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PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância
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O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
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PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade analisará em âmbito processual penal, as prisões
cautelares e as medidas cautelares diversas da prisão as nulidades, os
recursos e também a execução penal. Especificamente, foram enfoca-
das: a) as espécies de prisão cautelar e as demais medidas cautelares;
b) a diferenciação entre nulidade relativa e absoluta; c) as espécies de
recursos criminais; e d) os institutos da execução penal. Trata-se de
uma pesquisa desenvolvida para detalhar cada um dos capítulos abor-
dados pelo Código de Processo Penal trazendo seus desdobramentos
doutrinários e jurisprudenciais. Justifica-se pela importância dos temas
abordados para a formação do operador do direito ao qual se direciona
essa especialização.
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
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Apresentação do Módulo _______________________________________ 11
CAPÍTULO 01
DA PRISÃO E DAS MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO
CAPÍTULO 02
DAS NULIDADES
Conceito _______________________________________________________ 50
Princípios _____________________________________________________ 52
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CAPÍTULO 03
DOS RECURSOS EM GERAL
Referências ____________________________________________________ 88
CAPÍTULO 03
EXECUÇÃO PENAL
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A importância de um Curso de Pós-Graduação em Direito Pe-
nal e Processual Penal fundamenta-se na necessidade de reciclar e
aperfeiçoar o profi ssional atuante e o estudioso da área criminal, a par-
tir da atualização e enriquecimento dos conhecimentos constantes de
sua evolução acadêmica. Nesse sentido, busca-se propiciar uma visão
abrangente aos profi ssionais destes ramos do Direito, fundamental-
mente, das modifi cações objetivas e processuais advindas da ordem
constitucional de 1988 e as transformações infraconstitucionais. Este
módulo tem como propósito apresentar uma visão objetiva, sistemática
e aprofundada sobre as principais questões do Direito Processual Pe-
nal, sempre com base nos conceitos dos institutos jurídicos, nas con-
trovérsias doutrinárias, jurisprudências e evolução legislativa. O objeti-
vo é que, além de conhecimento técnico, o aluno consiga desenvolver
um raciocínio crítico acerca dos temas tratados nesse módulo. O Brasil
ocupa hoje o terceiro lugar no ranking dos países com maior população
carcerária, fi cando para trás apenas da China e dos Estados Unidos.
Possui cerca de 622 mil presos, enquanto só teria 371 mil vagas. E a
cada mês o país recebe 3 mil novos presos1. Sentenciados que são
mortos por seus próprios companheiros, funcionários e familiares de de-
tentos transformados em reféns, resgates e fugas audaciosas e espe-
taculares praticadas por criminosos. As regras nem sempre são cumpri-
das e a aplicação penal nem sempre é imposta de maneira adequada,
pois, hoje em dia, o preso é esquecido, a corrupção dentro das cadeias
e penitenciárias cresce de maneira assustadora, e ainda para piorar
mais a situação, as facções se estendem dentro e fora dos presídios.
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DA PRISÃO E DAS MEDIDAS
CAUTELARES DIVERSAS
DA PRISÃO
DISPOSIÇÕES GERAIS
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
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Em matéria penal há duas espécies de prisão, quais sejam, a
prisão pena e a prisão processual. A primeira se efetiva quando do
cumprimento da pena privativa de liberdade aplicada ao réu na senten-
ça condenatória e é tratada na Parte Geral do Código Penal entre os
artigos 32 a 42, bem como pela Lei de Execuções Penais.
Tratada entre os artigos 282 a 318 do Código de Processo Pe-
nal e na Lei n. 7.960/89 (prisão temporária), a prisão processual é, na
realidade, uma medida cautelar dada a necessidade de isolar-se o su-
posto autor do crime durante a persecução penal, conforme situações
previstas em lei.
O Código de Processo Penal de 1941 determinava duas condi-
ções ao indivíduo que estava submetido ao curso de uma investigação
criminal ou durante o processo penal: ou ele estaria sob prisão provisória
ou em liberdade (AVENA, 2018, p. 1033).
Tem-se que a partir Lei n. 12.403/11, o indivíduo poderia estar
em três condições distintas, quais sejam: medidas cautelares diversas da
prisão, em prisão provisória ou aguardando em liberdade o desfecho da
demanda criminal, no entanto, a lei nº 13.964/2019 recentemente trouxe
importantes alterações na legislação penal, que serão amplamente anali-
sadas no decorrer dessa unidade
A referida lei também determinou que a natureza da prisão pro-
cessual é de uma medida cautelar. Portanto, para que haja aplicação da
medida faz-se necessária a existência de dois requisitos: fumus boni iuris
e periculum libertatis.
O fumus comissi delicti (fumus boni iuris) consiste em uma
“probabilidade da ocorrência de delito (e não de um direito), ou, mais es-
seu artigo 3º-C, § 2º1, que as decisões proferidas pelo juiz da garantias
não vinculam ao juiz da instrução e julgamento.
Outrossim, antes da entrada em vigor da Lei nº 13.964/2019,
conhecida como Pacote Anticrime, a antiga redação do artigo 282, § 2º,
salientava que as medidas cautelares deveriam ser decretadas pelo juiz,
de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da inves-
tigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante
requerimento do Ministério Público, todavia, essa redação foi alterada
recentemente, importando em uma significativa mudança, uma vez que,
com a nova legislação, atualmente as medidas cautelares serão de-
cretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da
investigação criminal, por representação da autoridade policial ou me-
diante requerimento do Ministério Público, portanto, o magistrado não
1 § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e
julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade
das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
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tem mais o condão de decretar quaisquer medidas cautelares de ofício.
Caso o indiciado ou réu venha a ser condenado, o tempo cum-
prindo em prisão cautelar será descontado de sua pena definitiva. A
esse instituto dá-se o nome de detração.
PRISÃO EM FLAGRANTE
A prisão em flagrante é uma espécie de prisão processual e
está regulamentada entre os artigos 301 a 310 do Código de Processo
Penal.
O flagrante está autorizado pelo art. 5º, inc. XI, da Constituição
Federal:
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Código de Processo Penal, dispunha que ninguém poderia ser preso
senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da auto-
ridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória
transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em
virtude de prisão temporária ou prisão preventiva, no entanto, na reda-
ção atual do referido artigo, a expressão “sentença condenatória transi-
tada em julgado” foi substituída por “condenação criminal transitada em
julgado” e expressão “em virtude de prisão temporária ou prisão pre-
ventiva” foi substituída por “em decorrência de prisão cautelar”3 , apesar
da mudança na nomenclatura, não houve muita relevância prática.
Todavia, a nova legislação trouxe de forma expressa a neces-
sidade de realização de audiência de custódia. Denoto que a referida
audiência já estava sendo adotada no Brasil, a priori vejamos:
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a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo ra-
zoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o
processo”4.
O Pacto de São José da Costa Rica foi promulgado por meio
do Decreto Presidencial n. 678/92. Conforme redação do art. 5º, §3º da
CF, os tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil
foi signatário incorporam-se em nosso ordenamento jurídico com status
de norma jurídica supralegal5. Portanto, a CADH é uma norma jurídica
hierarquicamente superior a qualquer lei ordinária ou complementar, só
estando abaixo, portanto de normas constitucionais.
Diante desse contexto, vários Tribunais Federais e Estaduais
editaram atos normativos determinando a realização de audiências de
custódia com fundamento no artigo 7º, item 5, da CADH.
Em agosto de 2015, o STF julgou a ADI 5240 proposta pela
Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol/Brasil) que
questionava a realização das audiências de custódia por meio de pro-
vimento conjunto do Tribunal de Justiça de São Paulo e Corregedoria
Geral da Justiça de São Paulo alegando ter havido inovação no orde-
namento jurídico, uma vez que esta somente poderia ter sido criada por
lei federal e jamais por provimento autônomo, uma vez que esta seria
competência da União, por meio do Congresso Nacional.6.
Nessa ocasião, o STF entendeu não houve qualquer ino-
vação no ordenamento jurídico, uma vez que o direito fundamental do
preso de ser levado sem demora à presença do juiz está previsto na
Convenção Americana dos Direitos do Homem, e também no Código de
Processo Penal brasileiro. O procedimento apenas disciplinou normas
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
vigentes.
Em 15 de dezembro de 2015, o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) aprovou a Resolução n. 213/2015 que regulamenta o procedi-
mento nas audiências de custódia. A Resolução determina que todo
preso em flagrante deverá ser apresentado pela autoridade policial, em
até 24 horas após a prisão, ao juízo, para participação em audiência de
custódia.
Antes da apresentação da pessoa presa ao juiz, será assegu-
rado seu atendimento prévio e reservado por advogado por ela consti-
tuído ou defensor público, sem a presença de agentes policiais, sendo
esclarecidos por funcionário credenciado os motivos, fundamentos e
ritos que versam sobre a audiência de custódia. Já na audiência, o ma-
gistrado, após explicar o que é a audiência de custódia e informar ao
4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D0678.htm
5 RE 349.703/RS, DJe de 5/6/2009
6 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=298112
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preso sobre o direito ao silêncio, questionará se lhe foi dada ciência e
efetiva oportunidade de exercício dos direitos constitucionais inerentes
à sua condição, particularmente o direito de consultar-se com advogado
ou defensor público, o de ser atendido por médico e o de comunicar-se
com seus familiares; indagará sobre as circunstâncias de sua prisão ou
apreensão; perguntará sobre o tratamento recebido em todos os locais
por onde passou antes da apresentação à audiência, questionando so-
bre a ocorrência de tortura e maus-tratos e adotando as providências
cabíveis; verificará se houve a realização de exame de corpo de delito,
determinando sua realização nos casos em que não tenha sido realiza-
do, os registros se mostrarem insuficientes ou a alegação de tortura e
maus-tratos referir-se a momento posterior ao exame realizado.
O magistrado não deve formular perguntas com objetivo de
produzir prova para a investigação ou ação penal relativas aos fatos ob-
jeto do auto de prisão em flagrante. “Após a oitiva da pessoa presa em
flagrante delito, o juiz deferirá ao Ministério Público e à defesa técnica,
nesta ordem, reperguntas compatíveis com a natureza do ato, devendo
indeferir as perguntas relativas ao mérito dos fatos que possam consti-
tuir eventual imputação, permitindo-lhes, em seguida, requerer o relaxa-
mento da prisão em flagrante, a concessão da liberdade provisória sem
ou com aplicação de medida cautelar diversa da prisão, a decretação
de prisão preventiva ou a adoção de outras medidas necessárias à pre-
servação de direitos da pessoa presa.
