com a tranqüila certeza de Senhor Presidente, Ministro Jar-
haver cumprido os compromissos bas Nobre. Tal como o Ministro Dé-
que assumi ao nele ingressar, sem a cio Miranda, irei para o Supremo
nenhum faltar, de nenhuma transi- Tribunal Federal deixando esta Cor-
gência me acusando a consciência, te, sem chegar a sua Presidência.
de nenhum rigor que não tivesse co- Mas a Vice-Presidência propor-
mo adequado. cionou-me a possibilidade de conhe-
E quanto aqui aprendi nesses oito cer este Tribunal sob ângulos ou-
anos que se completarão em breves tros e mais me aproximou de Vos-
dias! sa Excelência e de sua obra ad-
ministrativa. Não quero, por isso
Algumas vezes reformulei concei- mesmo, deixar que me passe a opor-
tos e retifiquei pontos de vista ante tunidade de dizer que Vossa Exce-
as ponderações de colegas que ha- lência está realizando uma obra ex-
viam visualizado o problema sob ou- celente, em seqüência harmoniosa à
tro ângulo que a mim havia passado reconhecidamente magnífica admi-
despercebido E, posso dizê-lo; ja- nistração do Sr. Ministro Néri da Sil-
mais sacrifiquei à vaidade de não veira, seu antecessor. Vários tentos
retificar-me o resultado de um julga- tem marcado V. Exa., não sem à
mento. Não são as vaidades que nos custa de enormes sacrifícios pes-
tranqüilizam, mas o termos procura- soais, contrariando muitas vezes seu
do acertar. Não é só meu, entretan- próprio modo de ser e do qual V.E-
to, este mérito, pois tenho visto o xa. é tão cioso, como ter obtido para
mesmo acontecer com outros. O con- o próximo exercício elevadas verbas
senso a respeito é geral, pois o que para o reequipamento e melhoria
TFR - 99 247
Abre Campo, onde ali concluiu o cur- mo Pereira de Paiva, também é pro-
so primário e, posteriormente o gi- digioso na grande virtude de fazer
nasial, na cidade de Carangola. amigos.
Bacharelou-se em Direito pela Fa- Como bom mineiro, possui Pereira
culdade de Direito da Universidade de Paiva todas aquelas característi-
Federal de Minas Gerais, tendo cas que alguém já disse, marcam o
exercido a advocacia em várias co- caráter do mineiro: «Ser mineiro é
marcas de seu Estado, destacandoc ter simplicidade e pureza, humilda-
se as de São João Del Rey, Abre de e modéstia, coragem e bravura.»
Campo e Belo Horizonte. Aqui na Corte, soube manter o seu
Antes de abraçar a jUdicatura, foi elevado conceito de varão ilustre,
redator da conceituada Revista Co- honrado, trabalhador, independente,
mercial de Belo Horizonte; Delegado justo e bom.
Regional de Polícia, em Alvinópolis; Seus julgamentos seguros, bem
Prefeito de Abre Campo, sua terra avaliando os mÚltiplos aspectos ven-
natal. tilados nos processos, sempre con-
A partir de 1947, ingressa na Ma- cluíam em acórdãos notavelmente
gistratura, como Juiz Municipal, perficientes, demonstrando aquelas
exercendo suas funções nas comar- enunciadas qualidades, próprias que
cas de Capelinha, Nova Rezende e são de um autêntico juiz.
Teófilo Otoni. Estas minhas modestas palavras,
Elevado ao cargo de Juiz Substitu- não as tomo como uma despedida.
to e transformado em Juiz de Direi- Conforta-me, e mesmo alegra-me,
to, foi titular da 2~ Vara da Fazenda ter ouvido neste Plenário, há bem
Pública Federal, Estadual e Munici- poucos dias, dizer o nosso homena-
pal, onde serviu de 1954 a abril de geado: que deixa o Tribunal de direi-
1967, ocasião em que fora nomeado to, mas não o deixa de fato.
Juiz Federal da 1~ Vara da Seção Aqui sempre estará partilhando do
Judiciária do Estado de Minas Ge- nosso convívio sadio e fraterno, com
rais. o qual ele tanto se identificou.
