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CAPITULO II

Sociedade enquanto contrato

Sumário: Pressupostos do contrato de sociedade .


contrato de sociedade
• 2. O contrato de sociedade
• O contrato de sociedade está sujeito à disciplina geral dos
contratos, com as particularidades decorrentes da sua
natureza de contrato de fim comum e institucional.
• Esta sua natureza jurídica implica uma execução prolongada
no tempo, uma sequência de comportamentos das partes
através dos quais se dá concretização ao vínculo contratual: é,
pois um contrato de execução continuada. Mas diferencia-se
dos demais contratos desta espécie, na medida em que a sua
execução não se traduz em simples fluxos de prestações e
contraprestações, comissivas ou omissivas, mas sim na
criação e funcionamento de uma organização – a sociedade-
instituição –, a qual funciona segundo um conjunto de regras
traçadas no contrato, como ente dinâmico e mutável e se
norteia por um escopo a que é destinada (o objecto social: é,
pois um contrato de organização).
Pressupostos do contrato de sociedade

• 3. Capacidade
• Como qualquer contrato, também o de sociedade resulta de um
conjunto de declarações de vontade, cuja validade depende de quem
as emita possua capacidade de gozo (art. 67º CC) e de exercício de
direitos (art. 123º CC).
• Em regra, tais capacidades existem, e as incapacidades são
excepções. Daí que o que interessa seja saber quem está
incapacitado de ser parte no contrato de sociedade, com a
cominação de este ser inválido, se nele participar o incapaz.
• Em matéria de incapacidades, não há no Direito Comercial senão as
previstas na lei civil (art. 7º CCom).
Contrato de sociedade
• 4. Legitimidade negocial
• A legitimidade substantiva ou negocial consiste na posição em que uma pessoa se
encontra perante um facto jurídico, ou seja, na exigência de uma certa posição de
contraente quanto a outras pessoas ou aos bens objecto do contrato, ou pelo
menos, que o possa celebrar isoladamente ou sem uma habilitação do interessado
ou de outros interessados. Assim, quanto às pessoas físicas em geral, embora em
regra possa um mesmo indivíduo ser sócio de múltiplas sociedades, existem
excepções. Por um lado, pode essa liberdade ser restringida por via convencional.
E, por outro lado as pessoas que forem sócios de responsabilidade ilimitada de
uma sociedade comercial estão sujeitas à proibição de concorrência não autorizada
à sociedade (art. 182º, 213º, 287º e 419º LSC), daí resultando restrições à sua
legitimidade para se associarem em outras sociedades.
• Quanto às pessoas casadas, cada cônjuge pode, sem autorização do outro cônjuge,
participar isoladamente em sociedades de responsabilidade limitada, desde que as
entradas se façam com bens móveis dos quais tenha a administração e que não
sejam utilizados na vida do lar ou como instrumentos comuns de trabalho (arts.
56º/1 e 3 CF).
• O art. 9º/1 LSC, veio permitir a constituição de sociedades comerciais entre os
cônjuges, bem como a participação destes em sociedades, desde que só um deles
assuma a responsabilidade ilimitada.
Contrato de sociedade
. Consentimento
• Este elemento reconduz-se ao acordo de vontades, o qual tem de ser
manifestado por todos os sócios de forma expressa, e visando a
constituição da sociedade através de escritura pública (art. 8º/1 LSC ).
Não são admissíveis sociedades comerciais por manifestações de
vontade tácitas.
• 6. Objecto
• Objecto jurídico do contrato de sociedade é o complexo dos
efeitos jurídicos que o contrato visa produzir, o seu conteúdo.
• Tais efeitos são os queridos pelos sócios ou determinados pela
lei em conformidade com a vontade daqueles, e variam de caso
para caso, manifestando-se através de regras pelas quais eles
conformam o ente social: os seus estatutos ou pacto social, que
formam a lei interna da sociedade
Contrato de sociedade
• A par do objecto jurídico, cabe destacar o objecto material do
contrato, isto é, o bem ou bens sobre os quais incidem as
prestações das partes.