Em seguida, o juiz decidirá, no próprio ato e de maneira funda-
mentada. O termo da audiência de custódia será apensado ao inquérito
ou à ação penal. Observe-se, por fim, que a apresentação à autoridade
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até
24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover
audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constitu-
ído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e,
nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela
Lei 13.964/19)
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou
o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput
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do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória,
mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais,
sob pena de revogação. (Incluído pela Lei 13.964/19)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização
criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito,
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares.
(Incluído pela Lei 13.964/19)
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da
audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá
administrativa, civil e penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei 13.964/19)
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo
estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de
custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a
ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de
imediata decretação de prisão preventiva.” (NR) (Incluído pela Lei 13.964/19)
– SUSPENSO CAUTELARMENTE PELO STF (ADI 6298).
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Pública e o membro do Ministério Público.
Importante lembrar que com a Lei nº 13.964/2019, trouxe que a
não realização da audiência de custódia no prazo de 24 horas, além de
ensejar a ilegalidade da prisão em flagrante, ensejará a responsabilida-
de da autoridade que deu causa ao descumprimento do mandamento
legal, todavia, O Supremo Tribunal Federal, em decisão liminar na ADI
6298, suspendeu a eficácia do §4º do art. 310 do CPP, portanto, a pre-
visão de que a não realização de audiência de custódia sem motivação
idônea ensejaria a ilegalidade da prisão, com o consequente relaxa-
mento da prisão, está SUSPENSA até o julgamento do mérito da ADI.
Para finalizar, no tocante a possibilidade de realização da au-
diência de custódia por videoconferência, restou vetado o trecho da lei
(Lei nº 13.964/19) em que proibia a realização de audiência de custódia
por meio de videoconferência (art. 3º B, § 1º, do Código de Processo
Penal, nesse sentido, destaco atual jurisprudência sobre o assunto:
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PRISÃO PREVENTIVA
A prisão preventiva é uma prisão de natureza cautelar. Tem-se
que anterior a entrada em vigor da lei nº 13.964/2019, a prisão preventi-
va era decretada pelo juiz de ofício ou a requerimento das partes quan-
do presentes seus requisitos previstos em lei e ocorrerem as hipóteses
autorizadoras, tanto durante a fase de inquérito policial, bem como na
fase processual, antes do trânsito em julgado da sentença.
Todavia, com a entrada em vigor da nova lei denominada de
Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019), o artigo 311 do Código de Pro-
cesso Penal, passa a ganhar uma nova redação “Em qualquer fase da
investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante
ou do assistente, ou por representação da autoridade policial”, portanto,
observa-se que com a legislação atual, o juiz não pode mais decretar
a prisão preventiva de ofício, conforme era visto antes da modificação
trazida pela nova legislação.
É sabido que a decretação de tal medida tem caráter excepcio-
nal e apenas deverá ser adotada quando a liberdade do indivíduo possa
comprometer a prestação jurisdicional. Destarte, não há que se falar em
violação à presunção de inocência, uma vez que esta prisão tem caráter
meramente processual, não constituindo pena, devendo, conforme art.
5º, inc. LXI, da CF, ser escrita e devidamente fundamentada por auto-
ridade judiciária competente. Caso a fundamentação seja considerada
insuficiente ensejará a revogação da prisão por meio da interposição de
habeas corpus9.
Essa modalidade de prisão rege-se pelos princípios da “taxati-
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
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nha”) tem em sua redação que, em qualquer fase do inquérito policial ou
da instrução criminal, cabe a prisão preventiva do agressor, decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante re-
presentação da autoridade policial, porém, tendo em vista as recentes
mudanças legislativas, entendo que a redação do art. 311 (que veda a
decretação ex officio) possui redação mais recente, cabendo a aplica-
ção da lei prevista no Código de Processo Penal.
Para que haja a decretação da prisão preventiva faz-se neces-
sário a presença do pressuposto positivo e do pressuposto negativo e
as hipóteses de cabimento da prisão presentes no artigo 313, do CPP.
O pressuposto positivo, ou seja, o fumus comissi delicti con-
siste na prova da existência do crime e indício suficiente de autoria as-
sociado a, no mínimo, uma das hipóteses de periculum libertatis, quais
sejam: garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniên-
cia da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal –
art. 312, caput, do CPP.
O pressuposto negativo consiste no fato de que para que
seja decretada a prisão preventiva, o agente não pode estar acobertado
por nenhuma das excludentes de ilicitude, conforme prescreve o art.
314, do CPP.
São hipóteses de periculum libertatis – art. 312, do CPP:
Atualmente, a prisão preventiva poderá ser decretada como
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de
perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
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b) Garantia da ordem econômica: essa hipótese foi incluída
ao art. 312, do CPP pela Lei n. 8.884/94 com a finalidade de prevenir
e reprimir os crimes contra a ordem tributária (artigos 1º a 3º da Lei n.
8.137/90), os crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492/86), os
crimes contra a ordem econômica (artigos 4º a 6º da Lei n. 8.137/90 e a
Lei n. 8.176/91), etc.
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Outrossim, pondero ainda que a decisão que substituir ou de-
negar a prisão preventiva, também deverão ser motivadas e fundamen-
tadas.
São hipóteses de cabimento da decretação da prisão preventi-
va – art. 313, CPP:
I - Crimes dolosos punidos com pena privativa de liberda-
de máxima superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I
do caput do art. 64 do Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar con-
tra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência.
O parágrafo único do mesmo artigo determina que também
será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a iden-
tidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos sufi-
cientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente
em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar
a manutenção da medida.
Ademais, outra importante mudança trazida pela lei do Pacote
Anticrime, foi no tocante a necessidade de manutenção da prisão pre-
ventiva, uma vez que o artigo 316, em seu parágrafo único, trouxe na
redação que o órgão emissor da decisão deverá revisar a necessidade
de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fun-
damentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. Nesse senti-
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A prisão preventiva é regida pela cláusula rebus sic stantibus,
ou seja, cessados os motivos que justificam a manutenção da prisão,
a revogação é obrigatória, devendo o juiz revogar a medida, de ofício,
ou por provocação, sem a necessidade de oitiva prévia do Ministé-
rio Público. O promotor será apenas intimado da decisão judicial, para
se desejar, apresentar o recurso cabível à espécie. Contudo, uma vez
presentes novamente os permissivos legais, nada obsta a que o juiz a
decrete novamente, quantas vezes se fizerem necessárias.
PRISÃO DOMICILIAR
A prisão domiciliar consiste no recolhimento do (a) indiciado
(a) ou acusado (a) em sua residência, só podendo dela ausentar-se
com autorização judicial. Trata-se, na realidade, de maneira especial
de cumprimento da prisão preventiva, sem que constitua modalidade
autônoma de medida cautelar pessoal.
Essa substituição da prisão preventiva possibilita que o (a) in-
diciado (a) ou réu permaneça fechado em sua residência em determi-
nadas hipóteses, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.
Trata-se de direito subjetivo do (a) preso (a) que tem como hipóteses,
aquelas previstas no artigo 318 do Código de Processo Penal, quais
sejam:
a) maior de 80 (oitenta) anos;
b) extremamente debilitado por motivo de doença grave;
c) imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de
6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
d) gestante;
e) mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos;
f) homem, caso seja o único responsável pelos cuidados
do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.
Vale frisar que a prisão preventiva imposta à mulher gestante, mãe
ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída
por prisão domiciliar, desde que não tenha cometido crime com violência
ou grave ameaça a pessoa ou que não tenha cometido o crime contra seu
filho ou dependente.
A vedação nos parece óbvia. Conceder prisão domiciliar à mulher
que agride o próprio filho ou seu dependente é inadmissível e beira o ab-
surdo. Seria até desnecessário ter lei vedando tal concessão, pois o próprio
bom senso veda, mas como o bom senso foi jogado fora nos últimos anos
de vida forense no País é melhor dizer... é sempre bom dizer12.
Lembrando que a substituição de que tratam os arts. 318 e
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318-A do Código de Processo Penal, poderá ser efetuada sem prejuízo
da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art.
319 da mesma lei.
Cabe ressaltar que a prisão domiciliar dos artigos 317 e 318
do Código de Processo Penal não se confundem com aquela prevista
no art. 117 da Lei de Execuções Penal (Lei n. 7.210/84) que se destina
ao condenado por sentença definitiva e que, portanto, cumpre pena em
regime aberto, bem como também não se confunde com a medida cau-
telar diversa da prisão estipulada pelo art. 319, inc. V também no CPP,
que denomina-se recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias
de folga.
O art. 318, do Código de Processo Penal utiliza o verbo poderá
para indicar a existência de discricionariedade do juiz. No entanto, ha-
vendo prova idônea que confirme hipótese legal, o juiz deverá conceder
a medida, independentemente de outros fatores, haja vista que se trata
de direito subjetivo do réu.
PRISÃO TEMPORÁRIA
A prisão temporária é uma prisão de natureza cautelar, com
prazo preestabelecido de duração, cabível exclusivamente na fase do
inquérito policial, determinando o encarceramento em razão das infra-
ções seletamente indicadas na legislação. Tem por fim impedir que o
investigado possa dificultar a colheita de provas durante a fase investi-
gativa de crimes de maior gravidade.
A medida poderá ser decretada pelo juiz por representação da
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temporária nas seguintes hipóteses:
I - quando imprescindível para as investigações do
inquérito policial;
II - quando o Indiciado não tiver residência fixa ou não
fornecer elementos ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer
prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indi-
ciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso;
b) sequestro ou cárcere privado;
c) roubo;
d) extorsão;
e) extorsão mediante sequestro;
f) estupro;
g) atentado violento ao pudor14;
h) rapto violento15;
i) epidemia com resultado de morte;
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia
ou medicinal qualificado pela morte;
l) quadrilha ou bando16;
m) genocídio, em qualquer de suas formas típicas;
n) tráfico de drogas;
o) crimes contra o sistema financeiro;
p) os crimes hediondos e assemelhados, quais sejam, tráfico,
tortura e terrorismo, mesmo os não contemplados no rol do art. 1º da Lei
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
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dos crimes que admitem essa modalidade prisão e, além dele, uma
das hipóteses que representam o periculum libertatis, quais sejam, os
incisos I ou II: ou é imprescindível para as investigações, ou o indiciado
não possui residência fixa, ou não fornece elementos para a sua iden-
tificação.
Em regra geral, a prisão temporária é decretada por 5 dias,
prorrogáveis por mais 5 dias em caso de comprovada e extrema neces-
sidade. Entretanto, se tratando de crimes hediondos e assemelhados,
como por exemplo tráfico, terrorismo e tortura (parágrafo 4º, art. 2º, Lei
n. 8.072/1990), o prazo da prisão temporária é de 30 dias, prorrogáveis
por mais 30 dias, em caso de comprovada e extrema necessidade.
