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DO
TRI_BUNAL
FEDERAL DE
RECURSOS
DIRETOR:
Secretário:
REVISTA TRIMESTRAL
Administração:
Tribunal Federal de Recursos - Praça dos Tribunais Superiores
Brasília - Brasil
MINISTROS:
DECIO MmANDA
Jurisprudência .................................................... . 3
Despachos em Recursos Extraordinários ............................ . 179
Ato do Conselho da Justiça Federal ................................ . 193
índice Sistemático ................................................ . 196
índice Alfabético ................................................. . 202
APELAÇÃO CíVEL N.o 28.388 - GB
Relator - O Ex.mo Sr. Min. José Néri da Silveira
Revisor - O Ex.mo Sr. Min. Márcio Ribeiro
Apelantes - Cia. Armadora Brasileira, Cia. de Seguros Phoenix Pernambucana
e outros
Apelados - Os mesmos
EMENTA
Seguros Marítimos.
Tribunal Marítimo: natureza e atribuições.
Exegese do art. 18, da Lei n.O 2.180, de 5-2-1954, em
face do art. 153, § 4.°, da Emenda Constitucional n.o 1,
de 1969.
Livre é, em princípio, ao Poder Judiciário conhecer
da matéria decidida pelo Tribunal Marítimo; suas de-
cisões não têm efeito de coisa julgada. As conclusões, de
natureza técnica, do Tribunal Marítimo, Inscrevem-se,
entretanto, no particular, entre as provas de maior va-
lia, devendo merecer a mais aestacada consideração, de
juízes e tribunais, por tratar-se de órgão oficial e espe-
cializado. Sem prova mais convincente em contrário, na-
da autoriza se desprezarem as conclusões técnicas do Tri-
bunal Marítimo.
Ação de cobrança de seguro marítimo procedente.
Naufrágio julgado pelo Tribunal Marítimo como decor-
rente de fortuna do mar, não convencendo as alegações
em contrário das seguradoras, no sentido de tratar-se de
"naufrágio fraudulento".
Os juros moratórios devem ser conta,dos a partir do
décimo sexto dia da entrega da documentação do sinistro
(Cód. Com., art. 730).
Improcedente pedido de lucros cessantes, em face do
disposto no art. 162, do Decreto-lei n.O 2.063, de 7 de
março de 194:0.
Correção monetária do valor do seguro contratado;
sua inadmissão no caso concreto. No regime anterior à
Lei n.O 5.488, de 27-3-1968, operava o art. 182, do Decre-
to-lei n.O 2.06'3, de 7-3-1940, como norma prefixadora da
indenização máxima, estabelecendo limite à responsabi-
liàade de segurador, embora não estivesse vedada a es-
tipulação de cláusula de correção monetária, no contra-
to de seguro. Natureza do ",;:t. 14, do Decrf::to-Iei n.O 73,
de 21-11-1966.
Sem cláusula expressa no contrato de seguro, so-
mente é cabível correção monetária nesta matéria, na
vigência da Lei n.o 5.488, de 27-8-1geS, a qual não inci-
dirá, em se tratando de contrato que lhe for anterior.
Nesse sentido, o insígne Waldemar É que, à vista do art. 141, § 49, da Lei
Ferreira escreveu: Maior de 1946, do art. 150, § 49, da Car-
«Embora composto de juízes, não ta Política de 1967, e art. 153, § 49, da
se entrosou no Poder Judiciário, Emenda Constitucional n 9 1, de 1969,
mantendo-se à ilharga do Poder vale entender que somente órgãos do
Executivo, como simples órgão ad- Poder JudiciáriO estão investidos da fun-
ministrativo e técnico. Não mais ção jurisdicional, em sua plenitude. É o
do que isso. Não é órgão judiciá- princípio de una lex una jurisdictio. O
rio; mas sim auxiliar dos juízes e regime entre nós adotado, como mostrou
tribunais comuns, na matéria de Francisco Campos, é o da supremacia da
sua competência". lei, o do nule of law, em que a compe-
petência da justiça vai até onde chega
E, em outro passo, após registrar a a da legislação, de forma que, em ha-
competência ampla do Tribunal Maríti- vendo «na lei a aplicação, sobre a apli-
mo, no regime da Lei n 9 2.180, de 5 de cação desta lei", possível é instaurar-se,
fevereiro de 1954, sinalou: perante o Judiciário, "um juízo conten-
''Espraiou-se a matéria da com- cioso, de caráter final e conclusivo, e,
petência do Tribunal Marítimo, co- conseguintemente, de efeitos obrigató-
mo se acaba de verificar; e essa é rios para os demais poderes". Como
matéria cheia de dificuldades, por- observou, nesse sentido, o eminente Pro-
que tal tribunal, não obstante dece- fessor Alfredo Buzaid, "quaisquer outros
pada sua denominação do adjetivo, ( órgãos), criados em lei ordinária, sem
que inicialmente o caracterizava, o necessário lastro constitucional, para
nem por isso deixou de ser órgão funções jurisdicionais, terão, quando
simplesmente administrativo, sem muito, o quase judicial power, nunca,
nenhuma das funções pertinentes, porém, o exercício pleno da jurisdição".
por dispositivos da Constituição Fe- E prossegue: "No que tange ao proces-
deral, aos órgãos do Poder Judiciá- so propriamente dito, o que se tira, co-
rio. É o que nunca se deve perder mo consectário jurídico do art. 141, §
de vista, no apreciar as suas deci- 49, é a regra de que só através do devido
sões." processo legal pode ser apreciada a pre-
tensão que se funda na argüição de ato
E remata, diante dos arts. 18 e 19, da lesivo a direito individual. A lei cOns-
Lei n 9 2.180, de 19'54, verbis: titucional impede que seja tirado do Ju-
"A decisão do Tribunal Marítimo, diciário o julgamento de pretensão fun-
proveniente de órgão administrati- dada em lesão a direito individual, por-
vo, mas técnico, não judiciário, ins- que a atividade específica deste, que é a
creve-se entre as provas de maior jurisdição, pressupõe sempre, como o di-
valia. Não tem, como se pretendeu, zia Alfredo Rocco, "um órgão indepen-
efeitos conclusivos de molde a va- dente e imparcial, um contraditório re-
ler como coisa julgada. Isto não. gular, e, finalmente, um procedimento
preestabelecido com formas capazes de
Opera como laudo de técnicos, de assegurar a resolução justa do litígio"
autoridade imensa; mas juízes e tri- (apud, Revista de Direito Processual Ci-
bunais, em face de outros elementos vil, 29 voI., págs. 17 e 18) .
probatórios, podem propender por
estes, havendo-os como mais con- Dessa sorte, estou em que, em prin-
vincentes" (apud, Instituições de cípio, livre é ao Poder Judiciário conhe-
Direito Comercial, 4~ ed., voI. IV, cer da matéria dos autos, em toda a sua
págs. 96 a 102) . extensão) mas, em concreto, há de aten-
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excedente ao valor do barco, vendo-se, objeção se fez, por parte dos réus, quan-
aí, outrossim, indício do animus da au- to a este aspecto, o que, à evidência, se
tora de locupletar-se, ilicitamente, com imporia, se procedente, como questão
o naufrágio, antes concebido, máxime vestibular, argüível ab initio.
porque as garantias foram de riscos de Os documentos de fls. 14 e 15 reve-
perda total. lam, ao contrário, que a Companhia
Às fls. 231/232 consta o histórico dos Phoenix Pernambucana, Líder, manifes-
seguros do casco do navio em foco, re- tando-se favoravelmente ao "pagamento
latado pelo IRB, nestes termos: (lê). da perda total" (sic), nenhum reparo
À sua vez, a autora rebate o argumen- faz, quanto ao valor do seguro. Tam-
to, provando o ajuste de seguro, no ex- bém, o próprio Instituto de Resseguros
terior, do navio, em fevereiro de 1964, do Brasil, em correspondência enviada
por Cr$ 300.000,00, contrato celebrado à Cia. Líder, consoante se vê às fls. 561,
no mercado inglês, notoriamente exi- nada opõe quanto a essa questão, infor-
gente. Trata-se do barco classificado pe- mando, apenas, que, "não tendo havido
lo Bureau Veritas, portador da "Cruz de ainda decisão definitiva do Tribunal Ma-
Malta de P Classe" (fls. 60). Esse se- rítimo sobre o sinistro, não pode ser au-
guro, no exterior, é fato admitido pelo torizado o pagamento da indenização".
IRB, às fls. 48, estando, outrossim, com- Depreende-se desses elementos que a in-
provado por documentos que ofereceu a vocação em tela somente se propôs
autora, juntamente com o memorial, já quando os réus resolveram discutir o pa-
citado. gamento do seguro, não aceitando a de-
Extrai daí a autora, na peça firmada cisão favorável à autora, por parte do
por seu patrono, Dr. Galeno Lacerda, Tribunal Marítimo.
ilação que a tenho como, em parte, ra- De outra parte, se é certo, em face do
zoável, verbis: "Ora, decorridos um ano disposto no art. 693 do Código Comer-
e meio, exatamente, quando o País mer- cial, que, em princípio, admissível é, em
gulhou na sua pior crise inflacionária, seguro marítimo, impugnação do valor
segurar o mesmo bem, em julho de 1965, segurável, isso se há de aceitar, nos ter-
por Cr$ 500.000,00, significa estimá-lo, mos da lei, de forma limitada. Como,
na verdade, por valor real abaixo do re- na espécie, ensina Pontes de Miranda, "a
conhecido pelo seguro anterior, pois nes- ação que se há de propor é ação consti-
te período o índice de inflação no Bra- tutiva negativa, de eficácia limitada ao
sil foi superior a 100%, como é notório." excesso de valoração antes da cobrança
É certo que não procede, inteiramente, a judicial do seguro, ou em reconvenção."
observação, data venia, se considerarmos E aduz: "O ônus de alegar e provar é do
que, de fato, à época do seguro ora im- segurador. Se a espécie entra no que se
pugnado o barco se encontrava com seu prevê no art. 671, há ônus de prova,
valor depreciado pelas avarias sofridas, para o segurado, do embarque das fa-
havia pouco tempo. De qualquer forma, zendas; porém essa matéria é estranha à
porém, cumpre entender que, no contra- do art. 693 (Supremo Tribunal Federal,
to de seguro, a proposta há de ser ana- 2 de abril de 1924, R. de D., p. 173).
lisada pela seguradora. Há elementos no Em outro passo, registra o festejado
sentido de não ser despropositado o va- mestre: "Ao segurador cabe, nos casos
lor do seguro, que as rés contrataram em que pode impugnar o valor segurá-
com a autora para cobertura de riscos vel que fora dado, alegar e provar o que
concernentes a uma viagem do navio. atingiria a determinação negociaI ( ... ).
Releva, aqui, sinalar que, na fase ini- Os precos são fixados conforme os meios
cial da liquidação do sinistro, nenhuma de pro;a que os arts. 693 e 698 do Códi-
-15 -
reito público, do emprego da técnica da v. 50, pág. 476). Em outro passo, anota o
escala móvel, no domínio do contrato em festejado jurista: "Os intérpretes têm de
geral. A posição da doutrina antes apon- assentar que, em qualquer negócio jurí-
tada, no sentido de ser válida a utiliza- dico, cuja lex specialis não lhe vede, po-
ção da cláusula escalar, nada obstando de ser inserta a cláusula de correcão do
à sua legitimidade a proibição de esti- valor monetário conforme os coefi~ientes
pular-se a cláusula-ouro ou seus sucedâ- aprovados pelo Conselho Nacional de
neos, está, agora, ineguivocamente, con- Economia" (Tratado, v. 50, pág. 477)
fortada por essa orientação legislativa, (cf., nesse sentido, a Lei n 9 4.602, de
onde se consagra a escala móvel. 16-3-65).
Pontes de Miranda, antes da Lei n Q qualquer neg6cio jurídico, cuja lex spe-
5.488, de 27-8-1968, escreveu, verbw: cialw não lho vede, pode ser inserta a
"A fixação do valor segurado é cláusula de corrreção do valor monetá-
elemento essencial do contrato, rio, conforme os coeficientes aprovados
mesmo se coincide com o valor se- pelo Conselho Nacional de Economia"
gurável, isto é, o valor do bem. Se (apud, Tratado de Direito Privado, voI.
o bem cresce de valor e o seguro 50, pág. 477).
foi do valor que ele tinha, não se Daí, outrossim, por que compreendo
tem de ressarcir o dano acima do a vigente regra do art. 14, do Decreto-
que foi estabelecido. O aumento do lei n9 73, de 21 de novembro de 1966,
valor do bem não faz mais elevado que autoriza "a contratação de seguros
o valor segurado, que, se foi o do com a cláusula de correção monetária
bem ao tempo da conclusão do con- para capitais e valores, observada a
trato de seguro, não acompanha a equivalência atuarial dos compromissos
elevação do valor" (op. cit., págs. futuros assumidos pelas partes contra-
309 e 310, § 4.919). tantes, na forma das instruções do Con-
Nega, assim, Pontes de Miranda, con- selho Nacional de Seguros Privados",
soante o reconhece o ilustre firmatário tão-s6 como norma meramente explici-
do memorial da autora, possa a indeni- tante, no dizer de Pontes de Miranda,
zação do sinistro estar sujeita a correção acerca das leis recentes nesse particular,
monetária, em caso de desvalorização da "tendo por fito pôr em relevo que não
moeda, de modo a poder ultrapassar o é contra o direito vigente (o estado
valor nominal consignado na ap6lice. atual do sistema jurídico) o que elas edi-
Tenho, é certo, à vista do antes expos- tam ou o que o fazem para pôr em uso
to, quanto às cláusulas de correção mo- o que não se tem praticado" (Tratado,
netária, que não seria vedada sua esti- v. 05, pág. 476).
pulação, diante do disposto no art. 1.460, Ora, in hoc casu, inexiste estipulação
do C6digo Civil, verbw: de correção monetária, tal como seria
"Quando a ap6lice limitar ou par- possível, segundo o direito então vigen-
ticularizar os riscos do seguro, não te.
responderá por outros o segurador." Sem cláusula expressa, incidiam a nor-
Nem há, outrossim, extrair do art. 182, ma do art. 182, do Decreto-lei n 9 2.063,
do Decreto-lei n 9 2.063, de 1940, enten- de 1940, definindo o limite da responsa-
dimento diverso, pois, aí, apenas, o que bilidade do segurador, e ainda a do art.
se estabelece é a estipulação da indeni- 1.460, do C6digo Civil.
zação máxima, em cujo âmbito prevista Em face disso, data venia, não seria
poderia estar a cláusula correcional viável garantir, como pretende, em mag-
avançada. nífica exposição, o ilustre jurista do Rio
Aliás, como destacamos acima, antes Grande do Sul, professor Galeno Lacer-
da abundante legislação que adota a da, correção monetária, sem lei que a
correção monetária, a liberdade das es- assegurasse, muito embora os judiciosos
tipulações de reajustamento, de confor- argumentos expendidos E1m seu favor.
midade com a cláusula-índice ou de es- Assim, sem cláusula expressa no con-
cala m6vel era consagrada pela doutrina trato de seguro, somente cabe, data ve-
e jurisprudência, somente excepcionadas nia, a pretensão de correção monetária,
as hip6teses de vedação por lei especial. neste campo, na vigência da Lei n Q
Conforme anotou Pontes de Miranda: 5.488, de 27 de agosto de 1968, que a
"Os intérpretes têm de assentar que, em instituiu nos casos de liquidação de si-
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le Juízo, pela ré, conforme consta a ser devolvido em moeda pelo deposi-
do auto de fls. 85 e cuja importân- tário, o dia 15 de novembro de 1965,
cia foi colocada na agência do Ban- pois, argumentou, depois dessa data
co Nacional do Paraná e Santa Ca- prosseguiu vigente por prazo indeter-
tarina S., A.,,, pIOr ordem daquele minado o contrato do depósito;
mesmo JUIZO.
b) quando considerou o valor fixado
Dessa decisão apelou apenas o Ins- em documentos nos quais se consigna-
tituto Brasileiro do Café insurgindo-~e va a pauta fixada pelo Estadc, do Para-
contra o valor atribuído pela sentença ná para cobrança de tributo e não o
à mercadoria objeto do depósito, ale- constante da certidão da Bolsa Oficial
gando que para tal se alicerçara em do- de Valores como sendo a cotação do dia
cumentos sem autenticidade, e que, de 15 de novembro de 1965.
qualquer forma, não espelhavam a rea-
lidade por indicarem valores adotados N a primeira parte o recurso não pro-
pelo Estado do Paraná para efeito de cede porque mesmo admitida a tese de-
cobrança de tributo, quando se deveria fendida pelo apelante de que o contm-
ter considerado a cotação da Bolsa Ofi- to de depósito, cujo prazo terminara a
cial de Valores. Mirmou ainda não se 12 de novembro de 1965 - (doc. de fls.
justificar a adoção da data de 15 de 9), prorrogara-se por tempo indetermi-
novembro de 1965 como aquela em que nado, o pedido feito na inicial foi de
a devolução da mercadoria deveria s-::r indenização tendo em conta o valor da
feita, pois, argumentou, sendo o contra- mercadoria no ano de 1965.
to de depósito contrato real, somente Este o pedido:
ao se operar a tradição da coisa ao de-
positante estaria extinto e, assim, se fin- "Não tendo sido satisfeito, por-
do o prazo, o depositário continuou a tanto, na reposição da mercadoria,
guardar a mercadoria, prorrogara-se por o Instituto Brasileiro do Café re-
prazo indeterminado. quer a expedição de carta precató-
ria à Comarca de Paranaguá, para
Pediu afinal que a liquidante do da- a citação da Companhia Floresta
no fosse remetida para a execução quan- de Armazéns Gerais, que naquela
do seriam apurados devidamente, le- cidade mantém domicílio à Av. Ar-
vando-se em conta conhecimentos ma- thur de Abreu n9 29, devendo a di-
rítimos e certificados de seguro, do· ligência ser cumprida na pessoa de
cumentos realmente representativos do seu Diretor Presidente, Sr. Emídio
valor da mercadoria. da Rosa Neto, ou de seu Diretor
Oferecidas contra-razões os autos vie- Superintendente, Sr. José de Aze-
ram a esta instância, tendo a Subpro- vedo Barroso, que é o substituto
curadoria pedido o provimento dos re- eventual do primeiro, para o fim
cursos. de, consoante o artigo 367 do Có-
digo de Processo Civil, serem ali en-
É o relatório.
tregues em Juízo, ou depositadas,
VOTO dentro de 48 horas, as aludidas ..
