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2ª AULA

PRÁTICA PROCESSUAL PENAL

IDENTIFICANDO A COMPETÊNCIA

ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

PODE SE DIVIDIR A JUSTIÇA EM ORDINÁRIA E ESPECIAL.

COMPÕE-SE A JUSTIÇA ESPECIAL DE JUSTIÇA MILITAR, JUSTIÇA

ELEITORAL E JUSTIÇA DO TRABALHO SENDO QUE CADA UMA

POSSUI UM DIREITO PROCESSUAL PRÓPRIO.

POR SUA VEZ A JUSTIÇA ORDINÁRIA SE DIVIDE EM

JUSTIÇA ESTADUAL (COMPOSTA POR JUÍZES ESTADUAIS E

TRIBUNAIS DE JUSTIÇA) E JUSTIÇA FEDERAL (COMPOSTA POR

JUÍZES FEDERAIS E TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS).

OBS: A JUSTIÇA FEDERAL NÃO SE TRATA DE JUSTIÇA

ESPECIAL, MAS DE JUSTIÇA ORDINÁRIA E TODOS OS PROCESSOS

QUE TRAMITAM OBEDECEM AS MESMAS REGRAS DO CÓDIGO DE

PROCESSO PENAL.

1- ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ESTADUAL

OS JUÍZES TÊM JURISDIÇÃO EM DETERMINADO

TERRITÓRIO (COMARCA), JÁ OS TRIBUNAIS TEM JURISDIÇÃO EM

TODO O ESTADO.
2- ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA FEDERAL

O ARTIGO 109 DA CF TRATA DA COMPETÊNCIA DOS

JUÍZES FEDERAIS DE MANEIRA GERAL:

A) CRIMES POLÍTICOS

B) CRIMES COMETIDOS EM DETRIMENTO DE BENS,

SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO, AUTARQUIAS FEDERAIS (

INSS, BANCO CENTRAL, ANATEL),

C) CRIMES PREVISTOS EM TRATADOS OU CONVENÇÃO

INTERNACIONAL. EXEMPLO: TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS

D) AS CAUSAS RELATIVAS A DIREITOS HUMANOS

(ARTIGO 109, § 5º DA CF.

E) CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO E CONTRA A

ORDEM ECONÔMICA. EXEMPLO: LEI 7.492/1986 (SALVO QUANTO A

SONEGAÇÃO DE TRIBULTO ESTADUAL).

F) CRIMES COMETIDOS A BORDO DE AERONAVES E

NAVIOS (MESMO QUE EM SOLO). OBS: ESTÃO EXCLUÍDAS AS

CONTRAVENÇÕES PENAIS

G) CRIME DE INGRESSO OU PEMANÊNCIA NO

ESTRANGEIRO (ARTIGO 309 E 338 DO CP, E 125 DO ESTATUTO DO

ESTRANGEIRO LEI 6.815/1980).

H) CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

DESDE QUE ATINJAM OS DIREITOS DOS TRABALHADORES

COLETIVAMENTE (SÚMULA 115 DO EXTINTO TRF).


OS JUÍZES FEDERAIS ATUAM NAS SEÇÕES JUDICIÁRIAS, NO

ENTANTO, TEMOS NO BRASIL 5 (CINCO) TRIBUNAIS REGIONAIS

FEDERAIS 1ª, 2ª, 3ª, 4ª E 5ª REGIÃO.

3- SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA- STJ

A COMPETÊNCIA DO STJ ESTA ESTABELECIDA NO ARTIGO 105 DA

CF.

4- SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL- STF

A COMPETÊNCIA DO STF ESTA ESTABELECIDA NO ARTIGO 102 DA

CF.

5- JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

TANTO NO ÂMBITO ESTADUAL QUANTO NO FEDERAL OS CRIMES DE

MENOR POTENCIAL OFENSIVO, QUE JÁ COMENTAMOS NA AULA

PASSADA, DEVEM SER PROCESSADOS PERANTE OS JUIZADOS

ESPECIAIS CRIMINAIS ESTADUAIS OU FEDERAIS.

OBS: AS REGRAS DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA PARA JULGAR E

PROCESSAR DETERMINADO CRIME DEVE SEGUIR AS REGRAS DO

ARTIGO 69 E SEGUINTES DO CP.


QUADROS ILUSTRATIVOS

ESCALA DE COMPETÊNCIA ESTADUAL

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA (2ª INSTÂNCIA) ↑

JUIZ DE DIREITO (1ª INSTÂNCIA)

DELEGADO

ESCALA DE COMPETÊNCIA FEDERAL

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL (2ª INSTÂNCIA) ↑

JUIZ FEDERAL (1ª INSTÂNCIA)

DELEGADO FEDERAL

IDENTIFICANDO A PEÇA

Para facilitar na identificação da peça usaremos um método

bastante objetivo, será uma operação simples e com mínimas chances

de erro, basta prestar bastante atenção e não se apavorar.