Conheci Pereira de paiva há mais Ao finalizar, peço licença aos
de 15 (quinze) anos, quando fomos meus eminentes pares para relem-
nomeados e empossados, em 25 de brar palayras do então nosso colega,
abril de 1967, Juízes Federais: eu, na o Exmo. Sr. Ministro José Néri da
2~ Vara da Seção Judiciária do Dis- Silveira, quapQQ, em nome do Tribu-
trito Federal, e ele na 1~ Vara da Se- nal, despedia-se, em sessão especial
ção Judiciária do Estado de Minas como esta, do eminente Ministro Es-
Gerais. dras Gueiros.
Depois, a partir de junho de 1980, Disse ele: «É digno, ao meu pen-
tive o prazer e a ventura de com ele sar, do respeito de seus pares e dos
conviver mais de perto, nomeado concidadãos o magistrado que, pre-
que fora Ministro desta Corte e de- servando a independência e a inte-
signado membro da 1~ Turma, onde gridade, não incorre no grande peca-
também atuava eu, sob a presidên- do do juiz, no dizer de Calamandrei,
cia de outro Ministro da mesma têm- ql,1e é a soberba, e pode chegar, ao
pera, dos mesmos predicados, das fim de sua missão, convicto de que
mesmas virtudes, o sempre lembra- «só há uma glória» como proclamou
do com carinho - o nosso ines- Ruy Barbosa, «verdadeiramente dig-
quecível Peçanha Martins - que, co- na deste nome: - é a de ser bom.»
250 TFR - 99
dos homens, inclusive quando estes ros da Oficina do Direito, onde pode-
se colocam em posição de modelar a mos divisar o ilustre Ministro Perei-
vontade dos que adotam uma filoso- ra de Paiva, como um operário pa-
fia autocrática. drão.
Nas decisões dos Juízes e Tribu- Entrementes, ouso alongar-me,
nais, aquém da missão julgadora, as- por oportuno ao destaque, para anuir
pira à serenidade e à honradez de que, ao lado da missão da magistra-
propósitos, e além destas virtudes, à tura, coopera o Ministério Público
independência com a qual se mate- na realização do primado da Justiça
rializa a presença institucional de Ambas as instituições - magis-
Poder Judiciário. Posicionamentc tratura e Ministério Público - care-
que sempre foi adotado por V. Exa. cem de independência, para o provi-
Destacamos comentários sobre in- sionamento de suas reais necessida-
dependência, por ser esta a força do des, quer de ordem material, quer de
repúdio à submissão, à contempori- ordem funcional, o que não deixa de
zação viciosa, seja do agente da lei, implicar em quebra preceituaI da
seja da própria norma, quando ins- Carta Magna.
culpida sob inspiração autocrática. Do lado do Judiciário patenteia-se
«Direito repele o autoritarismo». a inferioridade de vencimentos, em
Bem disse o ilustre Dr. Samir Had- confronto com os dos outros Poderes,
dad, Procurador da República, em como o próprio desequilíbrio entre a
recente «Oração do Paraninfo» no diferenciação dos seus órgãos, a pon-
Estado do Piauí. to de ferir o princípio da hierarqui-
zação dos mesmos,.e também da já
Qualquer preponderância de von- evidenciada hostilização ao princípio
tade de um Poder sobre os outros, da isonomia.
instituídos na realização do pacto so-
cial, como batizado por Montes- Da parte do Ministério Público Fe-
quieu, para caracterizar a Democra- deral, além desse aspecto, mais se
252 TFR - 99
ressente ele de independência nos se- Estado de Minas Gerais, e ali encon-
guimentos de sua ação, de sorte que trei três Juízes que dentre outros
demanda modificação de potestade chamaram a minha atenção: Márcio
na sua atuação, quando emitir traba- Ribeiro, Edésio Fernandes e, logo
lho de natureza técnica, nos limites após, Pereira de Paiva.
