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TJBA

PJe - Processo Judicial Eletrônico

14/06/2023

Número: 8001279-49.2023.8.05.0199
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL
Órgão julgador: VARA DOS FEITOS DE REL DE CONS CIV E COMERCIAIS DE POÇÕES
Última distribuição : 17/05/2023
Valor da causa: R$ 100,00
Assuntos: Atos Administrativos
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
Em segredo de justiça (IMPETRANTE) JESSICA CAMBUI SILVA DE LIMA (ADVOGADO)
MUNICIPIO DE POCOES (IMPETRADO)
IRENILDA CUNHA DE MAGALHÃES (PREFEITA)
(TERCEIRO INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
39186 13/06/2023 17:38 Decisão Decisão
6761
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA

VARA DOS FEITOS DE REL DE CONS CIV E COMERCIAIS DE POÇÕES

Processo: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL n. 8001279-49.2023.8.05.0199


Órgão Julgador: VARA DOS FEITOS DE REL DE CONS CIV E COMERCIAIS DE POÇÕES
IMPETRANTE: Em segredo de justiça
Advogado(s): JESSICA CAMBUI SILVA DE LIMA (OAB:BA50869)
IMPETRADO: MUNICIPIO DE POCOES
Advogado(s):

DECISÃO

Vistos etc.

Trata-se de MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE


TUTELA DE URGÊNCIA impetrado por MOTOUBER neste ato representado por
sua proprietária ANDRESSA RODRIGUES FREIRE contra ato da atual Prefeita do
MUNICÍPIO DE POÇÕES, Sra. IRENILDA CUNHA DE MAGALHÃES, ambos
qualificados nos autos, requerendo a revogação do ato administrativo nº 380/2023,
que indeferiu o pedido de expedição de alvará de funcionamento do aplicativo
“MotoUber” na cidade de Poções-Ba. Afirma a impetrante que é pessoa jurídica de
direito privado, buscando efetivar toda documentação referente e necessária ao seu
regular funcionamento a Impetrante bateu às portas do Poder Executivo local,
protocolando sob nº 380/2023, requerimento de alvará de funcionamento do
aplicativo “MotoUber” na cidade de Poções-Ba que tem por objetivo o transporte
individual privado de passageiros por motocicletas privadas através de
cadastro/acesso prévio por aplicativo, o que indeferido pela Autoridade dita como
Coatora. Alega que o ato administrativo que proibiu a implantação do aplicativo
“MotoUber” no Município é ilegal, pois impede o desenvolvimento da atividade
econômica da Impetrante, sobretudo porque tal atividade já é regulamentada pelo
Ente Público e contou com parecer favorável da Procuradoria Municipal. Aponta
que as atividades desenvolvidas pelo “MotoUber” não se confundem com a do
moto-taxistas, e são ontologicamente distintas que não podem ser equiparadas,
como pretende o Município e que a proibição da implementação da atividade da
Impetrante configura, ainda que de forma indireta, violação das liberdades
constitucionais de trabalho, a liberdade econômica e ampla concorrência. Desse
modo, requereu liminar para fins de suspender os efeitos do ato administrativo

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impugnado, ou seja, a Decisão proferida no processo administrativo Nº 380/2023
que injustamente forçou a suspensão do exercício das atividade do “MotoUber”.

Juntou documentos (fl. 01 usque 14).

Vieram-me os autos conclusos.

É o necessário. Fundamento e decido.

Como se sabe, o Mandado de Segurança é um remédio constitucional


expresso no artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal, que prevê: "conceder-se-á
mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público".

Dispõe o art. 1° da Lei 12.016/2009, atual Lei do Mandado de


Segurança: “Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente
ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e
sejam quais forem as funções que exerça.”

Segundo a clássica lição de HELY LOPES MEIRELLES, “mandado de


Segurança é o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou
jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei,
para a proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça”
(Mandado de Segurança. Malheiros Editora, 30ª edição, pág. 25/26).

Por direito líquido e certo deve ser entendido aquele direito cuja
existência e delimitação são claras e passivas de demonstração documental, desde
o ajuizamento da petição inicial. Além disso, sabe-se que o aludido direito líquido e
certodemanda prova pré-constituída, pois o mandamus não comporta dilação
probatória.

