COMPETÊNCIA: é o conjunto das atribuições jurisdicionais
de cada órgão ou grupo de órgãos, estabelecidas pela Constituição e pela Lei. COMPETÊNCIA ABSOLUTA X COMPETÊNCIA RELATIVA JUIZADOS ESPECIAIS O Juizados Especiais Estaduais Cíveis possui competência relativa, onde a parte interessada pode optar por ajuizar sua ação no sistema convencional (justiça comum). Entretanto, nos Juizados Especiais Federais a competência é absoluta (Art. 3º, § 3º, da Lei n. 10.259/2001): Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças. (...) § 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é absoluta. Bem como acontece com os Juizados Especiais da Fazenda Pública (art. 2º, § 4º da Lei n. 12.153/09): Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos. (...) § 4o No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta. JUIZADOS ESPECIAIS ENUNCIADO 1 – O exercício do direito de ação no Juizado Especial Cível é facultativo para o autor. Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo; II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil; III - a ação de despejo para uso próprio; IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo. JUIZADOS ESPECIAIS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS: VALOR DA CAUSA: o critério de competência em razão do valor da causa é de até quarenta salários mínimos para os Juizados Especiais Cíveis. Art. 3º. I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo; Com efeito, por bem destacar que o valor da causa deverá ser considerado no momento da propositura da ação, utilizando-se dos critérios do Código de Processo Civil (art. 291 e seguintes do CPC), sendo irrelevantes as alterações supervenientes. Outrossim, poderá a parte interessada abrir mão do que exceder os valores que a lei impõe como de competência dos Juizados Especiais, tanto os Estaduais quanto os Federais. JUIZADOS ESPECIAIS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS: MATÉRIA: Independentemente do valor atribuído à causa, os Juizados Especiais Cíveis possuem competência para processar e julgar as causas enumeradas no art. 275, inc. II, do Código de Processo Civil de 1973. Importante observar que, conforme preconiza o artigo 1.063 do CPC/15, até a edição de lei específica, os Juizados Especiais Cíveis continuaram competentes para o julgamento das causas enumeradas no art. 275, III, do CPC/73 JUIZADOS ESPECIAIS
Art. 1.063 CPC. Até a edição de lei específica, os
juizados especiais cíveis previstos na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995 , continuam competentes para o processamento e julgamento das causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 . JUIZADOS ESPECIAIS Art. 275. II, CPC/73 - nas causas, qualquer que seja o valor; a) de arrendamento rural e de parceria agrícola; b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; g) que versem sobre revogação de doação; h) nos demais casos previstos em lei. JUIZADOS ESPECIAIS Ainda no que se refere aos critérios de competência em razão da matéria, os incisos III e IV da Lei n. 9.099/95, atribuem competência aos Juizados Especiais Cíveis: Art. 3º. (...) III - a ação de despejo para uso próprio; IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo. JUIZADOS ESPECIAIS ENUNCIADO 58 (Substitui o Enunciado 2) – As causas cíveis enumeradas no art. 275 II, do CPC admitem condenação superior a 40 salários mínimos e sua respectiva execução, no próprio Juizado. ENUNCIADO 4 – Nos Juizados Especiais só se admite a ação de despejo prevista no art. 47, inciso III, da Lei 8.245/1991. Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel: (...) III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio; ENUNCIADO 30 – É taxativo o elenco das causas previstas na o art. 3º da Lei 9.099/1995. JUIZADOS ESPECIAIS CIRCUNSTÂNCIAS QUE MODIFICAM A COMPETÊNCIA: NATUREZA DA AÇÃO: as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. Art. 3º (...) § 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. CONEXÃO E CONTINÊNCIA: Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo. JUIZADOS ESPECIAIS Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção. Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. JUIZADOS ESPECIAIS CIRCUNSTÂNCIAS QUE MODIFICAM A COMPETÊNCIA: IMPOSSIBILIDADE CITAÇÃO PESSOAL – INTIMAÇÃO PRESSUMIDA Art. 18. § 2º Não se fará citação por edital. PROCEDIMENTO ESPECIAL Não há possibilidade de procedimentos especiais previstos nos artigos 539 e 770 do CPC ou outro previsto em legislação esparsa, nos termos do Enunciado 8 do FONAJE. ENUNCIADO 8 – As ações cíveis sujeitas aos procedimentos especiais não são admissíveis nos Juizados Especiais. JUIZADOS ESPECIAIS COMPLEXIDADE DA CAUSA Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: A menor complexidade da causa para a fixação da competência é aferida pelo objeto da prova e não em face do direito material. ENUNCIADO 54 – A menor complexidade da causa para a fixação da competência é aferida pelo objeto da prova e não em face do direito material. Prova pericial: É aquela que pretende trazer elementos de convicção sobre fatos que dependem de conhecimento especializado ou técnico, de modo que vão analisar determinada situação a partir de um conhecimento científico, técnico ou especializado complexo. JUIZADOS ESPECIAIS Prova Técnica Simplificada: prevista no art. 464, §3, CPC/15, guarda similitude com o exame técnico previsto no art. 10 da Lei 12.153/09 de modo que é limitado a analisar os elementos constantes nos autos, sem a possibilidade de diligências periciais fora da sede do Juízo. ENUNCIADO 12 – A perícia informal é admissível na hipótese do art. 35 da Lei 9.099/1995. Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a apresentação de parecer técnico. “Tema 35 IRDR – TJMG. A necessidade de produção de prova pericial formal, imbuída de maior complexidade, influi na definição da competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, porquanto incompatível com os princípios da simplicidade, oralidade, economia processual e celeridade.” (gn) JUIZADOS ESPECIAIS COMPETÊNCIA EXECUÇÃO/CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: Art. 3º. (...) § 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução: I - dos seus julgados; I - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei. JUIZADOS ESPECIAIS Art. 3º. § 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. JUIZADOS ESPECIAIS As regras de competência territorial se encontram no artigo 4º da Lei 9.099/95: Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro: I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório; II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer natureza. Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo. JUIZADOS ESPECIAIS DECLARAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA X EXTINÇÃO Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei: II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação; CONFLITO DE COMPETÊNCIA JUÍZES ATUANTES NOS JUIZADOS ESPECIAIS: TURMA RECURSAL JUÍZES ATUANTES NOS JUIZADOS ESPECIAIS E JUÍZO COMUM: TRIBUNAL DE JUSTIÇA JUÍZES DE TURMA RECURSAL E TRIBUNAL DE JUSTIÇA: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA JUIZADOS ESPECIAIS DO JUIZ, DOS CONCILIADORES E DOS JUÍZES LEIGOS: A condução do processo e o julgamento, tanto nos Juizados Especiais Estaduais quanto nos Federais, se dará por um Juiz de Direito, conforme se extrai com a leitura do artigo 5º da Lei 9.099/95. É o juiz de direito quem apreciará as provas e proferirá sentença nas causas dos Juizados Especiais. Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. Por fim, temos os Juízes leigos e os conciliadores, que são tratados pela Lei 9.099/95 como auxiliares da justiça, sendo recrutados, os conciliadores, preferencialmente, entre os bacharéis em Direito e os Juízes leigos entre advogados com mais de cinco anos de experiência. JUIZADOS ESPECIAIS Juízes leigos e conciliadores ficam impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções. ENUNCIADO 40 – O conciliador ou juiz leigo não está incompatibilizado nem impedido de exercer a advocacia, exceto perante o próprio Juizado Especial em que atue ou se pertencer aos quadros do Poder Judiciário. Dentre as atribuições dos Juízes Leigos, tem-se que o mesmo poderá dirigir a instrução do processo, sob a supervisão do Juiz Togado, conforme artigo 37da Lei 9.099/95, sendo certo que também poderá proferir sentença, ficando pendente de homologação pelo juiz togado. Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado. JUIZADOS ESPECIAIS DAS PARTES: A Lei 9.099/95, em seu artigo 8º, estabeleceu restrições e, função da qualidade de parte que nele intervenha, não podendo ser parte, no processo instituído pelo Juizado Especial Cível, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil. Podem figurar no polo ativo da ação perante os Juizados Especias: I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas; Cessionário é a pessoa ou entidade que adquire os direitos de outra. Na prática, o cessionário passa a ser o titular dos direitos previamente pertencentes a outra pessoa, conhecida como cedente. II - as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006; JUIZADOS ESPECIAIS JUIZADOS ESPECIAIS III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei n. 9.790, de 23 de março de 1999; Art. 1º, Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei. § 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social. JUIZADOS ESPECIAIS Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei: I - as sociedades comerciais; II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; IX - as organizações sociais; X - as cooperativas; XI - as fundações públicas; XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal. JUIZADOS ESPECIAIS Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: I - promoção da assistência social; II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; V - promoção da segurança alimentar e nutricional; VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII - promoção do voluntariado; VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte. JUIZADOS ESPECIAIS IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1º da Lei n. 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. A sociedade de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte (SCMEPP) é a instituição criada para ampliar o acesso ao crédito por parte dos microempreendedores (pessoas naturais) e empresas de pequeno porte (pessoas jurídicas).