em que se atenha à sua destinação Edésio Fernandes chegou à Corte
precípua de fiscal da lei e guardião Mineira e sempre abrilhantando a
da Constituição. Seria recomendá- jUdicatura do Estado de Minas' Már-
vel, para evitar o próprio desgaste cio Ribeiro chegou, também, àquela
do Governo e da Administração PÚ- Corte e depois foi nomeado para este
blica, proporcionar-lhe, como a lógi- Tribunal em cuj a posse tive ocasião
ca indica, apuração de exação do
cumprimento do dever, dos agentes de dizer o que disse do saudoso Míl-
da.Administração Pública. ton Campos, modesto como é do gos-
to dos mineiros e austero como con-
V. Exa., Senhor Ministro Pereira vém à República. .
de J:>aiva, deixa o Tribunal, ainda
sob essa visão panorãmica, prestes, Os mineiros destacam-se na vida
ao que se espera, de ser banido com pÚblica com aquele perfil traçado
a verdade democrática, acalentada pelo Ministro Otto Rocha: em todas
na alma do povo. as atividades em que eles se sobres-
A sua despedida se dá sob os saem, o fazem sempre com modés-
auspícios de uma recomendação con- .t1a, mas com indiscutível indepen-
fortadora pelo cumprimento do de- dência. Exemplo disso, para não ir
ver, pela higidez física, que lhe pro- em passado muito longinguo, na .su-
porcionarão a participação na felici- prema Corte, Lafayete de Andrada,
dade familiar, cujos folguedos hão Gonçalves de Oliveira, Vilas Boas e
de lhe preencher os vazios da trafe- Vitor Nunes. Leal. Nesta Corte,Már-
tória árdua que acaba de cumprir. cio Ribeiro, Décio Miranda, que hoje
abrilhanta o Supremo Tribunal e es-
Deus o acompanhe.» te notável Ministro, que conheci há
30 anos, e que me honra com sua
O Exmo. Sr. Ministro Jarbas amizade, cuj a delicadeza e educa-
Nobre (Presidente): «Como repre- ção, mal conseguem esconder a sóli-
sentante da Ordem dos Advogados da cultura jurídica, Otto Rocha. Não
do Brasil, Seção do Distrito Federal foi apenas neste Poder que os minei-
usará da palavra o Conselheiro Dr: ros se tornaram notáveis, nos outros
Fernando Figueiredo de Abranches.» dois Poderes, podemos citar, como
O Exmo. Sr. Dr. Fernando Figuei- exemplo, Milton Campos que foi
redo Abranches (Conselheiro da Or- mais à lei do que dos homens que
dem dos Advogados do Brasil - Se- deixou a pasta da Justiça do Es'tado,
ção do Distrito Federal): «O destino, porque não quis assinar o «AI 2» e
que é um conjunto de fatos e cir- que teve o pudor de não aceitar um
cunstâncias impostos pela força dos Cargo na Suprema Corte, num dos
acontecimentos, quis que o Presiden- convites, porque participara do au-
te da Ordem dos Advogados do Bra- mento dos seus membros e, no se-
sil, Seçã~ do Distrito Federal, fosse gundo, porque achava que a sua ida-
um mineIro e pudesse designar um de já não permitiria qJle ele desse a
outro ex-presidente e ex-líder da contribuição que o Pretório Excelso
classe para saudar um coestaduallo merece.
que se despede desta Egrégia Corte. E agora, nos nossos dias, depois do
Na década de 50, saindo da cidade memorável pleito de 15 de novem-
de Barbacena, cheguei à Capital do bro, permitido pelo ilustre Presiden-
TFR - 99 253
te João Batista de Figueiredo, o Se- mas, por outro lado, também, não
nador Tancredo Neves vem dando, permitiu que o particular por ele o
como denota a imprensa, a marca in- fosse.
discutível do grande estadista do Nesse seu exercício da judicatura,
nosso pais. deu a cada um o que é seu. Não é
Pereira de Paiva seguiu, como cansativo lembrar, porque é um pen-
juiz, o exemplo desses mineiros ilus- samento que deve estar sempre pre-
tres que se destacaram nos três Pode- sente, gue os juízes julgam os ho-
res da República. Sempre entendi, mens e os advogados julgam os
não sei se erradamente, na modéstia juízes.
dos meus conhecimentos, na páli- O voto da classe dos advogados de
da sombra da vida que vivo, que Brasília, expressado modestamente
exercer a judicatura, nada mais é do pela minha palavra trôpega, é de que
que exercitar a formação e a refor- V. Exa. foi um grande Juiz e V. Exa.
mulação da jurisprudência, cujo con- pode retornar à vida particular por-
ceito não há melhor, apesar da críti- que soube honrar Minas Gerais e a
ca dos autores que o consideram até judicatura do nosso país.»
visível, mas que está no Direito Ro-
mano e que é a pedra angular do dOi- O Exmo. Sr. Ministro Jarbas
reito moderno. Jurisprudência est Nobre (Presidente): «Em nome da
dlvlnarum ad comanarum rerum no- Turma de Formatura do Ministro
ticia just ad quem just clencla. Pereira de paiva falará o Dr. Petrô-
nio Muzzi.»