A esse respeito, leciona MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO:

"(...) Finalmente, o último requisito é o que concerne ao direito líquido


e certo. Originariamente, falava-se em direito certo e incontestável, o
que levou ao entendimento de que a medida só era cabível quando a
norma legal tivesse clareza suficiente que dispensasse maior trabalho
de interpretação. Hoje, está pacífico o entendimento de que a liquidez
e certeza referem-se aos fatos; estando estes devidamente provados,
as dificuldades com relação à interpretação do direito serão resolvidas
pelo juiz. Daí o conceito de direito líquido e certo como o direito

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comprovado de plano, ou seja, o direito comprovado juntamente com
a petição inicial. No mandado de segurança, inexiste a fase de
instrução, de modo que, havendo dúvidas quanto às provas
produzidas na inicial, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do
mérito, por falta de um pressuposto básico, ou seja, a certeza e
liquidez do direito (in Direito Administrativo, Editora Atlas, 13ª Edição,
pág. 626).

No caso dos autos, em que pese os argumentos apresentados pela


autoridade coatora, entendo que o pedido liminar deve ser concedido.

Neste exame superficial de verossimilhança, no que pertine à


probabilidade do direito (fumus boni iuris), este Juízo constata que a situação
narrada na inicial encontra, neste primeiro momento, apoio na documentação
acostada e na legislação pátria.

A Constituição Federal em seu art. 30, inc. I, reza que:

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

Observando tal mandamento, é crucial trazer à baila o quanto previsto


na Lei n.º 12.587/12, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade
Urbana, em seus artigos 4º, inc. X, 11-A e 11-B:

Art. 4º Para os fins desta Lei, considera-se:

(…)

X - transporte remunerado privado individual de passageiros: serviço


remunerado de transporte de passageiros, não aberto ao público,
para a realização de viagens individualizadas ou compartilhadas
solicitadas exclusivamente por usuários previamente cadastrados em
aplicativos ou outras plataformas de comunicação em rede.

Art. 11-A. Compete exclusivamente aos Municípios e ao Distrito


Federal regulamentar e fiscalizar o serviço de transporte remunerado
privado individual de passageiros previsto no inciso X do art. 4º desta
Lei no âmbito dos seus territórios.

Art. 11-B. O serviço de transporte remunerado privado individual de


passageiros previsto no inciso X do art. 4º desta Lei, nos Municípios
que optarem pela sua regulamentação, somente será autorizado ao
motorista que cumprir as seguintes condições:

I - possuir Carteira Nacional de Habilitação na categoria B ou superior


que contenha a informação de que exerce atividade remunerada;

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II - conduzir veículo que atenda aos requisitos de idade máxima e às
características exigidas pela autoridade de trânsito e pelo poder
público municipal e do Distrito Federal;

III - emitir e manter o Certificado de Registro e Licenciamento de


Veículo (CRLV);

IV - apresentar certidão negativa de antecedentes criminais.

Parágrafo único. A exploração dos serviços remunerados de


transporte privado individual de passageiros sem o cumprimento dos
requisitos previstos nesta Lei e na regulamentação do poder público
municipal e do Distrito Federal caracterizará transporte ilegal de
passageiros.

Depreende-se dos artigos citados que a Lei n.º 12.587/12 traz o


conceito de transporte remunerado privado individual e atribui exclusivamente ao
Município e ao Distrito Federal a sua regulamentação e fiscalização, por ser
assunto de interesse local.

O art. 11-B, por sua vez, estabelece diretrizes mínimas a serem


observadas pelo Município e Distrito Federal que optarem por regulamentar esse
tipo de transporte e estabelece que a não observância dos requisitos mínimos
previstos neste artigo e na regulamentação feita pelo poder público municipal e do
Distrito Federal caracteriza o transporte como ilegal.

Desta forma, a priori, ainda que se entenda que, já citada a Lei


Municipal n° 945/2011 autoriza o serviço de moto-táxi ou afim, como transporte
público individual, para que o mesmo seja ofertado no Município de Poções Bahia,
necessária é a expedição de regulamentação própria pelo Poder Público Municipal,
em respeito ao art. 11-A da Lei Federal nº 12.587/12 e art. 14 da lei Municipal nº.
968/99.

Como se vê, a Lei Federal n.º 12.587/12 possibilitou que os


Municípios atuem no campo das especificidades locais, competindo-lhe
regulamentar e fiscalizar o serviço de transporte remunerado privado individual de
passageiros, sem, contudo, contrariar os parâmetros fixados pelo próprio legislador
federal.