Lembrando-se que a prorrogação pressupõe requerimento fun-
damentado, cabendo ao magistrado deliberar quanto a sua admissibili-
dade e ouvir membro do Ministério Público quando o pedido for realiza-
do pela autoridade policial, não cabendo prorrogação de ofício.
Conforme redação do artigo 2º, § 7º da Lei n. 7.960/89, vencido
o prazo de duração da medida o preso deve ser colocado em liberdade
imediatamente, independentemente da expedição de alvará de soltura.
O juiz ao receber o requerimento do Ministério Público ou a
representação da autoridade policial, devendo nessa última hipótese
ouvir membro do Parquet, terá vinte e quatro horas para proferir sua
decisão, decretando, de forma fundamentada, a prisão temporária ou
indeferindo-a.
O magistrado poderá, de ofício, ou em razão de pedido do
Ministério Público ou da defesa, determinar a realização de algumas
providências: que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e
33
TEMPORÁRIA - REVOGAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - PERDA DO OBJETO
- SUPERVENIÊNCIA DE PRISÃO PREVENTIVA - PEDIDO PREJUDICADO.
Considera-se prejudicado o pedido de revogação da prisão temporária
se tal prisão não mais subsiste, encontrando-se o paciente preso em
razão de custódia preventiva decretada em seu desfavor. (TJMG - Ha-
beas Corpus Criminal 1.0000.19.131102-6/000, Relator(a): Des.(a) Alexandre
Victor de Carvalho, 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 05/11/0019, pu-
blicação da súmula em 06/11/2019) – grifei.
34
Estado lance mão da prisão para investigar, ou seja, primeiro prende,
depois investiga para saber se o indiciado, efetivamente, é o autor do
delito. Trata-se de medida de constrição da liberdade do suspeito que,
não havendo elementos suficientes de sua conduta nos autos do inquéri-
to policial, é preso para que esses elementos sejam encontrados”18.
LIBERDADE PROVISÓRIA
A partir da interpretação da Constituição de 1988, é possível
perceber que a liberdade é a regra, enquanto a prisão cautelar ocupa
uma posição provisória, de exceção, conforme pode-se perceber diante
do princípio da presunção de inocência – art. 5º, inc. LVII, da CF.
Trata-se de um direito subjetivo garantido constitucionalmente
no art. 5º, inc. LXVI, da CF: “ninguém será levado à prisão ou nela man-
tido, quando a lei admitir liberdade provisória, com ou sem fiança”.
Diante desse contexto, a liberdade provisória configura-se
como situação de liberdade dada àquele preso em flagrante, atendidos
requisitos para que possa aguardar ao processo em liberdade, pagando
fiança ou não fiança, conforme determinar o caso, sem que haja liber-
dade plena.
Ressalto que com o advento da Lei nº 13.964/2019, caso o juiz
verifique pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato
em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput
do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os
Com a nova redação do art. 319, foi estabelecido um sistema polimorfo, com
amplo regime de liberdade provisória, com diferentes níveis de vinculação
ao processo, estabelecendo um escalonamento gradativo, em que no topo
esteja a liberdade plena e, gradativamente, vai-se descendo, criando restri-
ções à liberdade do réu no curso do processo pela imposição de medidas
cautelares diversas, como o dever de comparecer periodicamente, de pagar
18 Rangel, Paulo Direito processual penal / Paulo Rangel. – 27. ed. – São Paulo: Atlas,
2019.
35
fiança, a proibição de frequentar determinados lugares, a obrigação de per-
manecer em outros nos horários estabelecidos, a proibição de ausentar-se
da comarca sem prévia autorização judicial, o monitoramento eletrônico, o
recolhimento domiciliar noturno. Quando nada disso se mostrar suficiente e
adequado, chega-se à ultima ratio do sistema: a prisão preventiva.
Dessa forma, a liberdade provisória é uma medida alternativa, de caráter
substitutivo em relação à prisão preventiva, que fica efetivamente reservada
para os casos graves, em que sua necessidade estaria legitimada. (LOPES
JR., p. 118, 2017)
36
• Liberdade Provisória Obrigatória: refere-se a um direito in-
condicional do infrator que ficará em liberdade, mesmo tendo sido sur-
preendido em flagrante.
37
mente encaminhado ao juizado” ou assumindo o compromisso de a ele
comparecer, “não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança”;
41
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja con-
veniente ou necessária para a investigação ou instrução
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputá-
vel ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento
a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de
resistência injustificada à ordem judicial;
IX - monitoração eletrônica22.
42
prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
Importante ressaltar que com a entrada em vigar da lei denomi-
nada Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019), em seu artigo 3º- C, § 2º ,
instituiu que as decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam
o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia
ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares
em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias, todavia, ressalto que o
Supremo Tribunal Federal, em decisão liminar na ADI 629824 (Decisão
do Relator, Min. Luiz Fux), suspendeu a eficácia dos arts. 3º-A a 3º-F do
Código de Processo Penal).
43
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: PRF Prova: Policial Rodoviário
Federal
Em decorrência de um homicídio doloso praticado com o uso de
arma de fogo, policiais rodoviários federais foram comunicados de
que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo
cuja placa e características foram informadas. O veículo foi abor-
dado por policiais rodoviários federais em um ponto de bloqueio
montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acre-
ditavam estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao
condutor do veículo, foi apreendida arma de fogo que estava em
sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada no crime.
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
De acordo com a classificação doutrinária dominante, a situação
configura hipótese de flagrante presumido ou ficto.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Escrivão de Po-
lícia Civil
Compreendido o conceito de flagrante delito, pode-se definir a pri-
são em flagrante como uma medida de autodefesa da sociedade,
consubstanciada na privação da liberdade de locomoção daquele
que é surpreendido em situação de flagrância, a ser executada in-
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: MPE-BA Órgão: MPE-BA Prova: Promotor de
Justiça Substituto
A Sra. Mimosa compareceu à Delegacia Especializada no Atendi-
mento à Mulher (DEAM) e narrou para a Delegada de Polícia planto-
nista, Dra. Nativa, que sofre abuso sexual por parte de seu genitor,
desde a sua adolescência. Embora, atualmente, casada, com 21
anos de idade, continua recebendo esporadicamente mensagens
do seu pai por meio do aplicativo WhatsApp, ameaçando de pu-
blicar, nas redes sociais, fotos íntimas da mesma (já que ao longo
dos anos da adolescência foi obrigada a posar nua enquanto ele a
fotografava), pois trata-se de um fotógrafo profissional.
A autoridade policial propôs à Sra. Mimosa a instalação de um sof-
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto
Em relação à prisão temporária, prevista na Lei n° 7.960/1989, assi-
nale a alternativa correta.
A) É cabível para os crimes que a admitem, e somente na fase pré-pro-
cessual, desde que em atenção a requerimento da Autoridade Policial
ou do Ministério Público, vedada a decretação de ofício.
B) É cabível para os crimes que a admitem, tanto na fase pré-proces-
sual quanto na processual, a requerimento da Autoridade Policial ou do
Ministério Público, vedada a decretação de ofício, por 5 (cinco) dias,
prorrogáveis uma vez e pelo mesmo prazo, em caso de extrema neces-
sidade, devidamente demonstrada.
C) É cabível para os crimes que a admitem, e somente na fase pré-
-processual, sendo imprescindível para a decretação, quando requerida
pela Autoridade Policial, a concordância do Ministério Público.
D) É cabível para os crimes que a admitem, tanto na fase pré-proces-
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Caruaru - PE Prova:
Procurador do Município
Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando
o agente for
A) gestante somente a partir do 7° mês de gravidez.
B) maior de 75 anos.
C) mulher com filho de 11 (onze) anos de idade.
D) debilitado por motivo de doença.
E) imprescindível aos cuidados especiais de criança com deficiência
mental ou visual.
46
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
TREINO INÉDITO
47
NA MÍDIA
Fonte: Istoé
Data: 14mar. 2019.
Leia a notícia na íntegra:https://istoe.com.br/ministro-do-stj-manda-
-soltar-13-investigados-no-caso-brumadinho/
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
NA PRÁTICA
Acesse os links:http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/88171-documentario-
-mostra-papel-da-audiencia-de-custodia-contra-a-tortura-2
49
DAS
NULIDADES
CONCEITO
Sem dúvida, em um Estado Democrático de Direito, o exercício
do direito de punir só é legítimo quando respeitado o devido processo le-
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
51
cida de ofício pelo juiz, pois o vício do ato atinge um interesse público,
normalmente consubstanciado no atendimento aos princípios que inte-
gram o devido processo legal em seu aspecto formal. Por essa razão, o
prejuízo, nos casos de nulidade absoluta, é presumido, evidente, mani-
festo. Também nos casos de violação de preceito constitucional estare-
mos diante de nulidade absoluta. A nulidade absoluta pode ser alegada
e reconhecida a qualquer tempo, não sendo passível de convalidação.
PRINCÍPIOS
São princípios relativos à nulidade:
Princípio da Tipicidade das Formas: Este princípio com-
preende que todo ato processual deve ser praticado em conformidade
com as leis processuais e a Constituição Federal, com o objetivo de
garantir às partir e à coletividade segurança jurídica e a aplicabilidade
do devido processo legal.
Cabe lembrar, que nem todo ato atípico é capaz de acarretar
invalidação, dependendo fazer a análise do grau da atipicidade das con-
sequências da inobservância da forma legal acarretadas.
Princípio do Prejuízo: Ainda que o ato tenha violado a forma
prevista em lei, não será anulado se atingido o seu fim – art. 563, CPP
– pas de nullité sans grief.
Entende-se como princípio do prejuízo o fato de que o ato pro-
cessual estar viciado não suficiente para que seja considerado inválido,
52
pois, é preciso que esse vício seja capaz de produzir prejuízo às partes,
para que seja autorizado o reconhecimento da nulidade do mesmo.
O art. 566, do CPP, determina que “não será declarada a nuli-
dade de ato processual que não houver influído na apuração da verda-
de substancial ou na decisão da causa27”, ou seja, sendo o ato viciado
incapaz de prejudicar o convencimento judicial, não há por que reco-
nhecê-lo nulo. A exemplo vide a súmula 366 do STF.
É importante reafirmar que tal princípio é válido tanto para a
nulidade relativa quanto para nulidade absoluta, pois, deve ser compro-
vado na primeira, sendo presumido na segunda - Vide Súmula 523 do
STF.
Segue figura de quadro demonstrativo trazido na pela doutrina
de Norberto Avena:
54
- Retificação: consertar, emendar, ajustar, corrigir.