O conhecimento das coisas divi-
nas, segundo alguns, é o direito natu- O Exmo. Sr. Dr. Petrõnio Muzzl:
ral que na minha opinião é aquele «Vim das Minas Gerais para levá-lo
sexto sentido que o jurista tem, e a de volta.
notícia das coisas humanas são os Vim como representante do nosso
fatos da vida que se transformam em Paraninfo da Turma dos anos 40,
fatos jurídicos e que o juiz aplica co- ainda vivo e saudoso, o Professor
mo conhecimento do direito para que João Franzen de Lima, que ao refe-
faça dele a ciência do justo e do in- renciar o grande tribuno Pedro Alei-
justo. Esse foi o caminho seguido xo, no aniversário dos 55 anos do
por V. Exa., Ministro Pereira de «Estado de Minas Gerais», ocorrido
Paiva, em todos esses anos que te- anteontem, assim o colocou e nós o
nho acompanhado a sua vida, por- colocamos também como «uma vida
que, muito embora tenha vindo para trabalhosa, cheia de aspectos
Brasília nos idos de 1960, compareci difíceis, mas com um só traço de
à sua posse como juiz e mais tarde, unidade na sua atuação e no seu
nesta Corte, venho acompanhando comportamento: a serenidade, a hon-
seus votos e seus acórdãos bem co- ra, o escrúpulo, a dignidade que im-
mo as suas sentenças lá em Minas primiu sempre a todas as suas tare-
Gerais, os quais demonstram que V. fas.»
Exa. seguiu aqueles três princípios,
também do Direito Romano, enun- Vim em nome de uma Turma de
ciados por Vere ano que, ao lado de Bacharéis em Direito, dos anos 40,
Paulo Celso foi um dos. corifeus des- da nossa velha Faculdade de «Afon-
se direito honesti vlveri alterum non so Pena», que conhecem V. Exa. há
elederi sunc ist buere. quase 50 anos, desde os idos de 1936
e ao traço de unidade dito pelo Pro-
V. Exa. viveu honestamente como fessor João Franzen de Lima, nós
juiz e como homem. Como juiz não agora podemos dizer como o dissera
deixou que o Estado fosse lesado o Ministro Leitão Krieger nas pala-
254 TFR - 99
Alea jacta est. V. Exa. lançou a Durante anos longos e penosos, fo-
.arte, e temos certeza cairá para Be- mos agentes da prerrogativa divina
o Horizonte. Lá V. Exa. fará jus ao de julgar nossos semelhantes, em
cítulo de belo-horizontino querido; lá cumprimento da lei que obriga e
irá se encontrar com o nosso Padri- compele.
nho João Franzen, com seus 90 anos
em plena forma advocatícia, e por Um dia seremos nós compelidos a
fim, estaremos nós, seus colegas de nos submeter ao mesmo império da
Turma, todos na faixa dos 70 anos, lei, como um projeto aprovado por
alguns doentes e outros militando decurso do prazo, pela fatalidade do
até hoje na Justiça.» tempo inexorável.
É a inversão do dístico latino.
O Exmo. Sr. Ministro Jarbas
Nobre (Presidente): - «Concedo a Ducor, non duco.
palavra ao Senhor Ministro Pereira Sou conduzido, não conduzo mais.
de Paiva.» Sou julgado, já não julgo.
O Exmo. Sr. Ministro Pereira de Há um momento no itinerário do
Palva: «Meus companheiros de des- caminheiro que lhe parece ver
tino, meus pares, meus amigos. levantar-se à frente de seus passos
Compareço a esta reunião tocado uma montanha escura, que se eleva
de um sentimento conflitante, misto abruptamente, onde se pode ler a le-
de alegria velada por uma sombra genda sombria - «daqui não passa-
de discreta amargura. rás.»