Primeiramente é importante saber o encadeamento de atos, tendentes a

um fim que é prestação da tutela jurisdicional. Toda a seqüência de

atos processuais esta no CPP ou legislação extravagante.

Em cada momento do processo em regra é cabível apenas uma medida

específica. No entanto, em determinados momentos da persecução

penal é possível que caiba mais de uma medida judicial. É preciso

então saber escolher entre as medidas possíveis, aquela apropriada

para veicular cada pretensão específica (tese de defesa).

PEÇAS CABÍVEIS EM QUALQUER MOMENTO PROCESSUAL

HABEAS CORPUS

MANDADO DE SEGURANÇA

FASE PRÉ- PROCESSUAL / INQUÉRITO POLICIAL

REQUERIMENTO AO DELEGADO DE POLÍCIA

PEDIDO DE EXPLICAÇÕES EM JUÍZO

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA

REPRESENTAÇÃO

QUEIXA-CRIME
FASE PROCESSUAL

DEFESA PRELIMINAR

RESPOSTA À ACUSAÇÃO- rito ordinário ou sumário

RESPOSTA À ACUSAÇÃO-rito do júri

EXCEÇÕES

JUNTADA DO ROL DE TESTEMUNHAS PARA OITIVA NO PLENÁRIO DO

JÚRI

PEDIDO DE DESAFORAMENTO

MEMORIAIS

REQUERIMENTO DE HABILITAÇÃO COMO ASSISTENTE DA

ACUSAÇÃO

PROCESSOS INCIDENTES. Exemplos: incidente de insanidade mental,

incidente de falsidade, medidas assecuratórias

RECURSOS

APELAÇÃO

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

AGRAVO DE EXECUÇÃO

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

CARTA TESTEMUNHÁVEL

CORREIÇÃO PARCIAL/RECLAMAÇÃO

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL


RECURSO EXTRAORDINÁRIO

RECURSO ESPECIAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO

AGRAVO REGIMENTAL

PROCESSO FINDO

REVISÃO CRIMINAL

EXECUÇÃO PENAL

REQUERIMENTO AO JUIZ DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS

PEÇAS EM ESPÉCIE

HABEAS CORPUS

PREVISÃO LEGAL

Artigo 5º, LXVIII da CF e artigo 647 do CPP

QUANDO É CABÍVEL

O habeas corpus é um remédio constitucional,

destinado a tutelar, de maneira eficaz e imediata, a liberdade de

locomoção (direito de ir e vir e de permanecer). É o remédio


jurídico cabível sempre que alguém sofrer ou se achar na

iminência de sofrer coação ou violência à liberdade de locomoção,

em virtude de ilegalidade ou abuso de poder.

O artigo 648 do CPP explicita os casos em que a

coação será considerada ilegal:

FANEX

QUAL É O PRAZO

Não há qualquer limitação de prazo, pode ser impetrado

a qualquer momento

A QUEM É DIRIGIDO

Deve ser dirigido à autoridade imediatamente superior à

coatora, vejamos:

AUTORIDADE COATORA AUTORIDADE SUPERIOR À

COATORA

DELEGADO JUIZ DE 1ª INSTÂNCIA

MP TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUAL

PARTICULAR JUIZ DE 1ª INSTÂNCIA

JUIZ DE 1ª INSTÂNCIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUAL

JUIZ FEDERAL TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUPERIOR TRIBUNAL DE

ESTADUAL JUSTIÇA
SUPERIOR TRIBUNAL DE

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL JUSTIÇA

SUPERIOR TRIBUNAL DE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

JUSTIÇA

TURMA RECURSAL DE JUIZADOS TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUAL

QUEM É LEGITIMADO

Qualquer pessoa, inclusive o próprio beneficiário.

ENVOLVIDOS

Paciente: é a pessoa que sofre ou está na ameaça de

sofrer a coação ilegal

Impetrante: é a pessoa que pede a ordem de habeas

corpus.

Impetrada: é a autoridade a quem é dirigido o pedido

Coator: é a pessoa que exerce a coação ilegal

O QUE DEVO PEDIR

O impetrante deve requerer genericamente que sejam

prestadas informações pela autoridade apontada como coatora e a

concessão da ordem impetrada.

Para facilitar no seu entendimento têm-se o seguinte

resumo:
Pedidos somente no HC

F antes da denúncia- trancamento do IP

F antes da sentença- trancamento da ação penal ou de queixa

crime

F após a sentença- cassação da sentença

A expedição do alvará de soltura

A relaxamento da prisão/ flagrante

A expedição do salvo conduto

A revogação do mandado de prisão

N anulação da sentença/ processo

N anulação “ab initio” (nulidade absoluta)

N anulação a partir de ...

