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DIREITO DO TRABALHO II - José Carlos Parpinelli Junior

8 ª Aula

PECULIARIDADES

Sejam todos (as) bem-vindos (as) !

Nesta última aula, vamos compreender as periculosidades da lei 7.783/1989,


greve no serviço público e lockout! Nossa jornada será muito interessante!
Que tal iniciarmos esta aula??
Bom estudo a todos, leiam atentamente a aula, consultem, pesquisem arqui-
vos e se ainda persistir qualquer dúvida entrem em contato via quadro de
avisos na nossa plataforma UNIGRAN EaD.

Grande abraço,

Prof. José Carlos Parpinelli Junior

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

- compreender a lei 7.783/1989, greve no serviço público e lockout.

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SEÇÕES DE ESTUDO

Seção 5.2 Peculiaridades


Seção 5.3 Greve no serviço público
Seção 5.4 Lockout
Seção 5.5 Direitos Fundamentais dos Trabalhadores

Seção 5.2 Peculiaridades

Em relação à lei 7.783/1989, podemos enfatizar as seguintes peculiaridades:


A frustração da negociação coletiva: uma pausa coletiva só pode ser realizada após a
frustração da negociação coletiva ou a incapacidade de recorrer por meio da arbitragem (art.
3).
A necessidade de uma assembleia anterior: dependerá do sindicato profissional con-
vocar uma Assembleia Geral para definir os requisitos da categoria e da parada coletiva (art.
4).
Aviso prévio: o sindicato patronal e a empresa envolvida, deverão ser avisados com
pelo menos 48 horas de antecedência (art. 3º, parágrafo único).
Atividades essenciais: são consideradas atividades essenciais: tratamento e abaste-
cimento de água, produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustível; assistência
médica e hospitalar; distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; funerá-
rios; transporte coletivo; captação e tratamento de esgoto e lixo; telecomunicações; guarda,
uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; processamento
de dados ligados a serviços essenciais; controle de tráfego aéreo e compensação bancária (art.
10).
Direito dos grevistas: é assegurado o direito dos grevistas do uso de meios pacíficos
para persuadir ou seduzir os trabalhadores a aderirem à greve, arrecadando fundos e distri-
buindo a livre circulação (art. 6).
Frustração de movimento: as empresas são proibidas de adotar meios para constran-
ger o empregado ao comparecimento no trabalho, bem como para impedir a disseminação do
movimento (art. 6º, § 2º).
Livre adesão à greve: os protestos e os atos de persuasão que são usados pelos grevis-
tas não impedem o acesso ao trabalho ou causam ameaça ou dano à propriedade ou à pessoa.
Prestação dos serviços indispensáveis à comunidade nos serviços ou atividades es-
senciais: em serviços ou atividades essenciais, sindicatos, empregadores e empregados se
comprometem, por comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação de serviços neces-
sários para atender às necessidades inadiáveis da comunidade, sendo considerados aqueles,
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se não atendidos, colocar em perigo imediato a sobrevivência, a saúde ou a segurança da


população (art. 11 e respectivo parágrafo único).
Comunicação da greve nos serviços ou atividades essenciais: a greve nos serviços ou
atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou empregados, de acordo com a matéria,
obrigados a entregar a decisão aos empregadores e usuários, pelo menos 72 horas antes da
parada (art. 13).
Uso indevido da greve: o abuso do direito de greve constitui descumprimento das
regras incluídas na lei 7.783/1989, bem como a manutenção da paralisação após o acordo,
convenção ou da decisão do Tribunal do Trabalho, exceto pelo descumprimento da cláusula
do dispositivo normativo ou mesmo pela superação do novo fato ou de um evento inesperado
que altera significativamente as relações de trabalho (artigo 14 e parágrafo único).
Suspensão do contrato de trabalho: A greve sempre suspende o contrato de trabalho,
e as obrigações do período devem ser administradas por acordo, convenção, arbitragem ou
decisão da Justiça do Trabalho (art.7).
Responsabilidade pelas ações cometidas: a responsabilidade pelas ações cometidas,
ilícitas ou crimes cometidos durante a greve será determinada, segundo a legislação traba-
lhista, civil ou penal (art. 15).
É importante ressaltar que o Ministério Público do Trabalho, no caso de greve em
atividade essencial, com possibilidade de prejuízo à matéria pública, poderá ajuizar dissídio
coletivo, mas o Tribunal do Trabalho que determinará o conflito, conforme previsto no art.
114, § 3º, da CF/1988, com a redação dada pela Emenda Constitucional 45/2004.
Também ficou clara a capacidade do Tribunal do Trabalho de processar e julgar
ações envolvendo o direito de greve (art. 114, II, CF/1988, com redação proferida pela EC
45/2004).