5.277 sacas de café da safra 60/61,
O Sr. Min. Armando Rollemberg (Re- remanescente dos lotes E. . ..... .
lator): Em dois pontos insurgiu-se o 095/PE. 123 e 128 - ER 3040, com-
Instituto Brasileiro do Café contra a ponentes do recibo de depósito n 9
sentença, a saber: 4/033, ou o seu equivalente em di-
a) quando adotou, como data base nheiro, que o autor estima em Cr$
para a fixação do valor da mercadoria 159.784.400 (cento e cinqüenta e
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EMENTA
Alienação de imóvel do ex-IAPB, na vigência do De-
creto n.o 34.828/53. O direito do segurado classificado em
concorrência pública a ver ultimada a transação, pelo pre-
ço e nas condições fixadas no edital, não podia ser preju-
dicado por procrastinação da Administração e nem pela
legislação superveniente. Inadmissível, de outro lado, anu-
lar-se a venda de um só apartamento, por isso que a lici-
tação só poderia ser anulada, toda ela, se interesse público
o justificasse. Ação popular improcedente.
to aos agravos no auto do processo for- cisão sobre a venda do imóvel. No mé-
mulados por Arnaldo Lopes Sussekind e rito, afirmou que a operação fora feita
Luciano Carvalho; julgar prejudicado o em atenção a despacho do Sr. Ministro
agravo no auto do processo peticionado do Trabalho e Previdência Social, não
por Roberto Eiras Furquim Werneck e cabendo ao IAPB senão executá-lo.
rejeitar a argüição de nulidade da sen- Acrescentou que tanto não contribuiu
tença recorrida. No mérito, dar provi- para a venda que, tendo o Conselho Di-
mento aos recursos para reformar a sen- retor do Departamento Nacional da Pre-
tença e julgar improcedentes as ações, vidência Social negado autorização para
nos termos do voto do Sr. Ministro Re- a mesma, ela, autarquia, não recorreu
lator, também por unanimidade, na for- de tal decisão, antes tendo determinado
ma do relatório e notas taquigráficas a reavaliação do imóvel, ao qual fora
procedentes, que ficam fazendo parte atribuído o valor de Cr$ 37.000,00.
integrante do presente julgado. Custas
de lei. O réu Luciano Carvalho alegou:
a) ilegitimida,de ad causam da auto-
Brasília, 19 de março de 1971. - Go- ra por ser de nacionalidade alemã e,
doy Ilha, Presidente; Armando Rollem- daí, não haver instruído a inicial com
berg, Relator. a prova da cidadania brasileira;
RELATÓRIO b) ainda ilegitimidade da autora para
propor ação popular porque, sendo lo-
o Sr. Min. Armando Rollemberg (Re- catária do imóvel vendido a ele, con-
lator): Lieselotte Henk Von Hutscheler testante, com a demanda, realmente,
propôs ação popular contra o INPS, Rô- pretendia impedir o êxito da ação de
mulo Carneiro Campello e Luciano de despejo já ajuizada e, assim, procurava
Carvalho, para anular a venda do Apar- preservar interesse particular, quando o
tamento 1004, da Av. N.S. de Copaca- exercício da ação proposta era reservado
bana n 9 664, na cidade do Rio de Ja- à defesa de interesse público.
neiro, feita pelo IAPB ao último réu, e
cuja escritura fora assinada por Rômulo c) que, no mérito, a ação era impro-
Carneiro Campello. cedente, pois a venda do apartamento
se fizera em atenção a concorrência rea-
Alegou que o imóvel referido, cujo lizada em 1960, na qual ele, contestante,
valor, em 1966, era de Cr$ 50.000,00 a fora classificado em 19 lugar, vindo a
Cr$ 60.000,00, havia sido vendido por concretizar-se anos depois em conse-
Cr$ 1.750,00, constituindo a operação, qüência de empecilhos burocráticos que
assim, ato lesivo ao patrimônio da autar- haviam sido criados. Argüiu, ainda, que
quia. a ação estava prescrita, desde que o pra-
Feitas as citações, os três réus con- zo para a propositura ter-se-ia que con-
testaram a ação. tar da data em que realizada a inscrição
para a compra do apartamento, fora-lhe
O INPS, preliminarmente, pediu fosse reconhecido o direito à mesma.
absolvido de instância por não ter sido
a inicial instruída com a prova de cida- Rômulo Carneiro Campello contestou
dania da autora, como exigido pelo art. afirmando que apenas cumprira ordens
19 , inciso In, da Lei n 9 4.717, de 1965, superiores ao firmar, pelo IAPB, a escri-
e, ainda, por não haver sido requerida tura de venda do imóvel.
a citação de litisconsortes passivos ne- Após opinar a Procuradoria da Repú-
cessários, que indicou como sendo todos blica, que manifestou interesse no pros-
aqueles que haviam participado da de- seguimento da ação, a autora pediu a
-33-
e, aí, terá oportunidade a declina- teresse econômico, uma vez que não
tória. Civilmente, o argumento res- poderia ela candidatar-se à aquisi-
ponde como um cidadão qualquer. ção do imóvel, por não possuir os
IH - Seguem-se, em ordem de requisitos exigidos.
preferência, as preliminares que en- O interesse processual de que fala
volvem os pressupostos da ação e a o art. 29 do c.P.c. não é, apenas,
legitimidade ativa. o de natureza econômica, mas, tam-
Dentre estas, prefere a de inépcia bém, o moral, e principalmente este,
da inicial, na qual o réu sustenta em hipótese como a dos autos. Cum-
que a anulação de ato administra- prindo, a mais disso, recordar que
tivo não é postulável em ação po- por disposição expressa da lei, em
pular e que esse seria o desiderafum se tratando de ação popular, a legi-
da A. timação decorre da simples cidada-
nia (Lei n 9 4.717, art. 19 e seu
De início, é mister emendar o § 39 ), sendo presumido o interesse
erro de fato contido na assertiva. O de quem prova ser eleitor.
que nesta ação se pede não é a anu-
lação de ato administrativo, mas, IV - Restam as preliminares que
declaração de nulidade de ato jurí- dizem com a legitimidade passiva
dico - compra e venda. O equívoco de alguns réus. Elas foram manifes-
do suscitante é, aliás, inconseqüente tadas pelos conselheiros do DNPS
para a decisão, mas deve ser corri- e, também, pelo contestante Rômulo
gido como homenagem ao perfeito Campello.
balizamento do debate. N o que tange às primeiras, po-
dem ser resumidas na tese de que
A ação popular é meio hábil para os votos individuais por eles pro-
declarar a nulidade, ou anular qual feridos não seriam responsabilizá-
quer ato administrativo ou jurídico. veis pela ultimação do negócio in-
O que importa não é a natureza quinado de danoso aos cofres da
do ato, mas suas conseqüências. instituição. Sustentam: o que influiu
Desde que lesivo do patrimônio de para a venda não foi o voto - sim-
pessoa jurídica de direito público, ples opinião pessoal - mas o acór-
de sociedade de economia mista, ou dão que apurou o vencido no de-
de qualquer das entidades mencio- bate em reunião, conforme se apu-
nadas no art. 19 da Lei n 9 4.717, ra de sua ata, cuja cópia vem acos-
o ato é atacável pela ação popular. tada a uma das contestações.
Não é, pois, inepta a inicial. Um deles pede mesmo a sua subs-
tituição processual pelo Conselho
Outrossim, a circunstância de ha- Diretor do DNPS, esquecido de
ver possível coincidência entre o que este não tem personalidade ju-
°
interesse privado e fim desejado rídica; não é autarquizado; integra
obter pela ação popular, não des- a estrutura administrativa do Mi-
virtua esta, nem impede o seu em- nistério do Trabalho, ao qual está
prego. subordinado como órgão da admi-
Desamparada, também, a preli- nistração centralizada.
minar do contestante Arnaldo Lo- Deslembrados estão esses argu-
pes Sussekind, aspirando seja tran- mentos de que o acórdão é a soma
cada à autora a via eleita, sob o dos pronunciamentos vencedores e
fundamento de falta de legítimo in- sem a maioria por eles composta,
-35 -
não teria sido aquela a decisão fi- res qual seja o interesse mediato
nal. do Banco Nacional da Habitação
na presente demanda; quer como
Não tem consistência, nem con- órgão normativo do Sistema Finan-
teúdo, a alegada excludente. Foi a ceiro da Habitação (art. 89 , n 9 II e
maioria composta pelos contestan- art. 17, n 9 I, da Lei n 9 4.780, de
tes que contribui para a venda im- 21-9-64), quer, principalmente, por
pugnada e, portanto, devem eles in- ser o beneficiário indireto da ven-
tegrar o litisconsórcio passivo, nos da cujo produto há de ser conver-
estritos termos do que estabelece o tido em letras imobiliárias, das
art. 69 da Lei n 9 4.717, esse texto quais é ele o emissor (art. 65, § 2 9,
é de absoluta claridade, determi- do mesmo diploma legal).
nado a citação de quantos tenham
emprestado contribuição - mesmo Dê-se, por isso, ciência desta de-
por omissão para a efetivação do manda àquela autarquia, ficando-
ato. lhe facultado, se julgar convenien-
te, nela ingressar elegendo a posi-
Entre o voto de um conselheiro ção litisconsorcial que atenda a seus
e um parecer técnico de qualquer interesses e finalidades.
servidor, só existe distinção hierár-
quica, sendo assemelháveis peran- Retifique-se a distribuição para
te o dispositivo legal aplicando. excluir Rômulo Carneiro Campello
Acolho, entretanto, a preliminar e incluir, como litisconsortes pas-
levantada pelo representante da sivos: Roberto Eiras Furquim Wer-
autarquia no ato da outorga da es- neck, José Pessôa Cavalcanti, Arnal-
critura de venda. Este deve ser ex- do Lopes Sussekind, José Barbosa
cluído do feito; sua intervenção fi- e Edgard Rocha Costa.
cou adstrita a representar o vende- Designe a Secretaria dia e hora
dor na assinatura do contrato de para conferência das fotocópias.
alienação, já decidida, em instân-
cia superior. Limitou-se a cumprir As partes são legítimas e estão
uma ordem que se afigurava, for- bem representadas, exceto quanto
malmente, legítima. Naquela opor- aos réus José Barbosa e Edgard
tunidade, não cumpria ao funcio- Rocha Costa. Citados por edital,
nário repudiar a delegação mesmo estes não contestaram.
que o ato lhe parecesse censurá- Cumpro o que ordena a alínea b,
vel, visto como a hipótese já fora, do § 19, do art. 80 do C.P.c., no-
longamente, debatida nos escalões meando-lhes curador dativo, o Dr.
superiores e culminara em decisão Lauro Coutinho Salazar, com escri-
ministerial. tório na rua Debret n 9 79 -79 an-
dar - Telefones: 32-3934 e 42-9044.
Excluo, dessarte, o réu Rômulo
Carneiro Campello da demanda. N o mais, processo em ordem, sem
Pague a A. os honorários de seu nulidades ou irregularidades a de-
advogado os quais arbitro em .... clarar, ou sanear.
NCr$ 25,00, atendendo ao que es- Reconheço o interesse de agir.
tabelece o art. 64 do c.P.c..
Defiro prova pericial para a qual
Decididas as preliminares, cum- deverão as partes formular quesitos
pre mencionar circunstâncias que e indicar peritos no prazo de 15
passou despercebida aos contado- dias.
- 36-
Vistos, relatados e discutidos estes au- parte, aos recursos, na forma do relató-
tos, em que são partes as acima indi- rio e notas taquigráficas precedentes,
cadas, que ficam fazendo parte integrante do
Decide a Segunda Turma do Tribunal presente julgado. Custas de lei.
Federal e de Recursos, por unanimida-
de, repelir a preliminar de incompetên- Brasília, 27 de setembro de 1971.
cia do Juiz prolator da sentença recor- Godoy ITha, Presidente; Decio Miranda,
rida; no mérito, dar provimento, em Relator.
- 61-
zeiros novos e trinta e dois centa- bem como de que tenha a exeqüen-
vos) , compreendendo o principal, te promovido o pagamento total
juros compensatórios e moratórios das parcelas de financiamento; o
vencidos, seguros e multa contra- título exeqüendo nada prova nesse
tual, acrescida de juros vincendos sentido e nenhuma documentação
e consectários de direito, com fun- há que demonstre os elementos ou
damento no item V do art. 298 do pressupostos mínimos do pedido; o
cpc. contrato respectivo não foi ajusta-
do pura e simplesmente, pois con-
2. Consoante a inicial, através tém um termo a quo, para início
de escritura pública de re-ratifica- da exigibilidade das prestações vin-
ção de consentimento de hipótese, cendas - a entrega total da quan-
para financiamento de construção tia mutuada, junto a uma condição
do "Conjunto Kubitscheck", nesta suspensiva, evento futuro e incer-
Capital, lavrada no livro de notas
to, dada a sua natureza de ato pú-
171 do Tabelião Everardo Vieira,
em 10-3-58, às fls. 1/96v., regular- blico, estranho a vontade das par-
mente inscrita, conforme documen- tes, constante da baixa da constru-
to anexo, a exeqüente tornou-se ção, fornecida pela Prefeitura Mu-
credora dos executados da quantia nicipal não poderia a exeqüente
emprestada de NCr$ 230,00 (du- entregar a quantia mutuada, na sua
zentos e trinta cruzeiros novos), sob parcela. final, antes da baixa da
garantia do apartamento 3422, Blo- construção; ao mesmo tempo, o dia
co B, do referido conjunto; pela da entrega funciona como termo
escritura mencionada, os suplicados inicial para o exercício do direito
autorizaram expressamente à supli- da exeqüente, e como condição sus-
Icante a promover "o depósito da pensiva este termo incerto (incer-
quantia mutuada, em conta de de- tus quando) dependia necessaria-
pósitos vinculados, no Banco Mi- mente de outro acontecimento fu-
neiro da Produção S.A., de confor- turo e incerto, condicionado o ato
midade com as autorizações do De- do Poder Público; sob o primeiro
partamento de Engenharia da cre- aspecto, a obrigação existe, mas
dora, à disposição e em favor do ainda inexigível, sob o segundo, o
Incorporador; promovido o paga- o direito não existe, não foi adqui-
mento das parcelas de financia- rido, configurando-se a situação co-
mento, com integralização total da mo simples spes debitum iri; sob
quantia mutuada, em 7-11-62, es- qualquer dos ângulos, a ação é in-
tão os suplicados em débito para viável, carecendo a exeqüente do
com a suplicante, desde 7-12-62, direito respectivo; ainda que de-
no montante e desdobramentos monstrado ficasse ter a exeqüente
discriminados às fls. 3, decorrendo pago a incorporadora, ficariam a
daí a presente ação. seu ônus os prejuízos decorrentes
do pagamento prematuro; paga-
3. Após citação e penhora mento antecipado é mera liberali-
( 10/3v.), os executados contesta- dade do exeqüente, sem responsa-
ram a ação, argüindo a inexistên- bilidade para os exeqüentes; se
cia nos autos de prova no sentido mora houvesse, demandaria do A.
de que os devedores tenham auto- constituição prévia, sendo caso de
rizado o depósito da quantia mu- mora ex persona a não ex re, os
tuada, em favor do incorporador, juros moratórios, exacerbados de
- 70-
Municipal de Vitória contra o IBC para profissões é tributo direto, cUJa Imposi-
dele haver o pagamento de Cr$ ..... . ção viria, necessariamente, perturbar a
140.523,63, de imposto de indústrias e atividade da autarquia ré, na sua voca-
profissões e acréscimos dos exercícios de ção de órgão protetor do principal pro-
1960 a 1963. duto da economia brasileira.
A inicial especifica que se trata de im- O eminente Min. Oswaldo Trigueiro,
posto de indústrias e profissões, exporta- que no julgamento do MS n 9 16.539, ES,
ção de café. ao princípio da imunidade abriu exce-
Defendeu-se o réu invocando: a imu- ção para o imposto de vendas e consig-
nidade constitucional recíproca, que, se- nações, em aditamento a seu voto, en-
gundo a jurisprudência prevalente no tretanto observou:
Supremo Tribunal Federal, alcança as "Na prática, penso que a norma
autarquias; e a isenção do DL n 9 somente pode ter aplicação indis-
6016/43. cutida quando se trata de impostos
Afinal, a sentença de fls. 79/86, da la- diretos. Não se compreenderia, com
vra do Juiz Federal, Dr. Romário Ran- efeito, que uma entidade autárquica
gel, julgou improcedente a ação e con- fosse compelida a pagar, por exem-
denou em custas e honorários advocatí- plo, o imposto de indústria e pro-
cios, fixados em Cr$ 2.000,00, a auto- fissões, o imposto de renda ou o im-
ra. posto de transmissão sobre a com-
Esta, secundando recurso necessário, pra de prédio destinado à instala-
ção de sua sede."
apela, com as razões de fls. 91/94, res-
pondidas às fls. 125/126 pelo apelado. Tratava-se, justamente, de exportação
de café pelo IBC para outros pontos do
A Subprocuradoria-Geral da Repúbli- País, através do porto de Vitória e, as-
ca opina pela confirmação da sentença. sim, a conclusão de que para os impos-
É o relatório. tos diretos a norma constitucional tem
aplicação indiscutida, solucionou, por
VOTO antecipação, a hipótese ora em julga-
O Sr. Min. Márcio Ribeiro (Relator): mento, confirmando o ponto de vista da
A sentença está brilhantemente vazada sentença recorrida.
nos seguintes termos: (lê às fls. 75/86). Aliás, na evolução do princípio da
Mantenho-a pelos seus fundamentos. imunidade os impostos diretos permane-
ceram proibidos. Veja-se, por exemplo, o
Estes encontram apoio não só na Sú- AC n 9 34, art. 3 9, § IV, que tratando
mula 73 como na própria decisão do justamente de exploração do comércio
Supremo Tribunal Federal, que a auto- pelas entidades de direito público, en-
ra juntou às fls. 95/119, para reforçar tretanto, sujeitou-as apenas ao imposto
suas razões de apelação. sobre circulação de mercadorias.
