Você está na página 1de 20

ILMO.

SENHOR PRESIDENTE DO CONSELHO ESTADUAL DE TRÂNSITO DE SÃO


PAULO – CETRAN SP

RECURSO ADMINISTRATIVO: 20211216-000013J


AIT: 1J624557-5

RECURSO ADMINISTRATIVO CONTRA DECISÃO


DENEGATÓRIA DA JARI DETRAN SP EM RECURSO
ADMINISTRATIVO.

GUSTAVO ROBERTO DOS SANTOS, brasileiro, casado,

bancário, portador do CPF nº 227.949.168-07, RG nº 46.635.295, expedido pelo SSP-SP, residente

e domiciliado na Rua Madre Clara Milani, nº 133, Jardim Rosa Branca, Bauru, Estado de São Paulo,

CEP 17067-140, neste ato em defesa própria, vem mui respeitosamente perante Vossa Senhoria,

com fulcro no artigo 5º Inciso LV, da Constituição Federal de 1988, Art. 165-A, 277 e 281, I, e

seguintes a lei 9503/97 (CTB-Código de Trânsito Brasileiro), Resolução 432, de 23 de janeiro de

2013, Art. 5, Inciso I e II, § 1º e 2º Conselho Nacional De Trânsito e demais disposições aplicáveis,

COM PEDIDO DE ARQUIVAMENTO DO AIT SUPRA CITADO POR CONSIDERAR

INCONSISTENTE E IRREGULAR.

RECURSO ADMINISTRATIVO.

Em face de

CONSELHO ESTADUAL DE TRÂNSITO DE SÃO PAULO

– CETRAN SP (Recursos Administrativos e à Junta Administrativa de Recursos Infrações - JARI),

o que faz ante as razões de fato e fundamentos adiante expostos:


DOS FATOS E FUNDAMENTAÇÕES:

Aos 04 de setembro de 2021, foi lavrado o AIT B359437923,

contra o recorrente, onde supostamente teria infringido o art.165-A, inciso I, da Lei

9.503/97(Código de Trânsito Brasileiro – CTB), por “RECUSA A SUBMETER AO TESTE

BAFOMETRO”.DOC-01

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, EXAME CLÍNICO, PERÍCIA ou

outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância

psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277:

Art. 277 O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que

for alvo de fiscalização de trânsito PODERÁ SER SUBMETIDO A TESTE,

EXAME CLÍNICO, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou

científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência de

álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência. (Redação dada

pela Lei nº 12.760, de 2012)

CONSIDERAÇÕES E PRELIMINARES:

Porém, no mérito cumpre ressaltar que, o recorrente embora

obediente habitual das regras legais, foi surpreendido ao receber esta Notificação de Autuação, por

supostamente “NEGAR-SE AO TESTE DE BAFOMETRO”, pois no dia dos fatos, embora

tivesse batido fortemente sua cabeça contra o painel do veículo o recorrente estava consciente,

lucido e compenetrado e muito preocupado com seu filho Miguel, que também estava no veículo,

e também veio a se ferir.

Após o pavoroso acidente o recorrente e seu filho Miguel sofreram

lesões graves e foram socorridos pela unidade de resgate do SAMU, e levados ao hospital, até

então, não havia viatura da policial militar no local do acidente, e após ambos serem removidos e

depois de algumas horas após dar entrada no hospital, compareceram dois soldados da policial
militar, os mesmo permaneceram no local do acidente fazendo a preservação do local do acidente

de trânsito, até a chegada da Polícia Técnica Científica, conforme consta no B.O.

Contudo o recorrente não se recorda de ser solicitado ou convidado

a realizar o teste do bafômetro no hospital, porem o soldado que o multou como base no artigo

165-A, alegando a recusa, colheu a termo o testemunho da enfermeira, que apenas relata e

testemunhou a recusa do recorrente, contudo a mesma diz em seu depoimento que atendeu o

paciente Gustavo(recorrente), e, em nenhum momento ela atesta ou relata que o mesmo esteja ou

aparenta uma possível embriaguez ou algum fato que corroborem para a tese de possível

embriaguez, ou seja, ela foi a primeira a ter contato com o recorrente e mesmo assim não relatou

nenhum fato que por si só confirma-se a tese do policial militar.