- Ratificação: reafirmação, reiteração, revalidação.
- Preclusão: trata-se da perda do direito de manifestar-se no
processo, ou seja, a perda da capacidade de praticar os atos proces-
suais por não os ter feito na oportunidade devida ou na forma prevista.
É a perda de uma faculdade processual, isto é, no tocante à prática de
determinado ato processual. São espécies de preclusão:
a) Temporal: advém do não exercício de um direito processual
em um prazo determinado.
b) Lógica: advém da contradição entre dois atos processuais
praticados
c) Consumativa: acontecerá quando o direito à prática daque-
le ato já houver sido exercido anteriormente.
ESPÉCIES DE IRREGULARIDADES
A partir da análise da gravidade do defeito do ato processual e
suas consequências, RENATO BRASILEIRO classifica as irregularida-
des da seguinte forma31:
• Irregularidades ou defeitos sem consequência: nessa es-
pécie, embora não tenha sido observado a forma legal, a irregularidade
não acarretará quaisquer consequências. O doutrinador cita o exemplo
do art. 169, § 1º do CPC que veda a utilização de abreviaturas em peças
processuais.
55
• Irregularidades ou defeitos que acarretam tão somente
sanções extraprocessuais: nessa hipótese, a irregularidade acarre-
tará sanções para além do processo e não dentro daquele, como é o
exemplo do art. 277, parágrafo único, alínea c, do CPP e do art. 265,
caput, do CPP.
32 Avena, Norberto Processo penal / Norberto Avena. – 10. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de
Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2018
56
Nulidade Absoluta Nulidade Relativa
Aquela que advém da violação de uma formalidade Aquela que advém da violação de forma
prevista em lei que tinha por fim a proteção de inte- do ato que tem por fim a proteção do inte-
Conceito resse processual de ordem pública. Portanto, havendo resse privado das partes.
violação de uma regra constitucional, haverá nulidade
absoluta.
A nulidade absoluta também prescinde de alegação A nulidade relativa está sujeita à preclu-
por parte dos litigantes e jamais preclui, podendo ser são. Serão consideradas sanadas caso
reconhecida ex officio pelo juiz, em qualquer fase do não sejam apresentadas no prazo.
Declaração ex officio processo. Não pode ser declara de ofício pelo juiz,
devendo a parte invocar.
- a regra violada visa garantir interesse de ordem - tem por fim proteger um direito da
pública, e não mero parte;
- prejuízo é presumido;
Rol de nulidades
Art. 564, inc. I, II, III, a, b, c, d, primeira parte, e, Art. 564, inc. III, d e e, segunda parte,
prevista no Código de
primeira e terceira parte, f, i, j, k, l, m, n, o e p. g e h, IV.
Processo Penal*
Princípio do interesse.
57
*Outras nulidades podem ser reconhecidas fora do Código, este é um
rol exemplificativo.
58
há corrente que entende que, havendo incompetência, haverá
a inexistência de todo o processo em razão da violação de regra consti-
tucional e que, portanto, não há aplicação do art. 567, do CPP.
São causas de suspeição aquelas circunstâncias de cunho
subjetivos capazes de influenciar a imparcialidade do juiz, ou seja, con-
sidera-se suspeito aquele juiz que se interessa pelo sucesso de quais-
quer das partes.
O referido artigo não trata da incompatibilidade e nem mesmo
do impedimento, mas se entende que, nesses casos o processo seria
inexistente, pois, o juiz não estaria investido em função jurisdicional.
Posição minoritária, como defendida por BADARÓ33, discorda
dessa afirmativa, entendendo que, no caso de impedimento haverá nu-
lidade absoluta conforme se verifica no art. 252 do CPP.
A expressão suborno não é utilizada adequadamente pela
doutrina, uma vez que, imediatamente, a associa a prática de crimes
como corrupção passiva, concussão ou prevaricação.
Diferentemente do que se pensa, o suborno abrange qualquer
vantagem que o juiz receba em proveito próprio ou alheio como, por
exemplo, favores sexuais, emprego a um parente, etc.34
59
III - Por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
37 VideSTJ - HC: 131655 SP 2009/0049713-0, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamen-
to: 09/03/2010, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/05/2010)
38 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm
60
c) A nomeação de defensor ao réu presente, que o não ti-
ver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
A defesa técnica é garantia constitucional indisponível e irre-
nunciável, em todo e qualquer processo penal. Ainda que o acusado
não tenha capacidade postulatória, e não queira defesa técnica, caberá
ao juiz nomear defensor. Essa é concepção que se abstrai do texto do
art. 261 do CPP que determina “nenhum acusado, ainda que ausente
ou foragido, será processado ou julgado sem defensor”39.
Neste mesmo dispositivo, a Lei n. 10.792/03 acrescentou o pa-
rágrafo único determinando que “a defesa técnica, quando realizada por
defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifesta-
ção fundamentada40”.
No mesmo sentido, segue o art. 396-A, §2º, do CPP que de-
termina: “Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia
ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará
a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo
de 10 (dez) dias”.41
A defesa técnica deve ser além de necessária, efetiva e capaz
de cumprir seu papel – vide súmula n. 523, STF.
Ademais, não há mais necessidade de nomeação de curador
para o indiciado menor de 21 anos, pois em virtude do Código Civil de
2002, a menoridade cessa aos 18 anos completos e o art. 194 do CPP
fora revogado pela Lei n. 10.792/03.
d) A intervenção do Ministério Público em todos os termos
da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida,
quando se tratar de crime de ação pública;
39 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm
40 Idem.
41 Idem.
61
O autor entende que, tratando-se de atos instrutórios, caso o
Ministério Público tenha sido notificado corretamente para prática do ato
e, ainda assim, se mantenha inerte, tratar-se-á de causa de nulidade
relativa que estará condicionada à comprovação de prejuízo.
Dessa forma, ao se tratar de atos postulatórios, estar-se-á
diante de causa de nulidade absoluta.
- Falta de intervenção do Ministério Público nos casos de
ação penal privada subsidiária da pública: Nessa hipótese, a não
intervenção do órgão ministerial acarreta a nulidade relativa do ato pro-
cessual, passível de ser sanada caso não seja sanada em prazo legal
preestabelecido, conforme art. 572, inc. I, do CPP.
nulidade absoluta4344.
64
qual não há fim do processo. Neste caso, não há nem mesmo que se
falar em recurso, haja vista que não há objetivo de impugnação.
Por outro lado, é possível que haja a ausência parcial de sen-
tença, ou seja, que o juiz tenha decido apenas sobre uma das preten-
sões tornando a sentença citra petita e, ensejando a interposição de
recurso para que haja manifestação acerca da pretensão omitida.
65
Sobre o tema, segue entendimento jurisprudencial:
66
ção e está intimamente ligada ao princípio do interesse, pois, sendo a
sentença de mérito favorável à parte a quem beneficiaria o reconheci-
mento da nulidade, sana o vício.
Da mesma forma, havendo coisa julgada, haverá a convalida-
ção de um ato originalmente nulo.
Sobre o tema, na prática pode-se observar recente julgado do
Tribunal de Justiça mineiro:
67
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: Juiz de Di-
reito Substituto
Sobre as nulidades no processo penal, analise as afirmativas a se-
guir, marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) O Juiz poderá, ao proferir sentença condenatória, aplicar a agra-
vante da reincidência, ainda que ela não tenha sido descrita na
denúncia, não configurando ofensa ao princípio da correlação.
( ) A ausência de quesito obrigatório nos julgamentos do Tribunal
do Júri é causa de nulidade absoluta.
( ) A ausência de intimação do denunciado para oferecer contrarra-
zões ao recurso interposto da rejeição da denúncia constitui mera
irregularidade sanável pela nomeação de defensor dativo.
() A nulidade decorrente da citação, por edital, de réu preso só será
verificada se o denunciado estiver custodiado no mesmo estado
em que atuar o Juiz processante.
A sequência está correta em
A) V, V, F, V.
B) F, V, F, F.
C) F, F, V, V.
D) V, F, V, F.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: Delegado de Po-
lícia
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Campo Limpo Pau-
lista - SP Prova: Procurador Jurídico
68
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no que concerne às
nulidades, firmou o seguinte entendimento:
A) é relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da
expedição da precatória para inquirição de testemunha (Súmula).
B) é relativa a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito
obrigatório (Súmula 156).
C) não ofende o devido processo legal a decisão do Tribunal que aco-
lhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso de acusação (Súmula
160).
D) é relativa a nulidade do julgamento pelo júri, quando os quesitos de
defesa não precedem aos das circunstâncias agravantes (Súmula 162).
E) não é causa de nulidade o julgamento ulterior pelo júri com participa-
ção de jurado que funcionou em julgamento anterior ao mesmo proces-
so (Súmula 206).
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: NUCEPE Órgão: PC-PI Prova: Delegado de Polí-
cia Civil
O código de processo penal elenca apenas um rol meramente
exemplificativo, no que diz respeito às nulidades. É caso de nulida-
de relativa à incompetência
A) Ratione materiae.
B) Ratione personae.
C) Competência funcional.
D) No júri, por falta de quesito obrigatório.
E) Territorial.
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
O art. 563 do CPP dispõe que “nenhum ato será declarado nulo, se da
nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.”
De maneira geral, a nulidade ocorre sempre que determinado ato ou
decisão judicial se revestisse de vícios e, por meio desse defeito, resul-
71
tasse prejuízo para a acusação ou para a defesa. Portanto, ao suscitar
uma nulidade, seria preciso demonstrar a ocorrência de prejuízo. Mas
lembre-se, apenas as nulidades relativas exigem prejuízo.
Por outro lado, as nulidades absolutas são consideradas vícios mais
sérios, uma vez que violam princípios constitucionais e penais, lesando
o interesse público. Destarte, tratam-se de vícios insanáveis que violam
a ordem pública. Cabendo lembrar que, embora não se convalidem em
nenhuma hipótese, podem ser declaradas de ofício.
Na prática, há uma resistência por parte da jurisprudência para reco-
nhecer as nulidades, principalmente as nulidades absolutas. A maior
parte das nulidades são relativas e justificam-se pela ausência de de-
monstração de prejuízo ou falta de impugnação em momento oportuno.
E a atenção do advogado em relação a estes fatores deve ser redobra-
da, sob pena de preclusão.
72
DOS RECURSOS
EM GERAL
TEORIA GERAL DOS RECURSOS
73
de recorrer com a interposição do recurso;
PRESSUPOSTOS
O cabimento de um recurso envolve duas condições: a recor-
ribilidade e a adequação.