Sendo as autarquias simples descen- A imposição direta viria a atingir em
tralizações do serviço público, a juris- cheio as autarquias, no seu patrimônio,
prudência não podia deixar de se orien- renda e serviços, e, portanto, a despeito
tar no sentido de que o princípio da da restrição do art. 20, § 19 da CF /67,
imunidade recíproca as compreende. ou 19, § 19 da atual, continua sendo ve-
Quanto ao problema dos atos não dada pelo princípio da imunidade.
abrangidos pela imunidade, não inter- As autarquias praticam atos que estão
fere, no caso, com a aplicação da Súmu- de acordo com as suas finalidades es-
la 73, porque o imposto de indústria e senciais, e outros que não o estão.
-73 -
Vistos, relatados e discutidos estes lada por lei federal e sob controle
autos, em que são partes as acima in- da União, sediada no Rio de Janei-
dicadas, ro e com Agência nesta capital, à
Decide a Primeira Turma do Tribu- rua Vigário José Inácio, n 9 346, pa-
·nal Federal de Recursos, preliminar- ra fins de obter a paga de serviços
mente, repelir a prejudicial de prescri- prestados em imunização de parti-
ção, por maioria de votos; de meritis, das de arroz armazenadas em di-
dar provimento em parte a ambos os versos locais.
recursos, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator, por unanimidade, tu- Alega a autora que, em 16 de ju-
do na forma do relatório e notas taqui- nho de 1966, foi contratada pela ré
gráficas precedentes, que ficam fazen- para efetuar serviços de imuniza-
do parte integrante do presente julga- ção de grande quantidade daquela
do. Custas de lei. cereal, mediante o preço estabele-
cido de sessenta e cinco centavos
Brasília, 10 de dezembro de 1971. por saca, atingindo o total dos ser-
- Henrique á Avila, Presidente; Moacir viços a soma de trinta e quatro
Catunda, Relator. mil e treze cruzeiros e setenta e
RELATÓRIO dois centavos, tendo o representan-
te da ré, em trinta de março daque-
O Sr. Min. Moacir Catunda (Relator): le mesmo ano, visado o compro-
O Dr. Juiz a quo expôs e solucionou a vante, tudo de conformidade com
:matéria dos autos nos seguintes ter- autorização do Banco do Brasil S.A.,
mos: financiador da suplicada (doc. fls.
"Empresa Vasques de Imuniza- 9). Foi, entretanto, surpreendida
ção Ltda., firma comercial estabe- com a negativa da suplicada em pa-
lecida nesta cidade, à rua Caldas gar o serviço, sob pretexto de exa-
Júnior, n 9 347, por advogado devi- gero na fixação do preço, quando
damente constituído nos autos, mo- este havia sido precedido de toma-
ve ação ordinária de cobrança con- da junto a firmas locais, oferecen-
tra a Companhia Brasileira de Ar- do maiores vantagens a autora. Es-
mazenamento - CIBRAZEM, so- gotados que foram os meios ami-
ciedade de economia pública regu- gáveis para obter aquilo a que tem
-76 -
ção dos autores, nos termos do voto do suporte as Leis 4.069/62, 4.242 (aumen-
Sr. Ministro Relator, e negar ao recur- to de 40% e reajustamento no salário-
so de ofício e ao apelo do INPS, na família), concedo-os na forma enuncia-
forma do relatório e notas taquigráfi- da na sentença. Condeno o Instituto-
cas precedentes, que ficam fazendo par- réu, hoje Instituto Nacional da Previ-
te integrante do presente julgado. dência Social, ao pagamento de 5% so-
Custas de lei. bre o valor que se apurar na liqüidação,
Brasília, 9 de agosto de 1972. - Már- de honorários de advogado. Recorro de
cio Ribeiro, Presidente e Relator. ofício ao Colendo Tribunal Federal de
Recursos." Secundando esse recurso,
RELATÓRIO apela o INPS, com as razões de fls.
878/884, a fim de ser absolvido de to-
O Sr. Min. Márcio Ribeiro (Relator): das as sanções que lhe foram impostas
"Antônio Feliciano Gomes dos Santos pela sentença. Os autores, com as ra-
e vários outros ferroviários aposenta- zões de fls. 868/876, também haviam
dos, inclusive grande número de litis- apelado, a fim de obter a total proce-
consortes, todos servidores da Rede Fer- dência da ação. Não foi dada às partes
roviária do Nordeste, vieram aJuízo oportunidade de oferecer contra-razões.
contra o IAPFESP, a fim de lhes ser as- A Procuradoria da República subscre-
segurado perceber: 19 ) o abono de veu as razões do INPS. Nesta Instân-
emergência da L. 1.765/52, art. 20, le- cia a Subprocuradoria-Geral, alegando
tra b; 2. 9 ) abono provisório (30%) da
que essa autarquia é parte ilegítima pa-
L. 3.531/59, art. 29, letra l e § 29; 39 ) ra responder aos termos da ação, "es-
aumento de 40% e aumento de nível sa- pera o provimento dos recursos de ofí-
larial decorrente dos arts. 39 e 79 da L. cio e voluntário e o improvimento do
4.069/62; 49 ) reajustamento (70%) da
recurso dos autores, para o fim de se-
L. 4.242/63, arts. 39, §§ 19, 29 e 9 9 rem eles julgados carecedores da ação."
A causa foi contestada pelo IAPFESP
e pela Rede Ferroviária do Nordeste, A esse relatório feito por mim, acres-
que o Juiz mandara citar para integrar cento que, em sessão de 8-4-70, a Tur-
a instância (fls. 296 e 334, lê). Afinal, ma converteu o julgamento em diligên-
pela sentença de fls. 855/867, o Juiz cia, para mandar integrar a lide pela
Federal da Iª' Vara, Dr. Artur Barbosa citação da União Federal.
Maciel, após exato relatório e esmerada Embora julgasse que a União Fe-
fundamentação, acolheu o pedido da deral rora citada regularmente pelo en-
inicial, nestes termos: "Julgo, em parte, tão Juiz dos Feitos da Fazenda Nacio-
procedente a ação para conceder os be- nal (fls. 904, lê), o Dr. Juiz Federal
nefídos acima citados, aos AA., median- da Iª' Vara cumpriu o Acórdão.
te o seguinte: 1 - Somente terão direi-
to aos benefícios, qualquer deles, os A douta Subprocuradoria-Geral da
funcionários que se aposentaram na Re- República, às fls. 906, também reconhe-
de Ferroviária do Nordeste, da data de ceu que já fora citada e que adotava
sua encampação até o momento. Essa as razões do INPS. E acrescentou:
seleção, em face do avultado número de "Assim, entende que, já agora
AA., será feita na fase de execução de não lhe cabe contestar a ação pro-
sentença. 2 - Os direitos pertinentes posta, porque sobre este assunto,
à Lei 1.765/52, considero-os prescritos. no tempo hábil, já falou a União,
3 - Os decorrentes da Lei 3.531/59 só por seu Procurador."
são devidos a partir da citação válida, Em seguida, os autores, o INPS e a
nesta postulação. 4 - Os que têm por Rede Feroviária Federal S.A., ratifica-
- 87-
ram suas razões anteriores, e o Juiz República, não teria cabimento anular
proferiu nova sentença, com a mesma a sentença.
fundamentação e a mesma conclusão da
primeira. A divisão de encargos entre a autar-
quia e a União tornou-se questão inter-
Dessa decisão apelaram o INPS com na da Administração Pública Federal.
as razões de fls. 930/937 e os autores
com as de fls. 938/944. Contra-razões Passemos ao mérito.
destes às fls. 946/949. Baseado em parecer do Min. Gonçal-
A Rede Ferroviária Federal S.A. e a ves de Oliveira, então Consultor-Geral
Procuradoria da República adotaram as da República, o Juiz considerou legiti-
razões do INPS. mados para a ação apenas os autores
A Subprocuradoria-Geral da Repúbli- aproveitados até julho de 1950, data em
ca, assistente no feito, que cessou o regime da administração
privada da "Great Wester.".
" ... espera o provimento dos recur-
sos de ofício e o voluntário do É indiscutível o acerto jurídico dessa
INPS e conseqüentemente o impro- orientação.
vimento do recurso dos autores,
para o fim de serem eles julgados A transformação da empresa em ór-
gão da administração direta do Estado
carece dores da ação."
não modificou a situação dos emprega-
É o relatório. dos já fora de exercício; e não os dei-
VOTO
xou ao desamparo, como pretendem as
razões de apelação dos autores. Eles,
O Sr. Min. Márcio Ribeiro (Relator): simplesmente, continuaram no regime
Do cumprimento e resultado da diligên- trabalhista em que se aposentaram be-
cia ficou parecendo que esta fora fruto neficiando-se suas aposentadorias pelo
de um engano. INPS dos aumentos atinentes a esse
Entretanto, numa ação em que o regime.
INPS, como contestante, atribuía a res- Às vantagens do regime estatutário é
ponsabilidade parcial do que lhe era que tais empregados foram sempre
imputado à União, essa, realmente, pre- alheios.
cisava ser citada como parte. E não o
fora porque a ação não havia sido pro- Já quanto à prescrição divirjo da
posta contra ela. A inicial pediu, ape- orientação adotada pelo Juiz.
nas, a intimação pelos meios regulares
do Sr. Dr. Procurador da República Tanto o abono provisório da L.
para i~tervir no processo «se assim en- 3.531/59, como o abono de emergência
tender. da L. 1.765/52, foram conferidos, em
caráter definitivo, como acréscimo de
A "citação" do Dr. Procurador da vencimentos e, se essas leis não foram
República (fls. 294) não passara de revogadas, nem o direito a ditos abonos
simples notificação. negado, expressamente, segue-se que a
Pareceu-me, aliás, diante da contes- prescrição incidente, no caso, é apenas
tação, que o INPS não poderia ser de- a qüinqüenal sobre as respectivas pres-
mandado isoladamente, sem a citação tações mensais, contado o prazo retroa-
da União para integrar a instância. tivamente a partir da citação inicial.
Já agora, porém, diante dos termos do Dos honorários advocatícios não se
pronunciamento do Dr. Procurador da pode dizer tenham sido arbitrados em
- 88-
,ganho de causa, com sentença confir- Subindo os autos a esta superior ins-
mada pelo Tribunal Federal de Recur- tância, deles se deu vista à douta Sub-
<;os, posteriormente anulada pelo Supre- procuradoria-Geral da República, que
mo Tribunal Federal (R.E. n'? 54.008) opinou pela reforma da sentença, a fim
em virtude da falta de "pronunciamen- de que a ação seja julgada improce-
to prévio do Executivo". Fundamentam dente.
o pedido com as Leis n 9S 3.780/60 e
4.242/63. Estudados os autos, encaminhei-os ao
meu digno Revisor, aguardando dia pa-
A ré contestou o pedido às fls. 14/15, ra julgamento.
em que sustenta:
É o relatório.
a) que a amostragem constante dos
processos administrativos não compro- VOTO
vou no tempo o desempenho de atri-
buições próprias do cargo em que pre- o Sr. Min. H enoch Reis (Relator):
tendem ser readaptadas; Sr. Presidente, li com atenção, como
de costume, todas as peças dos presen-
b) que não está comprovado o des- tes autos, e cheguei à mesma conclu-
vio funcional por prazo superior a dois são que O ilustrado Juiz, Dr. Hermillo
anos, ininterruptamente, até 17 de ju- Galant, com apenas um reparo quan-
lho de 1963, ou interpolado durante to à extensão que deu à readaptação
,cinco anos; das Autoras.
, c) que também não está comprova- A decisão está assim redigida:
do houvesse sido o desvio funcional por
!necessidade absoluta do serviço, bem "O deslinde da controvérsia
Icomo inexiste prova de aptidão e habi- existente nestes autos se resume na
litação das autoras para o desempenho apreciação da prova. A contesta-
regular do novo cargo. ção não discute a fundamentação
Foram apensados aos autos os proces- jurídica do pedido. Sustenta ape-
sos administrativos referentes às cinco nas que as postulantes não produ-
postulantes. ziram provas suficientes para a
configuração exata do instituto da
Despacho saneador irrecorrido. readaptação. Data venia, com o
Por sentença de fk 41/44, a ação foi exame detido que fiz de todos os
julgada procedente, nos termos do pedi- processos administrativos em apen-
do, com exceção do pedido de correção so, cheguei à conclusão em senti-
monetária e percentagem de honorários do contrário, isto é, comprovaram
de advogado, que a sentença fixou em cumpridamente todos os requisitos
10% sobre os atrasados. exigidos por lei para alcançarem a
pleiteada readaptação. Para exem-
A par do recurso de oHcio, apelaram plificar, vejamos a vasta amostra-
a União Federal, com as razões de fls. gem referente a serviços pertinen-
49/50, advogando a reforma da senten- tes à fiscalização executados pela
ça para julgar a ação improcedente, e primeira postulante, Clara Adália
as autoras, com as razões de fls. 51/52, Cabeda Alencastre (Processo n'?
pleiteando seja a União Federal conde- 109.854/69) : os documentos de
nada ao pagamento de juros de mora e fls. 8 a 20 firmados por graduados
o restabelecimento da percentagem de funcionários do Ministério da Fa-
20% de honorários de advogado do pe- zenda, inclusive Delegado Seccio-
dido inicial. nal dd I. R. , demonstram cabal-
- 90-
e se assegura à parte, que foi forçada a eminente Ministro Relator, que, neste
vir a juízo, o reconhecimento do direito; particular, acompanho.
tal como nas demais ações ordinárias, a
partir desse termo se assegura a preten- DECISÃO
são ao autor tido como vitorioso. Como consta da ata, a decisão foi a
Dou, pois, provimento em parte ao seguinte: Por unanimidade, deram pro-
recurso de ofício e ao voluntário da vimento em parte, ao recurso de ofício
União para conceder os vencimentos e e voluntário da União Federal para que
vantagens atrasados, relativos ao cargo os efeitos da readaptação fossem conta-
em que se reconhece a readaptação dos dos a partir da citação dos autores. Os
autores, desde a citação inicial. No que Srs. Mins. Néri da Silveira e Márcio Ri-
concerne ao recurso dos autores, nego- beiro votaram com o Sr. Ministro Rela-
lhes provimento, acolhendo os funda- tor. Presidiu o julgamento o Sr. Min.
mentos da sentença e os do voto do Márcio Ribeiro.
Assim sendo, nego provimento à ape- são unarume. Os Srs. Mins. Henrique
lação. d'Ávila e Moacir Catunda votaram de
DECISÃO acordo com o Sr. Ministro Relator. Pre-
Como consta da ata, a decisão foi a sidiu o julgamento o Sr. Min. H enrí-
seguinte: Negou-se provimento. Deci- que irÁvila.
Teria, pois, que ser um dos filiados do nal, pág. 140), está hoje consagrada em
IAPC, como empregador, o que foi re- nosso direito positivo, pois a Lei n9 4.717,
conhecido pelo próprio INPS, tal como de 1955, ao disciplinar a ação popular,
se vê de fls. 32 da sua Carteira Pro- no art. 29 relacionou os casos de nuli-
fissional (doc. de fls. 49). E reconhe- dade, e no art. 39 admitiu a anulabili-
cendo ao autor a qualidade de segu- dade de outros atos, que se não com-
rado empregador, claro que teve em preendam nas especificações daquele,
vista a sua admissão anterior ao adven- segundo as prescrições legais e enquan-
to da LOPS, cujo art. 162, como adver- to compatíveis com a natureza dos
te a sentença recorrida, assegurou to- mesmos, a hipótese dos autos será, sem
dos os direitos aos segurados das ins- dúvida, de nulidade, abrangida na alí-
tituições que se extinguiram em vir- nea d, do citado art. 29, que menciona
tude da unificação. a "inexistência dos motivos", o que
N o que conceme à declaração de fls. ocorre,
, . nos termos do seu parágrafo
55, o segundo motivo do cancelamen- umco:
to, tenho-a como um papelucho. Wal- " . .. quando a matéria de fato
demar Duarte, o seu signatário, não ou de direito, em que se fundamen-
foi levado a Juízo, como ainda acen- ta o ato, é materialmente inexis-
tua a sentença, para confirmá-la, o que tente ou juridicamente inadequada
poderia redundar, como é óbvio, em ao resultado obtido;"
processo penal e cadeia. Cabível, pois, é a declaração da nu-
Por estes motivos nego provimento lidade, pela própria Administração.
aos recursos para confirmar as conclu- O art. 59, lU, da Lei 3.807, de 1960,
sões da sentença recorrida. proíbe a filiação de titulares de firmas
individuais ou sócios que contem 50
VOTO anos de idade, no ato da inscrição.
O Sr. Min. Jorge Lafayette Guima- Este dispositivo, porém, tem sido
rães (Revisor): A tese proclamada pela atenuado na sua aplicação, acentuando
sentença, de que seria necessária a pro- Marcelo Pimentel, Hélio C. Ribeiro e
positura de ação pelo INPS para anu- Moacyr D. Pessoa (A Previdência So-
lar a inscrição do autor, ora apelado, e cial Brasileira Interpretada, pág. 31),
a sua conseqüente aposentadoria, não que:
pode ser acolhida. "Essa restrição obviamente não
A faculdade de anulação, pela Admi- atinge os empregadores que ante-
nistração, de seus atos, é reconhecida, riormente, por qualquer circuns-
pela doutrina e jurisprudência, estan- tância, já contribuíam para a Pre-
do hoje, inclusive, afirmada na Súmu- vidência Social e não perderam a
la n 9 346, do Supremo Tribunal Fe- qualidade de segurado antes de
deral. completar aquela idade limite."
