Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
ACÓRDÃO
RELATOR.
VOTO
2
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
A autora apelou nas ff. 330/354, alegando, em apertada síntese, que não
houve sub-rogação, não havendo prova de que o imóvel rural litigioso
substituiu a outro, sendo tal prova indispensável no regime de comunhão
parcial de bens; que a prova da sub-rogação se dá por meio de registro no
título aquisitivo; que o art. 1.647 do Código Civil exige, como regra, a
autorização do cônjuge para prática de atos como a alienação e o gravame
de ônus real sobre imóveis; que a legislação dispõe que é necessária a
citada autorização para os casos que envolvem sub-rogação; que não é
possível concluir que após anos de labor do casal todo o patrimônio esteja
ligado a bens de propriedade exclusiva do 1º apelado; que os depoimentos
dos réus, ora apelados, corroboram com suas assertivas; que o réu Natanael
de Brito Júnior tem legitimidade para figurar no polo passivo da presente
demanda; que a venda da fazenda objeto da presente lide é um negócio
jurídico nulo; e que o dano moral deve ser sempre reparado por meio de
pecúnia.
Do juízo de admissibilidade
Pois bem. Diz-se legítima a parte que, no polo ativo, seja, pelo menos
aparentemente, titular do direito subjetivo tutelado; e, no polo passivo, diz-se
legítima a parte que deva suportar os efeitos de eventual sentença de
procedência do pedido inicial.
3
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Assim, deve o sujeito ativo demonstrar ser titular do direito que pretende
fazer valer em juízo - legitimidade ativa, e ser o sujeito passivo quem esteja
obrigado a se submeter à sua vontade - legitimidade passiva.
E como a autora, ora apelante, alega que o réu Natanael Alves de Brito
Júnior participou da simulação engendrada com os demais requeridos para
lhe prejudicar, ele é parte legítima para figurar no polo passivo da presente
ação anulatória c/c indenização por danos morais, mormente porque, em
caso de eventual procedência da pretensão autoral, como antigo proprietário
e alienante do imóvel rural, deverá restituir o valor recebido pelo imóvel e
indenizar o dano moral que aquela alega ter sofrido.
Pelo exposto, a sentença merece reforma neste quadrante, para que seja
reconhecida a legitimidade passiva do réu Natanael Alves de Brito Júnior.
4
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
5
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode,
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
6
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
7
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
8
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
9
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Da simulação
Por fim, o réu Wilmar foi o maestro da simulação levada a cabo com a
finalidade única de prejudicar a sua ex-cônjuge.
10
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
11
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Dito isso, no caso dos autos, tenho que a indenização por dano moral
deve ser fixada em R$ 10.000,00, pois tal valor não escapa dos parâmetros
acima citados.
Dispositivo
É como voto.
12
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
13