74
A recorribilidade significa que a decisão impugnada deve es-
tar sujeita a recursos. Deve-se ter atenção a esse aspecto, eis que exis-
tem diversas situações de irrecorribilidade no processo penal, como o
indeferimento da suspensão do processo em virtude de questão prejudi-
cial facultativa (art. 93, § 2.º, do CPP); a admissão ou não do assistente
de acusação (art. 273 do CPP); a decisão na exceção de suspeição
de perito ou serventuário da justiça (art. 105 do CPP); a decisão que
conclui pela inexistência de repercussão geral no recurso extraordinário
(art. 326 do Regimento Interno do STF) etc.
A adequação, por sua vez, traduz-se como a necessidade de
que o recorrente utilize a via impugnativa correta para atacar a decisão,
entre as previstas em lei. Não é a adequação, entretanto, uma condição
inflexível, pois a própria lei processual prevê no art. 579 uma exceção
denominada princípio da fungibilidade, que possibilita ao juízo a quo
receber e ao juízo ad quem conhecer do recurso errado como se fosse
o recurso certo.
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela in-
terposição de um recurso por outro. Parágrafo único. Se o juiz, desde logo,
reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará pro-
cessá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.
75
PRAZOS
São cinco prazos dos recursos:
PRAZOS RECURSOS
48 horas Carta Testemunhável
2 dias Embargos de Declaração
Apelação
EFEITOS
Os recursos podem ter os seguintes efeitos:
• Devolutivo: O efeito devolutivo confunde-se com a própria
finalidade do
recurso de obter um novo pronunciamento sobre determinada
decisão, modificando-a, anulando-a ou integrando-a.
Em tela, estabelece a transferência da matéria decidida ao ór-
gão ad quem para reapreciação, nos exatos limites do pedido de re-
forma, que está contido na interposição, podendo ser classificado em
razão da extensão, isto é, o quantum de matéria se submete à reapre-
ciação e quanto à profundidade, que se traduz no material a ser utiliza-
do para julgar.
As decisões judiciais podem ser atacadas por error in judican-
do (erro de julgamento) ou error in procedendo (erro de procedimento).
76
O primeiro refere-se, por exemplo, à errônea apreciação de uma prova,
à fixação de pena em desconformidade com o merecido etc. Já o erro
de procedimento denuncia a ocorrência de um vício processual (v.g.,
nulidade absoluta por cerceamento do direito de defesa). Se o erro for
de julgamento, o juízo ad quem profere uma decisão substitutiva; caso
se trate de erro de procedimento, o tribunal anula os atos, determinando
que sejam refeitos.
É corolário do efeito devolutivo a proibição da reformatio in
pejus.
• Suspensivo: O efeito suspensivo impede que a decisão seja
executada até o julgamento do recurso, devendo ser consignadas na lei
suas hipóteses, por se tratar de medida excepcional.
46 HC 176616 AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 29/11/2019, PRO-
CESSO ELETRÔNICO DJe-274 DIVULG 10-12-2019 PUBLIC 11-12-2019.
78
ESPÉCIES
O Código de Processo Penal discorre os seguintes recursos
em espécie:
79
Importante ressaltar que, com a entrada em vigor da lei deno-
minada Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019), foi acrescentado ao
artigo 581, o inciso XXV do Código de Processo Penal, a seguinte reda-
ção “que recusar homologação à proposta de acordo de não persecu-
ção penal, previsto no art. 28-A desta Lei”.
Considerando a criação do acordo de não persecução penal,
o legislador estabeleceu expressamente o recurso cabível em caso de
recusa de homologação por parte do Juiz.
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
Apelação
Fundamentação Legal Arts. 593 a 603, do CPP + art. 416, do CPP
Exclusivo da defesa, ficando vedada a agravação da
Legitimidade situação, ou seja, incide a proibição da reformatio in
pejus – art. 617, do CPP.
Interposição: 5 dias + Razões: 8 dias
Prazo e Interposição
JECrim: interposição e razões juntas em 10 dias
80
Será cabível:
I - das sentenças definitivas de condenação ou absol-
vição proferidas por juiz singular;
II - das decisões definitivas, ou com força de definiti-
vas, proferidas por juiz singular nos casos não previs-
tos no Capítulo anterior;
III - das decisões do Tribunal do Júri.
- JECrim:
a) rejeição de denúncia ou queixa;
b) sentença de condenação ou absolvição proferida no
procedimento sumaríssimo;
c) homologação da transação penal.
81
Embargos Infringentes e de Nulidades
Fundamentação Arts. 619 a 620, do CPP
Legal
Legitimidade Todas as partes
Petição contendo os pontos em que a decisão teria um dos
vícios, dirigidos ao relator, em caso de acordão ou ao juiz pro-
lator da decisão, no prazo de 2 dias – arts. 382 e 619, do CPP.
Opostos os embargos ficam interrompido o prazo para inter-
posição de demais recursos.
Prazo e Interposi-
ção
JECrim: 5 dias contados da ciência da decisão. – Suspensão
do prazo para inteposição do outro recurso – art. 82, § 2º da
Lei 9.099/95
Hipóteses de Cabi-
mento Vícios:
Obscuridade – não é possível compreender
Ambiguidade – duplo sentido
Contradição – decisão conflitante consigo mesma
Omissão – juiz não examinou alguma alegação das partes
82
Carta Testemunhável
Fundamentação Legal Art. 639 a646, do CPP
Legitimidade
Interposição: 48 horas.
- Testemunhante: “recorrente”
83
Recurso Ordinário Constitucional
Art. 102, inc. II, CF: ao STF
Lei n. 8.038/90
Legitimidade Todas as partes
Prazo e Interposi- 5 dias (petições + razões)
ção
Ao STJ: quando houver um acordão denegatório de habeas
corpus proferido por Tribunal (TJ ou TRF). Esse ROC também
é exclusivo da defesa.
Recurso Especial
84
Caberá recurso especial julgar, em recurso especial, as cau-
sas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distri-
to Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
Recurso Extraordinário
85
Com a entrada em vigor da lei denominada Pacote Anticrime
(Lei nº 13.964/2019), o artigo 638 do Código de Processo Penal teve
sua redação alterada “O recurso extraordinário e o recurso especial se-
rão processados e julgados no Supremo Tribunal Federal e no Superior
Tribunal de Justiça na forma estabelecida por leis especiais, pela lei
processual civil e pelos respectivos regimentos internos”.
A alteração apenas deixa mais específica a previsão relativa
ao processamento do RE e do RESP. Assim, pela redação atual, o RE
e o RESP serão processados e julgados no Supremo Tribunal Federal
e no Superior Tribunal de Justiça (respectivamente) na forma estabe-
lecida pelas leis especiais, pela lei processual civil e pelos respectivos
regimentos internos.
Agravo em Execução
Fundamentação Art. 197 da Lei n. 7.210/84
Legal
Legitimidade Todas as partes
Interposição dirigida e recebida pelo juiz que prolatou a de-
cisão, devendo as razões serem dirigidas ao juízo ad quem,
Interposição embora recebidas pelo juízo a quo, uma vez que é possível a
retratação. O prazo é de 5 dias para interpor e de 2 dias para
a apresentação das razões e contrarrazões
Cabível das decisões proferidas pelo juiz da Vara das Execu-
ções Criminais.
Hipóteses de Cabi-
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
87
QUESTÃO 01
Ano: 2018 Banca: MPE-BA Órgão: MPE-BA Prova: Promotor de
Justiça Substituto
Sobre os recursos no Processo Penal, é correto afirmar que da de-
cisão que negar a concessão de livramento condicional é cabível
A) agravo
B) apelação
C) recurso especial
D) carta testemunhal
E) recurso em sentido estrito
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto
Quanto aos recursos, assinale a alternativa correta.
A) A renúncia do réu ao direito de Apelação, manifestada em termo pró-
prio na presença de 2 (duas) testemunhas, sem assistência do defen-
sor, impede o conhecimento do recurso por este interposto.
B) No caso de concurso de pessoas, a decisão do recurso interposto
por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter ex-
clusivamente pessoal, aproveitará aos outros, em extensão subjetiva do
efeito devolutivo do recurso.
C) Não gera nulidade a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nu-
lidade não arguida no recurso da acusação, salvo os casos de recurso
de ofício.
D) O acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale,
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
desde logo, pelo seu recebimento, ainda que nula a decisão de primeiro
grau.
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: Analista Jurídico
A respeito dos efeitos dos recursos, assinale a alternativa correta.
A) Não é dado ao Tribunal a possibilidade de conversão do julgamento
em diligência para determinação de novas provas, por expressar referi-
do entendimento violação do princípio in dubio pro reo.
B) O efeito extensivo, previsto no art. 580, do CPP, tem aplicação irres-
trita em caso de corréus condenados por roubo majorado por concurso
de pessoas quando um deles recorre e o outro não recorre, dando-se
por satisfeito em relação ao teor da sentença recorrida.
C) Admite-se o efeito iterativo quando da remessa dos autos de inquérito
policial ao Procurador Geral de Justiça, nos casos de aplicação do art.
28, do CPP, por força da aplicação do princípio in dubio pro societate.
88
D) Entende-se por efeito devolutivo a possibilidade do recurso devolver
ao juiz prolator da decisão da qual se recorre a análise daquela mesma
decisão.
E) Todo recurso possui efeito devolutivo, mas nem todos os recursos
são dotados de efeito suspensivo.
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: TJ-SC Prova: Técnico Judiciário Au-
xiliar
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Antônio pela
suposta prática do crime de peculato. O juiz, porém, considerando
a ausência de justa causa, rejeitou a denúncia oferecida. Em razão
disso, intimado pessoalmente, o Promotor de Justiça entregou ao
cartório o procedimento com o recurso cabível.
O recurso apresentado pelo Ministério Público aos serventuários
de Justiça é o de:
A) recurso em sentido estrito
B) embargos infringentes
C) embargos de declaração
D) apelação
E) agravo
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público -
Reaplicação
Ao disciplinar os recursos em geral, estabelece o Código de Pro-
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
91
EXECUÇÃO
PENAL
o juízo da execução deverá, dentre as ações voltadas à integração social do
condenado e do internado, e para que tenham acesso aos serviços sociais
PROMINAS
ais, dentre os quais o CPF, que pode ser expedido de ofício, com base no
artigo 11, V, da Instrução Normativa RFB n° 864, de 25 de julho de 200847.
PENAL-- GRUPO
93
Em vários dispositivos da Lei n. 7210/84 o princípio da lega-
lidade é privilegiado. No art. 2º, por exemplo, “A jurisdição penal dos
Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional,
será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e
do Código de Processo Penal”. O art. 3º, por sua vez: “Ao condenado
e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela
sentença ou pela lei”.