Argumenta a sentença com a distin- Seguindo, por sua vez, essa orienta-
ção entre ato administrativo nulo e ato ção, é que o art. n 9 357, do Regulamen-
administrativo anulável, limitando a to aprovado pelo Decreto n 9 60. 5Ql, de
aplicação do princípio contido na Sú- 1967, como o fazia o art. 509, do Re-
mula 346 aos primeiros. gulamento anterior (Decreto n 9 48.959-
A, de 1960), dispõe que o limite de ida-
Na verdade, porém, se esta distinção, de aludido não se aplica aos que já
que era objeto de larga controvérsia na sendo segurados obrigatórios passaram
doutrina, bem resumida por José Afon- ou vieram a passar à condição de em-
so da Silva (Ação Popular Constitucio- pregadores.
- 106-
Ora, como declara a sentença ( fls. limite de idade. De forma que seu
104): status jurídico era o de filiado ao
"Realmente o autor já era filia- IAPC, como o era, também, ao
do do IAPC desde 1955, conforme IAPI. E podia sê-lo aos dois insti-
se vê das anotações em sua Cartei- tutos previdenciais até sua unifica-
ra, inclusive por "J. Araújo & Cia." ção".
e pelo próprio W aldemar Duarte
representando o Jornal "A Voz do N essas condições, e acompanhando o
Vale do Paraíba" (1960 e 1962). voto do eminente Ministro Relator, ne-
N essa ocasião não havia limite de go provimento aos recursos.
idade. Só mais tarde foi estabele- DECISÃO
cido pelo art. 59, da Lei n 9 3.807/60
(LOPS ). Por isso, não tem razão Como consta da ata, a decisão foi a
o réu quando reclama que o autor seguinte: Negou-se provimento. Deci-
se filiou ao IAPC quando já não são unânime. Os Srs. Mins. Jorge La-
mais podia fazê-lo porque contava fayette Guimarães e Henrique d'Ávila
mais de 50 anos de idade. Não é votaram ,com o Sr. Ministro Relator.
isso. O autor já era filiado ao rAPe Presidiu o julgamento o Sr. Min. H en-
antes da LOPS, quando não havia rique d'Ávila.
como incurso nas penas do art. 317 tentativa, fixando-a, assim, em 8 meses
(corrupção passiva). de detenção, suprimindo-se a proibi-
ção de fornecimento aos órgãos da ad-
Encerrada a instrução criminal, pro-
ministração direta e indireta, para que,
latou a ilustrada Dra. Juíza da 4'!- Vara
a propósito, prevaleça o que determi-
Federal a sentença de fls. 210/213, por
nar o Poder Executivo.
via da qual entendeu parcialmente pro- Examinados os autos, encaminhei-os
vada a denúncia, reconhecendo-a pro- a meu digno Revisor, que pediu dia
cedente quanto ao réu José Avelino para julgamento.
Fernandes dos Santos. Absolveu o se-
gundo denunciado. É o relatório.
classificou o crime que lhe fora atri- O Sr. Min. Henoch Reis (Relator):
buído pela denúncia, para o de "fraude O Dr. 49 Subprocurador-Geral da Re-
na entrega de coisa", previsto no art. pública, no Parecer de fls. 228/229, le-
171, § 29, inciso IV, e condenou-o à vantou a preliminar de intempestivida-
pena de 1 (hum) anO de detenção, con- de, na interposição do recurso de Ape-
cedendo-lhe o sursis (art. 155, § 29, do lação, e o fez nos seguintes termos:
Código Penal). (lê ).
acusado afirmado que trocou a merca- Como consta da ata, a decisão foi a
doria que possuía e levara à Manaus seguinte: À unanimidade, deu-se provi-
para venda, pelos relógios em causa. mento ao recurso, para reduzir a pena
A invocação a erro de fato é no caso imposta ao réu a um (1) ano de reclu-
inadmissível, e resultaria, segundo o ape- são. Os Srs. Mins. Jorge Lafayette Gui-
lante, da afirmativa feita pelo vendedor marães, Henrique d'Avila e Moacir Ca-
das mercadorias, em Manaus, de que po- tunda votaram com o Sr. Ministro Re-
deria negociá-las fora da Zona Franca, lator. Presidiu o julgamento o Sr. Min.
pois dependeria o fato, segundo dita afir- Henrique d'Ávila.
-114 -
trar que o café foi usado na atividade recorrida. Salientamos a mais que a de-
normal da indústria. claração de intocável, lançada à merca-
Seja como for, o Dr. Juiz os absolveu, doria pela fiscalização, carece de qual-
porque não considerou existente o cri- quer efeito jurídico. Até mesmo a apre-
me, fls. 185/19l. ensão e depósito que a Subprocuradoria
O parecer da Subprocuradoria-Geral aventa como providências que poderiam
da República é pela confirmação da sen- ter sido utilizadas, na oportunidade, se-
tença, fls. 209/210. riam discutíveis, pois não teriam sido
De fato, o Dr. Juiz reconheceu que, precedidas de declaração de perda, pela
não existindo prova do desvio, não ca- autoridade competente. Em conclusão,
bia aplicar o art. 29 do Decreto-lei n 9 negamos provimento.
47. Primeiro, o dispositivo tem em vista VOTO
despacho ou trânsito por qualquer meio; O Sr. Min. Decio Miranda (Revisor):
e segundo, a ação deve referir-se a café Meu voto é pela confirmação da senten-
não comercializáveI. Tais hipóteses nun- ça absolutória, reportando-me aos seus
ca estiveram definidas nos autos. Não se próprios fundamentos e aos do parecer
provou também descaminho e não se proferido, nesta Instância, pelo Procu-
pode, tais considerações pertencem ain- rador da República Dr. Francisco de As-
da à sentença, reconhecer que houve sis Toledo, aprovado pelo Dr. 49 Subpro-
apropriação porque, na verdade, o café, curador-Geral da República.
na situação em que se encontrava, per-
tencia aos acusados. Fora disso, admi- DECISÃO
nistrativamente, dadas as ocorrências, a Como consta da ata, a decisão foi a se-
cota de café de que dispunha a fábri- guinte: Negou-se provimento, por deci-
ca foi suspensa, o que exclui, pela san- são unânime. Os Srs. Mins. Decio Miran-
ção própria, a consideração de pena por da, Jarbas Nobre e Godoy Ilha votaram
desobediência - art. 330 do Código Pe- com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o
naI. Estamos de acordo com a sentença julgamento o Sr. Min. Godoy Ilha.
lação, nos termos do voto do Sr. Minis- Houve apelação parcial do Minis-
tro Relator, na forma do relatório e no- tério Público (fls. 228), devidamen-
tas taquigráficas precedentes, que ficam te arrazoada (fls. 235/243), restri-
fazendo parte integrante do presente ta à parte absolutória da sentença e
julgado. Custas de lei. oportunamente contra-arrazoada às
Brasília, 21 de agosto de 1972. - Már- fls. 248/25l.
cio Ribeiro, Presidente; Esdras Gueiros, A defesa de Idio Nemésio de Bar-
Relator. ros ingressou, igualmente, com ape-
RELATÓRIO lação (fls. 229), mas, não tendo o
O Sr. Min. Esdras Gueiros (Relator): réu se recolhido à prisão, consoante
Adoto, como relatório, o que está feito informação de fls. 252 -v.,proferiu o
no Parecer da douta Subprocuradoria- MM. Juiz o despacho de fls. 253
Geral da República, às fls. 256/257, in declarando deserto o recurso, ex vi
verbís: do disposto no art. 594 do C. P.
Penal.
"Idio Nemésio de Barros, Said Bi-
rani e Chaleb Mohamad Birani fo- Assim, Eg. Tribunal, a matéria
ram denunciados, o primeiro por em exame restringe-se à apelação
falsificação ideológica ( art. 299), parcial do Ministério Público."
fraude de lei sobre estrangeiros (art. N o mérito, depois de bem analisar a
310) e corrupção passiva (art. 317), prova dos autos, a douta Subprocurado-
os dois últimos por corrupção ativa ria-Geral da República opina pelo pro-
(art. 333) e uso de documento falso vimento da apelação do Ministério PÚ-
(art. 304). blico, com a seguinte conclusão:
Teve o processo curso inicial pe- "O parecer é, pois, pelo provi-
rante a Justiça Comum, mas foi pos- mento da apelação para condena-
teriormente remetido à Justiça Fe- rem-se os réus à pena mínima de
deral do Estado de Mato Grosso, um ano de reclusão para o delito
em virtude do V. acórdão do E. Tri- do art. 304, bem como à pena base
bunal de Justiça daquele Estado de um ano de reclusão pelo delito
(fls. 69 dos autos em apenso), reco- do art. 333, aumentada de um ter-
nhecendo o interesse da União em ço, ou seja, quatro meses, diante do
matéria de fraude de lei sobre es- disposto no parágrafo único do mes-
trangeiros. mo artigo, o que dará um total de
Oferecida nova denúncia pelo Dr. dois anos e quatro meses de reclu-
Procurador da República (fls. 2), e são para cada um destes acusados,
recebida pelo MM. Juiz Federal a serem cumpridas em estabeleci-
(fls. 92), seguiu-se a instrução que, mento penal adequado."
afinal, culminou cqm a r. sentença Examinados os autos, encaminhei-os
de fls. 207/220 condenando Idio N e- ao eminente Sr. Ministro Revisor, aguar-
mésio de Barros pelos delitos dos dando dia para julgamento.
arts. 299 e 317, a dois anos e seis
meses de reclusão, multa e custas, É o relatório.
e absolvendo os outros dois réus. VOTO
voto é para lhe dar provimento, no sen- autos ao Supremo Tribunal FederaL a
tido de declarar a incompetência da alta Corte estabelecerá a orientação
Justiça Federal para apreciar e julgar adequada, conforme o seu alto enten-
o processo. dimento.
Fora de nenhuma dúvida, os fatos Esse é o meu voto.
que são atribuídos ao apelante tiveram VOTO
lugar quando o mesmo desempenhava O Sr. Min. Decio Miranda (Revisor):
o mandato de Deputado Federal, tan- Conhecendo do recurso, visto não ter
to que na época em que foi requerida sido pessoalmente intimado da sentença
a licença para processá-lo, o Parlamen- o representante do Ministério Público,
to indeferiu, fls. 106. Deixando o man- acolho a preliminar que leve à com-
dato, o processo retomou o seu curso, petência originária do Egrégio Supre-
até que sobreveio a Constituição Fe- mo Tribunal Federal para o processo
deral de 1969, que estabelece, no art. e julgamento desta ação penal.
119, item I, a competência do Supremo
Tribunal para processar e julgar, ori- DECISÃO
ginariamente, nos crimes comuns, os Como consta da ata, a decisão foi a
Deputados e Senadores. seguinte: Preliminarmente, conheceu-se
do recurso para dar-lhe provimento, de-
Não há, portanto, como evitar-se que, clarando-se incompetente a Justiça Fe-
na hipótese, a jurisdição da Suprema deral, Primeira Instância, para apreciar
Corte tenha que prevalecer. Não me e julgar o processo e determinou-se a
preocupa a extensão do provimento, se- remessa dos autos ao Egrégio Supremo
ja como pediu o Ministério Público, seja Tribunal Federal. Decisão unânime. Os
com o alcance propugnado pelo emi- Srs. Mins. Decio Miranda, Jarbas Nobre
nente advogado. Declarada por nós a e Godoy Ilha votaram de acordo com o
incompetência da Justiça de Primeira Sr. Ministro Relator. Presidiu o julga-
Instância para o caso, e remetidos ou mento o Sr. Min. Godoy Ilha.
RELATÓRIO VOTO
rio, posto que seu defensor não via", tanto assim que habilit.a o
fora intimado à apresentação da próprio réu a oferecê-la, verb'tS:
defesa prévia e, no mérito, afirma "Art. 395. O réu ou seu de-
que a mera detenção da res furtiva fensor poderá, logo após o in-
não induz subtração. terrogatório ou no prazo de três
4. Data venia, improcedem am- dias, oferecer alegações escritas
bas as alegações. e arrolar testemunhas."
5. É de se esclarecer, pronta- 10. In casu, prejuízo algum so-
mente, que o MM. Dr. Juiz a quo, freu a defesa que, dispondo dos
ao deliberar a imediata expedição prazos para diligências, e ofere~en
de precatória para a inquirição das do alegações finais, sequer COgItou
testemunhas da acusação, ressalvou desta irregularidade processual.
a pertinência da apresentação da 11. Não constituiria, de qual-
defesa prévia, em tempo oportu- qur forma, ausência de defesa, mas
no. Conforme consta do Termo de simples deficiência, o que não
acarret~ria nulidade senão diante
Deliberação, verbi8:
da prova de prejuízo, nos termos
"Em seguida, pelo MM. Juiz da Súmula n 9 523, verbi8:
foi dito que: sem prejuízo da de- "Súmula 523 . N o processo
fesa prévia, determinava-se ex- penal a falta de defesa constitui
pedisse precatória ... " (fls. 41). nulidade absoluta, mas a sua de-
6. Ainda, o ilustre patrono do ficiência só o anulará se houver
réu foi devidamente intimado da prova de prejuízo para o réu."
precatória (fls. 59-v), compareceu
12. 'Quanto ao mérito, os tes~e-
à audiência de inquirição de teste-
munhos coligados (fls. 60/61) sao
munhas (fls. 61), e, devidamente coerentes, registrando a presença
notificado para a requisição de di-
do réu, sozinho, no local do evento,
ligências, assumiu conduta passiva,
trazendo a res furtiva (fls. 13), e
nada requerendo (fls. 65-v).
tentando evadir-se com a mesma,
7. Como o defensor dativo não uma vez inquirido pela vigilância
apresentasse alegações finais, o policial.
MM. Juiz nomeou outro, ad hoc,
13. A alegação do apelante de
para que as apresentasse (fls. 71),
que detinha o rádio furtado, sim-
que realmente o fez, nada argüindo,
plesmente porque um colega, de
daí porque precluiu o direito de
nome Gilberto, pedira-lhe para se-
suscitar nulidade decorrente de fal-
gurá-lo, é frase solta, sem qualqu_er
ta de defesa prévia, nesta superior
instância, conforme expressamente respaldo nestes autos, q~e nao
apresentam qualquer depOImento
prescreve o art. 571, lI, do Código
de Processo Penal. do "Gilberto", figura simplesmente
imaginária.
S. Por outro lado, a simples 14. Do que fica assente, ~omos
omissão em oferecer prévia não é pelo conhecimento e desprovlillen-
suficiente para configurar vício in- to do recurso interposto, para que
sanável, se disto não advier pre- seja confirmada a bem lançada de-
juízo efetivo à defesa. cisão condenatória, não compor-
9. Neste sentido, o próprio Có- tando sequer a redução da pena,
digo Processo Penal ?á m~str~s em face de se tratar de furto qua-
concretas da pouca ImportancIa lificado e da comprovada reinci-
consignada à chamada "defesa pré- dência específica do apelante."
- 125-
Vistos, relatados e discutidos estes dentes, que ficam fazendo parte inte-
autos, em que são partes as acima in- grante do presente julgado. Custas de
dicadas, lei.
Decide a Terceira Turma do Tribunal
Federal de Recursos, à unanimidade, Brasília, 23 de agosto de 1972. -
negar provimento à apelação, na forma Márcio Ribeiro, Presidente; Esdras
do relatório e notas taquigráficas prece- Gueiros, Relator.
-126 -
tocante à realidade do alcance per- Henoch Reis. Apte: Paulo Leitão Júnior.
petrado". Apda: Justiça Pública.
Acolho, assim, a argumentação da
Decisão: À unanimidade, negaram
douta Subprocuradoria-Geral para con-
firmar a respeitável sentença condenató- provimento à apelação (em 23-8-72 -
ria, negando provimento ao apelo do Terceira Turma).
réu.
EXTRATO DA ATA
Os Srs. Mins. Henoch Reis, Néri da
Silveira e Márcio Ribeiro votaram com
ACr. n'? 2.062 - Rio de Janeiro. ReI: o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julga-
Sr. Min. Esdras Gueiros. Rev: Sr. Min. mento o Sr. Min. Márcio Ribeiro.
março de 1967, no seu art. 24, que re- solveu determinar baixa em diligência
vogara a Lei n 9 802/53. a fim de apurar sobre possível partici-
pação dos acusados no processo em ati-
Tanto é assim, que a denúncia, ao vidades comuno-subversivas" (textual),
imputar aos acusados a infração do art. como se vê da ata de fls. 241. Neste
89 da Lei n 9 1.802, fez remissão ex- sentido, determinou o Auditor, às fls.
pressa ao art. 26 do citado Dec.-Iei n 9 250, que se oficiasse nos termos da sua
898/69, "atendido o princípio da benig- minuta, cujo cumprimento foi certifica-
nidade legal" (sic, fls. 3), quando dis- do em 12 de março de 1971. A 7 de
so não se tratava, mas da retroativida- abril, que se aguardasse a resposta do
de da lei nova, da lex melior, princípio ofício de fls. 250, despacho reiterado
tradicional na doutrina e expressamen- em 26 de abril (fls. 250), no que não
te consignado no art. 29 do C6d. Penal, foi atendido e levou o Conselho a aco-
verbis: lher a execução da incompetência sus-
citada pelos acusados às fls. 237 (lê).
"Art. 29 Ninguém pode ser pu-
nido por fato que a lei posterior O resíduo da ação penal limitou-se
deixa de considerar crime, cessan- aos crimes previstos no art. 331 do C6d.
do em virtude dela a execução e Penal (desacato à autoridade ou funcio-
os efeitos penais da sentença con- nário no exercício da função ou em ra-
denat6ria. zão dela), ou de injúria ou difamação
contra funcionário ou autoridade no
"Parágrafo 19 - A lei posterior, exercício da sua função e em razão dela
que de outro modo favorece ao (art. 138 e 139 c/c art. 141, todos do
agente, aplica-se ao fato não defi- C6d. Penal).
nitivamente julgado e, na parte
em que comina pena mais rigoro- Tratam-se, à toda a evidência, de
sa, ainda ao fato julgado por sen- crimes comuns, da <competência da Jus-
tença irrecorrível." tiça local.