Seção 5.3 Greve no serviço público

Em relação aos empregados controlados pela CLT, CF/1988, em seu art. 9, como já
mencionado, prometeu o direito de greve, que é regulamentado pela lei 7.783/1989.
No entanto, a regra constitucional deu um tratamento diferente aos servidores públi-
cos em relação ao direito à greve.
O Art. 37, VII, da CF/1988, condicionou o exercício do direito de greve do servidor
público estatutário a uma edição de uma lei particular; in verbis:

"Art. 37. A Administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei es-
pecífica".

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Uma parte significativa da doutrina entende que o artigo 37, VII, da CF/1988, con-
tém uma norma de efetividade contida, ou seja, o servidor público pode exercer o direito de
greve com algumas limitações.
Nesse contexto, até que houvesse uma certa lei para disciplinar o direito de greve do
servidor público, a lei 7.783/1989, que trata do direito de greve dos empregados da norma
consolidada, pode ser utilizada em aplicação analógica.
No entanto, o Supremo entendeu que o art. 37, VII, da CF/1988, foi um padrão de
eficácia limitada, ou seja, para os servidores públicos só pode executar o direito de greve após
a edição da lei específica esteja disponível.
No entanto, o plenário do Supremo Tribunal Federal, em 25 de outubro de 2007, por
unanimidade (MI 670-708 e 712), anunciou a omissão de legislação sobre o dever da Consti-
tuição de editar lei para regular a atividade do direito de greve do setor público, por maioria,
decidiu aplicar ao setor, conforme se encaixa a vigente ao setor privado.
A decisão foi tomada no julgamento dos Mandados de Injunção 670, 708 e 712,
apresentadas em conformidade com o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Espírito
Santo, Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa e Associação
dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado do Pará.
Portanto, de acordo com essa decisão, o Supremo Tribunal Federal passou a compre-
ender, que o artigo 37, VII, da CF/1988, contém a eficácia contida, e o servidor público pode
exercer o direito de greve, aplicando a Lei 7. 783/1989.
No julgamento, o Ministro Celso de Mello salientou que "não se pode tolerar, sob
pena de fraudar-se a vontade da Constituição, esse estado de continuada, inaceitável, irrazo-
ável e abusiva inércia do Congresso Nacional, cuja omissão, além de lesiva ao direito dos
servidores públicos civis - a quem vem se negando, arbitrariamente, o exercício do direito de
greve, já assegurado pelo texto constitucional -, traduz um incompreensível sentimento de
desapreço pela autoridade, pelo valor e pelo alto significado de que se reveste a Constituição
da República".

Seção 5.4 Lockout

O art. 17, parágrafo único da Lei 7.783/1989 prevê que:

"Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades por iniciativa do empregador, com
o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos
respectivos empregados ('lockout').
Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à
percepção dos salários durante o período de paralisação".

O lockout é interrupção do trabalho ordenado pelo próprio empregador, ou para


frustrar ou dificultar a realização das demandas dos trabalhadores, ou exercer pressão sobre

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as autoridades em busca de uma vantagem econômica.