• No caso do contrato de sociedade, tal objecto consiste nos bens
com que os sócios entram para a sociedade, isto é, com os quais
eles dão cumprimento à obrigação de entrada.
• Causas
• Pode-se distinguir entre fim imediato ou causa-função, que define a função
económico-social do contrato e modela as suas estipulações; e o fim
mediato ou causa-motivo, a finalidade ou motivação última que move os
contraentes.
• Quanto à causa-função ela consiste, no contrato de sociedade, na
constituição em si por disposição legal, No que respeita à causa-motivo, não
se trata propriamente do fim particular de cada sócio, mas sim da finalidade
derradeira comum a todos os sócios: a consecução de lucros.
Contrato de sociedade
• Causas
• Pode-se distinguir entre fim imediato ou causa-função, que define
a função económico-social do contrato e modela as suas
estipulações; e o fim mediato ou causa-motivo, a finalidade ou
motivação última que move os contraentes.
• Quanto a causa-função, ela consiste, no contrato de sociedade, na
constituição em si por disposição legal, a causa-função do contrato
constitutivo das sociedades comerciais apenas poderá diversificar-
se entre os vários tipos de sociedade consagrados na lei; a
constituição de uma sociedade não enquadrável num desses tipos
vicia a sociedade quanto à forma.
• No que respeita à causa-motivo, não se trata propriamente do fim
particular de cada sócio, mas sim da finalidade derradeira comum
a todos os sócios: a consecução de lucros.
Contrato de sociedade
• O artigo 11º, nº 1, da lei das sociedades comerciais estabelece
o principio geral da liberdade contratual: as partes podem fixar,
livremente o conteúdo do contrato de sociedade sem prejuízo
do disposto em normas legais imperativas.
• Já no que diz respeito ao afastamento de normas societárias
dispositivas, importa referir que estas se aplicam às sociedades,
salvo quando, ao abrigo do disposto nos artigos 10º, nº 4 e 11º
nº 2, da LSC.
• Assim sendo, como conteúdo obrigatório do contrato
de sociedade o art.º 10º e seguintes.
• A falta de determinadas menções obrigatórias pode
motivar a nulidade do contrato de sociedade.
Consequências da falta dos pressupostos e requisitos
legais do contrato de sociedade
• Geralmente, quanto aos vícios do contrato de sociedade, se
aplicaria o regime da invalidade dos negócios previsto no
art.º 286 e 287 do C.C.
• Porém, nas sociedade comerciais existe um regime especial
para as situações de vícios do contrato de sociedade.
• Portanto, como resulta na disposição geral prevista no art.º
285 do C.C, aplicar-se ia subsidiariamente, se a LSC remeter
para esse regime.
• assim sendo, para a aplicação do regime da invalidade existe
na LSC um regime próprio.
• Para se arguir as invalidades será necessário observar:
• 1- O tipo de sociedade
• 2- Se a invalidade se do contrato se verificou antes ou depois
do contrato.
Regime das invalidades do contrato
• Antes do regime art.º 43, da LSC, remissão para o artigo 286
e 287 do C.C
• Depois do registo
• Falta de menções obrigatórias nas sociedades:
• Nas SQ, S.A e SCA, art.º 44 da LSC.
• Nas SNC, SCS, art.º 45 LSC.
• Falta de pressupostos legais:
• Nas S.Q, S.A e SCA, art.º 47, da LSC.
• Nas SNC, SCS, art.º 48, da LSC.
• A falta de registo dá lugar as sociedades irregulares
• Sociedades irregulares são aquelas cujo contrato está viciado
por vícios de forma ou de fundo, quer a pré –vida das
sociedades, quer, ainda as sociedades de facto.

Interpretação do contrato de sociedade

• A lei das sociedades não consagra regras especificas


para a interpretação dos estatutos. Porém, a
aplicação das regras civis da interpretação das
declarações negociais impede que a contraparte da
sociedade credores societárias, sócios não
fundadores e outros terceiros obtenham
conhecimento do verdadeiro significado dos
estatutos da sociedade.
• Os estatutos das sociedades comerciais devem ser
interpretados nos termos da art.º 9º do C.C.
• Na interpretação

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