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Teoria Geral do Processo

Introdução – conceitos
fundamentais
Conceito de Processo
• Construção de atos normativos
1) Método de criação de normas jurídicas (processo legislativo,
administrativo e jurisdicional)
• Processo negocial (autonomia privada – negócios jurídicos processuais)
- Exercido processualmente
- Teoria Geral do Processo (sub-ramo da Teoria Geral do Direito) estuda
o processo como método de exercício da jurisdição
- Obediência ao modelo traçado pela CF/88
* Devido processo legal: contraditório, proibição de prova ilícita,
adequação, efetividade, juiz natural, duração razoável do processo,
proporcionalidade, razoabilidade, etc..)
2) Ato jurídico complexo (procedimento)
- Teoria do Fato Jurídico: processo é um ato jurídico
* Suporte fático complexo e formado por vários atos jurídicos
- Atos condicionantes e ato final – “ato complexo de formação sucessiva”

3) Relação jurídica (complexa)


- Diversos sujeitos processuais (partes, juiz, auxiliares da justiça,
promotor, defensor, peritos, etc...)
- Conjunto de situações jurídicas (direitos, deveres, competências,
capacidades, ônus, etc...)
Teoria Geral do Processo x Ciência do Direito
Processual x Direito Processual Civil
• TGP disciplina jurídica dedicada elaboração, organização e articulação
dos conceitos lógicos-jurídicos processuais
* Indispensáveis à compreensão jurídica do fenômeno processual
- Pressupostos para abordagem científica do direito positivo
Ex: processo, competência, decisão, cognição, admissibilidade, norma
processual, demanda, legitimidade, pretensão processual, capacidade de
ser parte, capacidade processual, capacidade postulatória, prova,
presunção, tutela jurisdicional, etc...
* TGP é uma parte de TGD é um disciplina filosófica (epistemológica)
- Conteúdos de pretensão universal - Teorias Individuais do Processo –
• Direito Processual Civil
* Conjunto de normas que disciplinam o processo jurisdicional civil
• Ciência do Direito Processual Civil
* Ramo pensamento jurídico dogmático adequada compreensão e
aplicação do processo civil
- elaboração, articulação e sistematização dos conceitos jurídicos-
positivos
Ex: Apelação, liminar, decisão interlocutória, penhora, reconvenção,
etc... Para o direito processual civil brasileiro
02 Planos de Linguagem:
a) Plano normativo (Direito processual)
• Relação entre Teoria Geral do Processo x Ciência do Direito Processual:
- Ambas são linguagens científicas (permanente e inevitável)
• Necessidade da abordagem adequada na produção doutrinária
(problemas de direito positivo x problemas gerais – questões anteriores
ao direito positivo)
- Teoria Geral do Processo – objeto: Ciência do Direito Processual (civil,
penal, trabalhista, etc)
- Processo e Direito Material
* Processo é um método de exercício da jurisdição
- Inexistência de processo oco: direito material processualizado
- Processo não pode ser totalmente neutro em relação ao seu objeto
• Instrumentalismo: ponte entre o direito material e processual
- Incorreção do termo “instrumentalidade do processo” (José Joaquim
Calmon de Passos)
- A compreensão de alguns temas processuais necessita da análise da
relação que cada um deles mantém com o direito material
processualizado
• Teoria Circular dos Planos (Hermes Zaneti JR)
• Pensamento Jurídico contemporâneo:
- Transformações mundiais segunda metade século XX
- Atualização do repertório teórico do direito
1) Reconhecimento da força normativa da constituição;
- Estado legislativo x Estado constitucional
2) Desenvolvimento teoria dos princípios;
- Deixa de ser técnica de integração para ser espécie de norma jurídica
3) Transformação da hermenêutica jurídica;
- Papel criativo e normativo da atividade jurisdicional
- Distinção entre texto e norma
- Consagração das máximas (postulados, princípios ou regras)
- Identificação do método de concretização dos textos normativos em
harmonia com o método da subsunção
4) Expansão e concretização dos direitos fundamentais
- Imposição ao direito positivo de um conteúdo ético mínimo (princípio
da dignidade da pessoa humana)

