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Apresentação
DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Municipais
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Direito Tributário | Helton Kramer Lustoza
Apresentação
APRESENTAÇÃO
Olá, meus amigos sejam muito bem-vindos a essa aula de impostos municipais.
Nesta aula, trabalharemos com você os três principais impostos municipais e as
competências relacionadas.
Falando um pouco da minha trajetória, fui Procurador do Município de São José dos
Pinhais-PR (2009/2016); Conselheiro e Vice-Presidente do Conselho de Contribuintes
Municipal (2010-2014); Professor da Graduação da Escola de Direito da PUC-PR
(2011/2016); Coordenação do curso de Especialização em Direito Administrativo e
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Além da minha atuação como professor, sou autor de vários livros, dentre eles:
• Advocacia Pública em Ação (5º edição),
• Impostos Municipais para concurso;
• Co-autor do livro Tributos em espécie (4ª edição), pela editora JusPodivm;
• Eficiência Administrativa e Ativismo Judicial, pela editora Ithála;
• Autor convidado de comentário de questões de tributário em livros da PGE, PGM da
Editora JusPodivm.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação ____________________________________________________________________ 2
Impostos Municipais ______________________________________________________________ 3
ISS – Imposto sobre Serviço _____________________________________________________________ 3
O que seria serviços de qualquer natureza para fins de ISS? ___________________________________________ 5
Hipótese de incidência tributária ________________________________________________________________ 7
Não são serviços______________________________________________________________________________ 8
Importação X Exportação ______________________________________________________________________ 9
Como identificar o local de pagamento? _________________________________________________________ 11
RECURSO ESPECIAL Nº 1.245.310 – MG (2011/0042873-6) ________________________________________ 12
IMPOSTOS MUNICIPAIS
É importante que você conheça toda a estrutura de cada um dos impostos, para que
diante de uma prova de concurso público, envolvendo a seara municipal, tenha
condições de interpretar casos concretos e questões que sejam atinentes à tributação
municipal.
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O art. 156 da Constituição, cita que compete aos municípios, instituírem impostos
sobre serviços de qualquer natureza não compreendidos no artigo 155, inciso II,
definidos em lei complementar. A primeira coisa que devemos estabelecer, é que o
INSS vai pegar os serviços não compreendidos no ICMS, que é um imposto, é irmão
do porque o ICMS além de englobar as situações de circulação de mercadorias,
também incide sobre a prestação de serviços. Então o ISS vai pegar somente aqueles
serviços que estão definidos em lei complementar. Por tanto, vai existir uma lei
complementar 116, que tem uma lista anexa no qual vai definir quais são os serviços
tributados pelo ISS, essa interpretação que você deve fazer no inciso III.
Veja, não confunda! Quando consta que cabe à lei complementar excluir da
incidência exportação de serviços, não é um caso de imunidade, é um caso de isenção.
Porque o caso de imunidade é se a Constituição Federal estabelecesse, não vai incidir
sobre o serviço exterior. Ou seja, a Constituição estabeleceu que à lei complementar
exclui serviços exportados por exterior.
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Então, isso quer dizer o que a responsabilidade foi passada para a lei complementar,
por isso, é a Lei Complementar que retira a incidência do tributo, e não a Constituição
Federal. Esse é um caso de isenção tributária e não da imunidade, é muito importante
essa parte em matéria de concurso público, para não confundir os institutos.
Então a primeira coisa, o serviço é algo que você está fazendo, uma prestação, uma
obrigação de fazer em relação a outra pessoa. Se você fizer essa prestação de serviço
em favor de si mesmo, não seriam a prestação de serviço para fins de ISS. Por tanto,
tendo essa segunda pessoa, o serviço prestado já é um indício de serviço que possa
ser tributado pelo INSS.
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A primeira coisa para termos uma sequência do nosso curso, é um aspecto material
que a prestação desse serviço e essa prestação de serviço eles têm que estar
direcionada para alguém que tenha caráter de direito privado, seja oneroso, em
caráter negocial, ou seja, um indivíduo tem um negócio estabelecido, por exemplo,
pagaria uma certa quantia para fulano cortar a grama, ou pagaria para cantar no
restaurante dele. Essa prestação de serviço tem um caráter negocial, oneroso, em que
garante essa contraprestação.
Então veja, a natureza jurídica do serviço, para efeito de incidência do ISS, não é
qualquer serviço que terá incidência do ISS. Porque como já mencionado
anteriormente, tem uma lista nessa Lei Complementar 116, que estabelece quais
serviços terão incidência do ISS, entraremos em detalhes após definirmos o que é
serviço.
Exemplo: Quando uma pessoa está cantando, não tem uma utilidade material,
não é um produto que vai sair, mas sim um prazer de todos ouvirem aquela
pessoa cantando. Então, nesse caso tem uma um resultado imaterial.
Esse seria o conceito para nós trabalharmos o ISS. Como síntese, tem um aspecto
material definido como uma prestação de serviços de qualquer natureza, desde que
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Veremos que o artigo primeiro da Lei Complementar 116 exclui essa possibilidade de
incidência do ISS. Mas pela lógica, tem que ter uma prestação de serviço como
equivalência de posições jurídicas.
Exemplo: Um professor prestando um serviço de gravar as aulas, mas não é
registrado ao instituto, porque não tem vínculo empregatício, por tanto, é um
terceiro e presta serviço de forma autônoma. Agora, em uma instituição de
ensino em que este professor dá aula, ele tem vínculo empregatício, por tanto,
tem uma subordinação. Naquele caso não vai ter o pagamento de ISS, porque
é uma subordinação, há um vínculo empregatício que elimina a natureza jurídica
de prestação do serviço.