Alegria de participar de uma reu- É num momento assim, quando
nião em família; amargura de sa- vaf, se completando a palavra da vi-
ber que acontece pela última vez. da, que me volto sobre o caminho
Sinto-me como igual ao marcenei- percorrido e vejo, de longe, marcos
ro de urnas funerárias, que um dia luminosos que assinalam momentos
fabricará sua própria urna. in apagáveis vividos durante a cami-
nhada e que formaram o acervo de
Creio que todos nesta Casa, de vi- lembranças consoladoras para os
vência pessoal ou por ouvir dizer, co- passos findos.
nhecem o estranho fenômeno.
Moribundos, para cUja recupera- E é precisamente nesta hora que
ção não se vislumbra a mais longín- planto, no chão de meu caminho, o
qua esperança, de repente, com uma marco lUminoso que assinala o mo-
expressão iluminada, um brilho es- mento fáustico da minha vida, em
tranho nos olhos amortecidos, falam sua hora crepuscular.
de uma melhora inesperada. Nesta Casa, o último pouso de uma
A família, em torno do leito, se longa jornada, sob cujo teto se aga-
alegra e Se mostra contagiada por salha o microcosmo humano do Bra-
aquele lampejo de esperança. sil, tenho guardado irrestrita fideli-
dade ao chão do berço, à silhueta de
Mas, intimamente, todos choram. montanhas alcantiladas, esbatidas
Todos sabem que aquele clarão fu- contra a linha do horizonte, contor-
gaz é a última visita da saúde. nos da minha formação telúrica e
A alegria que nesta hora me inun- sentimental, que gizaram as linhas
da a alma não me engana o coração, da minha índole de mineiro, uma pe-
porque sei que se trata simplesmen- culiaridade do homem da montanha,
te de uma última visita da felicidade que cedo aprende a se prevenir con-
que desfrutei no convívio amável e tra a surpresa da escalada nas cur-
fraternal desta Casa. vas dos caminhos.
256 TFR - 99
Agravo de Instrumento
41.437-RS ReI.: Min. Romildo Bueno de Souza .............. RTFR 99/1
42.575-SP ReI.: Min. Armando ROllemberg ................. RTFR 99/3
Apelação Criminal
4.163-MA ReI.,: Min. Peçanha Martins** ................... . RTFR 99/170
5.394-RJ ReI.: Min. Antônio Torreão Braz ................ . RTFR 99/173
5.508-PE ReI.: Min. Fláquer Scartezzini ................... . RTFR 99/176
* Indicação do Gabinete do Ministro Carlos Mário Velloso.
** Indicação do Gabinete do Ministro WaShington Bolívar de Brito.
266 TFR - 99
B
Ct Bens da União. Insuscetibilidade de usucapião. Art. 4?, IV, C.F. AC 44.092-
PR - RTFR 99/11
c
Adm Caixa Econõmica Federal. Gerente. Endosso ou aval em cheque. Respon-
sabilidade. AC 66.232-GO - RTFR 99/128
270 TFR - 99
D
Trbt Débito tributário. Depósito judicial. Suspensão de exigibilidade. Com-
preensão no valor e no depósito, da correção monetária, dos juros e, se for
o caso, do encargo do art. 1? do Decreto-Lei 1.025/69 c/c art. 1? do
Decreto-Lei 1.645/78. Aplicação do art. 151, I e 11 do CTN e Arts. 1? e 4? do
Decreto-Lei 1.737/79. AG 41.437-RS - RTFR 99/1
prCv Decisão em exceção de incompetência. Recurso. Cabe agravo de instru-
mento da decisão que julgar exceção de incompetência, quer acolhendo-a,
quer recusando-a CPC arts. 522 e 308/9. AC 75.726-MS - RTFR 99/152
Trbt Decisão ministerial. Comunicação. Intimação pessoal do interessado.
Transferência de propriedade ou uso. Satisfação das exigências legais.
Pena de perdimento. Art. 105, XIII, Decreto-Lei 37/66. MS 95.602-DF -
RTFR 99/210
Pen Denúncia. Desacato. Discussão entre servidores. ACr 4.163-MA - RTFR
99/170
TFR - 99 271
E
PrCv Embargos do devedor. Competência dO lAPAS. Quotas de previdência.