• A atual fase metodológica da ciência do processo


- Neoconstitucionalismo (neopositivismo)
* Possíveis abusos e incompreensões:
a) Supervalorização das normas-princípios em detrimento das normas-
regras; b) Supervalorização do Poder Judiciário em detrimento do Poder
Legislativo; c) supervalorização da ponderação em detrimento da
subsunção
• Evolução histórica direito processual:
a) Praxismo (sincretismo): ausência distinção processo e direito
material. Apenas aspectos práticos, sem cientificidade.
b) Processualismo: demarcação fronteira entre direito processual e
material. Desenvolvimento científico daquele
c) Instrumentalismo: Além da diferenciação, relação circular de
interdependência (teoria circular dos planos). Estudo outras ciências
(sociologia, filosofia, etc..)
Quarta fase (atual): Neoprocessualismo (estudo e aplicação de acordo
com o novo modelo de repertório teórico do neoconstitucionalismo)
- Revisão das categorias processuais
- Novas premissas teóricas
• Teoria Geral do Processo – Luiz Guilherme Marinoni – repensa as
categorias as categorias fundamentais do processo a partir das
premissas do Estado Constitucional
IMPORTANTE:
• Formalismo-valorativo: Carlos Alberto Alvaro de Oliveira – Valores
constitucionalmente protegidos na pauta de direitos fundamentais na
construção e aplicação do formalismo processual.
- Reforço dos aspectos éticos do processo
* Princípio da cooperação – decorrente do devido processo legal e da boa-
fé processual
- Aspectos moralidade
• Constitucionalização do Direito Processual: fenômeno do direito
contemporâneo – Força Normativa da Constituição – art. 1º CPC/15
- 02 dimensões:
1) Incorporação ao texto constitucional de normas processuais;
Ex.: Direito fundamental ao processo devido (corolários: contraditório,
juiz natural, proibição de prova ilícita, etc...)
2) Exame das normas processuais infraconstitucionais como
concretizadoras das disposições constitucionais
* Utilização do repertório teórico desenvolvido pelos constitucionalistas
* Diálogo processualistas e constitucionalistas
* Aprimoramento jurisdição constitucional (amicus curiae, audiências
públicas)
• Princípios processuais
- Eficácia normativa direta
- Espécie normativa
* Dever de adotar comportamentos necessários à realização de um estado
de coisas – Humberto Àvila
- Atuação sobre outras normas:
1) Direta:
* Função integrativa: sem intermediação ou interposição de outro
subprincípio ou regra
2) Indireta:
* Intermediação/existência normas que servem à concretização dos
princípios processuais (subprincípios e regras jurídicas)
- Sobreprincípios x subprincípios
- Princípio como função interpretativa
- Princípio como função bloqueadora
- Princípio compõe direito positivo – não reprodução do art. 126 do
CPC/73:
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna
ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as
normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes
e aos princípios gerais de direito.
O CPC/15 encampa a ideia de força normativa dos princípio: Art. 489, §2º
- fundamentação na decisão por ponderação de normas (ponderação se
usa quando há colisão de princípios)
• Nova feição atividade jurisdicional e o Direito processual:
a) Precedentes judiciais:
- Reconhecimento de eficácia normativa a determinadas orientações
jurisprudenciais
* Proliferação das “súmulas” e consagração de “súmulas vinculantes STF”
b) Criatividade judicial:
- Recriação da norma jurídica ao caso concreto (reconstrução)
- Impossibilidade de solução dos problemas jurídicos somente por
dedução – Niklas Luhman. Ex. Interpretação conforme a CF
c) Cláusulas gerais processuais:
- Clausulas gerais (termos vagos antecedentes e consequente
indeterminado) x casuística – harmonização
• Tradição jurídica Brasileira

• Paradigma civil law (romana-germânica)

Peculiaridade Brasil:

• a) Direito Constitucional – Estadunidense

• * devido processo legal, controle de constitucionalidade difuso,


precedentes judiciais

• b) Direito infraconstitucional – romano-germânica

• * Codificações, controle de constitucionalidade concentrado

1) - Microssistema de tutela de direitos coletivos

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