Mas mesmo assim o recorrente foi multado e o policial não

notificou o recorrente com a via da multa, por recusa ao teste do bafômetro no dia dos fatos, o

recorrente só teve conhecimento das autuações através do B.O. 202109040626840.

DO MÉRITO E FATOS:

O recorrente após ler o Relatório autoridade Policial o BOPM-

202109040626840, declarado e redigida pelo próprio policial de Militar consta várias situações que

por si só já afasta a possibilidade de embriaguez são elas:

Os Policias foram atender uma ocorrência primeiramente de danos

patrimonial conforme o mesmo informam no B.O. (Item-1), que a ocorrência se iniciou via

COPOM as 23:15, com a chegada dos mesmo no local do acidente as 23:30, onde as vítimas já

haviam sido removidas ao P.S. Piratininga (Item-3), o mesmo alega ainda que o local encontrava-

se preservado (Item-4), mesmo após a remoção das vítimas e sem saber o que foi retirado ou

colocado no interior do veículo ou serviço realizado pelo SAMU, pois não estavam no momento

dos fatos no local, ou seja já perdeu o fundamento de básico de Fé Pública, mesmo assim o policial

militar requereu via telefone há plantonista de polícia judiciaria Debora (Item4), uma equipe para

perícia do local, sendo assim os mesmo permaneceram no local no local fazendo a preservação do
local até a chegada da perito Fabio Buonome (Item 6), segundo o Policial Militar após periciado,

surgiram alguma premissas equivocadas sobre “POSSIVEIS VESTIGIOS DE BEBIDA

ALCOOLICA”, porém no laudo final do Perito Fabio, no campo “V. Do Veículo”, o mesmo

ressalta a existência de machas de substancias Hematoide (Sangue), e respingos de liquido, não os

qualificando, pois, com certeza a análise deram inconclusivas para bebida alcoólica, logo o perito

conclui no campo “VI da dinâmica e das considerações Finais”, apenas considera de forma

material e conclusiva, que o veículo ao tentar fazer a curva seguiu reto e colidi contra o muro e em

nenhum momento evidencia ou atribuiu o fato a alteração da capacidade psicomotora ou possível

embriaguez, uma vez que o mesmo trabalha apenas com a materialidade dos fatos concretos não

fazendo uso de métodos empíricos ou achismo.

Estamos diante de um fato abstrato, quanto a premissa que o

recorrente ingeriu bebida alcoólica, porém no caso em tela fica claro e cristalino através do próprio

Relatório autoridade Policial o BOPM-202109040626840,em especial no item 8, o mesmo não

deixa duvida sobre a capacidade psicomotora do recorrente após bater a cabeça e responder as

indagações do policial de forma exata e sobre o teste o próprio Dr Delegado de polícia Judiciaria

já havia relato estar prejudicado não havendo mais campo para a perícia, vejo neste caso um

desrespeito quanto o princípio da legalidade, pois a multa foi aplicada apenas com critérios

subjetivos, pois em nenhum momento segue o previsto na RESOLUÇÃO Nº 432, DE 23 DE

JANEIRO DE 2013, em seu artigo 5º, inciso I e II e o parágrafo 1º e 2º. Doc. 04.

Saliento ainda que o policial militar em nenhum momento

qualifica algum dos sinais de alteração da capacidade psicomotora do recorrente, e também não

registra no campo observações do auto de infração qualquer uma das qualificadoras para atestar a

embriaguez do condutor, uma vez que o anexo II e taxativo em dizer que precisa de duas ou mais

condições para aplicação da penalidade.


Conforme a RESOLUÇÃO Nº 432, DE 23 DE JANEIRO DE

201, em seu Art.5º, Inciso I e II, bem como os parágrafos §1º e 2º, desta forma, em momento

algum houve exame clinico com laudo conclusivo atestando alteração da capacidade psicomotora

ou para embriaguez, ratificado por medico perito, conforme o policial militar deixou claro em, seu

B.O., que após a equipe de perícia supor que os respingos de líquidos poderia ser bebida alcoólica,

os mesmo realizaram novo contato com a plantonista Debora da Policial Civil, que em ato continuo

realizou consulta junto a Autoridade Policial sendo está o Delegado de Polícia Judiciaria, este

encarregado do plantão, retornou aos policial militar, dizendo o entendimento do delegado:

“INFORMOU QUE DEVIDO AS PARTES JÁ TEREM SIDO SOCORIDAS, NÃO HAVIA

CAMPO PARA O MEDICO LEGISTAIR ATÉ O LOCAL PARA EXAME CLINICO PARA

POSSIVEL CONSTATAÇÃO EMBRIAGUEZ”, ou seja neste caso o policial militar também

não relata nenhuma alteração da capacidade psicomotora do recorrente, lembrando que a resolução

exige um conjunto de sinais que comprovem a alteração psicomotora e ou situação de embriagues

do condutor.