Táxi aéreo. Contribuições. AC 72.031-MT - RTFR 99/69
PrCv Embargos Infringentes. Ação de Interdito proibitório. Conversão em desa-
propriação Indireta. Indenização. EAC 62.1.81-PE - RTFR 99/84
Adm Endosso ou aval em cheque. Responsabilidade. Caixa Econômica Federal.
Gerente. AC 66.232-GO - RTFR 99/128
Trbt Equipamento destinado à pesquisa cientlfica. Pena de perdimento. Impor-
tação. MS 89.257-DF - RTFR 99/183
Estabelecimento de normas. Contenção de despesas. Provimento 251, de
14-4-83 - RTFR 99/233
Trbt Estlmulos fiscais. Cumulação de Incentivos. Imposto de renda. Leis
4.663/65 e 4.862/65. AC 32.524-MG - RTFR 99/5
PrCv Exclusão da meação da mulher. Aplicação do art. 3? da Lei 4.121/62. Exe-
cução. Título extrajudicial. Denunciação à lide. Penhora de bem perten-
cente a avalista. AC 65.202-BA - RTFR 99/124
PrCv Execução. Título extrajudicial. Denunciação à lide. Penhora de bem per-
tencente a avalista. Exclusão da meação da mulher. Aplicação do art. 3?
da Lei 4.121/62. AC 65.202-BA - RTFR 99/124
Trbt Execução Fiscal. Honorários de advogado. Taxa do Decreto-Lei l.025/65.
AC 6l.450-SP - RTFR 99/82
Ct Execução fiscal. Quotas de previdência. Autarquia municipal. Não é in-
constitucional a cobrança ao Município e suas autarquias. C.F., arts. 19,
lU, a e 21, § 2?, 1 - LOPS - Art. 71, I AC56.547-SP - RTFR 99/62
PrCv Execução fiscal. Supensão do processo. Recursos. Agravo de Instrumento.
Dlsposíções aplicáveis do CPC e da Lei 6.830/80. AC 72.785-RS - RTFR
99/150
PrCv Execução hipotecária. Código Civil. Aplicação dos Arts. 815 e 816. AC
70.715-PR - RTFR 99/144
Cv ExeGução de sentença. Juros. Desapropriação. EAC 66.248-SP - RTFR
99/133
272 TFR - 99
F
Adm Falta ao serviço, Prescrição, Licença especial. AC 50.442-MG - R'I'FR
99/60
PrCv F,G,T,S, Anulatória de débito, AC 60,558-RS - RTFR 99/80
Adm Fixação de quotas de trigo dos moinhos, SUNAB, Aferição da capacidade
de moagem, Revisão, Decreto-Lei 210/67 e Portaria 137/67, Extensão de
decisão do STF, Situação anterior ao Decreto-Lei 210/67, AC 45,367-SP -
RTFR 99/14
Adm Funcionário, Disponibilidade, Aproveitamento, Plano de Classificação de
Cargos, AC 57,197-RJ - RTFR 99/71
Prev Funcionário público, Aposentadoria, AC 77,215-BA - RTFR 99/160
G
Adm Gerente, Endosso ou aval em cheque, Responsabilidade, Caixa Exonômi-
ca Federal. AC 66,232-GO - RTFR 99/12fl
H
Trbt Honorários de advogado, Taxa do Decreto-Lei 1.025/65, Execução Fiscal.