Ao contrário, quando a lei nova agra- Dou por procedente o conflito para
va a situação do agente, dá-se a irre- reconhecer a competência do Juiz da
troatividade da lei penal, como já inscri- 2lJ. Vara da Comarca de ltumbiara, no
to na pr6pria "Declarações dos Direitos Estado de Goiás, por prevenção.
do Homem e do Cidadão", da Re-
volução Francesa. DECISÃO
latório e notas ta qui gráficas preceden- que se encontra, sendo certo que
tes, que ficam fazendo parte integran- não foi detido em estado de fla-
te do presente julgado. Custas de lei. grância, nem se encontra à disposi-
ção do Ministério da Justiça nem
Brasilia, 3 de março de 1972. - Hen- de autoridades militares.
rique á Ávíla, Presidente e Relator.
A detenção do paciente, sob a
RELATÓRIO suspeita de que possui condena-
ção na França, da forma que foi
o Sr. Min. Henrique d'Ávila (Rela- produzida, é ilegal diante da sis-
tor): A espécie foi assim exposta e temática penal pátria, mesmo que
decidida pelo MM. Julgador a quo: se constate a posteriori que real-
mente é procurado pela polícia
"O bacharel Tubertino Ferreira francesa (fls. 11). O que se de-
Rios impetra a presente ordem em preende das informações prestadas
favor de André Beaujard, ambos pela digna polícia é de que ele está
devidamente qualificados no peti- preso enguanto se aguarda confir-
tório, alegando que o mesmo se mação de decreto condenatório ex-
encontra detido ilegalmente, numa pedido pela Justiça Francesa. Repi-
evidente coação, há mais de 72 ho- ta-se, pa'fa que dúvida não rema-
ras, à disposição do Delegado Che- nesça: o paciente está preso pela
fe da Polícia Federal. suspeita de ter sido condenado em
Requisitadas, vieram para os au- outras terras. Sua detenção, curial-
tos as informações de fls. 7/8, mente, diante da legislação brasi-
acompanhadas dos documentos de leira, só poderia ser realizada após
fls. 9 usque 14, onde se alega em a constatação desse aludido deci-
síntese que: numa operação con- sório. Aliás, só para constar, o pró-
junta, fisco-policial, o paciente foi prio paciente, em declarações poli-
detido aos 18 de novembro último, ciais, sequer esclarece corretamen-
sendo encaminhado para a Polícia te tal fato (fls. 14).
Federal, onde efetivamente se en-
Pelo exposto, e pelo mais que
contra, "ao findar o expediente" do
dos autos consta, concedo a pre-
último dia 19; que se encontra de-
sente ordem de habeas corpus, re-
tido o paciente, de nacionalidade
querida em favor de André Beau-
francesa, porque sobre ele pesa a
jard, devidamente qualificado na
suspeita de ter sido condenado em
inicial, pela ilegalidade de sua pri-
seu país de origem, estando dili- são".
genciando, junto à Interpol, a au-
toridade apontada por coatora, a Dessa decisão recorreu de ofício seu
confirmação desta notícia; que, di- ilustrado prolator. Os autos vieram ter
ante de tais fatos, requer "um adia- a esta Superior Instância, onde a douta
mento para a apreciação e julga- Subprocuradoria-Geral da República,
mento do pedido" (fls. 8), a fim em parecer da lavra do eminente 49-
de que possa cumprir sua missão. Subprocurador-Geral da República,
É o relatório, passo a decidir. Dr. Henrique Fonseca de Araújo, as-
sim se pronuncia:
Constata-se, de pleno, que con-
tra o paciente inexiste qualquer or- "O MM. Juiz Federal da 3ª Vara
dem escrita, de autoridade compe- de São Paulo concedeu ordem de
tente, que autorize a custódia em habeas corpus em favor de André
- 140-
notas taquigráficas precedentes, que fi- vez que a mãe possui parcos vencimen-
cam faz.endo parte integrante do presen- tos de comerciária, pode ficar inválida
te. julgado. Custas de lei. ou falecer. 0' espírito da lei é a prote-
ção da família brasileira. Encerra o Dr.
Brasília, 19 de maio de 1972. - Ar- Advogado as suas razões invocando ao
mando Rollemberg, Presidente; Amarílio lado da Constituição e do Decreto-lei
Benjamin, Relator. n Q 941, a Súmula n Q 1 do Supremo Tri-
bunal:
RELATÓRIO
"É vedada a expulsão de estran-
O Sr Min Amarílio Benjamin (Rela- geiro casado com brasileira, ou que
tor): 0' Dr. Edísio Gomes de Matos tenha filho brasileiro, dependendo
requer habeas corpus em favor de Gui- da economia paterna."
lherme 0'vídio HeITera Benitez, chileno
e residente no Guará, neste Distrito Fe- Tomamos informações. Respondeu-
deral, sob a alegação de estar o pa- nos o Sr. Ministro da Justiça, na base
ciente sofrendo constrangimento ilegal de parecer da Consultoria Jurídica.
resultante de processo de expulsão ins- Consta desse pronunciamento que o fi-
taurado por ordem do Sr. Ministro da lho de Guilherme 0'vídio não depende
Justiça, que, em conseqüência, determi- de sua economia. Conforme declarações
nou ainda sua prisão, na Delegacia Re- da esposa - Adriana Amando Cruz Va-
gional de Brasília, do Departamento de ras - no inquérito de expulsão, o acusa-
Polícia Federal. Em defesa do habeas do abandonou a família desde 1965, es-
corpus o impetrante expõe e sustenta: tando, desde essa data, sobre os seus
Guilherme 0'vídio HeITera Benitez foi ombros a responsabilidade do lar. Em
processado perante a lIª- Auditoria Mi- 1966, conseguiu judicialmente pensão
litar, em Brasília, por infração do art. alimentícia; entretanto, o indiciado não
38, do Decreto-lei n Q 314, de 13 de a cumpriu até hoje. 0' contrato de. finan-
março de 1967; condenado a 10 meses ciamento, para aquisição de casa pró-
de detenção, cumpriu a pena. Instaura- pria, que obteve, foi assinado pela es-
do o processo de expulsão, o Sr. Mi- posa sozinha, com alvará do juiz com-
nistro da Justiça decretou sua prisão petente, suprindo a ausência do mari-
por noventa dias, prorrogada recente- do. Registra o inquérito que a esposa
mente por igual prazo. Sucede, porém, possui renda própria, resultante de seu
que o paciente é pai de Guilherme Ale- trabalho. Argumentam, por fim, as infor-
xandre HeITera Cruz, nascido em Belo mações, que o estrangeiro em causa é
Horizonte, a 14 de outubro de 1960, passível de expulsão, por haver atentado
conforme certidão anexa. 0' fato impe- contra a segurança nacional e não pos-
de o processo de expulsão, na confor- suir filho brasileiro dependente da eco-
midade do art. 74, n Q II, do Decreto- nomia paterna. Manifestou-lse a Sub-
lei n Q 941, de 13 de outubro de 1969. procuradoria-Geral, fls. 17/20, propug-
Por certo, o Sr. Ministro da Justiça, nando:
ao determinar as providências tomadas,
levou em conta uma carta da esposa 1) Descabimento do habeas corpus,
do beneficiário, declarando que o filho por estar suspensa a garantia, nos casos
menor não dependia de economia pa- de crime contra a segurança nacional.
terna, embora posteriormente haja se-
gunda carta, contradizendo a primeira. 2) Inviabilidade da pretensão, por
De qualquer modo, não se pode presu- envolver matéria de fato controvertida,
mir que o menor, no futuro, não venha que não se deslinda no âmbito sumarís-
a depender, economicamente, do pai, simo do writ impetrado.
-143 -
como a lei invocada, estabelecem uma mandou dizer, informei que a esposa
alternativa: não será expulso do País houvera obtido judicialmente pensão
aquele que for casado com mulher bra- alimentícia, mas o paciente até o mo-
sileira. E quanto a filhos não diz ape- mento não cumprira essa determinação.
nas: "se tiver filho brasileiro", mas sim: O Sr. Min. Peçanha MartinS: Mas po-
"ou, tendo filho brasileiro, seja esse seu derá cumprir.
dependente". Todavia, no presente ca-
so, .o habeas corpus cinge-se ao fato de Sr. Presidente, concedo o habeas cor-
o filho ser ou não dependente. Real- pus.
mente, há aí matéria de prova, quanto VOTO (VENCIDO)
a essa dependência ou não do filho do O Sr. Min. Decio Miranda: Sr. Pre-
expulsando, face à contradição entre as sidente: Parece-me que a chave do pro-
duas cartas que constam dos autos. blema está no exame da cláusula "de-
Minha dúvida, no entanto, já agora pendente da economia paterna", ins-
desapareceu, após ouvir o voto do emi- crita no art. 74, n Q 2, do Decreto-lei n 9
nente Min. Amarílio Benjamin. Assim, 94l.
não tenho dúvida em acompanhá-lo, ne- Pelas informações e de acordo com o
gando também o habeas corpus. douto voto do Sr. Ministro Relator, essa
cláusula foi examinada em relação à
VOTO (VENCIDO) pessoa do expulsando.
O Sr. Min. Peçanha Martins: Sr. Pre- Tenho para mim, entretanto, que es-
sidente: Peço um esclarecimento ao te exame há de ser feito de referência
eminente Ministro Relator. O casal es- à pessoa do filho.
tá separado?
Não se trata de saber se o pai nunca
O Sr. Min. Amarílio Benjamin: É o esteve, já esteve ou está em condições
que diz o Ministro da Justiça. Pela ini- de suprir a subsistência do filho. Tra-
cial, admito que o impetrante concor- ta-se ao revés, de saber se o filho de-
da com essa situação. pende, em tese, de meios exógenos de
O Sr. Min. Peçanha Martins: Eram subsistência, sem que se precise fazer
casados? o exame de fatos da economia paterna.
O Sr. Min. Amarílio Benjamin: Sim. Ora, todo filho menor, que não seja
Pelo menos é o que se depreende. herdeiro de capitais ou rendimentos, de-
pende da economia paterna.
O Sr. Min. Peçanha Martins: Quer
dizer que não consta dos autos a notí- O filho não dependerá da economia
cia sobre se ele concorre, ou não, com paterna, no meu sentir, quando, menor,
a despesa do filho ... tiver economia própria, ou, maior, for
indivíduo válido, capaz de trabalhar.
O Sr. Min. Amarílio Benjamin: Há as Todo filho em condições de reclamar
informações, a que me reportei no re- alimentos do pai ou da mãe é depen-
latório. dente da economia paterna.
O Sr. Min. Peçanha Martins: Mas Por assim entender a cláusula legal,
concorrer com a despesa do filho é concedo a ordem.
obrigação legal do pai, pelo menos por
enquanto, porque não há sentença es- VOTO (VENCIDO)
tabelecendo caber à mulher prover a O Sr. Min. Jarbas Nobre: A obrigação
subsistência. de prestar alimentos é irrenunciável.
O Sr. Min. Amarílio Benjamin: Na ba- No caso, há medida judicial exigindo-os.
se do que o Sr. Ministro da Justiça nos Daí decorre que, em tese, como ficou
- 145-
judicial competente, não nos resta se- responsabilidade venham a ser exces-
não haver como prejudicada a ordem. sivamente dilatados.
Aliás, cumpre acentuar que o pacien-
te não argúi como motivo determinante DECISÃO
de seu pedido a demora na formação Como consta da ata, a decisão foi a
da culpa. seguinte: A turma, à unanimidade,
Por isso, estou convicto que a solu- reputou prejudicado o pedido. Os Srs.
ção para o caso só pode ser a acima Mins. Moacir Catunda, Peçanha Mar-
apontada, ou seja, reputar insubsistente tins e Jorge Lafayette Guimarães vota-
o pedido, facultado ao paciente o di- ram com o Sr. Ministro Relator. Presi-
reito de renová-lo oportunamente, ca- diu o julgamento o Sr. Min. Henrique
so os prazos para a apuração de sua áÁvila.
Vistos, relatados e discutidos estes au- gado Natal Meni dos Santos, com escri-
tos, em que são partes as acima in- tório em São Paulo, em favor de Jor-
dicadas, ge Nacif Iza, boliviano, casado, do co-
mércio, recolhido à casa de Detenção
Decide a Primeira Turma do Tribu- de São Paulo, no cumprimento da pena
nal Federal de Recursos, por unanimi- de 2 anos de reclusão, e multa pecuniá-
dade de votos, denegar o pedido, na ria, do valor de 50 salários-mínimos, pe-
forma do relatório e notas taquigráfi- lo crime previsto no art. 281, do Código
cas precedentes, que ficam fazendo par- Penal, com as modificações da Lei n 9
te integrante do presente julgado. Cus-
5.276, de 1971, a que foi condenado por
tas de lei.
sentença do Dr. Juiz Federal da 2ª' Va-
Brasília, 28 de agosto de 1972. - ra da Seção Judiciária de São Paulo,
Henrique áÁvíla, Presidente; Moacir sob a alegação de coação ilegal, e à
Catunda, Relator. invocação de jurisprudência, decorren-
te de sentença nula, por cerceamento
RELATÓRIO do direito de defesa, eis que o defen-
sor constituído não foi intimado para
o Sr. Min. Moacir Catunda (Rela- as audiências de apresentação do pa-
tor) : Trata-se de pedido de habeas ciente, à 17ª' Vara Criminal, de São
corpus liberatório formulado pelo advo- Paulo, e à 2ª' Vara Criminal, da Seção
-149 -
Vistos, relatados e discutido.s estes au- tada a destempo, nos seguintes termos:
tos, em que são partes as acima indi- "Vistos, etc. - O Ministério. Pú-
cadas, blico tomou conhecimento da sen-
tença no dia 17-9-71 (fls. 323) e,
Decide a Terceira Turma do. Tribu- no. dia seguinte, dia 18, começou
nal Federal de Recurso.s, por maioria a COrrer o prazo para o recurso de
de votos, dar provimento ao recurso. pa- apelação. O termo de apelação só
ra determinar que o pro.cesso seja dis- foi tomado no dia 4 de outubro,
tribuído e autuado para julgamento da isto é, 16 (dezesseis) dias depois.
apelação, que nele já se encontra de- Mesmo que o prazo tivesse sido
vidamente processada, vencido o. Sr. suspenso pelo despacho de fls. 323v
Min. Esdras Gueiro.s, na forma do re- que mandou registrar a sentença,
latório. e no.tas taquigráficas preceden- começou ele a correr no.vamente
tes, que ficam fazendo parte integrante no dia 28. Do. dia 18 até 22 corre-
do. presente julgado. Custas de lei. ram 4 (quatro) dias, que somados
Brasília, 8 de março de 1972. - Már- aos seis dias do novo recebimento
cio Ribeiro, Presidente e Relator. até o termo de apelação, dariam 10
( dez) dias. Ainda que fosse con-
RELATÓRIO
siderado interrompido o prazo pe-
lo despacho que mandou registrar
O Sr. Min. Márcio Ribeiro (Relator): a sentença, ainda assim o recurso
Recurso criminal interposto às fls. do M.P. Federal seria intempesti-
343/345 pelo Dr. Procurador da Repú- vo., porque a co.ta de fls. 324, ape-
blica, de despacho que recusou, pOlI" sar de estar com a data de 19-10-71,
intempestiva, apelação da Justiça PÚ- os autos só foram devolvidos à Se-
blica contra a sentença absolutória dos cretaria no dia 4-10-71 (fls. 324).
réus Manuel Carneiro de Albuquerque Assim sendo, indefiro o recurso. do
Filho, Raimundo Girard Barros da Sil- Ministério Público por intempestivo
va, Flávio de Araújo Goulart, denuncia- e determino o arquivamento dos
dos incursos no art. 312 do CP e Ro- presentes autos, após a baixa na
naldo Roberto Alves Pereira, Mário Ca- distribuição. P.I. Brasília, 21-10-71."
valcanti Maciel, Sebastião Siqueira da
Silva e Sebastião Cavalcanti Maciel, in- O recorrente refuta os argumentos da
cursos no § 19 desse mesmo artigo. sentença, dizendo (lê às fls. 344/345).
O Juiz atendeu às razões dos apela- Contra-arrazoado o recurso, às fls.
dos, para ter a apelação como apresen- 347/348, nesta instância a Subprocura-
-151 -
Vistos, relatados e discutidos estes au- Subindo os autos a esta instância, de-
tos, em que são partes as acima indica- les se deu vista à douta Subprocurado-
das, ria-Geral da República, que se manifes-
tou pela confirmação da sentença recor
Decide a Terceira Turma do Tribu-
nal Federal de Recursos dar provimento rida.
ao recurso, unanimemente, na forma do É o relatório.
relatório e notas taquigráficas preceden-
tes, que ficam fazendo parte integrante VOTO
do presente julgado. Custas de lei.
Brasília, 22-3-1972. - Márcio Ribeiro, O Sr. Min. H enoch Reis (Relator):
Presidente; Henoch Reis, Relator. O fundamento da douta sentença re-
corrida é não poder a reclamante:
RELATÓRIO
"ser beneficiada com seu tempo de
O Sr. Min. H enoch Reis (Relator): serviço anteriormente prestado ao
Assim resumiu o Dr. Juiz a quo a contro- Serviço Social Rural, seis anos,
vérsia de que dão notícia os presentes pois, fulminado pela argüição de
autos: (lê fls. 88/89). coisa julgada, visto que o vínculo
A reclamação foi julgada improceden- trabalhista da reclamante já se des-
te, por falta de amparo legal, condenada lindou precedemente, em decor-
a reclamante nas custas e em honorá- rência de transação judicialmente
rios de advogado. homologada" (fls. 89).
Por despacho de fls. 96 foi a ora re- Refere-se a respeitável sentença, nes-
corrente dispensada do pagamento de se passo, à reclamação ajuizada pela
honorários advocatícios, em vista do recorrente e outro, contra a Federação
atestado de fls. 13. das Associações Rurais do Estado do
Inconformada, interpôs o presente re- Ceará, julgada procedente e liqUidada
curso, deduzido às fls. 97/113, contraria- na Junta de Conciliação e Julgamento
do às fls. 132/134. de Fortaleza.