EX extinção da punibilidade (artigo 107 CP)

Pedidos adicionais:

Relaxamento da prisão em flagrante

Revogação da prisão temporária/ preventiva

Revogação do mandado de prisão

Pedido liminar:

Réu preso

Ato processual marcado


Expedição do mandado de prisão

Situação do réu:

Sempre lembrar se o réu está preso ou solto

Lembrete: ler súmulas 693 e 694 do STF

Processamento:

a) Tramitação em primeira instância

Recebida a petição o juiz requisitará informações da

autoridade coatora, após o que decidirá concedendo ou não

a ordem.

OBS: se o habeas corpus for negado em 1ª instância, caberá

RESE.

b) Tramitação em segunda instância

A petição será sempre dirigida ao Presidente do Tribunal que tenha

competência para conhecer o pedido. Em seguida requisitará

informações à autoridade coatora e após seguirão com vistas à

procuradoria Geral de Justiça que mediante sorteio escolherá um

procurador para oferecer parecer. Voltando os autos ao Tribunal o

Presidente também por sorteio designará um relator que tem que

devolver os autos para que seja julgado o pedido na primeira sessão,

nesta sessão poderá haver sustentação oral do MP e o impetrante. Se a

ordem for concedida será expedido ofício à autoridade ou diretamente

ao carcereiro se for o caso, podendo até ser por fax.

OBS: se o habeas corpus for negado em 2ª instância o recurso cabível

será o Ordinário- Constitucional.


REDIGINDO UMA PETIÇÃO

1- ENDEREÇAMENTO: indicação da pessoa ou órgão ao

qual se dirige a peça dependendo da competência

2- INTRODUÇÃO: deve conter as informações

necessárias sobre as partes:

- Nome do peticionante

- Qualificação da partes

- Menção ao advogado (por seu advogado que

esta subscreve)

- Menção ao juiz ( vem respeitosamente a

presença de Vossa Excelência)

- Verbo (oferecer, interpor, opor, ajuíza etc.)

- Nome da peça (apelação, memoriais, defesa

preliminar)

- Fundamento legal

3- NARRAÇÃO DOS FATOS: como os fatos não podem

ser inventados tenham como dica copiar o problema.

4- EXPOSIÇÃO DO DIREITO: este é o ponto mais

importante de sua petição, é nele que você terá a oportunidade de

demonstrar todo o seu conhecimento.

5- PEDIDO: devem constar todos os requerimentos

próprios da petição.
MODELOS DE PEÇAS

MODELO DE HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO

DA ______ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...

(deixar 10 espaços)

_________, advogado inscrito na OAB/___ nº_______,


com escritório profissional, localizado na ______________, vem com
fundamento no artigo 5º, LXVIII da Constituição Federal e artigos 647 e
667 do Código de Processo Penal, impetrar ordem de HABEAS
CORPUS, COM PEDIDO DE LIMINAR, contra ato do ilustríssimo Senhor
Delegado de Polícia Titular da ____ Delegacia de Polícia Civil
(qualificação trazida no problema), em favor de
_____________________, nacionalidade, estado civil, profissão,
portador da carteira de identidade RG nº ______________, SSP/____ e
inscrito no CPF sob o nº ___________________, residente e domiciliado
na ________________, nº ____, na cidade de ______________, Estado
de_________________, pelas razões a seguir aduzidas:

DOS FATOS

O paciente................ (narração dos fatos)


DO DIREITO

Ocorre que .......... (argumentação de acordo com a tese de

defesa, FANEX)

Diante de todo a acima exposto, postula-se seja concedida a

ordem impetrada, com fulcro no artigo 648, ____ do Código de

Processo Penal, requerendo desta forma, haja por bem Vossa

Excelência, num gesto de estrita justiça conceder LIMINAR DA ORDEM,

ordenando de plano o relaxamento da prisão ilegal do paciente e a

expedição do competente alvará de soltura.

Finalmente, confiantes na sabedoria e elevado senso de

justiça em que são norteadas as decisões de Vossa Excelência,

aguarda-se, após colhidas informação perante a autoridade coatora,

julgamento favorável do presente pedido, com a devida concessão do

“WRIT”.

Nestes Termos,

Pede deferimento.

(local e data)

__________________________

OAB/_______ nº _______
Exercício

Tício foi denunciado e ao final condenado a pena de um ano de


reclusão por emissão de cheque sem provisão de fundos, pelo MM. Juiz
da 2ª Vara Criminal. O réu foi declarado revel por que, no momento da
citação, o mesmo não foi encontrado no endereço constante nos autos,
embora tivesse o Sr. Oficial de Justiça certificado que ele não mais
residia naquele endereço por que mudara para o Rio de Janeiro, onde
exercia a função de médico ginecologista.
Diante desta certidão, foi Tício citado por edital e, não tendo
comparecido à audiência de instrução, debates e julgamento, o MM.
Juiz houve por bem decretar sua revelia.
A sentença condenatória já transitou em julgado.

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