DO PEDIDO

Eméritos julgadores em segunda instância, diante de todo o

exposto requer o Recorrente:

Que seja recebida a presente defesa, uma vez que preenche todos

os requisitos de sua admissibilidade, de acordo com a Res. 299/08 do CONTRAN;

Por si só, os fatos narrados no Boletim de Ocorrência lavrado pelo

policial Militar não deixa dúvidas, acerca da verdadeira sobriedade e capacidade psicomotora do

recorrente, bem como a notificação expedida pelo Detran SP e recebida pelo correio, não faz consta

em seu corpo, as fundamentações do agente coator que o levaram a concluir pela embriaguez ou
alteração da capacidade psicomotoras, sendo assim, em nenhum deste documentos fica

materializado ou comprovada a infração de trânsito, pois não foram atendidas as premissas e o

princípio da legalidade da RESOLUÇÃO Nº 432, DE 23 DE JANEIRO DE 201, em seu Art.5º,

Inciso I e II, bem como os parágrafos §1º e 2º, o que consequentemente, contemplaria os requisitos

para o enquadramento do art. 165-A, da lei 9.503/97(Código de Trânsito Brasileiro – CTB).

DOS SINAIS DE ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE PSICOMOTORA

Art. 5º Os sinais de alteração da capacidade psicomotora poderão ser

verificados por:

I – exame clínico com laudo conclusivo e firmado por médico perito; ou

II – constatação, pelo agente da Autoridade de Trânsito, dos sinais de

alteração da capacidade psicomotora nos termos do Anexo II.

§ 1º Para confirmação da alteração da capacidade psicomotora pelo agente

da Autoridade de Trânsito, deverá ser considerado não somente um sinal,

mas um conjunto de sinais que comprovem a situação do condutor.

§ 2º Os sinais de alteração da capacidade psicomotora de que trata o inciso

II deverão ser descritos no auto de infração ou em termo específico que

contenha as informações mínimas indicadas no Anexo II, o qual deverá

acompanhar o auto de infração.

Sendo assim o recorrente busca por justiça, a aplicação do artigo

281, I da Lei 9.503/97(Código de Trânsito Brasileiro – CTB), conforme demostrado, devido à

inconsistência e não observância do princípio básico de legalidade, uma vez que não consumiu

nenhum tipo de bebida alcoólica e também ficou comprovado não existir materialidade conclusiva

para alteração psicomotora ou embriaguez, o recorrente demostrou as inconsistência e fragilidade

deste AIT, utilizando apenas as informações narradas pelo próprio policial militar agente coator,

Autoridade do Dr Delegado de Polícia Judiciaria e o Perito Criminal Fabio Buenome..


Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da
competência estabelecida neste Código e dentro de
sua circunscrição, julgará a consistência do auto de
infração e aplicará a penalidade cabível.

Parágrafo único. O auto de infração será


arquivado e seu registro julgado insubsistente:

I - se considerado

inconsistente ou irregular;

II - se, no prazo máximo

de trinta dias, não for expedida a notificação da

autuação.

Sendo assim, requer o encaminhamento deste documento ao

setor/departamento, responsável para apreciação das fundamentações evocadas, dando ao presente

recurso administrativo o devido “DEFERIMENTO”, e o arquivamento e seu registro julgado

insubsistente conforme o Art. 281, I parágrafo único, da Lei 9.503/97(Código de Trânsito Brasileiro

– CTB).

Termos que se pede acolhimento do pedido e despacho favorável.

Bauru, 20 de junho de 2022

GUSTAVO ROBERTO DOS SANTOS.


R.G.nº 45.635.295
Assinatura digital através da senha pessoal do portal do Detran-sp
Assinatura do recorrente.
DOC-01 Qualificação do recorrente.
DOC-02 Documento do Veiculo
DOC-03 AIT: B359437923
.
DOC-04 BOPM 202109040626840
DOC-05 LAUDO PERICIAL 293.608/2021

Você também pode gostar