De forma abstrata, podemos citar o exemplo dos ataques de transporte coletivo pa-
trocinados pelas próprias empresas, a fim de pressionar a administração pública a conceder
os reajustes tarifários.
No final, a lei 7.783/1989 proíbe a inatividade e garante aos trabalhadores todos os
direitos trabalhistas durante paralisação da iniciativa patronal, considerando assim o período
de lockout como um distúrbio às relações de trabalho.

Seção 5.5 - Direitos Fundamentais dos Trabalhadores

É bom lembrar que a maior parte da defesa constitucional é destinada ao empregado,


que exerce sua atividade com personalidade, não eventualidade, subordinada ao empregador
e pagamento em dinheiro.
A Constituição, em alguns trechos aprecia o valor do trabalho, buscando sua pro-
teção, sendo praticamente impossível listar todos os direitos e mecanismos de defesa neste
trabalho, e, portanto, nos limitamos a exibir uma lista apenas para demonstrar previsões
constitucionais.
Em seu primeiro artigo, CF determina como bases os valores sociais da República
Federativa do Trabalho e da livre iniciativa.
O artigo 5º também traz alguns dispositivos aplicáveis às relações de trabalho:
Artigo 5º, XIII, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendi-
das as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Art. 5º, XVII, é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar.
Art. 5º, XIX, as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, trânsito em julgado.
Art. 5º, XX, ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.
Art. 5º, XXI, as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legi-
timidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
Quanto aos incisos XVII, XIX, XX e XXI, vale ressaltar que o artigo 8 trata mais
especificamente da associação sindical
Além dos direitos fundamentais gerais, temos o texto constitucional e outros princí-
pios específicos da justiça do trabalho, em alguns artigos 7 a 9 da CF.

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RETOMANDO A CONVERSA INICIAL

Chegamos, assim, ao final da oitava aula. Espera-se que ago-


ra tenha ficado mais claro o entendimento de vocês. Vamos,
então, recordar:

SEÇÃO 5.2 PECULIARIDADES

Em relação à lei 7.783/1989, podemos enfatizar as seguintes peculiaridades: A frus-


tração da negociação coletiva: uma pausa coletiva só pode ser realizada após a frustração da
negociação coletiva ou a incapacidade de recorrer por meio da arbitragem (art. 3) e outros.

SEÇÃO 5.3 GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO

Plenário do Supremo Tribunal Federal, em 25 de outubro de 2007, por unanimidade


(MI 670-708 e 712), declarou a omissão legislativa sobre o dever da Constituição de conduzir
uma lei que regulamenta o direito de greve no setor público e, na grande maioria, decidiu
aplicar ao setor, como for o caso, a força da greve no setor privado da 783/1989. A decisão
foi tomada no acórdão M.I. 670, 708 e 712, apresentadas em conformidade com o Sindicato
dos Servidores da Polícia Civil do Espírito Santo (SINDPOL), Sindicato dos Trabalhadores
em Educação do município de João Pessoa (Sintem) e Associação dos Trabalhadores do
Poder Judiciário do Estado do Pará (SINJEP). Portanto, de acordo com essa decisão, o Su-
premo Tribunal passou a compreender que o art. 37, VII, da CF/1988 encerra uma norma de
eficácia contida, e o servidor público pode exercer o direito de greve, iniciou-se, portanto, a
Lei 7.783/1989.

SEÇÃO 5.4 LOCKOUT

O lockout é a paralisação do trabalho ordenado pelo próprio empregador, ou para


frustrar ou dificultar o cumprimento das demandas dos trabalhadores, ou exercer pressão
sobre as autoridades em busca de vantagem econômica (lei 7.783/1989, art. 17), que é consi-
derado o período de lockout como interrupção contratual.

SEÇÃO 5.5 DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS TRABALHADORES

É bom lembrar que a maior parte da defesa constitucional é destinada ao empregado,


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que exerce sua atividade com personalidade, não eventualidade, subordinada ao empregador
e pagamento em dinheiro.

SUGESTÕES DE LEITURAS, SITES E FILMES:

Vale a pena ler

DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. ed. São Paulo: LTr, 2019.

MINHAS ANOTAÇÕES:
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