-153 -
Consta dos autos, porém, que a re- Como argumenta o ilustrado patro-
corrente foi admitida como Oficial de no da recorrente, em memorial que nos
Gabinete da mencionada Associação, no foi enviado, houve sucessão dos diver-
dia 2 de janeiro de 1953, contrato este sos empregadores nas responsabilidades
rescindido judicialmente, como ficou para com a reclamante, e esclarece:
explicado, em março de 1966 (Doc. de
fls. 50/56). «Primeiro o SSR, depois com a
passagem dos serviços deste para
Acontece, no entanto, que a recla- a SUPRA, esta ficou com os em-
mante era empregada desde o dia 6 de pregados que executavam tais ser-
agosto de 1958, do Serviço Social Ru- vIços, sem haver solução de con-
ral, na qualidade de Escrevente-Dati- tinuidade. Finalmente, o INDA in-
lógrafa, com atribuições de Tesoureira corpora a SUPRA e, com ela, os
do Conselho Regional daquela entida- seus serviços e os que os executa-
de, como faz prova a Certidão de fls. vam", entre os quais, acrescenta-
6, passada a 6 de agosto de 1964, pelo mos, se encontrava a ora recor-
responsável pelo expediente da Dele- rente."
gacia Regional da SUPRA, no Estado
do Ceará. Esta, como faz prova a Portaria n 9
332, de 15 de agosto de 1969', publica-
Os dois contratos de trabalho corriam da no Boletim de Serviço n 9 156, foi
paralelamente, na ausência de qualquer dispensada, juntamente com outros que,
vedação, visto que a Federação é enti- segundo refere a mesma Portaria, e «na
dade de direito privado. forma estabelecida em lei, foram inde-
Não vejo como confundir os dois con- nizados".
tratos de trabalho, e fundi-los como fez Verifica-se que, quando despedida, a
a douta sentença, para indeferir a pre- reclamante contava mais de 10 anos
tensão da reclamante. como empregada, pois, em data de 6
O certo é que a recorrida era empre- de agosto de 1964, quando passada a
gada, desde 6 de agosto de 1958, do Certidão de fls. 6, tinha ela a seu favor
Serviço Social Rural, que, mediante a 6 anos de serviço.
Lei Delegada n 9 11, de 1962, foi incor- Vale observar que, embora se afir-
porado à Superintendência de Política me, na Portaria que dispensou a recla-
Agrária, SUPRA, sendo ela aproveitada mante, ter esta recebido indenização,
no quadro desta autarquia. nenhuma prova foi produzida neste
«Com o advento da Lei n9 4.504, sentido pelo Instituto recorrido.
de 30-11-64 (Estatuto da Terra), Está, assim, a recorrente amparada
o INDA, depois de incorporar a pelo art. 177, parágrafo 29 , da Consti-
SUPRA, assumiu o encargo dos tuição de 1967, e art. 492 da Consoli-
empregados anteriormente perten- dação das Leis do Trabalho.
'centes a esta, e, deste modo, pas-
sou Maria do Carmo Soares Cruz N estas condições, dou provimento ao
ao quadro de empregados do recurso para reformar a douta sentença,
INDA", é o que declara o Dr. De- e, reconhecendo a estabilidade da re-
legado Regional do INDA, no Cea- clamante, como servidora regida pela
rá, nas informações prestadas ao CLT, determinar sua reintegração, com
ilustre Dr. Procurador da Repúbli- todas as vantagens desta decorrentes,
ca naquele Estado (cf. fls. 26/27 apuradas em liquidação de sentença.
dos autos). É meu voto.
- 154-
balho - Lei n 9 1. 711 para a C.L.T. veitamento fosse feito, também, pe-
- o seu pagamento sofreu, também, lo regime estatutário, consoante a
alterações legais, desde o advento natureza jurídica da nova entidade
da Lei n 9 4.266, de 3-10-63, e res- empregadora. E o art. 19 arrolou,
pectivo Regulamento baixado pelo para acolher os ex-empregados de
Decreto n 9 53.153, de 10-12-63. A "A Equitativa", o "Banco Nacional
esse critério já estavam subordina- de Habitação', o "Banco Central
dos os reclamantes, antes mesmo de da República" e as sociedades de
ingressarem na reclamada; G - que capital misto do qual a União par-
os servidores Ananias Fernandes e ticipa, bem como as entidades au-
Nadyr Anacleto da Silva não figu- tárquicas, vinculadas à administra-
ram nos registros da Divisão de ção-pública federal. Logo, o Decre-
Pessoal da Reclamada como desig- to deixou a critério dos órgãos au-
nados para o exercício da função torizados a aproveitar os servidores
de Ascensorista." de "A Equitativa" e nos quais hou-
O Juiz Federal, Dr. Américo Luz, jul- vesse a aplicação ao seu pessoal da
gou a Reclamação procedente, depois Lei n 9 1.711, de 1952, abrigá-los
de rejeitar a preliminar de carência, no regime estatutário ou no regi-
afirmando que a inicial está redigida em me da C.L.T. O Decreto n 9 '"
termos claros, podendo ainda ser objeto 58.859/66 não determinou, e nem
de liquidação as prestações pretendidas, podia fazê-lo, a criação de novos
eventualmente ilíquidas ou incertas. cargos nas entidades destinadas a
aproveitar os ex-servidores de "A
N o mérito, para concluir pela proce- Equitativa". Apenas aduziu em seu
dência, dentre outras considerações, artigo 29:
afirmou a sentença:
"Na época desse aproveitamento, "O aproveitamento será feito de
a reclamada era uma autarquia fe- acordo com as necesidades do ser-
deral e o regime de seu pessoal o viço de cada empresa, nas vagas
estatutário (Lei n 9 1.711/52), de existentes em seus quadros de fun-
modo que os reclamantes, em face ções e salários iguais ou equivalen-
da interpretação dada ao § único tes".
do art. 29 do aludido Decreto n 9
58.859, foram contratados pelo sis- "Necessário se torna o reconheci-
tema da C. L. T ., em situação es- mento de que os reclamantes foram
pecial, portanto. E tal interpreta- aproveitados na reclamada, por de-
ção diz respeito às expressões da- terminação do Poder Executivo, de
quele parágrafo, assim redigido: modo definitivo, não para forma-
"Os empregados admitidos na rem uma classe extraordinária de
forma da Consolidação das Leis do eternos ex-empregados de "A Equi-
Trabalho pela empresa em liqui- tativa", porém, para serem assimi-
dação poderão ser aproveitados lados aos quadros da mesma, "nas
sob o mesmo regime." vagas existentes", com "funções e
Não vejo obrigatoriedade legal salários iguais ou equivalentes",
para o aproveitamento dos servido- assegurando-se-lhes "a contagem,
res beneficiados no Decreto, sob o para os efeitos legais, do tempo de
mesmo regime da C . L. T ., por- serviço prestado à sociedade em li-
quanto o vocábulo "poderão" in- quidação. Se tivessem sido aprovei-
dica a feição meramente permissi- tados sob o regime autárquico es-
va da norma, a ensejar que o apro- tatutário, vigente à época, o apro-
- 159-
que não caracterizando falta grave, con- tabilidade, admite prova em contrário, e
duziram a sua dispensa com vistas a boa esta, no caso, desautoriza a proclamação
ordem e continuidade dos serviços d~ da indicada suspeita legal.
clínica, assuntos de que o empregador é
juiz. DECISÃO
Vistos, relatados e discutidos estes au- rio da Caixa Econômica Federal de de-
tos, em que são partes as acima indica- cisão pela qual o digno Juiz Federal Dr.
das, Americo Luz julgou procedente Recla-
Decide a Terceira Turma do Tribu- mação Trabalhista formulada por An-
nal Federal de Recursos, prosseguindo tonio Baptista da Silva e outros funcio-
o julgamento, à unanimidade, negar nários da Caixa Econômica Federal, fi-
provimento aos recursos, na forma do lial do Rio de Janeiro, na qual pleitea-
relatório e notas taquigráficas preceden- ram o seguinte, conforme se lê do re-
tes, que ficam fazendo parte integrante latório da sentença:
do presente julgado. Custas de lei.
"19 - o enquadramento na clas··
Brasília, 11 de setembro de 1972. - se cujo salário corresponde ao salá-
Márcio Ribeiro, Presidente; Esdras Guei- rio real de cada um dos reclaman-
ros, Relator. tes, isto é, aquele que foi fixado na
RELATÓRIO Justiça ou em consonância com suas
O Sr. Min. Esdras Gueiros (Relator): decisões, para prevalecer a partir
Trata-se de recurso de ofício e ordiná- de 19 de janeiro de 1969;
- 163-
Como se vê, os Reclamantes têm vra pelo Recte, o Dr. Francisco Boselli
razão de clamar contra o descum- e pelos Recdos o Dr. Abílio Baptista da
priJ.-nento pela Reclamada do que Silva. (Em 13-3-72 3'l- Turma).
resultou decidido na Justiça do Presidiu o julgamento o Sr. Min. Már-
Trabalho (fls. 50/58), sendo de cio Ribeiro.
ressaltar-se que o Decreto-lei n 9
266/67 só foi aplicado na Caixa VOTO (VISTA)
Econômica a partir de 5-12-68, da- O Sr. Min. Henoch Reis: Sr. Presiden-
ta em que o Exmo. Sr. Ministro da te, pedi vista dos presentes autos, após
Fazendã aprovou o seu Quadro Ge- o voto do eminente Min. Esdras
ral de Pessoal, o que faz descipien- Gueiros, negando provimento a ambos
da a increpação de que os Recla- os recursos, para um exame mais deta-
mantes tinham sido admitidos em lhado da matéria e confesso que não en-
data posterior a do mencionado di- contrei motivo para reformar a sentença,
ploma, ou seja, 28-2-67. pois entendo que desatou com acerto a
Os pareceres trazidos pelos Re- demanda.
clamantes (fls. 77 e 86) adaptam-
se perfeitamente à posição de que Os reclamantes foram aproveitados
desfrutam na Reclamada, eviden- pela reclamada, que os contratou pelo
ciando o direito por que pugnam, regime da CLT, nos termos do Decreto
assim como os contratos de traba- n 9 58.859/66, com os salários iguais aos
lho de fls. 59/76 não deixam dú- que percebiam na empresa a que per-
vida sobre a existência do mesmo tenciam, assegurando-se-Ihes a contagem
direito. do tempo de serviço anterior para os
Por estes fundamentos: efeitos legais. Pleiteiam, agora, por via
Julgo Procedente o pedido, de da presente ação trabalhista, o seguinte:
acordo com os ítens 19 a 59 da Lê fls. 10/11.
inicial (fls. 10/11) e condeno a A sentença, que lhes deferiu o pedido,
Reclamada no principal, juros de está assim deduzida:
mora a contar do ajuizamento do Lê fls. 176/178.
feito e correção monetária a ser Nego provimento a ambos os recur-
calculada na forma do Decreto-lei sos, para confirmar a sentença recorrida,
n 9 75, de 21-11-66. por seus próprios fundamentos, pondo-
Recorro ex officio. me, assim, de inteiro acordo com o ilus-
Considero jurídicamente certa esta trado Ministro Relator.
sentença, razão pela qual a confirmo, É meu voto.
negando provimento aos recursos. EXTRATO DA ATA
rio e notas ta qui gráficas precedentes, N esta Superior Instância, emitiu pare-
que ficam fazendo parte integrante do cer o Df. Subprocurador-Geral, fls. 152.
presente julgado. Custas de lei.
É o relatório.
Brasília, 7 de iunho de 1972. - Go-
VOTO
doy Ilha, Presid"ente; Ama1'ílio Benja-
min, Relator. O Sr. Min. Amarílio Benjamin (Rela-
tor): Equivoca-se a decisão agravada,
RELATÓRIO de 28 de julho de 1971, fls. 18/19,
quando indefere o inquérito judicial,
o Sr. Min. Amarílio Benjamin (Rela- com a finalidade de propiciar a rescisão
tor): Perante o Df. Juiz Federal da 5~ de contrato de trabalho, relativamente
Vara, no Rio, Guanabara, propôs o a empregados estáveis, de acordo com
!BC inquérito contra Antônio Affonso art. 853 da CLT, por admitir o Dr. Juiz
Melin Filho e Murilo Frederico da Cos- que, sendo aplicável ao caso a Lei n 9
ta Prado, com o fim de provar falta 1.890, de 13 de iunho de 1953, somente
grave que teriam os mesmos cometidos teria cabimento inquérito administrati-
e, em conseqüência, rescindir o contra- vo, na conformidade do § 19 do art. 19
to de trabalho que mantinha com os da lei mencionada. É verdade que o
suplicados. O Dl'. Juiz Federal Substi- Conselho da Justiça Federal, pelo Pro-
tuto, no exercício pleno, indeferiu, des- vimento n 9 33 de 18 de novembro de
de logo, a inicial. Considerou que o in- 1959, recomendou a aplicação da Lei
quérito carecia de viabilidade pelo fa- n9 1.890 aos litígios trabalhista decor-
to de tramitar em juízo reclamação tra- rentes do art. no da Constituicão. Tal
balhista dos requeridos, sob argüição recomendação, porém, teve caráter tran-
de despedida injusta. Levou em conta sitório e cessou, evidentemente, quan-
ainda que, para o fim pretendido, era do a Lei n 9 5.638, de 3 de dezembro de
apropriado inquérito administrativo, de 1970, mandou observar naquelas ações
acordo com a Lei n 9 1.890/53, discipli- a CLT, capítulo X, no que coubesse,
nadora do processo trabalhista na Jus- e o Decreto-lei n 9 779, de 12 de agosto
tiça Federal. Agravou de petição o IBC, de 1969. Em iulho de 1971, data do
defendendo a propriedade da medida despacho recorrido, a lembrança da Lei
que solicitou, nos termos da Lei n 9 .. n 9 1.890 não tem pois justificativa. Fo-
5.638/70 e do art. 853 da CLT, e expli- ra disso, a observância da lei comum
cando que, não obstante a reclamação do trabalho, harmoniza melhor o pro-
trabalhista, havendo apurado no seu blema com a Constituição:
curso que os reclamantes eram estáveis,
desfez -os atos de dispensa e, suspen- "Art. 170. Às empresas priva-
dendo-os, deliberou a propositura do das compete, preferencialmente,
inquérito judicial. Os interessados, em com o estímulo e o anoio do Esta-
sua contraminuta, além de sustentarem do, organizar e explõTar as ativi-
o ato impugnado, argüiram o descabi- dades econômicas.
mento do agravo interposto, fls. 63/79.
Falou o Dr. Procurador da República.
O Dr. Juiz Federal, titular, então, após
extensas considerações, admitiu o agra- § 29 Na exploração, pelo Esta-
vo como recurso ordinário aplicando do, da atividade econômica, as
subsidiariamente o art. 910 do Código empresas públicas e as sociedades
de Processo Civil. Pronunciaram-se no- de economia mista reger-se-ão pe-
vamente os recorridos, fls. 125/147. las normas aplicáveis às empresas
- 175 -
Francisco Alves Duarte, juiz em dis- lei n 9 6.887, de 14-9-44, pelo qual a
ponibilidade da Comarca de Sena Madu- carreira se constituía de Juiz Subs-
reira, do antigo Território do Acre, re- tituto e Juiz de Direito, tão-somen-
quereu ao Presidente do Tribunal de te. A extinção do antigo Tribunal
Justiça do Distrito Federal o encaminha- de Apelação do Acre nenhum pre-
mento do seu nome ao Ex. mo Sr. Presi- juízo acarretou para o impetrante,
dente da República, para promoção ao dado que, a quando de sua inves-
extinto Tribunal de Apelação do Terri- tidura no cargo de Juiz (1957), já
tório referido, por antiguidade. aquele Tribunal deixara de existir
O expediente foi encaminhado ao Sr. há 17 anos. Alegação de simi-
Ministro da Justiça que, entretanto, de- litude de sua pretensão com caso
terminou o arquivamento do pedido, julgado anterior, na Apelação Cível
fundado em pareceres nos quais se sus- n'? 2.659, de 1934, em favor do Juiz
tentou que não seria possível fazer-se Jaime Mendonça. Inexistência dessa
promoção para cargo inexistente, e, ain- similitude ou de qualquer legislação
da, que de acordo com o Dec.-Iei núme- que possa amparar a pretensão do
ro 6.887, de 1944, que dispunha sobre a impetrante. Não há direito líquido
organização judiciária dos territórios, a e certo a ser protegido, na espécie.
carreira de Juiz se resumia a Juiz Subs- Segurança denegada."
tituto e Juiz de Direito e fora reduzida Inconformado, o interessado interpôs
pelo Dec.-Iei n9 113, de 1967, tão-somen- recurso extraordinário argüindo a in-
te a Juiz efetivo. constitucionalidade do Dec.-Iei n 9 6.887,
Contra esse ato o interessado requereu de 1944, vulneração dos arts. 133, I e lU,
mandado de segurança que veio a ser 144, I, e 153, §§ 19 e 36, da Emenda
denegado por decisão cujos fundamentos Constitucional n 9 1, de 1969. Alega ain-
foram assim resumidos na ementa do da dissídio entre o aresto impugnado e
acórdão: acórdão proferido no R.E. 30.041, em
que foi parte o Juiz Jaime Mendonça.