AC 61.450-SP - RTFR 99/82
I
Trbt IPI. Sociedade anônima, Responsabilidade de acionista-diretor, Aplicação
do art, 135, IH - CTN, Arts, 121 e § I? e 122, caput, do Decreto-Lei
2,627/40 ratificados pelo art. 158 e §§ da Lei 6.404/76 e do art. 2? do
Decreto-Lei 326/67, AC 45,682-SP - RTFR 99/52
PrCv Indenização, Embargos infringentes, Ação de interdito proibitório, Con-
versão em desapropriação indireta, EAC 62,181-PE - RTFR 99/84
PrPen Indiciamento, Constrangimento ilegal. HC 5.478-DF - RTFR 99/218
Trbt Importação, Equipamentos destinados à pesquisa científica, Pena de per-
dimento, MS 89,257-DF - RTFR 99/183
PrCv Importação, Mandado de segurança, Prazo decadencial. Mercadorias in-
cluídas na categoria geral não estão sujeitas a licença prévia, sendo ina-
plicáveis as sanções do inciso I do art. 60, da Lei 3,244/57, AMS 79,707-SP
- RTFR 99/180
Trbt Importação, Países membros da ALALC/ALADI ou do GATT, Princípio
da igualdade de tratamento, Imposto sobre operações de câmbio, Decreto-
Lei 1.783/80 - CTN, art. 98, AMS 93,940-RJ - RTFR 99/201
Trbt Imposto de renda, Estímulos fiscais, Cumulação de incentivos, Leis
4,663/65 e 4,862/65, AC 32,524-MG - RTFR 99/5
Trbt Imposto de renda, Isenção relativa, AC 57,637-MG - RTFR 99/78
Trbt Imposto de renda, Pensão de caráter indenizatório, Intributabilidade,
Ação anulatória de débito fiscal. Aplicação do art. 36 do RIR e, vigor na
época e inaplicabilidade do art. 53 do mesmo Decreto 58,400/66, AC 49,894-
PR - RTFR 99/56
Trbt Imposto de renda, Sociedade civil de prestação de serviços, Trabalho de
terceiros, Correção monetária, AC 57,013-SP - RTFR 99/69
Trbt Imposto sobre operações de câmbio, Importação, Países membros da
ALALC/ ALADI ou do GATT, Princípio da igualdade de tratamento,
Decreto-Lei 1.783/80 - CTN, art. 98, AMS 93,940-RJ - RTFR 99/201
Instalaçã0 de seção judiciária, Providências administrativas, Provimento
n? _250, de 13-4-83, CJF - RTFR 99/233
TFR - 99 273
J
Tr Jornada de trabalho. Reclamação trabalhista. Qüinqüênio anterior à op-
ção. EDRO 4.274-MG - RTFR 99/220
Cv Juros. Desapropriação. Execução de sentença. EAC 66.248-SP - RTFR
99/133
prCv Justiça Federal. Revogação da Lei 6.032/74. Custas. Lei 6.789/80 - CPC,
arts. 518 e 519. AG 42.575-SP - RTFR 99/33
L
Adm Licença especial. Falta ao serviço. Prescrição. AC 50.442-MG - RTFR
99/60
M
Ct Mandado de segurança. Médico-militar da ativa. Contrato com o
INAMPS. Acumulação. AMS 89.989-PE - RTFR 99/192
PrCv Mandado de segurança. Prazo decadencial. Importação. Mercadorias in-
cluídas na categoria geral não estão sUjeitas a licença prévia, sendo ina-
plicáveis as sanções do inciso I do art. 60, da Lei 3.244/57. AMS 79.707-SP
- RTFR 99/180
Ct Médico-milltar da ativa. Contrato com o INAMPS. Acumulação. Mandado
de segurança. AMS 89.989-PE - RTFR 99/192
Pen Mercadoria estrangeira. Comprovação de descaminho. ACr 5.508-PE -
RTFR 99/176
Adm Militar. Reforma. Proventos do posto imediato. AC 56.895-RJ - RTFR
99/66
N
Adm Nulidade de ato administrativo. Diferenças de vencimentos. Valor da cau-
sa. AC 76.113-PR - RTFR 99/155
p
Trbt Países membros da ALALC/ALADI ou do GATT. Princípio da igualdade
de tratamento. Imposto sobre operações de câmbio. Importações.
Decreto-Lei 1.783/80. CTN. Art. 98. AMS 93.940-RJ - RTFR 99/201
Trbt Pena de perdimento. Decisão ministerial. Comunicação. Intimação pes-
soal do interessado. Transferência de propriedade e uso. Satisfação das
exigências legais. Art. 105. XIII. Decreto-Lei 37/66. MS 95.602-DF - RTFR
99/210
274 TFR - 99
Q
Tr Qüinqüênio anterior à opção. Jornada de trabalho. Reclamação trabalhis-
ta. EDRO 4.274-MG - RTFR 99/220
prCv Quota de previdência. Táxi aéreo. Contribuições. Embargos do devedor.