Já o princípio da igualdade preconiza que “não haverá qual-
quer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política” (art. 3o,
parágrafo único, LEP). Assegura que na execução da pena não serão
concedidas restrições ou privilégios de modo indiscriminado, por origem
social, política, de raça, cor, sexo etc.
O princípio da jurisdicionalidade compreende que o proces-
so de execução será conduzido por um juiz de direito, como estabele-
cido no art. 2º: “A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça
ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida...”. É possível
observar a jurisdicionalidade da execução penal por meio do art. 194,
da LEP: “O procedimento correspondente às situações previstas nesta
Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução”.
A Lei n. 7.210/84 incorporou taxativamente o princípio da cul-
pabilidade ao dispor que são vedadas as sanções coletivas (art. 45, §
3º). Com esse dispositivo, procura-se impedir a punição disciplinar da-
queles que sequer tiveram dolo ou culpa na ocorrência de determinado
resultado lesivo.
Como desdobramento do princípio da culpabilidade figura a
impossibilidade de punição de todos os habitantes de determinada cela
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
94
presunção de inocência disciplinar do primeiro.
Para o princípio da lesividade somente pode ser considerada
punível a conduta exteriorizada e capaz de lesionar ou ameaçar con-
cretamente determinado valor ou direito, e não aquele comportamento
simplesmente pecaminoso ou imoral.
É importante destacar que os processos criminais de
conhecimento e execução são distintos e autônomos. Enquanto
naquele analisa-se a existência de um fato típico, antijurídico e culpável,
apurando-se as respectivas provas e, se for o caso, culminando com um
juízo condenatório sobre o agente, no processo de execução penal tem
o objetivo de efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal,
conforme expressamente determina o art. 1º, primeira parte, da LEP.
A execução penal poderá ser definitiva ou provisória, a depen-
der da existência do trânsito em julgado. Dessa forma, a LEP se aplica
tanto ao condenado, quanto ao preso provisório – art. 2º, parágrafo úni-
co, LEP. De maneira geral, por se tratar de título executivo, a sentença
que aplica pena privativa de liberdade permite a expedição de guia de
recolhimento para a execução (art. 105 da LEP) a partir do trânsito em
julgado da decisão condenatória.
Geralmente, em razão da demora da condenação definitiva, o
preso venha a fazer jus de alguns dos benefícios da execução penal.
Logo, é preciso que haja a aplicação da execução provisória para tanto.
A execução antecipada da pena viola o princípio da constitucio-
nal da presunção de inocência, embora já tenha sido discutido no STF
a possibilidade de o decreto prisional antes mesmo da sentença penal
condenatória transitar em julgado50.
95
ainda que não tenha havido o trânsito em julgado. Esta possibilidade
de execução provisória de pena tem como fundamento o princípio da
soberania dos veredictos.
Ressalto, porém, que a execução provisória da pena no caso
citado acima nem sempre irá ocorrer. O §3º do art. 492 (também incluí-
do pela Lei 13.964/19) prevê que o Juiz-presidente do Tribunal do Júri
pode deixar de determinar a execução provisória de pena quando, uma
vez interposto recurso, houver questão substancial cuja resolução pelo
tribunal ao qual competir o julgamento do recurso possa plausivelmente
levar à revisão da condenação.
Outrossim, a execução provisória também não ocorrerá quan-
do o Tribunal atribuir efeito suspensivo ao recurso. Como regra, a ape-
lação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma
pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito
suspensivo, todavia, excepcionalmente, poderá ser atribuído efeito sus-
pensivo quando o Tribunal verificar que o recurso não tem propósito me-
ramente protelatório e levanta questão substancial, que pode resultar
em absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução da
pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão.
DA CLASSIFICAÇÃO
Outro grande impasse no sistema carcerário brasileiro diz res-
peito ao cumprimento eficiente da execução penal, uma vez que a se-
paração dos presos em locais previamente estabelecidos visa evitar o
contato de reincidentes e primários.
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
96
diretor e composta, no mínimo por:
• 2 (dois) chefes de serviço;
• 1 (um) psiquiatra;
• 1 (um) psicólogo;
• 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à
• pena privativa de liberdade.
Nos demais casos (restritivas de direitos ou medidas de segu-
rança) a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada
por fiscais do serviço social.
O exame criminológico53 é utilizado para orientar o juiz nos nas
hipóteses de progressão e livramento condicional e, geralmente, usado
para individualizar determinadas execuções envolvendo fatos mais gra-
ves. Difere-se do exame de classificação tratado no art. 5º da LEP que
orienta o modo de cumprimento da pena, com fins de ressocialização.
A partir da Lei n. 12.654/12, os condenados por crime pratica-
do com dolo mediante violência de natureza grave contra pessoa, ou
por qualquer dos crimes hediondos, tem identificação do perfil genético
obrigatória, mediante extração de DNA, devendo seguir técnica ade-
quada e indolor.
O objetivo dessa identificação é investigativa ou mesmo para
esclarecimento de quaisquer dúvidas acerca da identificação civil, mas
sim para abastecimento de um banco de dados sigiloso que pode servir
para investigação futura.
Para parte da doutrina essa prática seria inconstitucional ca-
racterizando-se em direito penal do autor e ferindo a segurança jurídica
e garantias constitucionais. Mas para outros, “a medida é salutar quan-
97
informada à autoridade judiciária. O tema está em debate no Supremo
Tribunal Federal, com repercussão geral reconhecida (Recurso Extraor-
dinário 973837).
Visando à obtenção dos elementos necessários a uma ade-
quada classificação e com vistas à individualização da execução, nos
termos do art. 8º da Lei de Execução Penal, o condenado ao cumpri-
mento de pena privativa de liberdade em regime fechado ainda deverá
ser submetido a exame criminológico (de entrada, portanto), sendo o
mesmo exame apenas facultativo para o condenado que tiver de iniciar
o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semiaberto.
Muito embora o art. 8º da LEP não se refira ao condenado que
deva iniciar o cumprimento de pena em regime aberto, consideran-
do que a individualização decorre de regra constitucional, nada impede
seja determinado o exame criminológico de entrada, em sede de exe-
cução.
No processo individualizador, a individualização executória
continua intacta, decorrendo, como já o dissemos, de imperativo consti-
tucional (art. 5º, XLVI, da CF).
Na doutrina, Renato Marcão salienta que o problema que mui-
tos se esquecem, é de que o exame criminológico nunca se destinou
apenas e tão somente à aferição do mérito que se exigia expressa-
mente para a progressão de regime prisional e outros benefícios. An-
tes, e com maior relevância, propõe-se a orientar a classificação dos
condenados e a imprescindível individualização executória, e por aqui
nada mudou. Não é ocioso enfatizar: não se deve confundir o exame
criminológico de entrada — destinado a orientar a inicial individualiza-
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
54 Marcão, Renato Curso de execução penal / Renato Marcão. – 17. ed. – São Paulo :
Saraiva Educação, 2019.
98
Assistência Conceito
A assistência material ao preso e ao internado significa fornecimento
de alimentação, vestuário e instalações higiênicas, devendo o esta-
belecimento penal deverá dispor de instalações e serviços que aten-
Material
dam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais
destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não forneci-
dos pela Administração (arts. 12 e 13).
O Estado é responsável pela prestação do serviço de saúde nos
mesmos padrões serviços de saúde disponíveis à comunidade e os
serviços de saúde pública. Não podendo existir qualquer discrimi-
À Saúde nação em virtude de sua condição de preso (Regra 24 das novas
Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Presos).
Caso o Estado não possa o Estado promover devida assistência o
condenado deverá ser colocado em prisão domiciliar.55
A assistência jurídica é direcionada aos presos e internados que
sejam hipossuficientes financeiramente e, portanto, não possam
Jurídica constituir advogado, devendo as unidades da federação dispor de
assistência jurídica da Defensoria Pública integral e gratuitamente
(arts. 15 e 16).
Direito constitucionalmente garantido, a assistência educacional se
ampara no art. 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
bem como na Regra 104, n. 1, das novas Regras Mínimas das Na-
ções Unidas para o Tratamento de Presos. A medida de incentivo
educacional deve partir do Estado.
99
A assistência social tem fim ressocializador, evitando que haja rein-
cidência após a soltura. As Regras Mínimas da ONU (atualizadas
pelas Regras de Mandela) que, para atingir esse propósito, “todos
os meios apropriados devem ser usados, inclusive cuidados religio-
sos em países onde isso é possível, educação, orientação e capa-
citação vocacionais, assistência social direcionada, aconselhamento
Social
profissional, desenvolvimento físico e fortalecimento de seu caráter
moral. Tudo isso deve ser feito de acordo com as necessidades indi-
viduais de cada preso, levando em consideração sua história social
e criminal, suas capacidades e aptidões mentais, seu temperamento
pessoal, o tempo da sentença e suas perspectivas para depois da
liberação” (preceito 92.1).
Todo preso deve ter o direito de atender às necessidades de sua vida
religiosa, que pode ser por meio de celebrações de cultos, leitura de
livros, ensino religioso etc. (Regras de Mandela, preceito 66).
Religiosa
A assistência religiosa auxilia tanto na ressocialização do condena-
do, quanto na relação entre o preso e sua família diante daquela
nova realidade.
Conforme determina o art. 26, da LEP, o egresso é o liberado defini-
tivo pelo prazo de 1 (um) ano (ex-presidiário), bem como o liberado
condicional (beneficiário do livramento condicional).
100
DO TRABALHO
Laborterapia é uma ferramenta na reinserção do preso na so-
ciedade. Lembrando as lições de Alfredo I. Assaly: “O trabalho presi-
diário, consagrado em todas as legislações hodiernas, constitui uma
das pedras fundamentais dos sistemas penitenciários vigentes e um
dos elementos básicos da política criminal” (Trabalho Penitenciário, Ed.
Martins, p. 15).
Sobre o tema, as Regras Mínimas da ONU (atualizadas pelas
Regras de Mandela) preveem:
a) que o trabalho penitenciário não deve ter natureza estres-
sante (preceito 97.1);
b) na medida do possível deverá contribuir, por sua natureza,
para manter ou aumentar a capacidade do preso para ganhar honrada-
mente sua vida depois da liberação (preceito 98.1);
c) sua organização e métodos devem assemelhar-se o mais
possível à dos que realizam um trabalho similar fora do estabelecimento
a fim de preparar o preso para as condições normais do trabalho (pre-
ceito 99.1);
d) devem ser tomadas nos estabelecimentos penitenciários as
mesmas precauções prescritas para proteger a segurança e a saúde
dos trabalhadores livres (preceito 101.1);
e) devem ser tomadas as providências necessárias para inde-
nizar os presos pelos acidentes do trabalho e enfermidades profissio-
nais em condições similares àquelas que a lei dispõe para os trabalha-
dores livres (preceito 101.2).