Essas instituições são impedidas de captar, sob qualquer forma,
recursos do público, bem como emitir títulos e valores mobiliários destinados à colocação e oferta públicas. As SCMEPPs devem ser instituídas sob a forma de companhia fechada ou de sociedade limitada, devendo constar a expressão "Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte" na denominação social. São supervisionadas pelo Banco Central. JUIZADOS ESPECIAIS PARTES NAS AUDIÊNCIAS: A presença das PARTES, pessoalmente, é uma exigência da Lei n. 9.099/95, sob pena de CONTUMÁCIA ou REVELIA, conforme quem não compareça (autor ou requerido). Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei: I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do processo; Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz. Como regra, não se aplica, nos JEC, o disposto no CPC , a respeito da representação por procurador, porque a Lei n. 9.099/95 dispõe sobre a matéria de forma explícita e diversa. Entende-se que o fundamento da presença obrigatória das partes se dá ao Princípio da Pessoalidade, no sentido de se prestigiar a conciliação das mesmas. A finalidade buscada pela lei não seria possível e o valor tutelado se perderia pela impossibilidade de comparecimento pessoal, e a exigência trazida pela lei no caso concreto se tornaria inconstitucional, por falta de adequação entre os meios utilizados e os fins pretendidos. JUIZADOS ESPECIAIS CUSTAS NOS JUIZADOS ESPECIAIS: O artigo 54 da Lei dos Juizados Especiais Cíveis (Lei 9.099/95), não há custas, taxas ou despesas em primeiro grau de jurisdição. Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas. Sendo assim, salvo em casos de litigância de má-fé, a sentença não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ou seja, não sofrerá os ônus sucumbenciais convencionais da justiça comum. JUIZADOS ESPECIAIS No caso do inciso I, do artigo 51, da Lei 9.099/95, ou seja, em caso de extinção do processo quando o autor deixar de comparecer em qualquer das audiências do processo, haverá a necessidade de condenação em custas. ENUNCIADO 28 – Havendo extinção do processo com base no inciso I, do art. 51, da Lei 9.099/1995, é necessária a condenação em custas. Noutro giro, havendo a interposição de recursos, desaparece a isenção em custas e honorários de advogado, restando à parte, caso queira e seja de direito, pleitear a gratuidade de justiça a fim de ver os ônus sucumbenciais suspensos, conforme a regra contina no artigo 98 e seguintes do Código de Processo Civil. JUIZADOS ESPECIAIS ENUNCIADO 114 – A gratuidade da justiça não abrange o valor devido em condenação por litigância de má-fé (XX Encontro – São Paulo/SP). ENUNCIADO 115 – Indeferida a concessão do benefício da gratuidade da justiça requerido em sede de recurso, conceder-se-á o prazo de 48 horas para o preparo (XX Encontro – São Paulo/SP). ENUNCIADO 116 – O Juiz poderá, de ofício, exigir que a parte comprove a insuficiência de recursos para obter a concessão do benefício da gratuidade da justiça (art. 5º, LXXIV, da CF), uma vez que a afirmação da pobreza goza apenas de presunção relativa de veracidade (XX Encontro – São Paulo/SP). MOTIVAÇÃO