"Magistrado. Juiz de Direito de
Comarca do antigo Território do 2. Arrima-se a argüição de incons-
Acre, posto em disponibilidade. titucionalidade do Dec.-Iei n 9 6.887/44,
Pretensão, por mandado de segu- no fato de, tendo sido editado na vi-
rança, a obter sua promoção a De- gência da Constituição de 1937, que fixa-
sembargador. Ao tempo do ingres- ra normas comuns para a Justiça dos
so do impetrante na magistratura do Territórios, do Distrito Federal e dos
citado (1957), vigorava o Decreto- Estados, entre elas a de promoção de
- 180-
Reza a norma referida: quais foi atacada teriam que ser recebi-
"Art. 85. A requerimento do in- dos nos efeitos devolutivo e suspensivo.
teressado, ou do procurador da Re- Proferida a decisão por este Tribunal
pública, o Juiz, motivando o seu ato, reformando a sentença, o recurso extra-
poderá suspender, até decisão final, ordinário interposto, mesmo que o privi-
os efeitos da concessão do privilégio légio estivesse suspenso enquanto pen-
e o uso da invenção, quando contrá- diam de julgamento as apelações, não
rios à Lei, à moral, à saúde, ou à teria o efeito de mantê-las em tal situa-
segurança pública (Cód. de Proc. ção, frente ao disposto no art. 808, § 19,
Civil, art. 333). do Cód. de Processo Civil, com o que o
prazo restaurado, de qualquer sorte, te-
Parágrafo único. Se a ação for jul- ria sido maior que o permitido pelo art.
gada improcedente, subsistindo o 8.5 do Dec.-Iei n 9 7.903/45.
privilégio, o prazo da patente será
acrescido na proporção do tempo da Essas questões, contudo, não foram
suspensão." discutidas no julgamento recorrido e,
não tendo sido apresentados pelos re-
O que aí se autoriza é a devolução do
correntes embargos de declaração, os
tempo de que o privilégio de patente
recursos encontram obstáculo à sua
tenha estado suspenso, e, no caso dos
admissão na Súmula 356, do Egrégio Su-
autos, tal somente se deu de 13 de maio
premo Tribunal Federal.
a 22 de novembro de 1962, pois, recon-
siderado nesta última data o despacho Indefiro.
que determinara a suspensão, a recorri-
da voltou a usufruir do privilégio, e tal Publique-se.
situação não foi modificada pela senten- Brasília, 19 de setembro de 1972. -
ça que anulou a patente, posteriormente Armando Rollemberg, Ministro-Presi-
reformada, desde que os recursos pelos dente.
mente ingressada no país e, nos ca- a interessada fugir a essa objeção, com a
sos de importação financiada e de alegação de que a conversão de dólares
investimentos sob a forma de bens, em cruzeiros se fizera em Agência do
na moeda do domicílio ou da sede Banco do Brasil no exterior, mas, como
do credor, ou investidor, respectiva- bem esclareceu a autoridade impetrada,
mente, ou, ainda em casos especiais, o Banco do Brasil em Montevidéu opera
na moeda de procedência dos bens, de forma autônoma, como os demais
Ou do financiamento, desde que bancos, não importando o depósito de
obtida a prévia anuência da qualquer importância ali feito em trans-
SUMO c." ferência dela para o Brasil.
Insurge-se a recorrente contra a apli- Tenho, assim, como indemonstrada a
cação de tal norma legal à hipótese dos negativa de vigência de lei argüida no
autos porque posterior ao pedido de recurso. Quanto à divergência de juris-
registro. prudência é impossível admiti-la por não
Vale ela, porém, para o julgador, como se referirem os acórdãos trazidos a con-
esclarecimento do significado exato da fronto à matéria examinada no acórdão
regra do art. 49 da Lei n 9 4.131/62. impugnado.
Efetivamente seria inaceitável admi- Indefiro.
tir-se que empresa estrangeira trouxesse
para o Brasil cruzeiros e obtivesse re- Publique-se.
gistro para pagamento considerando Brasília, 14 de dezembro de 1972.
outra moeda, com prejuízo evidente para Armando Rollemberg, Ministro-Presi-
o nosso balanço de pagamentos. Procura dente.
Ação proposta contra a União por ofi- do cálculo realizado por árbitro indicado
ciais da Reserva Remunerada das For- pelos exeqüentes no qual os honoráJrios
ças Armadas, para obterem a incorpo- de advogado foram fixados tendo em
ração em seus proventos de inatividade conta o valor atribuído à causa na ini-
das parcelas absorvidas das diárias de cial.
Brasília, foi julgada procedente nos ter-
mos do pedido, salvo quanto a um dos Os autos vieram ao Tribunal em aten-
autores que não servia nesta Capital ção a recurso neoessário e apelação dos
quando de sua transferência para a ina- autores, esta última insurgindo-se contra
tividade. a forma de cálculo dos honorários de
A execução da decisão processou-se advogado que, sustentava, deveria ser
por arbitramento vindo a ser homologa- feito considerando o valor da causa veri-
- 187-
Pág. Pág.
Apelação Cível 32.578 - GB (ReI. Min. Moa-
28.388 - GB (ReI. Min. Néri cir Catunda) ............... 99
da Silveim) ............... . 3 32.668 - SP ('ReI. Min. Peça-
nha Martins) 10,2
28.464 - PR (ReI. Min. Ar-
mando Rollemberg) ....... . 27 Apelação CliminaI
28.515 - GB (ReI. Min. Ar- 1.744 - GB (ReI. Min. H'e-
mando Rollemberg) ....... . 31 noch Reis) .............. .'.. 10,6
28.530, - GB (ReI. Min. Moa- 1.925 - MG (ReI. Min. Es-
cir Catunda) .............. . 54 dras Gueiros) .............. 10,9
28.8313 - MG (RieI. Min. Jar- 1.960, - PI (ReI. Min. Peça-
bas Nobre) 58 nha Martins) .............. 111
29.224 - SP (ReI. Min. Decio 1.962 - PB (ReI. Min. Ama-
Miranda) ................. . 60, rílio Benjamin) ............ 114
29.269 - GB (ReI. Min. Decio 1.966 - l\IT (ReI. Min. Es-
Miranda) .................. . 63 dras Gueiros) .............. 115
29.416 - GB (ReI. Min. Dedo 1 .984 - OE (ReI. Min. Ama-
Miranda) 66 ríUo Benjamin) ............ 120,
2.0,0,4 - ISP (ReI. Min. Esdras
29.574 - MG (ReI. Min. Ar-
mando Roll1emberg) ....... . Gueiros) ................... 122
68
2.0,62, - RJ (ReI. Min. Esdras
29.827 - ES (ReI. Min. Márcio
Gueiros) ................... 125
Ribeiro) ................... . 71
30,.,69'5 - GB (ReI. Min. Már- Conflito Negativo de Jurisdição
cio Ribeiro) ................ 73 '90,4 - PR (ReI. Min. Ama-
30,.964 - RS (ReI. Min. Moa- rilio Benjamin) ............ 127
cir Catunda) .............. . 75 1.276 - PR (ReI. Min. Peça-
31.199 - ISP (ReI. Min. Hen- nha Martins) ............... 131
rique d'Avi1a) ............. . 81 1.286 - DF (ReI. Min. Go-
31.40,1 - PiE (ReI. Min. Már- doy Ilha) .................. 133
cio Ribeiro) ............... . 85 "Habeas Corpus", Petição de "Ha-
31.618 - RiS (ReI. Min. He- beas Corpus" e R e c u r s o de
noch Reis) ................ . 88 "Habeas Corpus"
31.989 - SP (ReI. Min. Jorge 2.619 - DF (ReI. Min. Peça-
Lafayette) ................ . 94 nha Martins) ............... 137
3,2.268 - GB mel. Min. Jar- 2.689 - :SP (ReI. Min. Henri-
bas Nobre) 97 que d'Avila) ............... . 138
-198 -
Pág. Pág.
2.690 - PR (ReI. Min. Moa- 508 - GB (ReI. Min. Ama-
cir Catunda) ............... 140 rílio Benjamin) ............ 173
2.767 - DF (ReI. Min. Ama-
rílio Benjamin) ............ 141 DESPACHOS DO MINliSTRO
PRESIDENTE DO TRIBUNAL
2.782 - GB (ReI. Min. Hen- FEDERAL DE ,RECURSOS
rique d'Avila) .............. 145
Agravo em Mandado de Segurança
2.843 - SP (ReI. Min. Moacir e Mandado ,de ,Segurança
Catunda) . . . . . . . . . . . . . . . . .. 148
67.858 - DF 179
Recurso Criminal
69.523 - DF 180
221 - DF (ReI. Min. Márcio
Ribeiro) ................... . 150 70.004 - GB 182
70.851 - DF 184
Recurso Ordinário
175 - OE (ReI. Min. He-
Apelação Cível
noch Reis) 152 23.656 - PE 185
~18 - GB (ReI. Min. Jorge 28.358 - DF 186
Lafayette) .................. 155 30.940 - GB 187
334 - MG (ReI. Min. Moa-
cir Catunda) ............... 161 "Habeas Corpus"
3'69 - GB (ReI. Min. Es- 2.771 - SP 189
dras Gueiros) .............. 162
ATO DO CONSELHO DA
388 - GB (ReI. Min. Es- JUSTIÇA FEDERAL
dras Gueiros) .............. 168
394 - GB (ReI. Min. Ama-
Provimento
rílio Benjamin) ............ 170 83/72 ........................ 193
JURISPRUDÊNCIA
Pág. Pág.
A Alienação de Imóvel
Abono de Emergência Ver Imóvel Público
Ver Ferroviário Apartamento
Abono de Permanência Ver Imóvel Público
Ver Previdência Social Apelação da Justiça Pública
Pág. Pág.
corrência, por outro lado, da C
alegada extinção da punibilida- Café
de, pois a prescrição pela pena Controle exercido pelo mc.
concretizada na sentenca não
Acusação de Apropriação de Ca-
retro age à data do crime: mas à
data da denúncia (jurisprudên- fé distribuído à empresa indus-
trial dos Indiciados. Improce-
cia do Supremo Tribunal Fe-
deral, in Rec. de Habeas Corpus dência da Denúncia. I - O cri-
n.o 48.287, D.J. de 25-9-70, pág. me previsto no art. 2.0, do De-
creto-lei nP 47/66 consiste em
4.412). Desprovimento do apelo
despachar por rodovia, ferrovia
para confirmação da sentença
ou fazer transitar, por qualquer
condenatória. Decisão unânime.
Apelação Criminal n.o 1.925 - meio, café de comercializacão
proibida. Não havendo, nos ~u
MG ........................... 109
tos, prova de todos os seus ele-
- Ver Parlamentar e Peculato lementos constitutivos, dá-se
Aproveitamento de Servidores pelo indeferimento da acusação.
II - Somente comete o crime
Ver Servidores Aproveitados
de apropriação indébita aquele
Autarquia que se assenhoreia de coisa
Ver Imposto de Indústrias e alheia móvel, não o proprietá-
Profissões e Previdência Social rio. Improcedência da ação
(Sentença de fls. 185).
Autônomo Apelação Criminal n.o 1.962 -
Ver Previdência Social PB ........................... 114
Auxilio-Doença - Instituto Brasileiro do Café.
Previdência Social. Detentor de Contrato de depósito de café.
doença cardíaca grave, que o Mercadoria não devolvida. In-
acometeu antes de se ter filiado denização devida. Valor a ser
ao INPS. Auxílio-doença devido, apurado na execução da senten-
visto como, nestes casos, o que ça, tendo em conta o preço pelo
importa é a data da incapaci- qual o Instituto adquiriria o
dade laborativa, decorrente da produto na data do término do
moléstia e de sua evolução. In- contrato.
terpretação do art. 64, da LOPS, Apelação Cível n.O 28.464 - PR 27
que foi indevidamente alterado
pelo regulamento. Direito do Cancelamento de Aposentadoria
segurado à aposentadoria-in- Ver Aposentadoria
validez. Falecido que é, as van-
tagens pecuniárias devem ser Certidão Oficial
atribuídas aos seus beneficiá-
Ver Fé Pública
rios, herdeiros ou sucessores.
Recurso denegado.
Citação por Edital
Apelação Cível n.O 28.833 - MG 58
Ver Fé Pública
B
Bons Antecedentes C.L.T.
Ver Contrabando Ver Despedida de Empregado
- 203
Pág. Pág.
Coação negaI Constrangimento negaI
Ver Fé Pública Ver Expulsão de Estrangeiro
Código Comercial Contrabando
Ver Empreitada
Crime do art. 334, § 1.0, alínea
Competência c, do Código Penal. Ocultação
Reclamação Trabalhista. Pedi- dolosa de mercadorias estran-
do contra Empresa Industrial geiras destinadas ao comércio.
sob o regímen de intervenção do Deu-se provimento parcial ao
Banco Central. Incompetência recurso para reduzir a pena ao
da Justiça FederaL Somente grau mínimo. Decisão unânime.
compete à Justiça Federal pro- Apelação Criminal n.O 1.960 -
cessar e julgar feitos trabalhis- PI ............................ 111
tas em que é parte alguma das COlntrato de Mútuo
entidades enumeradas no art.
110 da Constituição. Tal dispo- Caixa Econômica Federal. Con-
sitivo, por outro lado, não au- trato de mútuo. Débito subordi-
toriza a interferência da União, nado a termo incerto; hipótese
nos termos do art. 125, § 2.°, da em que se torna exeqüível.
Lei Máxima. Por fim, na espé- Apelação Cível n.O 29.574 - MG 68
cie, mesmo que, em princípio, o
processo fosse da competência Contrato de Trabalho
da Justiça Federal, à vista do Reclamação Trabalhista. Mary
novo critério da Carta Magna, a Nazaré Vieira Motta versus
competência da Justiça do Tra- INPS. Contrato sob regime da
balho estaria fixada, na con- CLT, para prestação de serviços
formidade da Lei n.O 5.638, art. como Técnico de Administra-
3.°, vez que houve instrução e ção-Auxiliar, com salário equi-
sentença antes de 30 de outubro valente aos vencimentos iniciais
de 1969. da classe de Técnico de Admi-
Recurso Ordinário n.O 394 - GB 170 nistração. Transferência da re-
- Ver Parlamentar, Previdência clamante para outra carreira
Social, Segurança Nacional e (Assistente de Administração).
Terras de Fronteira. Descumprimento do contrato de
trabalho. Direito à percepção
Cancorrência Pública das diferenças salariais ocorren-
Ver Imóvel Público tes. Sentença confirmada. Deci-
são unânime.
Condenação no Estrangeiro Recurso Ordinário n.o 388 - GH 163
Prisão sob simples suspeita de Correção Monetária
sentença condenatória no es-
trangeiro. Inexistência de or- Ver Seguros Marítimos
dem escrita de autoridade com-
petente que autorize a custódia. Corrupção Ativa
Habeas Corpus. Sua concessão. Recurso provido para o fim de
Recurso de Habeas Corpus n.o reduzir de um terço a pena im-
2.689 - SP .................. 138 posta ao réu, pelo reconheci-
J- 204 -
Pág. Pág.
mento de tentativa, fixando-a, Decreto-lei n.o 314/67
assim, em oito meses de deten-
Ver Segurança Nacional
ção, e, suprindo a proibição de
fornecimento aos órgãos da Decreto-lei n. O 898/69
administração direta e indireta,
Ver Segurança Nacional
para que, a propósito, prevaleça
o que determinar o Poder Exe- Decreto-lei n.O 941/69
cutivo.
Ver Expulsão de Estrangeiro
Apelação Criminal n.O 1.744 -
GB ........................... 106 Decreto-lei n.O 943/69
Corrupção Passiva Ver Servidores Aproveitados
Ver Falsificação Ideológica Decreto-lei n.O 1. 920/62
Ver Readaptação
Crime Contra a Segurança Nacional
Ver Segurança Nacional Decreto-lei n.O 2.063/40
Ver Seguros Marítimos
Crime Praticado por Parlamentar
Demissão negaI
Ver Parlamentar
Ver Reclamação Trabalhista
Curso Especial de Saúde
Dentista
Ver Militar
Ver Militar
D Depósito de Café
Decreto n. O 32.250/55 Ver Café
Ver Readaptação
Descaminho
Decreto n.O 34.828/53 Ver Contrabando
Ver Imóvel Público Despedi.da de EmpregadO
Decreto n.o 40.702156 A presunção emanada do § 3.°,
Ver Readaptação do art. 499, da CLT, de que a
despedida do empregado que te-
Decreto n.O 42.959-A/60 nha alcançado nove (9) anos de
Ver Tratamento Médico serviço considera-se obstativa
da aquisição da estabilidade,
Decreto n.o 47.373/59 não é absoluta, admitindo pro-
Ver Readaptação va em contrário.
Recurso Ordinário n.O 334 -
Decreto n.o 58.859/66 MG ........................... 161
Ver Servidores Aproveitados Documento Falso
Decreto-lei n. O 47/66 Ver Falsificação Ideológica e
Ver Café Quadrilha ou Bando
Pág. Pág.
E Epilepsia
. Empregado Estável Ver Reforma
Direito Trabalhista. Inquérito
contra empregado estável, para Eqüitativa do Brasil
prova de falta grave. Inviabili- Ver Servidores Aproveitados
dade do processo. Segundo a Lei
n. ° 5.638/70, nas relações entre Estabilidade
empregador, que seja órgão pú- Ver Despedida de Empregado e
blico, e empregado estável, a Reclamação Trabalhista
falta grave deve ser provada por
meio de inquérito judicial tra- Estatística
balhista, estando superada a Lei
n.O 1.890/53. Entretanto, haven- Ver Readaptação
do em andamento reclamação Estelionato
dos empregados a indiciar e
também mandado de sentença, Ver Parlamentar
com liminar, contra o ato de
suspensão dos requeridos, é Estrangeiros
evidente que o inquérito carece Ver Falsificação Ideológica
de viabilidade, devendo, portan-
to, ter desfecho preferencial Excesso de Prazo
os processos ajuizados ante- Ver Quadrilha ou Bando
riormente.
Recursos Ordinário n.D 508 - Ex-Combatente
GB .......................... . 173 Ver Previdência Social
Empreitado Expulsão de Estrangeiro
O prazo de um ano para a pres-
Habeas Corpus contra expulsão
tacão da acão do empreiteiro
de estrangeiro. Existência de
co~tra o co~erciante, previsto
filho brasileiro dependente da
no art. 445 do Código Comercial
economia paterna. Alegações
de 1850, não incide sobre as em-
improcedentes. Está sujeito à
presas públicas ou sociedades de
expulsão o estrangeiro que não
economia mista governamen-
se comporta de acordo com as
tais, sem fins especulativos e
regras da lei específica. Impede
organizadas com vistas a regu-
o ato a existência de filho bra-
lar o abastecimento das popula-
sileiro dependente da economia
ções nacionais. Empreitada.
paterna. Não está, no entanto,
Imunizacão. Expurgo. Distri-
em condições de beneficiar-se
buicão. Õ credor de coisa certa
com a exceção legal, o estran-
nã~ pode ser obrigado a receber
geiro que, embora possuindo
outra, ainda que mais valiosa.
filho, o deixa sem assistência,
Apelação Cível n.O 30.964 - RS 75
sob o exclusivo encargo ma-
Enquadramento terno.
Ver Despedida de Empregado Habeas Corpus n. o 2.767 - DF 141
Entorpecente Expurgo
Ver Tráfico de Entorpecente Ver Empreitada
- 206-
Pág. Pág.