Competência do lAPAS. AC 72.031-MT - RTFR 99/147
ct Quotas de previdência. Autarquia municipal. Execução fiscal. Não é in-
constitucional a cobrança ao Município e suas autarquias. CF, Arts. 19,
IH, a e 21, § 2?, I. LOPS, art. 71, L AC 56.547-SP - RTFR 99/62
R
Tr Reclamação trabalhista. QÜinqüêniO anterior à opção. Jornada de traba-
lho. EDRO 4.274-MG - RTFR 99/220
Tr Reclamação trabalhista. Revisão de atos administrativos. RO 5.763-PE -
RTFR 99/227
PrCv Recursos. Agravo de instrumento. Execução fiscal. Suspensão do proces-
so. Disposições aplicáveis do CPC e da Lei 6.830/80. AC 72.785-RS - RTFR
99/150
TFR - 99 275
s
Trbt Satisfação das exigências legais. Pena de perdimento. Decisão ministe-
rial. Comunicação. Intimação pessoal do Interessado. TranSferência de
propriedade ou uso. Art. 105, XIII. Decreto-Lei 37/66. MS 95.602-DF -
RTFR 99/210
Trbt Sociedade anônima. Responsabilidade de acionista-diretor. Aplicação do
art. 135, IH do CTN. Arts. 121, § I? e 122, caput, do Decreto-Lei 2.627/40,
ratificados pelo art. 158 e §§, da Lei 6.404/76 e do art. 2? do Decreto-Lei
326/67. AC 45.682-SP - RTFR 99/52
Trbt Sociedade civil de prestação de serviços. Trabalho de terceiros. Correção
monetária. Imposto de renda. AC 57.013-SP - RTFR 99/69
Solenidade. Homenagem ao Exmo. Sr. Mln. Aldlr G. Passarinho - RTFR
99/237
Solenidade. Homenagem ao Exmo. Sr. Mln. José Pereira de Palva -
RTFR 99/248
Solenidade. Posse do Exmo. Sr. Mln. Hélio Pinheiro da Silva - RTFR
99/261
Adm SUNAB. Fixação de quotas de trigo dos moinhos. Aferição de capacidade
real de moagem. Revisão. Decreto-Lei 210/67 e Portaria 137/67. Extensão
de decisão do STF. Situação anterior ao Decreto-Lei 210/67. AC 45.367/SP
- RTFR 99/14
Trbt Suspensão de exigibilidade. Débito tributário. Depósito judicial. Com-
preensão no valor e no depósito, da correção monetária, dos juros e, se for
o caso, do encargo do art. I? do Decreto-Lei 1.025/69 c/c art. I? do
Decreto-Lei 1.645/78. Aplicação do art. 151, I e H do CTN e arts. 1? e 4? do
Decreto-Lei 1.737/79. AG 41.437-RS - RTFR 99/1
PrCv Suspensão do processo. Recursos. Agravo de Instrumento. Execução fis-
cal. Disposições aplicáveis do CPC e da Lei 6.830/80. AC 72.785-RS -
RTFR 99/150
276 TFR - 99
T
Trbt Taxa do Decreto-Lei 1.025/65. Execução fiscal. Honorários de advogado.
AC 61.450-SP - RTFR 99/82
prCv Táxi aéreo. Contribuições. Embargos do devedor. Competência do lAPAS.
Quota de previdência. AC 72.031-MT - RTFR 99/147
PrCv Título extrajudicial. Denunciação à lide. Penhora de bem pertencente a
avalista. Exclusão da meação da mulher. Aplicação do art. 3? da Lei
4.121/62. Execução. AC 65.202-BA - RTFR 99/124
Trbt Trabalho de terceiros. Correção monetária. Sociedade civil de prestação
de serviços. Imposto de renda. AC 57.013-SP - RTFR 99/69
Trbt Transferência de propriedade ou uso. Satisfação das exigências legais.
Pena de perdimento. Decisão ministerial. Comunicação. Intimação pes-
soal do interessado. Art. 105, XIII, Decreto-Lei 37/66. MS 95.602-DF -
RTFR 99/210
Adm Transporte coletivo. Alteração do itinerário. AMS 96.545-RJ - RTFR
99/213
v
Adm Valor da causa. Nulidade de ato administrativo. Diferenças de vencimen-
tos. AC 76.113-PR - RTFR 99/155
Prev Viúva. Cancelamento de pensão. Restabelecimento. AC 79.367-SP - RTFR
99/167