Adite-se, por relevante, que a referida matéria foi objeto de


apreciação pelo Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Recurso Extraordinário n.º
1054110 (Tema 967), submetido à repercussão geral, no qual fixou-se as seguintes
teses jurídicas a respeito do transporte individual por aplicativos:

Teses jurídicas (Tema 967):

“1. A proibição ou restrição da atividade de transporte privado

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individual por motorista cadastrado em aplicativo é
inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da
livre concorrência; e 2. No exercício de sua competência para
regulamentação e fiscalização do transporte privado individual de
passageiros, os Municípios e o Distrito Federal não podem
contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal”. (grifo
nosso).

O tema também foi objeto de julgamento na ADPF nº 449, no bojo da


qual a Suprema Corte posicionou-se no sentido da inconstitucionalidade da
proibição do livre exercício da atividade de transporte individual de passageiros,
consignando que “o art. 3º, VIII, da Lei Federal n.º 12.965/2014 (Marco Civil da
Internet) e a Lei Federal n.º 12.587/2012, alterada pela Lei n.º 13.640 de 26 de
março de 2018, garantem a operação de serviços remunerados de transporte
de passageiros por aplicativos”. Veja-se a ementa:

CONSTITUCIONAIS DA LIVRE INICIATIVA E DO VALOR SOCIAL


DO TRABALHO (ART. 1º, IV), DA LIBERDADE PROFISSIONAL
(ART. 5º, XIII), DA LIVRE CONCORRÊNCIA (ART. 170, CAPUT), DA
DEFESA DO CONSUMIDOR (ART. 170, V) E DA BUSCA PELO
PLENO EMPREGO (ART. 170, VIII). IMPOSSIBILIDADE DE
ESTABELECIMENTO DE RESTRIÇÕES DE ENTRADA EM
MERCADOS. MEDIDA DESPROPORCIONAL. NECESSIDADE DE
REVISÃO JUDICIAL. MECANISMOS DE FREIOS E
CONTRAPESOS. ADPF JULGADA PROCEDENTE. [...] 4. A União
possui competência privativa para legislar sobre “diretrizes da política
nacional de transportes”, “trânsito e transporte” e “condições para o
exercício de profissões” (art. 22, IX, XI e XVI, da CRFB), sendo
vedado tanto a Municípios dispor sobre esses temas quanto à lei
ordinária federal promover a sua delegação legislativa para entes
federativos menores, considerando que o art. 22, parágrafo único, da
Constituição faculta à Lei complementar autorizar apenas os Estados
a legislar sobre questões específicas das referidas matérias.
Precedentes: ADI 3136, Relator (a): Min. Ricardo Lewandowski,
Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2006, DJ 10/11/2006; ADI 2.606,
Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ de 07/02/2003; ADI
3.135, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJ de 08/09/2006; e
ADI 3.679, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, DJ de
03/08/2007; ARE 639496 RG, Relator (a): Min. Cezar Peluso, julgado
em 16/06/2011; ADI 3049, Relator (a): Min. Cezar Peluso, Tribunal
Pleno, julgado em 04/06/2007. 5. O motorista particular, em sua
atividade laboral, é protegido pela liberdade fundamental
insculpida no art. 5º, XIII, da Carta Magna, submetendo-se apenas
à regulação proporcionalmente definida em lei federal, pelo que o
art. 3º, VIII, da Lei Federal n.º 12.965/2014 ( Marco Civil da