O trabalho penitenciário é um dever social e condição de dig-
101
Características Descrição
O trabalho do preso é obrigatório (art. 39, V, LEP) e faz parte da
laborterapia inerente à execução da pena do condenado, que ne-
cessita de reeducação. No entanto, a Constituição Federal veda
a pena de trabalhos forçados (art. 5.º, XLVII, c, o que significa
Obrigatoriedade
não poder se exigir do preso o trabalho sob pena de castigos cor-
porais ou outras formas de punição ativa, além de não se poder
exigir a prestação de serviços sem qualquer benefício ou remu-
neração. É um dever e também um direito.
Não aplicabilidade da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
(art. 28, § 2º, da LEP). A atividade laborativa desempenhada pelo
apenado não possui natureza de relação de trabalho a suscitar a
Regime Legal
competência da Justiça do Trabalho, cabendo à Justiça Comum
o julgamento das respectivas causas (STJ, REsp 1124152/DF, 1ª
T., j. 9-11-2010).
A despeito da previsão legal de que o trabalho do preso não pode
ser inferior a 3/4 do salário mínimo (art. 29 da LEP), o direito ao
salário mínimo também deve beneficiar os presos, pois é conferi-
do pela Constituição de 1988 indistintamente a todos (art. 7º, IV).
A própria Declaração Universal dos Direitos do Homem estabe-
lece que toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual
remuneração por igual trabalho. Dispõe ainda que toda pessoa
que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória,
que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência com-
patível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se
necessário, outros meios de proteção social (art. 23).
É importante salientar que a remuneração pelo trabalho possui
Remuneração caráter alimentar.
Mínima
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
102
Em que pese a preocupação com a natureza útil do trabalho pe-
nitenciário, a indicação trazida pelo art. 32. § 1º, da LEP de que
“deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem
expressão econômica, salvo nas regiões de turismo” é flagrante-
mente inconstitucional, por cercear uma modalidade de trabalho
que, ainda sem robusta expressão econômica, possui certa valia
financeira para o preso e que, em muitos casos, é a única saída
para aqueles que desejam exercer alguma atividade laborativa.
Natureza do tra-
Limitar o trabalho artesanal e – o que é pior – vedar a remição
balho prestado
neste caso é afrontar a própria dignidade humana. Na verdade,
nenhum tipo de trabalho artesanal pode ser excluído para fins de
remição, mostrando-se bastante pertinente a observação de que
a “castração do trabalho artesanal, situando-o em posição menor
, traz uma coloração preconceituosa que nada tem a ver com a
aparente juridicidade da proposição, não passando, no fundo, de
uma derivação de afronta mais aguda: a que contrapõe o traba-
lho manual ao trabalho intelectual.
O trabalho a ser realizado não deve ser desgastante ou aplicado
em regime de escravidão ou servidão (Regra 97 das novas Re-
gras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Presos)
e deve ser exercido na medida das aptidões e capacidade do
preso (art. 31 da LEP). Na verdade, o trabalho não deve apenas
considerar as aptidões e capacidade do preso, mas as próprias
atividades dispensadas devem atender às necessidades futuras
do preso, bem como às oportunidades oferecidas pelo mercado
(art. 32 da LEP). As novas Regras Mínimas das Nações Unidas
para o Tratamento de Presos também se ocupam exaustivamen-
te do tema: “Trabalho suficiente de natureza útil deve ser ofere-
Realização
cido aos presos de modo a conservá-los ativos durante um dia
normal de trabalho” (Regra 96.2); “Quando possível, o trabalho
realizado deve manter ou aumentar a habilidade dos presos para
que possam viver de maneira digna após sua liberação” (Regra
103
A jornada normal de trabalho não pode ser inferior a seis nem
superior a oito horas, com descanso nos domingos e feriados
(art. 33 da LEP). Muito embora prevaleça a posição de que, nos
termos dos arts. 33 e 126, § 1º, II, da LEP, o cálculo da remição
de pena por trabalho deve ser feito em dias e não em horas57, a
jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores admite que o
trabalho diário que exceda a 8 horas seja aproveitado para fins
de remição58. Nessa perspectiva, a cada 6 horas extras realiza-
das além da jornada normal de oito horas diárias, o preso faz jus
a um dia de trabalho, para fins de remição59. Quanto às horas
de trabalho, dispõe ainda a LEP que poderá ser atribuído horá-
rio especial de trabalho aos presos designados para os serviços
Limitações Tem- de conservação e manutenção do estabelecimento penal (art.
porais 33, parágrafo único). Contudo, a atribuição de horário especial
de trabalho não deve beneficiar apenas aqueles que realizam
atividades internas, mas também os que desempenham traba-
lho externo. Cabível, aqui, a interpretação extensiva da norma,
considerando que o trabalho, além de princípio fundamental da
República (inc. IV do art. 1º), base da ordem social brasileira (art.
193), direito social (art. 6º da CF), dever social e condição de
dignidade humana (art. 28 da LEP), também encontra em sua
valorização um dos fundamentos da ordem econômica brasilei-
ra (art.170 da CF). Ademais, na perspectiva redutora de danos,
cabe ao Estado proporcionar condições para a redução do esta-
do de vulnerabilidade social do condenado, afastando todos os
entraves à consecução deste objetivo.
104
tivas no estabelecimento onde está)
d) Cumprimento mínimo de um sexto da pena61.
O preso que cumpre pena em regime fechado poderá executar
trabalhos externos, desde que em serviços ou obras públicas realizadas
por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas.
Tendo em vista que os estabelecimentos penais carecem de
estrutura para oferecer trabalho a todos os habitantes prisionais, o tra-
balho externo poderia ser uma alternativa. Contudo, correr-se-ia o risco
de, ao solucionar um problema, criar-se outro, já que faltariam policiais
para servirem na vigilância dos trabalhadores. Por isso, na prática, é
raro ver preso servindo nesse tipo de atividade.
Reconhecendo a importância e a dificuldade que o preso tem
em conseguir trabalho externo, o Superior Tribunal de Justiça, no julga-
mento do HC 310.515-RS, considerou que o fato de o irmão do apenado
ser um dos sócios da empresa empregadora não constitui obstáculo à
concessão do benefício do trabalho externo, ainda que se argumente
sobre o risco de ineficácia da realização do trabalho externo devido à
fragilidade na fiscalização62.
São causas para a revogação do trabalho externo:
- Praticar fato definido como crime. Neste caso, não é preciso
haver processo criminal e condenação com trânsito em julgado, pois, a
lei é clara ao mencionar fato definido como crime e não simplesmente
crime. Aliás, se fosse necessário aguardar a condenação definitiva, a
medida de revogação perderia completamente a eficiência;
- Cometer e ser punido por falta grave. Nesta situação, não
basta o cometimento da falta grave (ver o art. 50 desta Lei), mas é ne-
105
EMENTA: AGRAVO EM EXECUÇÃO - TRABALHO EXTERNO - PRESO
PROVISÓRIO - IMPOSSIBILIDADE - PRECEDENTES - VEDAÇÃO LEGAL
EXPRESA. Em se tratando de preso em execução provisória de pena, há
vedação legal à concessão de trabalho externo. (TJMG - Agravo em Exe-
cução Penal 1.0487.18.001311-1/001, Relator(a): Des.(a) Alexandre Victor
de Carvalho, 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 15/10/2019, publicação
da súmula em 21/10/2019) – grifei.
106
VI e 51, III, desta Lei).
108
da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do
Brasil), garante ao advogado e, consequentemente, ao preso, o direito
de comunicar-se pessoal e reservadamente. A LEP, nesse tanto, obser-
vou o óbvio. Discute-se, contudo, se a comunicação entre advogado e
cliente pode ser gravada pelo sistema penitenciário. Entendemos que,
em regra, não, ferindo garantias constitucionais indisponíveis. Entretan-
to, sabendo que as liberdades públicas não são mais entendidas em
sentido absoluto, desaparecerá a ilicitude de qualquer violação quando
houver fundadas suspeitas das entrevistas estarem servindo, na ver-
dade, para a prática de infrações penais. Nesse caso, a gravação se
legitima como importante instrumento para a garantia da ordem pública
e das liberdades alheias;
X — Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e ami-
gos em dias determinados: O contato com os familiares é fundamen-
tal para a ressocialização do preso.
As Regras de Mandela estabelecem que se deve velar particu-
larmente para que se mantenham e melhorem as boas relações entre
o preso e sua família, conforme apropriado para ambos (preceito 106).
No tocante à chamada visita íntima, embora não exista previsão legal,
a tendência moderna é considerá-la um direito do preso (e não uma
regalia ou recompensa).
XI - Chamamento nominal: respeito à dignidade da pessoa
humana, evitando que o preso seja tratado como objeto.
XII - Igualdade de tratamento, salvo quanto às exigências
da individualização da pena
XIII - Audiência especial com o diretor do estabelecimento:
I - incitar ou partici-
par de movimento
Esta falta guarda similaridade ao crime de motim (art. 354 do
para subverter a
Código Penal), mas com ele não se confunde.
ordem ou a disci-
plina
111
VI - inobservar os
A desobediência ao servidor e o desrespeito a qualquer pes-
deveres previstos
soa com quem deva relacionar-se (art. 39, inciso II) e a não
nos incisos II e V,
execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas
do artigo 39, desta
(art. 39, inciso V) enseja falta grave.
Lei
VII — tiver em sua
posse, utilizar ou
fornecer aparelho
telefônico, de rádio O preso que possuir, utilizar ou fornecer aparelho que possi-
ou similar, que per- bilite a comunicação dos presos com outros presos ou am-
mita a comunicação biente externo comete falta grave.
com outros presos
ou com o ambiente
externo
112
cunstância do conatus será considerada na duração da punição.
113
II - repreensão: forma escrita de advertência, geralmente ado-
tada diante da prática reincidente de falta leve ou quando da prática da
falta média;
115
I — Para o sentenciado a pena privativa de liberdade, a exe-
cução correrá onde ele estiver preso. Mesmo que o sentenciado tenha
várias execuções a serem cumpridas, todas serão reunidas na comar-
ca onde ele estiver preso. Caso seja transferido, o rol de execuções o
acompanha.
118
estabelecimentos e serviços penais, bem como supervisionar os
patronatos) e, ainda, apresentar no primeiro trimestre de cada ano, ao
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos
trabalhos efetuados no exercício anterior. Ressalte-se que esse rol
não é taxativo, pois dentre os artigos da LEP existem outras atividades
atribuídas ao Conselho (ex.: arts. 137, 143, 144, 145, 146 etc.).
