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Kiyoshi Harada, Pontes de Miranda, Diogo de Figueiredo Moreira Neto entendem que
há duas espé ies de se te ça a desapropriação: u a o stitutiva a da e tal
quando decreta a perda da propriedade e manda expedir o mandado de imissão na
posse definitiva (art. 29 do Decreto-Lei 3325/41) e outra o atureza de laratória
quando fixa a justa indenização (art. 27, § 1º do Decreto-Lei 3325/41).
Miguel Seabra Fagundes ratifica a existência de duas sentenças (uma que fixa o preço
e outra que autoriza a imissão) mas nega expressamente o caráter de sentença à
homologação de acordo, aduzindo que seria mero ato administrativo. Já Pontes de
Miranda reconhece a natureza de sentença ao ato do juiz que homologa acordo.
1
PORANGABA, Madalena. Ação de desapropriação: noções gerais com foco no procedimento. Disponível em
<https://goo.gl/i12pfX>. Consultado em 19 dez. 2017.
2
CALMON DE PASSOS, J. J. A transferência da propriedade para o domínio do expropriante no curso da ação de
desapropriação. Disponível em <https://goo.gl/WZbMzh>. Consultado em 19 dez. 2017.
Nem me parece que se possa levantar dúvida razoável a respeito. Outros estudiosos do
instituto da desapropriação ou se limitam a um tratamento descritivo do procedimento
da ação expropriatória, sem situá-lo em qualquer das categorias hoje fixadas pela
ciência processual, ou concordam com a lição do mestre, à semelhança do que se
verifica com Diogo de Figueiredo Moreira Neto, no seu Curso de Direito Administrativo,
Il/310.
Porém, em uma pesquisa nos três tribunais em relação aos quais estávamos
trabalhando as ͞Práticas de Sentenças͟ do JusTutor, no momento da redação deste
pequeno texto, notei que boa parte dos juízes profere sentenças declaratórias de
desapropriação, não sentenças constitutivas e muito menos sentenças que apenas
fixam o valor da indenização. Destaco algumas sentenças, as quais demonstram a
divergência entre os magistrados, mas com prevalência do comando declaratório:
Diante do exposto, e considerando o mais que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE o
pedido da presente ação de DESAPROPRIAÇÃO proposta pelo MUNICÍPIO DE BELO
HORIZONTE em face de IMÓVEIS A. P. LTDA. e, em consequência, com fundamento no
Decreto-Lei nº 3.365/45, declaro desapropriada a área descrita no Decreto Municipal
nº 12.895, de 23.10.2007, e ainda identificada nos memoriais descritivos acostados nos
autos, e pelos índices municipal e matrículas imobiliárias, todas no Cartório do 2º
ISSO POSTO e por tudo mais o que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, a
fim de decretar incorporado no patrimônio da expropriante a área descrita na inicial,
mediante a indenização de... (0027 04 040.039-5)
Diante do exposto, com fulcro no art. 487, I, do Código de Processo Civil, JULGO
PARCIALMENTE PROCEDENTES o pedido de desapropriação, declarando incorporada
ao patrimônio do expropriante a área descrita na inicial, pelo preço da avaliação
efetuada pelo perito (R$ 30.000,00 – fl. 126), a título de justa indenização, corrigido
conforme o §2º do art. 26 do Decreto-Lei n. 3.365/41, a contar da data do laudo de
avaliação, acrescido de juros compensatórios no percentual de 12% (doze por cento) ao
ano desde a efetiva ocupação do imóvel e juros moratórios após o trânsito em julgado,
nos termos da fundamentação supra, em virtude da desapropriação indireta do imóvel
descrito na inicial. Devem ser abatidos os valores já recebidos durante a tramitação do
feito. (0326184-17.2017.8.21.7000)
ISSO POSTO, julgo extinta a demanda em relação aos Irmãos Beck e Cia Ltda., com
fundamento no artigo 267, inciso VIII, do CPC e JULGO PROCEDENTE a presente AÇÃO
DE DESAPROPRIAÇÃO ajuizada pela Companhia Municipal de Saneamento - COMUSA
em face de Paulo Leopoldo Beck, Suzana Beck para: a. declarar o domínio da autora
sobre o imóvel matriculado sob o nº 71.044 nos termos do Decreto nº 3.132/2007; b.
condenar a autora ao pagamento de justa indenização consistente no montante de
R$765.000,00, os quais já foram pagos. (0383416-55.2015.8.21.7000)
Posto isso, julgo procedente a pretensão inicial para decretar a incorporação do imóvel
identificado na inicial ao patrimônio público da expropriante, fixando como valor de
indenização para o bem expropriado a quantia de R$ 2.076.398,59 (para agosto de
2013), observando-se a atualização monetária prevista na Tabela do Tribunal de
Justiça. Em face do julgamento ora proferido, declaro extinto o processo com resolução
do mérito, com fundamento no artigo 487, I, do Código de Processo Civil/2015.
(0020132-65.2013.8.26.0053)
3. DISPOSITIVO - Isto posto, FIXO, com fulcro no laudo pericial de fl. 653/700, como
justo preço da indenização pelo perdimento do domínio útil da área delimitada na
perícia o valor de R$ 1.847.562,32( um milhão, oitocentos e quarenta e sete mil,
quinhentos e sessenta e dois reais e trinta e dois centavos), apurada para novembro de
2014, condenando o Município de Fortaleza ao seu pagamento, através do depósito à
ordem do juízo já efetuado e respectiva complementação, acrescido de... (0011633-
30.2010.4.05.8100. Obs.: não declarou e nem decretou, mas apenas fixou a
indenização)
Alexandre Henry
Professor e Juiz Federal