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Internet) e a Lei Federal n.º 12.587/2012, alterada pela Lei n.º
13.640 de 26 de março de 2018, garantem a operação de serviços
remunerados de transporte de passageiros por aplicativos. [...]
11. A norma que proíbe o “uso de carros particulares cadastrados ou
não em aplicativos, para o transporte remunerado individual de
pessoas” configura limitação desproporcional às liberdades de
iniciativa (art. 1º, IV, e 170 da CRFB) e de profissão (art. 5º, XIII, da
CRFB), a qual provoca restrição oligopolística do mercado em
benefício de certo grupo e em detrimento da coletividade. Ademais, a
análise empírica demonstra que os serviços de transporte privado por
meio de aplicativos não diminuíram o mercado de atuação dos táxis.
12. O arcabouço regulatório dos táxis no Brasil se baseia na
concessão de títulos de permissão a um grupo limitado de indivíduos,
os quais se beneficiam de uma renda extraordinária pela restrição
artificial do mercado, de modo que o ativo concedido não corresponde
a qualquer benefício gerado à sociedade, mas tão somente ao
cenário antinatural de escassez decorrente da limitação
governamental, sendo correto afirmar que os princípios
constitucionais da igualdade (art. 5º, caput), da livre iniciativa (artigos
1º, IV, e 170) e da livre concorrência (art. 173, § 4º) vedam ao Estado
impedir a entrada de novos agentes no mercado para preservar a
renda de agentes tradicionais. Jurisprudência: ADI 5062, Relator (a):
Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 27/10/2016. 13. A
proibição legal do livre exercício da profissão de transporte
individual remunerado afronta o princípio da busca pelo pleno
emprego, insculpido no art. 170, VIII, da Constituição, pois
impede a abertura do mercado a novos entrantes, eventualmente
interessados em migrar para a atividade como consectário da
crise econômica, para promover indevidamente a manutenção do
valor de permissões de táxi. [...] 17. Os benefícios gerados aos
consumidores pela atuação de aplicativos de transporte
individual de passageiros são documentados na literatura
especializada, que aponta, mediante métodos de pesquisa
empírica, expressivo excedente do consumidor (consumer
surplus), consistente na diferença entre o benefício marginal na
aquisição de um bem ou serviço e o valor efetivamente pago por
ele, a partir da interação entre a curva de demanda e o preço de
mercado, por isso que a proibição da operação desses serviços
alcança efeito inverso ao objetivo de defesa do consumidor
imposto pelos artigos 5º, XXXII, e 170, V, da Constituição. 18. A
Constituição impõe ao regulador, mesmo na tarefa de ordenação
das cidades, a opção pela medida que não exerça restrições
injustificáveis às liberdades fundamentais de iniciativa e de
exercício profissional (art. 1º, IV, e 170; art. 5º, XIII, CRFB), sendo

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inequívoco que a necessidade de aperfeiçoar o uso das vias públicas
não autoriza a criação de um oligopólio prejudicial a consumidores e
potenciais prestadores de serviço no setor, notadamente quando há
alternativas conhecidas para o atingimento da mesma finalidade e à
vista de evidências empíricas sobre os benefícios gerados à fluidez
do trânsito por aplicativos de transporte, tornando patente que a
norma proibitiva nega “ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente”, em contrariedade ao mandamento contido no art. 144, § 10,
I, da Constituição, incluído pela Emenda Constitucional nº 82/2014.
19. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental julgada
procedente para declarar inconstitucional a Lei Municipal de Fortaleza
nº 10.553/2016, por ofensa aos artigos 1º, IV; 5º, XIII e XXXII; 22, IX,
XI e XVI; 144, § 10, I; 170, IV, V e VIII; e 173, § 4º, todos da Carta
Magna. (STF - ADPF: 449 DF, Relator: LUIZ FUX, Data de
Julgamento: 08/05/2019, Tribunal Pleno, Data de Publicação:
02/09/2019). (grifamos).

Dentro deste contexto, entendo, ao menos numa análise apriorística,


que a proibição da atividade de transporte da impetrante, na modalidade
motocicleta, no âmbito do Município de Poções, Bahia, vai na contramão do
entendimento firmado pelo STF e dos preceitos constitucionais (art. 5º, inciso XIII e
art. 170, parágrafo único, da CF/88), na medida em que viola os princípios do livre
exercício de qualquer trabalho, da livre iniciativa e da livre concorrência.

Assim sendo, CONCEDO a liminar pleiteada para SUSPENDER os


efeitos do ato administrativo impugnado, qual seja, ato administrativo n.°
380/2023, bem como DETERMINAR que a Autoridade Impetrada EXPEÇA, no
prazo de 15 (quinze) dias, ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO de funcionamento do
aplicativo “MotoUber” na cidade de Poções-BA, em favor da Impetrante,
desde que preenchido os requisitos legais, ficando de logo obstada a
impetrada de impedir a realização do mencionado serviços, assim como
aplicar qualquer penalidade em razão deste fato, até decisão final destes
autos.

Em caso de descumprimento, fixo multa diária de R$ 2.000,00 (dois


mil reais), até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a ser exigida do Prefeito
local, em favor da Impetrante.

No mais, cientifique-se a autoridade coatora para prestar informações,


no prazo de 10 (dez) dias.

Dê-se ciência ao órgão de Representação do Município de Poções-


BA.

Decorrido o prazo legal para informações, com ou sem essas, vista ao


Ministério Público Estadual.

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Servirá a presente decisão Força de Mandado devendo o Cartório
observar o disposto no Decreto 532/2020.

Publique-se. Intimem-se.

Poções/BA, 13 de Junho de 2023.

RICARDO FREDERICO CAMPOS

Juiz de Direito

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