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Em seguida, sobre exclusões legais, ou seja, a Lei Complementar 116, vai incidir o ISS
sobre a prestação de serviço, mas não é qualquer prestação de serviço, somente
aquelas definidas na lista anexa da Lei complementar. No entanto, existem serviços
que foram excluídos expressamente pela lei complementar, embora tenha natureza
jurídica de serviços, não terá incidência do ISS.
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Por tanto, nas três situações acima não tem serviço, pode ter outros tributos, mas não
terá a incidência do ISS. Porque o ISS tem uma prestação de serviço restrita àquelas
situações e serviços enumerados na lista anexa. E para evitar a bitributação, problemas
e conflitos com outros tributos, tem-se a exclusão dessas três situações da base de
cálculo do ISS.
Importação X Exportação
Referente a questão de importação e exportação, há situações aonde na prática, em
caso concreto você pode visualizar, que o representante da empresa vai até o exterior
e contrato um profissional e traz para trabalhar aqui na sua empresa. Por exemplo, um
empresário contrata um engenheiro francês, o engenheiro vem até o Brasil, monta o
projeto, acompanha a construção, presta o serviço aqui e volta para França. Pode
ocorrer a situação inversa também, onde vem o governo francês ou qualquer outro
profissional do país vem para o Brasil e busca um engenheiro brasileiro, levando-o até
a lá para prestar o serviço e depois retorna para seu país de origem.
Art. 1º ... §1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do País ou
cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.
Mas como irá identificar essa importação? Na importação é irrelevante como é feito o
pagamento. Por exemplo, o pagamento é feito no exterior ou é feito no território
nacional, pouco importa, porque isso é mero exaurimento do serviço. O que importa
é onde sutil os efeitos ou resultados práticos do serviço. Então, se o empresário, foi
buscar um profissional fora do país para prestar o serviço aqui, e os efeitos dos
serviços foram repercutidos no mercado nacional, é isso que importa para os efeitos
de importação. Por exemplo, um engenheiro veio do exterior e prestou um serviço
aqui, construiu uma ponte no Brasil, vai incidir ISS sem dúvida nenhuma. Agora, se
você tem e leva algum material para fora do país para prestar o serviço e esse material
não retorna ao Brasil, então não tem efeitos práticos e resultados dentro do mercado
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nacional. Ou seja, não há um caso de importação de serviços e não vai ter incidência
do ISS.
Art. 2º O imposto não incide sobre:
I – as exportações de serviços para o exterior do País;
Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços
desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o
pagamento seja feito por residente no exterior.
No artigo 2º cita que não incide as exportações em serviço para exterior. Então,
quando se exporta o serviço, é um caso de não tributação, ou seja, a isenção tributária.
O Parágrafo único explica como ocorre essa isenção. Existem várias situações, o
profissional como o alfaiate pode ir para o exterior prestar seu serviço e retornar ao
Brasil, costura e leva o resultado da costura para lá.
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Até 2009, essa era uma dúvida que atormentava a todos. Atualmente a Lei
complementar 116 já deixou essa situação pacífica, agora nós já temos um ambiente
mais consolidado, mais tranquilo.
Veja a seguir qual é critério espacial do ISS:
Critério espacial: o local (Município) do estabelecimento do prestador ou local
(Município) da prestação do serviço.
Art. 3º O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do
estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio
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do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXV, quando o imposto
será devido no local. (Lei Complementar 116/2003)
Comentário: Temos uma regra geral, onde consta que vai ser devido ao
imposto no local do estabelecimento do prestador ou ele terá um
estabelecimento ou uma unidade econômica e ali que é devido o ISS.
Exceto para aqueles serviços que são taxativamente colocadas nos incisos
do artigo terceiro da Lei Complementar 116. Então, se visualizar um
serviço, e o mesmo não estiver expressamente nos incisos do artigo 3º,
vai para a regra geral, e a regra geral é que o imposto vai ser do local do
estabelecimento.
Local do
Regra Geral
estabelecimento
Aspecto espacial
Local da
Exceção prestação de
serviço
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Atenção: O quadro acima é muito importante para quem vai prestar concurso, irá
matar grande parte das questões que caem de ISS. Leia o artigo 3º e vocês têm que
entender, ou em último caso decorar os incisos.
Isso quer dizer que, qualquer estabelecimento, não importa o chamar de matriz, filial,
franquia, rede de atendimento, posto de atendimento, não é relevante. Se têm um
local que recebe clientes e que parte do mesmo a execução do serviço, você tem um
estabelecimento para feitos de ISS. Então, diferente de outros tributos, não precisa ter
um rótulo de qualificação da natureza jurídica do estabelecimento. Basta que parta do
estabelecimento a prestação do serviço público.
Exemplo: Imagine a seguinte situação, você tem uma grande sede lá em São
Paulo e você vem até Curitiba para prestar o serviço. Mas em Curitiba, você
monta um acampamento aonde tem máquinas necessárias para a prestação de
serviço, tem um funcionário, um gerente, ou seja, ali tem todo um arsenal que
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você consegue prestar aquele serviço. Então, naquele local você vai ter uma
unidade econômica, no qual irá configurar como estabelecimento, conforme art.
4º para efeitos de ISS.
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