Extinção da Punibilidade ria, assim como o mandato, não
Ver Apropriação Indébita e Pe- oferecendo qualquer elemento
culato onde o acusado pudesse ser en-
contrado' salvante o n.O 7.186,
F onde não o foi, explicam a cer-
Falta Grave tidão do Oficial de Justiça, de
Ver Empregado Estável que se achava em lugar não sa-
bido.
Falsificação de Documento Público Habeas Corpus n.o 2.690 - PR 140
Ver Quadrilha ou Bando FeJl"roviário
Falsificação ideológica Ferroviário. Desde que aposen-
Apelação criminal. Denúncia tado após a encampação da
pelos crimes de falsificação Ferrovia pelo Estado, tem di-
ideológica (art. 229 do Cód. Pe- reito aos benefícios do regímen
nal), fraude da lei sobre estran- estatutário, tais como o reajus-
geiros (art. 310), corrupção tamento da Lei n.O 4.242/63,
passiva (art. 317), corrupção aumento da Lei n. O 4.069/62,
ativa (art. 333) e uso de do- abono da Lei n.O 3.531/59 e abo-
cumento falso (art. 304). Sen- no de emergência da Lei núme-
tença condenatória contra um ro 1.765/52, além do acréscimo
dos réus (Idio Nemésio de Bar- de salário-família. Prescrição.
ros e absolutória quanto aos Não revogada a lei concessiva,
outros dois (Said Sirani e Cha- nem negado, na via à sua remu-
leb Nohamad Birani). Apelo da neração, atinge apenas as pres-
Justiça Pública quanto à parte tações mensais que datarem de
absolutória da sentença. Pare- mais de 5 anos.
cer da Subprocuradoria-Geral Apelação Cível n.O 31.401 - PE 85
da República pelo provimento Filho no Brasil
da apelação. Reforma, em par- Ver Expulsão de Estrangeiro
te, da sentença, para condenar
também os dois réus antes ab- Furto
solvidos à pena total de dois Crime de furto (art. 155, § 1.0,
anos e quatro meses para cada do Código Penal). Condenação
um, como incursos nos arts. 304 do réu, na primeira instância,
e 333 do Código Penal. Decisão à pena de 2 anos de reclusão, e,
unânime. face à periculosidade do acusa-
Apelação Criminal n.O 1.966 - do, a mais 2 anos de medida
MT ........................... 115 de segurança. Apelo do réu ale-
gando suposta nulidade do pro-
Fé Pública cesso e não caracterização do
Habeas Corpus. Certidão de Ofi- furto apenas por portar o obje-
cial de Justiça. Fé Pública. A to. Improcedência das alega-
citação por edital depende real- ções. Apelo desprovido para
mente da exaustão dos meios de confirmação da sentença. De-
que disponha o Oficial de Jus- cisão unânime.
tiça, para encontrar o acusado. Apelação Criminal n.O 2.004 -
No caso dos autos, a precató- SP ............................ 122
- 207
Pág. Pág.
I Indenização
Imóvel da União Ver Café e Seguros Marítimos
Ver Contrato de Mútuo Inquérito Trabalhista
Imóvel Público Ver Empregado Estável
Alienação de imóvel do ex- .J
IAPB, na vigência do Decreto JrllUOS de Mora
n.o 34.828/53. O direito do segu-
rado classificado em concorrên- Ver Seguros Marítimos
cia pública a ver ultimada a
transação, pelo preço e nas con-
dições fixadas no edital, não Lei de Segtuoança Nacional
podia ser prejudicado por pro- Ver Segurança Nacional
crastinação da Administração e
nem pela legislação superve- Lei n.O 1.316/51
niente. Inadmissível, de outro
V:er Abono Militar
lado, anular-se a venda de um
só apartamento, por isso que a Lei noO 1.765/52
licitação só poderia ser anulada,
toda ela, se interesse público o Ver Ferroviário
justificasse. Ação popular im- Lei n.o 1.802/53
procedente.
Apelação Cível n.O 28.515 - GB 31 V:er íSegurança NaCional
Pág. Pág.
culposo. Inexistência da extin- Previdência Social
ção da punibilidade, tal como Previdência social. 1) A com-
pretendia, sob a alegação de ter Ipetência atribuída a Juiz esta-
havido ressarcimento do dano. dual, art. 125, § 3.°, da Cons-
1
No ,caso dos autos o réu é res- tituição, para as causas que têm
Iponsável direto ,pela apropria- por objeto beneficio de nature-
ção, não cabendo em seu fa- za pecuniária da previdência
vor a figura do peculato culpo- social, não exige a presença
so, eis que para tanto teria de obrigatória, no feito da União
ocorrer apenas sua atitude de- Federal como assistente da au-
sidiosa, ensej ando que terceira tarquia. 2) Abono de perma-
pessoa loglrass'e causar o pre- nência do segurado, ex-comba-
juízo pecuniário à Administra- tente, ex-assalariado da Mari-
ção, e, na hipótese, não se pro- nha Mercante, hoje contribuin-
vou a existência de qualquer te da categoria de trabalhador
terceiro. Parecer da ISubpro- autônomo, como Prático da
curadoria-Geral da República Barra do Porto de Santos. In-
pela confirmação da sentença. terpretação da Lei n.O 4.297, de
Apelaç.ão desprovida. Decisão 23-12-63, que assegura, aos ex-
unânime. combatentes, aposentadoria na
Apelação Criminal n.o 2.0.62 ·previdência social, após 25 anos
- RJ ........................ 125 de serviço, na base do salário
- Ve:r Prazo de Apelação integral realmente percebido. A
regra vale também para os se-
Perfumaria gurados autônomos, que não
Ver Propriedade Industrial percebem saláJrios, mas esti-
pêndiOS de outra natureza. Va-
Prático de Barra le tanto para a aposentadoria
quanto para o abono de perma-
Ver Previdência Social
nência. O estipêndio do autô-
Prazo de Operação nomo beneficiado pela Lei não
está adstrito ao limite do sa-
Apelação. Prazo. CPP, art. 593. lário-base, de que trata o art.
É tempestiva a apelação se 77 da LOPS. Mas, por isso mes-
prof:erida no prazo devolvido mo que não encontra limites
ao MP, após sua reelama'ção na lei, o esttpêndio do autôno-
no sentido de que a sentença mo, nesse caso, há de ficar
fosse publicada e registrada. submetido a uma instância de
Recurso Criminal n.O 221 - DF 150 prova da sua normalidade,
através de informações das
Precatória
fontes pagadoras, comparação
Ver Fé Pública com os rendimentos declarados
para efeito de imposto de ren-
Prescrição
da, e outras, a fim de que se
Ver Apropriação Indébita e não cometam abusos contr:a a
Ferroviário previdência social. Casos dos
autos: declaração de estipên-
Prescrição de Ação
dio, como Prático de Barra,
Ver Empreitada igual a mais de 45 vezes o
- 210
Pág. Pág.
maior salári.o-mínimo do País, trata-se de volumoso processo,
e mais de 4,3 vez'es o vencimen- envolvend.o inusitado número
t.o de um Juiz Fedeml substi- de réus. E, por isso, insus1ceptí-
tuto. Remessa, à fase da exe- vel de deslinde dentr.o dos pra-
cuçã.o, da fixação d.o montante zos exíguos da lei. E, dad.o que
verdadeiro, para as restituições .o paCiente se encontra pres.o
ou compensações devidas. por dete,rminação de aut.orida-
Apelação Cível n.o 29.224 - SP 60 de judiCial competente, não
- Ver ,Aposentadoria, Auxílio- resta senão haver como preju-
Doença e Tratamento Médieo dicadaa ordem.
Habeas Corpus n.o 2.782 - GB 145
Prisão Injustificada Qüinqüênios
Ver Condenação n.o Estrangeiro Ver Servidores Aproveitados
Processo Administrativo R
Readaptação
Ver Apropriação Indébita
Readaptação. Provado o de-
Promoção sempenho ininterrupto, p.o r
mais de dois anos de atribui-
Ver Reforma ções estranhas ao carg.o de que
o funcionário é titular, e pró-
Propriedade Industrial priasao que vem exercitando,
Pr.opriedade industrial. Marca e satisfeit.os os demais requisi-
de indústria e c.omérci.o. Mar- t.os legais, procede o pedido de
cas "Gibbs" e "Gibi", para ar- readaptação. A lei posterior,
tigos de perfumaria e t.ou.cad.or. que regulamenta .o exercício
Ainda c.olocand.o-se o examina- pmfissi.onal de estatístico, nã.o
d.or na p.osição do consumid.or se aplica às situações indivi-
ingênu.o ou despreocupado, o duais c o n s t i t u í das ant,e-
cotej.o não revela colidência das ri.ormente.
marcas, bem distint.os .os carac- Apelaçã.o Cível n.O 28.530 - GB 54
teres gráficos e fônicos de uma - Servidor público. Readapta-
e .outra. çáJo com.o Agente Fiscal d.o Im-
Apelação Cível n.O 29.2,69 - GB 63 p.osto de Renda. Satisfeitas as
exigências legais, faz jus .o ser-
Q vid.or à pretendida readapta-
Quadrilha ou Eando çã.o. Sentença que se c.onfirma,
,em parte.
Delitos previstos n.os arts. 233, Apelação Cível n.O 31.618 - RS 83
297 e 304 do Códig.o Penal, 73
e 74 da Lei n.o 4.723/65. Habeas Reclamação Trabalhista
corpus. Pedid.o prejudicado, da- Reclamação trabalhista. 8ervi-
do que, embora haj a decorrido dora amparada pelo art. 177,
tempo capaz de ensejar, em § 2.°, da Constituiçã.o Federal
prinCÍipio, a libertaçã.o preten- de 1967. Demissão indevida.
dida, p.or 'p.ossível excesso de Direito à reintegração que se
prazo para a f.ormulação da lhe assegura.
culpa, c.onvém salientar que Recurso Ordinário n.O 175 - OE 152
- 211
Pág. Pág.
- Ver Contrato de Trabalho e Procedência do conflito e com-
Despedida de Empregado petênCia ao Dr. Juiz de Direito
suscitado.
Reforma Conflito Negativo de Jurisdi-
Milita,r. Reforma com promo- ção n.O 1.276 - PR ........... 13,1
ção. Lei n.o 2.370!54, arts. 27,
30, d, 31 e 33, b. A paralisia fa-
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- ,Conflito Negativo de Juris-
cial, incapacitante para o ser- dição. Fatos ditos subversivos
viço militar, inclui-se 'entre as cont,ra as autoridades e a edi-
moléstias que dão direito à re- lidade municipais, não confi-
forma da praça com qualquer gurados como atentatórios à
tempo de serviço e promoção ao Lei de Segurança Nacional. Re-
posto subseqüente. síduos de crimes comuns da
Apelação Cível D.O 30.695 - GB 73
competência da justiça local.
Procedência do conflito susci-
- Reforma de militar,porta- tado pelo Conselho Permanente
dor de epilepsia temporal, in- da !l.a Circunscrição Militar,
capacitado definitivamente pa- nesta capital.
ra o serviço, sem poder prover Conflito Negativo de Jurisdi-
os meios de subsistência. Devi- ção n.o 1. 286 - DF .......... 133
dos os proventos de 3. 0 -Sargen-
,to, visto como sua incapacidade
decorreu de acidente sofrido Seguros Marítimos
quando incorporado, embora Seguros Marítimos. Tribunal
fora de instrução. ApUcação do Marítimo: natureza e atribui-
disposto no § 3.°, art. 28 e sua ções. Exegese do art. 18, da Lei
letra d, tudo da Lei n.o 4.902/65. n.O 2.180, de 5-2-19M, em face
ISentença confirmada. do a,rt. 153, § 4.°, da Emenda
Apelação Cível n.O 32.268 - GB 97
Constitucional n.O 1, de 1969.
Livre é, em princíp10, ao Poder
Ressarcimento do Dano Judiciário conhecer da matéria
Ver Peculato decidida pelo Tribunal Marí-
timo; suas decisões não têm
Reserva Remunerada efeito de coisa julgada. As con-
clusões, de natureza técnica,
Ver Abono Militar
do Tribunal Marítimo, inscre-
vem-se, entretanto, no parti-
Réu Primário
cular, entre as provas de maior
Ver Contrabando valia, devendo merecer a mais
destacada consideração, de juí-
s zes e tribunais, por tratar-se de
órgão oficial e especializado.
Segurança Nacional
Sem prova mais convincente em
Conflito de Jurisdição. Não contrárío, nada autoriza se des-
tendo havido incitamento àpa- prezarem as conclusões técni-
ralisação de serviços públiCOS cas do Tribunal Marítimo. Ação
por parte dos acusados, não se de cobrança de seguro maríti-
configura o crime do art. 33, mo procedente. NaufrágiO jul-
V, do Dec.-lei n.o 314, de 1967. gado pelo Tribunal Ma;rítimo
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como decorrente de fortuna do a utarquia Caixa Econômica Fe-
mar, não convencendo as ale- deral, de acordo com o Decreto
gações em contrário das segu- n.o58.859/66, sob regime da
radoras, no sentido de tratar- CLT, devem ser incluídos nos
se de "naufrágio fraudulento". quadros organizados pela Cai-
Os juros moratórios devem ser xa Econômica Federal. Empresa
contados a partir do décimo pública, na forma do Decreto-
sexto dia da e n t r e g a da lei n.o 943/69, juntamente com
documentação do sinistro (Cód. os demais servidores que, por
Com., art. 730). Improcedente efeito de opção, estão sujeitos
pedido de lucros cessantes, em à legislação trabalhista. Por
face do disposto no art. 16,2, do força, porém, do art. 2.°, do De-
Decreto-lei n.O 2.063, de 7 de creto-lei n.o 943/69, os qüin-
março de 1940. Correção mone- qüêniosestão congelados, in-
tária do valor do seguro con- clusive para o pessoal estatutá-
tratado; sua inadmissão no rio.
caso concreto. No regime ante- R e c u r S o Ordinário n.o 218
rior à Lei n.o 5.488, de 27-3-1968, - GB ........................ 155
operava o art. 182 do Decreto-
lei n.o 2.0163 de 7-3-1940, como Servidor Público
norma prefixadora da indeni-
zação maxlma, estabelecendo Ver Aipropriação Indébita e
limite à responsabilidade de Readaptação
segurador, embora estivesse ve-
dada a estipulação de cláusula Subversão
de c o r r e ç ã o monetária, no Ver Segurança Nacional
contrato de seguro. Natureza do
art. 14 do Decreto-lei n.o 73 T
de 21-11-1966. Sem cláusula ex-
pressa no contrato de seguro, Técnico de Administração
somente é cabível correção mo- Ver Contrato de Trabalho
netária nesta matéria, na vi-
gência da Lei n.o 5.488, de Tentativa
27-8-1968, a qual não incid1rá,
em se tratando de contrato que Ver Corrupção Ativa
lhe for anterior.
Terras de l"J:1onteira
Apelação Cível n.o 28.3188 - GB 3
Ação envolvendo Terras de
Sentença Nula Fronteira. Juízo competente.
Conflito de jurisdição. Julga-
Ver Nulidade de Sentença mento prejudicado. Em princí-
pio, a Justiça Federal é com-
Servidores Aproveitados petente para julgar ação entre
particulares envolvendo terras
C a i x a Econômica. Servidores de fronteira, que são do domí-
aproveitadOS. Quadros de pes- nio da União. Entretanto, acór-
soal OLT. Os empregados da dão do Supremo Tribunal, que
"A E:quitativa dos Estados Uni- recusa a possibilidade da União
dos do Brasil", aproveitados na intervir, já em grau de recurso
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extraordinário, prejudica o in- DESPACHOS EThI RECURSOS
cidente de incompetência le- EXTRAORDINARIOS
vantado no processo.
Ação de Reivindicação
Conflito Negativo de Jurisdição
n.o 904 - PR ................. 127 Nulidade de Escritura. Prazo,
da prescrição da ação de decla-
Trabalhador Autônomo ração de nulidade absoluta de
Ver Previdência Social escritura de venda e compra de
bens gravados com a cláusula
Tráfico de Entorpecente de inalienabilidade é de trinta
Habeas Corpus. O processo de anos.
rito sumá:rio, específico ao cri- Apelação Cível n.O 23.656 - PE 185
me de tráfico de entorpecente,
d i sc i P I i n a d o pela Lei n.o Capitais Estrangeiros
5.726/71, admite a aplicação Lei n.O 4.131/62. Decreto n.O
subsidiária das normas do Có- 55.762/65. O registro do capital
digo de Processo Penal. Des- estrangeiro fica condicionado à
procede p e d i d o de habeas efetividade da transfe:rência do
corpus, feito sob a a alegação mesmo, para o Brasil, na moeda
de cerceamento da defesa, por- do País de origem.
que esta se fez, como foi pos-
sível fazê-la, e o processo não Agravo em Mandado de Segu-
demonstra a existência de qual- rança n.o 7.0.004 - GB 182
quer prejuízo aos direitos do
paciente, a quem cumpria, por Diárias de Brasília
seu defensor, colaborar leal- Oficiais da Reserva Remunera-
mente com a Justiça, no inte- da. Ação julgada procedente
resse da rápida solução do em parte.
caso.
Apelação Cível n.O 28.358 - DF 186
Habeas Corpus n.o 2.843 - SP 148
Incompetência
Transporte de Café
Ver Café Registro de dados em carteiras
profissionais diversos dos velr-
Tratamento Thlédico dadeiros. I n c o m p e t ê n c i a
da Justiça Federal para julgar
Previdência Social. Despesas o feito.
com Tratamento Médico. O re- Habeas Corpus n.o 2.771 - S? 189
embolso das despesas de trata-
mento depende de comprovada
Thlagistrado
urgência (art. 121, VIII, De-
creto n.o 42. 959-A/60) ; negada Juiz de Direito de Comarca do
esta urgência,pelo INPS, im- antigo Território do Acre, pos-
procedente é a ação. to em disponibilidade. Preten-
Apelação Cível n.o 31.989 - S? 94 são a obter promoção a Desem-
bargador. Negado provimento.
Tribunal Thlaritímo M a n d a d o de Segurança n.o
Ver Seguros Ma:rítimos 67.858 - DF ................. 179
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