281, parágrafo único, inciso I do Código de Trânsito Brasileiro traz a seguinte informação:
“Art. 281 A autoridade de trânsito, na esfera da
competência estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência doa uto de infração e aplicará a penalidade cabível. Parágrafo único: O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente: I – Se considerado inconsistente ou irregular;” (Grifo próprio).
A inconsistência e irregularidade refere-se ao
preenchimento incorreto do Auto de Infração, ou ausência de requisito essencial previsto em Lei. In casu, tratar-se-ia do art. 280 do CTB e da Resolução n. 619/2016 do CONTRAN (especificamente, art. 3º, caput), a qual dispõe acerca da padronização dos procedimentos administrativos na lavratura do Auto de Infração, no que tange à expedição de notificação de autuação. Vejamos:
CTB: “Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação
de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará: I - tipificação da infração; II - local, data e hora do cometimento da infração; III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elementos julgados necessários à sua identificação; IV - o prontuário do condutor, sempre que possível; V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou equipamento que comprovar a infração; VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação do cometimento da infração.”
RESOLUÇÃO Nº 619/2018 CONATRAN: Art. 3º -
Constatada a infração pela autoridade de trânsito ou por seu agente, ou ainda comprovada sua ocorrência por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnológico disponível, previamente regulamentado pelo Conselho Nacional de Trânsito - Contran, será lavrado o Auto de Infração de Trânsito que deverá conter os dados mínimos definidos pelo art. 280 do CTB e em regulamentação específica.
Ocorre que, em 2006, visando uniformizar no Brasil
os campos e informações mínimas que devem compor o auto de infração, o Conselho Nacional de Trânsito publicou a Resolução nº 217/06, delegando tal competência ao órgão máximo executivo de trânsito da União, o DENATRAN. Este último, em seu turno, editou a portaria nº 59/2007, em que constam as mencionadas informações que devem se fazer presente no auto.
Em vislumbre à Portaria acima, infere-se que são
necessários outros dados para o fato ser considerado consistente pelo órgão autuador. No auto de infração telado, NÃO CONSTA de sua lavratura as exigências do anexo I, “BLOCO 5 – TIPIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO”, CAMPOS 1 e 2:
“Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da
competência estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível. Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente: (...) II – se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação.” (g.p.).
A data da expedição da notificação, para os fins da
determinação acima, é prevista pelo art. 4º da Resolução nº 619/2016 do CONTRAN: “Art. 4º - À exceção do disposto no § 5º do artigo anterior, após a verificação da regularidade e da consistência do Auto de Infração de Trânsito, a autoridade de trânsito expedirá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data do cometimento da infração, a Notificação da Autuação dirigida ao proprietário do veículo, na qual deverão constar os dados mínimos definidos no art. 280 do CTB. § 1º - Quando utilizada a remessa postal, a expedição se caracterizará pela entrega da notificação da autuação pelo órgão ou entidade de trânsito à empresa responsável por seu envio. (...)” (g.p.).
Assim, é possível vislumbrar que a autoridade
competente tem o prazo de trinta dias para expedir a notificação da autuação, contados a partir da data do cometimento da infração. Não somente, mas quando é utilizada a remessa postal para encaminhar a Notificação da Autuação, considera-se a sua data de expedição como sendo o dia em que a autoridade a entrega à empresa responsável por seu envio. Caso isso não ocorra, é determinação legal impositiva que o auto de infração seja arquivado e seu registro julgado insubsistente.
A assertiva se respalda também no art. 4º, § 3º da
Resolução nº 619/2016 do CONATRAN:
“Art. 4º - À exceção do disposto no § 5º do artigo anterior,
após a verificação da regularidade e da consistência do Auto de Infração de Trânsito, a autoridade de trânsito expedirá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data do cometimento da infração, a Notificação da Autuação dirigida ao proprietário do veículo, na qual deverão constar os dados mínimos definidos no art. 280 do CTB. § 3º - A não expedição da notificação da autuação no prazo previsto no caput deste artigo ensejará o arquivamento do Auto de Infração de Trânsito.”. (g.p.).