O Departamento Penitenciário Nacional está subordinado
ao Ministério da Justiça e exerce importante e ampla função sobre a
política penitenciária nacional, tendo como atribuições:
semana);
d) Centro de Observação (onde se realizam os exames gerais
e o criminológico);
e) Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (destina-se
aos inimputáveis e semi imputáveis referidos no artigo 26 e seu pará-
grafo único do Código Penal);
f) Cadeia Pública (destina-se ao recolhimento de presos provi-
sórios).
A lei, atendendo ao que dispõe o art. 5º, XLVIII, da CF (a pena
será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a nature-
za do delito, a idade e o sexo do apenado), bem como preceito 11 das
Regras Mínimas da ONU (atualizadas pelas de Mandela), assegura pro-
teção às mulheres (com o intuito de protegê-las de violências sexuais)
e idosos (em virtude da fragilidade física e emocional não raras vezes
advindas da avançada idade).
A exigência de o preso provisório ficar separado do condenado
120
por sentença transitada em julgado está assegurada tanto nas Regras
Mínimas da ONU (atualizadas pelas de Mandela, preceito 11, “b”) como
também na Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San
Jose da Costa Rica, artigo 5º, item 4): “os processados devem ficar
separados dos condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e
devem ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de pes-
soas não condenadas.”
Além disso, determina-se a separação entre o preso primário
e o preso reincidente, merecendo cada qual processos diferentes de
reabilitação.
No momento o Brasil e o mundo estão passando por uma Pan-
demia causada por um vírus (Covid-19), em razão disso, em todo Brasil
está se falando sobre os estabelecimentos penais e a condição dos
presos encarcerados.
Vejamos na íntegra decisão apresentada pelo Superior Tribu-
nal de Justiça, no último dia 23 de março de 2020.
“O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro
João Otávio de Noronha, indeferiu nesta segunda-feira (23) um habeas
corpus da Defensoria Pública do Ceará que pedia a liberdade para to-
dos os presos do estado que se enquadrassem nas diretrizes da Re-
comendação 62/2020 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo o presidente do STJ, a matéria não pode ser exami-
nada na instância superior, pois ainda não teve o mérito julgado pela
corte de origem – o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Ele afirmou
que a jurisprudência não admite a impetração de habeas corpus contra
o indeferimento de liminar em outro habeas corpus, “salvo no caso de
122
finitiva ou da internação em medida de segurança de caráter definitivo
daquele tempo de prisão provisória ou daquele tempo de internação
provisória que for cumprido no Brasil ou no estrangeiro, ou mesmo de
prisão administrativa ou de internação em hospital de custódia e trata-
mento.
- Remição (art. 126 e segs., LEP): a remição é um desconto
na pena referente ao tempo trabalhado ou estudado pelo condenado,
ou seja, o abatimento de um dia de pena para cada três dias trabalha-
dos. Este instituto apenas é viável no cumprimento da pena privativa
de liberdade em regime fechado ou regime semiaberto, não existindo,
portanto, no regime aberto. A jornada de trabalho mínima é de 6 horas
e a máxima de 8 horas.
ATENÇÃO: o instituto da remissão (com “SS”), tem o sentido
de perdão, renúncia, desistência, absolvição e, juridicamente, encontra-
-se inserido no campo do direito das obrigações, consistindo em forma
de extinção da obrigação pela qual o credor perdoa a dívida do devedor,
não pretendendo mais exigi-la.
Vale salientar que pela Súmula n. 341 do STJ, o tempo de es-
tudo também pode ser utilizado para fins de remição.
Na remição, havendo o cometimento de uma falta grave ocor-
rerá a perda de todo o tempo remido, este é o entendimento do STF e
do STJ. Logo, mesmo que o indivíduo tenha períodos que já tenham
sido apreciados por decisão judicial de remição, todo o tempo remido é
perdido, uma vez que as Cortes Superiores entendem que esta decisão
judicial não faz coisa julgada material e há apenas uma mera expecta-
tiva de direito.
124
em detenção;
V. Surge nova condenação, na qual a somatória da pena nesta
nova condenação, com a pena que está sendo cumprida, torne incom-
patível o regime desta pena.
Com exceção do último caso, em todas as demais hipóteses é
necessário que o juiz realize uma oitiva prévia do condenado para saber
se ele não possui alguma justificativa para o fato em que se envolveu.
A LEP estabelece que no cumprimento da pena privativa de
liberdade é possível um instituto chamado autorização de saída, com
duas espécies de autorizações:
I. Permissão de saída: nesta espécie é possível que o preso
saia do estabelecimento prisional mediante escolta quando houver fa-
lecimento ou doença grave do cônjuge, companheiro, ascendente, des-
cendente ou irmão, ou ainda para tratamento médico.
II. Saída temporária: cabível nas seguintes hipóteses:
a) Visita familiar;
b) Frequência de curso supletivo profissionalizante ou de 2º
grau;
c) Para participação em atividade de caráter social
São requisitos para a saída temporária:
a) Cumprimento de ¼ da pena ao preso reincidente ou 1/6 da
pena ao preso primário – considerado para este fim, o tempo de cum-
primento em regime fechado, de acordo com a Súmula n. 40 do STJ.
b) Somente condenado em regime semiaberto – não cabe ao
preso em regime fechado, nem mesmo ao preso provisório.
A saída temporária será realizada sem escolta, e a sua dura-
126
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: Promotor Subs-
tituto
Sobre o trabalho do preso, analise as assertivas abaixo e assinale
a alternativa correta:
A) O condenado à pena privativa de liberdade e o preso provisório estão
obrigados ao trabalho, na medida de suas aptidões e capacidades.
B) O trabalho do preso, como dever social e condição de dignidade
humana, terá finalidade educativa e produtiva, será remunerado e está
sujeito à Consolidação das Leis Trabalhistas.
C) É possível a execução indireta das atividades desenvolvidas nos es-
tabelecimentos prisionais, relacionadas à realização de trabalho pelo
preso.
D) Não será computado para fins de remição da pena o tempo em que
o preso ficou impossibilitado de prosseguir no trabalho, por motivo de
acidente.
E) A realização de trabalho externo depende da autorização da direção
do estabelecimento penal, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um
sexto da pena), considerando o tempo da prisão preventiva e da pena
no regime fechado.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: Defensor Público
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto
127
Quanto à Lei de Execução Penal, assinale a alternativa correta.
A) A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comuta-
ção de pena, apenas para indulto.
B) Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho ex-
terno, não se considera o tempo de cumprimento da pena no regime
fechado, somente o no semiaberto.
C) Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da
execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento admi-
nistrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito
de defesa, a ser realizado por advogado ou defensor público.
D) O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato
definido como crime doloso no cumprimento da pena não prescinde do
trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal
instaurado para apuração do fato.
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-MT Prova: Juiz Substituto
No que toca à execução penal:
A) compete à autoridade administrativa a inclusão de preso em regime
disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do
fato, não excedendo ao prazo de um ano e comunicando o Juízo das
Execuções em 48 horas.
B) a decisão que indefere ou defere progressão de regime prisional é
passível de recurso em sentido estrito.
C) verificada a prática de falta grave pelo sentenciado, o juiz poderá
revogar até 1/6 (um sexto) do tempo remido, recomeçando a contagem
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-MT Prova: Juiz Substituto
O Diretor do Presídio “A” oficia ao Juiz de Direito da Vara das Exe-
cuções Criminais da comarca local, informando que João, preso
em referido estabelecimento, faz parte de organização criminosa
e requerendo a sua inclusão no Regime Disciplinar Diferenciado.
Nesse caso:
A) se o juiz determinar a inclusão de João no Regime Disciplinar Dife-
renciado, o período de inclusão poderá ser de até 1 (um) ano renovado
por mais 1 (um) ano desde que não ultrapasse um sexto da pena.
128
B) o juiz não poderia determinar a inclusão de João no Regime Discipli-
nar Diferenciado se João fosse preso provisório.
C) o juiz somente poderá determinar a inclusão de João no Regime
Disciplinar Diferenciado após a manifestação do Ministério Público e da
Defesa.
D) poderá o Juiz determinar imediatamente, de forma fundamentada, a
inclusão de João no Regime Disciplinar Diferenciado.
E) o Diretor do Presídio poderia determinar a inclusão de João no Re-
gime Disciplinar Diferenciado desde que o Juiz homologasse a sua de-
cisão.
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
Fonte: UOL
Data: 24/02/19
Leia a notícia na íntegra:https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
-noticias/2019/02/24/presidio-de-sp-onde-estava-cupula-do-pcc-ainda-
-mantem-integrantes-da-faccao.htm
NA PRÁTICA
131
GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
CERTO A C A C
TREINO INÉDITO
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
Gabarito: A
GABARITOS
132
CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
A C E E ERRADO
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
133
CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
A B E A E
TREINO INÉDITO
Gabarito: B
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
134
CAPÍTULO 04
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
C E C E C
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
135
AVENA, Norberto Processo penal / Norberto Avena. – 10. ed. rev., atual.
e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: Método, 2018.
CUNHA, Rogério Sanchez. Execução Penal para Concursos: LEP /
coordenador Ricardo Didier - 6. ed. rev., atual, e ampl. - Salvador: Jus-
podivm, 2016.
FARIA, Marcelo Uzeda. Execução Penal. 4ª ed. rev.ampl. e atual. Sal-
vador: Juspodvm, 2015.
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios Direito processual penal esquemati-
zado® / Victor Eduardo Rios Gonçalves, Alexandre Cebrian Araújo Reis.
– 7. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
GRINOVER, Ada Pellegrini; FERNANDES, Antonio Scarance; GOMES
FILHO, Antonio Magalhães. As nulidades no processo penal. 8.ed. São
Paulo: RT, 2004.
LIMA, Renato Brasileiro de Código de Processo Penal comentado / Re-
nato Brasileiro de Lima - 2. ed. rev. e atual. - Salvador: Juspodivm, 2017.
LOPES JR., Aury Prisões cautelares / Aury Lopes Jr. – 5. ed. rev., atual.
e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2017.
MARCÃO, Renato. Curso de execução penal. 11. ed. São Paulo: Sarai-
va, 2013.
Marcão, Renato Curso de execução penal / Renato Marcão. – 17. ed. –
São Paulo : Saraiva Educação, 2019.
Mougenot, Edilson Curso de processo penal / Edilson Mougenot. – 13.
ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comentado /
Guilherme de Souza Nucci. – 15. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janei-
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS
136
137
PRISÕES E ... NULIDADES. EXECUÇÃO PENAL - GRUPO PROMINAS